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QUESTÕES SEMINÁRIO I

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MÓDULO CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
Aluna: 
Turma: QUINTA-FEIRA
SEMINÁRIO I
REGRA-MATRIZ DA INCIDÊNCIA, 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO PASSIVA
Questões:
01. Que é norma jurídica? E regra-matriz de incidência tributária (RMIT)? Qual a função do consequente normativo?
Segundo Paulo Nader[footnoteRef:1] norma jurídica é definida como “a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social”, isto é, a norma jurídica é a responsável por manter o convívio entre membros de pensamentos distintos, possibilitando o convívio em sociedade. A construção da norma por meio do positivismo jurídico possui dispositivos metódicos, o que legitima e da eficácia ao seu campo de atuação, tornando o Direito como regulador da conduta social e mantedor das relações humanas. [1: NADER. Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 36ª Revista e Atualizada. São Paulo: Ed. Gen. 2014.] 
Regra-matriz de incidência tributária é uma criação doutrinária de Paulo de Barros Carvalho, com o objetivo de se fazer uma análise lógica do tributo, nos termos de suas características básicas. Nesse mesmo sentido, segundo o entendimento de Maria Rita Ferragut[footnoteRef:2]: [2: FERRAGUT. Maria Rita. Responsabilidade Tributária e o Código Civil de 2002. 2. Ed. São Paulo: Noeses, 2009.] 
“Regra-matriz de incidência tributária é a norma jurídica, definida por nós como a significação organizada numa estrutura lógica hipotético-condicional (juízo implicacional), construída pelo interprete a partir do direito positivo, seu suporte físico. Tem por função regular condutas intersubjetivas.
Difere das demais normas existentes no direito positivo apenas em virtude de seu conteúdo, que descreve um fato típico tributário e prescreve a relação obrigacional que se estabelece entre os sujeitos ativo e passivo, tendo por objetivo o pagamento de uma prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nessa se possa exprimir, não decorrente de ato ilícito (tributo).”
Cabe salientar que a regra-matriz de incidência engloba a fixação de cinco critérios necessários para a definição do tributo, e são eles: o critério material, o espacial, o temporal, o pessoal e o quantitativo. 
O critério material, o espacial e o temporal formal o antecedente normativo, que descreve o fato jurídico tributário, ou seja, a hipótese de incidência tributária. Já o critério pessoal e o quantitativo formam o consequente normativo, que prevê a obrigação tributária, estipulando os sujeitos ativo e passivo, bem como o valor a ser arrecadado. 
Dessa forma, a função do consequente normativo é especificar os critérios que determina como poderá ocorrer o cumprimento da obrigação tributaria, identificando quem irá pagar e quem irá receber a contribuição, assim como o objeto da prestação pecuniária a ser cumprida, isto é, o quantum a ser recolhido.
02. Distinguir: obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não pagamento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique analisando criticamente o art. 113, CTN.
A obrigação tributária impõe o dever de pagamento do tributo, isto é, a prestação tem que ser objeto de apreciação econômica. Já os deveres instrumentais são os meios necessários para a operatividade da tributação, estabelecendo o dever de fazer ou não fazer. Ressalta-se que esses deveres instrumentais também são denominados de obrigações acessórias. Assim, pode-se citar como exemplo de obrigações acessórias a emissão de notas fiscais, o preenchimento de declarações contábeis e fiscais, confecção e conservação dos livros de escrituração comercial e fiscal, dentre outras. 
O artigo 113 do CTN divide as obrigações em principais e acessórias, e é bastante criticado pela doutrina, inclusive por Paulo de Barro Carvalho[footnoteRef:3]: [3: CARVALHO. Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 23. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011.] 
“A nomenclatura obrigações tributárias revela-se imprópria por duas razoes: primeiramente, por não terem conteúdo econômico, não podem ser chamadas de obrigações; em segundo lugar, nem sempre serão acessórias, haja vista que, nem sempre, haverá uma obrigação principal a quem se refiram, afinal de contas, os deveres instrumentais devem ser cumpridos mesmo que não exista prestação pecuniária a ser adimplida.”
Por isso, o referido artigo gera divergências de entendimento, uma vez que trata de categorias jurídicas distintas e são tratadas da mesma forma.
O descumprimento da obrigação acarreta na aplicação de multa, que tem por objetivo a finalidade de desestimular a prática do ato ilícito pelo contribuinte. Ou seja, a multa é punição pelo descumprimento da obrigação tributária, que pode ser de obrigação principal ou acessória. 
Dessa forma, havendo o descumprimento da obrigação acessória, ela se converte em principal relativamente à pena pecuniária, o que significa dizer que a sanção imposta ao contribuinte que não cumpriu com a devida obrigação é uma multa punitiva, e como tal, constitui uma obrigação principal (pecuniária), sendo exigida e cobrada pelos mesmos meios da obrigação principal.
Importante destacar aos tipos de multas no direito tributário: (i) multa moratória, que são indenizatórias ou reparadoras e possui caráter de sanção civil, sendo aplicadas apenas no descumprimento da obrigação principal; (ii) multa de ofício, aplicada quando a autoridade lança de ofício o crédito tributária não declarado e recolhido pelo sujeito passivo, podendo ser agravada no caso de reincidência e não atendimento da intimação do Fisco, e/ou qualificada em caso de fraude, simulação ou dolo; (iii) multa isolada, que são aplicadas sobre o descumprimento de obrigações acessórias ou no caso de declarações inexatas ou incorretas.
Assim, conclui-se que a multa pelo não pagamento se caracteriza como obrigação tributária principal, uma vez que seu objeto é o pagamento em pecúnia.
03. Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de: (i) sujeito passivo; (ii) contribuinte; (iii) responsável tributário; e (iv) sujeito tributário – distinguindo: substituição tributária para trás, para frente e convencional (concomitantemente); agente de retenção e substituição para frente. O responsável (art. 121, II do CTN) é: (i) sujeito passivo da relação jurídica tributária; (ii) de relação de dever instrumental; ou (iii) de relação jurídica sancionatória?
Após a realização de um fato gerador, nasce a obrigação de pagar o tributo para a Fazenda Pública, identificando assim a sujeição, isto é, o sujeito ativo e passivo na relação tributária. O artigo 121 do CTN define dois tipos de sujeitos passivos:
“Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
        Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
        I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
        II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.”
Dessa forma, é possível caracterizar dois tipos de sujeitos passivos, o contribuinte que realiza o fato gerador, podendo ser pessoa física ou jurídica, e o responsável, que por determinação legal transfere os valores referentes à realização do fato gerador.
O sujeito passivo é o devedor na relação jurídica. 
O contribuinte é definido no artigo 121, I do CTN como sendo o sujeito que tem a relação pessoal e direta na questão, isto é, é exatamente quem pratica o fato gerador previsto na hipótese de incidência. 
O responsável tributário é aquele que embora não seja o contribuinte, isto é, é não praticou o fato gerador, vai ter a obrigação de pagar o tributo, uma vez que esta disposto em lei. 
A responsabilidade tributária por substituição é a escolha de uma terceira pessoa que fica incumbida de repassar os valores referentes a ocorrência de um fato gerador para o Fisco. Ressalta-se que essa terceira pessoa não realiza o fato gerador, mas tem relação com o contribuinte que o realizou, ou seja, esse assume a o lugar do contribuinte frentea Fazenda Pública, substituindo-o.
Referido ato de transferência da obrigação pelo pagamento do tributo para terceira pessoa pode ocorrer de duas maneiras distintas, quais seja, a substituição pra trás (também chamada de regressiva ou diferimento) e substituição pra frente (também chamada de progressiva).
Na substituição para trás, a legislação tributária seleciona o substituto tributário que irá ser responsável pelo recolhimento dos tributos de uma cadeia de consumo que já ocorreu, isto é, já houve a incidência do tributo em momento posterior. Ressalta-se que o repasse devido ao Fisco é feito em momento posterior, havendo uma postergação do recolhimento do tributo.
Na substituição para frente, também há uma legislação indicando uma terceira pessoa, denominada substituto tributário, que ira recolher o tributo que ainda não ocorreu. Nesta modalidade, o responsável pelo recolhimento antecipa a ocorrência do tributo, recolhendo de forma adiantada os valores referentes a toda uma cadeia de consumo. Por se tratar de fatos geradores futuros e incertos, o responsável tributário tem direito a restituição da quantia paga no caso de não se concretizarem de fato os atos.
Já a substituição convencional ocorre quando o legislador escolhe uma terceira pessoa, que não realizou um único fato jurídico tributário. A diferença das outras citadas modalidades se dá pela responsabilidade se referir a apenas um evento tributário, e não a uma cadeia produtiva. 
Por todo o exposto, cabe ressaltar que o sujeito responsável tributariamente tem o dever de cumprir com todas as obrigações instrumentais e também de caráter sancionatório, uma vez que mesmo não tendo relação direta com o fato gerador, é obrigado por lei a satisfazer o adimplemento da obrigação como um todo. 
04. Empresa “A” adquiriu estabelecimento empresarial da empresa “B” e continuou sua atividade. Aproximadamente seis anos depois dessa operação, a empresa “A” foi surpreendida com sua inclusão no polo passivo de execuções fiscais ajuizadas pelo Fisco inauguralmente em face da empresa “B”, para exigir tributos relativos a fatos geradores por ela realizados. No contrato de compra e venda, não há disciplina a respeito das dívidas tributárias anteriores à aquisição. Pergunta-se:
	
a) Pode o Fisco exigir da empresa “A” os tributos cujos fatos geradores foram realizados pela empresa “B” antes da aquisição? Se positiva a resposta, qual o prazo que o Fisco tem para proceder à inclusão da empresa “A” no polo passivo das execuções fiscais? Em relação aos tributos decorrentes de fatos geradores ocorridos anteriormente à compra e venda do estabelecimento ainda não inscritos em dívida ativa no momento da operação, quem deve figurar na CDA: a empresa A, B ou ambas? Há relevância se houver no contrato cláusula de responsabilidade de “B” quanto aos débitos anteriores à operação? (Vide anexo I).
Nesse caso relatado, o Fisco poderá sim exigir da empresa “A” os tributos cujos fatos geradores foram realizados pela empresa “B”, uma vez que a responsabilidade é subsidiária do adquirente pelos tributos devidos, posto que houve a continuidade da atividade. É o que preconiza o artigo 133, II do CTN, in verbis:
“Art. 133. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.”
Nesse sentido, o Fisco terá o prazo de cinco anos para fazer o redirecionamento da execução fiscal para a empresa “A”, contados a partir da citação da pessoa jurídica sucedida, isto é, a devedora principal.
Caso no momento da compra e venda do estabelecimento ainda não havia débitos inscritos em dívida ativa no momento da operação, deverá configurar na CDA ambas as empresas, uma vez que a responsabilidade é subsidiária dos tributos devidos até a data da compra, nos casos de continuação da atividade.
No caso de eventual contrato com cláusula de responsabilidade teria relevância apenas entre as partes, uma vez que as convenções particulares relativa às responsabilidades tributárias não podem ser opostas à Fazenda Pública, nos termos do artigo 123 do CTN. 
b) A empresa “A” responde pela: (i) multa de mora, (ii) multa pelo não pagamento de tributo, (iii) juros e (iv) multa pelo descumprimento de deveres instrumentais, se constituídas antes da operação de compra e venda? E se constituídas depois da operação? (Vide anexos II e III).
O STJ[footnoteRef:4] tem entendido que a responsabilidade tributária dos sucessores estende-se às multas impostas ao sucedido, sejam de natureza moratória ou punitiva, pois integram o patrimônio jurídico material da sociedade empresarial sucedida. [4: RESP nº. 592.007/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 22/03/2004.] 
Isso ocorre uma vez que a multa é uma sanção decorrente do não pagamento do tributo na época do vencimento, e ocorrendo a sucessão empresarial, poderá ser exigida do sucessor e também do sucedido que permanece responsável. 
05. Quanto aos art. 124 e 135 do CTN, pergunta-se:
	a) Qual a espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do CTN? Poderia o fiscal lavrar auto de infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o sócio de forma solidária à empresa? (Vide anexos IV e V).
A espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do CTN é pessoal, uma vez que está expresso em seu caput. 
Nos termos do artigo 135, III do CTN, para que a cobrança do crédito tributário as pessoa jurídica seja redirecionada para a pessoa de seus diretores, gerentes ou representantes legais, há de ser observados e comprovados o excesso de poder ou infração à lei nos atos praticados. Ou seja, é necessária a prova de que o administrador da pessoa jurídica tenha se beneficiado pessoalmente com a inadimplência ou tenha dissolvido irregularmente a sociedade, para haver eventual caracterização de sua responsabilidade tributária. 
No contexto de responsabilidade solidária do sócio, só poderia ocorrer caso o fiscal demonstre e prove que o gestor agiu com dolo, fraude ou simulação, em afronta à lei ou contrato social. Conclui-se portanto que é inadmissível a responsabilização solidária do sócios administradores de forma direta. 
b) A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à lei apta a ensejar a responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa jurídica? Em caso positivo qual sócio ou administrador pode ser alcançado: o da época do inadimplemento do tributo ou do momento em que ocorre a dissolução irregular? (VI e VII e VIII) 
A dissolução irregular da sociedade ensejará responsabilidade do sócio pelas dívidas da pessoa jurídica quando restar demonstrado que o administrador tenha se beneficiado pessoalmente com a inadimplência ou tenha dissolvido irregularmente a sociedade.
Ademais, o sócio que poderá ser responsabilizado é aquela da época da dissolução, uma vez que o mero inadimplemento da obrigação não é passível de imputação da responsabilidade tributária. É necessário comprovar que o sócio o fez dolo, se beneficiando de fato de seus atos.
c) O mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo pode ser justificativa para aplicação do artigo 135 do Código Tributário Nacional? (Vide anexos IX e X).
O mero inadimplemento da obrigação de pagar por si só não gera aplicação de responsabilidade tributária expressa no artigo 135 do CTN. Este é o entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça:
“Súmula 430: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidaria do sócio gerente”.
Pelo exposto acima, conclui-se que é indispensável que o sócio tenha agido com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou a estatuto da empresa, agindo com dolo de se beneficiar pessoalmente.
	
06. Quanto à caracterizaçãode grupo econômico, pergunta-se?
	a) Que é grupo econômico? Quais são os requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC? Ela pode ser aplicada ao direito tributário para fins de caracterização de grupo econômico? Há dispositivos específicos na legislação tributária que fundamentem a responsabilização do grupo econômico? A caracterização implica reconhecimento de responsabilidade solidária? (Vide anexo XI e XII). 
O conceito de grupo econômico para fins tributários é bastante controverso. Na IN RFB nº 971/2009 esta expresso que “quando duas ou mais empresas estiverem sob a direção, o controle ou a administração de uma delas, compondo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica” estaria configurada o grupo. Já nos termos da Lei nº 6.504/76 há uma divisão entre grupos de direito e grupos de fato. Os de direito se caracterizam por serem constituídos mediante convenção grupal e são formalizados pela legislação societária. Nos de fato, devem estar presentes os critérios legais. 
Para que seja aplicado a desconsideração da personalidade jurídica prevista no artigo 50 do CC, deve restar comprovado o abuso a da personalidade jurídica, que é caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. 
Em recente decisão, o STJ entendeu ser cabível o incidente de desconsideração da personalidade jurídica quando há o redirecionamento da execução fiscal para a pessoa que integra o mesmo grupo econômico da sociedade originalmente executada, mas que não foi identificada no ato de lançamento. Ainda no mesmo entendimento, o colegiado entendeu que é necessária a comprovação do abuso de personalidade, caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Dessa forma, é possível a aplicação do art. 50 do CC na ceara tributária, mas não de forma indiscriminada.
 Não há no CTN dispositivos específicos que fundamentem a responsabilidade de grupo econômico. O que ocorre é uma aplicação complementar de Leis para poder fundamentar a responsabilidade, e assim o redirecionamento. Conforme entendimento sedimentado pelo STJ, o fato de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico isoladamente considerado, não é suficiente para resultar na solidariedade de todas as demais empresas do grupo quanto ao paramente de tributo devido por uma delas. 
A jurisprudência entende que a caracterização de grupo econômico não gera a responsabilidade solidária em execução fiscal, o que não significa não ser a desconsideração da personalidade jurídica, pois poderá ser aplicado IDPJ nos casos comprovados e admitidos em lei, como faz prova o julgado do TRF 3ª Região:
“TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO - SOLIDARIEDADE PASSIVA – INEXISTÊNCIA PRECEDENTES.
1. É tranqüilo nesta Corte o entendimento segundo o qual não caracteriza a solidariedade passiva em execução fiscal o simples fato de duas empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico. 2. Recurso especial não provido.
(STJ, REsp n. 1079203, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 03.03.09)
(...) Mas isso não significa que a desconsideração da personalidade jurídica resta inadmissível. Ao contrário: havendo elementos no sentido da confusão patrimonial ou do abuso da personalidade jurídica, nada impede que seja admita a desconsideração. (...)
III - Em casos de abuso da personalidade jurídica decorrente de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, o juiz, a requerimento da parte ou do Ministério Público, pode estender a responsabilidade de certas e determinadas obrigações sobre os bens de administradores ou sócios (Código Civil, art. 50 - Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica), o que se aplica inclusive quando este abuso envolve diversas empresas. IV - Pelos documentos dos autos, as empresas executada e embargante apresentam identidade ou grande semelhança de ramo de atividade, local de sede e quadro societário, sendo ambas representadas na execução e nestes embargos por um mesmo sócio, circunstâncias estas não infirmadas pela embargante-apelante, tudo revelando tratar-se de uma única empresa, senão até uma possível fraude, aplicando-se a teoria da desconsideração da personalidade jurídica das empresas (Código Civil, art. 50), sendo a embargante a responsável pelo crédito em execução, por ele respondendo com seu patrimônio. V - A situação descrita assemelha-se à de uma fusão de empresas prevista no artigo 132 do CTN, embora na realidade se trate de uma única empresa que abusa da personalidade jurídica como se houvesse duas empresas distintas, conduta que o direito coíbe e a justiça rejeita, sob pena de burla a direito de terceiros. VI - Apelação desprovida. (TRF da 3ª Região, AC n. 90030190143, Rel. Juiz Fed. Conv. Souza Ribeiro, j. 26.04.07)
Em resumo, a desconsideração da personalidade jurídica não decorre pela isolada circunstância de diversas empresas pertencerem a um mesmo grupo econômico, pois tal fato não é fundamento suficiente para tanto. Não obstante, caso a caso, cumpre verificar se há ou não abuso da personalidade jurídica, hipótese que se admite a desconsideração da personalidade jurídica. (TRF3 - APELAÇÃO CÍVEL Nº 0086028-64.1996.4.03.9999/SP).”
	b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos termos dos arts. 133 e seguintes do NCPC (Lei nº 13.105 de 2015), a defesa apresentada pela pessoa jurídica responsabilizada pela obrigação tributária de outra empresa integrante do mesmo grupo econômico pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua inclusão no polo passivo da execução fiscal? 
Por falta de especificidade em lei, entendo que uma vez instaurado o IDPJ a defesa poderá alegar todos os pontos e matérias que julgar necessários, com fundamento no princípio do contraditório e da ampla defesa.
07. Dada a seguinte Lei (fictícia):
Prefeitura de São Pedro, Lei n. 5.151, de 12/10/2015, D.M. 25/10/2015
Art. 1º Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o custeio do serviço público municipal de conservação e limpeza de vias públicas.
Art. 2º A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de limpeza das vias públicas.
Art. 3º A base de cálculo é o valor venal do imóvel.
Art. 4º A alíquota é de 0,1%.
Art. 5º O contribuinte é o proprietário do imóvel.
Art. 6º Dá-se a incidência todo dia 1º de cada ano.
Art. 7º A importância devida a título de tributo deve ser recolhida até o décimo dia do segundo mês subsequente.
§ 1º No caso de locação, o locatário é responsável pelo recolhimento do tributo.
§ 2º No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o pagamento e após o 1º dia do ano, o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel.
§ 3º O não recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20% do valor do tributo devido.
Art. 8º Fica o contribuinte obrigado a entregar para a Secretaria de Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário até o dia 10 de novembro de cada ano.
Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o caput deste artigo implicará multa de 100 UFIRS.
[...].
Pergunta-se:
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei, identificando os critérios do consequente da RMIT.
Critério material: ser proprietário de imóvel.
Critério espacial: município de São Pedro.
Critério temporal: todo dia 1º de cada ano.
Critério quantitativo: base de cálculo é o valor venal no imóvel e a alíquota é de 0,1%.
Critério subjetivo: sujeito ativo é o Município e o sujeito passivo é o proprietário ou locatário de imóvel. 
b) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo eleita é compatível com a hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois?
Segundo Paulo de Barros Carvalho[footnoteRef:5] “a base de cálculo é indispensável para a composição do critério quantitativo da regra-matriz de incidência”. E possui três funções: (i) mensuradora,que é medir as proporções reais do fato; (ii) objetiva, que é compor a específica determinação da dívida; e (iii) comparativa, que é confirmar, afirmar ou informar o critério material da hipótese normativa. [5: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. P. 329.] 
 É importante que a base de cálculo seja compatível com a incidência tributária, uma vez que, no caso de incompatibilidade, a base de cálculo deve prevalecer.
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