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UNINTA - LIDERANÇA ECLESIÁSTICA

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OS PRINCÍPIOS DA LIDERANÇA CRISTÃ 
 
 
Prof. Antonio G. Sobreira 
 
RESUMO: Este texto tem como objetivo apresentar os principais princípios de 
liderança a partir da Revelação, com base nos ensinos de Jesus e dos 
apóstolos. Também se faz referência autores renomados em suas áreas de 
atuação, todos com ampla experiência em liderança cristã. 
 
PALAVRA-CHAVE: Princípios de liderança; Fundamento bíblico de liderança. 
 
 
1. Princípios de liderança 
 
Ao longo do tempo Deus, que é o líder supremo, tem chamado 
pessoas a se tornarem líderes na sua obra de redimir a humanidade. 
 
O chamado para a liderança é uma constante na Bíblia. Quando 
Deus resolveu levantar uma nação só sua, não recorreu às 
multidões. Convocou um líder — Abraão. Quando quis libertar seu 
povo do Egito, não o conduziu como um grupo. Levantou um líder 
para fazê-lo — Moisés. Chegada a hora desse povo entrar na terra 
prometida, eles seguiram um homem — Josué. Sempre que Deus 
quis fazer algo grande, convocou um líder para ir à frente. Hoje ele 
ainda chama líderes para encabeçar cada tarefa — seja grande ou 
pequena. (MAXWELL, 2010). 
 
1.1 A liderança cristã é fundamentalmente simples 
 
A liderança cristã é fundamentalmente simples. Este princípio não 
significa que seja fácil ser um líder cristão, ao contrário, pode ser um trabalho 
bem difícil. Simples aqui quer dizer fácil de entender e fácil de aplicar quando 
se tem maturidade moral e espiritual. 
 
A liderança cristã é algo acessível a todos e influência no exercício 
dos dons espirituais. Para quem escolheu exercer a liderança, Paulo disse: 
 
Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, 
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o 
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda 
boa obra. 2 Tm. 3:16-17. 
 
Pelo texto acima a Bíblia contém toda a instrução que o líder cristão 
necessita. Uma questão a se pensar é: a igreja deveria adotar os mesmos 
critérios de liderança administrativa do mundo ou ela possui seus próprios 
paradigmas? Existem muitos livros que misturam técnicas administrativas do 
mundo com os princípios cristãos. Isso causa certo incomodo porque parece 
que o mundo e a Igreja são a mesma coisa. Os autores desses livros pensam 
a igreja como um negócio ou uma empresa, ignorando a diferença essencial 
de natureza e propósito entre ambos. 
 
A Bíblia apresenta os princípios da liderança, dados por Jesus (Mat 
20), o serviço e o sofrimento, respeito aos colegas de ministério, 
considerando-os como iguais. A Bíblia também apresenta a ideia de igualdade 
entre ministros em uma estrutura não hierárquica. 
 
Alguns cristãos obtêm êxito nos seus negócios e acreditam que 
podem contribuir com a Igreja na divulgação do Reino de Deus, aplicando a 
mesma filosofia de empresa hierarquizada do mundo dos negócios. Essa 
filosofia busca a eficiência. Essa eficiência exige uma máquina burocrática por 
trás, onde o mais importante são números, resultados, metas alcançadas. 
Uma hierarquia é criada para fiscalizar tudo, e assim as pessoas se tornam 
menos importantes do que os resultados alcançados. Dessa forma aparecem 
os abusos contra as pessoas. Fica claro que os princípios seculares de 
liderança são distintos da filosofia da liderança cristã. 
 
Constata-se, em muitos segmentos empresariais, no treinamento de 
equipe, mantendo-os felizes e produtivos, o fato que muitas empresas 
acabaram por adotar, alguns dos princípios de liderança cristã, obtendo assim 
ótimos resultados. Seja inconscientemente ou pelo método de tentativa e erro 
por décadas. O resultado foi o aparecimento de bons livros tratando de 
liderança e técnicas administrativas do mundo dos negócios. 
 
Assim, alguns livros podem conter algumas técnicas administrativas 
condizentes com os princípios de liderança cristã, porque na verdade são 
princípios cristãos aplicados ao mundo empresarial. Princípios que não usam 
de manipulação das pessoas. Não endossam hierarquias nem o autoritarismo. 
O objetivo maior do Reino de Deus são as pessoas e não a eficiência, um 
produto quantificado. 
 
A integridade é a virtude central na liderança cristã 
 
Um verdadeiro líder cristão precisa aceitar tanto o bônus quanto o ônus 
de suas decisões. É fácil responsabilizar outros em vez de assumir a culpa. É 
este o tipo de integridade que encontramos na liderança de nossas igrejas? Os 
líderes cristãos hoje em dia são conhecidos pelo mundo por sua honestidade e 
integridade? É assim que os cristãos são vistos pelos de fora da Igreja? 
 
Que tipo de líder cristão Deus deseja para seu povo? “Porque a nossa 
glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e 
sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos 
vivido no mundo, e de modo particular convosco”. 2 Coríntios 1:12. 
 
Os que anelam posições de liderança sobre o povo de Deus devem 
possuir as qualidades necessárias, e estas principiam com a integridade de 
caráter: 
 
Mas a posição não faz o homem. É a integridade de caráter, o 
Espírito de Cristo, que o torna grato, nada interesseiro, sem 
parcialidade e sem hipocrisia; e, para Deus, isto é que tem valor. 
Àqueles cuja vida está escondida com Cristo em Deus, diz o Senhor: 
“Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei; os teus muros estão 
continuamente perante Mim. Isaías 49:16. (WHITE, 2005, 24). 
 
Segundo Paulo, essas eram as características dos líderes cristãos nos 
seus dias: simplicidade e sinceridade (integridade), palavras que podem ser 
entendidas como pureza de motivos e completa devoção a um só propósito. 
Não há planos secretos nem politicagem. Por integridade se compreende 
“transparência de caráter”. Integridade e humildade são qualidades 
imprescindíveis em um líder cristão. 
 
Stephen Covey, em seu livro Sete Hábitos De Pessoas Bem-Sucedidas 
menciona que a integridade é fundamental a toda liderança, seja secular ou 
religiosa. Essa qualidade é importantíssima no mundo dos negócios. Covey 
observa que nos últimos 200 anos tem ocorrido uma mudança no caráter de 
líderes no ocidente. Antes a filosofia da liderança era baseada em qualidade 
como humildade e fidelidade, era o aspecto ético. A ênfase mudou para o êxito. 
 
O êxito se tornou mais uma função da personalidade, da 
imagem pública, das atitudes e comportamentos, habilidades e 
técnicas... Outras partes da proposta da personalidade foram 
claramente manipuladoras, inclusive enganosas, animando às 
pessoas a usar técnicas para conseguir o agrado das outras 
pessoas... (COVEY, 1990, p. 14). 
 
No seu livro sobre liderança Smalling menciona que Jim Collins 
analisou várias empresas e descobriu algumas qualidades comuns entre 
líderes, e nada tinha a ver o temperamento: 
 
Nós estamos surpreendidos, realmente comovidos, ao 
descobrir o tipo de liderança requerido para converter uma 
companhia de boa a excelente... Sem chamar atenção, 
serenos, reservados, inclusive tímidos, estes líderes são uma 
mistura paradoxal de humildade pessoal e vontade profissional. 
(COLLINS, 2001. p. 22) 
Estes líderes canalizam suas necessidades pessoais para a 
grande meta de construir uma companhia grande. Não que 
estes líderes não tenham seus próprios interesses. Na verdade, 
eles são incrivelmente ambiciosos, mas suas ambições são, em 
primeiro lugar, pela instituição e não por eles mesmos”. (Idem, 
p.21). 
 
É curioso notar que empresas alcançaram a excelência por terem 
líderes com qualidades como humildade, e pensar mais na instituição do que 
em si mesmo. 
 
Nem todos os líderes religiosos são íntegros. Caifás foi exemplo de um 
líder que negociou sua integridade em nome do chamado bem maior. Ele 
presidiu o julgamento de Jesus e concluiu: “...Vós nada sabeis, nem 
considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não 
venha a perecer toda a nação”. João 11:49-50. Ele achava que se Jesus 
continuasse livre os Romanos iriam invadir a Judeiae destruir a nação. Julgou 
que sacrificar um inocente era um mal menor, sua vida era menos importante, 
diria que ele pensou de modo utilitarista, pensou na quantidade de bem que 
estaria produzindo, poupando a vida de milhões de pessoas. Achou que esse 
era o certo a fazer. Mas a paz que ele conquistara ao preço de sacrifica sua 
própria integridade lhes custou caro, a ele e a toda a nação. Pois essa paz não 
durou e os Romanos destruíram a nação. Por fim, perdeu a nação, a 
integridade e talvez sua alma. 
 
Roger Smalling, em seu livro Liderança Cristã coloca a seguinte 
questão para os líderes cristãos: 
 
Suponha que tenha na sua igreja um homem em pecado grave. Você 
sabe que deve discipliná-lo. No entanto, ele é muito popular, rico e 
influente. Se o disciplina pode haver uma divisão na igreja e você 
poderia perder seu trabalho como pastor. O que você faria? Este é 
um clássico exame de integridade. Se você se mantém em sua 
posição, poderia perder em curto prazo. A igreja poderia se dividir e 
você perderia seu trabalho. Mas Deus lhe dará mais do que alguma 
vez tenha perdido e você não terá remorsos. (SMALLING, 2005, 
p.15). 
 
Reflita na questão acima e decida qual a decisão certa a tomar, 
independente das consequências que poderiam sobrevir. Aprendemos até aqui 
que a integridade é uma virtude indispensável à liderança cristã. Sem ela a 
liderança passa a ser uma mera administração ou pior uma manipulação e 
controle das pessoas. Ter caráter pode significar várias coisas, mas sem 
dúvida a mais importante é ser integro, às vezes pode denotar humildade, mas 
certamente esta virtude inclui se responsabilizar por nossos erros e até dos 
nossos subordinados. Fazer o que é certo, mesmo quando as consequências 
pareçam ser graves. 
 
1.2 Fundamento Bíblico da liderança Cristã 
 
a) Disposição para abraçar o sofrimento 
 
Em Mateus 20.20-23,25-37 a mãe dos filhos de Zebedeu, Tiago e 
João, fez um pedido bastante indiscreto. Pediu que seus dois filhos se 
sentassem um a direita e o outro a esquerda de Jesus no Reino dos céus. Os 
outros discípulos se indignaram com o pedido. Jesus aproveitou a ocasião para 
ensinar-lhes três aspectos da liderança: o sofrimento, a igualdade e o serviço. 
 
Disposição para superar o sofrimento. Alguns aspirantes ao 
ministério pastoral se deslumbram com os benefícios que tal posição poderá 
lhe proporcionar, esquecem que existem pressões enormes sobre o líder, e 
que deve estar preparado para o sofrimento. 
 
A igualdade em autoridade. O corpo de Cristo não deveria ser uma 
corporação cuja hierarquia se assemelha a um exército cheio de cargos, onde 
os subordinados são proibidos de questionar qualquer coisa. Um sistema assim 
gera autoritarismo e abuso de todas as espécies. O governo bíblico deveria ser 
uma associação de ministros que deveriam se tratar como iguais, diferente do 
sistema do mundo. 
 
O serviço. O líder deve ser mais um servo do que um chefe. Não usar 
as pessoas como meio para se chegar a algum fim, mas se relacionar 
eticamente tratando as pessoas como um fim em si mesmas e nunca como 
meio. Resumindo: não devemos usar ou manipular as pessoas. Isso é 
praticamente o princípio ético kantiano, que nada mais é do que uma paráfrase 
do princípio bíblico. 
 
Os filhos de Zebedeu revelaram duas “boas qualidades”, embora 
estivessem mal dirigidas, ambição e confiança. A ambição se estiver dirigida 
para a glória de Deus é uma coisa muito boa. Mas quando dirigida a obtenção 
de lucro pessoal, nada tem a ver com a liderança cristã. 
 
Não podemos negar que há ambições merecedoras destas 
restrições. Contudo, há ambições dignas de serem alimentadas, por 
serem nobres. Quando as duas passagens que funcionam como título 
deste capítulo são mantidas em constante tensão por aquela pessoa 
que deseja ser eficiente na obra de Deus, e realizar o mais alto 
potencial de sua vida, não é preciso temer os resultados dessa 
ambição. (SANDER, 2007, p.7). 
 
Confiança é algo positivo quando confiamos em Deus, a confiança em 
si mesmo comumente se transforma em fraqueza, note o que ocorreu aos 
discípulos que abandonaram Jesus na hora da sua maior provação. Pedro até 
negou seu Senhor. Interessante notar que a primeira característica que Jesus 
mencionou nesse episódio foi a “disposição de abraçar o sofrimento”. 
 
Em Mateus 20 Jesus mencionou o sofrimento que seus servos, futuros 
líderes da Igreja Cristã teriam que suportar. Ainda hoje, em pleno século XXI, 
na região do Oriente, vemos cristãos sendo expulsos de cidades, presos, 
maltratados, mortos, queimados, em nações totalitárias, simplesmente porque 
ousaram pisar em seus territórios para falar de Jesus. 
 
Ser chamado à liderança pode ser um chamado ao sofrimento, talvez 
não físico, aqui no Ocidente, mas psicológico e estressante. As pessoas 
esperam muito de um líder cristão, e assim facilmente pode ser alvo de críticas 
infundadas, maliciosas e incompreensões diversas. A própria organização 
religiosa a qual pertence, seus superiores imediatos, podem impor um fardo 
muito pesado, cobranças por cumprimento de alvos e metas, números, 
quantidade; tudo isso faz muita pressão na mente de um líder que deveria estar 
mais preocupado com pessoas. O chamado a liderança cristã pode ser um 
chamado ao sofrimento. Quem deseja ser líder cristão motivado unicamente 
pelas honras, logo irá se decepcionar. 
 
b) Igualdade ou equidade 
 
Uma segunda atitude que se espera de um líder cristão é a igualdade, 
ensinada por Jesus: 
 
Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos 
povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. 
Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande 
entre vós, será esse o que vos sirva. Mat. 20:25-26 
 
Independentes do modelo de governo de Igreja sempre existem 
aqueles espíritos altivos que querem tratar seus colegas de ministério como 
pessoas inferiores a si mesmos. Esse é um mal que infelizmente existe em 
toda parte. Tratar um “subordinado” como alguém inferior é algo lastimável e 
totalmente diferente do que Jesus ensinou. A Igreja não é uma empresa 
secular, essas coisas são comuns no mundo, ressaltou Jesus, mas não entre 
os seguidores de Jesus. Ele não era uma pessoa autoritária, seus discípulos 
devem ser como seu Mestre. O autoritarismo se deriva da arrogância. 
As hierarquias são necessárias para organizar as diversas formas de 
governo, o Estado, os poderes de uma República, as forças Armadas, entre 
outras coisas. Jesus não disse que todas as formas de hierarquias estão 
erradas. Apenas ressaltou que a Igreja era outra coisa, um reino espiritual, com 
regras diferentes. Com base nos ensinos de Jesus podemos afirmar que ele 
não deseja pessoas autoritárias trabalhando para ele em Sua Igreja. Pessoas 
autoritárias, autocráticas nunca deveriam ocupar cargos de liderança na Igreja, 
mesmo que possuam “aptidão natural” para a liderança. 
Como vimos não são as habilidades naturais, nem o temperamento, 
nem o perfil psicológico que recomenda alguém a liderança cristã. Se tal 
pessoa possuir atitudes autoritárias, autocráticas, tende a cometer abusos, 
essas pessoas não podem ocupar cargos de liderança. 
 
c) O serviço cristão 
 
Jesus ensinou outro princípio: “tal como o Filho do Homem, que não 
veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. 
Mat. 20:28. Esse princípio traduzido significa ajudar as pessoas, implica numa 
vida dedicada ao serviço. O líder não deve buscar seu bem-estar, mas o bem-
estar das outras pessoas. 
O serviço a ser realizado pelo Reino de Deus é um serviço espiritual 
que busca a santificação das pessoas. A meta de um líder cristão não é 
ensinar as pessoas a alcançarem a prosperidade material. Mas preparar 
pessoas para adentrarem o Reino dos Céus. 
A Igreja não pode ignorar a natureza humana. Por essa razão deveria 
ter muito cuidado ao criar uma hierarquia para governar a Igreja de Cristo.A 
História política e religiosa da Europa está aí para provar esse argumento. 
O Nazismo e o Comunismo fizeram milhões de vítimas, ambos os 
governos autoritários e com uma burocracia muito eficiente. Vimos quanto 
derramamento de sangue ocorreu quando o luteranismo tentou se libertar do 
autoritarismo da Igreja Católica Romana. 
A natureza humana, inclusive entre cristãos, é demasiada suscetível às 
tentações geradas pelos sistemas hierárquicos. As hierarquias tendem a 
estimular o pior na natureza humana caída. Alguns destes aspectos são: 
arrogância, ambição, politicagem, culpar os outros, agradar os homens, 
agradar os homens, desprezar autoridade espiritual. 
 
A hierarquia autoritária não é bíblica para as organizações cristãs ou 
igrejas. Esta estimula as tendências latentes de nossa natureza 
caída. Os líderes cristãos precisam estar conscientes destas 
tendências e fazer o que possam para minimizá-las. Isto requer uma 
coragem moral incomum e um compromisso ao princípio fundamental 
da integridade absolutas, ao fazer-nos sensíveis e responsáveis ante 
aqueles que lideramos. (SMALLING, 2005, p.34). 
 
Recursos administrativos podem ser criados pelos líderes a fim de 
minimiza danos causado por formas equivocadas de lideranças, impedindo que 
caiam em um autoritarismo exacerbado. 
 
Alguns possuem ideias erradas sobre aqueles que Deus chama. 
Alguns creem que quando Deus quer nomear um líder, Ele escolhe os mais 
preparados, que possui um dom especial e uma profunda espiritualidade. A 
noção de que Deus sempre escolhe homens sábios para serem líderes é um 
grande mito. É Deus quem capacita às vezes os mais fracos, com a sua graça. 
 
Os líderes cristãos locais muitas vezes são chamados de anciãos, o 
termo deriva da maturidade geralmente associada aos anos de experiência 
acumulada. Com o tempo. Embora pessoas mais jovens tenham se associado 
com Paulo, isso revela que pessoas mais jovens podem se tornar líderes, 
desde que demonstrem sabedoria, maturidade e humildade de ancião. A 
ordenação de um líder depende da graça de Deus, ninguém merece 
totalmente. 
 
O apóstolo Paulo disse: Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a 
sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais 
do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. I Cor. 15:10. 
Paulo mesmo não merecia ser um apóstolo, mais a graça de Deus o escolheu 
e o qualificou. Os que trabalham no Reino só podem fazê-lo com a graça de 
Deus. 
 
A autoridade espiritual é o testemunho de Deus sobre a autenticidade 
dum líder, juntamente com a convicção de estima de seu ministério. A 
autoridade espiritual é o testemunho de Deus sobre a autenticidade dum líder.Isto 
é o que acontecia quando o Pai falou aos discípulos sobre Jesus: ...Este é o 
meu Filho amado; a ele ouvi. Luc. 9:35. 
 
A autoridade espiritual não é resultado da aplicação de normas 
administrativas, nem tem a ver com o tipo de personalidade ou temperamento 
do líder. Mas é o resultado da unção divina sobre o ministério do líder cristão. 
Embora seja produto da graça divina, não significa que seja fácil a sua 
obtenção. Requer serviço e sofrimento, unido com disciplina pessoal e uma 
vida devocional privada que somente você e Deus conhecem. 
 
Sempre achamos que a função primordial do líder cristão é cuidar do 
rebanho. Não é exatamente isso que a Bíblia diz: “Atendei por vós e por todo o 
rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes 
a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.”. Atos 20:28. 
 
O líder deve primeiro se preocupar com seu bem estar espiritual. Se a 
vida espiritual do líder não é sólida ele perde automaticamente a autoridade 
espiritual. Esse é um perigo real que o líder corre se ocupar tanto no trabalho e 
esquecer sua vida espiritual, oração e leitura meditativa da Palavra. O líder não 
pode descuidar da sua alma. 
 
Apascentar o rebanho implica em dirigir, prover e ajudar, guiar e cuidar. 
Também envolve governar. O líder é uma autoridade, ele não é apenas alguém 
que dará uma mera opinião. Sua autoridade vem de Deus, de sua submissão a 
sua Vontade. Ele alimenta as ovelhas com a palavra de Deus. 
 
As ovelhas foram compradas com o Seu próprio sangue, ou seja, com 
o sangue de Jesus. Cada alma possui um valor supremo. Quão importante é 
essa tarefa. Nada é mais importante que isso. Porque nada poderia custar 
preço tão caro, o sangue de Jesus. 
 
O único bem que realmente tem valor, dentro de qualquer 
organização são as pessoas. Sistemas ficam obsoletos. Prédios 
deterioram-se. Máquinas desgastam-se. Mas as pessoas podem 
crescer, se desenvolver e tornar-se mais eficientes se tiver um líder 
que compreenda seu valor potencial. (MAXWELL, 2011). 
 
Numa sociedade como a nossa, burocrática, tecnocrática, hierárquica, 
é grande o risco de se preocupar mais com a máquina administrativa do que 
com as pessoas. Planos e projetos jamais serão mais importantes do que as 
pessoas. Capacitar a igreja para fazer a obra do ministério é a estratégia do 
líder. 
 
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, 
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas 
ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, 
para a edificação do corpo de Cristo. Efe.4:11-12 
 
Diferente do que muitos pensam, a obra do ministério não é uma tarefa 
exclusiva do pastor. Segundo Atos 20:28, é uma tarefa dos santos, ou seja, os 
membros da Igreja. O líder deve ser um supervisor desse trabalho. É isso que 
a apalavra bispo significa, (em grego é episkopos). Alguém que supervisiona o 
trabalho dos outros. 
Não raramente vemos igrejas onde o pastor é um faz tudo. Prega, 
ensina, visita, aconselha, corrige, entre outros. Eles acham que a parte deles é 
sentar e aplaudir seu pastor. O líder que adota tal postura em breve estará 
esgotado mentalmente. 
 
Um erro comum na estratégia nos líderes jovens e inexperientes é 
achar que deve dedicar tempo e esforço cuidando dos membros mais fracos, 
os mais necessitados. Isso tomará todo seu tempo e nunca conseguirá concluir 
essa tarefa. A boa sabedoria recomenda que invista seu tempo em pessoa com 
potencial, mais do que nas pessoas fracas. Preparando os mais fortes, eles 
irão ajudá-lo no cuidado dos mais fracos. Prepare seus sermões, dedique 
tempo para capacitar os membros mais fortes, para ajudar os mais fracos. 
 
Uma das tarefas mais importantes de um líder é preparar outros 
líderes. Alguns líderes parecem, esqueceram essa tarefa, ou relegado como 
algo não importante. Talvez até por medo de que possam tomar seu lugar. Um 
verdadeiro líder não pode deixar-se dominar por um pensamento tão medíocre. 
“E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo 
transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.”. II Tim. 2:2. 
 
O evangelista Leighton Ford alerta sobre os prejuízos a longo prazo 
dessa forma de Pensamento: 
 
“Quiçá alguns da primeira geração de líderes vieram até a 
segunda geração como competidores não bem-vindos e não 
tiveram a intenção de desenvolvê-los. Um provérbio índio diz: 
„Nada cresce debaixo duma árvore de Banyan‟. Às vezes a 
sombra destes líderes fortes era tão grande que as pequenas 
sementes debaixo delas não foram alimentadas”. (FORD, 
Leighton. Transforming Leadership. p.24 apud SMOOLINH, 
2005). 
 
O líder que possui a certeza do seu chamado não descuidará da tarefa 
de preparar outros líderes, nem temerá qualquer tipo de concorrência. Sua 
estratégia deve ser preparar outros líderes. Lembremos que o grande líder 
Moisés compartilhou sabiamente suas tarefas e preparou um líder substituto. 
Isso em nada o diminuiu como líder, ao contrário, mostrou-se um líder a altura 
do que Deus planejara para seu povo. 
 
Visão do líder 
 
O líder precisa ter uma boa visão do seu ministério, ter claramente o 
que Deus deseja para seu povo por meio da sua liderança.Que características 
devem possuir essa visão? 
A primeira característica que apontaremos deve ser a simplicidade. 
Uma visão simples é aquela que pode ser explicada em poucos minutos. As 
pessoas precisam entender para apoiá-la. Ela deve ser uma espécie de slogan, 
este ajudará às pessoas a pegar a ideia. 
 
Sua concretização não pode ser muito fácil, nem algo impossível. É 
preciso distinguir entre difícil e impossível. Se fosse fácil alguém já teria feito, 
se for realizável, motivará a Igreja a trabalhar por alcançá-lo. Torná-lo realizável 
é a missão de um líder. 
 
O equilíbrio entre a visão e a praticabilidade não deve ser perdida. 
Um líder que tem grandes sonhos, mas não tem seus pés no chão, 
tem pouco valor para a Igreja hoje. Que benefício há em se desenhar 
uma igreja imensa, ou um orfanato, ou um projeto de evangelização 
da cidade de São Paulo, mas não ter alvos mensuráveis para tornar a 
visão em realidade? A pessoa visionária tem boas ideias, mas carece 
os meios de realizá-las no tempo e no espaço. Jesus vislumbrava 
uma igreja que pudesse conquistar nações. Na realidade, isso foi um 
sonho, mas não um sonho sem planos práticos para agir. Ele 
escolheu doze e depois setenta discípulos para treinar. Mais tarde, 
ele comissionou-se para cumprir aquela visão. Os resultados hoje são 
visíveis em todo lugar. (SHEDD, p. 53, 2000). 
 
 O alvo da visão deve ser o progresso do Reino de Deus, preparar 
pessoas santas. Tudo que for feito deve ter essa meta. Nem sempre é isso que 
vemos. Muitos líderes estão buscando sua glória, criando seu próprio império 
aqui na terra. Ter boas ideias não basta, lembre que Davi teve boas ideias, 
mas não era o que Deus queria. O próprio Natan concordou inicialmente com 
Davi sobre a construção do Templo, era sem dúvida uma excelente ideia, 
contudo Deus disse que não seria ele a construir o Templo. 
 
Hoje em dia para a maioria das pessoas a vida não tem propósito 
algum. Grande parte das pessoas não sabem para onde estão indo. O líder 
deve ser uma pessoa que sabe onde está indo. Por isso deve ter objetivos 
claros, bem definidos. 
 
Os objetivos lhe dão algo concreto em que se concentrar, e isso tem 
impacto positivo em suas ações. Eles nos ajudam a concentrar a 
atenção em nosso propósito tornando-o nossa principal aspiração. 
Como o poeta/filósofo Ralph Waldo Emerson disse: "O mundo abre 
caminho para o homem que sabe onde está indo". (MAXWELL, 
2010). 
 
O líder precisa ter objetivos claros, elaborar um plano a longo e em 
curto prazo. O sucesso do seu plano depende da sua capacidade de tornar 
compressível aos outros, aos seus apoiadores potenciais esse plano. Pense 
em passos intermediários para conquistar sua meta, de acordo com recursos 
que possui. 
 
Escrever sua visão em um parágrafo breve e simples é de grande 
ajuda. Depois, escreva suas metas intermediárias e como você espera 
consegui-las. Um bom plano deve ser facilmente entendido pelos participantes. 
A visão deve obrigatoriamente vir seguida de um bom plano, do contrário será 
apenas um devaneio. 
 
Sua visão deve priorizar algo que possa ser sustentável mesmo 
após a sua saída. Se sua visão sempre dependerá de você para existir, é 
um péssimo plano. Veja como Jesus construiu sua visão. Como 
compartilhou e preparou 70 homens para levar a execução o mesmo. 
 
O plano deve ser autofinanciado, pelo menos em parte. Deve ser um 
sistema independente, ou seja, que não dependa só de você. Lembre-se você 
está construindo o Reino Deus e não o seu. 
 
Às vezes temos que começar com pouco. Aos poucos os recursos vão 
aparecendo, Deus vai provendo conforme avançamos. Raramente começamos 
com todo o recurso na mão. 
 
É imprescindível que haja metas intermediárias. São as etapas que 
precisam ser alcançadas até concretizar o plano. A primeira meta deve ser algo 
realizável, acessível. Isso causará um impacto positivo à medida que as 
etapas estão sendo alcançada, a motivação crescerá cada vez mais. 
 
Avalie regularmente para saber quais etapas já foram cumpridas, quais 
as que faltam e se há algum impedimento para alcançá-las. As metas e as 
metas intermediárias estão sendo cumprias no tempo esperado? Será 
necessário algum tempo extra para alcançá-las? 
 
Quando o líder expõe seu plano, suas metas nem todos irão aderir, por 
perseguir projetos pessoais, ou se sentirem chamadas para fazer algo 
diferente. Faça todo o possível para incluir essas pessoas, sem perder de vista 
as suas metas. Não descarte imediatamente planos divergentes, mas 
sabiamente veja como eles podem ser encaixados na visão da Igreja. Faça 
com que tudo convirja para o progresso do Reino. Sobre trabalhos individuais, 
estes não devem ser impedidos: 
 
Por outro lado, os guias dentre o povo de Deus devem precaver-se 
contra o perigo de condenar os métodos de obreiros que são pelo 
Senhor levados a fazer uma obra especial que só poucos estão 
habilitados a desempenhar. Sejam os irmãos, que estão em cargos 
de responsabilidade, cuidadosos no criticar maneiras de proceder que 
não estejam em perfeita harmonia com os seus métodos de trabalho. 
Não suponham jamais que cada plano deva refletir a sua própria 
personalidade. Não temam confiar nos métodos de outrem; pois 
recusando confiar num coobreiro que, com humildade e zelo 
consagrado está fazendo uma obra especial, na maneira por Deus 
designada, eles estão retardando o avanço da causa do Senhor. 
(WHITE, 2013, p. 35). 
 
É importante escrever tudo. Deixe tudo bem claro, todos os passos 
descritos, e vá avaliando o progresso. Isso ajuda para que todos saibam em 
que estágio está. Os participantes ao saberem o que já conquistaram se 
motivarão ainda mais para terminar, alcançando todas as metas. Todos se 
sentirão envolvidos, partícipes do mesmo projeto. Tudo estará às claras. 
 
A Igreja local 
 
Todos devem ter a oportunidade de participar da obra de Deus: 
 
Aqueles a cujo cargo se encontram os interesses espirituais da igreja 
devem formular planos e meios pelos quais se dê a todos os seus 
membros alguma oportunidade de fazer uma parte na obra de Deus. 
Nem sempre foi isto feito em tempos passados. Não foram bem 
definidos nem executados os planos para empregar os talentos de 
cada um em serviço ativo. Poucos há que avaliem devidamente 
quanto se tem perdido por causa disto. (WHITE, 2013, p.61). 
 
A elaboração de planos e metas devem ser aplicadas na igreja local. O 
líder, o pastor, deve realizar um plano anual para a igreja local. Sem um plano 
a igreja fica um tanto sem um norte, e não chegará a parte alguma. O plano 
anual para a Igreja é necessário. 
 
Faça uma reunião com a Igreja, peça opinião deles, construa o plano 
em conjunto, eles se sentirão parte do mesmo e corresponsáveis pelo plano. 
 
Após construir um plano anual é preciso revisá-lo a cada dois meses. 
Reúna a Igreja e revise junto com os eles. Se isso não for feito muito do que foi 
planejado acabará caindo em esquecimento, e no final nada do que foi 
planejado será executado. 
 
 
Líder criativo 
 
A criatividade é uma faculdade da nossa imaginação que Deus quer 
que usemos. Como em qualquer outro trabalho, o líder cristão também pode cair na 
rotina. A rotina de sermões, visitações, reuniões, pode acabar deixando o pastor 
acomodado, de certo modo preguiçoso. Assim, a preguiça e a rotina pode ser um dos 
motivos do pastor não ter ideias criativas. 
 
Alguns esperam alguma revelação especial para fazer algo novo, mas 
sabemos que não é bem assim que as coisas funcionam. Deus fez o homem 
inteligente e é sua responsabilidade usar a inteligência pensando 
criativamente. 
 
Esperar a orientação divina para algo que já é obvio não parece muito 
inteligente. Esse pouco estímulo durante toda a formação educacional pode criar certa 
barreira criatividade. É preciso desenvolver essa habilidade. 
 
Absorver fatos não é o mesmo que exercitar a mente. Em alguns 
países, o sistema de educação se baseia namemorização. Os 
estudantes escrevem palavra por palavra o que diz o professor, 
depois copiam num caderno em casa. Diz-se que isto é “educação”, 
mas não é. É lavagem cerebral. (SMALLING, 2005). 
 
Pensar crítico vai além de simplesmente decorar um texto bíblico ou 
um determinado conteúdo, mas ser capaz de aplicar essa informação de forma 
prática e efetiva. Podemos definir o pensamento criativo como a habilidade 
para inventar ideias originais para cumprir metas. 
 
 
Denúncias contra o líder 
 
Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente 
sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos 
que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, 
para que também os demais temam. I Tim. 5:19-20 
 
Existe um conceito jurídico que diz que O ônus da prova fica com os 
acusadores, não com o acusado. Isso também serve para as relações no 
âmbito religioso. Ninguém deve acusar um ministro sem provas, sem no 
mínimo, duas testemunhas. Da mesma forma, um ministro não deve aceitar 
acusação contra um colega, sem observância dessa regra. Toda pessoa que 
acusa um líder tem a responsabilidade de provar. Se não fizer comete 
difamação e deverá ser repreendida por isso. 
O devido processo legal é um processo justo no qual o acusado deverá 
responder ou se defender diante dos seus iguais, ou seja, diante de uma 
comissão formada por outros ministros, onde membros da Igreja podem ser 
convidados para participar do processo como testemunhas. 
 
Relacionamento com os colegas 
 
Vez ou outra, seus colegas de ministério serão alvos de críticas. A ética 
orienta que você procure protegê-lo sempre que possível. Repreenda esse 
comportamento errado, falar mal das pessoas quando elas estão ausentes. 
 
Se as críticas forem verdadeiras, dimensione a gravidade das mesmas 
e oriente a pessoa a buscar as instâncias competentes para resolver o 
problema, que pode ser o próprio líder alvo da crítica, ou outra instância 
superior. 
 
O apóstolo orienta a não aceitar acusação contra ministro baseado no 
testemunho de uma única pessoa. De alguma forma isso demonstra que Deus 
tem o desejo de preservar seu líder de acusações e difamações. 
 
A relação líder e liderados 
 
A relação do líder com os liderados deve ser sempre uma relação 
baseada na integridade, e nunca no controle. O líder cristão não deve jamais 
pensar em controlar os outros. Ele não foi chamado para isso. Quem deseja 
controlar as pessoas é o Diabo e seus anjos. 
 
Cumprir com sua palavra, eis uma coisa importante a fazer. O salmista 
diz que o homem é bem-aventurado, mesmo o que jura com dano próprio e 
não se retrata; Sal: 15:4. Na impossibilidade de cumprir um acordo, deve 
imediatamente se comunicar com a pessoa e pedir para negociar em virtude de 
imprevistos. 
 
Nunca usar da autoridade para desfazer o acordo só porque podemos 
fazer. O poder de fazer uma coisa não significa que tenha o direito de fazer. 
Fazê-lo sem dúvida é uma demonstração de arrogância. Se fizer algum acordo 
é melhor que o cumpra. Não cumpri acordos é a forma mais fácil de perder sua 
integridade e assim, perder o direito de liderar. 
 
Em todo sistema de governo sempre existe uma instância superior ao 
líder a quem ele deve prestar contas, um comitê geral, ou conselho geral, algo 
do tipo. Isso, porém não impede que ele tenha um comitê pessoal, aquém ele 
pode recorrer em busca de conselhos e orientação. Em assuntos importantes 
que afetam a todos eles serão avisados e consultados. “...na multidão de 
conselheiros está a vitória”. Pr. 24:6. Eles podem apenas ser consultados ou se 
desejar, atribuir alguma outra autoridade que você achar cabível. 
 
Isso evitará que caia na tentação de ser abusivo ou autoritário. Essas 
são tentações que sempre apelam a nossa natureza caída. Essa é uma forma 
de evitar cair em tais ciladas. 
 
CONCLUSÃO 
 
Aprendemos que Deus sempre chamou homens e mulheres para 
realizar grandes feitos na causa de Deus. Vimos que a Bíblia fornece a filosofia 
da liderança cristã, os princípios para a liderança cristã e que estes princípios 
formam esboçados por Jesus em Mates 20. Aprendemos que o líder cristão 
deve ser portador de algumas virtudes essenciais, entre elas a integridade de 
caráter. 
 
A filosofia da liderança cristã no mundo moderno está profundamente 
afetada pelos atuais paradigmas de administração hierárquica. Alguns livros 
simplesmente copiam com alguma adaptação ideias e princípios aplicados a 
área empresarial. Imaginam que o êxito no mundo dos negócios se assemelha 
ao êxito das coisas espirituais e eclesiais. Êxito e eficiência no reino de Deus 
não é a mesma coisa, é evidente. 
 
Acerca da virtude fundamental destaca-se a integridade. A 
“transparência” de caráter é simplesmente uma questão de integridade. Leva 
tempo e esforços para desenvolvê-la nos candidatos para liderança. A 
integridade e a humildade estão unidas. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
COLLINS, Jim. Good To Great. Harper: New York, 2001. 
 
COVEY, Stephen. Sete Hábitos de Pessoas Bem-Sucedidas. Simon&Schuster: New 
York, 1990. 
MAXWELL, John C. A arte de formar líderes. Rio de Janeiro.Vida Melhor 
Editora, 2011. 
 
MAXWELL, John C. Liderança. Inspiração para cada dia do ano. Editora Vida: 
São Paulo, 2010. 
 
MAXWELL, John C. O livro de ouro da liderança. Rio de Janeiro: Thomas Nelson 
Brasil, 2008. 
RAHM, Haroldo J. Treinamento de Liderança. São Paulo: Edições Loyola, 
1998. 
 
SANDER, Oswaldo J. Liderança Espiritual. Mundo Cristão: São Paulo, 2007. 
 
SMALLING, Roger. Liderança Cristã. E-book. Amazon. 2005. Disponível 
em:<http://www.monergismo.com/textos/livros/lideranca-crista_smalling.pdf>. 
 
WHITE, Ellen G. Liderança Cristã. Casa Publicadora Brasileira: São Paulo. 
Copyright © 2013 Ellen G. White Estate, Inc. Versão E-Book. Disponível 
em:<http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Lideran%C3%83%C2%A7a%20C
rist%C3%83%C2%A3.pdf>. 
 
http://www.monergismo.com/textos/livros/lideranca-crista_smalling.pdf
http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Lideran%C3%83%C2%A7a%20Crist%C3%83%C2%A3.pdf
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ASPECTOS PRÁTICOS E RELACIONAIS DA LIDERANÇA CRISTÃ 
 
Prof. Antonio G. Sobreira1 
 
Resumo: Este texto tem como objetivo apresentar os aspectos práticos implicados na 
rotina de um líder cristão. Visa fornecer orientação, apresentar as boas práticas, com base 
em bibliografia segura, que oportunize aos líderes em formação acesso as melhores 
orientações visando implantá-las sem sua experiência ministerial, ou em outras formas de 
liderança religiosa, obtendo bom êxito. 
 
Palavra-chave: Liderança cristã; Aspectos práticos em liderança. 
 
 
A Comunicação do Líder 
 
Comunicação é a habilidade de articular claramente o propósito e os alvos do 
grupo. Não significa necessariamente ser eloquente. Note que Moisés foi um 
grande líder, mas não era eloquente (Ex 4.10). No entanto ele exibiu uma 
habilidade de comunicação incomum. A habilidade "de ter acesso" às pessoas em 
vários níveis precisa fazer parte das funções de um líder. Em várias ocasiões, 
Moisés teve que responder às murmurações e as incredulidades dos israelitas com 
argumentos válidos e decisões persuasivas. Mais importante ainda, ele foi 
especialmente perito em comunicar-se com Deus. Considere a exposição do autor 
da conclusão de Deuteronômio: "Nunca mais se levantou em Israel profeta algum 
como Moisés, com quem o SENHOR houvesse tratado face a face" (Dt 34.10). Um 
homem de oração é a exigência básica para a liderança cristã. (SHEDD, 2000, 
p.11). 
 
Um erro comum de liderança é o da comunicação. Quando não há comunicação 
ou se é defeituosa, isso acarreta vários problemas. Se os liderados não sabem exatamente 
o que fazer, certamente não conseguirão fazer o que deve ser feito. 
 
Se o lídernão for claro no que deseja dos seus liderados, em algum momento, ele 
se encontrará fazendo algo, contrário aquilo que o líder desejava julgando está correto. 
Nesse caso a culpa é do líder que não foi claro. O líder não deve supor que seus liderados 
entenderam, confirme se eles realmente entenderam seu comando. Sempre verifique se a 
tarefa foi compreendida. 
 
 
1 Bacharel em Teologia e Filosofia. Pós graduado: Psicopedagogia, Ciências da Educação, Didática do 
Ensino Superior e Tutoria em EAD. Escritor. Professor no Centro Universitário Uninta - UNINTA. 
A boa comunicação 
 
A primeira coisa a se dizer sobre a comunicação na liderança cristã é que ela deve 
existir, e que deve ser uma via de mão dupla. Alguns líderes simplesmente nunca podem 
ser encontrados. O telefone não atende nunca. Parece que ele se esconde dos seus 
liderados e não pode ser contatado, a não ser quando ele quer. Pessoas assim não devem 
ter cargos de liderança cristã. Um líder cristão deve ser uma pessoa acessível. Esse tipo 
de comportamento cria um vazio de liderança. O líder perderá sua liderança sem perceber. 
O líder deve ter a noção de que o mais importante são as pessoas, todas as outras coisas 
são secundarias. 
 
Alguns líderes agem como superficial dos seus liderados. Ficam o tempo todo de 
olho sobre as pessoas, observando cada detalhe do processo. O liderado se sente vigiado 
o tempo todo. Isso em vez de ajudar só atrapalha. Geralmente, quando vigiados, as 
pessoas tendem a trabalhar pior. Dê espaço para a pessoa respirar, para expressar sua 
criatividade e iniciativa. 
 
Depois de certificar que o liderado entendeu claramente a tarefa a ser realizada, 
deixe-a para que trabalhe à vontade. Em algum momento, sim, é necessário 
supervisionar, mas seja diplomático, faça perguntas como: Precisa de algo? Pergunte a 
seus subordinados o que pensam acerca da tarefa. Você descobrirá que não foi tão claro 
como imaginava ser. Faça isso, esclareça sem insultar a inteligência das pessoas. Frases 
como: Você não entendeu? Constitui um insulto à inteligência da pessoa. Não faça isso. 
Em vez disso diga: Acho que eu não fui claro. 
 
Decisões autocráticas 
 
Quando um líder toma decisões sem consultar seus iguais, ainda que 
subordinados, passa a ideia de que são insignificantes. O sentir-se menosprezado e não 
respeitado produz a mesma reação contra o líder. O grupo começa a desapreciá-lo e a não 
cooperar, até faltar-lhe o respeito. 
 
O líder que age assim passa a ideia que é mais sábio que as outras pessoas. 
Embora não seja essa a razão, tal atitude parece arrogante. O líder não deve subestimar a 
opinião dos seus liderados. Os líderes simplesmente querem conseguir as coisas feitas 
oportunamente. Decisões unilaterais não colaboram para o progresso da boa liderança 
cristã. 
 
A ideia de que o discernimento e a mente de um homem podem moldar e dirigir 
importantes interesses, e que ele deva ser considerado uma voz para as pessoas, 
é um grande mal e arrisca e continua a arriscar aquele que é colocado em posição 
de responsabilidade e aqueles que cooperam com ele. Deus não deu toda a 
sabedoria a um único homem e a sabedoria não morrerá com ele. Os que 
assumiram cargos de responsabilidade devem modestamente considerar as 
opiniões de outros como dignas de respeito e considerá-las tão corretas como as 
suas. Devem lembrar-se de que Deus justificou e valorizou outros homens assim 
como a eles, e que Deus está disposto a ensinar e guiar esses homens. (WHITE, 
2013, p.49). 
 
Decisões unilaterais, sem consultar os subordinados, causam dano nas relações. 
As decisões unilaterais são prejudiciais porque no âmbito cristão as pessoas são 
voluntárias. A pessoa tolera pouco o abuso quando não está obrigada a estar ali. É algo 
natural que as pessoas tendem a tratar os outros da forma que são tratados. Se 
mostrarmos estimação pela contribuição de nossos subordinados, eles provavelmente 
respeitarão nossas decisões. Se o líder demonstrar estima pelos seus liderados, é assim 
que será tratado. 
 
O líder não deve procurar seus liderados somente para corrigir rumos, ou 
demonstrar seu descontentamento com algo. Isso causa certa pressão sobre eles, sempre 
que uma reunião é marcada, eles se sentirão pressionados. Aos poucos o líder perderá 
seus liderados. 
 
A boa comunicação e a boa liderança andam juntas. Os líderes precisam ter um 
equilíbrio entre a excessiva e a pouca supervisão. O líder não deve esperar que seus 
liderados leiam sua mente, o líder deve falar claramente o que deseja que seja realizado. 
 
 
Afirmação Positiva 
 
Que tipo de ambiente se produz quando um líder busca seus liderados apenas 
para corrigir seus erros? Depende de o líder criar um ambiente positivo ou negativo de 
trabalho. Segundo alguns autores de cada dez comunicações com o subordinado, nove 
deveriam ser positivas. Isto inclui felicitá-los pelo trabalho bem feito. 
 
No lugar de trabalho, parece que os chefes têm medo de elogiar o empregado 
porque pensam que poderia pedir um aumento. Ainda que isto não é um fator na 
igreja, a necessidade de afirmação positiva é todavia mais aguda. Além do mais, a 
pessoa não está obrigada a estar ali. A seguir, algumas razões do porquê elogiar a 
nossa gente, de forma breve e sincera, é uma parte essencial da comunicação. 
(SMALLING, 2005, p.73). 
 
A afirmação positiva cria um ambiente de confiança mútua. Faz que as pessoas 
queiram viver segundo as expectações que você tem delas Jesus fez afirmações positivas de 
seus seguidores. Fez elogios em momentos específicos. Basta ler o evangelho e encontrará vários 
exemplos. As pessoas procuram viver de acordo com a imagem que o líder tem delas. 
 
As pessoas julgam o valor de um líder pela forma como ele os trata, pela 
segurança das suas decisões e como administra a Igreja do que pelos sermões que prega. 
As pessoas julgarão seu valor como líder, mais pela forma como você os trata 
pessoalmente que por qualquer outra qualidade. Os membros de uma congregação podem 
não entender de teologia, mas entendem muito bem da forma como o líder os trata. 
 
Ao fazer uma afirmação positiva, um elogio, uma felicitação, procure fazer da forma 
correta. Segue abaixo algumas sugestões nesse sentido. 
 
a) Seja breve: use menos de um minuto, mais do que isso pode parecer falsidade; 
b) Seja específico: aponte um detalhe, isso mostrará que prestou atenção, e não está 
apenas querendo ser amável; 
c) Expresse como se sente: isto demonstra que você é sensível. As pessoas perceberão 
que poderão tocá-lo emocionalmente. Isto é essencial para qualquer relação normal; 
d) Anime as pessoas a continuarem: incentive a continuarem mantendo a boa atitude e 
os preceitos éticos. 
 
Seguir esse padrão não é difícil, é até simples de aprender. Procure fazer disso um 
hábito, pratique isso com as pessoas durante a semana. Esse método pode ser aplicado 
em ambientes como empresas, serviços, na família e na Igreja. 
 
Não adule ninguém. Só faça um elogio se ele for verdadeiro. Do contrário, será 
falso. Ser honesto e verdadeiro é a única forma de comunicação que a Bíblia aprova. Se 
for parabenizar algum, faça imediatamente. Quanto mais cedo você falar à pessoa, logo 
que termina o trabalho, melhor será o efeito. Elogie diante de outras pessoas. A pessoa se 
sentirá honrada e reconhecida diante dos seus. Isso realmente motiva as pessoas. Veja na 
Bíblia o elogio que Jesus fez a Natanael, diante de outros discípulos: “Ao ver Natanael se 
aproximando, disse Jesus: Aí está um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade. Jo 
1. 47. 
 
Ao elogiar valorize o esforço e a estratégia, não a inteligência. Ao elogiar a 
inteligência está elogiando a pessoa e criando um rótulo. A pessoa com o tempo poderá se 
sentir pressionado em ter que manter a imagem de pessoa inteligente e isso poderá 
produzir alguns danos psicológicos. Esse princípio também deve ser observadoao elogiar 
seus filhos. 
 
É responsabilidade do líder, e não dos liderados, prezar pela boa comunicação. 
Devem sempre verificar se o que disse foi bem compreendido por seus liderados. O bom 
líder sempre deve reconhecer e elogiar seus liderados quando isso for verdadeiro. Isso cria 
um clima muito positivo. Se comunicar de forma simples e sincera cria um ambiente muito 
agradável propicio ao êxito. 
 
Como corrigir 
 
Uma parte da tarefa do líder é corrigir as pessoas quando estas erram. É uma 
situação que talvez preferíssemos não ter que fazer, pois cria uma tensão e leva a 
conflitos. Mas é um dever do líder corrigir e educar as pessoas no bom caminho da justiça 
e retidão. Se você adotar a forma correta essa tarefa será mais fácil. Vamos conhecer esse 
“sistema de repreensões”. 
 
Suponhamos que você pegou um membro da Igreja numa mentira, ou em outro 
pecado qualquer. Como lidar com esta situação? Não faça cinjo como se quisesse armar 
uma emboscada para ele. Seja direto e breve: 
- Você mentiu para mim, não é verdade? 
 
Ao confessar sua mentira, fale brevemente na natureza desse ato, se houver 
consequências mais graves as mencione e diga-lhe que precisa pedir perdão. Em seguida 
faça uma pausa (isso é importante) e aguarde a resposta dele. Se ele responder 
positivamente. Diga que o compreende e está disposto a ajudá-lo. Ele deve entender que 
você está ali para ajudá-lo sempre, e não para condená-lo. Esse sistema guarda certa 
semelhança com a afirmação positiva, note: 
 
a) Repressão imediata: esperar danifica a relação; 
b) Ser breve: evitou dar sermão; 
c) Ser específico: não chamar a pessoa de mentiroso, mas apontar apenas a mentira; 
d) Explicar como você se sentiu: você é um pastor, não um juiz; 
e) Pausa incomoda: dar tempo para o arrependimento; 
f) Afirmação do compromisso: perdão e compromisso em ajudar. 
 
Coisas importantes a se evitar: 
a) Não repetir a repreensão. Se a pessoas aceitou a repreensão na primeira tentativa, não 
faça sermão sobre o tema posteriormente. Isso poderia ter algum efeito no caso da pessoa 
não ter aceitado a exortação; 
b) Não mencionar erros passados. Isso acontece frequentemente em brigas de casais, 
mas nunca numa exortação cristã; 
c) Faça diferença entre a pessoa e o pecado, o pecado e o pecador e d) Não tente manipulá-lo 
começando com elogios e terminando com repreensão. 
 
 
Níveis de repreensão 
 
Embora todo pecado seja grave, necessitando ser confessado e deixado, não 
podemos perder o senso das proporções. Os pecados não são iguais em suas 
consequências. Não podemos dizer que uma mentira tenha o mesmo peso de um 
assassinato. 
 
A repreensão deve se um processo progressivo. Na primeira vez com certo grau de 
gentileza. Se a pessoa não muda, repreendemos com mais firmeza. 
 
Uma repreensão não precisa ser a gritos nem autoritária. A primeira sessão pode 
ser dentro do aconselhamento. A segunda, uma repreensão mais firme. Quando a 
pessoa se dá conta de que a próxima repreensão vai ser mais severa ou que vai 
resultar em disciplina, tem mais cuidado. A repreensão é um ato de amor de Deus e 
do líder que repreende. A pessoa que recebe a repreensão pode pensar que não é 
assim. Paulo encontrou esta reação nos Coríntios e nós devemos estar preparados 
para o mesmo. (SMALLING, 2013, p. 88). 
 
 
A Consciência Cauterizada 
 
A mente humana tende a acomodar e acalmar as crises internas, o conflito mental 
entre o certo e o errado. Quando alguém insiste em continuar pecando, a sua mente tende 
a justificar o pecado, considerando inofensivo. A pessoa passa a defender aquilo que antes 
considerava errado. O pastor como conselheiro precisa lidar com isso. 
 
Algumas diretrizes de como lidar com isso. Seja direto e claro. Seja sério, porém 
amável. Lembre-os dos preceitos morais contidos nos dez mandamentos. Fique atento nas 
tentativas de justificar o pecado (se houver). Saliente o pecado como uma ofensa a Deus, 
sobretudo. Se necessário recorra à disciplina da Igreja. 
 
 
O Arrependimento superficial 
 
Algumas pessoas dizem-se arrependidas, mas nem sempre essa experiência é 
genuína. Como saber se o arrependimento foi superficial? Geralmente essas pessoas 
demonstram as seguintes reações: apresentam justificativas, culpa os outros e ameniza 
seu comportamento. Podem criticar a forma como foram repreendidas, alegando falta de 
amor da pessoa que o repreendeu. Podem buscar conselhos daquelas pessoas que as 
apóiam incondicionalmente, pode ser familiar, em busca de autojustificação. Isso pode 
ainda causar problemas coma liderança da igreja criando divisões dos prós e dos contra. 
Outra estratégia pode ser tentar mudar de igreja, como uma estratégia para fugir da 
disciplina. Daí a importância das Igrejas adotarem a Carta de Recomendação para 
qualquer membro que queira ser aceito em outra congregação. 
 
O arrependimento verdadeiro está normalmente acompanhado duma atitude de 
contrição. 
 
Quando o Senhor contrapôs seu poder e majestade aos argumentos de Jó, a 
reação daquele homem foi a mais absoluta humildade. Tendo sido disciplinado, ele 
não tentou se defender nem ponderar sobre seus sentimentos. Antes confessou 
sua humanidade e calou-se. Mesmo depois que Jó admitiu a própria insignificância 
e presunção, Deus proferiu um segundo discurso com descrições vividas do seu 
poder para controlar as coisas. Afirmou gloriar-se no poder do Beemote (v. 15) e na 
ferocidade do Leviatã (41.1), e perguntou a Jó se ele ousava se aproximar de 
qualquer dos dois. Dessa vez, Jó respondeu com profundo arrependimento, 
evidenciando claramente a diferença entre ele e seus amigos. Os líderes de Deus 
se sentem seguros o suficiente para se arrependerem quando errados. Não sentem 
a necessidade de ressaltar o próprio valor, de defender cada movimento que fazem 
ou arranjar desculpas para seus fracassos. No fim, Deus repreendeu os amigos de 
Jó e o recompensou — mas não antes do fim. (MAXWELL, 2010, p. 368). 
 
Esses são os sinais de que uma pessoa não está genuinamente arrependida: 
colocar a culpa nos outros, pôr a culpa nas circunstâncias, na natureza humana (por que 
Deus me fez humano?); dar outro nome ao pecado (atitude equivocada, um equívoco); 
justificar-se dizendo que foi uma provação, é culpa da sua imaturidade; se colocar como 
uma vítima, ou até mesmo culpar o diabo; minimizar o pecado, considerando algo comum 
que todo mundo faz; confessar vagamente, em termos gerias, “desculpe-me pelo que fiz”, 
sem dizer realmente o que fez. 
 
Ao ter que lidar com esse tipo de situação, o líder deve ajudar a pessoa em pecado 
a ver com clareza o pecado cometido. Para isso basta fazer a pergunta: o que realmente 
você fez? Por outro lado, o pecador pode cair na armadilha diabólica do remorso. O 
apóstolo Paulo teve que lidar com isso, no caso do homem incestuoso que estava sendo 
corroído pelo remorso. II Cor 2.7. 
 
Aplicando a disciplina 
 
Não poucas vezes um líder cristão terá que aplicar disciplina em alguns membros 
rebeldes ou desobedientes. Essa realmente não é uma tarefa muito popular. Nem tudo 
pode ou deve ser explicitado diante da congregação em seus mínimos detalhes, e isso 
pode gerar incompreensões e críticas ao líder. Existem pessoas bem articuladas e podem 
jogar os membros contra o líder, acusando perseguição, entre outras coisas. Isso pode 
dividir uma igreja, gerar muitos ruídos e problemas. Se aplicar a disciplina poderá parecer 
severo, se não aplicar será considerado relapso. 
Não são raros os casos em que congregações se dividem em torno do problema 
de disciplina de seus membros. Algumas não aplicam a disciplina com medo de perder 
seus membros. O fato de nem tudo ser possível explicar em público, às vezes gera 
incompreensões por parte da congregação. É claro que a disciplina nunca pode ser um ato 
arbitrário, ou de perseguição a algum membro. O membro deve ter a oportunidade de se 
defender diante de uma comissão. Porém, o lídercristão precisa ser integro, e por isso terá 
que aplicar a disciplina quando oportuno. 
 
Alguns cuidados devem ser observados ao disciplinar os que erram, não recorrendo 
a medidas drásticas desnecessariamente: 
 
Não se deve recorrer a medidas drásticas ao se lidar com os que erram; medidas 
mais suaves produzirão muito mais efeito. Lancem mão de métodos mais suaves 
com a maior perseverança, e se não surtirem efeito, esperem pacientemente. 
Jamais se apressem em desligar um membro da igreja. Orem por ele e vejam se 
Deus não mudará o coração do errante. A disciplina tem sido grandemente 
pervertida. Aqueles que têm defeitos de caráter têm sido muito apressados em 
disciplinar outros e, assim, toda disciplina tem caído em descrédito. Lamento dizer, 
mas ira, preconceito e parcialidade têm tido muito lugar para exibição, e a disciplina 
adequada tem sido estranhamente negligenciada. Se aqueles que lidam com os 
que erram tivessem o coração pleno de ternura, que espírito diferente prevaleceria 
nas igrejas! Que o Senhor possa abrir os olhos e suavizar o coração daqueles que 
têm demonstrado um espírito ríspido, não perdoador e inflexível para com aqueles 
que eles pensam estar em erro. Tais homens desonram seu cargo e desonram a 
Deus. Eles magoam o coração de Seus filhos e os compelem a clamar a Deus em 
sua angústia. Certamente o Senhor ouvirá o seu clamor e julgará todas essas 
coisas. (WHITE, 2013, p. 94 e 95). 
 
É difícil tratar com pecados graves. Mas o líder cristão não deve evitar essa tarefa. 
Deve aconselhar orientar com amor, com paciência e firmeza ele deve cumprir sua 
obrigação, e quando necessário, deve aplicar a disciplina. Isso faz parte da sua tarefa, do 
cuidar do rebanho. Deus abençoará o líder que cumpre fielmente seu trabalho de forma 
integra. 
 
Lidando com os lobos 
 
Há outros tipos de problemas que o líder precisa lidar. Existem aqueles casos de 
pessoas que querem “destruir” o rebanho, a Bíblia os chama de lobos. “Eu sei que, depois da 
minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho”. Atos 20:29. 
Cuidar do rebanho contra os lobos é uma tarefa essencial do pastor de ovelhas. 
 
Esses lobos podem ser pessoas de fora da Igreja que espreitam o rebanho e logo 
que o líder, ou missionário se afasta eles se aproximam para desviar os crentes da fé. Mas 
existem outros, talvez mais perigosos, os de dentro. 
 
E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando 
coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Atos 20:30. Essas 
pessoas geralmente estão cheias de orgulho e ambição. Sempre estão insatisfeitos 
com alguma coisa e o Diabo começa a usá-las. (Tg. 3:14-16) 
 
Deus permite que tudo isso aconteça para ser revelado os verdadeiros crentes a 
fim do líder saber realmente com quem pode contar. II Cor.11:19. Geralmente esses falsos 
crentes agem as escondias do líder. João.10:1-2. Visitam as ovelhas em suas casas. 
Disfarçam-se de ovelhas e buscam autoridade e posição. Mat. 7:15-17. 
 
Aos poucos eles vão roubando a confiança das ovelhas no seu líder. Geralmente 
por meio de críticas na ausência (II Jo.9-10). Toda pessoa, inclusive um líder tem seus 
pontos fracos (até Paulo tinha os seus), mas isso não dá o direito de pessoas o destruírem 
com críticas. (II Cor.10:10). 
 
Vangloriar-se da sua própria espiritualidade é uma característica dessas pessoas. 
(II Cor.10:12). Consideram portadoras de uma nova luz até então ignorada pelo pastor e 
demais membros (II Tes. 3:6). Tendem a provocar divisões (Rom.16:18). E eles possuem a 
expertise de procurar os membros mais fracos. 
 
Alguns conselhos bíblicos de como lidar com esse problema: 
 
a) Ser firme com os lobos (“Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e 
segunda vez. Tito 3:10). Se um membro de uma seita visita as igrejas, pede endereço aos 
membros para visitá-lo, o líder precisa agir rápido. E firme ao lidar com ele. Uma 
advertência a partir do púlpito pode até ser necessária. 
 
b) Prepare membros maduros para enfrentar os lobos. Isso ajuda a interceptar os mal 
intencionados. Qualquer membro maduro pode fazer essa tarefa de proteger os mais 
fracos. 
 
Mas, como lidar com as pessoas problemáticas? As pessoas problemáticas devem 
ser tratadas de forma um pouco diferente que as que têm outro tipo de problemas. Os 
problemáticos têm a tendência de querer controlar e manipular as pessoas. Suas queixas e críticas 
causam divisão. Querem poder, nunca concedam poder a essas pessoas. 
 
Um sinal evidente de que está lidando com um problemático é a queixa 
persistente. Ele vai criticar tudo, especialmente a liderança da Igreja. Se metem em 
assuntos que não são chamados. 
 
Essas pessoas são o maior problema que você terá que lidar. Porque elas têm o 
poder de destruir e dividir o rebanho. Esses casos são diferentes do normal, onde teria que 
lidar com paciência e simpatia. Siga as orientações de Paulo. Ele ordenou em Tito 3:10 
não são meras sugestões. Ele não disse: “aconselha-o”, mas sim “admoesta-o”. Dê-lhe não 
mais de duas advertências. 
 
Isto pode parecer severo, sem misericórdia. No entanto, devemos ter em mente 
que nossa compaixão é em primeiro lugar para com o rebanho que Deus tem posto sob 
nosso cuidado e proteção. Não ceda aos argumentos dos problemáticos. Não argumente 
com eles. Não ceda aos seus apelos. Nesse momento amabilidade pode ser confundida 
com fraqueza, para o problemático. 
 
Não conceda a essas pessoas autoridade sobre seus irmãos. Isso não irá calá-las, 
mas usarão o prestígio do cargo para ampliar seus projetos. Evite escutá-los longamente, 
eles usaram todo o tempo possível para lhe convencer de que elas estão certas. É 
perigoso ser paciente com essas pessoas. 
 
Smalling em seu livro Liderança Cristã menciona que Haughk, em seu livro 
intitulado Os problemáticos, ele nos dá algumas sugestões em lidar com eles em dois 
encontros sucessivos. 
 
a) Você escolhe o lugar e a hora. Não permita que a problemática escolha. Escolha um 
local que você se sinta cômodo, determine o tempo e cumpra com o horário. No máximo 
20 minutos. 
b) Fale o menos possível. Deixe-o falar. Eles costumam pegar as suas palavras e 
distorcer o sentido tirando do contexto. 
c) Faça anotações e comunique o fato com outros líderes. 
d) Não se ponha na defensiva. Você não deve explicações a ele, mas a deus e a outros 
líderes. 
e) Não discuta com ele, você não vai conseguir mudá-lo de ideia. 
f) Deixe claro, ainda que indiretamente, que ele não terá o controle que pretende. 
g) Proíba-o de discutir seus problemas com outros membros. 
 
Na hipótese do problemático não ter mudado seu comportamento, uma segunda e 
última reunião será necessária, agora com a presença de outros líderes da igreja. Nessa 
reunião os líderes devem estabelecer limites às atividades da pessoa problemática. Devem 
adverti-lo que se ele cruza as fronteiras, pode ser excluído por causar divisão. Esclareça 
que esta segunda admoestação é a última. 
 
Essas pessoas podem aparecer em qualquer Igreja, a qualquer momento, e os 
líderes devem ter um plano compartilhado com a Igreja e como lidar com o assunto. Alguns 
líderes querem tratar o assunto com amor e paciência, o que é um erro. Não despreze as 
orientações de Paulo. Tito 3:10:“Quanto àquele que provoca divisões, advirta-o uma 
primeira e uma segunda vez. Depois disso, rejeite-o”.Os membros da igreja precisam de 
instrução no trato com os problemáticos. 
 
Lidando com os conflitos 
 
Sem dúvida, o líder deve ser um mediador de conflitos entre duas partes. O líder 
deve saber lidar com conflitos. Suponhamos que seja um conflito relativamente menor, são 
pessoas que se conhecem. Às vezes o líder é o último a saber, porque as pessoas não 
costumam contar-lhe seus conflitos com medo de serem reprovadas. 
 
Alguns sintomas são indícios de que uma crise está a caminho, o líder precisa estar atento: 
 
a) Formação de grupos. É natural pessoas amigas criarem umgrupo com maiores 
afinidades. Parece que até entre os apóstolos havia esses pequenos grupos por afinidade. 
Mas quando surgem mais de um grupo e estão em discórdia, isso pode ser um problema; 
b) Ausência nas reuniões. As pessoas podem estar buscando outras congregações em 
virtude de alguns conflitos. Fale abertamente com essas pessoas e observe suas 
respostas; 
c) Isolamento. Busque essas pessoas para saber o que está acontecendo; 
d) Sarcasmo. O sarcasmo é sintoma de malícia e deveria ser tratado como tal, e não 
como se fosse um mero comentário. 
 
O fato de você ser o líder não significa necessariamente que deverá ser o 
mediador de um conflito. Se uma das partes acha que você já possui um lado, que não 
conseguirá ser imparcial veja a possibilidade de o mediador ser outra pessoa que possua 
autoridade espiritual, e aceita pelas partes como um mediador isento. 
 
Inicialmente o líder deve buscar ajuda divina. Em seguida conscientizar as partes 
envolvidas os prejuízos que tal conflito está produzindo na igreja ou a equipe de trabalho. 
Deixe claro o motivo por que tal conflito deve cessar. Deixe claro que você não é um juiz e 
que buscará a solução conjuntamente. E que buscará uma solução viável para todos. 
Estabeleça as regras que serão seguidas na reunião e a ordem de quem vai falar. Um em 
seguida do outro, e que os comentários devem ser dirigidos a sua pessoa e não às partes. 
 
Cada parte apresenta sua parte sem atacar os outros, procurando exprimir sua 
opinião com o menos de emoção possível. Se a reunião ficar muito tensa, peça para as 
pessoas darem por escrita suas sugestões para resolver os conflitos. Compare essas 
sugestões com as suas. Veja se existem soluções comuns. Chegando em um acordo, peça 
para as partes se comprometerem com a solução. Caso as partes não tenham sugerido 
nenhuma solução, você terá que dar essa solução. 
 
Aplicando a diplomacia 
 
A boa diplomacia recomenda algumas técnicas de mediação que apresentaremos 
rapidamente. A primeira delas é evitar que haja ganhador e perdedor. Procure sempre uma 
solução que seja boa para ambos. A segunda regra é a da tríplice opção. Procure 
encontrar entre duas opções radicais, uma terceira opção. Não dê para a pessoa apenas a 
opção do sim ou não. Veja a possibilidade de uma terceira opção. 
 
O dilema enfrentado pelos dois meninos que desejam o mesmo pedaço do bolo 
pode ser uma boa ideia a seguir aqui. A solução está em deixar um cortar e o outro 
escolher o primeiro pedaço. O primeiro, que vai cortar o bolo, se sentirá motivado a cortar o 
bolo de maneira mais justa possível, pois sabe que o outro terá a primeira opção de 
escolher o pedaço que deseja. Podemos usar esse princípio ao distribuir deveres e 
responsabilidades na igreja. Se existem planos conflitantes, peça para as partes 
escreverem um plano mais equilibrado. 
 
Quando a decisão é sobre algo mais simples, sem consequências mais sérias, 
pode-se simplesmente lançar sorte e decidir. Algumas decisões podem ter caráter 
momentâneo, se não der certo se reavalia. Em vez de se colocar como alguém que está 
mandando alguém fazer algo, apresente-se como alguém que está precisando de ajuda. 
Diga: 
- Você poderia me dá uma ajudar? 
Em alguns casos o motivo pode ser outro totalmente diferente do imaginado, às 
vezes pode ser apenas um desejo de maior reconhecimento. 
 
A Tomada de Decisões 
 
Tomar decisões nem sempre é fácil, às vezes temos que escolher entre duas 
posições que são razoáveis. Nem sempre está clara a decisão mais correta. Mas é por isso 
que se necessita de líderes, se as coisas estivessem sempre claras não era necessário 
líderes. Tomadas de decisões sempre implica em riscos. Acreditamos que uma vida 
devocional forte é fundamental para as tomadas de decisões, porque vidas serão afetadas 
pela decisão do líder. 
 
Antes de tomar uma decisão é preciso investigar bem a questão. É preciso ser um 
investigador nessa hora. Não se deixe guiar por sentimentos de empatia ou preconceito, 
procure seguir as pistas, independentemente de onde ela os leve. Não tome lado 
antecipadamente. 
 
Tomar decisões corretas dependem muito da vida devocional do líder. Mantenha 
seu culto particular diário, anote em um caderno o que Deus está te ensinando todos os 
dias por meio de Sua Palavra. Deus pode se comunicar com você na solução de seus 
problemas por este meio. Veja se já não existe na própria Palavra a resposta que você 
precisa para resolver o determinado problema na Igreja. Deus ainda fala hoje por meio de 
Sua Palavra, não deixe de crer nisso. 
 
Veja como os apóstolos faziam para conhecer a vontade de Deus: “E, servindo 
eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo 
para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as 
mãos, os despediram”. Atos 13:2-3. 
 
Use o cérebro. Isso significa que usar à lógica não é errado. Ao contrário, devemos 
usá-la, pois a racionalidade é um dom divino. Mas nunca deixe de consultar o Senhor. 
Também consulte seus colegas de ministério. “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas 
na multidão de conselheiros há segurança”. Pv. 11:14. Não é errado tirar proveito da 
sabedoria de colegas de ministério. 
 
O processo de maturação 
 
Dê algum tempo e os dados corretos e seu cérebro poderão te dar a resposta. Não 
há nada de estranho aqui. Deus criou nosso cérebro como um computador. Se você der os 
dados ele vai trabalhar e poderá trazer a resposta. A mente trabalha de acordo com 
normas e certa lógica. Mas é preciso que esteja relaxado. Muita tensão e preocupação não 
ajudam em nada, ao contrário. Isso aconteceu com o grego Arquimedes, comigo e com 
muitos outros. Impressionantemente a resposta veio depois de um leve período de 
relaxamento. A famosa frase de Arquimedes: 
- Eureca! Gritou. 
 
Por fim, tomada de decisões não é um processo místico. Ordinariamente é uma 
mescla do subjetivo e o objetivo que o líder crê que Deus lhe está mostrando por meio da 
Palavra e o Espírito, junto com os fatos do caso. 
 
Defendendo-se 
 
O líder poderá sofrer ataques verbais em algum momento. Quando e aconselhável 
que se defenda? É legitimo para defender alguma verdade doutrinária ou quando seu 
ministério é colocado em dúvida. Paulo precisou defender seu ministério quando esse foi 
atacado. “Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por tribunal 
humano; nem eu tampouco julgo a mim mesmo.” 1Cor. 4:3. 
Caso o membro possua uma queixa legítima ele pode apresentar aos superiores 
do líder. Todo sistema de governo tem seu mecanismo pelo qual o membro pode 
apresentar sua queixa contra o pastor. Pode ser um corpo de presbíteros, ao pastor 
presidente, ao bispo, os termos mudam de acordo como o modelo administrativo 
eclesiástico. Mas sempre seguindo as orientações de Jesus nesse tema, “ir ter com teu 
irmão em particular”. Mat 18.15. 
 
 
Lidando com os críticos 
 
Em toda igreja existe aquela pessoa crítica, na maioria das vezes são críticas não 
procedentes. Mas também não são problemáticos ao ponto de merecer uma disciplina ou 
coisa do tipo, são apenas queixosos habituais. Vejamos algumas orientações de como lidar 
com elas. 
 
Não responda aos ataques, porque a intenção é que você se defenda. Desvie o 
foco fazendo outras perguntas que leve a outro tema. Suponhamos que um membro o 
procure e lhe diga: 
- Por que você sempre prega sobre...? Você poderia responder: 
- Desde quando você acha que eu prego exclusivamente sobre o tema da 
condenação? 
Desta forma você evita se colocar na defensiva. Não tende dar explicação. 
Coloque o crítico na posição defensiva. Questione sua percepção. Não responda de forma 
defensiva ao ataque. Fale da situação como se esta fosse uma questão objetiva e 
impessoal que não tem nada a ver com você. 
 
Diante de um ataque aos membros do seu conselho ministerial, uma resposta 
abstrata, pode ser o melhor caminho. Uma resposta assimdesvia o ataque, que seria 
pessoal, tornando-se impessoal. E ajuda o crítico na sua ignorância, expondo o problema 
num campo mais teórico que demanda estudo e conhecimento. Para se opinar com 
competência. Se você aceita a crítica eleva para o campo pessoal certamente o resultado 
disso será um conflito e desentendimentos. 
 
Geralmente essas críticas são feitas de público, e é assim que devem ser tratados 
tais ataques. Por outro lado, se a crítica for feita no privado, poderá discutir livremente o 
assunto com ele. Existem outras técnicas que ilustram os princípios básicos para lidar com 
abusadores verbais. Um líder pode defender a si mesmo verbalmente, se a validez do seu 
chamado ou da verdade do seu ensino é atacado. Cada ministro parece ter seus críticos 
autodeclarado. O uso do tato pode ajudar a desviar os ataques e sair são e salvo. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Em conclusão podemos afirmar que a boa comunicação é imprescindível a boa 
liderança. Os líderes precisam ser entendidos, e isso depende deles mesmos, os liderados 
não podem adivinhar o que o líder quer, ele precisa ser claro, e sempre se certificar de que 
realmente o foi. Vimos que entre as tarefas de um líder cristão está a de corrigir os 
membros. Por mais incomoda que essa tarefa seja ela precisa ser realizada, com amor e 
tato. Se for feita da forma correta trará menos prejuízos para o membro e a própria igreja. 
Algumas pessoas só aparentarão arrependidas quando na verdade não estão isso requer 
uma perspicácia da parte do líder para discerni-las e segundo as orientações correta trata 
com as mesmas no espírito de Cristo. 
 
Entendemos que ao líder compete tratar com pessoas de fora e de dentro que se 
comportam como lobos que querem destruir o rebanho. São pessoas que se aproximam 
dos membros da Igreja para recrutá-las para sua seita, geralmente são pessoas heréticas 
que querem desviar as ovelhas do Senhor. Não somente o líder mais os próprios membros 
mais maduros devem estar preparados para defender a Igreja de tais ameaças. Mas o líder 
também deve saber tratar com membros que se opõe a liderança local, que estão sempre 
insatisfeitos e causando divisão. Essas pessoas nunca podem receber autoridade sobre 
seus irmãos, isso só iria aumentar o problema. Tais pessoas devem ser repreendidas no 
máximo duas vezes, como ensina a Bíblia. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 
 
BLANCHARD, Kenneth. Ejecutivo al Minuto. Editorial Berkley: Berkley, CA, 
1984. 
 
Hans Finzel. 10 Erros que um líder não pode cometer. São Paulo: Vida 
Nova, 1997. 
 
HAUGHK, Kenneth. Problemáticos: Antagonistas En La Iglesia. Augsburg 
Press: Minn, MN 1988. 
 
MAIRINS, Simão; MELLO, Fábio Bandeira de. 10 Ensinamentos para ser um 
líder de alta performance. Brasil, 2015. 
 
MAXWELL, John C. Liderança. Inspiração para cada dia do ano. Editora 
Vida: São Paulo, 2010. 
 
MUZIO, Rubens. O DNA da liderança Cristã. São Paulo: Mundo Cristão, 
2007. 
 
RAHM, Haroldo J. Treinamento de Liderança. São Paulo: Edições Loyola, 
1998. 
 
SHEDD, Russell P. O Líder que Deus usa. São Paulo: Via Nova, 2000. 
 
SANDER, Oswaldo J. Liderança Espiritual. Mundo Cristão: São Paulo, 2007. 
 
SMALLING, Roger. Liderança Cristã. E-book. Amazon. 2005. Disponível 
em:< http://www.monergismo.com/textos/livros/lideranca-crista_smalling.pdf>. 
 
A FORMAÇÃO DE NOVOS LÍDERES 
 
Prof. Antonio G. Sobreira1 
 
RESUMO: Este texto aborda a temática da formação de novos líderes. Avalia o 
método bíblico que aponta a mentoria ou o discipulado como o método ideal para a 
formação dos novos líderes. Também faz uma avaliação entre a cultura oriental e 
ocidental e como isso influenciou na forma de conceber um método na formação de 
novas lideranças. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Formação de líderes; Mentoria; Discipulado. 
 
 
Diretrizes bíblicas 
 
A Bíblia, que foi escrita dentro da cosmovisão oriental. Ela fornece os 
princípios gerais da liderança cristã, mas não só isso, também o método, as 
orientações para a formação de líderes. Esse processo é apresentado de forma 
simples, um líder prepara um dos us seguidores, o que comumente é chamado de 
mentoria ou discipulado. Esse processo pode ser observado entre Moises e Josué, 
Elias e Eliseu, Jesus e os discípulos, Paulo e Timóteo, entre outros. 
 A primeira coisa que salta aos olhos ao examinarmos esse modelo é o 
aspecto relacional e a sua dimensão holística. Envolve a pessoa como um todo, seu 
corpo, suas emoções e alma (espírito). Em muitos seminários teológicos o critério 
para formar um líder cristão é por meio de uma formação acadêmica, que 
geralmente consiste na oferta de disciplinas onde a capacidade intelectual é 
provada. Mas seria esse tipo de formação aquela apontada pela Bíblia? 
 Não podemos negar a importância de disciplinas acadêmicas, mas de acordo 
com a visão bíblica, não é o mais importante, não é a prioridade, segundo essa 
visão. O que vemos é o relacionamento acima de tudo, primeiro com Deus e depois 
com um líder capaz. 
 
1
 Bacharel em Teologia e Filosofia. Pós-graduado em Ciências da Religião, Psicopedagogia, Didática 
do Ensino Superior e Tutoria em EAD. 
A preparação bíblica para liderança é holística. Primeiro envolve nosso 
relacionamento com Deus. A vida devocional é o mais importante, é o essencial. 
Uma formação acadêmica é algo posterior, vem em segundo plano. Na relação entre 
Paulo e Timóteo observamos Paulo preocupado com aspectos da saúde de Timóteo. 
“Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu 
estômago e das tuas frequentes enfermidades”. I Tim. 5:23. Ele está a aconselhando 
em uma área privada da vida de Timóteo, o que poderia ser encarado como 
intromissão na verdade isso também parte da preparação do jovem líder, como 
dissemos, a visão é holística. Paulo demonstrou amor e cuidado por Timóteo. 
 Então esse é um princípio que temos que considerar, o preparo dos líderes 
deve ser holístico. Isso não significa que o preparo intelectual deva ser 
desconsiderado. Também ele não substitui a formação acadêmica. Mas do ponto de 
vista bíblico esse aspecto é o que mais se destaca. Assim, nos parece que a 
formação holística junto a um mentor parece sim ser mais importante que a 
formação acadêmica. 
A formação acadêmica é secundária e pode até ser suprida por meio de uma 
formação autodidata por meio de livros. Esse conhecimento teórico pode ser assim 
adquirido. Mas o que dizer de um líder que tenha bom conhecimento acadêmico, 
mas não sabe se relacionar com as pessoas, que tenha uma vida familiar 
desorganizada, vida devocional fraca, não saiba se relacionar com seus colegas? 
De que servirá seu conhecimento acadêmico? Os títulos não o salvarão. 
Não devemos achar que os líderes bíblicos desprezavam o conhecimento. 
Muitos deles escreveram livros que orientam as pessoas ainda hoje. Não eram anti-
intelectuais. Moisés, Paulo, entre outros tinham bastante conhecimento. Ainda assim 
o conhecimento acadêmico, embora essencial ou importante não é o principal. 
Existem correntes que não valorizam o conhecimento acadêmico. Não é o 
nosso caso. Eles acham que o conhecimento intelectual é totalmente dispensável e 
defendem uma espécie de conhecimento místico, como se Deus falasse tudo que 
eles precisam saber diretamente na sua mente. O que devemos concluir é que o 
trabalho do mentor é inseparável do acadêmico. 
 O trabalho do mentor ao reparar novos líderes tem método. O método é 
modelar e ensinar. No modelar o líder (mentor) faz o que deve ser feito e o discípulo 
procura fazer também, seguindo o exemplo do mentor. No ensino, o mentor explica 
o porquê faz da forma como faz e não de outra forma. 
Teria Jesus Cristo, o maior líder que a humanidade já viu, seguido esse 
método? Vamos lá, ele fez coisas como expelir demônios e curou enfermos. Depois 
mandou seus discípulos fazerem o mesmo. Deu certo. 
Mas houve uma ocasião,

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