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Ovário e Ciclo Ovariano

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Ovário e Ciclo Ovariano
A aparelho reprodutor feminino é formado por:
· 2 ovários;
· 2 ovidutos;
· 1 útero;
· A vagina;
· Lábios maiores e menores, clitóris (genitália externa).
Estrutura histológica do ovário 
Em um corte sagital do ovário é possível observar que do ponto de vista histológico, encontra-se formado por duas regiões concêntricas.
1. Região cortical: parte mais externa, que se encontra envolvendo uma região mais interna.
· A região cortical encontra-se revestida pelo
chamado epitélio superficial do ovário, antigamente chamado de epitélio germinativo. Acreditava-se que as células germinativas primordiais se originavam desse epitélio.
Atualmente, sabe-se que as células germinativas primordiais se originam a partir da parede do saco vitelínico.
· Esse epitélio é um epitélio cúbico simples, apoiado sobre uma membrana basal.
· Por debaixo do epitélio encontra-se uma espessa capsula de tecido conjuntivo denso, chamada de túnica albugínea, que envolve praticamente todo o ovário, exceto a nível do ílio.
· Embaixo da túnica albugínea, é possível observar na microscopia de luz em preparações com hematoxilina e eosina, a presença de um estroma bastante celular contendo folículos em diferentes etapas do desenvolvimento.
2. Região medular: parte mais interna, ricamente vascularizada.
Essa região possui um estroma de tecido conjuntivo frouxo, menos celular, contendo abundantes vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.
Na micrografia acima mostra parte de um ovário é possível identificar as regiões mencionadas anteriormente. Toda a área em lilás mais intenso representa a região cortical. Mais abaixo, em cores mais rosadas, encontra-se a região medular, localizada na imagem inferiormente à esquerda.
- Aspectos histológicos de cada região:
 • Na região cortical podemos observar que está revestida pelo epitélio superficial do ovário (ou epitélio germinativo). Logo abaixo do epitélio, observa-se a delgada faixa de tecido conjuntivo denso, que vem sendo a túnica albugínea. O restante vem sendo o estroma da região cortical. Esse estroma tem um aspecto bastante basófilo, azulado, comparando com o estroma da região medular. Isso é devido ao alto número de células localizado nessa região. Por isso, mais células, mais núcleos, mais corado pela hematoxilina. 
• Vemos também que o estroma está formado pelos folículos ovarianos, de maneira que os folículos mais imaturos encontram-se, na sua maioria, representados pelos folículos primordiais, localizam-se na zona mais externa do córtex. Quando esses folículos começam a entrar em um processo de crescimento, aprofundam à região cortical e vão para a região mais interna do córtex. Embora esse fenômeno não seja visualizado nesse campo, os folículos maduros pré-ovulatórios geralmente retornam à parte mais externa da região cortical e sofrem um abaulamento para a superfície do ovário. 
• Observa-se também a medula, numa coloração mais pálida, já que esse TC frouxo é menos celular. Chamar a atenção para a presença de inúmeros vasos sanguíneos e vasos ou canais linfáticos.
Função do ovário 
• Os ovários podem ser considerados glândulas mistas, com uma função exócrina, relacionada com a produção e liberação dos gametas femininos maduros, aptos para a fecundação. 
• A secreção de hormônios esteroides (estrógenos e progesterona). Essa secreção de hormônios permite que o ovário participe na regulação do crescimento pós-natal dos órgãos reprodutores femininos. 
• Além disso, está relacionado com o desenvolvimento das características sexuais secundárias.
A partir da puberdade até a menopausa, que seria o período da vida reprodutiva da mulher, em torno de 12 anos e meio até os 45 anos, os ovários são submetidos a mudanças morfofuncionais cíclicas, que acontecem a cada mês. Esse é o processo conhecido como ciclo ovariano.
Ciclo ovariano 
• O ciclo ovariano, para sua compreensão, é dividido em três fases: Fase folicular (conhecida também como fase estrogênica), Fase ovulatória e Fase lútea. 
Fase folicular 
• A fase folicular é caracterizada pelo crescimento e maturação dos folículos ováricos. 
• A classificação dos folículos ováricos possui diferentes tipos de abordagem do ponto de vista histológico. De uma maneira geral, fala-se que existem 4 tipos de folículos: - Folículo primordial: os folículos mais imaturos. - Folículos primários (possui dois tipos: folículo primário unilaminar e folículo primário multilaminar). - Folículo secundário (conhecido como folículo pré-antral ou vesicular). - Folículo de De Graaf (ou folículo maduro). 
• Mas, o que são os folículos? Os folículos são as estruturas que acompanham a maturação dos oócitos (ovócitos).
Resumo da oogênese (ovogênese) 
É o processo por meio do qual ocorre a diferenciação das oogônias em oócitos maduros. Essa oôgenese se inicia durante o período pré-natal. Por volta da terceira semana do período embrionário, as células germinativas primordiais podem ser observadas no saco vitelino secundário. Por volta do fim da quinta semana, essas células, através de movimentos amebóides, chegam e colonizam as cristas gonadais em desenvolvimento. Se tratando de um embrião do sexo feminino, essas cristas gonadais vão se diferenciar em ovários. Essas células germinativas vão se diferenciar em oogônias (diplóides) com 22 pares de cromossomos autossômicos e um par de cromossomos sexuais. Uma vez estabelecida na crista gonadal em desenvolvimento, elas sofrem uma amplificação proliferativa, devido à grande quantidade de mitoses sucessivas que leva a um aumento no número celular. Ao final do terceiro mês, essas oogônias se encontram rodeadas por uma camada de células pavimentosas, provenientes do estroma ovariano. Muitas delas se diferenciam em oócitos primários. Esses oócitos primários, com a maioria sendo ainda oogônias, passam a formar 7 milhões de células. Entre o 5to e o 7mo mês, a maioria degenera, sofrem apoptose. Os oócitos sobreviventes ficam rodeados pelas células pavimentosas e iniciam a Meiose I. Essa meiose I é bastante longa, logo, não a completam. Vão parar na etapa de diplóteno da prófase da meiose I, perto do nascimento. Imagem das etapas da meiose* A meiose levaria à maturação das oogônias em oócitos. Essa pode ser dividida em duas meioses: A I, experimentada pelo oócito primário, é um processo de divisão reducional, pois eles são tetraplóides ainda. A meiose I pode ser dividida em 4 fases: A prófase, a metáfase, a anáfase e a telófase. Dessas 4, a prófase é muito importante, pois é durante ela que acontece o processo de recombinação genética. Ela pode ser subdividida em: Leptóteno, Zigóteno, Paquíteno, Diplóteno e Diacinese. Entre o paquíteno e o diplóteno, acontece um fenômeno conhecido como Crossing Over, onde as cromátides irmãs dos cromossomos homólogos se aproximam e podem trocar segmentos do cromossomo (muito importante para a variabilidade genética). A partir do 7mo mês sofrem essa Meiose I, parando em diplóteno, de maneira que a maioria dos oócitos primários no nascimento, encontram-se parados nessa fase. Após o nascimento, o bebê possui em cada ovário em torno de 600-800 mil oócitos primários, contidos nos folículos. Desde a infância até a puberdade, a maioria desses oócitos sofrem uma degeneração, tendo na puberdade em torno de 40 mil oócitos primários. Sendo que menos desses 500 oócitos são liberados ao longo da vida reprodutiva da mulher. Antes da ovulação, o oócito primário acorda do seu repouso e culmina o restante da Mitose I (umas 23h antes da ovulação). Ele culmina a Meiose I e origina duas células diferentes: o oócito secundário, que é a célula maior que contêm maior quantidade de citoplasma; e o primeiro corpúsculo polar, célula de menor tamanho, que possui pouco citoplasma. Além disso, o oócito secundário, antes da ovulação, entra na Meiose II (divisão equacional, porque as células filhas terão a mesma quantidade de cromossomos que a célula mãe). A Meiose II não é culminada. Ele para na metáfase. Somente após a fecundação é que essa meiose pode ser completada. Uma vez que o espermatozóide se uneao ooócito, a Meiose II é culminada. Ao final desse processo ocorre a liberação do segundo corpúsculo polar e o oócito maduro (quase não existe, porque imediatamente se torna zigoto – um embrião unicelular).
Folículos primordiais 
• Folículos mais imaturos. Surgem durante o terceiro mês do desenvolvimento embrionário. Eles são ovócitos primários, circundados por uma camada de células foliculares pavimentosas. Folículos mais numerosos, e se localizam principalmente na região mais externa do córtex ovariano, logo abaixo da túnica albugínea.
-Os ovócitos primários são as células maiores, com núcleo com cromatina granular e bem proeminente, citoplasma bastante acidófilo. São rodeadas por uma camada de células foliculares pavimentosas. É possível observar o epitélio germinativo (epitélio cúbico simples). Logo abaixo do epitélio vemos a túnica albugínea, composta por um tecido conjuntivo denso. Depois vemos o estroma, com uma grande quantidade de núcleos e há presença dos folículos primordiais, que são mais numerosos. Cada folículo primordial é formado por um oócito rodeado por uma camada de células foliculares pavimentosas. Se localizam na região mais externa do córtex ovariano, logo abaixo da túnica albugínea.
• Uma vez alcançada a puberdade, a cada mês são recrutados da reserva de folículos, em torno de 10 a 20 folículos primordiais, que começam a entrar em um processo de maturação/crescimento, controlado principalmente pelo FSH (hormônio folículo estimulante) e em última instância o LH, além dos fatores de crescimento produzidos localmente (EGF – fator de crescimento epidérmico; IGF – fator de crescimento semelhante à insulina tipo I).
- Nesta imagem podemos observar uma fotomicrografia de luz. É possível observar além da presença dos folículos primordiais, 2 folículos primários. 
Folículos primários 
-Logo, esses folículos primários são formados por um oócito primário, rodeado por uma camada de células foliculares cúbicas/pavimentaso. 
• O folículo primário unilaminar é formado por um ovócito primário rodeado por uma camada de células foliculares cúbicas. É possível observar também que o estroma do ovário mais próximo ao folículo já começa a se diferenciar em uma camada delimitada em torno desse folículo. Essas células foliculares começam a expressar receptores para o FSH, que vai estimular a expressão de fatores mitogênicos. Com isso, elas começam a proliferar, como resposta ao FSH e aos fatores de crescimento localmente produzidos.
Nessa fotomicrografia é possível observar um folículo primário multilaminar. Chama-se multilaminar porque as células foliculares que começaram a proliferar formam um epitélio estratificado, onde é possível delimitar uma membrana basal, relativamente espessa, que separa as células foliculares do estroma externo, onde já começa a organizar uma estrutura chamada de Teca (importante para a formação do corpo lúteo. 
• Paralelamente, durante o folículo primário unilaminar, o oócito começa a depositar no espaço perivitelino (espaço entre as células foliculares e o oócito) uma delgada membrana acelular homogênea e eosinófila, chamada de zona pelúcida. Essa zona pelúcida é formada por glicoproteínas chamadas de zp1, zp2 e zp3, das quais a terceira é a mais importante no processo de fecundação.
Podemos observar as células foliculares, esféricas ou cúbicas, com a presença da zona pelúcida embaixo delas. A zona pelúcida tem esse aspecto reticulado, como se fosse uma malha. Logo embaixo da zona pelúcida estaria presente o oócito. 
Folículo secundário (vesicular ou pré-antral) 
Posteriormente as células foliculares continuam expressando receptores de FSH e se proliferando. Além disso, começam a produzir o líquor folicular. O líquor folicular é jogado para o espaço extracelular e começam a aparecer pequenos espaços. Esses pequenos espaços se juntam para formar o espaço antro folicular, com formato de lua crescente. 
- No momento em que esse espaço antrofolicular começa a se formar pela liberação da secreção das células foliculares, essas células foliculares começam a se reorganizar. A maioria delas ficam deslocadas para a porção periférica, formando parte da parede do folículo. Outras células foliculares mantêm o folículo ancorado à sua parede. Essas células vão receber o nome de cúmulo óforo.
 
- Além de produzir o líquor folicular, as células foliculares secretam os chamados corpos de Call-Exner no espaço extracelular, formando uma MEC com ácido hialurônico e proteoglicanos.
-Observa-se a zona pelúcida, membrana eosinófila e homogênea, PAS positivo. Temos o ovócito. Externamente começa a se formar a Teca. Esse folículo secundário caracteriza-se pela formação do antro folicular. 
Folículo de Graaf 
• Uma vez estabelecido o antro, as células foliculares já se organizaram e é possível observar as duas camadas da Teca, estrutural e funcionalmente distintas. A camada mais interna é a Teca interna e a mais externa, Teca externa. 
- A teca interna é mais celular e vascularizada, formada por células poligonais, com citoplasma preenchido por gotículas lipídicas e que estão envolvidas na produção de andrógenos. Esses andrógenos, através de um sinergismo, são utilizados pelas células foliculares, agora chamadas de células da granulosa, para a produção de estrógeno (17-beta-estradiol). 
- A teca externa é mais fibrosa, formada por fibras de colágeno, fibras musculares lisas e pode ter fibroblastos.
-Observa-se a cavidade antral, com formato crescente. Presença de secreção (em lilás) que contêm ácido hialurônico, prostaglandinas, hormônios esteróides... Presença do oócito, em um dos lados da parede do folículo, rodeado pela zona pelúcida, produzida pelo próprio ovócito (camada roxa clara). Rodeado por um conjunto de células que o mantêm fixo à parede do folículo (células do cúmulo oóforo). 
• Algumas das células do cúmulo oóforo vão se organizar em torno do ovócito, formando a chamada coroa radiada. Logo, temos as células foliculares formando a camada da granulosa. Mais externamente, a Teca interna e depois a externa.
Visão detalhada da parede do folículo maduro (ou de Graaf). Do lado esquerdo é possível observar uma pequena parte do antro. Logo observamos a camada granulosa (células foliculares que proliferaram e se deslocaram para a periferia, formando a parede do folículo. Depois, a teca, interna (formada por células poligonais, que possuem um citoplasma com vacúolos, que são na verdade os espaços deixados pelas gotículas de lipídeo. Na interface entre a camada granulosa e a teca interna encontra-se uma membrana basal espessa.
-Existe uma interação entre as células da granulosa e o ovócito primário, através de junções comunicantes. 
• O ovócito apresenta curtas microvilosidades e logo depois encontra-se a zona pelúcida. Mais externamente, encontram-se as células da granulosa formando a coroa radiada. 
• As células foliculares mantêm comunicação com outras células foliculares adjacentes através de junções comunicantes (GAP). Também existe essa comunicação entre o ovócito e os prolongamentos das células foliculares que atravessam a zona pelúcida. 
• Desde o início da oôgenese, durante o período pré-natal, as células foliculares produzem e liberam para o citoplasma do ovócito uma proteína chamada de OMI (inibidor da maturação do oócito). Esse OMI diminui, na medida que o oócito começa a madurar. O oócito começa a produzir os grânulos corticais, importantes para a fecundação, já que são liberados uma vez que o espermatozoide atravessa a zona pelúcida e produzem o bloqueio da poliespermia (evitam que mais de um espermatozoide entre).
-O sinergismo que existe entre as células granulosas e as células da teca interna durante a foliculogênese. Entre elas está a membrana basal. Estimuladas pelo LH, as células da teca interna captam colesterol e lipoproteínas de baixa densidade transportadas pelos vasos sanguíneos. Uma vez captados, transformam esses lipídeos em andrógenos fracos (como a androstenediona). Essa androstenediona é transportada para o interior da célula da granulosa e ali, pela estimulaçãodo FSH, a androstenediona é convertida para 17-beta-estradiol por meio de uma aromatase.
Somente as células da teca interna, por terem características de células produtoras de esteroides, podem produzir o andrógeno (androstenediona) e transportar para a camada granulosa (onde vira estrógeno).
Atresia ou degeneração folicular 
• A cada mês são recrutados de 10 a 20 folículos primordiais, que entram no processo de crescimento e desenvolvimento. Contudo, somente 1 folículo vai liberar um oócito completamente maduro. Por isso, muitos desses folículos começam um processo de degeneração, conhecido como atresia. 
• A atresia pode ser definida, então, como um processo degenerativo que pode ocorrer nos folículos em qualquer etapa do seu desenvolvimento. Inclusive, pode acontecer durante o desenvolvimento embrionário, na redução da população de óogônias.
A atresia pode ser observada na imagem abaixo. É parte de um folículo atrésico. Podem ser identificados pela presença de um material espesso e amorfo, conhecido como membrana vítrea. A membrana vítrea consiste numa zona pelúcida relativamente intata, contendo remanescentes/restos do ovócito degenerado e das células granulosas, bem como de macrófagos invasores que acabam fagocitando esses restos celulares e da zona pelúcida.
Fase ovulatória 
• Consiste no processo de ovulação. A fase ovulatória é iniciada por um pico de LH, que vai acontecer entre 24/36 horas antes da ovulação. 
- Os níveis elevados de estrógeno que são liberados pelo folículo maduro, exercem uma retroalimentação negativa sobre o gene RH, para diminuir a liberação do FSH e paralelamente se produz um pico na liberação do LH. Depois desse pico, há um pico menor de FSH. 
• O processo de ovulação consiste na ruptura da parede do folículo maduro -que se encontra mais próximo da parede externa do ovário- e a liberação do ovócito na tuba uterina.
Como acontece?
O pulso de LH induz uma vasoconstrição na região de abaulamento do folículo maduro. Esse ovócito sai da parte mais interna para a periferia, sofre um abaulamento e se projeta sobre a superfície do ovário. Na região onde ele se projeta ocorre uma isquemia (diminuição no suprimento sanguíneo) devido ao pico de LH e consequentemente uma hipoxia. Isso leva então à necrose das células dessa região. Além dessa necrose, os fibroblastos da túnica albugínea e da Teca externa vão liberar proteases que degradarão as fibras de colágeno dessas 2 camadas. Isso contribui com o rompimento da parede do folículo. 
• Alguns autores também falam que no folículo maduro aumenta o volume do líquor folicular, o qual acarreta ao aumento da pressão intrafolicular, o que provavelmente também contribui para o rompimento. Outros falam que as células musculares lisas da Teca externa se contraem e auxiliam no processo da ovulação.
• +/- 23 horas antes da ovulação, o ovócito se solta do cúmulo oóforo e flutua no antro folicular. Nesse momento ele retoma a prófase da Meiose I, termina as outras fases e libera o ovócito secundário e o primeiro corpúsculo polar. O ovócito secundário ao mesmo tempo inicia a Meiose II, avançando até a Metáfase e para nessa fase da Meiose II. 
• Ele é liberado como ovócito secundário na fase da Metáfase da Meiose II, rodeado pela zona pelúcida e pela coroa radiada. Inclusive, no esquema é possível observar a presença do corpúsculo polar entre o ovócito e a zona pelúcida. Essas estruturas acompanham o ovócito secundário ao longo da tuba uterina. 
• Se acontecer a fecundação, a coroa radiada desaparece, a zona pelúcida se mantém por mais um tempo, sendo degenerada antes da implantação do blastocisto no útero. 
Fase luteínica do ciclo ovariano 
A fase luteínica consiste no desenvolvimento e funcionamento do corpo lúteo ou corpo amarelo. Isso acontece porque durante a ovulação, as únicas estruturas que saem são o ovócito com a zona pelúcida, coroa radiada e líquor folicular. Logo, o antro folicular, os vasos sanguíneos da teca interna proliferam por um processo de angiogênese (formação de vasos sanguíneos a partir de outros pré-existentes), invadem a zona da granulosa que é avascular. A membrana basal, que separa a camada granulosa da teca interna, se rompe e os vasos sanguíneos (formados na Teca interna) invadem a camada folicular (células da granulosa) e a cavidade antral se preenche de sangue, formando o corpo hemorrágico. 
- A camada granulosa começa a se preguear em direção ao antro, pouco depois da ovulação. Os espaços entre as pregas são ocupados pelas células da teca interna, tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. O antigo antro folicular preenchido com fibrina é substituído por tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. 
- A partir disso ocorre a formação do corpo lúteo (ou corpo amarelo), que é uma estrutura glandular responsável pela produção e liberação de estrógenos e grandes quantidades de progesterona.
-O LH estimula a síntese de androstenediona pelas células tecoluteínicas (provenientes da teca interna). O FSH vai estimular as células granuloluteinas (foliculares luteínas) a sintetizar progesterona e estradiol (o estradiol a partir da androstenediona).
• Se a fecundação do oócito não acontecer, o corpo lúteo sofre um processo de involução.
-Estrutura do corpo lúteo
Ele é formado pelas células granuloluteinas, que se originaram a partir da camada granulosa do folículo maduro. Essas células são maiores e seu citoplasma é vacuolado, com aspecto meio esponjoso, devido à extração dos lipídeos durante o processamento histológico. Essas células são as que produzem progesterona (a partir de lipídeo e colesterol) e estrogênio. 
• Há também células tecoluteinas, de menor tamanho, entremeadas com as células granuloluteinas. Externamente temos o estroma ovariano, que se confunde com a teca externa.
-Vemos vasos sanguíneos presentes dentro do corpo lúteo. 
- Externamente a teca interna, que se confunde/mistura com o estroma ovariano.
• As células do corpo lúteo têm características de células produtoras de esteroides. Então, as células possuem grande quantidade de gotículas lipídicas no seu citoplasma; retículo endoplasmático liso bem desenvolvido; mitocôndrias com cristas tubulares. As enzimas importantes para a formação desses esteroides estão presentes na membrana do retículo endoplasmático liso e da mitocôndria.
Correlação funcional das Células tecoluteinas x Células grânuloluteinas 
• As células tecoluteinas, estimuladas pelo LH, captam colesterol ou LDL, ou ambos, a partir do sangue. Esse colesterol é usado para a esteroidogênese. O produto esteroide, a androstenediona, é transportado para as células grânuloluteinas. 
• As células grânuloluteinas encontram-se sob o controle de ambos FSH e LH. Essas células podem armazenar o colesterol captado do sangue e usá-lo para a síntese de progesterona. Além disso, pelo efeito do LH, as células grânuloluteinas utilizam androstenediona, produzida pelas células tecoluteinas, para produzir estradiol.
-Quando o corpo lúteo alcança seu máximo desenvolvimento, os níveis altos de estrógenos e progesteronas fazem uma retroalimentação negativa na adenohipófise e a produção dos hormônios de FSH e LH cessam. Se o ovócito não for fecundado, o corpo lúteo entre em um processo de involução.
Involução do corpo lúteo: luteólise
O corpo lúteo entra em involução por volta de 14 dias após a ovulação, a não ser que a fertilização ocorra. 
• A queda do FSH e LH produz uma redução no fluxo sanguíneo do corpo lúteo, o que causa hipóxia. Como consequência, células T vão atingir o corpo lúteo e liberar o interferon-y, o qual atua sobre o endotélio para permitir a chegada de macrófagos, a partir dos vasos sanguíneos. Os macrófagos produzem fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), iniciando assim a cascata apoptótica.
Posteriormente, os restos do corpo lúteo são retirados pelos macrófagos e substituídos por um tecido fibroso, que permanece com uma cicatriz, formando o corpo albicans ou corpo branco (devido à sua colocação esbranquiçada em estado fresco). Essa coloração esbranquiçada é devido à presença de fibras de colágeno, principalconstituinte do corpo albicans.
É possível observar o corpo albicans: Tecido fibroso; Fibroblastos; Estroma ovariano altamente vascular rodeando o corpo branco.
UFRJ – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
LIZ JUNGER MOURÃO
HISTOLOGIA
Caso ocorrer a fecundação, o corpo lúteo evolui para o corpo lúteo gravídico e a síntese de estrogênio e progesterona é sustentada pela gonadotrofina coriônica humana (beta-HCG), produzida e secretada pelo trofoblasto do embrião implantado.

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