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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Mecanismo de ação .................................................. 5
3. Espectro de atividade e mecanismos de resistência .............................6
4. Farmacocinética .......................................................10
5. Usos clínicos ..............................................................12
6. Efeitos adversos .......................................................16
Referências bibliográficas .........................................19
3AMINOGLICOSÍDEOS
1. INTRODUÇÃO
O grupo dos aminoglicosídeos inclui a 
gentamicina, a tobramicina, a amica-
cina, a plazomicina, a estreptomicina, 
a paromomicina, a espectinomicina e 
a neomicina. Esses fármacos são uti-
lizados principalmente no tratamento 
de infecções causadas por bactérias 
aeróbicas gram-negativas. 
Em contraste com a maioria dos ini-
bidores da síntese microbiana de 
proteínas, que são bacteriostáticos, 
os aminoglicosídeos são inibidores 
bactericidas da síntese proteica. 
MEMBRANA CELULAR
PAREDE CELULAR
Ribossomos
DNA
RNAm
ATHF
PABA
Inibidores do 
metabolismo
Inibidores da síntese 
da parede celular
Inibidores da síntese 
de proteínas
Inibidores da 
função ou síntese 
de ácidos nucleicos
Inibidores das funções 
da membra celular
Sulfonamidas
Trimetoprima
β-lactâmicos
Vancomicina
Daptomicina
Telavancina
Fosfomicina
Tetraciclinas
Aminoglicosídeos
Macrolídeos
Clindamicina
Cloranfenicol
Linezolida
Fluoroquinolonas
Rifampicina
Isoniazida
Anfotericina B
Polimixina
Figura 1. Classificação de alguns antibacterianos pelo seu local de ação.
Legenda: ATHF, ácido tetra-hidrofólico; PABA, ácido paraminobenzoico.
Fonte: Farmacologia Ilustrada, 2016
Esses agentes contêm aminoaçúca-
res ligados a um anel aminociclitol por 
ligações glicosídicas. Trata-se de poli-
cátions, cuja polaridade é responsável, 
em parte, pelas propriedades farma-
cocinéticas compartilhadas por todos 
os membros desse grupo. Por exem-
plo, nenhum deles é adequadamente 
absorvido após a administração oral, 
são obtidas concentrações inadequa-
das no líquido cerebrospinal (LCS), e 
todos sofrem excreção relativamente 
rápida pelo rim normal. 
SE LIGA! O termo “aminoglicosídeo” se 
origina da sua estrutura: dois aminoaçú-
cares unidos por ligação glicosídica a um 
núcleo hexose central.
4AMINOGLICOSÍDEOS
Embora os aminoglicosídeos sejam 
fármacos importantes e amplamen-
te utilizados, a sua grave toxicida-
de limita a sua utilidade. Todos os 
membros do grupo compartilham o 
mesmo espectro de toxicidade, mais 
notavelmente nefrotoxicidade e oto-
toxicidade, que pode acometer tanto 
as funções auditiva quanto vestibular 
do oitavo nervo craniano.
SE LIGA! A aplicação clínica mais co-
mum dos aminoglicosídeos (como mo-
noterapia ou como parte da terapia 
combinada) é para o tratamento de in-
fecções graves causadas por bacilos 
gram-negativos aeróbicos. Embora me-
nos comum, os aminoglicosídeos (em 
combinação com outros agentes) tam-
bém foram utilizados para o tratamento 
de infecções gram-positivas seleciona-
das. Além disso, certos aminoglicosíde-
os demonstraram atividade clinicamente 
relevante contra protozoários (paromo-
micina), Neisseria gonorrhoeae (especti-
nomicina) e infecções por micobactérias 
(tobramicina, estreptomicina e, mais co-
mumente, amicacina).
MAPA MENTAL: INTRODUÇÃO
Gentamicina
AMINOGLICOSÍDEOS
Inibidores bactericidas 
da síntese proteica
Representantes
Toxicidade importante
Principal uso: bactérias 
aeróbicas gram-negativas
Tobramicina
Estreptomicina
Espectinomicina
Nefrotoxicidade
Ototoxicidade
Amicacina
Plazomicina
Paromicina
Neomicina
5AMINOGLICOSÍDEOS
2. MECANISMO DE AÇÃO
Os aminoglicosídeos difundem-se 
por meio de canais porina na mem-
brana externa dos microrganismos 
suscetíveis. Esses microrganismos 
também têm um sistema dependente 
de oxigênio que transporta o fármaco 
através da membrana citoplasmática. 
Dentro da célula, eles se fixam na su-
bunidade ribossomal 30S, onde in-
terferem com a montagem do apare-
lho ribossomal funcional e/ou causam 
a leitura incorreta do código genético 
pela subunidade 30S do ribossomo 
completo. 
Os aminoglicosídeos se ligam a 
subunidade 30S distorcendo sua 
estrutura e causando leitura incorreta do 
RNAm
RNAm
Figura 2. Mecanismo de ação dos aminoglicosídeos.
Fonte: Farmacologia Ilustrada, 2016
Bloqueia a iniciação da 
síntese de proteínas
Bloqueia a posterior 
tradução e estimula a 
terminação prematura
Incorporação de 
aminoácidos incorretos
Aminoglicosídeo
Proteína madura
Polipeptídeo crescente
Direção da tradução 
do mRNA
Figura 3. Efeitos dos aminoglicosídeos sobre a síntese de proteínas. A. O aminoglicosídeo (representado pelos círculos 
vermelhos) se liga à subunidade ribossômica 30S e interfere na iniciação da síntese de proteínas fixando o complexo 
ribossômico 30S-50S no códon de iniciação (AUG) do mRNA. Enquanto os complexos 30S-50S localizados a jusante 
completam a tradução do mRNA e se liberam, os complexos de iniciação anormais, chamados de monossomas da 
estreptomicina, acumulam-se bloqueando a posterior tradução da mensagem. O aminoglicosídeo que se liga à subu-
nidade 30S também causa erro de leitura do mRNA, levando a B, terminação prematura da tradução com liberação do 
complexo ribossômica e síntese de proteína incompleta ou C, incorporação de aminoácidos incorretos (indicados pelo 
X vermelho), resultando na produção de proteínas anormais ou não funcionais.
Fonte: As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman, 2012
Os antimicrobianos que interrompem 
a síntese proteica em geral são bac-
teriostáticos; os aminoglicosídeos são 
os únicos a atuar como bactericidas. 
O efeito bactericida dos aminoglico-
sídeos é concentração-dependente, 
isto é, a eficácia depende da concen-
tração máxima (Cmáx) do fármaco 
6AMINOGLICOSÍDEOS
acima da concentração inibitória mí-
nima (CIM) do microrganismo. Para 
os aminoglicosídeos, a Cmáx é de 8 a 
10 vezes a CIM. Eles também exibem 
efeito pós-antimicrobiano (EPA), 
que é supressão bacteriana continu-
ada após a concentração do antimi-
crobiano cair abaixo da CIM. Quanto 
maior a dosagem, mais longo o EPA. 
Devido a essas propriedades, o au-
mento do intervalo entre dosagens 
(uma dose alta única é administrada 
por dia) é usado com mais frequên-
cia do que dosagens diárias divididas. 
Isso diminui o risco de nefropatia e 
aumenta a adesão ao tratamento.
MAPA MENTAL: MECANISMO DE AÇÃO
MECANISMO 
DE AÇÃO
Ligação à subunidade 
ribossomal 30S
Leitura incorreta 
do código genético
Impedimento da montagem do 
aparelho ribossomal funcional
Produção de proteínas 
anormais ou não funcionais
3. ESPECTRO DE ATIVIDADE E MECANISMOS DE 
RESISTÊNCIA
Em geral, os aminoglicosídeos são ativos em um amplo espectro de organismos 
gram-negativos e gram-positivos aeróbios, além de micobactérias. As bactérias 
anaeróbicas são intrinsecamente resistentes aos aminoglicosídeos.
GÊNERO MORFOLOGIA ESPÉCIE DOENÇA
Gram-negativo
Bordetella Cocos B. pertussis Coqueluche
Brucella
Coco-bacilos B. abortus
Brucelose (bovinos e 
humanos)
7AMINOGLICOSÍDEOS
GÊNERO MORFOLOGIA ESPÉCIE DOENÇA
Campylobacter Espirilos C. jejuni Intoxicação alimentar
Escherichia Bacilos E. coli
Septicemia, infecções de 
feridas, ITU
Haemophilus Bacilos H. influenzae
Infecção aguda do trato 
respiratório, meningite
Helicobacter Bacilo móvel H. pylori
Úlcera péptica, câncer 
gástrico
Klebsiella Bacilos encapsulados K. pneumoniae Pneumonia, septicemia
Legionella Bacilos flagelados L. pneumophila Doença do Legionário
Neisseria Diplococos N. gonorrhea Gonorreia
Pseudomonas Bacilos flagelados P. aeruginosa
Septicemia, infecções 
respiratórias, ITU
Rickettsiae Coco filamentoso Várias espécies
Infecções provocadas por 
carrapatos e insetos
Salmonella Bacilos móveis S. typhimurium Intoxicação alimentar
Shigella Bacilos S. dysenteriae Disenteria bacilar
Yersinia Bacilos Y. pestis Pestebubônica
Vibrio Bacilos flagelados V. cholerae Cólera
Gram-positivo
Bacillus Bacilos em cadeia B. anthrax Antraz
Clostridium Bacilo C. tetani Tétano
Corynebacterium Bacilo C. diphtheriae Difteria
Mycobacterium 
Bacilos
M. tuberculosis Tuberculose
M. leprae Lepra
Staphylococcus Cocos em cacho S. aureus
Infecções de feridas, 
furúnculos, septicemia
Streptococcus
Diplococos S. pneumoniae Pneumonia, meningite
Cocos em cadeia S. pyogenes
Escarlatina, febre reumá-
tica, celulite
Outros
Chlamydia Gram “não definido” C. trachomatis
Doenças oftalmológicas, 
infertilidade
Treponema
Bacilo espiralado 
flagelado
T. pallidum Sífilis
Tabela 1. Algumas bactérias patogênicas clinicamente significativas.
Fonte: Rang & Dale: Farmacologia, 2016
8AMINOGLICOSÍDEOS
Organismos gram-negativos: os 
aminoglicosídeos exibem potente 
atividade in vitro contra uma ampla 
variedade de patógenos gram-ne-
gativos aeróbicos, incluindo Entero-
bacteriaceae, Pseudomonas spp, 
Acinetobacter spp e Haemophilus 
influenzae. No entanto, a atividade 
in vitro contra Burkholderia cepacia, 
Stenotrophomonas maltophilia e 
bactérias anaeróbicas é geralmente 
ruim ou ausente. Podem existir dife-
renças entre as potências in vitro dos 
vários aminoglicosídeos. 
Organismos gram-positivos: os 
aminoglicosídeos também demons-
tram atividade in vitro contra organis-
mos gram-positivos, como Staphylo-
coccus aureus. No entanto, a maioria 
das autoridades acredita que esses 
medicamentos não são adequados 
como monoterapia para infecções 
graves causadas por S. aureus. A 
atividade dos aminoglicosídeos con-
tra pneumococos é geralmente con-
siderada insuficiente para aplicação 
clínica contra esses organismos. Os 
aminoglicosídeos não são ativos iso-
ladamente contra estreptococos e en-
terococos, embora possam ter efeitos 
aditivos ou sinérgicos contra esses 
patógenos quando combinados com 
outros agentes e na ausência de re-
sistência de alto nível.
Micobactérias: estreptomicina, to-
bramicina e amicacina demonstram 
atividade favorável in vitro contra 
micobactérias. Especificamente, a 
estreptomicina é particularmente ati-
va contra o Mycobacterium tuber-
culosis e a amicacina é geralmente o 
aminoglicosídeo mais ativo contra o 
Mycobacterium fortuitum, o Myco-
bacterium abscessus e o Mycobac-
terium chelonae.
Comparados com outras classes de 
antibióticos, os aminoglicosídeos de-
monstraram relativa estabilidade con-
tra o desenvolvimento de resistência. 
No entanto, foram descritos meca-
nismos intrínsecos e adquiridos de 
resistência a aminoglicosídeos.
A resistência ao aminoglicosídeo en-
tre organismos gram-negativos pode 
ocorrer através da aquisição ou regu-
lação positiva de genes que codificam 
enzimas inativadoras ou sistemas de 
efluxo. Embora ocorra resistência cru-
zada entre os agentes aminoglico-
sídeos específicos, ela é incompleta. 
Portanto, agentes individuais devem 
ser testados quanto à suscetibilida-
de in vitro contra o patógeno isolado 
sempre que possível.
SE LIGA! Organismos resistentes a ou-
tros antimicrobianos (como Klebsiella 
pneumoniae produtora de carbapene-
mase [KPCs], bem como as bactérias 
produtoras de beta-lactamases de es-
pectro estendido [ESBLs]), geralmente 
são resistentes à maioria dos aminogli-
cosídeos devido à presença de enzimas 
modificadoras de aminoglicosídeos. A 
plazomicina frequentemente retém ati-
vidade contra esses isolados.
9AMINOGLICOSÍDEOS
A resistência dos organismos gram-
-negativos aos aminoglicosíde-
os ocorre por dois mecanismos 
principais:
• Produção bacteriana de enzimas 
inativadoras: as enzimas inativa-
doras podem ser codifi cadas por 
plasmídeos ou associadas a ele-
mentos transponíveis. A troca de 
plasmídeos e a disseminação de 
transposons (“genes saltadores”) 
facilitam a aquisição de resistência 
a medicamentos.
• Permeabilidade reduzida e acúmu-
lo intracelular reduzido do fármaco: 
a resistência a aminoglicosídeos 
independente de enzimas inativa-
doras é conhecida há algum tem-
po em Pseudomonas aeruginosa. 
É caracterizada pela resistência a 
todos os aminoglicosídeos e pode 
ser devido a um sistema de efl uxo 
ou a uma menor permeabilidade 
ao medicamento.
Ao contrário da maioria das outras 
classes antimicrobianas, o apareci-
mento de resistência a aminoglico-
sídeos durante o tratamento é rara-
mente encontrado durante o manejo 
de infecções gram-negativas. Além 
disso, certos agentes aminoglicosíde-
os podem manter a atividade, apesar 
da resistência a outros medicamen-
tos da classe. 
Os enterococos são intrinsecamente 
resistentes a níveis baixos a mode-
rados de aminoglicosídeos. No en-
tanto, existe o potencial de sinergia 
quando enterococos com baixo nível 
de resistência a um aminoglicosídeo 
são expostos a uma combinação do 
aminoglicosídeo com um agente ativo 
na parede celular, como penicilina ou 
vancomicina. Há relatos crescentes 
de resistência enterocócica adquirida 
de alto nível. 
SE LIGA! O surgimento de resistência 
em bacilos gram-negativos durante o 
tratamento com aminoglicosídeos ocor-
re com pouca frequência.
em bacilos gram-negativos durante o 
tratamento com aminoglicosídeos ocor-
re com pouca frequência.
10AMINOGLICOSÍDEOS
4. FARMACOCINÉTICA
A estrutura policatiônica altamente 
polar dos aminoglicosídeos impede 
absorção adequada após administra-
ção oral. Por isso, todos os aminoglico-
sídeos (exceto a neomicina) precisam 
ser administrados por via parenteral 
para alcançar níveis séricos adequa-
dos. As concentrações séricas má-
ximas de aminoglicosídeos são ob-
servadas aproximadamente 30 a 60 
minutos após o término de uma infu-
são intravenosa ou 30 a 90 minutos 
após uma injeção intramuscular. A 
neomicina não é administrada por via 
parenteral devido à grave nefrotoxici-
dade. Ela é administrada topicamente 
contra infecções cutâneas ou por via 
oral para preparação intestinal prévia 
à cirurgia colorretal.
Todos os aminoglicosídeos têm pro-
priedades farmacocinéticas simi-
lares. Devido à sua hidrofilicidade, 
as concentrações tissulares podem 
ser subterapêuticas, e a penetração 
na maioria dos líquidos orgânicos é 
variável. Os aminoglicosídeos atin-
gem concentrações na urina de 25 
a 100 vezes a do sangue. Por outro 
lado, mostram baixa penetração no 
LCS, na árvore biliar e nas secreções 
brônquicas. 
As concentrações no LCS são inade-
quadas, mesmo quando as menin-
ges estão inflamadas. Contra infec-
ções localizadas no sistema nervoso 
MAPA MENTAL: ESPECTRO DE ATIVIDADE
AMINOGLICO-SÍDEOS
Gram-negativos
Gram-positivos
Micobactérias
Anaeróbios são 
intrinsecamente resistentes
11AMINOGLICOSÍDEOS
central (SNC), pode ser usada a via 
intratecal (IT). Todos os aminoglicosí-
deos atravessam a barreira placentá-
ria e podem acumular no plasma fetal 
e no líquido amniótico.
SE LIGA! Devido à baixa distribuição no 
tecido gorduroso, os aminoglicosídeos 
são dosados com base na massa corpo-
ral magra, não na massa corporal total.
Aproximadamente 99% da dose ad-
ministrada é eliminada inalterada na 
urina, principalmente por fi ltração 
glomerular. A meia-vida varia de 1,5 a 
3,5 horas em adultos com função re-
nal normal. A meia-vida é prolongada 
em neonatos, lactentes e pacientes 
com função renal diminuída. Ocorre 
acúmulo em pacientes com disfun-
ção renal, sendo necessário ajustar a 
dosagem.
Os aminoglicosídeos são efetivamen-
te removidos por hemodiálise (contí-
nua e intermitente) e diálise peritone-
al. Como resultado, geralmente são 
necessárias doses suplementares 
após a hemodiálise. 
Não penetra 
o SNC
Fármaco inalterado 
aparece na urina
IV
IM
IT
Tópico
Aminoglicosídeos
Figura 4. Administração e destino dos aminoglicosí-
deos. Legenda: SNC, sistema nervoso central. Fonte: 
Farmacologia Ilustrada, 2016
12AMINOGLICOSÍDEOS
5. USOS CLÍNICOS
Apesar do espectro relativamente 
amplo de atividade dos aminoglicosí-
deos, seu uso clínico é limitado devi-
do à disponibilidade de agentes alter-
nativos menos tóxicos com eficácia 
comparável e sem a necessidadede 
monitoramento da concentração sé-
rica dos medicamentos. Os aminogli-
cosídeos permanecem importantes 
como um segundo agente no trata-
mento de infecções graves devido a 
bacilos gram-negativos aeróbicos e 
certos organismos gram-positivos e 
como parte de um regime multidro-
gas para certas infecções micobacte-
rianas. Existem casos raros (especial-
mente fora do trato urinário) em que a 
monoterapia com aminoglicosídeos é 
um tratamento adequado.
MAPA MENTAL: FARMACOCINÉTICA
Absorção oral 
inadequada
Meia-vida: 1,5-3,5h Farmacocinética Concentrações tissulares variáveis
Principal via de 
excreção: renal
Vias de administração: 
IV, IM, IT
Neomicina: tópica
Atravessa barreira 
placentária
↓ LCS, árvore biliar, 
secreções brônquicas
↑ urina
Ajuste de dose necessário 
se disfunção renal
13AMINOGLICOSÍDEOS
Terapia antibacteriana combinada
O uso clínico mais frequente de ami-
noglicosídeos (mais comumente 
combinado com outros agentes an-
tibacterianos) é a terapia empírica 
de infecções graves, como septice-
mia, infecções nosocomiais do trato 
respiratório, infecções complicadas 
do trato urinário, infecções intra-ab-
dominais complicadas e osteomielite 
causada por bacilos gram-negativos 
aeróbicos. A intenção dessa terapia é 
aumentar as chances de o patógeno 
ser suscetível a pelo menos um agen-
te na combinação. Essa estratégia pa-
rece menos relevante, principalmente 
devido aos riscos de efeitos adversos 
relacionados ao aminoglicosídeo, em 
locais onde a incidência de resistên-
cia a antibióticos é baixa.
Depois que um organismo é identificado 
e suas susceptibilidades determinadas 
para agentes alternativos, os aminogli-
cosídeos são geralmente descontinua-
dos em favor de antibióticos menos tó-
xicos para concluir o tratamento. 
A terapia combinada com gentami-
cina é frequentemente usada para o 
tratamento de infecções enterocóci-
cas invasivas (como endocardite) que 
não exibem alto nível de resistência 
a aminoglicosídeos e, às vezes, para 
infecções graves causadas por cer-
tos estreptococos. No entanto, mes-
mo em alguns desses casos (como na 
endocardite enterocócica), a toxicida-
de de aminoglicosídeos por tempo 
prolongado levou ao uso preferencial 
de outros esquemas. 
Os aminoglicosídeos também são 
usados para o tratamento combinado 
definitivo de infecções graves devido 
a organismos como Brucella spp e 
Listeria monocytogenes.
SE LIGA! Embora a terapia combinada 
com aminoglicosídeos em baixas doses 
tenha sido usada anteriormente para in-
fecções graves e invasivas por S. aureus 
(como bacteremia complicada ou endo-
cardite), não é mais uma prática rotineira.
O uso profilático de aminoglicosíde-
os (em combinação com clindamicina 
ou vancomicina) geralmente é restri-
to para procedimentos cirúrgicos que 
envolvem o trato gastrointestinal, tra-
to urinário ou trato genital feminino 
em pacientes com alergias que impe-
dem o uso de beta-lactâmicos.
Terapia antimicobacteriana
Os aminoglicosídeos são úteis no tra-
tamento da tuberculose resistente a 
medicamentos e de certas infecções 
micobacterianas não tuberculosas 
(em combinação com outros agentes 
antimicobacterianos). 
Monoterapia 
Existem poucas indicações para mo-
noterapia com aminoglicosídeos 
sistêmicos:
14AMINOGLICOSÍDEOS
• Tularemia: A estreptomicina e a 
gentamicina são agentes de pri-
meira linha, embora outras opções 
possam ser usadas em casos me-
nos graves.
• Peste: a estreptomicina e gentami-
cina são agentes de primeira linha, 
embora outras opções possam ser 
usadas em pacientes que não tole-
ram aminoglicosídeos. 
• Infecções do trato urinário devi-
do a organismos gram-negati-
vos multirresistentes (MDR): os 
aminoglicosídeos podem ser uma 
opção para pacientes selecionados 
com infecções gram-negativas por 
MDR quando o organismo é sus-
cetível in vitro e outros antibióticos 
são impraticáveis ou contraindica-
dos. Os aminoglicosídeos atingem 
alta concentração no trato urinário 
e, em alguns casos (particularmen-
te com plazomicina e amicacina), 
mantêm atividade contra alguns 
organismos gram-negativos resis-
tentes a muitas outras classes de 
antibióticos. 
SAIBA MAIS!
A maioria da experiência publicada com esse uso é no tratamento de Escherichia coli ou Klebsiella 
pneumoniae produtoras de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) no trato urinário.
Referência:
Ipekci T, Seyman D, Berk H, Celik O. Clinical and bacteriological efficacy of amikacin in the treat-
ment of lower urinary tract infection caused by extended-spectrum beta-lactamase-producing 
Escherichia coli or Klebsiella pneumoniae. J Infect Chemother 2014; 20:762.
N. gonorrhoeae: a espectinomicina é 
uma terapia alternativa para infecções 
gonocócicas não faríngeas em pa-
cientes com alergia grave à penicilina. 
SE LIGA! Devido à baixa atividade e/ou 
penetração nos pulmões, abscessos e 
sistema nervoso central, os aminoglico-
sídeos intravenosos não devem ser con-
siderados como monoterapia em infec-
ções que envolvem esses locais.
Outras formulações de aminogli-
cosídeos: a paromomicina é um 
aminoglicosídeo oral mal absorvido 
que é usado principalmente como 
tratamento para a infecção amebiana 
intraintestinal. Os aminoglicosídeos 
também estão disponíveis em formu-
lações tópica, inalada, intraventricular, 
intraperitoneal e cimento impregnado 
para indicações específicas.
A dose inicial e a frequência depen-
dem do método de administração, in-
dicação, peso e função renal. Os ajus-
tes de dose devem basear-se nos 
resultados do monitoramento da con-
centração sérica de medicamentos. 
15AMINOGLICOSÍDEOS
MAPA MENTAL: USOS CLÍNICOS
Gentamicina
USOS 
CLÍNICOS
Terapia combinada
Septicemia
Ex: endocardite
Infecções 
nosocomiais do trato 
respiratório
Infecções 
complicadas do 
trato urinário
Infecções intra-
abdominais 
complicadas
Osteomielite
Infecçõs 
enterocócicas 
invasivas
Infecções graves por 
certos estreptococos
Infecções graves por 
Brucella spp e Listeria 
monocytogenes
Procedimentos 
cirúrgicos que 
envolvem TGI, trato 
urinário ou trato 
genital feminino
Tuberculose resistente 
a medicamentos
Certas infecções 
micobacterianas não 
tuberculosas
Tularemia
Peste
Infecções do trato 
urinário por gram-
negativos MDR
N. Gonorrhoeae
Terapia empírica de 
infecções graves
Terapia combinada 
definitiva
Uso profilático em 
combinação com 
clindamicina ou 
vancomicina
Suscetível a 
aminoglicosídeos
Pacientes com alergia 
grave à penicilina
Pacientes com alergias 
que impedem uso de 
beta-lactâmicos
Terapia 
antimicobacteriana
Monoterapia
16AMINOGLICOSÍDEOS
6. EFEITOS ADVERSOS
Podem ocorrer efeitos tóxicos gra-
ves e relacionados com a dosagem, 
à medida que o tratamento for avan-
çando. Os maiores riscos são ototoxi-
cidade e nefrotoxicidade.
Ototoxicidade Nefrotoxicidade
Paralisia
Urticária
Figura 5. Alguns efeitos adversos dos aminoglicosídeos. Fonte: Farmacologia Ilustrada, 2016
A ototoxicidade envolve lesões pro-
gressivas, e até mesmo destruição, 
das células sensoriais na cóclea e no 
órgão vestibular do ouvido. Os resul-
tados, normalmente irreversíveis, po-
dem incluir vertigens, ataxia e perda 
de equilíbrio no caso de lesões ves-
tibulares, e distúrbios auditivos ou 
surdez no caso de lesões na cóclea. 
Qualquer aminoglicosídeo pode pro-
duzir ambos os tipos de efeitos, po-
rém é mais provável que a estrepto-
micina e a gentamicina interfiram na 
função vestibular e que a neomicina 
e a amicacina afetem majoritaria-
mente a audição. A ototoxicidade é 
potencializada pelo uso concomitan-
te de outros fármacos ototóxicos (ex: 
diuréticos de alça), e a suscetibilidade 
é geneticamente determinada atra-
vés do DNA mitocondrial.
A nefrotoxicidade consiste em le-
sões nos túbulos renais e pode ser 
necessária a realização de diálise, 
embora a função renal seja recupera-
da depois de cessar a administração. 
É mais provável que a nefroxicidade 
ocorra em pacientes com doenças re-
nais preexistentes ou em condições 
em que o volumede urina esteja di-
minuído e o uso concomitante de ou-
tros agentes nefrotóxicos aumente o 
risco (ex: cefalosporinas de primeira 
geração, vancomicina). Uma vez que 
a eliminação se dá praticamente por 
via renal, essa ação nefrotóxica pode 
17AMINOGLICOSÍDEOS
comprometer a própria excreção e, 
assim, desenvolve-se um ciclo vicio-
so. As concentrações no plasma de-
vem ser regularmente monitoradas e 
a dose ajustada em conformidade.
Uma reação rara, porém, grave e tó-
xica, é a paralisia causada por blo-
queio neuromuscular. Em geral, 
essa reação só ocorre se os agen-
tes forem administrados simultane-
amente com agentes bloqueadores 
neuromusculares. Resulta da inibição 
da recaptação do Ca2+ necessário 
para a liberação de acetilcolina. 
SE LIGA! Miastenia gravis é uma 
contraindicação absoluta ao uso de 
aminoglicosídeos.
Dermatite de contato é uma reação 
comum para a neomicina aplicada 
topicamente.
MAPA MENTAL: EFEITOS ADVERSOS
Ototoxicidade (vertigens, 
ataxia, perda de equilíbrio, 
distúrbios auditivos, surdez)
EFEITOS 
ADVERSOS
Paralisia
Nefrotoxicidade reversívelUrticária
18AMINOGLICOSÍDEOS
MAPA MENTAL: GERAL
Efeitos bactericida 
concentração dependente
AMINOGLICOSÍDEOS
Espectro de ação
Resistência
Farmacocinética
Usos clínicos
Efeitos pós-antimicrobiano
Gram-negativo e 
gram-positivo aeróbios
Micobactérias
Não é comum 
durante tratamento
Resistência 
cruzada incompleta
Vias de administração: 
IV, IM, IT, tópica (neomicina)
Principal via de 
excreção: renal
Infecções graves por bacilos 
gram-negativos aeróbicos
Infecções gram-positivas 
selecionadas
Infecções micobacterianas
Inibidores da 
síntese proteica
19AMINOGLICOSÍDEOS
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
Bruntos, Laurence L. Chabner, Bruce A. Knollmann, Bjorn C. As bases farmacológicas da 
terapêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
Whalen, Karen. Finkel, Richard. Panaveli, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2016.
Rang H. P., et al. Rang & Dale: farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
Drew, Richard H. Aminoglycosides. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. 
http://www.uptodate.com (Acesso em 27 de abril de 2020).
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