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CONTABILIDADE PARA CONDOMÍNIOS TURMA III (21/09/2020) LEANDRO VALENÇA Leandro o. Valença PROGRAMAÇÃO Denominação e Natureza Juridica Convenção de Condominios Ata de Eleição de Sindico Cartório de Registro de Imoveis Administração Financeira do Condomínio Formação da Cota Condominial e Formas Despesas Obrigatórias Fundo de Reserva e Controle de Cotas Formas de Combate a Inadimplência Orgão de proteção ao crédito Função da contabilidade Pratica da Contabilidade pelo Condomínio Contabilidade como Suporte para Gestão Livros e/ou relatórios mensais Não Obrigatóriedade Retenção de impostos Obrigações Acessórias Declarações Encargos e Tributos Sobre Folha Retenção do IRRF Contribuições Previdenciarias FPAS e RAT Constituição Administração Financeira do Condomínio Contabilidade para Condomínios Aspecto Tributário Leandro o. Valença NATUREZA JURIDICA Não possui personalidade jurídica, não exerce atividade econômica, com ou sem fins lucrativos. Os condomínios são equiparados a empresa no que tange a obrigatoriedade de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ. Tal obrigatoriedade se mostra necessária, visto que o condomínio, apesar de ter uma natureza jurídica própria, não pode se confundir com seus proprietários, no caso, os condôminos. Assim, claro que seria necessário a individualização do condomínio junto à Receita Federal. DENOMINAÇÃO No Brasil tem-se o condomínio, quando a mesma coisa pertence a mais de uma pessoa, e todas envolvidas têm igual direito, de forma ideal, sobre o todo e cada uma de suas partes. Sendo assim, o poder jurídico atribuído a todos na sua integralidade. Cada condômino tem assegurada uma fração, ou quota da coisa. De acordo com a constituição o condomínio pode ser convencional ou incidental. Enquanto o primeiro nasce do contrato de duas ou mais pessoas que usam a coisa em comum, o último também dito eventual nasce não da vontade das partes envolvidas, mas de uma circunstância qualquer, como por exemplo da sucessão hereditária, ou dos direitos de vizinhança. Temos ainda o legal ou forçado quando nasce da imposição direta do ordenamento jurídico.. Leandro o. Valença CNAE 8112-5/00 - Condomínio Prédiais Natureza Juridica 308-5 - Condomínio Edilicio ►CONSTITUIÇÃO - Convenção Condominial - Ata de Eleição de Sindico Os passos para constituição de um Condomínio São: • Criação da Convenção e Regimento Interno; • Realizar Assembléia Ordinária para Eleição do Sindico; • Através da SUCOM retirar o TVL (Termo de viabilidade de Localização); • Registrar no Cartório de Registro de Imoveis a Convenção; • Registrar no Tabelionato de Titulos e Documentos a Ata; • Preencher o REGIM / REDESIM; • Preencher o DBE; • após juntada de Documentos levar a Receita Federal e/ou transmitir os arquivos eletrônicamente. . Utilizar na abertura os códigos: Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Convenção Condomínial Leandro o. Valença Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - sua forma de administração; III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. § 1o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. § 2o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. Ata de Eleição do Sindico Art. 1.347. A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três membros, eleitos pela assembleia, por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico. Leandro o. Valença Não existe um modelo padrão de ata. Por se tratar de uma narrativa do que acontece na reunião, ela deve ser clara e objetiva, devendo-se evitar narrativas longas, sem esquecer de registrar tudo o que foi decidido, enumerando o quorum de cada deliberação (principalmente os temas polêmicos). Para isso, deve-se seguir alguns requisitos, a saber: 01) Deve haver abertura e encerramento; 02) A pauta deve ser transcrita, assim como o nome do presidente e do secretário; 03) Pode ser redigida no ato, diretamente no livro ou por meio de computador, e não há nada que proíba ser aprovada ao final da reunião, porém, deve ser lida na próxima assembleia. 04) É importante registrar se a Assembleia foi realizada em primeira ou em segunda convocação; 05) Quando solicitado, deve-se registrar voto contrário assim como qualquer declaração e/ou manifestação dos condôminos; 06) Não há necessidade de assinatura dos presentes, sendo bastante a do presidente e do secretário, desde que haja registro de presença. 07) Com exceção da Ata de Eleição de sindico, não existe nenhuma obrigatoriedade quanto ao registro das atas em cartório (títulos e documentos), porém, algumas são mais importantes, e se faz necessário registrá-las, como: reajuste de taxa de condomínio, criação de taxa-extra, bem como todas aquelas que tenham sido tomadas em decisões polêmicas. 08) O síndico, até 08 dias após a realização da assembleia, deve dá conhecimento aos condôminos do que foi decidido na reunião. Cópia da ata distribuída a todos, supre esta necessidade. SOBRE MODELO DE ATA Leandro o. Valença DESPESAS COM CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMOVÉIS LEI ESTADUAL Nº 12.373/2011 - DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011, ALTERADA PELA LEI ESTADUAL Nº 14.025/2018, DE 06/12/2018 - VIGÊNCIA: 07/03/2019 Escritura de convenção de condomínio ou suas modificações: R$ x,xx (Ato 03018) + R$ x,xx por unidade autonoma. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO CONDOMÍNIO A administração de um condomínio atualmente se equipara a de uma pequena empresa. São muitos os cuidados que devem ser tomados para que a gestão corra dentro da lei, sem sobressaltos e sem muita dor de cabeça. Código Civil, Art. 1.348. Compete ao síndico: I - convocar a assembleia dos condôminos; II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns; III - dar imediato conhecimento à assembleia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembleia; V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores; VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; Leandro o. Valença VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; VIII - prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas; IX - realizar o seguro da edificação. § 1o Poderá a assembleia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em poderes de representação. § 2o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembleia, salvo disposição em contrário da convenção. Folha de Pgamento 45.7% Consumo de Água 22.9% Materiais Manutenção 12.4% Prestação de Serviços 9.5% Obras e Outros 9.5% FORMAÇÃO DA COTA CONDOMINAIL A cota condominial é de suma importância noprocesso administrativo do condomínio. Sem ela, não há como gerenciar um condomínio de forma correta e tranquila. Leandro o. Valença Sendo assim, o condomínio cobra a cota condominial de cada unidade com o intuito de cobrir as despesas mensais da edificação, como: Contas de energia elétrica e água; Folha de pagamento dos funcionários; Gastos com a conservação e manutenção de elevadores e demais equipamentos; Compra de materiais para o condomínio, como produtos de limpeza ou de escritório; Custear obras e manutenções periódicas nas áreas comuns do condomínio. Desse modo, a cota condominial é essencial para a gestão e o bom funcionamento do condomínio. Na sua ausência, não há como manter um empreendimento funcionando adequadamente. Por sua vez, a obrigação do pagamento de cotas condominiais é garantida pelo Art. 1.336 do Código Civil. O inciso I define que é dever do condômino contribuir para as despesas da administração. A divisão da cota condominial é feita a partir da fração ideal das unidades ou através de divisão igualitária dos valores. No entanto, esse rateio da cota condominial pode ser feito de forma diferenciada caso a convenção do condomínio estipular. Despesas de condomínio ordinárias São os gastos rotineiros e necessários para a manutenção do condomínio. Nessa lista, você pode colocar salários, gastos com manutenção, prestação de serviços, seguro, despesas administrativas, encargos trabalhistas, conservação, reparos, entre outras. As despesas de condomínio ordinárias precisam ser planejadas para todo o ano, mas é importante saber que elas podem sofrer alterações de acordo com a inflação, portanto, planeje com uma margem de aumento – assim, você evita que o condomínio entre no vermelho, e para que isso não aconteça, todas as despesas precisam ser colocadas na ponta do lápis. Leandro o. Valença A competência para elaborar o orçamento anual é do síndico, conforme previsto no artigo 1.348, inciso VI do CC/02, e a sua aprovação acontece em assembleia ordinária. Podemos classificar como despesas ordinárias: a) Salários. b) Consumo de água, gás e luz. c) Limpeza, conservação e pintura das dependências de uso comum. d) Manutenção e conservação dos equipamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de segurança de uso comum. e) Manutenção e conservação de áreas de lazer, como quadras esportivas. f) Manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e antenas coletivas. Essas despesas de condomínio serão suportadas pelos condôminos de maneira fixa ao longo de todos os meses, e um bom planejamento evitará rateios que são sempre inconvenientes. Fundo de Reservas Em síntese, o fundo de reserva é um estoque de dinheiro feito para garantir que o condomínio consiga realizar investimentos porvir. Sua principal função é dar suporte financeiro para futuros investimentos do condomínio, como obras e manutenções ou pagamento de despesas emergenciais. O fundo de reserva pode ser usado para bancar despesas que são emergenciais, indispensáveis ou que não foram abordadas pela previsão orçamentária anual. Como exemplo, pode-se utilizar o fundo de reserva para consertar problemas causados por vazamentos entre apartamentos. Ou então, pagar pela instalação de um sistema de segurança novo para o condomínio. Embora não seja adequado, a quantia também pode ser utilizada para custear despesas ordinárias do condomínio caso o empreendimento entre em situação de emergência. No entanto, essa medida só pode ser tomada com o aval da assembleia geral e autorização da convenção do condomínio. Nesses casos, o síndico deve se responsabilizar para repor o saldo antes existente. Leandro o. Valença É a Lei nº 4.591/64, mais conhecida como Lei do Condomínio, que instituiu a cobrança do fundo de reserva. Segundo a lei, é a convenção o documento que determina as normas acerca da quantia. Isso significa que o Código Civil brasileiro não regula pormenores sobre o fundo de reserva. Portanto, a cobrança e a utilização dos valores devem ser realizados conforme as regras da legislação interna do condomínio. É a convenção do condomínio que determina: - O valor da contribuição conforme porcentagem da cota condominial (geralmente 5% a 10%); - Se a cobrança será feita por prazo indeterminado ou por um determinado período; - Se o caixa pode cobrir despesas extraordinárias e/ou ordinárias; - Como é calculado o rateio do valor. Qualquer mudança no fundo de reserva deverá ser feita em reunião do condomínio. Da mesma forma, caso a convenção não ofereça informações sobre o assunto, é necessário aprová-las em assembleia. Para ambas as situações, o quórum necessário é de dois terços dos condôminos. Controle de Cotas É indicado que o controle dos pagamentos realizados pelos condôminos seja feita de forma clara e transparente. Sendo assim não é viavel o recebimento de cotas condomíniais em espécie entregue nas mãos do sindico ou administrador, barganha e depositos em conta corrente. Atualmente a maneira mais clara e transparentes de recebimento da cota condominial é através de boleto bancário, assim é ´possivel acompanhar de forma clara e pratica o valor recebido. Leandro o. Valença Formas de Combate a Inadimplência Atualmente, a inadimplência é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos síndicos nos condomínios. A situação é tão grave que, existem alguns condomínios em que metade dos apartamentos está inadimplente, trazendo prejuízo a todos e, principalmente, ao pagamento de contas, realização de benfeitorias, e outros. Assim, é recomendável que haja uma atuação conjunta dos síndicos, conselhos e condôminos a fim de combater a inadimplência. Nos dias atuais, a legislação autoriza multa por atraso, porém fixada em um valor muito baixo, no máximo 2% (dois por cento), sendo este um dos motivos para tanta inadimplência. Assim, é comum que os condôminos prefiram pagar cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, escola, parcela do carro, luz, internet, telefone, TV a cabo entre outros, ficando a taxa condominial em último lugar na lista de prioridades. Ferramentas para Combater a Inadimplência do seu Condomínio– 1 - Facilidades no Pagamento: uma boa alternativa é o condomínio dispor da opção de débito em conta para seus condôminos. Ao optar por este meio, o inadimplente deverá cadastrar seu boleto no banco que possua conta, solicitando à administradora que envie os dados para a instituição bancária. Ter serviço “online” de segunda via do boleto também facilita muito, já que muitos condôminos acabam perdendo o boleto. Atentar ainda para, enviar os boletos mensais com prazo viável, tendo por padrão uma semana antes do vencimento. 2 – Empresa de Cobrança: geralmente, as administradoras já têm sistema de cobrança, embora não seja sua atividade principal, no entanto, se o condomínio tem uma inadimplência alta, em torno de 20%, é recomendável que haja a contratação de uma empresa especializada para cobrar seus devedores. Leandro o. Valença 3 – Ação Judicial: em casos que notificações e tentativas de acordo por parte do condomínio não tenham surtido efeito junto aos condôminos inadimplentes, uma das alternativas será ingressar com uma ação judicial contra estes condôminos a fim de obter a quitação das cotas condominiais. Importante: A dívida é vinculada ao imóvel, e não à pessoa, e numa eventual cobrança judicial o imóvel poderá ser levado a leilão judicial. 4– Protesto do Título: esta alternativa tem demonstrado ser um bom caminho para reduzir a inadimplência, pois os condôminos inadimplentes já recebem junto com a intimação do cartório o boleto para pagamento, facilitando a quitação, uma vez que a maioria não deseja ver seu nome cadastrado nos órgãos de proteção ao crédito, cadastro este que impede concessões de crédito, financiamentos, venda do imóvel, entre outros. O CPC/2015 (Código de Processo Civil Brasileiro), mais precisamente em seus artigos 783 e 784, VIII, 829, traz a expressa possibilidade do devedor vir a ter seu nome incluso nos órgãos Proteção ao Crédito (os temíveis SPC e Serasa),e, como não bastasse, o débito condominial passou a ser Título Executivo Extrajudicial, podendo dar ensejo a uma ação proposta pelo Condomínio pedindo para quitar o débito em apenas 3 (três) dias, sob pena de penhora! Orgãos de Proteção ao Crédito Função da Contabilidade As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico. A contabilidade gerencial, ou contabilidade de gestão, é um conjunto de práticas e técnicas destinadas a fornecer aos gestores informações financeiras. Isso os ajuda a tomar decisões e manter um controle eficaz sobre os recursos da empresa. Leandro o. Valença Pratica da Contabilidaede para Condominios Contabilidade como suporte para Gestão de Condomínios A prestação de contas em um condomínio é obrigatória, e não há nenhuma exceção para esse fato, que pode gerar sanção prevista por lei. Se a prestação de contas é obrigatória, quem é responsável por ela? Em primeiro lugar, é preciso entender que a administração do condomínio é responsabilidade do síndico, figura eleita em assembleia condominial de acordo com a convenção estabelecida no condomínio. As atribuições financeiras são previstas pelo Código Civil: prestar contas anualmente à assembleia (artigo 1348 inc. VIII);elaborar o orçamento da receita e despesa correspondente a cada ano (artigo 1348 inc. VIII);cobrar as taxas condominiais mensais (art 1348 inc. VII). Nesse momento, o síndico tem algumas opções para cumprir com suas obrigações e garantir que estará exercendo a sua função dentro da lei: Contratar uma administradora de condomínios;Contratar um profissional de contabilidade para fazer a prestação de contas e administrar o condomínio; Fazer a prestação de contas e a administração por conta própria. Delegar uma ou mais responsabilidades da administração do condomínio pode ser muito inteligente visando manter em ordem a saúde financeira, fiscal e administrativa do condomínio. Para isso, está previsto por lei o direito que o síndico tem em relação à transferência de responsabilidade, parcial ou integralmente de acordo com o artigo 1348 do Código Civil: 2o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembleia, salvo disposição em contrário da convenção. Essa previsão legislativa é uma forma de proteger os condomínios, visto que o síndico, apesar de ser um representante responsável, tem a função de administrar e gerir bens de terceiros. Dessa forma, o síndico deve prestar contas aos condôminos, e pode contar com a assessoria de um profissional contábil para isso, quando a decisão é aprovada em assembleia. Leandro o. Valença Em relação à contabilidade, a lei 4.951/64 determina como função do síndico a de “prestar contas à assembleia geral do condomínio; manter guardada durante o prazo de cinco anos, para eventuais necessidades de verificação contábil, toda a documentação relativa ao condomínio”. Portanto, o síndico é responsável pela prestação de contas junto a assembleia geral, mas pode delegar a tarefa de elaboração dos documentos necessários a um profissional contábil. De acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade, caso a administração do condomínio vote pela contratação de um profissional ou empresa contábil, os princípios contábeis aplicáveis a todas as entidades devem ser obedecidos, principalmente aqueles que são previstos na ITG 2002, aprovada pela Resolução CFC nº 1.409/12, correspondente às Entidades sem Fins Lucrativos. Livros e/ou Relatório mensais A pasta de prestação de contas é uma das ferramentas mais fundamentais de uma gestão condominial boa e transparente. É ali que está toda a movimentação financeira do condomínio e documentação comprobatória do que foi feito, como notas fiscais do mês, o que foi pago, o que foi recebido, o que foi acordado entre o condomínio e um inadimplente, possíveis ações judiciais, etc. É realmente um raio-x do que a gestão executou em um mês e um ótimo recurso para o síndico e conselheiros acompanharem a transparência da gestão afim de evitar fraudes e desvios. Não - Obrigatóriedade Legalmente, não existe nenhuma lei que obrigue o condomínio a contratar os serviços de um contador, mesmo que o empreendimento possua um CNPJ ativo. Da mesma forma, não há nenhuma norma do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que determine a presença de um contador atuando em condomínios. Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S ISS / I NS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F Tributação e as obrigações relacionadas ao condomínio Apesar de não receber os benefícios trabalhista de um contratado em regime CLT, o síndico é segurando obrigatório da previdência social. Logo, é de obrigação da fonte pagadora (condomínio) o recolhimento da contribuição. Entenda: ► Há o desconto de 11% do total da remuneração paga, a título de INSS. ► O condomínio também está obrigado a contribuir para a Previdência em relação à remuneração do síndico, sendo seu percentual de 20%. ► Existe o caso em que nem o condomínio nem o síndico ficam isentos do pagamento de INSS: quando o síndico comprova que como empregado de outra empresa contribui com a cota máxima do INSS. O síndico que tiver isenção da cota condominial ou remuneração direta deve incluir o benefício na sua declaração de Imposto de Renda como “outras receitas”, uma vez que o valor é referente a um pagamento por serviço prestado. Se essa receita ultrapassar os R$ 6 mil anuais, deve ser declarada na DIRF. Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S ISS / I NS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F Os condomínios comerciais e residenciais devem proceder à retenção e o recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS, em relação aos serviços tomados, na qualidade de Substituto Tributário, conforme prevê o inciso VI, art. 99, da Lei nº 7.186, de 27 de dezembro de 2006, Código Tributário e de Rendas do Município do Salvador – CTRMS: Art. 99. Devem proceder à retenção e o recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS, em relação aos serviços tomados, os seguintes responsáveis, qualificados Como substitutos tributários: ......................................... VI – os condomínios comerciais e residenciais; ......................................... Os serviços sujeitos ao ISS estão elencados na Lista de Serviços anexa à referida Lei. INSCRIÇÃO NO CADASTRO DE ATIVIDADES Como sujeitos passivos de obrigação tributária, os condomínios comerciais e residenciais deverão requerer a sua inscrição no Cadastro de Atividades do Município – CGA, conforme indicado nos arts. 5º, 6º e 228 do CTRMS: DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DOS CONDOMÍNIOS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA - PMS Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S ISS / I NS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F Art. 5º Para os efeitos da legislação tributária municipal, consideram-se sujeitos passivos de obrigações tributárias os contribuintes e responsáveis apontados neste Código, e nos demais diplomas normativos que compõem o Sistema Tributário do Município. Art. 6º Sem prejuízo de outras pessoas físicas ou jurídicas, ou quem se equiparem, consideram-se sujeito passivo: .............................................. III – os consórcios de empresas e os condomínios residenciais e não residenciais; .............................................. Art. 228. Toda pessoa física ou jurídica que exercer atividade no Município, sujeita à obrigação tributária principal ou acessória, deverá requerer sua inscrição e alterações no Cadastro Geral de Atividades – CGA, do Município, de acordo com as formalidades estabelecidas em ato do Poder Executivo. Parágrafo único. O prazo da inscrição e alterações é de 30 (trinta) dias, a contar do ato ou fato que as motivaram. O Decreto nº 20.587,de 19 de fevereiro de 2010, alterado pelo Decreto nº 21.542, de 18 de janeiro de 2011, estabelece que os condomínios comerciais e residenciais que auferirem, no exercício anterior, receita bruta anual decorrente de cotas condominiais, em valor superior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) estão obrigados a proceder a retenção e o recolhimento do ISS, senão vejamos: Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S ISS / I NS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F Art. 3º São também responsáveis pela retenção e recolhimento do ISS, os seguintes tomadores de serviços estabelecidos neste Município, em relação a quaisquer serviços tomados: ........................................ VI – os condomínios comerciais e residenciais; LEGISLAÇÃO DA RETENÇÃO DE PIS COFINS E CSLL Legislação Pis Cofins e CSLL o artigo 30 da Lei nº 10.833 traz a imposição que os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, pela prestação de serviços profissionais (que detalharemos neste artigo), serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra bem como os serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, estarão sujeitos à retenção na fonte de PIS e COFINS da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Outra base legal para a Retenção do PIS COFINS e CSLL é a Instrução Normativa 459/2004 para Retenções empresas Privadas e a Instrução Normativa 480/2004 para Retenções para empresas Públicas, que foi alterado pela Instrução Normativa 1234/2012. Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S ISS / I NS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F Além dos embasamentos legais citados anteriormente, em 2015 foi efetuado algumas alterações através da Lei nº 13.137/2015 que estabeleceu a dispensa da retenção das contribuições que se aplicava a pagamentos de valor igual ou inferior a R$ 5.000,00, revogou o § 4º do art. 31 da Lei nº 10.833/2003, e também alterou o prazo de recolhimento da retenção. O valor a ser retido de Pis e Cofins e CSLL corresponde à multiplicação da alíquota de 4,65% sendo os percentuais: ►0,65% para PIS; ►3% para COFINS; e ►1% para CSLL. É importante salientar que as alíquotas de 0,65% e 3,0% aplicam-se inclusive na hipótese de as receitas da prestadora dos serviços estarem sujeitas ao regime de não-cumulatividade para o PIS e COFINS. O fato gerador da retenção do PIS COFINS e CSLL é o simples pagamento dos serviços elencados a outra pessoa jurídica, diferentemente do que ocorre com o IRRF que pode incidir no pagamento ou no simples lançamento contábil do serviço, ou seja o que ocorrer primeiro. TIPOS DE SERVIÇOS ELENCADOS NO PCC ► Limpeza, conservação ou zeladoria os serviços de varrição, lavagem, enceramento, desinfecção, higienização, desentupimento, dedetização, desinsetização, imunização, desratização ou outros serviços destinados a manter a higiene, o asseio ou a conservação de praias, jardins, rodovias, monumentos, edificações, instalações, dependências, logradouros, vias públicas, pátios ou de áreas de uso comum; Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S IS S / INS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F ►Da manutenção de todo e qualquer serviço de manutenção ou conservação de edificações, instalações, máquinas, veículos automotores, embarcações, aeronaves, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer bem, quando destinadas a mantê-los em condições eficientes de operação, excetos e a manutenção for feita em caráter isolado, como um mero conserto de um bem defeituoso; ►De segurança e/ou vigilância os serviços que tenham por finalidade a garantia da integridade física de pessoas ou a preservação de valores e de bens patrimoniais, inclusive escolta de veículos de transporte de pessoas ou cargas; PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ATRAVÉS DE CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA E EMPREITADA - RETENÇÃO DE 11% INSS A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão-de- obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, a partir da competência fevereiro de 1999, deverá reter 11% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços e recolher à Previdência Social a importância retida, em documento de arrecadação identificado com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada. Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S IS S / INS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ATRAVÉS DE CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA E EMPREITADA - RETENÇÃO DE 11% INSS A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão-de- obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, a partir da competência fevereiro de 1999, deverá reter 11% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços e recolher à Previdência Social a importância retida, em documento de arrecadação identificado com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada. DOS CONCEITOS Cessão de mão-de-obra é a colocação à disposição da empresa contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua atividade fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei nº 6019, de 1974. Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S IS S / INS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS / DECLARAÇÕES O condomínio tem a responsabilidade de reter o valor dos impostos das Notas Fiscais de Serviço, RPA e Folha de Pagamento, e depois recolher para o governo. Como este valor não o pertence, na falta do recolhimento por parte do Condomínio, este será responsabilizado pelo crime de apropriação indébita, previsto no Código Penal. As obrigações acessórias são deveres administrativos que os Condomínios têm de prestar informações as Entidades Públicas para manterem o controle sobre informações e a arrecadação de tributos. Os Condomínios deverão entregar: ►DIRF: É uma declaração anual, entregue a Receita Federal, onde é informado as retenções de impostos do ano anterior, mesmo que seja apenas um mês, sobre o imposto de renda retido de funcionários e impostos retidos sobre as notas fiscais de prestação de serviço. ►SEFIP: É um programa da Caixa Econômica Federal, mensal, onde o Condominio transmite informações, através do Conectividade Social, sobre o FGTS e Previdência Social. ►CAGED: É uma declaração mensal, entregue ao Ministério do Trabalho, onde é informado as admissões e demissões no mês anterior. ►RAIS: É uma declaração anual, solicitada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, onde transmite informações socioeconômicas dos trabalhadores, para controle das atividades trabalhistas no pais por parte das entidades governamentais. Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S IS S / INS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F FOLHA DE PAGAMENTO Sobre a Folha de Pagamento, no momento em que o Condomínio escolher por contratar mão de obra direta, gera os seguintes compromissos: ►INSS Funcionário: A alíquota a ser retida deve seguir a tabela previdenciária, respeitando o limite máximo do salário de contribuição. ►INSS Patronal: recolher 20% sobre a remuneração ►FGTS: 8% sobre a remuneração ►PIS: 1% sobre a Folha de Pagamentos ►IRRF: incide sobre a remuneração do funcionário, seguindo tabela vigente da Receita Federal. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA (Progressiva) 0,00 até 1.045,00 7,50% de 1.045,01 até 2.089,60 9,00% de 2.089,61 até 3.134,40 12,00% de 3.134,41 até 6.101,06 14,00% TABELA INSS 2020 TABELA IRRF 2015 Basede Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$) 0,01 Até 1.903,98 - - De 1.903,99 até 2.826,65 7,5% 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15% 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5% 636,13 Acima de 4.664,68 27,5% 869,36 Leandro o. Valença RETENÇÕES E CONTRIBUIÇÕES ASPEC TOS TR I BU TÁR I O S IS S / INS S PIS / CO FIN S CSL L / IRR F Contribuições previdenciárias FPAS e RAT A sigla FPAS significa Fundo da Previdência e Assistência Social. Trata-se de um código que identifica a atividade econômica que a empresa ou o trabalhador individual exerce. O código FPAS para condomínios é o 566, com código de terceiros 99 e alíquota RAT 2,00%. O RAT é a nova denominação para o SAT (Seguro Acidente do Trabalho). É uma contribuição previdenciária paga pelo empregador, para cobrir os custos da Previdência com trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. O objetivo do RAT é onerar mais o empregador que explora atividades que oferecem maior risco à saúde e à integridade física de seus funcionários. Nada mais é do que uma medida de justiça tributária: o empregador que mais onera a Previdência Social pela concessão de aposentadoria especial, auxílio doença e aposentadoria por invalidez, deverá também contribuir com uma alíquota maior para custear o pagamento destes benefícios. Leandro o. Valença
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