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FARMACOLOGIA 2 UNIDADE 1

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Sejam bem-vindos!!
Unidade 1 – Farmacologia II 
Prof. Ma. Priscila Konrad
Tutora-Externa
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
 conhecer alguns dos principais distúrbios que afetam o sistema gastrintestinal, entre eles os distúrbios ácido-pépticos, a êmese, a diarreia e a constipação; 
 entender como atuam os principais fármacos utilizados nos distúrbios do trato gastrointestinal, suas aplicações clínicas, efeitos adversos e as interações medicamentosas mais relevantes;
 identificar os princípios fundamentais da terapia quimioterápica contra diferentes agentes infecciosos; 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
 conhecer o princípio do mecanismo de ação dos antimicrobianos, dos antivirais, dos antifúngicos e dos fármacos usados na terapia de infecções parasitárias, compreender suas aplicações clínicas e possíveis efeitos colaterais.
PLANO DE ESTUDOS 
Esta unidade está dividida em três tópicos. 
TÓPICO 1 – FÁRMACOS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA DIGESTIVO 
TÓPICO 2 – FÁRMACOS ANTIMICROBIANOS 
TÓPICO 3 – FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS, ANTIVIRAIS E ANTIPARASITÁRIOS
FÁRMACOS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA DIGESTIVO
você conhece quais são as doenças ácido-pépticas? 
refluxo gastroesofágico; 
úlcera péptica gástrica e/ou duodenal; 
lesão da mucosa relacionada ao estresse como as principais.
A característica marcante dos distúrbios ácido-pépticos é a presença de erosões e/ou ulcerações da mucosa, isso geralmente ocorre quando os fatores agressivos (ácido, bile, pepsina) se sobrepõe aos fatores protetores da mucosa (prostaglandinas, muco, bicarbonato, fluxo sanguíneo e mecanismos regenerativos). 
A maioria (cerca de 90%) das úlceras pépticas são causadas pela infecção da bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) ou são provenientes do uso de antiinflamatórios não esteroidais.
Os fármacos disponíveis no tratamento dos distúrbios ácido-pépticos são divididos em três classes: 
Fármacos que reduzem a acidez gastrointestinal. 
Fármacos que estimulam a defesa da mucosa. 
Antimicrobianos.
FÁRMACOS USADOS NOS DISTÚRBIOS ÁCIDO GÁSTRICOS
A secreção de ácido gástrico no lúmen estomacal ocorre pela ação da enzima H+/K+- adenosina trifosfatase (ATPase) (conhecida como bomba de prótons), que está nos canalículos das células parietais. 
São três mecanismos que ativam essas enzimas: 
histamina, 
 gastrina,
acetilcolina. 
Quando elas se ligam aos seus receptores, ocorre a ativação de cinases, que, por sua vez, promovem a secreção de íons hidrogênio (H+) em troca de potássio (K+) para o lúmen estomacal com gasto de energia (ATP). 
Esse mecanismo nada mais é que a bomba de prótons trabalhando, (bomba de prótons ativada é sinal de secreção gástrica aumentada). 
Os fármacos que reduzem a secreção de ácido gástrico atuam bloqueando um dos mecanismos descritos anteriormente.
INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS H+/K+-ADENOSINA TRIFOSFATASE (IBPS)
Eles foram introduzidos no fim da década de1980, e desde então assumiram o protagonismo no tratamento dos distúrbios ácido-pépticos. 
Atualmente, os IBPs são os medicamentos mais prescritos devido à considerável eficácia e segurança. 
Dentre os IBPs, o mais conhecido é o omeprazol, mas incluem ainda o dexlansoprazol, esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol e rabeprazol.
Mecanismo de ação:
Os IBPs são fármacos que aumentam o pH do suco gástrico devido ao bloqueio da secreção ácida no estômago.
O metabólito ativo dos IBPs se ligam de forma covalente aos resíduos de cisteína das enzimas H+ /K+ -ATPase, impedindo o processo de troca de H+ por K+ , atuam bloqueando o último evento da síntese de ácido clorídrico. 
A inibição é considerada irreversível, pois a bomba de prótons não é reativada e a produção de ácido só voltará a ocorrer após a síntese de uma enzima nova. 
Por apresentarem elevada potência de inibição na secreção de ácido gástrico, os IBPs representam a primeira escolha terapêutica e profilática no tratamento de úlceras, refluxos gástricos, esofagites, úlcera duodenal ativa, entre outros distúrbios
ALGUMAS CARACTERISTICAS:
Mostram-se mais efetivos no bloqueio da secreção ácida e na cicatrização de úlceras do que outros fármacos como os bloqueadores de receptores H2. 
Reduzem o risco de sangramento das úlceras causadas por AINEs e podem ser usados preventivamente em pacientes que necessitam utilizar AINEs a longo prazo. 
Todos são eficazes por via oral e devem ser ingeridos pelo menos 30 minutos antes da principal refeição. 
São bem tolerados, mas a supressão prolongada de ácido gástrico promovida pelos IBPs pode causar carência de vitamina B12, uma vez que o ácido é necessário para a sua absorção. 
ALGUMAS CARACTERISTICAS:
O pH gástrico constantemente elevado pode ser prejudicial, pois pode alterar a absorção de cálcio e causar fraturas ósseas. 
A suplementação com citrato de cálcio nesses pacientes mostra-se uma alternativa eficaz, uma vez que sua absorção não é alterada pelo pH gástrico. 
Efeitos adversos adicionais podem incluir déficit de magnésio, maior incidência de pneumonia e diarreia. 
Com relação às interações medicamentosas, os IBPs podem interagir com outros fármacos, não é aconselhável associar omeprazol e esomeprazol em paciente que usam o clopidogrel, pois os IBPs podem reduzir a eficácia do clopidogrel, uma vez que inibem sua conversão em um metabólito ativo.
ANTAGONISTAS/BLOQUEADORES DE RECEPTOR DE HISTAMINA H2 
Foram introduzidos nos anos 1970 e eram os fármacos mais prescritos no mundo para as doenças ácido-pépticas naquela época. 
Com a descoberta do papel da H. pylori nas doenças ulcerosas em conjunto com o advento dos IBPs, o uso dos bloqueadores H2 foi reduzindo ano após ano. 
Quando bloqueamos a ligação da histamina aos receptores H2, ocorre redução da secreção do ácido gástrico. 
Os fármacos mais usados desta classe atualmente incluem a cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina. 
A cimetidina é a pioneira dos bloqueadores H2 mas tem seu uso limitado devido às interações medicamentosas e efeitos adversos.
Mecanismo de ação:
Atuam bloqueando seletivamente os receptores H2 do estômago.
São antagonistas competitivos reversíveis da histamina nas células parietais e suprimem a secreção de ácido basal e estimulado pela alimentação de forma linear e dose dependente. 
São altamente seletivos, não bloqueiam os receptores H1 ou H3, promovem diminuição da concentração de pepsina e do volume de secreção gástrica. 
Em doses usuais, todos os bloqueadores H2 inibem até 70% da secreção total de ácido no decorrer de um dia, mas são mais efetivos em inibir a secreção ácida noturna (mediada pela histamina) do que a secreção ácida estimulada por refeições. 
efeitos colaterais ocorrem em menos de 3% dos pacientes, incluindo: 
diarreia ou constipação, 
cefaleia, 
Fadiga,
mialgias. 
Raramente, ocorrem confusão mental em pacientes ambulatoriais, esse sintoma é mais comum com o uso de antagonistas H2 por via intravenosa em pacientes internados, idosos ou acometidos por disfunções renais ou hepáticas.
ANTIMICROBIANOS
Os antimicrobianos não reduzem a secreção de ácido gástrico, entretanto, são fundamentais aos pacientes com úlcera péptica (gástricas ou duodenais) infectados com a bactéria H. pylori. 
A eliminação desta infecção contribui para uma cicatrização rápida da úlcera e para baixos índices de recidivas da doença. 
Várias associações de antimicrobianos se mostram efetivos para a erradicação da H. pylori. 
O tratamento considerado “padrão ouro” inclui um IBP (comumente omeprazol ou pantoprazol) associado com amoxicilina e claritromicina. 
Pacientes alérgicos à penicilina (amoxicilina é uma penicilina), pode-se utilizar metronidazol como opção terapêutica. 
Quando há conhecida resistência à claritromicina, adota-se uma terapia quádrupla que inclui subsalicilato de bismuto, metronidazol e tetraciclina associada a um IBP. 
De maneira alguma deve-se utilizar apenas um antimicrobiano,pois além de não ser eficaz, pode causar resistência microbiana.
ANÁLOGOS DAS PROSTAGLANDINAS 
A prostaglandina E2 tem efeito citoprotetor, é produzida pela mucosa gástrica e é responsável pela estimulação da secreção de muco e bicarbonato, além disso inibe a secreção de ácido. 
O déficit de prostaglandinas pode estar relacionado com a formação de úlceras pépticas. 
O fármaco misoprostol é um análogo da prostaglandina E1, utilizado na profilaxia de úlceras gástricas causadas por AINEs. 
A administração de misoprostol precisa ser considerada não apenas para os pacientes em uso de AINEs, mas também para pacientes com histórico de problemas com úlceras. 
Efeitos adversos:
diarreias 
êmese, também é totalmente contraindicado para gestantes, uma vez que estimula as contrações uterinas e podem levar ao aborto.
PROTETORES DA MUCOSA (CITOPROTETORES) 
O sucralfato e o subsalicilato de bismuto são fármacos que aumentam os efeitos citoprotetores da mucosa, reduzem inflamação e contribuem para a cicatrização de úlceras. 
O subsalicilato de bismuto é um dos componentes do tratamento quádruplo para potencializar a cicatrização de úlceras, ele estimula a secreção de muco e liga-se a glicoproteínas na mucosa necrótica, 
criando, assim, um revestimento protetor, apresenta efeito antimicrobiano e impede a atividade da pepsina. 
O sucralfato é um complexo de açúcar (sacarose sulfatada) e hidróxido de alumínio, que se liga a proteínas da mucosa dando origem a uma espécie de “gel”, o qual serve como uma barreira física de proteção. 
O sucralfato só é ativado em pH ácido, por isso não deve ser associado com antiácidos, IBPs e bloqueadores H2, também é seguro e bem tolerado, mas tem potencial em fixar-se a outros fármacos, prejudicando sua absorção. 
ANTIÁCIDOS 
Os antiácidos são bases fracas que reagem quimicamente com o ácido gástrico, resultando na formação de sal e água. 
O objetivo é reduzir a acidez estomacal. 
Os antiácidos reduzem a ação da enzima proteolítica pepsina, pois ela é inativada em pH acima de 4. 
Os antiácidos mais usados são associações de hidróxido de alumínio ou hidróxido de magnésio ou carbonato de cálcio. 
O bicarbonato de sódio pode causar alcalose metabólica quando utilizado a longo prazo, por isso não é recomendando para uso
prolongado. 
Para uma maior eficácia, precisam ser administrados após as refeições. 
São usados principalmente para o alívio dos sintomas da úlcera péptica e dos refluxos, também auxiliam na cicatrização de úlceras duodenais. 
Efeitos adversos:
Hidróxido de magnésio tende a causar diarreias, por outro lado o hidróxido de alumínio causa constipação. 
O uso de antiácidos deve ser evitado em pacientes com doenças renais, isso porque os cátions formados podem se acumular nos rins e agravar ainda mais a nefropatia
FÁRMACOS ANTIEMÉTICOS 
Náuseas e vômitos podem ser resultado de uma variada gama de condições, incluindo efeitos colaterais de medicações como os quimioterápicos, gravidez, alteração vestibular, infecção do sistema nervoso central, distúrbios hepáticos, radioterapia, alterações na motilidade do trato gastrointestinal, infecções gastrintestinais, entre outros.
Diversos estímulos que fragilizam a mucosa gastrintestinal, como os quimioterápicos, radioterapia, gastrenterite infecciosa e indigestão estimulam a liberação de 5-HT da mucosa. 
Com a ativação dos receptores serotonérgicos, ocorre o influxo aferente vagal (uma espécie de aviso) para o centro do vômito e a
zona de gatilho quimiorreceptora. 
Com a identificação dos neurotransmissores relacionados com o vômito é que foi possível desenvolver os fármacos antieméticos, os quais são fundamentais principalmente para a qualidade de vida dos pacientes em quimioterapia. 
Classes de fármacos antieméticos:
Bloqueadores dos receptores 5-HT3: são antagonistas seletivos de receptores 5-HT3 e apresentam potente ação antiemética devido ao bloqueio dos receptores 5-HT3 no centro do vômito, na zona de gatilho quimiorreceptora e nos nervos aferentes do TGI. Geralmente, são utilizados no pós-operatório, da radioterapia e da quimioterapia, principalmente com o uso de fármacos citotóxicos
como a cisplatina. 
Apresentam duração de ação prolongada e eficácia superior a outros antieméticos.
Incluem a ondansetrona, tropisetrona, granisetrona, dolasetrona e a palonosetrona. 
São fármacos bem tolerados, com ótimo perfil de segurança. 
Efeitos colaterais: 
Cefaleia, 
Tontura,
Constipação intestinal.
Fenotiazínicos: foram os pioneiros a mostrarem efeitos antieméticos eficazes, atuam pelo bloqueio dos receptores de dopamina. 
As fenotiazinas são antipsicóticos utilizados também por suas potentes ações antieméticas e sedativas. 
Os mais utilizados para a êmese são a proclorperazina, a prometazina e a tietilperazina.
Butirofenonas: as butirofenonas também são fármacos antipsicóticos que possuem efeito antieméticas, devido ao bloqueio de receptores dopaminérgicos. 
O principal representante é o droperidol, que em doses antieméticas, apresenta ação sedativa potente. 
Benzamidas substituídas: incluem a metoclopramida e a trimetobenzamida. 
O mecanismo de ação contra a êmese consiste no antagonismo dos receptores dopaminérgicos no centro do vômito e na zona de gatilho quimiorreceptora. 
Antagonistas de receptores de neurocinina (NK1): apresentam efeitos antieméticos modulados pelo bloqueio central nos receptores de neurocininas 1. 
O principal representante é o aprepitanto, indicado apenas para regimes quimioterápicos emetogênicos. 
Geralmente é administrado por via oral com corticoide e um antagonista da 5-HT3.
Associações de fármacos antieméticos: frequentemente, os antieméticos são usados em associação para potencializar seus efeitos e/ou reduzir a toxicidade. 
Os antihistamínicos, como a difenidramina, podem ser administrados com doses altas de metoclopramida, a fim de reduzir as reações extrapiramidais. 
Por um mecanismo pouco esclarecido, os corticosteroides, (principalmente a dexametasona), podem atuar em sinergia com a metoclopramida, com antagonistas 5-HT3, fenotiazínicos, butirofenonas e benzodiazepínicos
FÁRMACOS ANTIDIARREICOS
Existem três protocolos de tratamento da diarreia aguda grave:
Ajuste do equilíbrio hidroeletrolítico. 
Terapia com antimicrobianos. 
Uso de antidiarreicos.
A primeira intervenção que deve ser realizada em casos de diarreia é o reestabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico por meio de reidratação oral. 
Soros de reidratação oral consistem em preparações de cloreto de sódio e glicose em solução ou sob a forma de pó, pronto para ser dissolvido em água. 
O soro caseiro pode ser preparado dissolvendo açúcar (uma colher de sopa) e sal (uma colher de chá) em um litro de água filtrada ou previamente fervida. 
Uma medida simples e barata que poderia salvar a vida de muitos lactentes nos países subdesenvolvidos.
Os fármacos antidiarreicos são usados com segurança em pacientes com diarreia aguda, mas não devem ser usados a pacientes febris, com diarreia sanguinolenta ou com sinais de intoxicação, devido ao risco de piorar o quadro. 
Também são usados no controle da diarreia crônica causada por algumas doenças inflamatórias intestinais.
Os antidiarreicos consistem em fármacos com mecanismos de: 
Antimotilidade. 
Adsorventes.
Modulação do transporte de água e eletrólitos. 
Fármacos da classe?
Fármacos antimotilidade: os fármacos opioides exercem ação constipação acentuada como um dos efeitos colaterais. 
Todos os opioides apresentam ação antidiarreica, entretanto, os efeitos sobre o sistema nervoso central e o potencial de causar dependência limita o uso da maioria deles. 
A loperamida e o difenoxilato são agonistas de receptores opioides que exercem ações localizadas no intestino. 
Mecanismo de ação: é a ativação dos receptores opioides pré-sinápticos localizados no sistema nervoso entérico a fim de inibir a liberação de acetilcolina e, por sua vez, reduzir o peristaltismo. 
São contraindicados para criançase pacientes com colite grave.
Adsorventes: o hidróxido de alumínio e metilcelulose são adsorventes utilizados no manejo de diarreias. 
Acredita-se que eles atuam adsorvendo toxinas intestinais e/ou microrganismos, criando um mecanismo de proteção ao revestir a mucosa intestinal. 
Apresentam eficácia questionável e podem prejudicar a absorção de outros medicamentos.
Fármacos que modificam o transporte de líquido e eletrólitos: o salicilato de bismuto atua diminuindo a secreção de líquidos no intestino. 
Seu efeito parece ser decorrente do revestimento protetor que ele produz.
FÁRMACOS LAXANTES 
Os laxantes são usados para os episódios de constipação, a fim de acelerar a motilidade do TGI.
Quando usados de forma crônica, podem promover desequilíbrios eletrolíticos. 
O risco de dependência destes fármacos não pode ser descartado.
IMPORTANTE
A maioria das pessoas não precisa, de fato, dos laxantes. 
Entretanto, muitos indivíduos utilizam sem prescrição médica e sem indicação adequada. 
O cenário ideal seria prevenir a constipação com uma dieta rica em fibras, ingestão de muita água e exercícios físicos regulares.
Irritantes e estimulantes 
Senna: é uma planta medicinal, mais conhecida como chá de sene, muito utilizada para tratar a prisão de ventre, principalmente por suas intensas propriedades laxativas. 
Possui como princípio ativo um complexo natural de glicosídeos antraquinônicos (senosídeos). 
Em associações com o docusato (amolecedor de fezes), pode ser útil no tratamento das constipações causadas por opioides.
Também promove secreção de água e eletrólitos para o lúmen intestinal.
Bisacodil: atua de forma direta nas fibras nervosas da mucosa intestinal, sendo um potente estimulante do colo do intestino.
Laxantes salinos e osmóticos: o citrato de magnésio, hidróxido de magnésio e fosfato de sódio formam ânions e cátions que são sais não absorvíveis, isso retêm água no intestino por osmose, o que promove distensão intestinal e aumento da mobilidade. 
A lactulose é um dissacarídeo que também atua como laxante osmótico. 
É metabolizada pela flora intestinal em ácidos lático, fórmico e acético, os quais aumentam a pressão osmótica causando acúmulo de líquidos, distensão do intestino, amolecimento das fezes e defecação. 
Há ainda as soluções eletrolíticas com polietilenoglicol, usadas principalmente antes de procedimentos endoscópicos.
Laxantes formadores de volume: consistem em coloides hidrofílicos que são obtidos a partir de partes não digeríveis de frutas e vegetais. 
Eles produzem uma espécie de gel no intestino grosso, retendo água e estimulando o peristaltismo. 
O uso em pacientes imobilizados deve ser evitado, pois há risco de causar obstrução intestinal. 
Laxantes emolientes ou surfactantes (amolecedores de fezes): os fármacos emolientes formam uma emulsão com as fezes, amolecendo-as. 
Os principais exemplos são o docusato de sódio e o docusato de cálcio. 
O efeito esperado pode demorar vários dias, por isso são usados como profilaxia.
Laxantes ativadores de canais de cloro: a lubiprostona é usada no tratamento da constipação crônica, por não causar intolerância ou dependência. 
Ativa os canais de cloreto aumentando a secreção de líquidos no lúmen do intestino, facilitando a progressão das fezes. 
Laxantes lubrificantes: Os representantes da classe são o óleo mineral e os supositórios de glicerina, atuam lubrificando as fezes endurecidas. 
O óleo mineral deve ser ingerido cuidadosamente por via oral em pé, para evitar risco de aspiração que pode causar uma pneumonia lipídica
FÁRMACOS ANTIMICROBIANOS
Os antimicrobianos são seletivamente tóxicos contra os microrganismos invasores sem causar prejuízo para as células do hospedeiro.
O tratamento exige monitoramento da concentração administrada do fármaco, a fim de assegurar que apenas o microrganismo está sendo atingido. 
Alguns conceitos importantes sobre os antibacterianos: 
O primeiro deles é entender como escolher o antimicrobiano adequado. Para isso, é preciso:
identificar o microrganismo que está causando a infecção; 
investigar a suscetibilidade e/ou resistência do microrganismo em relação ao fármaco; 
o local que a infecção está instalada; 
histórico do paciente;
segurança do antimicrobiano;
relação custo benefício. 
Importante você saber que, dependendo do caso, o paciente pode não ter tempo para aguardar os testes de identificação e suscetibilidade bacteriana, sendo assim, precisará da administração imediata dos fármacos disponíveis.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA TERAPIA ANTIMICROBIANA
Os antimicrobianos bacteriostáticos inibem o crescimento e a multiplicação da bactéria impedindo que a infecção se agrave, enquanto o sistema imune consegue erradicar a infecção. 
Os antimicrobianos bactericidas matam a bactéria, são a escolha para pacientes em estado grave e imunocomprometidos. 
Podemos citar o exemplo da linezolida, ela atua como bactericida contra a maioria das cepas de Streptococcus pneumoniae e como bacteriostática contra Staphylococcus aureus e enterococos.
ESPECTRO ANTIMICROBIANO 
O espectro antimicrobiano nada mais é do que a capacidade de o fármaco atuar em diferentes espécies de microrganismos. 
Antimicrobianos que atuam apenas em um grupo de microrganismos são considerados de espectro estreito. 
Como exemplo, temos a isoniazida que tem ação apenas contra o Mycobacterium tuberculosis. 
Os antimicrobianos de espectro estendido são eficazes contra um número significativo de microrganismos gram-negativos e contra a maioria dos gram-positivos (exemplo: ampicilina). 
Antimicrobianos de amplo espectro como as tetraciclinas, fluoroquinolonas e carbapenêmicos atuam contra uma ampla gama de espécies microbianas.
RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS 
Ocorre quando os microrganismos apresentam resistências ao tratamento, ou seja, quando a multiplicação das bactérias não é inibida pela maior concentração do antimicrobiano tolerada pelo hospedeiro. 
Alguns microrganismos são inerentemente resistentes, como exemplo temos os gram-negativos que não respondem ao tratamento com vancomicina. 
Algumas espécies que são sensíveis a um fármaco antimicrobiano podem desenvolver cepas resistentes, com maior virulência, através de resistência adquirida por mutações e seleção.
Principais causas da resistência aos antimicrobianos: 
Alterações genéticas no DNA do microrganismo. 
Capacidade do DNA se movimentar de um microrganismo para o outro (esse é um evento mediado por plasmídeos. Figura 2) 
Alteração em um receptor “alvo” do antimicrobiano. 
Redução na penetrabilidade e permeabilidade do fármaco no microrganismo. 
Aumento do efluxo (saída) do fármaco no microrganismo.
Produção de enzimas pelo microrganismo que inativam o antimicrobiano.
Os antimicrobianos, como as penicilinas, são os fármacos mais seguros disponíveis, pois o mecanismo de ação é totalmente seletivo, atuam na parede celular dos microrganismos, um local singular que não constitui a célula humana. 
Por outro lado, fármacos que apresentam maior toxicidade, geralmente atuam de forma menos seletiva e são reservados para o tratamento de infecções graves, que colocam a vida em risco.
MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS 
A Figura 3 ilustra os principais mecanismos de ação das diferentes classes de antimicrobianos, que incluem a inibição da síntese de: parede celular, funções da membrana celular, síntese de DNA, síntese de proteínas e inibindo o metabolismo celular.
ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA PAREDE CELULAR 
Os grupos mais relevantes desta classe incluem os β-lactâmicos, vancomicina e daptomicina. 
A parede celular é formada por unidades de glicanos unidos por ligações peptídicas cruzadas dando origem aos peptidoglicanos. 
Se as bactérias não estão se dividindo, praticamente não há inibição da síntese da parede celular.
PENICILINAS
As penicilinas representam o “divisor de águas” da terapia antimicrobiana,pois constituem a classe pioneira no tratamento antimicrobiano e continuam sendo os antibióticos mais seguros e eficazes disponíveis, mas infelizmente o uso indiscriminado levou ao aumento da resistência nos últimos anos.
Mecanismo de ação: impedem a formação das ligações cruzadas pela transpeptidase e, consequentemente, prejudicam a integridade da parede celular. Desta forma, ocorre lise celular pela exposição da membrana que é osmoticamente instável sem a proteção da parede celular. 
As penicilinas são bactericidas (matam as bactérias) de forma dependente de tempo. 
São efetivas apenas contra bactérias que se multiplicam rapidamente e que possuam a parede celular em sua estrutura. Importante destacar que micobactérias e outros microrganismos que não produzem parede celular, não são sensíveis às penicilinas. 
Quando há alterações na estrutura ou função das PLPs (proteínas de ligação às penicilinas), é que existe o perigo de surgir microrganismos resistentes à penicilina.
Espectro antibacteriano das penicilinas: o espectro antimicrobiano das penicilinas é determinado, principalmente, pela sua capacidade de ultrapassar a parede celular da bactéria e encontrar asPLPs. 
Essa membrana envolve a parede celular formando uma barreira contra as penicilinas hidrossolúveis. 
As penicilinas conseguem atravessar facilmente a parede celular dos gram-positivos, uma vez que eles não têm a membrana externa e, por isso, na maioria das vezes são os microrganismos mais suscetíveis a esses antimicrobianos. 
Principais usos clínicos das penicilinas: as penicilinas pioneiras foram a benzilpenicilina (penicilina G) e a fenoximetilpenicilina (penicilina V) obtidas de fermentações do fungo Penicillium chrysogenum.
As penicilinas constituem o tratamento primário de infecções causadas por diversos cocos gram-positivos e gram-negativos, bacilos gram-positivos e espiroquetas. 
Podem ser administradas por via oral ou, intravenosa nos casos mais graves e, frequentemente, são associadas a outros antibióticos. 
Mecanismos de resistência: a aquisição de resistência às penicilinas ocorre pela capacidade de as bactérias produzirem enzimas β-lactamases, essas hidrolisam o anel β-lactâmico causando perda da atividade bactericida. 
Quanto maior a multiplicação de cepas resistentes, maior a disseminação dos genes de resistência. 
Para evitar esse cenário, há disponíveis inibidores de β-lactamases como o ácido clavulânico, que pode ser associado com amoxicilina ou sulbactam com ampicilina, tais associações aumentam o espectro de ação antimicrobiano por protegerem a penicilina contra a hidrólise do anel β-lactâmico.
Principais efeitos adversos das penicilinas: são antimicrobianos bastante seguros, praticamente isentos de efeitos tóxicos diretos.
É comum o paciente apresentar erupções cutâneas e febre. 
A administração por via oral pode alterar a flora bacteriana do intestino e causar distúrbios gastrointestinais e, em alguns casos, predispor infecções de outros microrganismos resistentes à penicilina, como o Clostridium difficile, que causa a colite pseudomembranosa. 
Os efeitos adversos alérgicos são decorrentes da hipersensibilidade causada pelos metabólitos da penicilina, que se ligam com proteínas do hospedeiro, tornando-se antigênicos. 
CEFALOSPORINAS 
As cefalosporinas também são antimicrobianos β-lactâmicos estritamente relacionados com as penicilinas, tanto na sua estrutura como função. 
Exibem o mesmo mecanismo de ação das penicilinas (inibição da parede celular) e são afetadas pelos mesmos eventos de resistência bacteriana. 
As cefalosporinas são classificadas em gerações, de acordo com a suscetibilidade bacteriana e resistência às β-lactamases: 
Primeira geração: podem substituir as benzilpenicilinas, são resistes à penicilinase do estafilococo, atuam contra
Proteus mirabilis, E. coli e K. pneumoniae.
Segunda geração: apresentam atividade superior contra H. influenzae, Enterobacter aerogenes e algumas espécies de Neisseria, a ação contra gram positivos é menor. 
Terceira geração: apresentam potência menor do que as cefalosporinas de primeira geração contra os MRSA. São mais efetivas contra bacilos gram-negativos e a maioria dos microrganismos entéricos. 
Ceftriaxona e cefotaxima são fármacos de escolha no tratamento da meningite. Precisam ser usadas com muita cautela, pois são relacionadas a indução e disseminação da resistência antimicrobiana. 
Quarta geração: cefepima apresenta amplo espectro de ação com atividade contra estreptococos e estafilococos (exceto os MRSA). Também atua contra gram-negativos (Enterobacter, E. coli, K. pneumoniae, P. mirabilis e P. aeruginosa).
Efeitos adversos das cefalosporinas: da mesma forma que as penicilinas, as cefalosporinas podem causar reações de hipersensibilidade e sensibilidade cruzada, ou seja, alguns indivíduos alérgicos à penicilina terão o mesmo problema com as cefalosporinas. 
Diarreia é comum e pode ser causada pela infecção secundária ao C. difficile. 
Também foi relatada toxicidade renal, principalmente com cefadrina.
OUTROS ANTIMICROBIANOS β-LACTÂMICOS
Carbapenêmicos são antibióticos β-lactâmicos produzidos sinteticamente com estrutura química diferente das penicilinas.
mecanismo de ação: consiste na inibição da síntese da parede celular das bactérias. 
principais representantes dessa classe: imipenem, meropenem, doripenem e ertapenem. 
São indicados para infecções que são resistentes a outros antimicrobianos, como para P. aeruginosa, e infecções aeróbias e anaeróbias mistas, que constituem a base do tratamento para as infecções causadas por bactérias gram negativas produtoras de β-lactamase de espectro ampliado. 
Pode causar náuseas, êmese e diarreia. 
Monobactâmicos o representante da classe é o aztreonam, o qual é resistente às β-lactamases. 
Atua de forma a desestruturar a síntese da parede celular bacteriana e apresenta um espectro de ação nada usual, é efetivo apenas contra bacilos gram-negativos aeróbios, enterobacteriaceae, espécies de pseudonomas, Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae. 
Efeitos adversos são similares aos das penicilinas, mas geralmente não promove reação alérgica em pacientes sensíveis à penicilina.
O aztreonam tem baixa toxicidade, mas em alguns casos pode causar flebite, erupções cutâneas e alteração das enzimas hepáticas. 
Esse antimicrobiano representam uma alternativa segura para pacientes alérgicos a penicilinas, cefalosporinas ou carbapenêmicos
Inibidores da β-lactamase: incluem o ácido clavulânico, o sulbactam e o tazobactam que são fármacos sem ação antimicrobiana, mas comum anelβ-lactâmico na sua estrutura.
Eles têm a capacidade de se ligar às β-lactamases inativando-as. Desta forma, eles atuam como um “falso substrado”, ou seja, atuam enganando as enzimas β-lactamases e protegendo os antimicrobianos da degradação enzimática. 
São usados em associação com os antimicrobianos suscetíveis à β-lactamase
GLICOPEPTÍDEOS 
A vancomicina e teicoplanina são antibióticos glicopeptídeos, com maior duração de ação. 
mecanismo de ação consiste na inibição da síntese da parede celular bacteriana. 
A vancomicina é ativa sobretudo contra bactérias gram-positivas. Como não é absorvida pelo trato intestinal, quando é administrada por via oral, é útil no tratamento de colites intestinais causadas por C. difficile.
Para o uso sistêmico, deve ser administrada por via intravenosa.
Efeitos adversos mais comuns incluem erupções cutâneas, flebites e febre. O risco de ototoxicidade e nefrotoxicidade não podem ser descartados. 
GLICOPEPTÍDEOS 
A daptomicina é um novo antibacteriano lipopeptídeo com um espectro de ação similar ao da vancomicina, por isso também é utilizada no tratamento de MRSA. 
Uma vez que a daptomicina é inativada pelos surfactantes pulmonares, jamais deve ser usada no tratamento de pneumonias.
FOSFOMICINA 
A fosfomicina é um bactericida produzido de forma sintética. 
Bloqueia a síntese da paredecelular, mas por um mecanismo de ação totalmente singular: a inibição da enzima enolpiruvato transferase, que atua no estágio inicial da síntese de peptidioglicanos. 
Possui atividade contra bactérias gram-positivas e gram-negativas. Seu uso clínico abrange infecções não complicadas do trato urinário causadas por E. coli ou E. faecalis. 
Com uma única dose é possível tratar a infecção urinária, pois ela se acumula em altas concentrações na urina durante vários dias. 
Os efeitos adversos mais relatados incluem cefaleia, náuseas e diarreia. 
Mostrou-se segura para o uso em gestantes.
ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA FUNÇÃO DA MEMBRANA CELULAR 
As polimixinas consistem em polipeptídeos catiônicos que se ligam aos fosfolipídeos de membrana da célula bacteriana gram-negativa. 
As polimixinas atuam como bactericidas (matam as bactérias) e são efetivas contra as bactérias gram-negativas mais perigosas do ponto de vista clínico (P. aeruginosa, E. coli, K. pneumoniae, espécies de Acinetobacter e de Enterobacter). 
As polimixinas disponíveis incluem a polimixina B e o colistimetato, sendo que o uso clínico é limitado pela alta toxicidade, são usadas principalmente no tratamento tópico dos ouvidos, olhos e pele. 
Efeitos adversos mais graves são neurotoxicidade e nefrotoxicidade. 
Importante: destacar que elas não são absorvidas no trato gastrintestinal.
ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 
Eles atuam nos ribossomos bacterianos inibindo a síntese de proteínas das bactérias. 
Os ribossomos bacterianos (subunidades 30S e 50S) possuem estruturas diferentes dos ribossomos citoplasmáticos dos mamíferos (subunidades 40S e 60S). 
Essa diferença reduz potenciais efeitos adversos provenientes de uma possível inibição da síntese proteica em células do mamífero hospedeiro.
TETRACICLINAS 
As tetraciclinas são antibióticos bacteriostáticos de amplo espectro que entram nos microrganismos por difusão passiva ou por um transporte ativo dependente de energia. 
Concentram-se no interior das células bacterianas e se ligam de forma reversível à subunidade 30S no ribossomo bacteriano e impedem que o RNA transportador(RNAt) se ligue ao complexo RNA mensageiro (RNAm) ribossomal, isso impede a adição de novos aminoácidos ao peptídeo que estava se formando, desta forma, ocorre o bloqueio da síntese de proteínas. 
As tetraciclinas atuam contra várias bactérias gram-positivas e gram-negativas, inclusive, anaeróbios, riquetsias, clamídias, protozoários, espiroquetas, micobactérias e espécies atípicas.
Os principais representantes dessa classe incluem:
tetraciclina, 
oxitetraciclina, 
demeclociclina, 
limeciclina, 
doxiciclina, 
Minociclina,
tigeciclina.
Usualmente, a doxiciclina é usada no tratamento da acne e de infecções por Chlamydia. 
Também podem ser úteis para o tratamento de crises de bronquite, pneumonia, febre recidivante, leptospirose e algumas infecções por micobactérias não tuberculosas (Mycobacterium marinum). 
Efeitos adversos: desconforto gastrintestinal, efeitos nos tecidos calcificados com depósito nos ossos e na dentição primária, o que acarreta alteração de coloração e hipoplasia dos dentes, hepatotoxicidade, fototoxicidade com queimaduras graves se há exposição solar sem proteção, disfunção vestibular com tonturas, vertigens e zumbidos. 
As tetraciclinas não devem ser administradas em gestantes ou lactantes nem em crianças menores de oito anos de idade.
AMINOGLICOSÍDEOS 
São antibióticos usados no tratamento de infecções graves causadas por bacilos gram-negativos aeróbicos. 
Entretanto, seu uso é limitado devido ao alto potencial em causar toxicidade. 
Entram na célula bacteriana através de porinas, canais presentes na membrana dos microrganismos suscetíveis. 
No interior da célula, eles se fixam na subunidade ribossomal 30S, onde inibem a síntese proteica. 
Os principais agentes são: 
gentamicina, 
estreptomicina, 
amicacina, 
Tobramicina,
neomicina. 
Muitas vezes são associados a β-lactâmicos para potencializar o efeito antimicrobiano.
A resistência pode ocorrer por três mecanismos principais: 
bomba de efluxo; 
redução da sua captação;
produção de enzimas que os degradam (a amicacina é mais resistente à ação dessas enzimas). 
Efeitos adversos: nefrotoxicidade e ototoxicidade, que são os principais e mais perigosos efeitos adversos desta classe. 
MACROLÍDEOS E CETOLÍDEOS 
São antimicrobianos bacteriostáticos, mas podem atuar como bactericidas em doses altas. 
Se ligam de forma irreversível à subunidade 50S do ribossomo da bactéria, inibindo, assim, os processos necessários para que ocorra a síntese de proteínas. 
Os principais fármacos desta classe:
eritromicina, 
 claritromicina e a azitromicina. 
Telitromicina é o primeiro antimicrobiano “cetolídeo”, sendo um derivado semissintético da eritromicina. 
Cetolídeos e macrolídeos apresentam espectros antimicrobianos semelhantes, entretanto, os cetolídeos podem atuar contra microrganismos gram-positivos resistentes a macrolídeos. 
A claritromicina possui atividade semelhante à eritromicina, mas adicionalmente é eficaz contra Haemophilus influenzae. 
As vantagens da claritromicina em relação à eritromicina são a menor frequência de intolerância gastrintestinal e possibilidade de administrações mais espaçadas, o que contribui para a adesão ao tratamento. 
A resistência aos macrolídeos pode estar relacionada com: 
Dificuldade na captação do antibiótico pela bactéria. 
Bomba de efluxo que “expulsa” o antibiótico. 
Redução da afinidade do antibiótico pela subunidade 50S do ribossomo.
Produção de enzimas metilases que reduzem a afinidade do fármaco no alvo de ligação.
Efeitos adversos: Irritação e aumento da motilidade gástrica, que constituem os efeitos mais comuns e podem levar a problemas com a aderência ao tratamento, ototoxicidade, hepatotoxicidade.
Estudos sugerem que a azitromicina pode estar relacionada a um modesto aumento no risco de falência cardiovascular. 
Entre as reações alérgicas mais comuns estão a febre, a eosinofilia e
as erupções cutâneas, que podem ocorrer de forma isolada ou combinada; essas manifestações desaparecem com o fim do tratamento. 
Os macrolídeos podem interagir com diversos fármacos, principalmente com a digoxina, isso porque eles eliminam as bactérias da flora microbiana intestinal que são essenciais para o equilíbrio do ciclo entero-hepático da digoxina, ou seja, sem essas espécies microbianas há aumento da reabsorção da digoxina na circulação sanguínea e consequente aumento da sua toxicidade.
CLORANFENICOL 
Esse antimicrobiano atua se ligando de forma reversível à subunidade ribossomal 50S da bactéria, a partir disso, ele inibe potencialmente a síntese proteica.
Dependendo da dose e do microrganismo, pode atuar tanto como bactericida como bacteriostático. 
Efeitos adversos: anemia hemolítica e anemia aplástica que não depende de dose e pode ocorrer até mesmo após o fim da terapia.
Ele também é excretado no leite materno e deve ser evitado em mulheres lactantes.
CLINDAMICINA 
É um antibiótico que apresenta o mesmo mecanismo de ação e de resistência que os macrolídeos, tem aplicação clínica principalmente no tratamento de infecções por gram-positivos, incluindo MRSA, estreptococos e anaeróbicos. 
A clindamicina vem substituindo o uso da eritromicina na profilaxia da endocardite em pacientes com cardiopatia valvar que serão submetidos a cirurgias odontológicos e que sejam alérgicos à penicilina. 
A associação de clindamicina com primaquina é uma boa alternativa para substituir sulfametoxazol e trimetoprima no tratamento de pneumonia em pacientes com AIDS.
Efeitos adversos: urticária, náuseas, diarreia (que pode se agravar e gerar a colite pseudomembranosa grave por supercrescimento de C. difficile). 
Pode ocorrer ainda, comprometimento da função hepática, icterícia e neutropenia.
LINEZOLIDA 
É um fármaco que foi sintetizado para atuar contra microrganismos gram-positivosresistentes, como MRSA e estreptococos resistentes a benzilpenicilina. 
Atua inibindo a síntese proteica bacteriana por um mecanismo de ação inovador: ao se ligar ao RNA ribossomal bacteriano, impede a formação do complexo ribossomal que a inicia. 
O espectro antibacteriano da linezolida está voltado contra microrganismos gram-positivos, como estafilococos, estreptococos e enterococos, espécies de Corynebacterium e Listeria monocytogenes. 
Efeitos adversos: distúrbios gastrintestinais com náuseas e diarreia, também é comum o aparecimento de cefaleia e exantemas cutâneos. 
O tratamento prolongado pode ocasionar o surgimento de trombocitopenia, neuropatia periférica e neurite óptica com cegueira, limitando de forma absoluta seu uso para tratamentos de longo prazo.
ANTIMICROBIANOS FLUOROQUINOLONAS 
Elas são capazes de penetrar na bactéria através dos canais de porina e partir daí bloqueiam a síntese do DNA bacteriano ao inibirem a topoisomerase II (DNA-girase) bacteriana e a topoisomerase IV. 
Efeitos adversos mais comuns incluem náuseas, diarreia, cefaleia e tonturas. 
ANTIMICROBIANOS ANTAGONISTAS DE FOLATO 
O mais correto seria chamarmos de inibidores da síntese de ácido fólico, isso porque eles inibem a síntese de folato nas bactérias. 
Os representantes do grupo incluem: 
 sulfonamidas,
 trimetoprima, fármacos que na maioria das vezes são usados concomitantemente. 
Os folatos são essenciais para que ocorra a síntese de DNA, tanto para as bactérias quanto para nós, seres humanos. Os cofatores derivados do folato são necessários para a função adequada de enzimas envolvidas na síntese dos precursores de RNA e DNA (guanina, citosina, adenina e timina), de fatores de crescimento e de multiplicação celular. 
Desta forma, na ausência de folato as células não conseguem crescer e se multiplicar.
SULFONAMIDAS 
Todas as sulfonamidas disponíveis são análogos sintéticas do PABA (possuem alta semelhança estrutural com o PABA) e atuam competindo com ele na formação da enzima di-hidropteroato sintetase. 
Lembrando que elas atuam inibindo o crescimento e multiplicação bacteriana, por isso são bacteriostáticas e na imensa maioria das vezes, são associadas com outros antimicrobianos que atuam em sinergia. 
Exemplos importantes no uso das sulfas incluem o uso de sulfadiazina com pirimetamina (inibidor da di-hidrofolato redutase) para o tratamento da toxoplasmose e sulfadoxina com pirimetamina como tratamento contra a malária.
Efeitos adversos: reações de hipersensibilidade, como urticária e angioedema.
TRIMETOPRIMA 
O espectro antibacteriano da trimetoprima seja semelhante ao das sulfonamidas, a potência da trimetoprima é superior. 
Em relação à resistência, ocorre principalmente com as bactérias gram-negativas devido à presença de uma enzima com baixa
afinidade pela trimetoprima.
SULFAMETOXAZOL COM TRIMETOPRIMA 
A associação de sulfametoxazol com trimetoprima recebe o nome de cotrimoxazol, a qual apresenta atividade antimicrobiana sinérgica e mais efetiva quando comparado a doses equivalentes de cada antibiótico administrado de forma isolada. 
Sulfametoxazol com trimetoprima apresenta um espectro de ação maior do que os fármacos isolados, apresenta eficácia no tratamento de infecções graves do trato respiratório, pneumonia causada por Pneumocystis jiroveci, toxoplasmose, shigeloses, infecções sistêmicas por salmonela resistente à ampicilina e ao cloranfenicol. 
Infecções do trato urinário, prostatite e algumas infecções micobactérias não tuberculosas. 
Também apresenta atividade contra S. aureus sensíveis e resistente à meticilina (MRSA), principalmente nas infecções de pele e tecidos moles.
Efeitos adversos: náuseas, êmese, reações cutâneas que são mais graves em idosos. 
Anemia megaloblástica, leucopenia e trombocitopenia, apesar de raras, podem acontecer e levar a óbito. 
Em doses altas, pode ocorrer aumento do potássio sérico. 
Imunocomprometidos, como os pacientes com AIDS frequentemente são acometidos por diarreia, febre, leucopenia, exantemas, aumento das transaminases hepáticas, hiponatremia e hiperpotassemia.
FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS 
ANFOTERICINA B
Mecanismo de ação: a anfotericina B tem a capacidade de se fixar ao ergosterol presente na membrana plasmática das células fúngicas. A partir disso, ela forma canais que possibilitam o extravasamento de potássio e outros eletrólitos da célula, resultando na perda da função da membrana e consequente morte celular. 
Aplicações clínicas: dependendo da dose e do microrganismo, a anfotericina B pode atuar como fungicida (mata o fungo) ou fungistática (inibe seu crescimento). 
Efeitos adversos: febre e lesão renal, a anfotericina B apresenta baixo índice terapêutico, ou seja, a dose efetiva é próxima da dose tóxica. 
ANTIFÚNGICOS ANTIMETABÓLITOS
Mecanismo de ação: a flucitosina permeia nas células do fungo com a ajuda de uma enzima exclusiva das células fúngicas (citosina permease). 
Além disso, as células humanas não convertem o fármaco em seus metabólitos ativos, promovendo uma toxicidade seletiva para os fungos. 
Efeitos adversos: são resultantes do metabolismo do fármaco (possivelmente pela flora intestinal) que formam o composto antineoplásico fluoruracila como metabólito. 
Comumente ocorrem distúrbios gastrintestinais, incluindo náuseas, êmese e diarreia.
ANTIFÚNGICOS AZÓIS 
São usados por via tópica contra infecções cutâneas, por outro lado os triazóis são administrados sistemicamente para o tratamento ou a profilaxia de infecções fúngicas sistêmicas ou de pele. 
São fungistáticos e atuam inibindo a enzima desmetilase que faz a desmetilação do lanosterol em ergosterol, ou seja, eles bloqueiam a biossíntese do ergosterol, consequentemente há uma alteração da estrutura e da função da membrana fúngica. 
Fluconazol 
O fluconazol foi o pioneiro dos antifúngicos triazóis. 
Apresenta um espectro limitado a fungos dimórficos e leveduras.
É usado como profilático em pacientes que receberam transplante de medula óssea. 
É útil no tratamento da candidemia, da coccidioidomicose e das candidíases mucocutâneas. 
Efeitos adversos: náuseas, cefaleia e urticárias. 
Itraconazol 
Apresenta um espectro antifúngico superior em relação ao fluconazol. 
Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, urticária, hipertensão, edema e hipopotassemia. É contraindicado para pacientes com insuficiência cardíaca, uma vez que reduz a força de contração do miocárdio.
Voriconazol 
Possui um amplo espectro antifúngico e por apresentar menor toxicidade, substituiu o uso da anfotericina B no tratamento da aspergilose invasiva e para alguns bolores do ambiente. 
É usado no tratamento de infecções graves causadas por Scedosporium e Fusarium. 
Apresenta excelente atividade contra espécies de Cândida, incluindo as resistentes ao fluconazol, como a Candida krusei e fungos dimórficos. 
Efeitos adversos: são semelhantes aos dos outros azóis. Entretanto, altas doses podem causar alucinações visuais e auditivas e aumento do risco de toxicidade hepática. 
FÁRMACOS USADOS CONTRA MICOSES CUTÂNEAS 
As dermatomicoses mais comuns surgem como anéis ou manchas arredondadas com centros mais claros. 
Os três fungos que causam a maioria das infecções cutâneas são Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton.
O tratamento das infecções fúngicas de pele causadas por dermatófitos inclui: 
Fármacos antifúngicos tópicos (clotrimazol, miconazol, cetoconazol, oxiconazol, sulconazol, sertaconazol, ciclopirox olamina, naftifina, terbinafina, butenafina e tolnaftato; 
 Fármacos antifúngicos sistêmicos usados por via oral (griseofulvina, terbinafina, fluconazol e itraconazol. 
As candidíases superficiais geralmente são tratadas com o uso tópico de clotrimazol, miconazol, econazol, cetoconazol, oxiconazol, ciclopirox olamina, nistatina ou anfotericina B.
Inibidores da Esqualeno Epoxidase 
Inibem a enzima esqualeno epoxidase, bloqueando, assim, a biossíntese do ergosterol. 
O acúmulo excessivode esqualeno é tóxico e aumenta a permeabilidade da membrana causando morte da célula fúngica.
 Terbinafina: a terbinafina por via oral é o tratamento de escolha para as onicomicose (infecção fúngica das unhas). 
Efeitos adversos: diarreia, dispepsia, náuseas, cefaleia e urticária. Alterações de paladar e visão foram relatados
Butenafina: a butenafina é ativa contra Trichophyton rubrum, Epidermophyton e Malassezia. 
A pomada de butenafina a 1% é usada topicamente para combater infecções por tinea. 
Naftifina: a naftifina é ativa contra Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. 
Usada topicamente na forma de creme ou gel contra tinea corporis, tinea cruris e tinea pedis.
Ciclopirox 
Bloqueia a síntese de DNA, RNA e proteínas ao inibir o transporte de elementos essenciais para o fungo. 
Xampus com ciclopirox são usados para tratar a dermatite seborreica. Micose de praia podem ser tratadas com pomada, gel ou suspensão de ciclopirox. 
O ciclopirox olamina a 8% para uso tópico em esmalte é usado no tratamento de onicomicose leve a moderada. 
Efeitos adversos são raros
Nistatina 
É um antifúngico macrolídeo poliênico, com estrutura química, mecanismo de ação e perfil de resistência semelhante à anfotericina B. 
É usada para o tratamento de infecções cutâneas e orais por cândida. Não é absorvida pelo trato gastrintestinal, nem usada por via parenteral por ser extremamente tóxica. 
O uso é restrito em gargarejos para o tratamento da afta e sapinho tópico, contra candidíase cutânea e intravaginal, contra candidíase vulvovaginal. 
A nistatina está disponível em cremes, pomadas, supositórios e outras formas para aplicação na pele e nas mucosas.
Imidazóis
São derivados azóis e os principais representantes incluem o clotrimazol, cetoconazol, miconazol, terconazol e tioconazol. Possuem amplo espectro de ação contra Candida, Epidermophyton, Malassezia, Microsporum e Trichophyton.
Griseofulvina 
É um medicamento proveniente de uma espécie de Penicillium, atua rompendo o fuso mitótico e inibindo a mitose do fungo. 
É fungistática e exige tratamento de longa duração (até 1 ano contra onicomicose). 
Sua absorção aumenta se for ingerida com alimentos gordurosos. 
A griseofulvina se concentra na pele, pelos, unhas e no tecido
adiposo. 
É contraindicada para gestantes e pacientes com porfiria. 
Efeitos colaterais: alergias, alterações hepáticas e interações medicamentosas com medicamentos como varfarina e fenobarbital.
EQUINOCANDINAS 
As equinocandinas são a classe mais nova dos antifúngicos. 
Os representantes incluem a caspofungina, micafungina e a anidulafungina. 
Apresentam atividade contra Candida e Aspergillus e são usadas apenas por via intravenosa. 
Mecanismo de ação: consiste na inibição da enzima β glucano sintase que resulta na ruptura da parede celular do fungo e morte celular. Os fármacos são bem tolerados, com poucos efeitos adversos
FÁRMACOS ANTIVIRAIS
O mecanismo de ação dos antivirais ocorre por duas vias principais: 
inibem alguma enzima importante na maquinaria de replicação viral;
atuam como falsos substratos “enganando” o vírus. 
ANTIVIRAIS PARA INFECÇÃO POR HERPES-VÍRUS 
Os vírus do tipo herpes podem causar diversas doenças, desde aftas bucais até encefalite viral grave. 
Os fármacos só conseguem ser efetivos em inibir a replicação viral durante a fase aguda da infecção, não apresentam vantagens durante a fase tardia.
Aciclovir: atua nas formas de herpes-vírus simples tipos 1 e 2 e no vírus da varicela-zóster.
Seu uso mais comum é para tratar infecções por herpes genitais, também é usado como profilaxia em pacientes com HIV antes de procedimento cirúrgicos como os transplantes. 
Mecanismo de ação: de forma simplificada, o aciclovir atua como um falso substrato, “enganando” a enzima DNA-polimerase viral.
Efeitos adversos: pode ocorrer diarreia, náuseas, êmese e cefaleia após administração oral, por via tópica apenas irritação local foi relatada. Por via intravenosa, pode haver disfunção renal transitória com altas doses.
Ganciclovir: é um análogo do aciclovir (possui estrutura semelhante), mas apresenta maior atividade contra o citomegalovírus. 
É muito usado em pacientes imunocomprometidos e na profilaxia de pacientes transplantados. 
Mecanismo de ação: assim como o aciclovir, o ganciclovir é fosforilado na forma de trifosfato pelas enzimas virais e do hospedeiro. O nucleotídeo trifosfato de ganciclovir atua inibindo a DNA-polimerase viral e pode ser incorporado ao DNA, resultando na finalização da cadeia. 
Efeitos adversos: os efeitos adversos variam com a dose, podendo causar grave neutropenia
ANTIVIRAIS PARA INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS 
As infecções virais respiratórias que podem ser tratadas com fármacos incluem os vírus da influenza (gripe) tipos A e B e o vírus sincicial respiratório (VSR). 
Inibidores da neuraminidase: os inibidores da neuraminidase incluem o oseltamivir e zanamivir, eles atuam contra os vírus da gripe A e B prevenindo a infecção e, quando administrados de um a dois dias após o início dos sintomas, diminuem a intensidade e o tempo dos sintomas. 
Mecanismo de ação: consiste em inibição enzimática, O oseltamivir e o zanamivir inibem a neuraminidase, impedindo assim, a liberação de novos vírions e a proliferação deles no organismo. 
Efeitos adversos: os efeitos adversos são raros, mas pode ocorrer desconforto gastrintestinal, náuseas, broncoespasmos e irritação do trato respiratório.
ANTIVIRAIS PARA O TRATAMENTO DA INFECÇÃO PELO HIV
Existem várias classes de fármacos antirretrovirais disponíveis, cada classe atua em uma das etapas do processo de replicação viral. 
As classes dos antirretrovirais são: 
Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleotídeos.
Mecanismo de ação: como o nome já diz, são análogos de nucleosídeos ou nucleotídeos, quando dentro das células, eles são fosforilados por enzimas celulares. 
Efeitos adversos: os efeitos tóxicos desses fármacos ocorrem pela inibição da DNA-polimerase mitocondrial em alguns tecidos.
Todos eles têm sido relacionados com toxicidade hepática, acidose lática e hepatomegalia com esteatose que podem ser fatais.
Fármacos:
Zidovudina: mais conhecida no meio clínico como AZT, foi o primeiro fármaco disponível para o tratamento do HIV. 
É aprovada para o tratamento do HIV em crianças e adultos e como profilaxia da transmissão vertical (no momento do parto) do HIV, e em indivíduos expostos ao vírus. 
Um sintoma comum com o uso de AZT é a cefaleia, também causa toxicidade para a medula óssea podendo acarretar neutropenia e anemia. Não deve ser associada com estavudina e ribavirina por serem ativadas pela mesma via intracelular.
Abacavir:é um análogo da guanosina que pode causar distúrbios gastrintestinas, cefaleias e tonturas como efeitos colaterais.
Didanosina: o metabólito ativo da didanosina é incorporado na cadeia de DNA, interrompendo o alongamento da cadeia. 
Entricitabina e Lamivudina: inibe a transcriptase reversa do HIV e do VHB. Tem a vantagem de não interagir significativamente com outros fármacos.
Estavudina: é um análogo da timidina com potencial ação em inibir as DNApolimerases. 
Tenofovir: é um análogo nucleotídico de adenosina que é convertido por enzimas celulares em difosfato, que por sua vez, inibe a transcriptase reversa do HIV. 
2) Inibidores da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeos.
São inibidores não competitivos altamente seletivos da transcriptase reversa e não necessitam de ativação enzimática. 
As características comuns da classe incluem resistência cruzada entre si, interações farmacológicas e alta incidência de reações de hipersensibilidade. 
Fármacos:
Efavirenz: é o fármaco mais utilizados desta classe por ser bem tolerado. Inibidores de protease. As interações farmacológicas são bastante comuns, exemplos potencialmente perigosos incluem rabdomiólise com uso de estatinas, sedação excessiva com uso de
Etravirina: pertence à segunda geração dessa classe, ativo contra várias cepasde HIV resistentes aos fármacos de primeira geração. A etravirina é usada em pacientes com infecção por HIV resistentes a vários fármacos, ou que já tratam a muitos anos e que a replicação viral se mostra em evidência. 
Nevirapina: é combinada com outros antirretrovirais no tratamento do HIV. 
3) Inibidores de protease. 
Estes fármacos inibem de forma reversível a enzima que cliva a poliproteína viral em outras enzimas fundamentais para o ciclo de vida do HIV, como a transcriptase reversa, a protease e a integrase.
Fármacos:
Ritonavir: tem a função principal de aumentar a biodisponibilidade de um segundo inibidor de protease. 
Atazanavir: é um inibidor competitivo da glicuroniltransferase, quando comparado a outros fármacos da mesma classe, o atazanavir oferece menor risco de hiperlipidemia. 
Darunavir: é um dos favoritos da classe, sempre deve ser associado com uma baixa dosagem de ritonavir. 
Lopinavir: apresenta biodisponibilidade baixa, mas esta pode ser aumentada significativamente com a inclusão de uma dose baixa de ritonavir. 
Tipranavir: é fundamental para “salvar” pacientes que apresentam múltiplas resistência aos tratamentos. Atua como um inibidor de protease não peptídico que inibe a protease HIV em vírus resistentes. 
4) Inibidores de entrada 
 
O HIV só consegue entrar na célula do hospedeiro se ele fundir sua membrana com a da célula do hospedeiro. Isso é possibilitado por alterações conformacionais de uma glicoproteína viral (a GP41) e de um correceptor(CCR5). 
Fármacos:
Enfuvirtida: se liga à GP41 e impede a mudança conformacional. A enfuvirtida é um peptídeo e por isso deve ser administrava pela via subcutânea. 
Maraviroque: também atua como um inibidor de entrada do vírus na célula, bloqueando o correceptor CCR5, que atua em conjunto com a GP41, facilitando a entrada do HIV pela membrana celular. 
5) Inibidores da integrase.
Inibem a inserção do DNA viral no genoma da célula hospedeira. Quando um inibidor de integrase está presente, o centro ativo da enzima é ocupado e o processo de integração não ocorre, ou seja, o vírus não consegue se inserir no DNA do hospedeiro. 
Fármacos:
Dolutegravir: é um inibidor da integrasse que parece ser efetivo contra alguns vírus resistentes ao raltegravir e ao elvitegravir. 
Raltegravir: é usado tanto no tratamento de pacientes novos, como para pacientes “experientes”, mas sempre associado com outros antirretrovirais. No geral, é um fármaco bem tolerado.
ANTIVIRAIS PARA O TRATAMENTO DA HEPATITE B 
As hepatites virais já identificadas (A, B, C, D e E) tendem a causar danos contínuos aos hepatócitos com morte celular. 
A hepatite A é uma infecção causada pela ingestão oral do vírus, mas não costuma ser grave e é autolimitada. 
As hepatites B e C representam as principais causas de hepatites crônicas, cirrose e carcinoma hepatocelular, mas são as únicas infecções virais hepáticas para as quais há tratamento disponível. O tratamento oral para a hepatite B crônica inclui lamivudina, adefovir, entecavir, tenofovir ou telbivudina. 
ANTIVIRAIS PARA O TRATAMENTO DA HEPATITE C 
Atualmente, o tratamento da hepatite C consiste na associação de dois ou três dos seguintes medicamentos: sofosbuvir, velpatasvir, ledipasvir, glecaprevir, pibrentasvir, ombitasvir e ribavirina. 
sofosbuvir é um inibidor da RNA polimerase NS5B do vírus da hepatite C. 
dasabuvir é um inibidor não nucleosídico da RNA polimerase codificada pelo gene NS5B, a qual é indispensável para a replicação do vírus. 
velpatasvir, ombitasvir, ledipasvir e o pibrentasvir são inibidores do vírus da hepatite C direcionado à proteína NS5A, que é essencial para a replicação do RNA e para a agregação e montagem dos vírions. 
FÁRMACOS ANTIPARASITÁRIOS 
Os principais representantes incluem os nematódeos, trematódeos e cestódeos. Fármacos com atividade antihelmíntica exercem seus efeitos em alvos metabólicos exclusivos dos parasitas ou que têm características singulares nos hospedeiros. 
O objetivo do tratamento é erradicar os parasitas do organismo e controlar a propagação da infecção.
FÁRMACOS ANTI-NEMATÓDEOS 
Os nematódeos causam infecções intestinais, sanguíneas e podem migrar para alguns tecidos. 
São vermes alongados e redondos que possuem um sistema digestivo completo. 
Os principais fármacos contra estes parasitas são:
Ivermectina: é a escolha no tratamento da pediculose (piolhos) e sarna. Também é usada para tratar a larva migrans cutânea (bicho geográfico), a estrongiloidíase e a cegueira dos rios (oncocercose), causada pelo Onchocerca volvulus. 
O mecanismo de ação envolve aumento do influxo de cloreto canais de cloro disparados por glutamato, causando hiperpolarização com paralisia e morte do helminto. 
É administrada por via oral e não é capaz de ultrapassar facilmente a barreira hematencefálica. 
Assim como outros anti-helmínticos, a ivermectina é contraindicada para gestantes, entretanto, em programas de tratamento ou profilaxia, alguns medicamentos, como o albendazol e o mebendazol são recomendados no segundo e terceiro trimestre da gestação. 
Mebendazol: constitui o tratamento de primeira escolha para infecções por Ancylostoma duodenale, Ascaris lumbricoides (lombriga), Enterobius vermicularis, Necator americanus e Trichuris trichiura. 
mecanismo de ação consiste na inibição da agregação dos microtúbulos no parasita e no bloqueio irreversível da captação de dextrose, por sua vez, os parasitas mortos são eliminados pelas fezes. Os efeitos adversos incluem dor abdominal e diarreia. 
Tiabendazol: é um medicamento anti-helmíntico com alta potência e amplo espectro, mas é limitado ao tratamento tópico da larva migrans cutânea devido a sua toxicidade importante.
FÁRMACOS ANTI-TREMATÓDEOS 
Os trematódeos, também conhecidos como fascíolas, são vermes achatados com formato de folha, não possuem boca, nem trato digestivo. 
Infectam diferentes tecidos, incluindo o sangue, fígado, pulmões e intestinos. 
Praziquantel: é o tratamento de escolha para todas as esquistossomoses, infecções por cestódeos, como a teníase e outras infecções por trematódeos. 
O mecanismo de ação envolve um aumento da permeabilidade da membrana celular ao cálcio, promovendo contratura e paralisia do parasita. 
Os efeitos adversos mais comuns consistem em tontura, mal-estar, alterações gastrintestinais e falta de apetite
FÁRMACOS ANTI-CESTÓDEOS 
Os cestódeos, mais conhecidos como tênias, possuem corpo achatado e segmentado, fixam-se no intestino do hospedeiro. 
Assim como os trematódeos, os cestódeos são desprovidos de boca e sistema digestivo durante todo o seu ciclo de vida. 
Albendazol: atua impedindo a síntese de microtúbulos e a captação de glicose. 
Os efeitos adversos são toleráveis, como cefaleia e náusea. 
FÁRMACOS ANTI-PROTOZOÁRIOS
Fármacos para o tratamento da amebíase 
Entamoeba histolytica é o protozoário que causa a amebíase, uma infecção do trato intestinal que pode ser aguda ou crônica, com diferentes graus de intensidade, podendo ser assintomática ou causar até disenteria fatal. 
Os fármacos amebicidas luminais matam os parasitas no lúmen do intestino, os amebicidas sistêmicos atuam contra as amebas na parede intestinal e no fígado. 
Amebicidas luminais: comumente são administrados após a finalização do tratamento da amebíase invasiva. Os exemplos de amebicidas luminais incluem: o iodoquinol, o furoato de diloxanida ou a paromomicina, geralmente são uteis para a erradicação da colonização no período assintomático. 
Amebicidas sistêmicos: a cloroquina é associada com o metronidazol para tratar abscessos hepáticos amébicos e infecções da parede intestinal. 
Amebicidas mistos: 
Metronidazol: é um amebicida misto de escolha no tratamento das infecções por amebas. 
É usado para tratar infecções causadas por outros protozoários como a Giardia lamblia e Trichomonas vaginalis, cocos e bacilos anaeróbicos e é o tratamento de escolha para a colite pseudomembranosa causada pelo Clostridium difficile. 
 mecanismode ação ocorre pelo grupo nitro do composto ativo, que serve como aceptor de elétrons e forma compostos reduzidos tóxicos que se ligam às proteínas e ao DNA, causando morte dos trofozoítos e da E. histolytica. 
efeitos adversos: pode ocorrer náuseas, êmese, desconforto gástrico
e cólicas abdominais.
É comum um desagradável sabor metálico na boca. 
Tinidazol: a maioria dos efeitos são semelhantes ao do metronidazol. É útil no tratamento de amebíases com abscessos hepático, giardíases e tricomoníase. Sua vantagem é ser tão efetivo quanto o metronidazol, mas com duração de tratamento menor.
Fármacos para o tratamento da malária 
A malária é uma infecção aguda causada por protozoários do gênero Plasmodium que é transmitida pela picada do mosquito fêmea do gênero Anopheles. 
Cloroquina: É específica contra a forma assexuada dos
plasmódios, usada como profilaxia da malária para indivíduos que vão viajar para áreas de risco como a Amazônia. 
A hidroxicloroquina atua pelo mesmo mecanismo de ação e representa uma alternativa com menores efeitos colaterais.
Mefloquina: é eficaz na profilaxia e no tratamento de infecções causadas por cepas de P. falciparum multirresistentes, encontrados principalmente na Ásia. 
 mecanismo de ação não é totalmente elucidado. 
efeitos adversos: tonturas, náuseas, êmese, alucinações e até depressão. 
Pirimetamina: atua inibindo a enzima di-hidrofolato redutase do plasmódio, essencial para a síntese do tetra-hidrofolato (cofator importante para síntese dos ácidos nucleicos). 
Quando é usada com sulfadiazina, é útil para tratar o Toxoplasma gondii. Seu uso pode causar anemia megaloblástica, pode
Ser revertida com administração de ácido folínico.
Primaquina: é um fármaco antimalárico eficaz contra as formas exoeritrocíticas da malária, ou seja, plasmódios que se instalam nos tecidos fora das hemácias. 
É o único medicamento que previne as recidivas da doença por P. vivax e P. ovale, pois esses podem permanecer alojados no fígado na forma exoeritrocítica após a eliminação da forma eritrocítica. mecanismo de ação não é totalmente esclarecido, mas sabe-se que os metabólitos da primaquina atuam como oxidantes que causam hemólise e metemoglobinemia. 
Doses elevadas podem gerar desconforto abdominal, a resistência à primaquina pode ser desenvolvida por todas as espécies de Plasmodium.
Fármacos no tratamento da tripanossomíase
 
A tripanossomíase americana é conhecida popularmente como doença de chagas e a tripanossomíase africana como doença do sono. 
São infecções crônicas causadas por espécies de Trypanosoma que podem ser fatais. 
A doença de Chagas é causada pelo Trypanosoma cruzi, é endêmico das américas do sul e américa central. 
A doença do sono africana pode ser causada pelo Trypanosoma brucei gambiense e Trypanosoma brucei rhodesiense, os quais invadem o SNC, causando inflamação no cérebro e na medula espinal, o que produz a letargia e, o sono contínuo.
Pentamidina: é ativa contra várias infecções por protozoários, incluindo a tripanossomíase africana.
mecanismo de ação é possível uma interferência na síntese de ácido nucleicos, fosfolipídeos e proteínas do parasita. 
efeitos adversos: aumento de potássio sérico, pancreatite, diabetes, hipotensão e disfunção renal grave.
Fármacos no tratamento da leishmaniose
A leishmaniose é uma doença transmitida de animais para humanos, e entre humanos através de moscas infectadas. 
São três os tipos de leishmaniose: cutânea, mucocutânea e visceral. 
A escolha do esquema terapêutico depende da espécie de Leishmania.
O tratamento inclui anfotericina B, antimoniais pentavalentes, pentamidina, paromomicina e miltefosina.
Fármacos no tratamento da toxoplasmose 
A toxoplasmose é causada pelo Toxoplasma gondii e é uma das infecções mais comuns em humanos, adquirida pelo consumo de alimentos infectados. 
Os gatos liberam oocistos e podem infectar outros animais e humanos. 
A gestante infectada pode transmitir os microrganismos ao feto. 
O tratamento consiste na combinação de sulfadiazina com pirimetamina e o ácido folínico é usado conjuntamente para impedir a deficiência de folato. 
Tratamentos alternativos incluem pirimetamina com clindamicina ou sulfametoxazol com trimetoprima.
Fármacos no tratamento da giardíase 
É uma infecção intestinal causada pela Giardia lamblia, que pode ser adquirida principalmente por ingestão de água ou alimentos contaminados. 
Apesar de que algumas infecções são assintomáticas, pode ocorrer diarreia grave em pacientes imunocomprometidos. 
O tratamento de escolha é o metronidazol e como alternativa temos o tinidazol, a nitazoxanida e o albendazol. 
Para gestantes, o indicado é a paromomicina.
Boa noite!!!!!! 
Bons Estudos!!!!!

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