Logo Passei Direto
Buscar

Ambiente e Saúde: Pensar, Aplicar e Agir

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Ambiente e Saúde - 1 
Organizadores 
Raul Borges Guimarães 
Leonice Seolin Dias 
Silas Seolin Dias 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde 
 
pensar, aplicar e agir 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
ANAP 
Tupã/SP 
2019 
2 
EDITORA ANAP 
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista 
Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003. 
Rua Bolívia, nº 88, Jardim América, Cidade de Tupã, São Paulo. CEP 17.605-310. 
Contato: (14) 99808-5947 
www.editoraanap.org.br 
www.amigosdanatureza.org.br 
editora@amigosdanatureza.org.br 
 
Editoração e Diagramação da Obra: Leonice Seolin Dias; Sandra Medina Benini 
Revisão Ortográfica: Smirna Cavalheiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Índice para catálogo sistemático 
Brasil: Geografia 
Ambiente e Saúde - 3 
Conselho editorial interdisciplinar permanente 
 
Prof. Dr. Adeir Archanjo da Mota – UFGD 
P Profa. Dra. Alba Regina Azevedo Arana – UNOESTE 
Prof. Dr. Alexandre Carneiro da Silva – IFAC 
Prof. Dr. Alexandre França Tetto – UFPR 
Prof. Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa – UFVJM 
Prof. Dr. Alfredo Zenen Dominguez González – UNEMAT 
Profa. Dra. Alina Gonçalves Santiago – UFSC 
Profa. Dra. Aline Werneck Barbosa de Carvalho – UFV 
Prof. Dr. Aurelio Bandeira Amaro – UFPel 
Prof. Dr. Alyson Bueno Francisco – CEETEPS 
Profa. Dra. Ana Klaudia de Almeida Viana Perdigão – UFPA 
Profa. Dra. Ana Lúcia de Jesus Almeida – UNESP/PP 
Profa. Dra. Ana Lúcia Reis Melo Fernandes da Costa – IFAC 
Profa. Dra. Ana Paula Branco do Nascimento – UNINOVE 
Profa. Dra. Ana Paula Fracalanza – USP 
Profa. Dra. Ana Paula Novais Pires – UFG/Catalão 
Profa. Dra. Ana Paula Santos de Melo Fiori – IFAL 
Prof. Dr. André de Souza Silva – UNISINOS 
Profa. Dra. Andrea Aparecida Zacharias – UNESP 
Profa. Dra. Andrea Holz Pfutzenreuter – UFSC 
Prof. Dr. Antonio Fábio Sabbá Guimarães Vieira – UFAM 
Prof. Dr. Antonio Marcos dos Santos – UPE 
Profa. Dra. Arlete Maria Francisco – FCT/UNP 
Profa. Dra. Beatriz Ribeiro Soares – UFU 
Profa. Dra. Carla Rodrigues Santos – UNEMAT 
Prof. Dr. Carlos Andrés Hernández Arriagada – MICAP 
Profa. Dra. Carmem Silvia Maluf – Uniube 
Profa. Dra. Cibele Roberta Sugahara – PUC 
Profa. Dra. Célia Regina Moretti Meirelles – UPM 
Prof. Dr. Cesar Fabiano Fioriti – FCT/UNESP 
Prof. Dr. César Gustavo da Rocha Lima – UNESP 
Prof. Dr. Cledimar Rogério Lourenzi – UFSC 
Profa Dra. Cristiane Miranda Martins – IFTO 
Profa Dra. Daniela de Souza Onça – FAED/UESC 
Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva – UNESP 
Profa. Dra. Dayana Ap. M. de Oliveira Cruz – UFSCAR 
Profa. Dra. Denise Antonucci – UPM 
Profa. Dra. Diana da Cruz Fagundes Bueno – UNITAU 
Prof. Dr. Edson L. Ribeiro – Unieuro – Minist. das Cidades 
Prof. Dr. Eduardo Salinas Chávez – UFMS 
Prof. Dr. Eduardo Vignoto Fernandes – UFG/Jataí 
Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti – UFGD 
Profa. Dra. Eliana Corrêa Aguirre de Mattos – UNICAMP 
Profa. Dra. Eloisa Carvalho de Araújo – UFF 
Profa. Dra. Eneida de Almeida – USJT 
Prof. Dr. Erich Kellner – UFSCar 
Prof. Dr. Eros Salinas Chàvez – UFMS /Aquidauana 
Profa. Dra. Fátima Aparecida da SIlva Locca – UNEMAT 
Prof. Dr. Felippe Pessoa de Melo – Centro Univ. AGES 
Profa. Dra. Fernanda Silva Graciani – UFGD 
Prof. Dr. Fernando Sérgio Okimoto – UNESP 
 Profa. Dra. Flávia Akemi Ikuta – UFMS 
 Profa. Dra. Flávia Maria de Moura Santos – UFMT 
 Profa. Dra. Flávia Rebelo Mochel – UFMA 
Prof. Dr. Flavio Rodrigues do Nascimento – UFC 
Prof. Dr. Francisco Marques Cardozo Júnior – UESPI 
Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula – UFJF 
Prof. Dr. Frederico Canuto – UFMG 
Prof. Dr. Frederico Yuri Hanai – UFSCar 
Prof. Dr. Gabriel Luis Bonora Vidrih Ferreira – UEMS 
Profa. Dra. Geise Brizotti Pasquotto – USP 
Profa. Dra. Gelze Serrat de S. Campos Rodrigues – UFU 
Prof. Dr. Generoso de Angelis Neto – UEM 
Prof. Dr. Geraldino Carneiro de Araújo – UFMS 
Profa. Dra. Gianna Melo Barbirato – UFAL 
Prof. Dr. Glauco de Paula Cocozza – UFU 
Profa. Dra. Isabel C. Moroz Caccia Gouveia – FCT/UNESP 
Profa. Dra Jakeline Aparecida Semechechem – UENP 
Prof. Dr. João Cândido André da Silva Neto – UEA 
Prof. Dr. João Carlos Nucci – UFPR 
Prof. Dr. João Paulo Peres Bezerra – UFFS 
Prof. Dr. João Roberto Gomes de Faria – FAAC/UNESP 
Prof. Dr. José Aparecido dos Santos – FAI 
Prof. Dr. José Queiroz de Miranda Neto – UFPA 
Prof. Dr. José Seguinot – Universidad de Puerto Rico 
Prof. Dr. Josep Muntañola Thornberg – UPC/Barcelona 
Profa. Dra. Josinês Barbosa Rabelo – UFPE 
Profa. Dra. Jovanka B. Cavalcanti Scocuglia – UFPB 
Profa. Dra. Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro – FEA 
Prof. Dr. Júnior Ruiz Garcia – UFPR 
Profa. Dra. Karin Schwabe Meneguetti – UEM 
Profa. Dra. Katia Sakihama Ventura – UFSCar 
Prof. Dr. Leandro Gaffo – UFSB 
Profa. Dra. Leda Correia Pedro Miyazaki – UFU 
Profa. Dra. Lidia M. de Almeida Plicas – IBILCE/UNESP 
Profa. Dra. Lisiane Ilha Librelotto – UFS 
Profa. Dra. Luciana Ferreira Leal – FACCAT 
Profa. Dra. Luciana Márcia Gonçalves – UFSCar 
Prof. Dr. Marcelo Campos – FCE/UNESP 
Prof. Dr. Marcelo Real Prado – UTFPR 
Profa. Dra. Marcia Eliane Silva Carvalho – UFS 
Prof. Dr. Márcio R. Pontes – EQUOIA Eng. Ambiental Ltda. 
Profa. Dra. Margareth de Castro Afeche Pimenta – UFSC 
Profa. Dra. Maria Ângela Dias – UFRJ 
 Profa. Dra. Maria Ângela P. de Castro e S. Bortolucci – IAU 
Profa. Dra. Maria Augusta Justi Pisani – UPM 
Profa. Dra. María Gloria F. Rodríguez – IEA/Cienf./ Cuba 
Profa. Dra. Maria Helena Pereira Mirante – UNOESTE 
Profa. Dra. Maria José Neto – UFMS 
 Profa. Dra. Maristela Gonçalves Giassi – UNESC 
Profa. Dra. Marta C. de Jesus A. Nogueira – UFMT 
Profa. Dra. Martha Priscila Bezerra Pereira – UFCG 
4 
Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira – UNINOVE 
Prof. Dr. Miguel Ernesto González Castañeda – 
Universidad de Guadalajara – México 
Profa. Dra. Natacha Cíntia Regina Aleixo – UEA 
Profa. Dra. Natália Cristina Alves – UNESP/PP 
Prof. Dr. Natalino Perovano Filho – UESB 
Prof. Dr. Nilton Ricoy Torres – FAU/USP 
Profa. Dra. Olivia de Campos Maia Pereira – EESC – USP 
Profa. Dra. Onilda Gomes Bezerra – UFPE 
Prof. Dr. Oscar Buitrago – Univ. Del Valle, Colombia 
Prof. Dr. Paulo Alves de Melo – UFPA 
Prof. Dr. Paulo Cesar Vieira Archanjo – UFAM 
Prof. Dr. Paulo Cesar Rocha – FCT/UNESP 
Profa. Dra. Priscila Varges da Silva – UFMS 
Profa. Dra. Regina Célia de Castro Pereira – UEMA 
Prof. Dr. Renan Antônio da Silva – UNESP – IBRC 
Prof. Dr. Ricardo de Sampaio Dagnino – UNICAMP 
Prof. Dr. Ricardo Toshio Fujihara – UFSCar 
Profa. Dra. Risete Maria Queiroz Leão Braga – UFPA 
Prof. Dr. Rodrigo Barchi – UNISO 
Prof. Dr. Rodrigo Cezar Criado – TOLEDO Pres. Prudente 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves dos Santos – UFSC 
Prof. Dr. Rodrigo José Pisani – UNIFAL – MG 
Prof. Dr. Rodrigo Simão Camacho – UFGD 
Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Araujo – UFMA 
Profa. Dra. Roselene Maria Schneider – UFMT 
Prof. Dr. Salvador Carpi Junior – UNICAMP 
Profa. Dra. Sandra M. Alves da Silva Neves – UNEMAT 
Prof. Dr. Sérgio Augusto Mello da Silva – FEIS/UNESP 
Prof. Dr. Sergio Luis de Carvalho – FEIS/UNESP 
Profa. Dra. Sílvia Carla da Silva André – UFSCar 
Profa. Dra. Silvia Mikami G. Pina – Unicamp 
Profa. Dra. Simone Valaski – UFPR 
Profa. Dra. Sueli Angelo Furlan – USP 
Profa. Dra. Tânia Paula da Silva – UNEMAT 
Profa. Dra. Tatiane Bonametti Veiga – UNICENTRO 
Prof. Dr. Umberto Catarino Pessoto – SUCEN – SES/SP 
Profa. Dra. Vera Lucia Freitas Marinho – UEMS 
Prof. Dr. Vilmar Alves Pereira – FURG 
Prof. Dr. Vitor Corrêa de Mattos Barretto – FCAE/UNESP 
Prof. Dr. Xisto S. de Santana de Souza Júnior – UFCG 
Profa. Dra. Yanayne Benetti Barbosa – UFSCar 
 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 5 
Conselho editorial ad hoc 
 
Profa. Dra. Ana Paula Novais Pires Koga – UFG 
Prof. Dr. Aurélio Bandeira Amaro – UFPel 
Prof. Dr. Baltazar Casagrande – UNEMAT 
 Profa. Dra. Carla Rodrigues Santos– UNEMAT 
Prof. Dr. Carlos Eduardo das Neves – IFMS/Corumbá 
Prof. Dr. Cláudio Antonio Di Mauro – IG/UFU 
Prof. Dr. Eros Salinas Chàvez – UFMS/Aquidauana 
Prof. Dr. Fernando Pinheiro de Souza Neto – UEL 
Prof. Dr. Flávia Mochel – UFMA 
Prof. Dr. João Cândido André da Silva Neto – UEA 
Prof. Dr. Hugo Rogério Hage Serra – UFPA 
Profa. Dra. Lilian Barazetti – UNIOESTE 
Profa. Dra. Regina Célia de Castro Pereira – UFMA 
Profa. Dra. Lourdes Ap. Zamperieri D’Andrea – UNESP/Presidente Prudente 
Prof. Dr. Luis Roberto Almeida Gabriel Filho – UNESP/Tupã 
Prof. Dr. Marcio Rogério Pontes – EQUOIA Engenharia Ambiental Ltda 
Profa. Dra. Maria Cristina Risk – UNESP/Presidente Prudente 
Profa. Dra. Sandra Medina Benini – UNIVAG 
Prof. Dr. Vagner Camarini Alves – UNOESTE/Presidente Prudente 
 
 
Comissão científica internacional ad hoc 
 
Prof. Dr. Marcelino Maurício Ricárdez Cabrera – FCPyS/México 
Profa. Convidada Tatiana Alonso Pérez (médica) – Policlínico Universitario/Cuba 
Profa. Convidada Yanet de la Caridad F. Cordero (médica) – Policlínico Universitario/Cuba 
 
 
6 
Organizadores 
 
Raul Borges Guimarães 
Licenciado e Bacharel em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestre e 
Doutor em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de 
São Paulo (USP). Livre Docente pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Professor Titular do 
Departamento de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual 
Paulista (UNESP) de Presidente Prudente/SP. 
 
Leonice Seolin Dias 
Graduada em Ciências pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Tupã/SP (FAFIT). Habilitação 
em Biologia pelas Faculdades Adamantinenses Integradas de Adamantina/SP (FAI). Mestrados em 
Ciências Biológicas e em Ciência Animal e Especialização em Ciências Biológicas pela Universidade 
do Oeste Paulista (UNOESTE) e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista 
(UNESP) de Presidente Prudente/SP. 
 
Silas Seolin Dias 
Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina/PR (UEL). Especialista em 
Anatomia e Histologia pela Universidade Estadual de Maringá/PR (UEM). Atualmente, mestrando 
em Educação Física pela UEL e docente na Faculdade Instituto de Ensino Superior de Londrina 
(INESUL). Ministra aulas de Educação e Meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 7 
Sumário 
 
Prefácio 
 
09 
Apresentação 11 
 
 
PARTE I: PENSAR 
 
 
Capítulo 1 
Cambios en el clima y cáncer de piel en la provincia de Cienfuegos, Cuba 
María Gloria Fabregat Rodríguez; Wilmer Ramírez Carmona 
 
15 
Capítulo 2 
Saneamento ambiental e Leptospirose humana em Manaus/AM 
Ulliane de Amorim Pereira; Natacha Cíntia Regina Aleixo 
 
31 
Capítulo 3 
A mosca doméstica, sua importância e controle 
Leonice Seolin Dias; Lucas de Castro Farias 
 
47 
Capítulo 4 
Panorama dos acidentes causados pela serpente cascavel (Crotalus 
durissus) no Brasil 
Rosa Maria Barilli Nogueira; Adriana Falco de Brito 
 
81 
 
PARTE II: APLICAR 
 
 
Capítulo 5 
La percepción social del agua como indicador de salud ambiental en una 
Cuenca Hidrográfica: Cuenca del Río Dagua, Colombia 
Oscar Buitrago Bermúdez; Marco Antonio Aguirre; Francy Viviana Bolaños Trochez 
 
103 
Capítulo 6 
Salud ambiental de las enfermedades vectoriales: aplicación geo 
tecnológica para entender la situación del Dengue, el Zika y el Chikungunya 
en Puerto Rico 
Jose Seguinot Barbosa 
 
129 
Capítulo 7 
Externalidades negativas aos elementos da natureza: efeitos da 
precipitação pluviométrica em áreas degradadas 
Paulo Augusto Romera e Silva; Renata Ribeiro de Araújo; José Cezar Zoccal 
157 
8 
 
Capítulo 8 
Abordagem geoespacial para a análise da concentração de muscídeos 
sinantrópicos em uma estação ecológica, região Oeste Paulista 
Rogerio Giuffrida; Rodrigo José Pisani; Ana Paula Jorge de Carvalho; José Sergio 
Costa Junior; Marcos Vinicius Cultienski Souza 
175 
 
 
PARTE III: AGIR 
 
 
Capítulo 9 
O meio ambiente e a prática de atividade física nos centros urbanos: uma 
análise da cidade de Londrina, Paraná 
Eduardo Vignoto Fernandes; Silas Seolin Dias 
 
191 
Capítulo 10 
Paisagem, ambiente e desenvolvimento: uma análise geográfica do uso do 
turismo para promoção da saúde 
Martha Priscila Bezerra Pereira; Xisto Serafim de Santana de Souza Júnior 
 
211 
Capítulo 11 
A importância das estações de tratamento de esgotos da SABESP de 
Adamantina para o Saneamento Ambiental 
Júlio Cesar Villagra; Raul Borges Guimarães 
 
225 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 9 
Prefácio 
 
A avaliação das condições de saúde humana na sua relação com o ambiente, 
incluindo a qualidade de vida, está presente na investigação geográfica desde Finke (1792), 
ao sublinhar a necessidade e a validade de uma percepção holística em saúde, indo para 
além da influência hipocrática do lugar, considerando a multicausalidade da doença. Hoje, 
é absolutamente incontestável a relevância que o ambiente detém sobre a saúde e bem-
estar humano nas suas múltiplas dimensões, algumas das quais imateriais. 
A presente obra – Ambiente e saúde: pensar, aplicar e agir – presta um adequado 
tributo a este processo holístico de pensar a saúde na sua relação com o ambiente, 
cruzando observações e explicações que vão da escala local até a sua relação com os 
determinantes macroglobais (economia, alterações climáticas e ambientais, políticas, 
mobilidade, entre outras). 
Nos quatro primeiros capítulos encontramos uma reflexão que passa pela discussão 
da vulnerabilidade humana, ampliada pelas mudanças climáticas associadas ao aumento da 
exposição à radiação UV, passando pela investigação das interações clássicas homem-vetor, 
indo até a apreciação do risco presente nos acidentes ofídicos. Os cenários de estresse 
climático com que nos confrontamos, aos quais se adiciona uma crescente taxa de 
urbanização, constituem o pretexto para que os autores discutam o impacto gerado pela 
interação dos grupos humanos com o ecossistema, à medida que ocupamos e 
transformamos o território de um modo cada vez mais impressivo, sem que alguns decisores 
compreendam que a veiculação de informação cientificamente informada e a educação 
constituem pilares fundamentais para se mitigarem contextos de vulnerabilidade. 
Os capítulos 5 a 8 dão conta de investigação aplicada em diferentes geografias da 
América Latina. Os dois primeiros capítulos (5-6) apresentam estudos de caso na Colômbia, 
demonstrando a importância da compreensão dos mecanismos de percepção social e a sua 
relação com indicadores ambientais, como a qualidade e disponibilidade de água na bacia 
hidrográfica do rio Dagua, ou discutem o imaginário social relacionado com a doença, incluindo 
as patologias propagadas por vetores em Porto Rico (Aedes abopictus e Aedes aegypty) e a sua 
associação com variáveis econômicas que, entre outras, condicionam a qualidade das 
infraestruturas sanitárias, a presença de medidas de controle vetorial e políticas de 
informação/educação, fundamentais na contenção de patologias geradas por arbovírus, cuja 
espacialização é adequadamente auxiliada por cartografia temática. 
10 
Encerram a componente de investigação aplicada do capítulo II, dois estudos de caso 
produzidos em território brasileiro nos quais se demonstra a importância da avaliação de riscos 
ambientais, valorizando a percepção e a sua aplicação didática sob a forma de medidas de 
prevenção de riscos hídricos. Adicionalmente, outro artigo avalia o impacto gerado por vetores 
na transmissão de microrganismos patogênicos entre zonas antrópicas e áreas de conservação. 
A terceira e última parte é composta por um conjunto de três artigos nos quais se 
avaliam, entre outras coisas, a qualidade dos espaços verdes urbanos e a sua relação com 
a prática de atividade física em adultosna cidade de Londrina; o impacto das políticas 
públicas no contexto de desenvolvimento e qualificação paisagística, a sua relação com a 
prática turística e a promoção da saúde na região de Campina Grande. Por último, mas não 
menos importante, debate-se a importância do tratamento de efluentes urbanos na 
preservação dos recursos hídricos e na melhoria da saúde da população de Adamantina 
minorando a propagação de doenças hídricas. 
Como fica demonstrado, a presente coletânea congrega uma discussão multinível 
sobre a dinâmica das dimensões ambientais que condicionam a saúde humana, 
maioritariamente ampliadas por causas antrópicas às quais se associam a fragilidade de 
algumas políticas de ordenamento e de gestão territorial. Perante as mudanças ambientais 
geradas pelos modos de vida e pelos diferentes projetos preconizados para o território, a obra, 
no seu conjunto, também questiona a qualidade das soluções produzidas pelos poderes 
públicos no confronto com a complexidade das necessidades evidenciadas a diferentes escalas, 
sublinhando a importância dos investimentos e das respostas informativas e educativas que 
devem acompanhar programas de prevenção e de promoção da saúde. 
A valorização e problematização da dimensão ambiental no contexto da promoção 
da saúde surge aqui reforçada pela demonstração do valor translacional dos processos de 
investigação-ação produzidos na academia. O alcance deste objetivo evidencia que o 
investimento em ciência não pode ser uma variável facultativa para os Estados, 
compromisso apenas disponível em sociedades abastadas, assumido de modo 
discricionário pelos poderes públicos. Antes, constituiu-se num compromisso inadiável 
para com a sociedade e num instrumento indispensável para a valorização do(s) 
território(s) e da saúde enquanto direito universal. 
 
Coimbra, 05 de outubro de 2019. 
 
Dr. Paulo Nuno Nossa 
Professor da Universidade de Coimbra, Portugal. 
Ambiente e Saúde - 11 
Apresentação 
 
É com satisfação que me dirijo aos nossos leitores para apresentar a obra 
Ambiente e saúde: pensar, aplicar e agir. Como nos diz o professor Paulo Nuno Nossa, 
no prefácio, a relação entre saúde e ambiente envolve uma visão holística de diversos 
processos que se relacionam em diferentes escalas de análise, do nível local ao global. 
Aparentemente desconexos, os temas abordados no livro também nos colocam a refletir 
diante de diferentes desafios impostos pela relação entre ambiente e saúde: o ato de 
pensar, de aplicar e de agir. 
Os capítulos reunidos na Parte I demonstram como devemos organizar nossa forma 
de pensar os problemas de saúde ambiental a partir das questões impostas pela própria 
realidade. Em primeiro lugar, pensar a saúde ambiental é nunca perder de vista a relação 
sociedade/natureza. E compreender essa relação a partir das características do meio 
impõe uma série de condições que conformam a saúde como espaço, numa unidade 
complexa e indissociável dos componentes físicos, biológicos e sociais. Ao pensar as 
relações entre esses temas não se trata de um ecletismo metodológico, mas do 
pluralismo metodológico necessário para compreender as múltiplas e complexas facetas 
da forma própria da saúde como espaço. 
As duas outras partes da obra reúnem capítulos que integram o conhecimento 
científico com a interpretação de fatos e intervenção na realidade, tendo em vista a 
valorização da vida. Como o leitor poderá verificar nos diferentes capítulos, há distintos 
graus de influência dos conhecimentos gerados pela ciência e sua aplicação na resolução 
de problemas concretos. É claro que qualquer campo científico pode ser projetado até a 
aplicação. Não há exceções. De fato, desde tempos imemoráveis, isso vem ocorrendo. 
Basta olhar para a contribuição prática gerada pelos conhecimentos produzidos por 
Ptolomeu, Leonardo da Vinci ou Max Planck. 
Investigar é um exercício do qual a ciência se vale para conectar interrogações 
com hipóteses, e a estas com respostas, mais ou menos sólidas, à medida que podem 
confrontar-se com a realidade. Nesse processo, o pesquisador segue um caminho que lhe 
permite avançar, em passos sucessivos, desde as afirmações hesitantes até os 
argumentos mais consistentes. Para isso, não raras vezes o pesquisador trata de reduzir 
a realidade a elementos que lhe permitam operar. Assim, ele haverá de modelá-la, 
12 
simplificando-a. Por um procedimento heurístico – a analogia –, usará o modelo como 
uma ferramenta de prova, permitindo um trabalho mais eficiente. Os passos seguintes 
exigem o tratamento do modelo como se fosse a realidade e de imediato se transformam 
os papéis no sentido inverso, chegando ao último nível operativo, aquele que provoca a 
mudança na realidade. 
Por fim, o desafio de reunir temas da ciência aplicada demonstra que a associação 
entre pesquisadores não está relacionada ao fato de pertencer a uma mesma disciplina. 
Muito pelo contrário, são os problemas de saúde ambiental que reúnem especialistas de 
diferentes áreas na mesma obra. Ou seja, quando um problema é importante, tem a 
possibilidade de convocar pesquisadores de diferentes especialidades que, à medida que 
se incorporam, deixam de ser aqueles estritos “representantes” de uma ou outra disciplina 
para criar um campo transdisciplinar – no caso, saúde e ambiente, algo assim como uma 
nova especialidade que já não responde a velhas disciplinas, mas que conforma um 
estatuto epistemológico independente. 
Denominamos de estatuto epistemológico o conjunto de conceitos e metodologias 
adotados por qualquer ciência, resultado do acúmulo de experiências de pesquisa, assim 
como do esforço teórico e prático para a compreensão do próprio pensamento. No que se 
refere aos capítulos reunidos na presente obra, uma leitura transversal permite a reflexão 
das interfaces entre o pensar, aplicar e agir que fazem parte do estatuto epistemológico do 
campo de saberes e práticas denominada de “saúde e ambiente”. 
Boa leitura! 
 
 
Dr. Raul Borges Guimarães 
Professor titular na Universidade Estadual Paulista de Presidente Prudente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE I 
 
 
PENSAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 15 
C A P Í T U L O 1 
Cambios en el clima y cáncer de piel en la provincia de Cienfuegos, Cuba 
 
María Gloria Fabregat Rodríguez1 
Wilmer Ramírez Carmona2 
 
 
INTRODUCCIÓN 
 
En el Informe de síntesis al Quinto Informe de Evaluación (IE5) del Grupo 
Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Climático (IPCC), publicado en el año 2014, 
se plantea de forma categórica que “el calentamiento en el sistema climático es inequívoco. La 
atmósfera y el océano se han calentado, los volúmenes de nieve y hielo han disminuido y 
el nivel del mar se ha elevado” (IPCC, 2014, p. 4). De esa forma queda claro que “la evidencia 
de la influencia humana en el sistema climático ha aumentado… y es sumamente probable 
que haya sido la causa dominante del calentamiento observado desde mediados del siglo 
XX causando impactos en los sistemas naturales y humanos en todos los continentes y en 
los océanos” (IPCC, 2014, p. 4). 
También se alerta de la diferente vulnerabilidad de las personas a estos cambios e 
impactos a partir de las desigualdades socioeconómicas, factores naturales, demográficos, 
culturales, entre otros. Como resultado, aunque los cambios climáticos sean globales, habrá 
siempre diferencias en sus impactos y respuestas en dependencia de múltiples factores. 
PETKOVA et. al. (2015) plantea un modelo interesante sobre la posible influencia 
del cambio climático en la salud física y mental y la alta posibilidad de crear inestabilidad 
social (Figura 1). Lo que llevaría al aumento de conflictos, violencia y emigraciones 
generalizadas desdeáreas que no puedan proporcionar suficiente comida, agua y refugio 
a las poblaciones actuales, hacia otras áreas que puedan satisfacer sus necesidades. 
 
 
 
 
 
 
1 Doctora en Ciencias Geográficas. Universidad de La Habana, Cuba. Profesora Titular Universidad de Cienfuegos, Cuba. 
E-mail: mgfabregat1961@yahoo.es 
2 Doctor en Medicina. Universidad de Ciencias Médicas de Cienfuegos, Cuba. Especialista en Medicina General Integral. 
Universidad de Ciencias Médicas de Cienfuegos, Cuba. Bolsista CAPES Maestría Ciencias de la Salud, Universidade do Oeste 
Paulista, São Paulo, Brasil. E-mail: wilmerramirezcarmona@gmail.com 
16 
Figura 1. Impacto del cambio climático sobre la salud humana en Estados Unidos 
 
 
 
Fuente: Petkova (2015). 
 
El informe considera que no están bien cuantificados los daños a la salud humana 
provocados por los cambios en el clima, aunque “se ha producido un aumento de la 
mortalidad asociada al calor” y “los cambios locales en la temperatura y la precipitación 
han alterado la distribución de algunas enfermedades transmitidas por el agua y vectores 
de enfermedades” (IPCC, 2014, p. 6). 
La exposición a la radiación ultravioleta (UV), la sensibilidad de las personas a esa 
radiación, así como el tipo (exposición a una intensidad alta de corta duración y exposición 
crónica) y la modalidad (continua e intermitente), son factores de riesgo para desarrollar 
cualquiera de los tres tipos principales de cáncer de piel que son: “carcinoma de células 
basales (CCB), carcinoma de células escamosas (CCE) y melanoma” (KOH, 1991, p. 33; 
ENGLISH et al., 1998, p. 26). 
“La radiación solar que llega a la Tierra se divide en luz visible, que estimula la retina; la 
infrarroja, responsable de la sensación de calor y la ultravioleta, que a su vez se subdivide en 
tres bandas: UV-A, UV-B y UV-C” (CABRERA et al., 2013, p. 16). “Los rayos UV-A afectan 
directamente las capas más profundas de la piel y causan envejecimiento prematuro mientras 
los UV-B afectan la superficie de la piel y pueden producir cáncer” (CABRERA et al, 2013, p. 17). 
Ambiente e Saúde - 17 
La radiación UV-C es absorbida totalmente en la parte alta de la atmósfera por el 
oxígeno y por moléculas de ozono. A la superficie terrestre llega radiación UV compuesta 
en su mayoría por radiación UV-A y solo una pequeña parte de UV-B (BARCIA, 2013, p. 4). 
Algunos factores que tienen relación con la incidencia de la radiación solar UV son: “el 
ozono atmosférico, la elevación solar, la altitud y las nubes y el polvo” (BARCIA, 2013, p. 5). 
Al ser el ozono el principal absorbente de la radiación UV-B la intensidad de la 
misma en la superficie terrestre depende fuertemente de la cantidad de ozono presente 
en la atmósfera, de ahí la gran importancia de preservar la capa de ozono, reconocida como 
“la zona de la estratosfera terrestre que se extiende entre los 15 y los 50 km de altitud, 
reúne el 90% del ozono presente en la atmósfera y absorbe del 97% al 99% de la radiación 
ultravioleta de alta frecuencia” (BARCIA, 2013, p. 3). 
La radiación solar depende fuertemente de la elevación solar, varía con la latitud, 
estación y hora, siendo mayor en los trópicos, en verano y al mediodía. 
La radiación UV aumenta con la altitud debido a que la cantidad de absorbentes 
en la atmósfera decrece con la altura. Las medidas demuestran que “la radiación UV 
aumenta entre un 6% y un 8% por cada 1000 m de elevación sobre el nivel medio del 
mar” (BARCIA, 2013, p. 4). 
La radiación UV es mayor generalmente para cielos totalmente despejados. Las 
nubes normalmente reducen la cantidad de radiación UV, pero la atenuación depende del 
grosor y tipo de éstas. 
Para concienciar a la población sobre los efectos negativos que tiene la radiación solar 
UV en la salud y para alertar sobre la necesidad de adoptar medidas de protección se creó el 
índice de UV que es una “medida de intensidad de la radiación UV y varía entre 0 y 16” 
(BARCIA, 2013, p. 5). La Agencia de Protección Ambiental de los Estados Unidos de América 
(EPA), categoriza los valores del índice como se muestra en la Figura 2. Cuanto más bajo el 
número, más bajo el peligro de quemadura de sol. 
 
Figura 2. Categorías de exposición 
 
BAJA MODERADA ALTA MUY ALTA EXTREMA 
 
 
Fuente: Agencia de Protección Ambiental de los Estados Unidos de América (2018). 
18 
Más de la mitad de la exposición UV de la vida de una persona se produce durante 
la infancia y la adolescencia a causa de más oportunidades y tiempo de exposición. Esta 
exposición desempeña un papel importante en el desarrollo futuro de cáncer de piel. 
Desde 2009 la Agencia Internacional de Investigación sobre el Cáncer (IARC), que es 
un grupo de trabajo de la Organización Mundial de la Salud (OMS), emitió una alerta 
internacional sobre los “peligros de la exposición inadecuada a los rayos ultravioleta 
proveniente tanto de la radiación solar como la emitida por dispositivos de bronceado 
(camas y lámparas) y otras sustancias peligrosas como el plutonio y ciertos tipos de radio” 
(THE SKIN CANCER FOUNDATION, 2009, p. 2). 
En el año 2006 “se trataron unas 2.152.500 personas por cánceres de piel no melanoma 
en los Estados Unidos de América” (ROGERS et al., 2010, p. 7), lo que “excedió todos los otros 
casos de cáncer calculados por la Sociedad Americana Contra El Cáncer durante ese año, que 
fue de cerca de 1,4 millones” (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2006, p. 2). Aunque los dos tipos 
de cáncer de piel no melanoma son las neoplasias malignas más comunes de todas, 
“representan menos de 0,1% de las defunciones de pacientes por cáncer. En cambio, el 
melanoma conforma solo 1% de los casos de cáncer de piel, pero es causa de la gran mayoría 
de las muertes” (ROGERS et al., 2010, p. 8). Para el año 2018 la Sociedad Americana Contra el 
Cáncer estimó un “aumento de 91,270 nuevos casos de este tipo de cáncer con 
aproximadamente el 10 % de muertes” (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2018, p. 1). 
En el 45 Congreso Nacional de Dermatología y Venereología desarrollado en 
Madrid, España en mayo de 2017 y organizado por la Academia Española de 
Dermatología y Venereología (AEDV), se dio a conocer que la “incidencia del cáncer de 
piel en España ha aumentado un 38 % en los últimos cuatro años, lo que supone un 
incremento de casi el 10 % anual y 600 muertes anuales” (ACADEMIA ESPAÑOLA DE 
DERMATOLOGÍA Y VENEREOLOGÍA, 2017, p. 3). 
Las estadísticas muestran que en general la incidencia del cáncer de piel ha 
tenido un aumento progresivo en los últimos 30 años y a pesar de que su mortalidad es 
baja con respecto a otros tipos de cáncer, produce efectos negativos sobre la salud física 
y mental en las personas. 
Ambiente e Saúde - 19 
El Programa Internacional de Intercambio sobre Dermatología (IDEP) y The Skin 
Cancer Foundation, patrocinan congresos en un entorno colaborativo en un intento por 
mejorar la comunicación internacional entre dermatólogos, donde se presenta la más 
reciente información sobre el manejo del cáncer de piel que incluye el diagnóstico, 
tratamiento, técnicas quirúrgicas y aspectos tan complejos como la prevención. Cuba ha 
sido sede en los años 2001 y 2014. 
Atendiendo al aumento progresivo de la incidencia de esta patología y a las alertas 
internacionales de su posible relación con algunos cambios en el clima, según los informes de 
los especialistas dedicados al tema, este artículo se propone como objetivo: reflexionar sobre 
el aumento de la incidencia del cáncer de piel en la provincia de Cienfuegos en Cuba y su 
relación con determinadas condiciones físico geográficas de la provincia y el comportamiento 
de algunas variables meteorológicas asociadas al desarrollo de este tipo de cáncer. 
Además, pretende dar constancia y continuidad al taller “Cambios en el clima y 
patologías de piel”, desarrollado en el Centro de Estudios Ambientales de la provinciade 
Cienfuegos en el año 2013 donde se reunieron y debatieron médicos, dermatólogos, 
geógrafos y otros especialistas, con una visión multidisciplinaria y atendiendo a la 
continuada preocupación de estos temas en la comunidad científica y población en general. 
 
DESARROLLO 
 
Caracterización de la provincia de Cienfuegos en Cuba 
 
La provincia de Cienfuegos se ubica en el centro sur de la isla de Cuba entre los 
22° 34’ y 21° 49’ de latitud norte y los 80° 17’ y 80° 06’ de longitud oeste. Limita al norte 
con las provincias de Villa Clara y Matanzas, al este con Villa Clara y Sancti Spíritus, al sur 
con el Mar Caribe y al oeste con la provincia de Matanzas (HERNÁNDEZ REY, 2016, p. 43). 
Predomina el relieve de llanura en las zonas occidental y central, ondulado hasta 
montañoso hacia el este con la presencia de las montañas de Trinidad donde se encuentra 
la “mayor elevación de la provincia y del centro de Cuba, el Pico San Juan, con 1140 m de 
altura sobre el nivel medio del mar” (OFICINA NACIONAL DE ESTADÍSTICAS E INFORMACIÓN 
DE CIENFUEGOS - ONEI, 2016, p. 16). Al sur el relieve está contorneado por el Mar Caribe, 
con costas abrasivas y acumulativas donde se destaca la “bahía de bolsa de Cienfuegos con 
un área de 88 Km2” (ONEI, 2016, p. 13). 
20 
Su “extensión superficial es de 4 188,61 km2 y es una de las tres provincias más 
pequeñas de Cuba con una población residente de 407 695 habitantes, que representa el 3,5% 
de la población total de la Isla” (ONEI, 2016, p. 13). Es la “tercera provincia más urbanizada del 
país” (DIRECCIÓN PROVINCIAL DE PLANIFICACIÓN FÍSICA DE CIENFUEGOS, 2017, p. 4). 
Las corrientes superficiales más importantes son los ríos Damují, Caunao, Arimao, 
Salado, San Juan, Hanábana, Yaguanabo, Hanabanilla, Cabagán y Río Hondo. 
Predominan los “suelos pardos con y sin carbonatos” (ONEI, 2016, p. 23). 
Su clima responde a las “condiciones tropicales de Cuba, modificado por la 
influencia de las masas de aguas oceánicas, la latitud y la altitud. Tiene definidos dos 
períodos: uno fresco y poco lluvioso entre noviembre y abril y otro caliente y lluvioso de 
mayo hasta octubre” (HERNÁNDEZ REY, 2016, p. 45). 
Presenta comportamientos climáticos diferentes en dependencia de las características 
físico geográficas, lo cual permite distinguir tres zonas: la del macizo montañoso, la zona 
costera y la del centro interior, con manifestaciones de continentalidad. 
Los “sectores económicos fundamentales son el agropecuario, el industrial y los 
servicios” (DIRECCIÓN PROVINCIAL DE PLANIFICACIÓN FÍSICA DE CIENFUEGOS, 2017, p. 5). 
En la industria se destaca una refinería de petróleo con la mayor capacidad de 
procesamiento existente en Cuba, una fábrica de cemento y una termoeléctrica. 
El uso de la tierra presenta la siguiente estructura: “74,4 % de la superficie total 
es agrícola y de ésta se destina el 22,0 % a la caña de azúcar, el 40,8 % a pastos y forrajes 
y el 13,1 % a cultivos temporales. La superficie forestal representa el 17,5 % y la acuosa 
el 2,2 % de la superficie total” (DIRECCIÓN PROVINCIAL DE PLANIFICACIÓN FÍSICA DE 
CIENFUEGOS, 2017, p. 20). 
“La provincia tiene ocho municipios con 267 asentamientos humanos de los cuales 
41 son urbanos y el resto rurales” (DIRECCIÓN PROVINCIAL DE PLANIFICACIÓN FÍSICA DE 
CIENFUEGOS, 2017, p. 4). La capital provincial es la ciudad de Cienfuegos. 
 
Tendencias del clima en Cuba y Cienfuegos 
 
Según el Informe Impacto del Cambio Climático y Medidas de Adaptación en Cuba 
presentado por el Instituto Nacional de Meteorología de Cuba, “se ha observado un 
incremento en la temperatura superficial del aire (0.9° Celsius) desde mediados del siglo 
XX, lo que pudiera respaldar la afirmación que, en Cuba el clima se ha vuelto más cálido 
(PLANOS et al., 2012, p. 2). 
Ambiente e Saúde - 21 
Además, el Informe fundamenta una posible ocurrencia de un proceso de 
redistribución de las precipitaciones durante el año, revelando que “desde finales de la 
década de los años de 1970, se ha producido un ligero, pero continuo aumento de las 
anomalías positivas y una tendencia al aumento de las precipitaciones en el período 
estacional poco lluvioso” (PLANOS et al., 2012, p. 5). “Los eventos de sequía registraron un 
significativo incremento de su frecuencia de ocurrencia en el período 1961-1990 con 
respecto al 1931-1960” (PLANOS et al., 2012, p. 6). Lo que ha mantenido su continuidad en 
los persistentes eventos de sequía que afectaron la mitad oriental del país desde principios 
de los años 90 hasta el presente. 
Otro dato interesante que resalta el Informe y considera una de las más peligrosas 
variaciones observadas en el clima de Cuba en los años recientes ha sido la “ocurrencia de 
siete huracanes intensos desde el año 2001, cifra que no se había registrado en ninguna 
década desde 1791 hasta el presente” (PLANOS et al., 2012, p. 7). 
La radiación solar incidente en la isla de Cuba es alta, debido a su ubicación 
geográfica intertropical y a su configuración latitudinal y estrecha, teniendo poca variación 
interna, solo influenciada por peculiaridades locales, el grado de exposición de las 
pendientes o la interacción con otros elementos meteorológicos como la nubosidad. 
En la Figura 3 se observa el comportamiento de la radiación solar global para la 
provincia de Cienfuegos en tres puntos de medición, Aguada de pasajeros (AG), Cienfuegos 
(CF) y Delfinario, referido a la zona de playa en la costa sur de la provincia, también puede 
encontrarse con el nombre de Rancho Luna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Figura 3. Comportamiento anual de la radiación solar global en Cienfuegos 
 
 
Fuente: Barcia (2013). 
 
Estas tendencias en el clima se reflejan en la provincia de Cienfuegos a través de un 
“aumento de la temperatura media anual del aire” (BARCIA, 2013, p. 7) como puede 
observarse en la Figura 4, según los registros de sus estaciones meteorológicas. 
 
Figura 4. Tendencia de la temperatura media anual del aire. Período 1977-2010 
 
Cienfuegos Aguada de Pasajeros 
 
Fuente: Barcia (2013). 
 
23
23.5
24
24.5
25
25.5
26
1
9
7
7
1
9
7
9
1
9
8
1
1
9
8
3
1
9
8
5
1
9
8
7
1
9
8
9
1
9
9
1
1
9
9
3
1
9
9
5
1
9
9
7
1
9
9
9
2
0
0
1
2
0
0
3
2
0
0
5
2
0
0
7
2
0
0
9
Te
m
p
e
ra
tu
ra
 M
e
d
ia
 (
ºC
)
23
23.5
24
24.5
25
25.5
26
1
9
7
7
1
9
7
9
1
9
8
1
1
9
8
3
1
9
8
5
1
9
8
7
1
9
8
9
1
9
9
1
1
9
9
3
1
9
9
5
1
9
9
7
1
9
9
9
2
0
0
1
2
0
0
3
2
0
0
5
2
0
0
7
2
0
0
9
Te
m
p
e
ra
tu
ra
 M
e
d
ia
 (
ºC
)
Ambiente e Saúde - 23 
En la serie de valores anuales de precipitación para la provincia de Cienfuegos se 
revela que “desde inicios de los años 90 del siglo XX, se ha producido un ligero, pero 
continuo aumento de las anomalías positivas” (BARCIA, 2013, p. 11) como puede 
observarse en la Figura 5. 
 
Figura 5. Anomalías de precipitaciones anuales en la provincia de Cienfuegos. Período 1967-2010 
 
 
Fuente: Barcia (2013). 
 
 
En el análisis por períodos estacionales (poco lluvioso y lluvioso) se puede observar 
que el valor del estadígrafo es positivo en el caso del período seco, comportamiento 
fuertemente condicionado por las variaciones de los meses de noviembre y diciembre, los 
cuales manifiestan las tendencias positivas más importantes. Las mayores disminuciones 
se concentran en el bimestre mayo-junio (Figura 6), el más lluvioso del año. Este ha sido un 
comportamiento recurrente en los últimos años y uno de los elementos que más ha influido 
en los eventos de sequía meteorológica recientes. 
 
 
 
 
-400.0
-300.0
-200.0
-100.0
0.0
100.0
200.0
300.0
400.0
500.0
600.0
1
9
6
7
1
9
6
9
1
9
7
1
1
9
7
3
1
9
7
5
1
9
7
7
1
9
7
9
1
9
8
1
1
9
8
3
1
9
8
5
1
9
8
7
1
9
8
9
1
9
9
1
1
9
9
3
1
9
9
5
1
9
9
7
1
9
9
92
0
0
1
2
0
0
3
2
0
0
5
2
0
0
7
2
0
0
9
m
m
24 
Figura 6. Anomalías de precipitaciones en el bimestre mayo-junio en la provincia de Cienfuegos. 
Período 1967-2010 
 
 Mayo 2004 Mayo 2010 
 
 Junio 2004 Junio 2010 
 
 
Fuente: Barcia (2013). 
 
Riesgos de la exposición al sol en Cienfuegos. Fotoprotección 
 
La existencia de las montañas de Trinidad al este de la provincia con una altitud 
superior a los 1000 m snmm y de una amplia zona costera, son elementos naturales que 
favorecen la exposición a la radiación solar ultravioleta (UV) por gran parte de la población 
de la provincia de Cienfuegos, lo que combinado con elementos culturales como son la 
tradición de baño en las playas, la exposición laboral al sol, principalmente en actividades 
agrícolas, así como la insuficiente divulgación sobre los daños de la radiación UV a la piel y 
la poca educación ambiental y de salud relacionadas con estos temas, inciden en el 
aumento del riesgo de padecer cáncer de piel. 
Ambiente e Saúde - 25 
En la Figura 7 se muestra el índice de UV horario y por meses del año en la zona de 
la playa Rancho Luna, balneario natural de la provincia de Cienfuegos, con gran asistencia 
de público principalmente en los meses de verano. Como se observa, el índice de UV se 
mantiene alto durante todo el año en el horario entre las 11:00 y las 14:00 horas. 
 
Figura 7. Comportamiento del índice de UV. Playa Rancho Luna. 
Período 2008-2010 
Fuente: Barcia (2013). 
 
Esta situación; unida a la tendente disminución anual de la nubosidad media diurna 
(Figura 8) en tres puntos de la provincia, Cienfuegos, representativo del centro sur costero; 
Aguada de Pasajeros, representativo de la llanura oeste y Topes de Collantes, 
representativo de la zona montañosa de la provincia; constituye una alerta para las 
autoridades sanitarias y un reto para la promoción de la salud en función del conocimiento 
de las personas para evitar la exposición innecesaria al sol y los riesgos a la salud. 
 
 
 
 
 
 
26 
Figura 8. Tendencia de la nubosidad media diurna anual. Período 1977-2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fuente: Barcia (2013). 
Cienfuegos
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
1
9
7
7
1
9
7
9
1
9
8
1
1
9
8
3
1
9
8
5
1
9
8
7
1
9
8
9
1
9
9
1
1
9
9
3
1
9
9
5
1
9
9
7
1
9
9
9
2
0
0
1
2
0
0
3
2
0
0
5
N
u
b
o
s
id
a
d
 (
o
c
ta
v
o
s
)
Aguada de Pasajeros
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
1
9
7
7
1
9
7
9
1
9
8
1
1
9
8
3
1
9
8
5
1
9
8
7
1
9
8
9
1
9
9
1
1
9
9
3
1
9
9
5
1
9
9
7
1
9
9
9
2
0
0
1
2
0
0
3
2
0
0
5
N
u
b
o
s
id
a
d
 (
o
c
ta
v
o
s
)
Topes de Collantes
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
1
9
7
7
1
9
7
9
1
9
8
1
1
9
8
3
1
9
8
5
1
9
8
7
1
9
8
9
1
9
9
1
1
9
9
3
1
9
9
5
1
9
9
7
1
9
9
9
2
0
0
1
2
0
0
3
2
0
0
5
N
u
b
o
s
id
a
d
 (
o
c
ta
v
o
s
)
Ambiente e Saúde - 27 
 
Según el Anuario Estadístico de Salud de Cuba 2017 la mayor tasa de incidencia de 
cáncer en la isla para ambos sexos y principales localizaciones corresponde al cáncer de piel 
y las “tasas brutas por 100 000 habitantes para el año 2014 eran de 104.3 para el sexo 
masculino y de 92.6 para el femenino con tendencia al aumento con respecto a los años 
anteriores” (MINISTERIO DE SALUD PÚBLICA DE CUBA, 2017, p. 102). 
Esta situación se repite en la provincia de Cienfuegos donde también está en primer 
lugar el cáncer de piel según la incidencia entre las principales localizaciones y para ambos 
sexos (SUÁREZ, 2013, p. 19). En el año 2013 la “tasa bruta por 100 000 habitantes para el 
sexo masculino fue de 181.7” y para el “femenino de 169.9 superiores a las tasas para 
Cuba” (CUETO-EDUARDE et al., 2018, p. 18). 
Según Cabrera et al., (2013, p.7) el “cáncer de piel es el más frecuente de todos los 
cánceres, el daño solar es acumulativo y el 50% ocurre antes de los 18 años de edad” por 
lo que es tan importante las prácticas y actitudes saludables desde edades tempranas que 
permitan reducir los riesgos y prevenir esta enfermedad. 
Cualquier persona puede padecer de cáncer de piel, pero tienen mayor riesgo las 
personas “con piel muy clara, pelo rubio o pelirrojo y ojos claros; las que se queman con 
facilidad; las que llegan a tener 50 o más lunares, las personas con exposición solar 
considerable; las que tienen antecedente de quemaduras solares en la infancia y las que 
tienen antecedentes familiares de cáncer de piel” (CABRERA et al., 2013, p. 8). 
Para los estudios se han establecido tres patrones de exposición solar (CABRERA 
et al., 2013, p. 6): 
- Exposición solar crónica: expresada a través de las profesiones que exponen al 
individuo de forma crónica y casi a diario al sol. 
- Exposición solar intermitente: se expresa fundamentalmente a través de la práctica 
de hobbies donde existe exposición solar en algunos períodos del año o de forma discontinua. 
- Exposición solar aguda (quemadura solar): es la de máxima intensidad y se caracteriza 
por eritema intenso, inflamación y puede llegar a la formación de ampollas y vesículas. 
El Servicio de Dermatología en Cienfuegos (CABRERA et al., 2013) recomienda el uso de 
sombreros o gorras, lentes de sol y prendas de vestir confeccionadas con tejidos naturales que 
no obstruyan la transpiración; beber abundante líquido durante la exposición al sol; evitar las 
pulverizaciones de agua de mar ya que las gotas actúan como lupas sobre el cuerpo que 
28 
incrementan el efecto negativo de los rayos UV y posterior a la exposición solar se aconseja 
tomar una ducha con agua tibia e hidratar las partes expuestas con cremas y otros productos 
específicos; acudir al dermatólogo ante cualquier cambio en las pecas, lunares o aparición de 
manchas. Se debe tener extrema precaución con la exposición al sol durante el embarazo, en 
niños menores de 2 años de edad y si se está sometiendo a algún tratamiento con 
medicamentos susceptibles de causar reacciones de fotosensibilización. 
 
COMENTARIOS FINALES 
 
Existe preocupación en la comunidad científica internacional sobre los datos que 
apuntan a determinadas variaciones en el clima de la Tierra, su repercusión en la dinámica 
del planeta debe ser detalladamente estudiada como es el caso específico del impacto 
sobre la salud humana. 
Especialmente en la zona tropical, donde se ubica Cuba, es imprescindible la alerta 
sobre determinados cambios climáticos y su posible relación con el aumento de la 
incidencia de determinadas patologías como puede ser el cáncer de piel, donde existe una 
cultura indiscriminada de exposición al sol. 
Este artículo hace referencia a uno de los temas menos estudiados y donde las 
personas tienen menor percepción de riesgo. 
Fundamenta la alerta sobre la necesidad de prestar mayor atención e incentivar los 
estudios sobre la relación entre la exposición al sol y el incremento de la incidencia del 
cáncer de piel, con el ejemplo de la provincia de Cienfuegos en Cuba, situación que 
posiblemente se repita para otras regiones del país. 
 
REFERENCIAS 
 
ACADEMIA ESPAÑOLA DE DERMATOLOGÍA Y VENEREOLOGÍA (AEDV). 45 CONGRESO NACIONAL DE 
DERMATOLOGÍA Y VENEREOLOGÍA. Madrid, España. 10-13 mayo 2017. Disponível em: 
https://aedv.es/Eventos/45o-congreso-nacional-2017/. Acesso em: 26 ago. 2018. 
 
AGENCIA DE PROTECCIÓN AMBIENTAL DE ESTADOS UNIDOS (EPA). Información básica sobre la radiación. 
(español). Disponivel em: https://espanol.epa.gov/espanol/informacion-basica-sobre-la-radiacion. Acesso 
em: 6 mai. 2018. 
 
AMERICAN CANCER SOCIETY. Cancer facts and figures 2006. Atlanta, Ga: American Cancer Society, 2006. 
Disponível em: http://www.cancer.org/acs/group/. Acessoem: 15 jun. 2018. 
 
Ambiente e Saúde - 29 
______. Acerca del cáncer de piel tipo melanoma. Atlanta, Ga. 2018. (Español). Disponível em: 
https://www.cancer.org/es/cancer/cancer-de-piel-tipo-melanoma/acerca/estadisticas-clave.html. Acesso 
em: 25 ago. 2018. 
 
BARCIA, S. Variaciones observadas en el clima de la provincia Cienfuegos. Ponencia presentada en el 
TALLER: Cambios en el clima y patologías de piel. 16 de septiembre de 2013. Cienfuegos, Cuba: Centro de 
Estudios Ambientales de Cienfuegos, 2013. 
 
CABRERA, M.J. et al. PIEL Y SOL, fotoprotección y prevencion del cáncer de piel. Ponencia presentada en el 
TALLER: Cambios en el clima y patologías de piel. 16 de septiembre de 2013. Cienfuegos, Cuba: Centro de 
Estudios Ambientales de Cienfuegos, 2013. p. 6, 17 y 28. 
 
CUETO-EDUARDE I, DÍAZ-MARRERO J. Anuario Estadístico de Salud. 2016. Medisur, v. 16, n. 1, 2018. 
Disponível em: http://www.medisur.sld.cu/index.php/medisur/article/view/3880. Acesso em: 31 ago. 2018. 
 
ENGLISH, D.R.; ARMSTRONG, B.K.; KRICKER, A. et al. Case-control study of sun exposure and squamous cell 
carcinoma of the skin. Int J Cancer, v. 77, n. 3, p. 347-353, 1998. Disponível em: 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9663594. Acesso em: 23 maio 2018. 
 
DIRECCIÓN PROVINCIAL DE PLANIFICACIÓN FÍSICA DE CIENFUEGOS (DPPF). Plan de ordenamiento 
territorial 2017. Cienfuegos, Cuba. 
 
GRUPO INTERGUBERNAMENTAL DE EXPERTOS SOBRE EL CAMBIO CLIMÁTICO (IPCC). Cambio climático 
2014: informe de síntesis. Contribución de los Grupos de trabajo I, II y III al Quinto Informe de Evaluación 
del Grupo Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Climático [Equipo principal de redacción, R.K. 
Pachauri y L.A. Meyer (eds.)]. 157 p. Genebra: IPCC, 2014. p. 42, 50, 54. Disponível em: 
http://www.ipcc.ch/home_languages_main_spanish.shtml. Acesso em: 6 jul. 2018. 
 
HERNÁNDEZ REY, A. Diccionario geográfico de Cienfuegos. Cienfuegos, Cuba: Editorial Universo Sur, 2016. p. 43-
45. Disponível em: https://universosur.ucf.edu.cu/files/DICCIONARIO_GEOGRAFICO.pdf. Acesso em: 16 jun. 
2018. 
 
KOH, H. K. Cutaneous melanoma. N Engl J Med., v. 325, n. 3, p. 171-182, 1991. 
DOI:10.1056/NEJM199107183250306. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1805813. 
Acesso em: 16 maio 2018. 
 
MINISTERIO DE SALUD PÚBLICA DE CUBA (MINSAP). Anuario Estadístico de Salud 2017. Edición 2018. 191 
p. Havana, Cuba: Dirección de Registros Médicos y Estadísticas de Salud. p.101. Disponível em: 
www.sld.cu/sitios/dne/. Acesso em: 16 ago. 2018. 
 
OFICINA NACIONAL DE ESTADÍSTICAS E INFORMACIÓN DE CIENFUEGOS (ONEI). Anuario estadístico de 
Cienfuegos 2016. 229 p. Edición 2017. p. 13. Disponível em: 
http://www.one.cu/aed2016/27Cienfuegos/00%20Cienfuegos.pdf. Acesso em: 26 jul. 2018. 
 
PETKOVA, E.; EBI, K.; DERRIN, C. et al. Climate change and health on the U.S. Gulf Coast: public health 
adaptation is needed to address future risks. International Journal of Environmental Research and Public 
Health, v. 12, n. 8, p. 9342, 2015. DOI: 10.3390/ijerph120809342. Disponível em: 
www.sciencedaily.com/releases/2015/08/150814145704.htm. Acesso em: 9 jul. 2018. 
 
PLANOS, E.; RIVERO, R.; GUEVARA, V. (Eds.). Impacto del cambio climático y medidas de adaptación en 
Cuba. Informe realizado en el marco de la SEGUNDA COMUNICACIÓN NACIONAL DE CUBA AL CONVENIO 
MARCO DE NACIONES UNIDAS SOBRE CAMBIO CLIMÁTICO. 520 p. La Habana, Cuba: Redciencia, 2012. p. 69, 
81 y 94. Disponível em: 
http://www.redciencia.cu/geobiblio/paper/2012_Planos_Impacto%20y%20Adaptacion,% 20Libro.pdf. 
Acesso em: 3 jul. 2018. 
 
30 
ROGERS, H.W.; WEINSTOCK, M.A.; HARRIS, A.R. et al. Incidence estimate of nonmelanoma skin cancer in the 
United States, 2006. Arch Dermatol, v. 146, n. 3, p. 283-287, 2010. DOI: 10.1001/archdermatol.2010.19 
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20231499. Acesso em: 26 maio 2018. 
SUÁREZ, A. E. Situación del cáncer en Cienfuegos. Ponencia presentada en el TALLER: Cambios en el clima y 
patologías de piel. 16 de septiembre de 2013. Cienfuegos, Cuba: Centro de Estudios Ambientales de Cienfuegos, 
2013. 
 
THE SKIN CANCER FOUNDATION. Programa Internacional de Intercambio sobre Dermatología (IDEP). 
Disponível em: http://cancerdepiel.org/para-medicos-expertos/programa-internacional-de-intercambio-
sobre-dermatologia. Acesso em: 29 ago. 2018. 
 
THE SKIN CANCER FOUNDATION. Alerta oficial de la OMS. 2009. Disponível em: 
http://cancerdepiel.org/vida-saludable/sobre-el-bronceado/la-oms-publica-alerta-oficial. Acesso em: 23 
ago. 2018. 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 31 
C A P Í T U L O 2 
Saneamento ambiental e Leptospirose humana em Manaus/AM 
 
Ulliane de Amorim Pereira3 
Natacha Cíntia Regina Aleixo 4 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Conforme o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB, 2013), o Brasil dispõe 
como meta universalizar os serviços de saneamento, compreendendo o acesso por parte 
de todos no que tange aos bens produzidos na sociedade, sem distinção, abrangendo seus 
amplos aspectos, até o ano de 2030, atendendo aos requisitos prescritos na Lei 
11.445/2007, a qual institui a Política de Saneamento no país (BRASIL, 2007), assim como 
o disposto na Agenda 2030, apontada pela Organização das Nações Unidas (ONU), trazendo 
em seu sexto objetivo “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e 
saneamento para todos e todas”. 
A universalidade, por sua vez, deve compreender a integralidade dos elementos 
que compõem o saneamento, tais como, abastecimento de água potável, serviços e 
tratamento de esgoto, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, assim como 
drenagem e manejo das águas pluviais, haja vista que a disposição de infraestrutura implica 
diretamente na qualidade de vida da sociedade, o que abrange os aspectos da saúde. 
Tais aspectos consideram na avaliação da saúde pública não única e exclusivamente 
o ponto de vista do saneamento, fazendo-se necessário relacionar outros indicadores 
socioambientais com a ocorrência dos agravos à saúde, habitação, aspectos 
socioeconômicos, déficit de equipamentos urbanos, entre outros. 
Diante desse contexto, objetivamos analisar neste trabalho a relação do saneamento 
ambiental com o processo saúde-doença da leptospirose na cidade de Manaus. 
A cidade de Manaus foi selecionada em decorrência de seu aparecimento na lista das 
cem maiores cidades brasileiras em termos populacionais, analisadas em um estudo 
realizado pelo Instituto Trata Brasil em 2017, intitulado Ranking do Saneamento, com base 
em dados de 2015 do Sistema Nacional de Informações de Saneamento. 
 
3 Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: ullianeamorim@gmail.com 
4Doutora em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus Presidente Prudente e docente da 
Universidade Federal do Amazonas (UFAM). E-mail: natachaaleixo@yahoo.com.br 
32 
A cidade de Manaus apresentou a posição 95ª, o que lhe confere uma precariedade 
quanto à disposição dos serviços de saneamento, principalmente no que diz respeito a 
tratamento de água e esgoto, requisitos analisados na pesquisa citada. Apresentando-se, 
assim, no rol das cem maiores cidades brasileiras entre as dez piores em serviços de 
saneamento ambiental. 
Em consonância à disposição dos serviços de saneamento, para a realização deste 
trabalho optou-se por estudar a leptospirose, compreendendo esta doença como 
consequência da precariedade do saneamento ambiental nas cidades, dentre outros fatores. 
O saneamento é definido pela Organização Mundial da Saúde como o “controle de 
todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos 
deletérios sobre seu estado de bem-estar físico, mental ou social” (OMS apud HELLER, 
1998). Esta conceituação abrange aspectos ambientais e de saúde, os quais estão 
intimamente relacionados com a disposição do saneamento ambiental.Kobiyama et al. (2008) apresentam a definição de saneamento como “o conjunto 
de serviços e ações com objetivo de alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, 
nas condições que maximizem a promoção e a melhoria da qualidade de vida no meio 
urbano e rural”. 
O saneamento ambiental engloba a sanidade das habitações, seu entorno e as 
condições de saúde da sociedade em geral, o que demonstra abordar uma escala mais 
ampla que o saneamento básico. Segundo Kobiyama et al. (2008), o saneamento ambiental 
“consiste não só nos serviços enumerados no saneamento básico (abastecimento de água, 
esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos e de águas pluviais), mas também no 
que diz respeito ao controle de doenças, garantindo a saúde pública”. 
Em contrapartida, Souza (2002) nos apresenta que não necessariamente o 
saneamento básico deve ser tratado única e exclusivamente no seu sentido técnico, “mas 
compreendido no conjunto das dinâmicas da produção socioespacial da cidade em face das 
precárias condições de vida da maioria da população”. Condições de vida estas que hão de 
embasar planejamentos e ações públicas em tomadas de decisões no que tange à 
universalização dos serviços de saneamento, considerando as peculiaridades e nuances da 
urbanização e espacialização da cidade. 
Haja vista que a cidade é socialmente produzida, compreendendo uma 
diversidade na sua desigualdade, o que deve ser considerado no ato de pensar o processo 
saúde-doença. 
Ambiente e Saúde - 33 
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Os dados utilizados para caracterização do cenário de saneamento ambiental na 
cidade de Manaus foram coletados do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE), com base no censo demográfico realizado no ano de 2010. Também 
foram realizadas visitas à sede da Manaus Ambiental, empresa responsável pelo 
abastecimento de água e esgoto para obtenção de informações sobre a cobertura e os 
serviços na cidade. 
Também foram coletados os dados da patologia leptospirose, no portal do 
DATASUS, referentes às internações hospitalares do período de 2010 a 2015. Os dados 
foram tratados estatisticamente com técnicas descritivas: máximo, mínimo, média e 
coeficiente de incidência do período de 2010 a 2015. 
Tanto as variáveis de saneamento ambiental: água, esgoto e resíduos sólidos, como 
da população residente, foram mapeadas por bairro5. 
Foi calculada a taxa das variáveis por bairro (total/domicílios do bairro ou a 
população) e delimitados os índices pela técnica dos quartis em quatro classes, sendo o 
quartil 1 definido como condições ruins, quartil 2 regular, quartil 3 médio, e quartil 4 boas 
condições de saneamento. 
A escala espacial por bairro foi utilizada em decorrência da disponibilidade de dados 
pelo IBGE e dos dados das internações referirem-se ao CEP da residência da população 
internada e com isso agrupado ao bairro, uma vez que o mesmo CEP engloba vários quarteirões 
de uma mesma rua/avenida. Com isso, foi calculada a taxa de incidência da doença 
leptospirose, utilizando o total de internações por bairro no período a cada cem mil habitantes. 
Nos bairros que apresentaram condições de deficiência de saneamento e maior 
incidência da doença, foram realizados trabalhos de campo nos meses de janeiro a 
março de 2018, para verificar criticamente as condições socioambientais das áreas pelo 
olhar geográfico. 
 
5 A presente pesquisa solicitou, porém, não obteve os dados de inundações urbanas e alagamentos na Defesa 
Civil do período, limitando a análise dessa associação com a espacialidade da doença. Conforme a instituição, 
os dados são agrupados na área urbana, sem incorporar as diferenças entre alagamentos, enchentes e 
inundações, dessa maneira, poderiam indicar constatações limitadas à baixa qualidade dos mesmos para 
correlacionar a leptospirose. 
34 
A urbanização e o saneamento ambiental em Manaus/AM 
 
Pensar a perspectiva do processo saúde-doença implica pensar o processo de 
urbanização ocorrente nas cidades, que exige planejamento e infraestrutura adequada 
às condições de moradia, acesso aos serviços de saúde e saneamento. O Brasil, 
atualmente, constitui-se em um país urbano com pouco mais de 85% de sua população 
total vivendo em cidades, conforme dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE). 
Segundo Ab’Saber (1999, p. 54), “esse dado aponta para um grande desafio a ser 
enfrentado por governantes no fim desse século e início do próximo milênio”, pois, 
conjuntamente a formação dos grandes centros urbanos no âmbito das cidades, atrelou-
se a intensificação dos problemas socioambientais. Sendo eles relacionados às 
desigualdades sociais, que tão marcadamente caracterizam o espaço geográfico, tais como 
habitação precária, subemprego, educação, fragilidade ou inexistência de saneamento 
básico e saneamento ambiental, dentre outros, que compõem o metabolismo urbano no 
âmbito das cidades. 
Manaus, a partir da década de 1970, conforme os dados censitários apresentados pelo 
IBGE (Quadro 1) apresentou crescimento populacional residente constante em consonância 
com o número de domicílios e a expansão territorial urbana. O contexto encontra-se atrelado 
à instalação da zona franca no final da década de 1960, a qual é responsável pela 
configuração espacial de novos bairros, imprimindo instalações de residências nos mais 
diversos terrenos ambientalmente fragilizados da cidade, as quais necessitavam de expansão 
de infraestrutura, o que não ocorreu na mesma intensidade. 
 
Quadro 1 - Dados censitários relacionados à série histórica que representam o crescimento populacional 
ocorrente na cidade de Manaus a partir da década de 1960 
 
Ano População residente N° de domicílios Densidade demográfica 
1960 175.343 - - 
1970 311.622 52.053 - 
1980 633.383 118.375 - 
1996 1.154.330 - - 
2000 1.405.835 326.837 123,23 hab./km 
2007 1.646.602 - - 
2010 1.802.014 460.767 158,06 hab./km 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, @Cidades censo séries históricas. 
Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/v3/cidades/municipio/1302603/pesquisa/43. Acesso em: 26 dez. 2016. 
Ambiente e Saúde - 35 
Diante deste contexto, para além das áreas periféricas que já marcavam a paisagem 
urbana de Manaus, agora como moradias da classe média, têm-se na cidade a construção 
de edifícios residenciais marcando o início do seu processo de verticalização. 
Esse crescimento demográfico ocorrente em Manaus relaciona-se com o êxodo 
rural do próprio Estado e ainda em migrações intra/inter-regionais, para as quais as pessoas 
vêm para a cidade em busca de emprego nas indústrias atraídas especialmente pela Zona 
Franca (LAVIERI; LAVIERI, 1999 apud NOGUEIRA et al., 2007): 
 
No final da década de 70 do século XX, começa a expansão para as zonas 
administrativas Leste e Norte, seja por ocupações regulares e/ou irregulares, o 
uso do solo tornou-se mais estratificado e as novas ocupações que foram se 
formando na cidade já surgiram bem mais marcadas pelo nível de renda dos seus 
habitantes. (LAVIERI; LAVIEREI, 1999 apud NOGUEIRA et al., 2007, p. 35 e 44). 
 
Com a fragilidade da infraestrutura urbana da cidade, uma significativa parcela da 
população migrante passou a residir em domicílios precários, sem serviços básicos de 
saúde e saneamento, o que contribuiu para o impacto na qualidade de vida dessas pessoas 
e intensificação dos problemas socioambientais urbanos em Manaus. 
Pois a grande massa dessa população acaba por residir nos locais condizentes com 
seus poderes aquisitivos. Sendo esses locais ambientalmente fragilizados, comportando 
uma população socialmente vulnerável, estando esta nas margens dos igarapés, nos fundos 
de vale, nas encostas, dentre outros ambientes. 
Conforme apontado por Oliveira (2003), não foram criados na cidade de Manaus 
alternativasque dessem conta de garantir as mínimas condições de vida do grande 
contingente de população que migrou para a cidade após a implantação da Zona Franca. 
A precariedade dos serviços públicos urbanos na cidade de Manaus mediante esse 
contexto tornou-se mais visível e presente no cotidiano da sociedade, agora acompanhado 
de diversos problemas socioambientais, pois a cidade não detinha infraestrutura adequada 
para recepcionar tal demanda demográfica, o que implicou no aumento substancial da 
espacialidade da cidade, que ocorreu sem planejamento adequado. 
Dentre os impactos socioambientais ligados ao saneamento potencializou-se neste 
período a poluição dos igarapés urbanos (Figura 1), que, segundo Nogueira et al. (2007), 
“foi ocasionado pela dinâmica da expansão da cidade”. 
36 
Figura 1 - Margem do igarapé paulatinamente ocupado por residências e embarcações, passando a receber 
em seus cursos d’água resíduos domésticos e outros efluentes advindos com o processo de urbanização 
sem planejamento e ação pública, fazendo-se necessária a coleta dos resíduos via balsa em decorrência da 
expressiva quantidade de material a ser coletado 
 
 
 
Fonte: Nogueira (2017). 
 
A sanidade do ambiente urbano, em decorrência da urbanização não planejada, 
encontra-se comprometida em decorrência do modo de vida desigual instituído na 
produção do espaço urbano da cidade, em que a parcela da sociedade menos abastada 
economicamente acaba por conviver com a poluição e degradação em seu cotidiano, o que 
implica diretamente no processo de saúde-doença dessa população que agora divide o 
espaço com as águas inservíveis dos igarapés, seja pelo descarte de esgoto sem o devido 
tratamento, seja pelo descarte de resíduos sólidos ou outros meios de contaminação. 
A propagação dos ambientes insalubres via contaminação dos igarapés urbanos na 
cidade de Manaus, onde estão canalizados os detritos urbanos, implica diretamente no 
abastecimento de água, no que concerne aos parâmetros adequados para o consumo 
humano, pois o serviço é delineado pela captação das águas do rio Negro, este que também 
é responsável pelo recebimento do deságue dos igarapés que delineiam a cidade. 
Fonseca et al. (1982, p. 275) desenvolvem uma análise identificando a poluição do 
rio Negro nas cercanias de Manaus, no fim da década de 1970, onde já se observou naquele 
momento a presença de bairros, como, por exemplo, Compensa, em que moradores 
construíram seus sanitários sobre um pequeno curso d’água, o que claramente implica na 
qualidade da água captada para abastecimento na cidade. O sistema de abastecimento de 
água de Manaus compõe-se de três Estações de Tratamento de Água (ETAs), as quais se 
encontram em constante operação (Figura 2) “e apesar de a captação de água para 
Ambiente e Saúde - 37 
tratamento e distribuição ser feita por tubos situados em regiões profundas, não 
impossibilita a sucção de, pelo menos, parte da massa contaminada tornando a purificação 
mais onerosa” (FONSECA et al., 1982). 
Diante desse contexto, segundo a concessionária Manaus Ambiental, responsável 
pela prestação de serviços de tratamento e disposição de água na cidade, explicitou que a 
cidade de Manaus em 2016 contava com uma rede de distribuição de 3.700 km de água, 
atendendo, assim, 96% da população residente na área urbana, onde 522.000 residências 
contavam com ligação de água, estimando-se, assim, que dois milhões de habitantes 
dispunham do atendimento. 
 
Figura 2 - Configuração do abastecimento atual de água na cidade de Manaus segundo a concessionária 
Manaus Ambiental, destacando as Estações de Tratamento responsáveis pelo abastecimento da cidade 
 
 
 
Fonte: Manaus Ambiental (2016, adaptado de PEREIRA, 2018). 
 
Contudo, vale ressaltar que os dados da concessionária Manaus Ambiental não vão ao 
encontro com o cotidiano vivenciado e noticiado em Manaus, assim como contradiz os dados 
das pesquisas realizadas pelo ITB (2013) e IBGE (2010), e, ainda, opõe-se também a realidade 
presenciada pelos moradores da cidade em seu cotidiano, que convivem com a precariedade 
dos serviços de saneamento, configurando o acesso deficiente à água potável e esgotamento 
sanitário em vários bairros da cidade, o que demonstra as desigualdades sociais implícitas na 
produção excludente do espaço urbano e que os riscos à saúde estão imbricados com as 
condições distintas e injustas de vulnerabilidade socioambiental da população. 
38 
Aportes do saneamento ambiental e impactos à saúde humana em Manaus/AM 
 
Com base no levantamento realizado pelo IBGE em Manaus, divulgado no censo de 
2010, identificou-se mediante um total 460.844 domicílios, que 347.822 beneficiam-se do 
abastecimento de água via rede geral de distribuição e 65.851 domicílios beneficiam-se do 
abastecimento de água via poço ou nascente na propriedade. 
Tal contexto apresenta a disposição dos serviços e suas respectivas instalações e 
funcionamento, identificando que sua espacialização não ocorreu de maneira uniforme na 
cidade, estando longe de contemplar a população como um todo, o que compromete a 
universalização dos serviços de saneamento almejados na política e pela sociedade, assim 
como acaba por ratificar a pesquisa realizada pelo ITB (2017). 
A falta de água potável disponível nas torneiras ao longo do dia, principalmente no 
que diz respeito às áreas periféricas do ambiente urbano manauara ainda são comumente 
identificadas nos principais noticiários da cidade, o que denuncia a instabilidade e 
precariedade da prestação dos serviços, implicando na identificação de que não foi seguido 
o padrão de crescimento e urbanização da cidade (Figura 3). 
Portanto, o acesso ao abastecimento de água na cidade de Manaus, não ocorrendo de 
maneira uniforme, constitui-se em um problema socioambiental à medida que muitos bairros 
da cidade ainda se encontram desassistidos quanto ao abastecimento de água potável regular. 
 
Figura 3 - Notícias comumente identificadas nos principais noticiários da cidade de Manaus, os quais 
demonstram a fragilidade e precariedade no sistema de abastecimento de água na cidade 
 
 
 
Fonte: Jornal Acrítica (Reportagem de Alik Menezes, em 17/04/2017). 
Ambiente e Saúde - 39 
O Mapa 1 apresenta qualitativamente o acesso à rede geral de distribuição de água 
por bairros na cidade de Manaus. 
 
Mapa 1 - Síntese da distribuição de água nos bairros de Manaus com acesso via rede geral de distribuição 
 
 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010). Org. Ulliane Amorim e Jean Campos (2017). 
 
A distribuição dos serviços de água encontra-se precária e em condições ruins nos 
bairros Colônia Antônio Aleixo (11), Cidade de Deus (9), Colônia Terra Nova (14), Distrito 
Industrial II (20), Gilberto Mestrinho (24) e Jorge Teixeira (27), ambos localizados nas zonas 
Norte e Leste da cidade, estas que são as atuais zonas de expansão da cidade. 
Com exceção do bairro de Flores (23), que fica localizado na zona Centro-Sul de 
Manaus, os demais bairros com índice ruim, apresentando precárias condições de acesso 
à água potável em Manaus, estão espacialmente localizados nas zonas Leste e Norte de 
Manaus. Com o inchaço urbano, as zonas Leste e Norte da cidade passam a ser 
expressivamente ocupadas, internalizando grandes impactos e níveis de degradação 
ambiental em seus territórios, estando desprovidas de condições adequadas de 
saneamento. E o descompasso na distribuição de água nesta área da cidade implica no 
armazenamento em vasilhames e outros meios, como escavações de poços tubulares, sem 
considerar os devidos critérios ambientais, os quais propagam maiores desdobramentos 
na saúde desta população. 
40 
O serviço apresenta-se com índice regular nos bairros Armando Mendes (4), 
Aleixo (2), Cidade Nova (10), São José Operário (55), Zumbi dos Palmares (63), dentre outros. 
A disposição do serviço apresenta melhora, paulatinamente, tornando-semediana 
nos bairros Redenção (47), Crespo (17), e Bairro da Paz (18), e tomando caráter de boa 
disposição nos bairros da Compensa (15); Dom Pedro (21); Planalto (41); Vila da Prata (62) 
e outros. Tais bairros, por sua vez, se constituem áreas centralizadas, sendo presididas por 
pessoas de melhores condições socioeconômicas, o que não exime a presença de 
desestruturas em seu interior. 
E, ainda, conforme identificou Oliveira (2011), em Manaus: 
 
As populações mais empobrecidas economicamente são as mais afetadas em 
relação à adoção da valoração econômica da água como parâmetro norteador das 
políticas públicas, sofrendo com os cortes de abastecimento e com o abandono no 
que diz respeito à ausência de investimentos. (OLIVEIRA, 2011, p. 185). 
 
A fragilidade implica na ínfima presença desses serviços no âmbito da cidade, os 
quais, mesmo com base legal para implantação e operacionalização, não abrange a 
sociedade em sua totalidade. 
Considerando a disposição dos serviços de esgotamento sanitário, drenagem e 
manejo das águas pluviais, observa-se uma precariedade mais intensa na cidade de 
Manaus, conforme apresenta o Mapa 2. Neste podemos observar, a partir da 
espacialização dos dados do censo (IBGE, 2010), quanto a situação do acesso aos serviços 
de esgotamento sanitário por bairros na cidade de Manaus. 
Dos 63 bairros da cidade de Manaus com base no Mapa 2, identifica-se que apenas 
11 bairros apresentam boa disposição do serviço de esgotamento sanitário, sendo eles o 
Centro (7), Nossa Senhora de Aparecida (33), Parque 10 de Novembro (39), Planalto (41), 
Nova Esperança (36), São Lázaro (56), São Jorge (54), Dom Pedro I (21), Nossa Senhora das 
Graças (34), Morro da Liberdade (32) e Santa Luzia (49). 
Dentre os bairros que apresentam uma condição mediana quanto ao acesso ao 
serviço, têm-se uma lista de 18 bairros. Dentre esses se tem o Nova Cidade (35), que se 
trata de um bairro planejado pelo Poder Público. 
A situação é precária ao que diz respeito ao acesso ao esgotamento sanitário, 
apresentando uma infraestrutura ruim e deficitária, e tal situação abrange mais 
expressivamente os bairros situados nas zonas Leste, Oeste e Norte da cidade. Zonas que, 
respectivamente, são aquelas de maior extensão e população. 
Ambiente e Saúde - 41 
Atualmente, a expansão da espacialidade da cidade na zona Norte, Oeste e Leste, 
principalmente, vem ocorrendo continuamente sem planejamento adequado, o que é uma 
preocupação, haja vista que a mesma não dispõe, em seu território, dos serviços de 
saneamento, apresentando precárias condições de infraestrutura, especificamente, nos 
bairros Santa Etelvina (48), Puraquequara (45), Tancredo Neves (58), Colônia Terra Nova 
(14), Cidade de Deus (9), Colônia Antônio Aleixo (11), Lago Azul (28), Jorge Teixeira (27), 
dentre outros identificados no Mapa 2. 
 
Mapa 2 - Espacialização dos bairros com acesso e respectiva situação de esgotamento sanitário na 
cidade de Manaus 
 
 
 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), org. Ulliane Amorim e Jean Campos (2017). 
 
 
Em detrimento da existência de rede coletora de esgoto na totalidade da 
espacialidade que compreende a cidade de Manaus, a sociedade acaba por utilizar a fossa 
séptica como meio de esgotamento sanitário. 
 
42 
Pereira e Aleixo (2018) verificaram que a precariedade nos serviços de saneamento 
ambiental em Manaus abrange a coleta e disposição adequada dos resíduos sólidos. Em 
conjunto, a irregularidade no serviço de coleta nos bairros, a disposição em lixeiras 
“viciadas” de forma cumulativa por semanas sem coleta e o despejo inadequado de 
resíduos nos igarapés urbanos constituem-se na cidade fatores condicionantes de doenças. 
“A disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos não ocorre de forma 
homogênea na cidade, sendo os sujeitos mais vulneráveis aos riscos decorrentes da disposição 
inadequada os que possuem menor poder aquisitivo” (PEREIRA; ALEIXO, 2018, p. 50). 
As precariedades, no que concerne à disposição dos resíduos sólidos urbanos, 
esgotamento sanitário e acesso à água potável na cidade de Manaus, configuram 
desdobramentos estruturais e na saúde da população de maior vulnerabilidade 
socioambiental. Dentre os principais acometimentos de doenças relacionadas às 
repercussões do déficit de infraestrutura e disposição dos serviços de saneamento 
ambiental na cidade, relacionamos o acometimento da leptospirose. 
A leptospirose é uma patologia que possui como transmissor principal nos centros 
urbanos o rato (Rattus norvegicus conhecida como ratazana de esgoto). Os cães também 
participam da cadeia de transmissão da doença, segundo Oliveira et al. (2009), pois, quando 
infectados, podem eliminar leptospiras por meio da urina durante meses, sem apresentar 
sintomas. E, ainda, “após o contágio da bactéria leptospira, o período de incubação para o 
aparecimento dos primeiros sintomas pode levar até 30 dias, com média de 7 a 14 dias. Os 
sintomas podem variar desde um processo inaparente até formas graves. A manifestação da 
doença pode ser dividida em dois subtipos, a anictérica e a ictérica” (ALEIXO, 2012, p. 118). 
Quanto ao risco de adquirir a doença, Oliveira et al. (2009) afirmam que “ficou 
evidenciado entre as pessoas que residiam a menos de 20 metros de esgoto aberto, 
confirmando a importância da localização da residência em áreas com precárias 
condições de saneamento”. 
Soares et al. (2014) também chamam a atenção para os agravantes e 
condicionantes da ocorrência da doença, os quais, segundo os autores, estão ligados ao 
déficit de “sistema de tratamento pluvial e de redes de esgotos adequados, bem como uma 
coleta de lixo periódica, a leptospirose apresenta-se em nível bastante acentuado nas 
populações, uma vez que os vetores da doença encontram nestas ambientes condições 
propícias para se proliferarem”. 
Ambiente e Saúde - 43 
Ressalta-se que a vacina humana da leptospirose existe em alguns países, mas ainda 
não é muito segura, sendo que mais pesquisas precisam ser desenvolvidas para 
comprovação e segurança na utilização (FMUSP, 2013). No Brasil, apesar de se apresentar 
como um grave problema de saúde pública, a vacina é inexistente. Apenas é utilizada a 
vacina para animais como bovinos, suínos e cães que podem ser vacinados todos os anos 
para se prevenir da doença (FIOCRUZ, 2017). 
Com base na análise das condições de saneamento na cidade de Manaus, 
abrangendo principalmente o abastecimento de água potável e o esgotamento sanitário, 
verificando disposições precárias à população, fez-se o levantamento no banco de dados 
do DATASUS do total de 176 casos de internações no período de 2010-2015, que foram 
espacializados por bairro, inserindo a taxa de incidência de internação (número de 
casos/população) por leptospirose em Manaus, identificando assim os bairros mais 
acometidos pela doença, conforme exposto no Mapa 3. 
Considerando a temporalidade total analisada nesta pesquisa, dos anos de 2010 a 
2015, a taxa de incidência de internações por leptospirose em Manaus, conforme 
apresentado no mapa 3, delineou-se em todas as zonas da cidade, com maior 
expressividade nas zonas Sul e Oeste de Manaus seguida da zona Leste. 
 
Mapa 3 - Taxa de incidência de internações por leptospirose em Manaus (2010-2015) 
 
 
 
Fonte: DATASUS (2010-2015). Org. Ulliane Amorim e Jean Campos (2018). 
 
44 
Durante o período analisado, os bairros com maiores taxas de incidência de 
internações por leptospirose em Manaus, foram Distrito Industrial I (19), Morro (32), 
Raiz (46), Educandos (22), São Raimundo (57), Presidente Vargas (44), São Jorge (54), 
Tarumã-Açu (60) e Zumbi (63). 
As ocorrências de leptospirose presentes na zona Sul da cidade de Manaus estão 
ligadas às ocorrências de alagamentos e transbordamentos configurados nos igarapés 
urbanos presentes nessas áreas da cidade, os quais se encontram poluídos com resíduossólidos de toda ordem. O saneamento ambiental precário nas zonas Oeste e Leste 
também implicam no acometimento da doença, uma vez que a disposição do 
esgotamento sanitário nesses ambientes é ínfima e a existente encontra-se com 
deficiências na oferta e disponibilidade. 
Ressalta-se que a ocorrência da doença também incide em bairros com condições 
adequadas de saneamento ambiental, fato que pode estar relacionado a outros 
determinantes sociais e ambientais, como as inundações urbanas, alagamentos, que não 
foram analisados nesta pesquisa. 
Com isso, comprova-se que os espaços espoliados da cidade encontram-se 
comprometidos, pois os serviços públicos são insuficientes, implicando na negligência por 
parte do Poder Público, sobre o cotidiano precário de famílias que convivem com as 
mazelas presentes em Manaus, como a poluição dos igarapés da cidade, a deficiência no 
serviço de abastecimento de água e disponibilidade da rede de esgoto. 
A concretude implica no processo saúde-doença, mediante a disposição precária 
dos componentes do saneamento, tendo como papel central no cenário o acometimento 
da leptospirose na população de maior vulnerabilidade socioambiental urbana. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Analisando os diversos aspectos considerados na pesquisa, observou-se que a 
qualidade de vida perpassa por vários fatores nas cidades, dentre os quais se tem a 
disposição do saneamento ambiental no que diz respeito não única e exclusivamente ao 
acesso aos serviços, mas também a qualidade de sua prestação e constante manutenção. 
Os bairros Tarumã-açu (60), Distrito Industrial I (19), São Raimundo (57), Zumbi (63), 
e Educandos (22) apresentaram condições irregulares e deficientes de saneamento e 
também foram acometidos pelo maior número de internações por leptospirose. 
Ambiente e Saúde - 45 
Ou seja, observa-se que o saneamento ambiental está atrelado aos determinantes 
ambientais e sociais para ocorrência da doença, bem como a precariedade e escassez dos 
serviços ocorre principalmente em áreas segregadas na esfera socioeconômica. 
As ocorrências de leptospirose presentes na zona Sul da cidade de Manaus, 
implicadas pela precariedade de infraestrutura, também se relaciona à sazonalidade das 
chuvas, estando o acometimento da doença ligada a ocorrências de alagamentos e 
transbordamentos configurados nos igarapés urbanos presentes nessas áreas. Tal 
contexto, foi verificado no estudo realizado por Jesus et al. (2012), haja vista que nos meses 
de maior concentração de chuva tem-se o aumento de número de casos de leptospirose, 
no período de 2000 a 2010, período de dados analisados. No período de 2010 a 2015, o 
trabalho realizado por Pereira (2018) constata a permanência deste cenário na cidade, a 
partir de análises das taxas de incidência de leptospirose para a cidade de Manaus e os 
totais de precipitação no mesmo período. Por isso, verificou-se a elevada taxa de incidência 
da doença em bairros desta zona na cidade de Manaus. 
Observou-se também em Manaus que o processo de urbanização ocorreu de forma 
desigual entre as classes sociais, à medida que se identificou no trabalho de campo a 
informalidade de moradias associada à baixa renda, ocupação de ambientes frágeis, e 
ínfimos investimentos no saneamento e na saúde em partes da cidade. 
Portanto, os desdobramentos e impactos negativos são significativos à sociedade 
manauara, especialmente a parcela da população que vivencia as desigualdades 
socioambientais no cotidiano, com a maior ocorrência do acometimento de doenças como 
a leptospirose, analisada nesta pesquisa. 
 
REFERÊNCIAS 
 
AB’SABER, A. N. A sociedade urbano-industrial e o metabolismo urbano. In: CHASSOT, A.; CAMPOS, E. 
(Orgs.). Ciências da terra e meio ambiente: diálogos para (inter)ações no Planeta. São Leopoldo: Ed. 
Unisinos, 1999. 284p. 
 
ALEIXO, N.C.R. Pelas lentes da climatologia e da saúde pública: doenças hídricas e respiratórias na cidade 
de Ribeirão Preto. Presidente Prudente, 2012. 
 
BRASIL. Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB (Lei 11.445 de janeiro de 2007 – estabelece 
diretrizes nacionais para o Saneamento Básico). 2013. Disponível em: 
http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/AECBF8E2/Plansab_Versao_C. Acesso em: 26 jun. 2016. 
 
HELLER, L. Relação entre saúde e saneamento na perspectiva do desenvolvimento. Ciência & Saúde 
Coletiva, v. 3, n. 2, p. 73-84, 1998. 
 
46 
IBGE, Cidades@. In: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE): O Brasil por município. 
Disponível em: 
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=130260&search=amazonas|manaus. 
Acesso em: 25 abr. 2016. 
 
______. Atlas de saneamento: 2011. IBGE, Diretoria de Geociências – Rio de Janeiro, 2011. 268p. Disponível 
em: https://biblioteca.ibge.gov.br/pt/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=253096. Acesso em: 25 abr. 
2016. 
 
______. Pesquisa nacional de saneamento básico. Disponível em: 
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb/lixo_coletado/lixo_coletado110.shtm. 
Acesso em: 18 abr. 2016. 
 
INSTITUTO TRATA BRASIL. Ranking do saneamento Instituto Trata Brasil 2017. São Paulo, fev. 2017. 
Disponível em: http://www.tratabrasil.org.br/datafiles/estudos/ranking/2017/relatorio-completo.pdf. 
Acesso em: 26 jun. 2017. 
 
FACULDADE DE MEDICINA USP (FMUSP). Patologia de febres hemorrágicas Faculdade de Medicina da USP. 
Jornal da USP, 2013. 
 
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Agência Fiocruz de notícias: glossário de doenças. Disponível em: 
https://agencia.fiocruz.br/leptospirose-0. Acesso em: 21 de abril de 2019. 
 
KOBIYAMA, M.; MOTA, A. A.; CORSEUIL, C. W. Recursos hídricos e saneamento. Curitiba: Organic 
Trading, 2008. 
 
NOGUEIRA, A. C.F.; SANSON, F.; PESSOA, K. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus 
impactos ambientais. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 
abril, 2007, INPE, p. 5427-5434. 
 
OLIVEIRA, J. A. Manaus de 1920-1967: A cidade doce e dura em excesso. Manaus: Editora Valer / Governo 
do Estado do Amazonas/Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2003. 176 p. 
 
OLIVEIRA, D. S. C.; GUIMARÃES, M. J. B.; MEDEIROS, Z. Modelo produtivo para a leptospirose. Revista de 
patologia tropical, v. 38, n. 1, p. 7-26, 2009. 
 
OLIVEIRA, C. F. Água e saneamento básico em Manaus, Amazonas – Brasil: valoração econômica em 
serviços de utilidade pública. Geografia em questão, v. 4, n. 2, p. 181-196, 2011. 
 
PEREIRA, U. A.; ALEIXO, N.C.R. Os resíduos sólidos urbanos como condicionantes de doenças na cidade de 
Manaus-AM. Revista Geonorte, n. 9, n. 31, p. 32-53, 2018. 
 
PEREIRA, U. A. Saneamento ambiental e o processo saúde-doença em Manaus. 2018. Dissertação 
(mestrado), Geografia, Instituto de Filosofia Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal do 
Amazonas, Manaus, 2018. 
 
SOARES, J. A. S.; ALENCAR, L. D.; CAVALCANTE, L. P. S. et al. Impactos da urbanização desordenada na saúde 
pública: leptospirose e infraestrutura urbana. Revista Polêmica, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, 2014. 
 
SOUZA, M.S. Meio ambiente e saneamento básico. Mercator – Revista de Geografia da UFC, ano 1, n. 1, 
p. 41-52, 2002. 
 
 
 
 
 
 
http://www2.fm.usp.br/
Ambiente e Saúde - 47 
C A P Í T U L O 3 
A mosca doméstica, sua importância médica e controle 
 
Leonice Seolin Dias6 
Lucas de Castro Faria7 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Musca domestica (Linnaeus, 1758), também conhecida como mosca doméstica, 
pertence a uma das famílias mais abundantes e importantes, a Muscidae, dentro dos 
Diptera (GREENBERG, 1973). 
Essa mosca doméstica se originou nas estepes da Ásia Central, mas atualmente 
ocorre em todos os continentes habitados, em todos os climas, de tropical a temperado, e 
em uma variedade de ambientes que variam de rurais a urbanos (CAPINERA, 2010). Existe 
uma vasta literatura sobre M. domestica. É inseto clássico eusinantrópico (seu ciclo de vida 
ocorre em ambiente humano), endófilo (visita as residências)e comunicativo (após se 
alimentarem ou pousarem em alimentos contaminados costumam pousar nos utensílios 
humanos), assim, cumpre todos os requisitos exigidos para um vetor mecânico de doença 
(GOMES; SANTOS, 2015; GREENBERG, 1971; MONZON et al., 1991). 
A mosca doméstica vive em estreita associação com humanos ou com atividades 
humanas em todo o mundo, alimentando-se e proliferando-se em substratos contaminados 
(restos de alimentos, fezes, cadáveres, entre outros). E como se movem constantemente 
para áreas com habitações humanas e ambientes alimentares podem coletar e transportar 
vários agentes de doenças (KHAMESIPOUR et al., 2018). 
Dentre os insetos vetores, a mosca doméstica é considerada como um potencial 
vetor mecânico de patógenos responsáveis por causar graves doenças em humanos e 
animais domésticos (GRACZYK et al., 2001; GREENBERG, 1971). Abriga mais de cem 
espécies diferentes de patógenos, em diversas partes do corpo, e podem transmitir mais 
de 65 tipos doenças infecciosas (SCOTT; LETTIG, 1962; GREENBERG, 1965). 
 
6 Bióloga, doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Presidente Prudente/SP. 
Colaboradora do Laboratório de Biogeografia e Geografia da Saúde da UNESP. E-mail: nseolin@gmail.com 
7 Graduado em Geografia pela UNESP, Presidente Prudente/ SP. Colaborador do Laboratório de Biogeografia e Geografia 
da Saúde da UNESP, Presidente Prudente/ SP. E-mail: lucas_castro_faria@hotmail.com 
48 
A anatomia corporal, secreções que produzem e seus hábitos alimentares permitem 
que as moscas contraiam e disseminem vários patógenos (NAZNI et al., 2005; NICHLOLS, 2005; 
OMMI et al., 2015). Alguns microrganismos podem viver dentro ou na superfície do corpo 
das moscas domésticas de 5 a 6 horas até 35 dias (TAN; YAP; LEE, 1997; NAZARI et al., 2017). 
Algumas bactérias são transportadas pela mosca doméstica como Escherichia coli, 
espécies Shigella e Salmonella, além de patógenos virais, por meio de seus vômitos ou 
excrementos (ISSA, 2019). Foram observados ainda outros patógenos bacterianos como 
Helicobacter pylori e Campylobacter jejuni (SHANE; MONTROSE; HARRINGTON, 1985; LI; 
STUTZENBERGER, 2000). Além disso, esse díptero pode ser vetor de protozoários parasitas 
como Giardia e Entameba (UGBOGU et al., 2006) e ovos de tênia (GRACZYK et al., 2005; 
UGBOGU et al., 2006). 
As moscas podem transmitir doenças em humanos e animais (SCOTT et al., 2009), 
incluindo infecções bacterianas como salmonelose, antraz, oftalmia, shigelose, febre 
tifoide, tuberculose, cólera e diarreia infantil; infecções por protozoários, como disenteria 
amebiana; infecção por helmintos como pinworms, lombrigas, ancilostomídeos e tênias; e 
infecções virais e rickettsiais (SASAKI et al., 2000). Em casas, no Japão, Iwasa et al. (1999) 
relataram que as moscas domésticas espalharam uma cepa mortal de Escherichia coli 
enterohemorrágica O157: H7 coli. 
Na Índia, a diarreia é considerada uma das maiores causas morbidade e mortalidade 
infantil (COLLINET-ADLER et al., 2015). Para os autores, as moscas carregam patógenos 
entéricos e podem mediar infecções transmitidas por alimentos. 
 As evidências que apoiam o papel da mosca doméstica na transmissão de doenças 
são principalmente circunstanciais, com as evidências mais fortes apontando para a 
correlação entre o aumento da incidência de diarreia ao mesmo tempo que aumentava a 
população de moscas domésticas (ECHEVERRIA et al., 1982; KHAMESIPOUR et al., 2018). Em 
áreas rurais, no Paquistão, Chavasse et al. (1999) observaram reduções significativas nas 
taxas de diarreia infantil associadas ao controle das moscas. 
As moscas domésticas são frequentemente encontradas em áreas de atividades 
humanas, como hospitais, mercados de alimentos, matadouros, centros de alimentação ou 
restaurantes, aviários e fazendas de gado, nos quais constituem um incômodo para humanos, 
aves, gado e outros animais (AWACHE; FAROUK, 2016; KHAMESIPOUR et al., 2018). 
Ambiente e Saúde - 49 
Como as moscas apresentam estreita associação com diferentes tipos de 
excrementos e matéria orgânica em decomposição, representam um importante problema 
de saúde pública sempre que esses insetos têm acesso à alimentação humana 
(HEMMATINEZHAD et al., 2015; OMMI et al., 2015). 
Desempenhando papel importante na transmissão de doenças e adaptação a uma 
grande variedade de habitats, Phoku et al. (2014) afirmam que “a exposição frequente à 
atividade de moscas domésticas terá um impacto no bem-estar dos seres humanos”. 
O número de moscas varia em determinado ambiente, dependendo dos fatores 
climáticos (temperatura, precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar) e duração do dia 
que influenciam na taxa de acasalamento, no período de pré-oviposição, na oviposição e na 
alimentação dos adultos (JIN; JAAL, 2009; WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO, 1981, 1986; 
SEOLIN DIAS et al., 2009). Reforçam Crespo et al. (2002) que certos fatores bióticos 
(parasitoides, predadores e patógenos) e abióticos (temperatura, umidade, qualidade e 
quantidade de alimentos disponíveis, entre outros) regulam naturalmente as populações 
de moscas domésticas. Já Savopoulou-Soultani et al. (2012) consideram a temperatura e a 
umidade relativa do ar como os mais importantes, pois diminui a abundância e a 
distribuição de insetos.São três métodos utilizados no controle de moscas domésticas: 
cultural, biológica e química. Controle cultural significa transformar ou reduzir o ambiente 
favorável ao desenvolvimento de moscas domésticas. O melhor método cultural é o 
descarte correto de resíduos orgânicos ou qualquer outra matéria orgânica que seja 
ambiente de reprodução de moscas, isto é, no qual possam depositar ovos. Controle 
biológico, a população de moscas domésticas pode ser controlada a partir do uso de seus 
inimigos naturais, que podem ser outros insetos benéficos como: fungos patogênicos, 
nematoides, formigas de fogo, predadores, besouros, ácaros, microrganismos (por ex: 
fungos, vírus e bactérias), vespas parasitas (não prejudiciais para humanos e animais), 
moscas (hydrotaea aenescens wiedeman) e pássaros. O controle químico das moscas 
pode ser realizado com a aplicação de inseticidas químicos sintéticos. Muitos sprays que 
são inseticidas à base de piretroide podem reduzir a população de moscas domésticas no 
interior e ao entorno das residências. Porém, foi observado que as moscas apresentaram 
resistência a inseticidas DDT, carbamato, piretroide e organofosfatos, além de impactar o 
meio ambiente (IQBAL et al., 2014; ISSA, 2019; LARINI, 1987; LIETZE et al., 2010). 
50 
Desta forma, o presente estudo baseado em revisão de literatura sobre a Musca 
doméstica, de grande importância para a saúde pública e ambiental, tem por objetivo discutir 
o papel desse díptero como potencial vetor mecânico de doenças para humanos e animais 
domésticos. Trata-se de um estudo para descrever a morfologia, ciclo de vida, danos à saúde 
pública, controle e inseticidas. 
 
Características gerais 
 
A fêmea adulta de M. domestica possui de 6 a 8 mm de comprimento, o macho 
adulto tem de 5 a 6 mm, embora o tamanho dependa dos substratos, agrupamento e 
umidade no habitat no qual a larva se desenvolve. A fêmea é distinguida do macho pelo 
espaço relativamente largo entre os olhos (nos machos, os olhos quase tocam) 
(LARRAÍN; SALAS, 2008; TAYLOR; COOP; WALL, 2015) (Figura 1). 
 
Figura 1 – Mosca doméstica adulta, Musca domestica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Laís Nogueira Watanabe (2019). 
 
 
O corpo da mosca é dividido em cabeça, tórax e abdômen, revestido por um 
exoesqueleto quitinoso (polissacarídeo), resistente, com funções de proteção e 
sustentação (LARA, 1977). A cabeça, em forma de cápsula endurecida, possui nas laterais 
dois olhos avermelhados, duas antenas receptoras e o aparelho bucal do tipo lambedor 
(probóscide),do tipo esponja, que lhe permite absorver alimentos líquidos. 
Ambiente e Saúde - 51 
Ainda que possa alimentar-se somente de alimentos líquidos, a mosca doméstica 
pode ingerir alimentos sólidos, alterando-os em líquido por meio do processo de 
regurgitação (vomitação) sobre ele, dissolvendo-o por meio das secreções das glândulas 
salivares para que possa ser liquefeito e ingerido (CAPINERA, 2008; KEIDING, 1986). 
O tórax é acinzentado, com quatro listras estreitas longitudinais escuras, possui três 
pares de pernas e um par de asas funcionais anteriores, sendo que as posteriores são 
modificadas em órgãos de equilíbrio denominados balancins ou halteres (ORGANIZAÇÃO 
PAN-AMERICANA DE SAÚDE - OPAS, 1962; TAYLOR; COOP; WALL, 2015). O abdômen tem 
coloração castanho-amarelado com uma listra longitudinal escura (a parte inferior do macho 
é amarelada). Normalmente, apresenta de quatro a nove segmentos, sendo o primeiro 
fundido com o segundo, e segmentos terminais do macho e da fêmea transformados em 
órgãos genitais (sistemas de reprodução) (LARA, 1977; OPS, 1962; WALL; SHEARER, 1997). 
 
Ciclo de vida 
 
As moscas domésticas apresentam metamorfose completa (holometábolo) com 
ovo, larva, pupa e fases adultas (Figura 2). 
 
Figura 2 – Ciclo biológico da mosca doméstica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Laís Nogueira Watanabe (2019). 
52 
A oviposição inicia de 8 a 20 dias após a cópula, em condições climáticas favoráveis. 
As fêmeas podem depositar mais de 500 ovos, em grupos de 75 a 150 durante sua vida, em 
cinco ou seis posturas, e geralmente colocam seus ovos em fezes ou outro material 
orgânico em decomposição. Os ovos são de formato oval, de cor branca e pequenos, 
possuem cerca de 1 mm de comprimento. A produção máxima de ovos ocorre em 
temperaturas entre 25 a 30 °C. Em temperaturas mais baixas pode diminuir o número 
de eclosões das larvas (BORROR et al., 1989; SANCHEZ-ARROYO; CAPINERA, 2014; 
LARRAÍN, SALAS, 2008; PEDIGO; RICE, 2009; MINKIN; SCOTT, 1960; MOON; MEYER, 1985; 
SANCHEZ-ARROYO, 2011). 
As larvas são brancas, cilíndricas, divididas em segmentos, com cerca 3-9 mm de 
comprimento e sem pernas. Na pequena cabeça pontiaguda, encontram-se dois ganchos 
orais que servem para cortar e alargar os alimentos e para abrir espaço. Normalmente as 
larvas emergem dos ovos em 12-24 horas, dependendo das condições ambientais, 
principalmente temperatura, rapidamente começam a alimentar-se e desenvolver-se nos 
substratos em que foram depositadas, passando pelos três estágios larvares (instares). Nos 
meses quentes, o tempo necessário para a fase larval pode durar de 3 a 7 dias, e nos meses 
frios até 8 semanas para o desenvolvimento completo. As larvas que se alimentam 
preferem temperaturas de 30 a 35 °C, e as que estão para converter-se em pupas preferem 
mais baixas. A distribuição das larvas nos materiais de criação, em condições naturais, 
depende principalmente da temperatura e umidade. Essas, quando completado o 
crescimento, deixam de se alimentar, migram para lugares mais frescos e secos (incluindo 
o solo e outros tipos de substratos) para pupar. 
As pupas escurecem com o tempo, de amarelo claro a marrom escuro, ocorrendo 
no seu interior a transformação da larva para adulto. Uma vez que a metamorfose esteja 
completa, dentro de 3 a 4 semanas, a mosca adulta utiliza uma estrutura na cabeça para 
libertar-se do pupário. As moscas domésticas podem completar todo seu ciclo de vida, em 
condições ambientais favoráveis, entre 7-10 dias (BROWN et al., 1995; MCGAVIN, 2000; 
MINKIN; SCOTT, 1960; SCOTT; LITTIG, 1962). 
 
Danos e importância médica 
 
A existência das moscas é descrita desde o início da humanidade. No livro de Êxodo 
da Bíblia, o autor considerava esses insetos algo mais que meros incômodos porque dizia: 
a terra foi invadida por um enxame de moscas (HATCH JR., 1911). 
Ambiente e Saúde - 53 
A M. domestica é uma espécie endofílica eusinantrópica, ou seja, adaptada a viver 
em habitações humanas e é capaz de completar parte do seu ciclo de vida em resíduos 
humanos e animais (BORROR et al., 1989; HEWITT, 1908; MIAN; MAAG; TACAL, 2002; 
POVOLNÝ, 1971; SMALLEGANGE; DEN OTTER, 2007). Nesse contexto, moscas sinantrópicas 
são consideradas aquelas que são ecologicamente associadas aos seres humanos e são 
capazes de transmitir mecanicamente patógenos humanos por meio dessa estreita relação 
(GABRE; ABOUZIED, 2003). A ligação entre patógenos e o mecanismo de transmissão pelas 
moscas é devido ao fato de que elas, quando adultas, se alimentam de excremento animal, 
lixo, fezes humanas e outros materiais orgânicos em decomposição, movendo-se entre esses 
substratos contaminados e alimentos, superfícies de preparação de alimentos e seres 
humanos eles mesmos (CHAIWONG et al., 2012; GRACZYK et al., 2001). 
Como se desenvolvem em quase todo tipo de matéria orgânica de origem animal 
e vegetal em decomposição ou fermentação (principalmente fezes), após terem pousado 
sobre substratos contaminados, organismos patogênicos aderidos das partes externas 
corpo ou da boca da mosca podem ser transferidos para alimentos humanos, utensílios 
utilizados por humanos ou áreas onde os humanos entram em contato (BRITO et al., 2008; 
HOWARD, 1911; MALIK; SINGH; SATYA, 2007). 
As moscas domésticas em estágios larvais e adultos são observadas em granjas de 
aves, lixo, abatedouros, mercados de peixes, entre outros (EESA; EL-SIBAE, 1993; ISSA, 2019; 
NAZNI et al., 2005). Muitas vezes são encontradas, em forma de oviposição, em fases de 
decomposição de cadáveres (GREENBERG, 1973; PUJOL-LUZ; ARANTES; CONSTANTINO, 2008). 
As M. domestica são consideradas uma das principais pragas domésticas, médicas 
e veterinárias que causam irritação, deterioram os alimentos e atuam como um vetores 
para muitos organismos patogênicos, alguns dos quais causam doenças graves em 
humanos e animais domésticos, especialmente os responsáveis por doenças entéricas 
(GRACZYK et al. 2005; MALIK; SINGH; SATYA, 2007). Mais de cem patógenos foram 
associados a essa mosca (GREENBERG, 1965), incluindo bactérias, vírus, fungos e parasitas 
(protozoários e metazoários). 
Normalmente, segundo Iqbal et al. (2014), referindo a Grubel et al. (1997), a 
transmissão mecânica de patógenos transmitidos pela mosca ocorre de três maneiras. 
Primeiro, os agentes patogênicos podem aderir às partes do corpo, especialmente nas 
pernas e no aparelho bucal. Segundo, os agentes patogênicos são depositados ao longo da 
gota de vômito na comida, porque seu modo de alimentação está sugando a comida após 
a liquefação na saliva regurgitada. Por último, os patógenos são depositados em suas fezes 
depois de passar pelo intestino. 
54 
Reconhecida sua importância, existem vários estudos sobre o papel das moscas 
domésticas na propagação de patógenos e doenças, como, por exemplo, o Quadro 1. 
 
Quadro 1 – Estudos sobre o papel das moscas domésticas na proliferação de patógenos e doenças 
 
Título Autores Ano Local 
Isolation and identification of parasites from housefly 
(Musca domestica) in Mosul City, Iraq 
Hamoo, R. N.; Alnur, A. I. 2019 Mossul, Iraque 
A systematic review of human pathogens carried by the 
housefly (Musca domestica L.) 
Khamesipour, F. et al. 2018 Shiraz, Irã 
Effects of bacterial dose and fly sex on persistence and 
excretion of Salmonella enterica serovar Typhimurium from 
adult house flies (Musca domestica L.; Diptera: Muscidae) 
Nayduch, D. et al. 2018 USA 
Bacterial communities associated with houseflies (Musca 
domestica L.) sampled within and between farms 
Bahrndorff, S. et al. 2017 Dinamarca 
Fungi isolated from house flies (Diptera: Muscidae) on 
Penned Cattle in South Texas 
Ysquierdo, C. A.; Olafson, 
P. U.; Thomas, D. B. 
2017 Texas, USA 
Synergistic trap response of the false stable fly and little 
house fly (Diptera:Muscidae) to acetic acid and ethanol, two 
principal sugar fermentation volatiles 
Landolt, P. J.; Cha, D. H.; 
Zack, R. S. 
2015 Washington, 
USA 
Enterobacteria isolated from synanthropic flies (Diptera, 
calyptratae) in Medellín, Colombia 
Cadavid-S., I. C.; Amat, E.; 
Gomez-Piñerez, L. M. 
2015 Colombia 
Isolation and identification of pathogenic filamentous fungi and 
yeasts from adult house fly (Diptera: Muscidae) captured from 
the hospital environments in Alivaz city, Southwestern Iran 
Nassiri, H. et al. 2015 Ahvaz, Irã 
Study of pathogenic bacteria detected in fly samples using 
universal primer-multiplex PCR 
Tsagaan, A.; Kanuka, I.; 
Okado, K. 
2015 Nepal 
Fungi in housefly (Musca domestica L.) as a disease risk 
indicator – a case study in South Africa 
Phoku, J. Z. et al. 2014 África do Sul 
Genome of the house fly, Musca domestica L., a global vector 
of diseases with adaptations to a septic environment 
Scott, J. G. et al. 2014 NY, USA 
Role of housefly (Musca domestica, Diptera; Muscidae) as a 
disease vector; a review 
Iqbal, W. et al. 2014 Paquistão 
Pest status of housefly (Musca Domestica l.). According to the 
opinion of community of southern punjab, Pakistan 
Zafar, J. et al. 2014 Paquistão 
Isolation of pathogenic bacteria on the house fly, Musca 
domestica L. (Diptera: Muscidae), body surface in Ahwaz 
Hospitals, Southwestern Iran 
Kassiri, H.; Akbarzadeh, 
K.; Ghaderi, A. 
2012 Irã 
Biodegradation of pig manure by the housefly, Musca domestica: 
a viable ecological strategy for pig manure management 
Čičková, H. et al. 2012 Slovakia 
Isolation of pathogenic bacteria on the house Fly, Musca 
domestica L. (Diptera: Muscidae), body surface in Ahwaz 
Hospitals, Southwestern Iran 
Kassiri, H.; Akbarzadeh, 
K.; Ghaderi, A. 
2012 Irã 
Biodegradation of pig manure by the housefly, Musca domestica: 
a viable ecological strategy for pig manure management 
Čičková, H. et al. 2012 Slovakia 
Retention of Campylobacter (Campylobacterales: 
Campylobacteraceae) in the house fly (Diptera: Muscidae) 
Skovgård, H.; Kristensen, 
K.; Hald, B. 
2011 Dinamarca 
The potential of house flies to act as a vector of avian 
influenza subtype H5N1 under experimental conditions 
Wanaratana, S.; Panyim, 
S.; Pakpinyo, S 
2011 Bangkok, 
Tailândia 
The housefly, Musca domestica, as a possible mechanical 
vector of Newcastle disease virus in the laboratory and field. 
Barin, A. et al. 2010 Teerã, Irã 
Evaluation of the house fly Musca domestica as a mechanical 
vector for an anthrax 
Fasanella, A. et al. 2010 Foggia, Itália 
Potencial of houseflies to contaminate ready-to-eat food with 
antibiotic-resistant Enterococci 
Macovei. L.; Zurek, L. 2008 NY, Manhattan 
Isolation of Salmonella enterica Serovar Enteritidis from 
houseflies (Musca domestica) found in rooms containing 
Salmonella Serovar Enteritidis-Challenged Hens 
Holt, P. S. et al. 2007 Florida, USA 
Flies and water as reservoirs for bacterial enteropathogens 
in urban and rural areas in and around Lahore, Pakistan 
Khalil, K. et al. 2004 Paquistão 
The housefly (Musca domestica) as a vector for emerging 
bacterial enteropathogens 
Nayduch, D.; 
Stutzenberger, F. 
2001 
Vector potential of the hospital house flies with special 
reference to Klebsiella species 
Fotedar, R. et al. 1992 Cambridge, 
Inglaterra 
Epidemiological role of arthropods detectable in health facilities. Srámová, H. et al. 1992 Checoslováquia 
 
 Fonte: pesquisa digital. Organização: Seolin Dias e Faria (2019). 
Ambiente e Saúde - 55 
É importante registrar que Zafar (2014), citando Fotedar et al., Holt et al., Khalil et 
al., Macovei e Zurek, Nayduch e Stuzenberger, Srámová et al. e Wanaratana e Panyim 
(Quadro 1), escreve que recentes temores sobre doenças humanas de origem alimentar 
aumentaram o número de trabalhos publicados sobre o papel da mosca doméstica na 
disseminação de organismos causadores de doenças, especialmente Escherichia coli, 
Shigella spp. e Salmonella spp. Verificou-se que as moscas domésticas carregam bactérias 
resistentes a vários medicamentos em ambientes hospitalares e podem desempenhar um 
papel na transmissão de patógenos nos hospitais. Ainda, para os autores, relatórios 
recentes revelaram que a mosca doméstica também é reconhecida como potencial 
transmissora do vírus da gripe aviária, causando ameaças aos seres humanos e à indústria 
avícola em todo o mundo. 
 
MEDIDAS DE CONTROLE PARA MOSCAS DOMÉSTICAS 
 
Os entomologistas enfrentam um conjunto diversificado de desafios para ajudar a 
proteger os seres humanos e os animais domésticos dos insetos-pragas urbanos. A 
população mundial em crescimento constante faz aumentar a urbanização. Atualmente, 
cerca de 55% da população mundial vive em áreas urbanas, uma proporção que atingirá 70% 
até 2050. Estima-se que 6,3 bilhões de pessoas viverão em cidades até 2050 (ONU, 2019; 
WIKIMEDIA COMMONS, 2016). 
Desta forma, os pesquisadores terão a tarefa de desenvolver práticas sustentáveis 
para controlar de maneira efetiva as pragas urbanas que estão intimamente associadas à 
saúde e bem-estar dos seres humanos e animais domésticos (ZHU et al., 2016). 
A forma mais efetiva e eficiente de controle da mosca doméstica é por meio de um 
programa de monitoramento de moscas baseado nos princípios de Manejo Integrado de 
Pragas (MIP) ou Controle Integrado de Pragas (CIP). O conceito Manejo Integrado de Pragas foi 
desenvolvido em 1950, inicialmente limitado à combinação de métodos de controle químico e 
biológico (MICHELBACHER; BACON, 1952; SMITH; BOSCH, 1967). Posteriormente, o conceito 
de Manejo Integrado de Pragas foi expandido para incluir a integração de tópicos biológicos, 
culturais e químicos de maneira compatível para alcançar consequências econômicas e 
ambientais favoráveis (ZHU et al., 2016). Sendo assim, Monteiro (1995, p. 2) afirma que 
 
O controle integrado é baseado nos métodos culturais, biológicos e químicos com 
o uso de inseticidas seletivos, manejo adequado do substrato e conhecimento 
dos principais inimigos naturais; é o método mais eficiente para obter a redução 
da população de moscas à níveis aceitáveis. 
56 
E o manejo integrado de pragas/vetores conforme Prado (2003, p. 1), 
 
é a seleção e implementação de métodos de controle (cultural, químico e biológico) 
dessas pragas/vetores, levando em consideração as consequências econômicas, 
ecológicas e sociológicas. É um processo de tomada de decisão que leva em 
consideração cada grupo de circunstâncias particulares; os ambientes naturais 
diferem em algum grau, assim, as soluções para o controle de pragas; vetores devem 
ser, especificamente, "desenhadas", à medida que vão aparecendo. 
Desta forma, se aplicarmos ao caso das moscas em áreas urbanas a idéia do 
manejo integrado de pragas, adaptando seus cinco passos básicos, poderemos 
manejar de modo mais racional o controle de moscas. Para isso, devemos seguir 
os passos seguintes: 1) detecção do problema e identificação das espécies 
envolvidas; 2) monitoramento das populações e relação com o tempo e o clima; 
3) decisão e implementação das medidas de controle (cultural, biológico e 
químico); 4) monitoramento permanente de manutenção. 
 
Como visto, não existe uma solução única para o controle de população de moscas; 
desta forma, reforçam, Crespo e Lecuona (2002), Keiding (1976) e West (1951), que é 
possível ter o controle de M. domestica por meio de um adequado programa de controle 
de moscas que deve ter alguma forma de monitoramento, incluindo medidas de controle 
cultural, biológico e químico. Já para Flint e Dreistadt (1998), a melhor abordagem baseia-
se na integração de diferentes estratégias de manejo, incluindo medidas de controle 
químico, cultural (físico) e biológico que integradas são essenciais para um bem-sucedido 
programa de controle de moscas. 
Destaca-se que no passado, na pecuária, o controle de moscas em instalações 
destinadas a alojar o gadoleiteiro ou gado dependia apenas do uso de inseticidas. Mas esse 
único método de controle pode agravar a resistência das populações de moscas aos 
inseticidas e destruir inadvertidamente os inimigos naturais desses insetos. Atualmente, os 
agricultores de sucesso estão combinando o uso cuidadoso de pesticidas com outras 
práticas de manejo integrado de pragas (WATSON; WALDRON; RUTZ, 1994). 
Como visto, o MIP é a implantação de uma variedade de métodos de controle de 
pragas, projetados para complementar, reduzir ou substituir a aplicação de pesticidas 
sintéticos. O IPM incorpora o gerenciamento e a integração simultâneos de táticas, o 
monitoramento regular de pragas e inimigos naturais, o uso de limites para decisões e abrange 
métodos desde o gerenciamento/substituição de produtos pesticidas até o redesenho de todo 
o agroecossistema. A consequente redução no uso de pesticidas sintéticos melhora a 
sustentabilidade dentro e fora da fazenda, bem como reduz os custos para o agricultor. 
Ambiente e Saúde - 57 
Os sistemas de IPM também podem fornecer uma variedade de bens e serviços do 
ecossistema além do controle de pragas, aumentando a resiliência geral nas escalas de 
fazendas e paisagens. Assim, o IPM é um exemplo de intensificação sustentável, definido como 
“produzir mais produção da mesma área de terra, reduzindo os impactos ambientais negativos 
e, ao mesmo tempo, aumentando as contribuições para o capital natural e o fluxo de serviços 
ambientais” (PRETTY; TOULMIN; WILLIAMS, 2011; PRETTY; BHARUCHA, 2015). 
O monitoramento é qualquer técnica empregada para determinar a presença ou 
ausência de picos de controle da população de moscas domésticas. Heuskin et al. (2011) e 
Weinzierl et al. (2005) citam que o monitoramento de populações de insetos tem geralmente 
três propósitos: detectar a presença de pragas invasoras; para estimar a densidade relativa 
de uma população de pragas em um local específico; para indicar a primeira emergência ou 
pico de atividade de voo de uma espécie de praga em determinada área. 
Controles culturais são quaisquer medidas que alterem deliberadamente o ciclo de vida 
da mosca doméstica sem o uso de agentes químicos ou biológicos. Controles biológicos são 
agentes ou organismos que alteram o ciclo de vida da mosca e os controles químicos são 
substâncias químicas derivadas de forma natural ou sintética que podem alterar o ciclo 
biológico desse díptero (HERTZ, 2007). 
Ressalta-se que as medidas de controle mais usadas para moscas domésticas são 
saneamento, uso de armadilhas e inseticidas, mas em alguns casos o controle integrado de 
moscas foi implementado. O uso do controle biológico no manejo de moscas ainda está em 
um estágio relativamente inicial (SANCHEZ-ARROYO; CAPINERA, 1998), e há, portanto, 
“muito conhecimento a ser gerado nesse setor. Os defensivos biológicos chegam para 
compor um pacote de ferramentas de manejo que resultem em soluções para problemas 
fitossanitários, no qual os químicos também estão inseridos” (JAKUBASZKO, 2016, p. 26). 
 
Método cultural ou saneamento 
 
Existem várias práticas de controle cultural, ou controle físico, que podem ser 
usadas para combater as moscas domésticas, que são medidas eficazes de proteção à 
saúde. O método cultural altera o ambiente para impedir o desenvolvimento de moscas. A 
melhor prática de controle é descartar corretamente os resíduos orgânicos, ou qualquer 
outra matéria orgânica (inclui vegetais), que sejam locais de reprodução de mosca, ou seja, 
no qual as moscas podem depositar ovos. 
58 
Segundo Iqbal et al. (2014), é sabido que cerca de 50% das moscas domésticas em 
áreas urbanas ocorre pelo descarte incorreto dos resíduos domésticos, hospitalares e 
estabelecimentos comerciais de alimentos. Matar as moscas adultas pode reduzir a 
infestação, mas a eliminação dos locais de reprodução desses insetos é necessária para um 
bom manejo. Os recipientes coletores de resíduos orgânicos devem ter tampas adequadas 
e permanecer tampados, serem limpos com frequência com remoção de todos os restos 
alimentares, e o lixo deve ser descartado regularmente. Os sacos plásticos destinados para 
acondicionamento do material orgânico devem ser bem fechados e amarrados. Todos os 
recipientes coletores de lixo devem ficar distantes das entradas de residências, 
restaurantes e estabelecimentos comerciais de alimentos. 
Destaca-se que um saneamento eficiente é a fase básica de qualquer programa de 
controle de moscas domésticas (SANCHEZ-ARROYO; CAPINERA, 1998). O saneamento é o 
principal meio de controlar a proliferação de mosca doméstica, pois eliminam os locais de 
criação e os substratos que servem de alimentos das larvas, e que também atraem moscas 
adultas. Ao eliminar o lixo alimentar e o esterco, todos os estágios do ciclo de vida das 
moscas são interrompidos (MEYER; SHULTZ, 1990; WELCH, 2006). A limpeza urbana e 
manejo adequado dos resíduos sólidos urbanos, por meio de técnicas que agregam 
interesses ambientais ou sanitários, evidencia a disposição do Poder Público em controlar 
a proliferação de moscas (ou outros insetos) que possam transmitir várias doenças e causar 
agravos à saúde da população. 
Outras medidas práticas para manter as moscas domésticas afastadas das residências 
e estabelecimentos comerciais de alimentos: manter as portas e janelas fechadas, instalar 
portas que abrem e fecham mecanicamente, colocar telas bem ajustadas nas portas e 
janelas, principalmente em áreas rurais. As fraldas infantis ou geriátricas usadas também 
devem ser acondicionadas em recipientes bem fechados; remover todos os possíveis restos de 
alimentos da grelha de churrasco após o uso, ou seja, limpar e lavar bem; retirar 
constantemente as fezes de animais domésticos das residências e, ainda, dos espaços públicos. 
Armadilhas tradicionais com atrativos, armadilhas luminosas, armadilhas 
eletrocutivas, e fitas adesivas também são utilizados como medidas de controle, mas sua 
eficácia na redução das populações de moscas domésticas é limitada, e seu uso deve ser 
primariamente considerado como uma técnica de monitoramento. Porém, essas medidas 
prendem e matam moscas e as armadilhas devem ser descartadas corretamente. 
Ambiente e Saúde - 59 
Na verdade, na probabilidade de grandes infestações não existirem, as armadilhas 
são um bom método para matar moscas (como em supermercados e restaurantes), mas 
algumas considerações devem ser feitas antes seu uso. Armadilhas com atrativos não podem 
ser usadas em ambientes fechados ou perto de residências porque o odor associado a essa 
medida de controle é repulsivo para os seres humanos (HERTZ, 2007; PICKENS; MILLER; 
MOWRY, 1973). Em ambientes internos, a utilização de armadilhas pegajosas (adesivas) é 
eficaz para capturas de moscas, no entanto, o seu uso é limitado devido a uma desvantagem 
que as partículas de poeira acumulam no material pegajoso. Como as moscas voam próximo 
ao solo, as fitas devem ser instaladas próximo ao solo (KEIDING; 1986; TOMBERLIN, 2017). As 
armadilhas luminosas e com atrativos não só capturam moscas domésticas como contribuem 
na morte de insetos benéficos (BOWDEN, 1982; IQBAL et al., 2014). 
Na avicultura de postura, os métodos de controle cultural modificam o ambiente 
reprodutivo favorável, manipulando fatores abióticos (isto é, temperatura, teor de umidade 
do material de reprodução) para reduzir a proliferação de moscas domésticas nesses locais 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO, 1991; SHIELL, 2015; WALKER; STACHECKI, 1996). 
O manejo inadequado do esterco das aves cria condições favoráveis para o 
desenvolvimento de moscas. Confirma Shiell (2015) que técnicas de manejo que tornam o 
esterco de aves menos adequado para a reprodução de moscas criam condições 
desfavoráveis para o crescimento larval, postura e alimentação de adultos e podem 
reduzir a infestação de moscas. 
Desta forma, a remoção frequente do esterco é umcomponente essencial para um 
programa bem-sucedido de controle de moscas, pois impede a proliferação, interrompendo 
o ciclo de vida das moscas. O processo de espalhar o esterco ao ar livre provoca sua secagem, 
e os ovos das moscas não eclodem ou as larvas morrem. Evitar o empilhamento do esterco, 
ou qualquer prática que limita a umidade no esterco também é importante para o controle 
das moscas. Segundo McWard e Taylor (2000), a umidade da cama, independentemente do 
tipo de material de cama utilizado na criação, é um dos fatores determinantes para o aumento 
da temperatura e da proliferação microbiana, com fermentação e liberação de gases, como 
nitritos, nitratos, amônia e sulfato de hidrogênio. E para Tiquia e Tam e Hodgkiss (1997), o 
equilíbrio dinâmico dos microrganismos na cama depende da sua capacidade de adaptação 
ao meio, o que determinará sua maior ou menor competitividade. 
60 
Sendo assim, o uso de cal virgem (CaOH) na superfície da cama de aviário, que é um 
agente efetivo e barato, pode reter a umidade. Confirma Alves (2011, p. 13), que “em 
granjas de aves de postura, a cal virgem é utilizada para reduzir a umidade do esterco das 
aves”. Ainda, Crespo e Lecuona (2002) citados pelo autor, referem que “a cal virgem 
diminui consideravelmente os focos larvais e de umidade, importantes para o 
desenvolvimento de M. domestica”. Em seu trabalho intitulado “Uso de cal virgem para o 
controle de Salmonella spp. e Clostridium spp. em camas de aviário”, Pra et al. (2002) 
concluíram que a utilização de cal virgem é efetiva na redução de Salmonella spp. e 
Clostridium spp. a partir da dose de 300 g/m
-2
 de cama de aviário. 
No entanto, é bom lembrar que em avicultura de postura, devem ser constantes os 
cuidados com o controle de moscas domésticas (MENEGUETTI, 2013). O desconhecimento 
sobre o manejo adequado do esterco das aves ou os acúmulos embaixo das gaiolas e a falta de 
aplicação de medidas corretas de controle de criação de moscas, implica que a 
 
população excessiva de moscas pode causar prejuízos ao avicultor pela transmissão 
de doenças, baixa produção dos funcionários das granjas pelo contínuo incômodo 
causado pela presença desses dípteros, diminuição na qualidade dos ovos por 
sujidades depositadas pelas moscas adultas e incômodos aos vizinhos, ocasionando 
reclamações e demandas” (BRASIL, 1998, 2003, p. 1). 
 
Destaca-se que, em geral, as granjas de aves de postura encontram-se situadas 
distantes dos centros urbanos, porém, com a urbanização, as residências passaram a ficar 
mais próximas e, assim, os produtores de aves são confrontados com pressões crescentes 
para reduzir populações de moscas pelo incômodo e por serem esses insetos de grande 
importância com relação à saúde pública. Assim, por ser um dos maiores problemas, os 
cuidados com o controle de moscas tanto em granjas de postura quanto em granjas de suínos 
devem ser constantes para alcançar um nível aceitável. 
Segundo Brasil (1998, p. 1), em avicultura de postura, 
 
devem ser constantes os cuidados com o controle de moscas. É importante 
lembrar que a produção excessiva de moscas pode causar, além de prejuízos para 
o próprio avicultor pela transmissão de doenças, baixa produção dos operários 
pelo contínuo incômodo causado pela presença dos insetos, diminuição na 
qualidade dos ovos por sujidades depositadas pelas moscas e, também, prejuízos 
e incômodos aos vizinhos, ocasionando reclamações e demandas. 
 
 
Ambiente e Saúde - 61 
Para Jaenisch (2000, p. 4), 
 
A redução da multiplicação de moscas é obtida pelo adequado manejo e descarte 
dos resíduos da produção. Esses podem ser trabalhados em compostagem ou 
enterrados em fossas sépticas, localizadas longe de fontes de água, 
preferencialmente na parte baixa do terreno, reduzindo o risco de 
extravasamento do conteúdo. 
 
É importante lembrar que a compreensão básica do ciclo de vida das moscas e sua 
interação com o meio ambiente é importante para o desenvolvimento de estratégias para 
reduzir seu impacto, pois esses insetos são considerados uma das principais pragas nas 
granjas de aves e de suínos. 
Na agricultura, o principal local de reprodução de moscas domésticas é o esterco 
(WEST, 1951). Assim, áreas agrícolas que possuem estercos acumulados têm maiores 
populações desses insetos (LYSYK; AXTELL, 1986). Ressalta-se que adubação com esterco 
pode trazer alguns benefícios ao solo (p. ex.: elementos químicos como nitrogênio, cálcio, 
fósforo, magnésio entre outros); mas, por outro lado, pode ocorrer danos às plantas e ao 
meio ambiente e aumento de temperatura do solo, queima de raízes, proliferação de agentes 
biológicos nocivos às culturas, proliferação de moscas, contaminação química da água, entre 
outros males ao meio ambiente (AGNOL, 2013). 
Nas fazendas de criação de bovinos, remoção dos dejetos dos currais e dos resíduos 
alimentares dos cochos, currais ou estábulos e qualquer outro local que tenha matéria 
orgânica (principalmente vegetal em decomposição) é uma ferramenta essencial em um 
manejo de praga integrada no controle de moscas domésticas, pois minimiza os problemas 
causados pela mosca (LAZARUS et al., 1989; LYSYK; AXTELL, 1986). 
Recorda-se que, como o acúmulo de material orgânico propicia o desenvolvimento 
de moscas domésticas, assim como esse inseto pode completar seu ciclo biológico em 
menos de sete dias, Clymer (1973) sugere que o esterco e os restos de ração dos cochos 
(ou derramada) devem ser removidos pelo menos duas vezes por semana para interromper 
o ciclo de reprodução desse inseto. 
Como visto, o manejo integrado de pragas pode ser uma maneira de controle 
eficiente de controle de pragas e doenças, desde que feito corretamente. Porém, Alves 
(2011, p. 13) entende que, para “ter sucesso do manejo integrado de pragas, práticas de 
controle cultural devem ser aliadas a estratégias de controles biológico e químico”. 
62 
Controle biológico 
 
Com a crescente incidência de populações de moscas domésticas resistentes a 
inseticidas químicos, o aumento dos custos de inseticidas e uma crescente preocupação 
pública sobre os impactos reais ou potenciais associados aos inseticidas, houve o interesse 
crescente em estratégias alternativas de controle de moscas (SANCHEZ-ARROYO; 
CAPINERA, 2017), como o controle biológico. 
O controle biológico faz parte do controle natural e pode ser aplicado a qualquer 
tipo de organismo, praga ou não, e independe se o agente desse controle ocorrer 
naturalmente, introduzido por seres humanos ou manipulado de qualquer maneira. O 
controle biológico difere do químico, controles culturais e mecânicos, à medida que 
requer manutenção de algum nível de suprimento de alimentos (por exemplo, pragas) 
para que o agente de controle biológico sobreviva e se desenvolva. Portanto, o controle 
biológico é definido como a ação dos inimigos naturais (DOELLE; ROKEM; BEROVIC, 2009). 
Para Michaud e Sloderbeck e Nechols (2008), em termos mais simples, o controle 
biológico é a redução das populações de pragas provocada por ações de outros organismos 
vivos, geralmente referidos como inimigos naturais ou espécies benéficas. E Abbas e Sajeel e 
Kausar (2013) compreendem que o controle biológico é um método eficaz para controlar 
pragas, como insetos, usando outros organismos vivos. Ainda para os autores, vários agentes 
de controle biológico são usados para o controle das populações de moscas domésticas. 
O controle biológico para reduzir as populações de moscas pode ser feito 
naturalmente por fatores bióticos que incluem predadores, parasitas (parasitoides), 
patógenos (p. ex.: bactérias, vírus, entre outros), recursos e competidores (tanto espécies 
nativas quanto espécies exóticas) (AXTELL, 1986; ALSTON, 2011; SKOVGÅRD, 2017; 
KWENTI, 2017) (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 63 
Figura 2 – Imagens de alguns parasitas-pragas comuns (ciclo central) e agentes de controle biológico(ciclos externos) usados no biocontrole de parasitas 
 
Fonte: Kwenti (2017, p. 25). 
 
A população de moscas domésticas pode ser controlada pela utilização de seus inimigos 
naturais como Entomophthora muscae (fungos entomopatogênicos), nematoides, vespas 
parasitas (algumas espécies de pteromalídeos), formigas-de-fogo, besouros predadores 
(espécies histerídeos = Coleoptera: Histeridae e estafilinídicas = Coleoptera: Staphylinidae) e 
ácaros, moscas (Hydrotaea aenescens) e pássaros (SANCHEZ-ARROYO; CAPINERA, 2017; 
SKOVGÅRD; JESPERSEN, 1999). Outros métodos de controle biológico incluem o uso do vírus 
MdSGHV, bactérias, fungos, nematoides, parasitas, parasitoides, insetos predadores, entre 
outros (IQBAL et al., 2014). As mais importantes nas instalações avícolas são as vespas 
Sphalangia cameroni e Muscidifurax raptor (Figura 3) que parasitam a pupa das moscas 
domésticas (SANCHEZ-ARROYO; CAPINERA, 2017). 
64 
Figura 3 – Muscidifurax raptor é um ectoparasitoide em pupas de muscoides. Uma vez que a fêmea 
escolhe um hospedeiro de pupário, ela coloca um único ovo nele. O ovo choca e a larva da vespa se 
alimenta das pupas da mosca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: USDA. Sanchez-Arroyo e Capinera (2017). 
 
Compreende Alston (2011) que o controle biológico é frequentemente mais eficaz 
quando aplicado junto com outras táticas de controle de um programa de manejo 
integrado de pragas. Ainda para Alston, o uso bem-sucedido do controle biológico eficaz 
geralmente requer uma boa compreensão da biologia e o comportamento da praga e seus 
inimigos naturais, bem como a capacidade de identificar vários estágios de vida de insetos 
relevantes no campo. 
Segundo a previsão do relatório da Organização das Nações Unidas - ONU (2019), a 
população mundial, em 2050, atingirá os 9,7 bilhões de pessoas, cerca de dois bilhões a mais 
de pessoas “que terão que ser alimentadas com maior produtividade agrícola, mas também 
de uma forma mais saudável e em harmonia com a natureza” (ABUD, 2019). Dessa forma, 
para Abud, o controle biológico será a ferramenta do futuro como a principal forma de 
manejo das pragas e doenças. Se existe o invasor, existe o predador na natureza, sempre foi 
assim e se expandirá no futuro. 
No futuro, para o combate de insetos e pragas por meio de controle biológico, 
El-Shafie (2018) afirma que o treinamento e a educação contínuos dos agricultores 
representam a base para o estabelecimento de um programa sólido e eficaz de Manejo 
Integrado de Pragas nos agroecossistemas. 
Atualmente, sendo de ação rápida, economicamente mais acessíveis e conveniente, 
os inseticidas sintéticos geralmente são a escolha preferida para o controle de pragas, 
incluindo moscas domésticas. Globalmente, inseticidas químicos como piretroides, 
organofosforados e carbamatos têm sido usados para controlar moscas domésticas 
(NIELSEN et al., 2011; WANG et al., 2019). 
Ambiente e Saúde - 65 
Controle químico 
 
O controle químico é uma técnica importante de intervenção para diminuir as 
populações de espécies vetoriais e reduzir a probabilidade de surgimento de doenças 
(MATTHEWS, 2011). Os inseticidas utilizados para controlar insetos-pragas 
desempenham importante papel na agricultura e na saúde pública. 
Diz-se que uma praga está controlada quando seus níveis populacionais estão sob 
controle. Na agricultura, determinada espécie de praga está controlada quando a população 
está “abaixo do nível de dano econômico”, e em saúde pública quando “abaixo do nível de 
dano à saúde” (BRASIL, 2001, p. 17). 
 Todavia, a aplicação a longo prazo e o uso extensivo de inseticidas sintéticos 
representa desvantagens, pois causa efeitos adversos à saúde dos seres humanos e dos 
ecossistemas (MOSSA; MOHAFRASH; CHANDRASEKARAN, 2018). Alguns praguicidas 
favorecem a contaminação ambiental, podendo causar a destruição genérica da fauna. Os 
produtos biocumulativos, devido sua difícil degradação, ficam retidos no tecido vivo e 
passam a fazer parte da cadeia alimentar, como os inseticidas clorados (BRASIL, 2001, p. 17). 
Outros resultaram no acúmulo de resíduos em alimentos, leite, água e solo (MOSSA; 
MOHAFRASH; CHANDRASEKARAN, 2018). 
Cabe mencionar que inseticidas para o controle de pragas nas lavouras e de insetos 
vetores, mais de 80.000 substâncias químicas estão disponíveis no mercado por ano. Em 
2014, foram cerca 4,6 milhões de toneladas de pesticidas aplicados ao meio ambiente 
(ANSARI; MORAIET; AHMAD, 2014). Para autores, os efeitos dos inseticidas na saúde 
humana são mais arriscados devido à exposição direta ou indireta; anualmente, mais de 26 
milhões de pessoas sofrem com envenenamento por pesticidas, com quase 220.000 
mortes. No entanto, com todos os riscos, a produção de inseticidas está aumentando 
continuamente no comércio internacional. 
No caso de insetos vetores, 
 
as estratégias de controle das doenças transmissíveis por vetores biológicos são 
de difícil execução, principalmente quando associadas à existência de 
reservatórios domésticos e silvestres e aos aspectos ambientais. O uso de 
inseticidas direcionado ao combate de formas adultas de dípteros vetores tem 
sido frequente (MACIEL et al., 2010, p. 1). 
66 
Para Iqbal et al. (2014), o uso de praguicidas químicos é muito eficaz para diminuir 
a população de moscas domésticas. Contudo, seus efeitos são temporários, requer uso 
periódico e os custos elevados (PRADO, 2003; KEIDING, 1999). 
Os atrativos alimentares como inseticidas na forma sólida em geral são constituídos de 
pequenos grânulos à base de açúcar, os quais são depositados em pequenas porções sobre 
superfícies de pouso, reprodução e alimentação de moscas (ALVES, 2010; PERRY, 1958). Essas 
iscas possuem um composto que atrai as moscas adultas em direção a elas; assim, sempre 
que as moscas se aproximarem devido a essa atração, elas são mortas alimentando-se com 
esses inseticidas. Muitos aerossóis que são inseticidas a base pré-hioideos também podem 
reduzir a população de moscas em áreas de habitação humanas (IQBAL et al., 2014). 
Por outro lado, as moscas domésticas desenvolveram resistência aos inseticidas DDT, 
carbamato, piretoides e organofosfatos (BUTLER; GERRY; MULLENS, 2007; PERRY, 1958). 
Ainda foi observado resistência a inseticidas reguladores de crescimento de insetos como 
a Ciromazina (um regulador de crescimento – IGR) e abamectina (um agonista 28 do ácido –
γ aminobutírico) (FERGUNSON, 2004; SHEN; PLAPP, 1990). 
Alves (2010, p. 23) reforça-se que a “evolução da resistência de pragas a pesticidas 
tem se tornado um dos grandes entraves em programas de controle de pragas envolvendo 
o uso de produtos químicos”. A resistência já foi detectada para praticamente todos os 
grupos de inseticidas, incluindo DDT, ciclodienos, organofosforados e piretroides 
(OMOTO, 2000). O problema tem sido relatado inclusive para os produtos mais recentes 
do grupo de reguladores de crescimento de insetos e de origem microbiana como Bacillus 
thuringiensis e Baculovirus anticarsia (DENNEHY; OMOTO, 1994; OMOTO, 2000). 
Gorghiou (1983), citado por Salmeron (2002, p. 9), ressalta que 
 
dentre as consequências drásticas da evolução da resistência estão as aplicações 
mais frequentes de pesticidas, aumento na quantidade do produto e a 
substituição por outro produto geralmente de maior toxicidade. Essas 
“consequências acabam comprometendo os programas de manejo de pragas em 
vista da maior contaminação do meio ambiente, destruição de organismos 
benéficos e elevação nos custos de controle. 
 
A resistência é definida como o desenvolvimento de uma habilidade em uma 
linhagem de um organismo (como um inseto) de tolerar doses de tóxicos que seriam 
letais para a maioria dos indivíduos em uma população normal da mesma espécie 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO, 1957). 
Ambiente e Saúde - 67 
Cabe mencionar que mais de quarenta anos de uso intensivo de inseticidas para 
controlar pragase vetores de doenças resultaram em resistência a pesticidas entre mais de 
500 espécies de insetos em todo o mundo (CORBEL; GUESSAN, 2013; GEORGHIOU, 1986). 
Completam Ansari e Moraiet e Ahmad (2014) que mais de 645 espécies de insetos e ácaros 
desenvolveram resistência a inseticidas com 542 espécies de artrópodes resistentes a pelo 
menos um composto. Cerca de 7.470 casos de resistência foram relatados em insetos para 
um determinado inseticida; 16 espécies de artrópodes representaram 3.237 (43%). 
Como observado, “o uso indiscriminado e imprudente de pesticidas levou ao 
desenvolvimento generalizado de resistência” (KARUNAMOORTHI; SABESAN, 2013, p. 6), e 
essa resistência a inseticidas tem sua ocorrência aumentada. Em diferentes partes do mundo, 
o interesse e o estudo sobre a resistência a inseticidas em populações da mosca doméstica 
também aumentaram. No Quadro 2, para exemplificar, alguns trabalhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
Quadro 2 – Estudos sobre a resistência a inseticidas em populações da mosca doméstica 
Título Autores Ano Local 
Resistance of house fly, Musca domestica L. (Diptera: Muscidae), 
to five insecticides in Zhejiang Province, China: the situation in 2017 
Wang, J. N. et al. 2019 Hangzhou, China 
Novel cytochrome P450 (CYP6D1) and voltage sensitive 
sodium channel (Vssc) alleles of the house fly (Musca 
domestica) and their roles in pyrethroid resistance 
Pan, J. et al. 2018 Beijing, China 
Two novel house fly Vssc mutations, D600N and T929I, give 
rise to new insecticide resistance alleles 
Sun, H.; Kasai, S.; Scott, J. 
G. 
2017 Nanjing, China 
Resistance to pyrethroid insecticides in house flies, Musca 
domestica L., (Diptera: Muscidae) collected from urban areas 
in Punjab, Pakistan 
Khan, H. A. A.; Akram, W.; 
Fatima, A. 
2017 Punjab, 
Paquistão 
Biological trait analysis and stability of lambda-cyhalothrin 
resistance in the house fly, Musca domestica L. (Diptera: Muscidae) 
Abbas, N. et al. 2016 Paquistão 
Effects of four commercial fungal formulations on mortality 
and sporulation in house flies (Musca domestica) and stable 
flies (Stomoxys calcitrans) 
Weeks, E. N. I. et al. 2016 Florida, USA 
Degradation of insecticides in poultry manure: determining 
the insecticidal treatment interval for managing house fly 
(Diptera: Muscidae) populations in poultry farms 
Ong, S. Q. et al. 2016 Malaysia 
Insecticide resistance and management strategies in urban 
ecosystems 
Zhu, F. et al. 2016 Washington, 
USA 
Evolution of resistance to pyrethroid insecticides in Musca 
domestica 
Scott, J. G. 2016 New York, USA 
Assessment of resistance risk to fipronil and cross resistance to 
other insecticides in the Musca domestica L. (Diptera: Muscidae) 
Abbas, N. et al. 2016 Paquistão 
Inheritance of propoxur resistance in a near-isogenic line of 
Musca domestica (Diptera: Muscidae) 
Shan, C. et al. 2016 Beijing - China 
Assessment of resistance risk to lambda-cyhalothrin and 
cross-resistance to four other insecticides in the housefly, 
Musca domestica L. (Diptera: Muscidae). 
Abbas, N.; Shad, S. A. 2015 Paquistão 
Comparative effectiveness of insecticides for use against the 
house fly (Diptera: Muscidae): determination of resistance 
levels on a malaysian poultry farm 
Ong, S. Q. et al. 2015 Malásia 
Resistance to conventional and new insecticides in house flies 
(Diptera: Muscidae) from poultry facilities in Punjab, Pakistan 
Abbas, N.; Ali Shad, S.; 
Ismail, M. 
2015 Punjab, 
Paquistão 
Assessment of resistance risk in Musca domestica L. (Diptera: 
Muscidae) to methoxyfenozide 
Shah, R. M.; Abbas, N.; 
Shad, S. A. 
2015 Multan, 
Paquistão 
Cross-resistance, stability, and fitness cost of resistance to 
imidacloprid in Musca domestica L. (Diptera: Muscidae) 
Abbas, N.; Khan, H.; Shad, 
S. A. 
2014 Multan, 
Paquistão 
Genetics, cross-resistance and mechanism of resistance to 
spinosad in a field strain of Musca domestica L. (Diptera: Muscidae) 
Khan, H. A. A.; Akram, W.; 
Shad, S. A. 
2014 Paquistão 
Resistance of the house fly Musca domestica (Diptera: 
Muscidae) to lambda-cyhalothrin: mode of inheritance, 
realized heritability, and cross-resistance to other insecticides 
N. Abbas; Khan, H. A. A.; 
Shad S. A. 
2014 Paquistão 
The effect of temperature on the toxicity of insecticides 
against Musca domestica L.: implications for the effective 
management of diarrhea 
Khan, H. A. A.; Akram, W. 2014 Paquistão 
Insecticide mixtures could enhance the toxicity of insecticides 
in a resistant dairy population of Musca domestica L. 
Khan, H. A. A. et al. 2013 Paquistão 
Selection for resistance to imidacloprid in the house fly (Diptera: 
Muscidae). 
Kaufman, P. E. et al. 2010 Florida, USA 
Resistência à ivermectina em populações de Musca domestica 
(Diptera: Muscidae) provenientes de granjas de galinhas poedeiras 
Ambrós, C.M.G.; Prado, 
A.P. 
2010 Campinas, 
Brasil 
Tolerance of house fly, Musca domestica L. (Diptera: 
Muscidae) to dichlorvos (76% EC) an insecticide used for fly 
control in the tsunami-hit coastal villages of southern India 
Srinivasan, R. et al. 2008 India 
Resistencia en Insectos, Plantas y Microorganismos Badii, M. H.; Almanza, V. G. 2007 México 
The status and seasonal changes of organophosphate and 
pyrethroid resistance tin turkish populations of the house fly, 
Musca domestica L. (Diptera: Muscidae) 
Akiner, M. M.; Çağlar, S. S. 2006 Ankara, Turquia 
Survey of deltamethrin resistance in house flies (Musca 
domestica) from urban garbage dumps in Northern China. 
Cao, X. M. et al. 2006 China 
Strategies for controlling house fly populations resistant to 
cyromazine 
Crespo, D. C.; Lecuona, 
R. E.; Hogsette, J. A. 
2002 Florida, USA 
Uso correcto de insecticidas: control de la resistencia Bisset, J. A. 2002 Cuba 
 
 Fonte: Pesquisa digital. Organização: Seolin Dias e Faria (2019). 
Ambiente e Saúde - 69 
Segundo Who (1957), os resultados iniciais do uso de inseticidas modernos 
indicaram que a maioria das doenças transmitidas por vetores do homem poderia ser 
controlada de forma efetiva e, em alguns casos, erradicada. Com o desenvolvimento da 
resistência de moscas domésticas, certas espécies de organismos a inseticidas de 
hidrocarbonetos clorados, essa perspectiva otimista foi um pouco modificada. 
Infelizmente, para Zhu et al. (2016), o uso intenso de inseticidas em ambientes urbanos 
causa maior pressão de seleção e, portanto, levou ao desenvolvimento generalizado da 
resistência a inseticidas. 
Destaca-se que segundo Castro e Rozemberg (2015, p. 309). 
 
a lógica empregada nas políticas de controle dos vetores em ambiente 
doméstico, baseada no uso de inseticidas, é semelhante ao modelo de uso de 
agrotóxicos para controle fitossanitário na agricultura. No entanto, tem se 
acumulado críticas bastante consistentes sobre a insustentabilidade do 
modelo agrícola químico-dependente. Já no ambiente urbano, são poucas as 
críticas e relativamente escassos os estudos evidenciando as decorrências 
deste modelo de “proteção à saúde”, dedicado ao controle das chamadas 
“pragas urbanas e domésticas. 
 
Os insetos, incluindo as moscas domésticas, são o grupo de animais de maior 
abundância nos ecossistemas terrestres. Porém, a cultura alimentar é danificada por mais 
de dez mil espécies de insetos, com uma perda anual estimada de 13,6% em todo o 
mundo. Na saúde humana, mais de 3.100 espécies de mosquitos, vetores da malária 
(ANSARI; MORAIET; AHMAD, 2014), em 2017, causaram aproximadamente 219 milhões de casos 
em 90 países e territórios e 435.000 mortes. No Brasil, estima-se que houve cerca de 218 mil 
casos (OPAS, 2019). Estima-se que a dengue, a doença viral transmitida por mosquito mais 
prevalente, causa 319 de infecções anualmente, no mundo, das quais 96 milhões se 
manifestam clinicamente (OPAS, 2019). No Brasil, em 2017, foram registrados 251.711 
casos prováveis de dengue (BRASIL, 2018). 
Muito se tem discutidorecentemente acerca do uso de inseticidas no mundo que 
são de grande importância para o meio ambiente e a saúde humana. Na verdade, para 
Ansari e Moraiet e Ahmad (2014), estamos continuamente enfrentando os desafios de 
diminuir a incidência de pragas e vetores de insetos para manter um ambiente seguro para as 
gerações futuras. Portanto, esforços globais concentrados devem ser feitos para alcançar esse 
objetivo por alternativas mais seguras e efetivas. 
70 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A mosca doméstica constitui-se um vetor mecânico de transmissão de patógenos, 
como parasitas, bactérias, fungos e vírus. Um controle eficiente dessas moscas beneficia 
toda a comunidade. Para tanto, é necessário que se faça uma combinação de diferentes 
métodos de controle e prevenção das moscas para que se impeça o surgimento de doenças 
em humanos e animais domésticos. 
Os métodos de prevenção e controle usuais utilizados são os culturais, biológicos e 
químicos e a combinação deles configura-se um programa integrado de controle. Uma vez 
alcançada uma considerável redução da população de moscas, há necessidade de manter 
esse programa para não retroceder ao já conquistado. Normalmente, quando as moscas já 
não apresentam mais um sério problema, a tendência é diminuir o interesse público, já que 
outros problemas comunitários atraem a atenção dos agentes públicos e então as moscas 
podem reiniciar sua ocupação sutil e segura. 
A educação é requisito número um de qualquer programa de controle de vetores e 
pragas urbanas, iniciando-se com a compreensão do problema por cidadãos responsáveis, 
estendendo-se aos funcionários públicos como agentes sanitários e a toda a comunidade. 
A educação é bem aceita e defendida em áreas de alto risco, em que se queira implantar 
saneamento ambiental, higiene pessoal e educação em saúde. 
 Uma forma bastante sensata é dar atenção a todos os impactos que as medidas de 
controle que foram tomadas podem acarretar aos insetos, aos seres humanos e ao 
ambiente. Assim, sugere-se realizar estudos para determinação da amplitude do problema e 
para conduzir as operações de controle; seguem-se as medidas de controle eficientes e 
efetivas e nova pesquisa para avaliar os resultados e onde há necessidade de maior controle. 
Importante lembrar que o conhecimento de informações básicas e de medidas 
preventivas desempenham um papel importante no manejo de insetos-pragas, e sabendo-
se que a mosca doméstica se constitui um vetor mecânico de transmissão de patógenos, 
um controle eficiente dessas moscas beneficia toda a comunidade. 
Ampliando a visão do cenário, novas perspectivas serão vistas tanto para análise do 
próprio vetor como para o desdobramento de medidas de controle, o que pode gerar 
sistematização e aprofundamento dos estudos complementares a esta análise para atingir 
os efeitos no ambiente, políticas de saúde e epidemiologia. Assim, ao ampliar a visão do 
cenário e elucidar algumas ferramentas para trabalhar com essas medidas, abriremos 
caminhos para trabalhar em novas perspectivas com o vetor propriamente analisado. 
Ambiente e Saúde - 71 
Num país extenso e diverso como o nosso, é de suma importância que o governo 
não apenas crie protocolos de prevenção e controle de pragas, mas que os adéque às 
necessidades de cada região e treine pessoal para que essas ações se repliquem nas 
comunidades locais e que o controle dessas pragas seja realmente eficaz. Somente a 
informação e a educação são capazes de mudar o nosso meio. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABUD, S. Controle biológico será a grande ferramenta do futuro. Revista Cultivar, 2019. Disponível em: 
https://www.grupocultivar.com.br/noticias/controle-biologico-sera-grande-ferramenta-futuro-afirma-
pesquisador-sergio-abud. Acesso em: 5 out. 2019. 
 
ABBAS, M. N; SAJEEL, M.; KAUSAR, S. House fly (Musca domestica), a challenging pest; biology, 
management and control strategies. Elixir Entomology, v. 64, p. 19333-19338, 2013. 
 
ABBAS, N.; SHAD, S. A. Assessment of resistance risk to lambda-cyhalothrin and cross-resistance to four 
other insecticides in the house fly, Musca domestica L. (Diptera: Muscidae), Parasitology Research, v. 114, 
n. 7, p. 2629–2637, 2015. 
 
AGNOL, S. Esterco de galinha e seus benefícios. Rural Atual. Disponível em: 
http://ruralatual.blogspot.com/2013/08/esterco-de-galinha-e-seus-beneficios.html. Acesso em: 8 set. 2019. 
 
ALSTON, D. G. General concepts of biological control. Utah State University Extension and Utah Plant Pest 
Diagnostic Laboratory, Utah, 2011. Disponível em: 
https://digitalcommons.usu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1908&context=extension_curall. Acesso em: 8 
set. 2019. 
 
ALVES, C. M. Manejo de Musca domestica em indústria de alimentos. 2010. 59 fl. Dissertação (Mestrado 
em Biologia) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2010. 
 
ALSTON, D. G. General concepts of biological control. Utah State University Extension and Utah Plant Pest 
Diagnostic Laboratory, Utah, 2011. Disponível em: < 
https://digitalcommons.usu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1908&context=extension_curall>. Acesso em: 
08 set. 2019. 
 
ALVES, V. I. C. Estratégias de manejo integrado de Musca domestica em granja de aves de postura. 2011. 
57 fl. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) – Universidade Estadual de Montes Claros, Montes 
Claros, 2011. 
 
ANSARI, M. S.; MORAIET, M. A.; AHMAD, S. Insecticides: impact on the environment and human, 
environmental deterioration and human health. The Netherlands: Springer, 2014. 
 
AWACHE, I.; FAROUK, A. A. Bacteria and fungi associated with houseflies collected from cafeteria and food 
Centres in Sokoto. FUW Trends in Science & Technology Journal, v. 1, n.1, p. 123–5, 2016. 
 
AXTELL, R. C. Fly management in poultry production cultural, biological and chemical. Journal of Poultry 
Science, v.65, p. 657-667, 1986. 
 
BORROR, D. J.; TRIPLEHORN, C. A.; JOHNSON, N. F. An introduction to the study of insects. Fort Worth: 
Saunders, 1989. 875 p. 
 
BOWDEN J. An analysis of factors affecting catches of insects in light-traps. Bulletin of Entomological 
Research, v. 72, p. 35-556, 1982. 
 
72 
BRASIL. EMBRAPA. PAIVA, D. P. P. Controle integrado de moscas em avicultura intensiva de postura: 
controle da criação de moscas no esterco. 1998. Disponível em: 
http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/itav007.pdf. Acesso em: 2 set. 2019. 
 
BRASIL. EMBRAPA. Produção frangos de corte. 2003. Disponível em: 
http://www.cnpsa.embrapa.br/SP/aves/Moscas.html. Acesso em: 2 set. 2019. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde – Funasa. Controle de vetores: procedimentos de 
segurança. Brasília: Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde. 2001. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/controle_vetores.pdf. Acesso em: 14 set. 2019. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico, v. 49, 2018. 
Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/06/Monitoramento-dos-
casos-de-dengue-23-018.pdf. Acesso em: 15 set. 2019. 
 
BRITO et al. Manual de identificação, importância e manutenção de colônias estoque de dípteras de 
interesse veterinário em laboratório. Roraima: EMBRAPA, 2008. 18 p. 
 
BROWN, J. R.; LUSCH, R. F.; NICHOLSON, C. Y. Power and relationship commitment: their impact on 
marketing channel member performance. Journal of Retailing, v. 71, n. 4, p. 363–392, 1995. 
 
BUTLER, S. M.; GERRY, A. C.; MULLENS, B. A. Housefly house FLY (Diptera: Muscidae) activity near baits 
containing (Z)-9-tricosene and efficacy of commercial toxic fly baits on a southern California dairy. Journal 
of Economic Entomology, v. 100, n. 4, p. 1489-95, 2007. 
 
CARVALHO, C. J. B. Muscidae (Diptera) of the neotropical region: taxonomy. Curitiba: Universidade Federal 
do Paraná – UFPR, 2002. 287 p. 
 
CHAIWONG, T. et al. Survey of the synanthropic flies associated with human habitations in Ubon 
Ratchathani Province ofNortheast Thailand. Journal of Parasitology Research, v. 2012, 2012. Disponível 
em: https://www.scienceopen.com/document_file/1894eee8-fe48-4c9c-b5a6-
b52f83305aa9/PubMedCentral/1894eee8-fe48-4c9c-b5a6-b52f83305aa9.pdf. Acesso em: 20 ago. 2019. 
 
CAPINERA, J. L. Insects and wildlife: arthropods and their relationships with wild vertebrate animals. 
Hoboken, Nova Jersey: Wiley-Blackwell, 2010. 500 p. 
 
CAPINERA, J. L. House fly, Musca domestica L. (Diptera: Muscidae). In: CAPIRERA, J. L. Encyclopedia of 
entomology. 2. ed. Springer, 2008. p. 1877-1880. Disponível em: 
https://link.springer.com/referenceworkentry/10.1007%2F978-1-4020-6359-6_1415. Acesso em: 24 jul. 2019. 
 
CASTRO, J. S. M.; ROZEMBERG, B. Propaganda de inseticidas: estratégias para minimização e ocultamento 
dos riscos no ambiente doméstico. Saúde e Sociedade, v. 24, n. 1, p. 308-320, 2015. 
 
CHAVASSE, D. C. et al. Impact of fly control on childhood diarrhoea in Pakistan: Community-randomised 
trial. Lancet, v. 353, p. 22-25, 1999. 
 
CLYMER, B. Control of flies around feedlots. Great plains cattle feeding handbook. College Station, TX, Texas 
A&M University, 1973. 
 
COLLINET- ADLER, S. et al. Environmental factors associated with high fly densities and diarrhea in Vellore, 
India, Applied and Environmental Microbiology, v. 81, n. 17, p. 6053-6058, 2015. 
 
CORBEL, V, N’GUESSAN, R. Distribution, mechanisms, impact and management of insecticide resistance in 
malaria vectors: A pragmatic review. In: Manguin S, editor. Anopheles Mosquitoes—New Insights into 
Malaria Vectors. Rijeka: InTech Open Access; 2013. Disponível em: 
https://www.intechopen.com/books/anopheles-mosquitoes-new-insights-into-malaria-
vectors/distribution-mechanisms-impact-and-management-of-insecticide-resistance-in-malaria-vectors-a-
pragmat. Acesso em: 5 out. 2019. 
Ambiente e Saúde - 73 
RESPO, D. C. et al. Strategies for Controlling House Fly Populations Resistant to Cyromazine. Neotropical 
Entomology, v. 31, n. 1, 2002. 
 
CRESPO, D.; LECUONA, R. E. Empleo del larvicida diflubenzuron en un programa de manejo integrado de la 
mosca doméstica. Revista de Investigaciones Agropecuarias, v. 31, n. 2, p. 9–24, 2002. 
 
DENNEHY, T. J. OMOTO, C. Sustaining the efficacy of dicofol against citrus rust mite (Phyllocoptruta 
oleivora): a case-history of industrial and academic collaboration. In: Brighton Crop Protection Conference-
Pests and Diseases, Farnham, Surrey, England, p. 955-962, 1994. 
 
DOELLE, H. W.; ROKEM, J, S.; BEROVIC, M. Biotechnology. Fundamentals in Biotechnology – Part II, v. 6. 
Encyclopedia of Life Support Systems (EOLSS). Oxford: UNESCO, 2009. 382 p. Disponível em: 
https://books.google.com.br/books/about/BIOTECHNOLOGY_Volume_VI.html?id=XXF5DAAAQBAJ&redir_e
sc=y. Acesso em: 9 set. 2019. 
 
ECHEVERRIA, P.; ORSKOV, F.; ORSKOV, I.; PLIANBANGCHANG, D. Serotypes of enterotoxigenic Escherichia 
coli in Thailand and the Philippines. Infection and Immunity, v. 36, p. 851–856, 1982. 
 
EL-SHAFIE, H. A. F. Integrated Insect Pest Management. Reviewed chapter, 2018. Disponível em: 
https://www.intechopen.com/online-first/integrated-insect-pest-management. Acesso em: 5 out. 2019. 
 
ESPOSITO, M. C. A fauna de moscas varejeiras (Diptera, Calliphoridae) da Amazônia e sua ecologia na 
região de Caxiuanã e cidade de Portel/Estado do Pará. 1999. 134 fl. Tese (Doutorado em Ciências 
Biológicas) – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, Universidade Federal do Amazonas, Manaus. 
 
ESPOSITO, M. C.; CARVALHO, F. S. Composição e abundância de califorídeos e mesembrinelídeos (Insecta, 
Diptera) nas clareiras e matas da base de extração petrolífera, Bacia do Rio Urucu, Coari, Amazonas. In: II 
WORKSHOP DE AVALIAÇÃO TÉCNICA E CIENTÍFICA, Manaus, 2006. 
 
EESA, N. M.; EL-SIBAE, M. M. Population dynamics of some synanthropic fly species in different habitats in 
Buraydah, Saudi Arabia. Journal of the Egyptian Society of Parasitology, v. 23, n. 1, p. 133-140, 1993. 
 
FOTEDAR, R. et al. Vector potential of the hospital house flies with special reference to Klebsiella species. 
Epidemiology and Infection, n. 109, p. 143-147, 1992. 
 
FERGUSON, J. S. Development and stability of insecticide resistance in the leafminer Liriomyza trifolii 
(Diptera: Agromyzidae) to cyromazine, abamectin and spinosad. Journal of Economic Entomology, v. 97, n. 
1, p. 112-119, 2004. 
 
FLINT, M. L.; DREISTADT, S. H. Natural enemies handbok. The Illustrated guide to biological pest control, 
Oakland: University of California Press; v. 3386, 1998. 
 
GABRE, R. M.; ABOUZIED, E. M. Sarcosaprophagous flies in Suez province Egypt II synanthropic and 
abundance degrees. Bulletin Entomology Society of Egypt, v. 80, p. 125-132, 2003. 
 
GEORGHIOU, G.; TAYLOR, C. Genetic and Biological Influences in the Evolution of Insecticide Resistance. Journal 
of Economic Entomology, v. 70, n. 3, 1976. Disponível em: 
https://pdfs.semanticscholar.org/1790/ee09ae783c501385a5cc040b08fa45c82904.pdf. Acesso em: 4 ago. 2019. 
 
GEORGHIOU, G.P. The magnitude of the resistance problem. In Pesticide resistance: strategies and tactics 
for management. Washington: National Academy Press, 1986, p.14-43 
 
GEORGHIOU, G. P. Management of resistance in Arthropods. In: GEORGHIOU, G.P.; SAITO, T. Pest 
resistance to pesticides: challenges and prospects. New York: Plenum Press, 1983. p. 769-792. 
 
GOMES, P. M. S.; SANTOS, A. M. M. Moscas sinantrópicas nocivas, um desafio atual: “Musca domestica” 
L. (Muscidae) e “Chrysomya Megacephala” (Fabricius) (Calliphoridae). Sustinere, v. 3, n. 2, 2015. 
 
74 
GRACZYK, T. K. et al. The role of non-biting flies in the epidemiology of human infectious diseases. Microbes 
and infection, v. 3, n. 3, p. 231-235, 2001. 
 
GREENBERG, B. Flies and Disease, Journal Scientific American, v. 213, n. 1, p. 92-99, 1965. Disponível em: 
https://www.jstor.org/stable/24931943?seq=1#page_scan_tab_contents. Acesso em: 16 maio 2019. 
 
GREENBERG, B. Flies and diseases: ecology, classification and biotic association. Princeton: Princeton 
University Press, 1971. v. I. 856 p. 
 
GREENBERG, B. Flies and disease: biology and disease transmission. v. II. Princeton: Princeton University, 
1973. 447 p. 
 
GRÜBEL, P. et al. Vector potential of houseflies (Musca domestica) for Helicobacter pylori. Journal of Clinical 
Microbiology, v. 35, n. 6, p. 1300-1303, 1997. 
 
HATCH, E. JR. The housefly as a carrier of disease. The American academy of Political and Social 
Science, v. 37, p. 168-179, 1911. 
 
HEMMATINEZHAD, B.; OMMI, D.; HAFSHEJANI, T. T.; KHAMESIPOUR, F. Molecular detection and 
antimicrobial resistance of Pseudomonas aeruginosa from houseflies (Musca domestica) in Iran. Journal of 
Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, v. 30, n. 21, p.18, 2015. 
 
HERTZ, J. C. Potential of insecticide-treated cords and sprayable baits for control of house flies (Diptera: 
Muscidae). 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciência) – Escola de Pós-Graduação da Universidade da Florida. 
Universidade da Florida, 2007. Disponível em: http://etd.fcla.edu/UF/UFE0021396/hertz_j.pdf. Acesso em: 
20 ago. 2019. 
 
HEUSKIN, S. et al. The use of semiochemical slow-release devices in integrated pest management strategies. 
Biotechnology, Agronomy, Society and Environment, v. 15, n. 3, p. 459-470, 2011. 
 
HEWITT, C. G. The housefly, Musca Domestica Linn. Its structure, habits, development, relation to disease 
and control. The American Journal of the Medical Sciences, v. 151, n. 2, p. 278, 1916. 
 
HEWITT, C. G. The structure, development, and bionomics of the house-fly, Musca domestica, Linn., Part II 
- The Breeding Habits, Development, and the Anatomy of the Larva, 1908. Disponível em: 
https://jcs.biologists.org/content/joces/s2-52/208/495.full.pdf. Acesso em: 19 ago. 2019. 
 
HOLT, P. S. et al. Isolation of Salmonella enterica Serovar Enteritidis from Houseflies (Musca domestica) 
Found in Rooms Containing Salmonella Serovar Enteritidis-Challenged Hens. Applied and Environmental 
Microbiology, v. 73, n. 19,p. 6030-6035, 2007. 
 
HOWARD, L. O. The house fly: disease carrier. New York: Frederick Abbott Stokes, 2011. Disponível em: 
https://archive.org/details/houseflydiseasec00howa/page/n123. Acesso em: 19 ago. 2019. 
 
IQBAL, W. Role of housefly (Musca domestica, Diptera: Muscidae) as a disease vector; a review. Journal of 
Entomology and Zoology Studies, v. 2, v. 2, p. 159-163, 2014. 
 
ISSA, R. Musca domestica acts as transport vector hosts. Bulletin of the National Research Centre, 2019. 
Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1186/s42269-019-0111-0. Acesso em: 19 ago. 2019. 
 
IWASA, M. et al. Detection of Escherichia coli O157:H7 from Musca domestica (Dipera: Muscidae) at a cattle 
farm in Japan. Journal of Medical Entomology, v. 36, p. 108-112, 1999. 
 
JAKUBASZKO, R. A natureza venceu: Controle biológico é o equilíbrio da natureza no agrosistema. Agro 
DBO, p. 22-28, 2016. Disponível em: file:///C:/Users/Nice/Downloads/reportagem-capa.pdf. Acesso em: 
3 out. 2019. 
 
Ambiente e Saúde - 75 
JAENISCH, F. R. Procedimentos de biosseguridade na criação de frangos no sistema agroecológico. Instrução 
técnica para o avicultor – Embrapa: Suinos e Aves, 2000. Disponível em: 
http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/cot258.pdf. Acesso em: 03 out. 2019. 
 
JIN, B. L.; JAAL, Z. Temporal changes in the abundance of Musca domestica Linn (Diptera: Muscidae) in 
poultry farms in Penang, Malaysia. Tropical Biomedicine, v. 26, n. 2, p. 140-148, 2009. 
 
KHAMESIPOUR, F. et al. A systematic review of human pathogens carried by the housefly (Musca 
domestica L.), BMC Public Health, v. 18, n. 1049, 2018. 
 
KHALIL, K. et al. Flies and water as reservoirs for bacterial enteropathogens in urban and rural areas in and 
around Lahore, Pakistan. Epidemiology and Infection, v. 113, n. 3, p. 435-44, p. 1994. 
 
KARUNAMOORTHI, K.; SABESAN, S. Insecticide resistance in insect vectors of disease with special reference 
to mosquitoes: A Potential Threat to Global Public Health. Health Scope, v. 2, p. 4-18, 2013. Disponível em: 
http://jhealthscope.com/en/articles/20041.html. Acesso em: 9 set. 2019. 
 
KWENTI, E. T. Biological Control of Parasites. Reviewed chapter, 2017. Disponível em: 
https://www.intechopen.com/books/natural-remedies-in-the-fight-against-parasites/biological-control-of-
parasites-2017-07. Acesso em: 5 out. 2019. 
 
KEIDING, J. The house fly biology and control: training and information guide. Geneva: World Health 
Organization (WHO), 82 p. 1976. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/58637. Acesso em: 
23 ago. 2019. 
 
KEIDING, J. The housefly: biology and control. World Health Organization. Division of Vector Biology and 
Control. Series 63. Geneva, 1986. Disponível em: 
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/60254/WHO_VBC_86.937_eng.pdf?sequence=1&isAllow
ed=y. Acesso em: 18 ago. 2019. 
 
KEIDING, J. Review of the global status and recent development of insecticide resistance in field populations of 
the house fly, Musca domestica (Diptera: Muscidae). Bulletin of entomological research, 89. Suppl. 1, 1999. 
 
KWENTI, T. E. Biological control of parasites. 2017. Disponível em: 
file:///C:/Users/Nice/Downloads/55437.pdf. Acesso em: 8 set. 2019. 
 
LARA, F. M. Princípios da entomologia, 1977. 178 p. 
 
LARINI, L. Herbicidas. In: LARINI, L. Toxicologia. 3. ed, São Paulo: Editora Manole LTDA, 1997. Cap.7, p. 199-203. 
 
LARRAÍN, P. S.; SALAS, C. F. House fly (Musca domestica L.) (Diptera: Muscidae) development in different 
types of manure. Chilean Journal of Agricultural Research, v. 68, n. 2, p. 192-197, 2008. 
 
LAZARUS, W. F.; RUTZ, D. A.; MILLER, R. W. et al. Costs of existing and recommended manure management 
practices for house fly and stable fly (Diptera: Muscidae) control on dairy farms. Journal of the Entomological, 
v. 82, n. 4, p. 1145-1151, 1989. 
 
LI, S. E.; STUTZENBERGER, F. J. The housefly (Musca domestica) as a possible vector for Helicobacter pylori at 
agricultural sites, International Journal of Environmental Health Research, v.10, n. 2, p. 141-152, 2000. 
 
LIETZE, V. U. et al. Tissue tropism of the Musca domestica salivary gland hypertrophy virus. Virus 
Research, v. 155, p. 20–27, 2010. 
 
LYSYK, T. J.; AXTELL, R. C. Field evaluation of three methods for monitoring populations of house flies 
(Musca domestica) (Diptera: Muscidae) and other filth flies in three types of poultry housing 
systems. Journal of the Entomological, v. 79, p. 144-151, 1986. 
 
76 
MACIEL, M. V. et al. Extratos vegetais usados no controle de dípteros vetores de zoonoses. Revista 
Brasileira de Plantas Medicinais, v. 12, n. 1, 2010. 
 
MACOVEI. L.; ZUREK, L. Potencial of houseflies to contaminate ready-to-eat food with antibiotic-resistant 
enterococci. Journal of food protection, v. 71, n. 2, 2008. 
 
McGAVIN, G. C. Insects, spiders and other terrestrial arthropods. Londres: Dorling Kindersley, 2000. 256 p. 
 
McWARD, G. W.; TAYLOR, D. R. Acidified clay litter amendment. Journal of Applied Poultry Research, v. 9, n. 4, 
p. 518-529, 2000. 
 
MICHAUD, J. P.; SLODERBECK, P. E.; NECHOLS, J. R. Biological control of insect pests on field crops in 
Kansas. Manhattan: Kansas State University, Manhattan, 2008. Disponível em: 
<https://pdfs.semanticscholar.org/a41d/142a28d11d15e6fb300a04400f29a7482109.pdf>. Acesso em: 8 
set. 2019. 
 
MALIK, A.; SINGH, N.; SATYA, S. House fly (Musca domestica): a review of control strategies for a challenging 
pest. Journal of Environmental Science and Health, Part B, v. 42, n. 4, p. 453-469, 2007. 
 
MATTHEWS, G. A. Integrated vector management: controlling vectors of malaria and other insect vector 
borne diseases. Hoboken, Nova Jersey: Wiley-Blackwell, 2011. 248 p. 
 
MENEGUETTI, M. F. S. Avaliação de diferentes atrativos em armadilha para coleta de moscas adultas em 
granjas avícolas de Bastos-SP. 2013. 30 f. Monografia (Especialista em Entomologia Urbana) – Instituto de 
Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2013. 
 
MEYER, J. A.; SHULTZ, T. A. Stable fly and house fly breeding sites on dairies. California Agriculture, v. 44, p. 
28-29, 1990. 
 
MICHAUD, J. P.; SLODERBECK, P. E.; NECHOLS, J. R. Biological control of insect pests on field crops in Kansas. 
Manhattan: Kansas State University, Manhattan, 2008. Disponível em: 
https://pdfs.semanticscholar.org/a41d/142a28d11d15e6fb300a04400f29a7482109.pdf. Acesso em: 8 set. 2019. 
 
MICHELBACHER A. E.; BACON, O. G. Walnut insect and spider mite control in Northern California. Journal 
of Economic Entomology, v. 45, p. 1020-27, 1952. 
 
MINKIN, J. S.; SCOTT, H. G. House fly pupation under baseboards. Journal of Economic Entomology, v. 53, 
p. 479-480, 1960. 
 
MIAN, L. S.; MAAG, H.; TACAL, J. V. Isolation of Salmonella from muscoid flies at commercial animal 
establishments in San Bernardino Country, California. Journal of Vector Ecology, v. 27, n. 1, p. 82-85, 2002. 
Disponível em: Acesso em: 19 ago. 2019. 
 
MOON, R. D.; MEYER, H. J. Non-biting flies. In: WILLIAMS, R. E.; HALL, R. D.; SCHOLL, P. J. (Editors). New 
York: Livestock entomology, 1985, p. 65-82. 
 
MOSSA, A. T. H.; MOHAFRASH, S. M. M.; CHANDRASEKARAN, N. Safety of natural insecticides: toxic effects 
on experimental animals. BioMed Research International, v. 2018, p. 1-18, 2018. 
 
MONTEIRO, M. R. Microhimenópteros (insecta: hymenoptera) parasitóides e insetos predadores de 
moscas sinantrópicas (insecta: diptera) na Granja Capuavinha, Monte Mor - SP. 1995. 160 f. Dissertação 
(Mestrado em parasitologia) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1995. 
 
MONZON, R. B. et al. Comparison of the role of Musca domestica (Linnaeus) and Chrysomya megacephala 
(Fabricius) as mechanical vectors of helminthic parasites in a typical slum area of metropolitan Manila. 
Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health, v. 22, p. 222-8, 1991. 
 
Ambiente e Saúde - 77 
ZAFAR, J. Pest status of housefly (Musca domestica L.) According to the opinion of community ofsouthern 
punjab, pakistan. International Journal of Agriculture and Crop Sciences, v. 7, n. 13, p. 1332-1338, 2014. 
Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/662e/3d6a5af2c69cee8d6f0d88dd3b0a48ecdda1.pdf . 
Acesso em: 9 out. 2019. 
 
NAZARI, M. et al. Bacterial Contamination of Adult House Flies (Musca domestica) and Sensitivity of these 
Bacteria to Various Antibiotics, Captured from Hamadan City, Iran, Journal of Clinical and Diagnostic 
Research, v. 11, n. 4, 2017. 
 
NAZNI, W. A. et al. Bacteria fauna from the house fly, Musca domestica (L.). Tropical biomedicine, v. 22, 
n. 2, p. 225-31, 2005. 
 
NAZNI, W. A. et al. Determination of the flight range and dispersal of the house fly, Musca domestica (L.) 
using mark release recapture technique. Tropical biomedicine, v. 22, n. 1, p. 53-61, 2005. 
 
NAYDUCH, D.; STUTZENBERGER, F. The housefly (Musca domestica) as a vector for emerging bacterial 
enteropathogens. Recent Research Developments in Microbiology, v. 5, n. p. 205-209, 2001. 
 
NICHLOLS, G, L. Fly transmission of Campylobacter. Emerging Infectious Diseases, v. n. 3, p. 361-364, 2005. 
 
NIELSEN, A. A. et al. Persistence of low-pathogenic avian influenza H5N7 and H7N1 subtypes in house flies 
(Diptera: Muscidae). Journal of Medical Entomology, v. 48, n. 3, p. 608–614, 2011 
 
OMMI, D. M. D. et al. Molecular detection and antimicrobial resistance of Aeromonas from houseflies 
(Musca domestica) in Iran, La Revista MVZ Córdoba, Supl., p. 4929-4936, 2015. Disponível em: 
http://www.scielo.org.co/pdf/mvz/v20s1/v20s1a08.pdf. Acesso em: 6 out. 2019. 
 
OMOTO, C. Modo de ação de inseticidas e resistência de insetos a inseticida. In: GUEDES, J.C.; COSTA, I.D.; 
CASTIGLIONI, E. Bases e técnicas no manejo de insetos. Santa Maria: UFSM/CCR/ DFS, 2000. p. 31-49. 
 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. HABITAT. ONU: mais de 70% da população mundial viverá em 
cidades até 2050. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2019/02/1660701. Acesso em: 22 ago. 2019. 
 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Relatório da ONU mostra população mundial cada vez mais 
urbanizada, mais de metade vive em zonas urbanizadas ao que se podem juntar 2,5 mil milhões em 2050. 
2019. Disponível em: https://www.unric.org/pt/actualidade/31537-relatorio-da-onu-mostra-populacao-mundial-
cada-vez-mais-urbanizada-mais-de-metade-vive-em-zonas-urbanizadas-ao-que-se-podem-juntar-25-mil-milhoes-
em-2050. Acesso em: 14 set. 2019. 
 
ORGANIZACION PAN-AMERICANA DE LA SALUD (OPAS). Moscas de importancia para la salud pública y su 
control. Washington, 1962. (Publicaciones Cientificas n. 61). Disponível em: 
http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/1344/42163.pdf?sequence=1&isAllowed=y. 
Acesso em: 16 ago. 2019. 
 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAUDE - OPAS. Folha informativa – Malária. Disponível em: 
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5682:folha-informativa-
malaria&Itemid=812. Acesso em: 15 set. 2019. 
 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAUDE (OPAS). Folha informativa – Dengue e dengue grave. 
Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5963:folha-
informativa-dengue-e-dengue-grave&Itemid=812. Acesso em: 15 set. 2019. 
 
PAIVA, S. P. controle integrado de moscas em avicultura intensiva de postura: controle da criação de 
moscas no esterco. Instrução técnica para o avicultor – Embrapa: Suinos e Aves, 1998. Disponível em: 
http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/itav007.pdf. Acesso em: 03 out. 2019. 
 
PEDIGO, L. P.; RICE, M. E. Entomology and pest management. USA: Macmillan Publishing Company, 2009. 784 p. 
 
78 
PERRY, A. S. Factors associated with DDT resistance in the house fly Musca domestica L. Proceedings. 
10TH INTERNATIONAL CONGRESS OF ENTOMOLOGY, v. 2, p. 157-172, 1958. 
 
PICKENS, L.; MILLER, R.; MOWRY. G. R. An improved bait for flies (Diptera: Muscidae, Calliphoridae). Journal 
of Medical Entomology, v. 10, p. 84-88, 1973. 
 
PHOKU J. Z. et al. Fungi in housefly (Musca domestica L.) as a disease risk indicator-A case study in South 
Africa. Acta Tropica, 140: 158–165, 2014. 
 
POVOLNÝ, D. Synanthropy. In: GREENBERG, B. (ed.), Flies and Disease: Ecology, classification, and biotic 
associations. Princeton: Princeton Univ. Press, v. 1, p. 17-54, 1971. 856 p. 
 
PRA, M. A. D. et al. Uso de cal virgem para o controle de Salmonella spp. e Clostridium spp. em camas de 
aviário. Ciencia Rural, v. 39, n. 4, p. 1189-1194, 2009. 
 
PRADO, A. P. P. Controle das principais espécies de moscas nas áreas urbanas. O Biológico, v. 65, n. 1/2, p. 95-
97, 2003. Disponível em: http://www.biologico.sp.gov.br/uploads/docs/bio/v65_1_2/prado.pdf. Acesso em: 
23 ago. 2019. 
 
PRETTY, J.; TOULMIN, C.; WILLIAMS, S. Sustainable intensification in African agriculture. International 
Journal of Agricultural Sustainability, v. 9, n. 1, 5-24, 2011. Disponível em: 
https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.3763/ijas.2010.0583. Acesso em: 09 out. 2019. 
 
PRETTY, J.; BHARUCHA, Z. P. Integrated Pest Management for Sustainable Intensification of Agriculture in 
Asia and Africa, v. 6, n. 1, p. 152-182, 2015. 
PUJOL-LUZ, J. R.; ARANTES, L. C.; CONSTANTINO, R. Cem anos da entomologia forense no Brasil (1908-
2008). Revista Brasileira de Entomologia, v, 52, n. 4, p. 485-492, 2008. 
 
SHANE, S. M.; MONTROSE, M. S.; HARRINGTON, K. S. Transmission of Campylobacter jejuni by the housefly 
(Musca domestica), Avian Diseases, v. 29, n. 2, p. 384-91, 1985. 
 
SANCHEZ-ARROYO, H.; CAPINERA, J. L. House fly, Musca domestica Linnaeus (Insecta: Diptera: Muscidae). 
UF/IFAS Extension Service, University of Florida, 2017. Disponível em: 
http://edis.ifas.ufl.edu/pdffiles/IN/IN20500.pdf. Acesso em: 16 ago. 2019. 
 
SANCHEZ-ARROYO, H.; JOHN, L.; CAPINERA, J. L. Musca domestica: Distribution, description and life 
cycle, damage and medical importance, economic hreshold, management and selected. University of Florida. 
Disponível em: http://entnemdept.ufl.edu/creatures/urban/flies/house_fly.HTM#ref. Acesso em: 2 ago. 2019. 
 
SALMERON, E. Subsídios para o manejo da resistência de Blattella germanica (L., 1767) (Dictyoptera: 
Blattellidae) a inseticidas. 2002. 118 fl. Tese (Doutorado em Entomologia) – Universidade de São Paulo, 
Piracicaba, 2002. 
 
SANCHEZ-ARROYO, H.; CAPINERA, J. L. House fly, Musca domestica Linnaeus (Insecta: Diptera: Muscidae), 
IFAS Extension University of Florida, 2014. 
 
SANCHEZ-ARROYO, H. House fly, Musca domestica Linnaeus. Entomology and Nematology Department, 
University of Florida, 2011. Disponível em: 
http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.594.65&rep=rep1&type=pdf. Acesso em: 29 jul. 2019. 
 
SANCHEZ-ARROYO, H.; CAPINERA, J. House fly-Muscadomestica L. Entomology & Nematology, 2008. 
 
SASAKI, T.; KOBAYASHI, M.; AGUI, N. Epidemiological potential of excretion and regurgitation by Musca 
domestica (Diptera: muscidae) in the dissemination of Escherichia coli O157: H7 to food. Journal of Medical 
Entomology, v. 37, p. 945-949, 2000. 
 
Ambiente e Saúde - 79 
SAVOPOULOU-SOULTANI, M. et al. Abiotic factors and insect abundance. A Journal of Entomology, v. 
2012, 2012. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/psyche/2012/167420/. Acesso em: 26 ago. 2019. 
 
SEOLIN DIAS, L. et al. Biodiversidade de moscas calliphoridae no lixão urbano de Presidente Prudente, São 
Paulo, Brasil. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.76, n. 4, p. 659-663, 2009. 
 
SCOTT, J. G. et al. A Case for Sequencing the Genome of Musca domestica (Diptera: Muscidae). Journal of 
Medical Entomology, v. 46, n. 2, p. 175-182, 2009. 
 
SCOTT, H. G.; LITTIG, K. S. Flies of public health importance and their control. U. S. Dept. of Health, 
Education and Welfare, Communicable Disease Center, 1962. 
 
SMALLEGANGE, R. C.; DEN OTTER, J. C. Houseflies, annoying and dangerous. In: Emerging pests and Vector-
borne Diseases in Europe. Ecology and control of vector-borne diseases, 2007. 
. 
SHEN, J. L.; PLAPP, F. W. Cyromazine resistance in the housefly (Diptera: Muscidae): genetics and cross-
resistance to diflubenzuron. Journal of Economic Entomology, v. 83, n. 5, p. 1690-1697, 1990. 
 
SHIELL, J. Y. Manure characteristics affecting the management of house fly (Musca domestica L.) populations in 
duck production facilities. 2015. Thesis. Master (Science Environmental Sciences), University of Guelph. 
Disponivel em: https://pdfs.semanticscholar.org/a6f1/a7e190adc5639f4dc573ec928809ea5b5ad3.pdf. Acesso 
em: 29 set. 2019. 
 
SKOVGARD, H.; JESPERSEN, J. B. Activity and relative abundance of hymenopterous parasitoids that attack 
puparia of Musca domestica and Stomoxys calcitrans (Diptera: Muscidae) on confined pig and cattle farms 
in Denmark. Bulletin of Entomological Research, n. 89, p. 263-269, 1999. 
 
SKOVGÅRD, H. Modelling biological control of stable flies by means of parasitoids. Environmental 
Protection Agency / Emne / Titel på publikation. 2017. Disponível em: 
https://www2.mst.dk/Udgiv/publications/2017/02/978-87-93529-69-4.pdf. Acesso em: 28 ago. 2019. 
 
SMITH, R. F.; BOSCH, V. D. R. Integrated control. In: KILGORE, W. W.; DOUTT, R. L. (Eds.). Pest control: 
biological, physical, and selected chemical methods. New York: Academic Press, 1967. p. 295-340. 
 
SRÁMOVÁ, H. et al. Epidemiological role of arthropods detectable in health facilities. Journal of Hospital 
Infection, v. 20, n. 4, p. 281-292, 1992. 
 
TAN, S.; YAP, K.; LEE, H. Mechanical transport of rotavirus by the legs and wings of Musca 
domestica (Diptera: Muscidae), Journal of Medical Entomology, v. 34, n. 5, p. 527-527, 1997. 
 
TAYLOR, M. A.; COOP, R. L.; WALL, R. L. Veterinary parasitology. 3. ed. Oxford: Blackwell Publishing, 2007. 874 p. 
 
TAYLOR, M. A.; COOP, R. L.; WALL, R. L. Veterinary Parasitology. Nova Jersey: John Wiley & Sons, 2015. 1032 p. 
 
TIQUIA, S.M.; TAM, N. F. Y.; HODGKISS, I. J. Effects of turning frequency on composting of spent pig-manure 
sawdust litter. Bioresource Technology, v. 62, n. 1, p. 37-42, 1997. 
 
TOMBERLIN, J. K. et al. A review of bacterial interactions with blow flies (Diptera: Calliphoridae) of medical, 
veterinary, and forensic importance. Annals of the Entomological Society of America, v. 110, n. 1, p. 19-36, 
2017. Disponível em: https://entomology.tamu.edu/forensicentomology/wp-
content/uploads/sites/2/2017/10/Tomberlin-et-al-2017.pdf. Acesso em: 25 ago. 2019. 
 
UGBOGU, O. C.; NWACHUKWU, N. C.; OGBUAGU, U. N. Isolation of Salmonella and Shigella species from house 
flies (Musca domestica l.) in Uturu, Nigeria. African Journal of Biotechnology, v. 5, n. 11, p. 1090-1091, 2006. 
 
WALL, R.; SHEARER, D. Athropods ectopoarasites of veterinary importance. Veterinary Entomology. 
Londres: Chapman and Hall, 1997. 439 p. 
 
80 
WALKER, E. D.; STACHECKI, J. A. Livestock pest management: a training manual for commercial pesticide 
applicators. Michigan: Michigan State University, 1996. 
 
 WANG, JIN-NA et al. Resistance of House Fly, Musca domestica L. (Diptera: Muscidae), to Five Insecticides 
in Zhejiang Province, China: The Situation in 2017. Canadian Journal of Infectious Diseases and Medical 
Microbiology, v. 2019. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/cjidmm/2019/4851914/. Acesso 
em: 5 out. 2019. 
 
WANARATANA, S.; PANYIM, S.; PAKPINYO, S. The potential of house flies to act as a vector of avian 
influenza subtype H5N1 under experimental conditions. Medical and Veterinary Entomology, v. 25, n. 1, p. 
58-63, 2011. 
 
WATSON, D. W.; KEITH, J. K.; RUTZ, D. A. Integrated management of flies in and around dairy and livestock 
barns. Entomology, NYS IPM Program 102DMFS450.00, 1994. Disponível em: 
https://ecommons.cornell.edu/bitstream/handle/1813/42360/barnflies-FS-
NYSIPM.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 24 ago. 2019. 
 
WELCH, R. M. Relative effectiveness of commercial fly traps and ammonium carbonate/yeast in catching 
house flies (Diptera: Muscidae). 2006. Thesis (Master of Science). University of Florida. Disponível em: 
http://etd.fcla.edu/UF/UFE0016282/welch_r.pdf. Acesso em: 09 out. 2019. 
 
WEST, L. S. The housefly. New York: Comstock Publishing Company, 1951. 584 p. 
 
WEINZIERL, R. et al. Insect attractants and traps. IFAS Publication Extension. Gainesville, Flórida: University 
of Florida, 2005. Disponível em: http://edis.ifas.ufl.edu/in080. Acesso em: 14 set. 2019. 
 
WEINZIERL, R. et al. 2005. Insect attractants and traps. IFAS Publication N. ENY 277. Accessed July 26, 2012. 
 
WIKIMEDIA COMMONS. Percentage of world population urban rural. Licensed under Attribution via 
Wikimedia Commons. 2016. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Percentage_of_World_Population_Urban_Rural.PNG#mediaview
er/File:Percentage_of_World_Population_Urban_Rural.PNG. Acesso em: 22 ago. 2019. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. World Health Expert committee on insecticides: 7 th report. 1957. 
88p. (Technical Report Series, 125). Disponível em: 
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/40380/WHO_TRS_125.pdf?sequence=1&isAllowed=y. 
Acesso em: 10 set. 2019. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION, GENEVA - WHO. Instructions for determining the susceptibility or resistance 
of house flies, tsetse, stable flies, blow flies, etc. to insecticides. Document WHO/VBC/ 81.813, 1981. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION, GENEVA – WHO (KEIDING, J.). The housefly: biology and control. 
Document WHO/VBC/86.937, 1986, 63 p. Disponível em: 
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/60254/WHO_VBC_86.937_eng.pdf?sequence=1&isAllow
ed=y. Acesso em: 8 set. 2019. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION, GENEVA – WHO. The housefly. Training and information guide. 
Document WHO/VBC/90.987, 1991. Disponível em; 
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/58637/WHO_VBC_90.987.pdf?sequence=1&isAllowed=y. 
Acesso em: 6 set. 2019. 
 
ZHU, F. et al. Insecticide resistance and management strategies in urban ecosystems. Insects, v. 7, n. 1, 
2016. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4808782/. Acesso em: 22 ago. 2019. 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 81 
C A P Í T U L O 4 
Panorama dos acidentes causados pela serpente cascavel (Crotalus durissus) no 
Brasil8 
 
Adriana Falco de Brito 9 
Rosa Maria Barilli Nogueira 10 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os acidentes ofídicos representam um grave problema de Saúde Pública e foram 
reinseridos na lista de doenças tropicais negligenciadas da Organização Mundial de Saúde 
(OMS) em 2017, quando o órgão publicou uma resolução com várias iniciativas para 
melhoria da situação nas áreas mais afetadas (CHIPPAUX, 2017; MEDIAVILLA, 2018). 
Estimativa da OMS aponta cerca de 5 milhões de acidentes ofídicos por ano, que resultam 
em até 2,7 milhões de envenenamentos. São relatadas anualmente entre 81.000 e 138.000 
mortes, além de cerca de 400.000 amputações e outras incapacidades permanentes. 
Muitos acidentes ofídicos não são notificados, ou porque as vítimas procuram tratamentos 
não médicos ou porque não têm acesso a cuidados de saúde. Acredita-se, portanto, que 
esse número seja resultado de subnotificação (OMS, 2018). 
A soroterapia é o tratamento padrão, com uso de soro antiofídico produzido 
geralmente em equinos. O processo é caro e sofre com problemas de regionalização das 
espécies de serpentes, distribuição e manutenção quando o produto não é liofilizado, 
prazos de validade curtos do produto e dificuldade de acessibilidade quando necessário em 
áreas isoladas (CHIPPAUX, 2017). 
 
8 Este capítulo é a revisão de literatura da Tese da Doutorado de Adriana Falco de Brito, defendida em 04 de 
dezembro de 2018 junto ao programa de Doutorado em Fisiopatologia e Saúde Animal, área de Ciências 
Agrárias: Medicina Veterinária da Universidade do Oeste Paulista-UNOESTE com o título "Comparação clínica 
e laboratorial dos efeitos do veneno bruto das serpentes Crotalus durissus collilineatus e Crotalus durissus 
terrificus em ratos Wistar". 
9 Doutora em Fisiopatologia e Ciência Animal pela Universidadedo Oeste Paulista (UNOESTE) de Presidente Prudente/SP; 
Mestre em Vigilância Sanitária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Botucatu/SP; Docente da disciplina de 
Medicina Veterinária Preventiva do curso de Medicina Veterinária da Unoeste, Presidente Prudente/SP. E-mail: 
adrianabrito@unoeste.br 
10 Doutora em Clínica Médica área de Toxicologia animal pela UNESP de Botucatu/SP; Mestre em Clínica Médica 
pela UNESP de Botucatu/SP; Docente da disciplina de Toxicologia Animal no curso de graduação em Medicina 
Veterinária; Docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Ciência Animal da Unoeste, Presidente Prudente, 
Coordenadora do Curso de Graduação em Medicina veterinária da Unoeste. E -mail: rosa@unoeste.br 
 
82 
As consequências dos envenenamentos envolvem a família toda. Em muitos casos 
eles aumentam os níveis de pobreza e pode haver estresse pós-traumático; as famílias 
gastam suas poupanças ou têm que pedir empréstimo para pagar pelo tratamento. O 
acesso ao soro antiofídico e ao tratamento é precário em países de baixo desenvolvimento 
e em zonas rurais. O custo benefício de produção leva à interrupção de produção pelos 
grandes laboratórios, há dificuldade de distribuição de produtos biológicos por falta de 
fornecimento de energia elétrica e falhas de treinamento das equipes de saúde 
(MEDIAVILLA, 2018; SERVA, 2018). 
O custo médio do tratamento e o cálculo das DALYs (Disability Adjusted Life Years – 
Esperança de Vida corrigida pela Incapacidade) não são facilmente encontrados, mas apenas 
o custo do soro antiofídico pode variar de US$ 50 a US$ 640. Na Índia, em 2010, o tratamento 
custava em média US$ 5150, podendo dobrar por causa de complicações (WHO, 2018). 
Mediavilla (2018) cita que, na Espanha, cada internação custaria cerca de €2000,00 
(R$8566,00). Kasturiratne et al. (2017) estimaram as DALYs em 11,01 a 15,076 anos no Sri 
Lanka como resultado de acidentes ofídicos. 
Habib e Brown (2018) discutem em seu artigo que as manifestações psiquiátricas pós-
acidente incluem depressão e estresse pós-traumático e podem afetar as vítimas, suas 
famílias e a comunidade local de maneira crônica, especialmente em comunidades rurais 
com agricultura de subsistência, onde são comuns. O impacto geral dos acidentes ofídicos na 
agricultura familiar não costuma ser formalmente calculado e, embora os acidentes ofídicos 
tenham um impacto alto em DALYs quando comparado a outras doenças negligenciadas, sua 
parcela no orçamento dos sistemas de saúde costuma ser menor. 
O custo médio do tratamento dos acidentes ofídicos por DALY é mais baixo que o de 
outros problemas de saúde e, portanto, o custo benefício do tratamento antiofídico na 
prevenção de morte e sequelas é alto, devendo ser levado em consideração e ser tratado 
com prioridade (BROWN; LANDON, 2010; HABIB et al., 2015). Apesar de seu amplo impacto 
nas famílias e comunidades atingidas, há falta de investimento até por entidades 
filantrópicas, que priorizam enfermidades transmissíveis ou preveníveis por vacinas 
(CALVETE et al., 2018). 
Ambiente e Saúde - 83 
No Brasil o soro antiofídico para uso humano é fornecido ao Ministério da Saúde 
pelos laboratórios produtores oficiais brasileiros: Instituto Butantã (SP), Instituto Vital 
Brazil (RJ) e Fundação Ezequiel Dias (MG). A solicitação das doses e manutenção dos 
estoques é responsabilidade dos Estados e Municípios, a partir dos dados epidemiológicos 
de ocorrência (AQUINO; SOUZA; ABREU, 2017). 
O soro antiofídico brasileiro é líquido e necessita de refrigeração para transporte a 
armazenamento. Há soros liofilizados disponíveis na América Latina, mas não há 
importação destes produtos. Um dos problemas para a importação é a falta de 
especificidade do produto, já que não seria produzido com o veneno de serpentes locais. O 
custo por dose do soro líquido é de R$ 150 a R$ 200. Para haver produção nacional de soro 
liofilizado, o investimento em uma máquina de liofilização giraria em torno de R$ 3,8 milhões 
e o custo do frasco de soro liofilizado seria cerca de 50% maior (SERVA, 2018). 
Em estudo realizado no Estado de Roraima, o número médio de ampolas de soro 
antiofídico utilizado por tratamento variou de 6,5 a 11,5 com falhas no conhecimento 
clínico e epidemiológico para a real classificação do quadro e, por consequência, 
administração inadequada de doses. Os mesmos autores citam que a produção do soro 
utilizado na região é realizada em outros estados com espécies que não representam a 
fauna regional (RORIZ et al., 2018). 
A realidade é que hospitais em áreas onde acidentes ofídicos são comuns nem 
sempre conseguem manter estoque necessário de soro antiofídico, mesmo que os pacientes 
tenham condições de pagar pelo tratamento. Isso aumenta o tempo decorrido entre o 
acidente e o início do tratamento, pois as vítimas necessitam de transporte para hospitais 
mais distantes (HABIB; BROWN, 2018). O tempo máximo considerado adequado descrito na 
literatura médica é de 6 horas. No estudo de Roriz et al. (2018), 72,7% dos pacientes levaram 
mais de 6 horas entre a picada e a chegada ao hospital, tempo relacionado à distância entre 
o domicílio e o hospital de referência para tratamento antiofídico. 
Devido ao amplo território e grande diversidade de espécies de serpentes 
peçonhentas, o Brasil apresenta o maior índice de acidentes ofídicos da América Latina, 
com cerca de 26 a 29 mil casos por ano, seguido pela Venezuela (7000), Colômbia (3000) e 
Equador (1400 – 1600). Segundo os últimos dados, houve uma redução nos impactos 
regionais dos acidentes, relacionada às melhorias no atendimento aos pacientes. As regiões 
Centro-Oeste e Norte do Brasil possuem a maior proporção de casos de ofidismo em 
relação ao número de habitantes (RORIZ et al., 2018). 
 
 
84 
Bochner e Struchiner (2003) realizaram uma revisão de relatos de acidentes ofídicos no 
Brasil e observaram que as variáveis presentes em mais de 50% dos estudos - como sexo, idade, 
mês de ocorrência, local da picada, gênero da serpente, tempo decorrido entre o acidente e o 
atendimento e evolução - já haviam sido descritos por Vital Brazil em 1901. Segundo eles, o 
perfil dos acidentes se mantém inalterado ao longo dos últimos 100 anos no Brasil. Ocorrem 
com maior frequência no início e no final do ano, em pessoas do sexo masculino, em 
trabalhadores rurais, na faixa etária produtiva de 15 a 49 anos; atingem sobretudo os membros 
inferiores. A maioria desses acidentes é atribuída ao gênero Bothrops. 
Na tabela 01 encontra-se distribuído o número de notificações e óbitos causados 
por acidentes com diferentes tipos de serpentes no Brasil, no período entre 2007 a 2016 
(BRASIL, 2018). Apesar do acidente crotálico não ser o mais comum, é o que possui maior 
letalidade (8,12%) quando comparado aos outros acidentes ofídicos (Tabela 1). Em grande 
parte dos acidentes não há identificação da espécie agressora e o diagnóstico do tipo de 
envenenamento é baseado apenas em critérios clínicos e epidemiológicos. Há problemas 
de preenchimento dos formulários, em 28400 prontuários a causa da morte está assinalada 
como ignorada ou em branco. Não há como identificar quais seriam as outras causas de 
óbito relacionadas aos acidentes ofídicos. 
 
Tabela 1: Acidentes por animais peçonhentos - Notificações registradas no Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação – Brasil 
Notificações por Tipo Serpente e Evolução do caso. Período: 2007-2016 
 
Tipo Serpente Ign/Branco Cura 
Óbito pelo agravo 
notificado (Letalidade) 
Óbito por outra 
causa Total 
Bothrops 24656 176864 752 (3,05%) 69 202341 
Crotalus 2351 18230 191 (8,12%) 16 20788 
Micrurus 276 1832 5 (1,81%) - 2113 
Lachesis 1117 7189 60 (5,37%) 3 8369 
Total 28400 204115 1008 (3,5%) 88 233611 
 
Fonte: Brasil (2018). 
 
Castro (2006) cita que a incidência de casos de acidentes ofídicos no Brasil tinha 
média de 20 mil casos por ano em 1992, sendo 86,16% deles acidentesbotrópicos e 8,94% 
crotálicos, número que se manteve inalterado pelo observado no Quadro 1. Em adição, a 
mortalidade geral seria de 6% à época. A letalidade geral dos acidentes observada entre 2007 
e 2016 foi de 3,5%, o que representa uma queda significativa. Duarte e Menezes (2013) 
citam que o acidente crotálico é responsável por 7,7% dos 20 mil acidentes ofídicos 
ocorridos no Brasil. 
Ambiente e Saúde - 85 
Não há obrigatoriedade da notificação dos acidentes ofídicos em Medicina 
Veterinária. Em um estudo retrospectivo dos dados dos prontuários de atendimento no 
período de 1972 a 1989 junto ao Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina 
Veterinária e Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu, foram registrados 149 acidentes 
ofídicos, sendo 128 causados por Bothrops, 11 por Crotalus e 10 sem identificação. 
Dentre os acidentes, 103 ocorreram em caninos, 22 em equinos, 17 em bovinos, quatro 
em caprinos, dois em felinos e um em suíno (BICUDO, 1994). 
Tokarnia e Peixoto (2006) realizaram um levantamento sobre a importância dos 
acidentes ofídicos em bovinos no Brasil e concluíram que as opiniões sobre o assunto eram 
divergentes entre os profissionais da área. Os diagnósticos eram realizados a distância, sem 
avaliação clínica ou laboratorial e sem realização de necropsia ou histopatologia e que, 
baseados nos dados e em sua experiência, acidentes ofídicos fatais em bovinos seriam 
menos frequentes do que se acredita. 
Santos et al. (2013) citam que no Hospital Veterinário da Escola de Veterinária da 
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram atendidos 10 cães envenenados por 
serpentes no ano de 2012 até maio de 2013, sendo nove acidentes crotálicos e um 
botrópico. Os diagnósticos caninos foram realizados com base na identificação da serpente, 
nas manifestações clínicas e achados laboratoriais. 
Considerando a complexidade dos acidentes ofídicos, seu alto custo e riscos durante 
o tratamento, o diagnóstico clínico e laboratorial preciso é fundamental para que o 
profissional de saúde possa atuar de forma eficaz. Conhecer as alterações clínicas e 
laboratoriais facilita o diagnóstico correto e a avaliação da gravidade do quadro, orientando 
o tratamento do paciente. 
O objetivo geral deste estudo foi analisar os efeitos clínicos, laboratoriais, locais de 
ocorrência e distribuição dos acidentes no Brasil relacionados a peçonha bruta do gênero 
Crotalus durissus. 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
 
Classificação das serpentes 
 
Serpentes estão amplamente distribuídas pelo mundo com maior concentração em 
regiões tropicais e subtropicais; não há serpentes na Antártida. Já foram descritas cerca de 
2.900 espécies de serpentes, de 465 gêneros e 20 famílias (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA 
SAÚDE - OMS, 2018). Seu corpo é alongado e recoberto por escamas, não possuem ouvidos 
86 
externos nem apêndices locomotores. Sua respiração é pulmonar e a língua é delgada e 
bífida, relacionada com o sentido do olfato. São poiquilotérmicas e dependem de fonte 
externa de calor para a manutenção da temperatura corporal (BLANCO; MELO, 2014a). 
Aproximadamente 250 espécies de serpentes são listadas pela OMS como sendo de 
importância médica em razão do dano que seu veneno pode causar. As serpentes podem ser 
encontradas em 160 países do mundo (Figura 1). O ofidismo é um problema de saúde pública 
particularmente importante em áreas rurais de países tropicais e subtropicais situados na 
África, Oriente Médio, Ásia, Oceania e América Latina (OMS, 2018). 
 
Figura 1: Quantidade relativa de espécies de serpentes com importância médica 
 
 
Fonte: Organização Mundial de Saúde (2018). 
 
 
Longbottom et al. (2018) realizaram um estudo global e seus dados mostram que 
cerca de 6,85 bilhões de pessoas vivem em áreas habitadas por serpentes peçonhentas, 
sendo que 146,7 milhões delas em áreas remotas, onde faltam recursos médicos 
eficazes. Há disponibilidade de soro antiofídico apenas contra 159 (57%) das espécies 
de serpentes conhecidas. 
Ambiente e Saúde - 87 
O Brasil apresenta uma das mais ricas faunas do Planeta, sendo conhecidas 366 
espécies de serpentes, pertencentes a 10 famílias: Anomalepididae (6 espécies), 
Leptotyphlopidae (14), Typhlopidae (6), Aniliidae (1), Tropidophiidae (1), Boidae (12), 
Colubridae (34), Dipsadidae (237), Elapidae (27) e Viperidae (28). Dessas, 15% (55 espécies) 
são consideradas peçonhentas e são responsáveis por até 20 mil acidentes ofídicos 
anualmente no país (BERNARDE, 2011). As serpentes peçonhentas no país pertencem a 
duas famílias: Viperidae (acidentes botrópico, crotálico e laquético) e Elapidae (acidente 
elapídico) (BLANCO; MELO, 2014a). 
A família Viperidae apresenta cabeça triangular, olhos pequenos com pupilas em 
fendas e um par de fossetas loreais (Figura 2). Situada entre as narinas e os olhos, a 
fosseta funciona como órgão sensorial termo receptor, captando também as vibrações 
do ar, por intermédio da membrana que reveste o septo entre suas duas câmaras 
(BLANCO; MELO, 2014a). Segundo a FUNASA (2001), a presença da fosseta loreal indica 
com segurança que a serpente é peçonhenta. É encontrada nos gêneros Bothrops, 
Crotalus e Lachesis, daí a denominação popular de “serpente de quatro ventas”. Todas as 
serpentes destes gêneros são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos e 
móveis, situados na porção anterior do maxilar. 
 
 Figura 2: Detalhe da cabeça de uma cascavel e da fosseta loreal (seta) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Blanco e Melo (2014a). 
 
 
A dentição das serpentes é uma característica importante, pois a inoculação do 
veneno depende de presas apropriadas para esta função. De acordo com a dentição as 
serpentes podem ser classificadas em quatro grupos: áglifa - não apresenta presas 
inoculadoras de veneno, os dentes são maciços, sem canal central nem sulco externo – são 
88 
as serpentes não peçonhentas, como as jiboias e as sucuris; opistóglifa - possui duas ou 
mais presas com sulco externo na posição posterior do maxilar superior - fazem parte deste 
grupo as falsas corais; proteróglifa - dotada de um par de presas fixas com um canal central, 
localizadas na posição anterior do maxilar superior - característica das corais verdadeiras; 
solenóglifa - possui um par de presas inoculadoras grandes pontiagudas e retráteis, com 
um canal central, localizadas na porção anterior do maxilar superior (Figura 3); está 
presente nas jararacas, cascavéis e surucucus (BLANCO; MELO, 2014a). 
O veneno é produzido pelas glândulas de veneno supralabiais, presentes nos dois lados 
da cabeça, ao longo dos maxilares. A constituição dos venenos é bastante complexa, contendo 
toxinas com diversas atividades (BLANCO; MELO, 2014a). As principais frações do veneno 
crotálico são: crotoxina, crotamina, giroxina e convulxina (BLANCO; MELO, 2014b). 
 
Figura 3: Dentição solenóglifa presente nas cascavéis 
 
 
 
Fonte: FUNASA (2001). 
 
A cauda também é importante item para identificação das espécies dessa família 
(Figura 4). A presença do guizo ou chocalho identifica as serpentes do gênero Crotalus. A 
quantidade de anéis (Figura 5) está relacionada ao número de trocas de pele e à possível 
idade da serpente (FUNASA, 2001). 
 
Figura 4: Características das caudas das serpentes peçonhentas 
 
 
 
Fonte: FUNASA (2001). 
Ambiente e Saúde - 89 
 Figura 5: Guizos de Crotalus durissus terrificus com quantidade diferente de anéis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Blanco e Melo (2014b). 
 
 
 
Gênero Crotalus e a espacialização dos acidentes 
 
As serpentes do gênero Crotalus (Figura 6) encontram-se de modo geral em campos 
abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas, encostas de morro, cerrados e, raramente, na 
faixa litorânea ou nas florestas úmidas (BLANCO; MELO 2014b). 
 
 Figura 6: Crotalus durissus, Américado Sul 
 
 
 
 Fonte: Willians (2017). 
90 
Estão representadas, no Brasil, por uma única espécie, a Crotalus durissus (C. d.) e 
distribuídas em seis subespécies: C. d. terrificus, C. d. collilineatus, C. d. cascavella, C. d. 
ruruima, C. d. marajoensis e C. d. trigonicus (SAKATE, 2002; BERNARDE, 2011; BLANCO; 
MELO 2014b). Popularmente são conhecidas por cascavel, cascavel-quatro-ventas, 
boicininga, maracamboia, maracá e outras denominações populares. Não costumam atacar 
e, quando provocadas, denunciam sua presença pelo ruído característico do guizo ou 
chocalho (FUNASA, 2001). As serpentes do gênero Crotalus têm distribuição irregular no 
Brasil, o que determina variações na frequência de registros de acidentes humanos. As 
subespécies C. d. terrificus e C. d. collilineatus são as mais frequentes no Sudeste 
(AZEVEDO-MARQUES; CUPO; HERING, 2003). 
Ingenloff e Peterson (2015) utilizaram modelos de nicho ecológico para identificar 
corredores potenciais de dispersão das serpentes do gênero Crotalus durante o Pleistoceno 
(2.5 milhões e 11,7 mil anos atrás). Os estudos indicaram duas possíveis rotas de dispersão 
durante o último ciclo glacial que resultaram nas duas áreas de distribuição atual do gênero 
em habitats norte e sul da Bacia Amazônica. 
É consenso que as espécies de C. durissus são derivadas de um ancestral norte 
americano, podendo ser vistas em áreas secas do México até a Argentina. São ausentes na 
América Central e na floresta amazônica, mas sua distribuição tem sido alterada pela 
atividade humana. A fragmentação da floresta amazônica e as enchentes se tornaram 
variáveis importantes de dispersão desse gênero (DUARTE; MENEZES, 2013). A figura 7 
mostra a alteração de distribuição do gênero no Brasil segundo fonte oficial do MS (A) e 
uma mais recente (B), com indicação de mapeamento das diferentes subespécies. 
 
Figura 7: Distribuição da espécie Crotalus durissus no Brasil 
 
 
 
Fonte: A: Funasa (2001), B: Guidolin et al. (2013). 
Ambiente e Saúde - 91 
A classificação taxonômica das serpentes tem sofrido mudanças, o que pode gerar 
certa confusão no meio científico. As cascavéis, comumente descritas como pertencentes 
ao gênero Crotalus, foram alocadas no gênero Caudisona (BERNARDE, 2011). Blanco e Melo 
(2014b) relatam que esta classificação logo deixou de ser aceita. 
 
Composição do veneno crotálico 
 
A composição química das peçonhas é uma mistura extremamente complexa de 
proteínas farmacológica e bioquimicamente ativas e as lesões resultantes de sua 
inoculação, além de dependerem da natureza dos elementos dessa mistura, dependem 
também da interação biológica entre cada um deles (DAL PAI; NETO, 1994). 
O principal componente da peçonha das serpentes do gênero Crotalus é uma 
neurotoxina fosfolipase A2 denominada crotoxina. Outras toxinas importantes foram 
identificadas, como a giroxina, que é uma serinoprotease trombina like, um agregador de 
proteínas denominado convulxina e um polipeptídeo miotóxico conhecido como 
crotamina (LIMA et al., 2018). 
Céspedes et al. (2010) compararam na Colômbia a composição proteica e a ação da 
peçonha bruta (PB) de oito espécimes de C. d. cumanensis. Diferenças nos perfis proteicos, 
letalidade, propriedades hemolítica, coagulante e desfibrinante foram observadas, 
confirmando a alta variabilidade do veneno das espécies de Crotalus. 
Boldrini-França et al. (2010) compararam a composição dos venenos das C. d. 
cascavella e C. d. collilineattus e concluíram que a PB dessas espécies possui entre 20 a 25 
toxinas principais e que as espécies compartilham cerca de 90% da composição da 
peçonha. A fração crotamina representou 20,8% em média das proteínas totais da PB da C. 
d. collilineatus, mas estava ausente na PB da C. d.cascavella. A crotoxina neurotóxica foi a 
fração mais abundante nos dois venenos e frações miotóxicas tiveram concentrações mais 
baixas na PB da C. d. collilineatus. Baseados nesses achados, os autores discutem a eficácia 
dos antivenenos produzidos. 
De Oliveira et al. (2009) realizaram análise comparativa da variação na composição 
do veneno de 22 espécimes de C. d. collilineatus. Houve diferenças qualitativas e 
quantitativas significativas. Alguns componentes do veneno foram identificados pela 
primeira vez em C. d. collilineatus, como a glutationa peroxidase, fator de crescimento 
nervoso, 5'-nucleotidase, enzima conversora de angiotensina, carboxipeptidase, 
fosfodiesterase, glutaminil ciclase e fosfolipase B. Em relação à atividade da hialuronidase, 
92 
dois venenos não apresentaram atividade enzimática detectável nas quantidades testadas. 
Além disso, o envenenamento crotálico in vivo em camundongos mostrou que venenos de 
diferentes espécimes resultaram em alterações diferentes de parâmetros bioquímicos e 
imunológicos, como CK e interleucina 6 (IL6). Este estudo demonstrou variações 
intraespecíficas significativas no veneno de C. d. collilineatus, que podem ter impacto no 
diagnóstico dos acidentes e na produção e eficácia da terapia antiveneno. 
 
Crotoxina 
 
Cerca de 50% da fração do veneno é o complexo molar de proporção 1:1 
denominado crotoxina. Esta é formada por uma fração básica, chamada crotoxina B, com 
atividade fosfolipase A2, e uma fração ácida chamada crotoxina A ou crotapotina, sem 
atividade enzimática (PUIG et al., 1995). A crotapotina de C. d. terrificus apresenta um 
padrão de substituição de aminoácidos que produziriam dez tipos de crotapotinas 
diferentes (DE OLIVEIRA, 2017). Quando um componente da crotoxina é separado do 
outro, seu efeito tóxico é praticamente anulado, sendo dez vezes menor que a sua forma 
associada (SAMPAIO et al., 2010). 
A fração crotoxina produz efeitos tanto no sistema nervoso central (SNC) como no 
sistema nervoso periférico (SNP). Causa lesões na junção neuromuscular e fibras 
musculares, provocando bloqueio periférico irreversível da transmissão neuromuscular, 
podendo levar o paciente a óbito por paralisia respiratória. Tem efeito bifásico na exocitose 
da acetilcolina, atuando em canais iônicos e desencadeando falhas na liberação de 
acetilcolina na pré-sinapse. Ação pós-sináptica por dessensibilização do receptor nicotínico 
não pode ser excluída (CAVALCANTE et al., 2017). 
As neurotoxinas são classicamente divididas em pré e pós-sinápticas, e estudos revelam 
que algumas neurotoxinas produzem redução do número de vesículas sinápticas do terminal 
motor das junções neuromusculares. Estes distúrbios podem estar relacionados ao mecanismo 
de reciclagem da membrana axolemal, durante os fenômenos de reconstituição das vesículas 
sinápticas ou à atividade fosfolipásica (DAL PAI; NETO, 1994). Ribeiro et al. (2012) estudaram 
os efeitos da crotoxina na indução de paralisia em músculo extraocular e concluíram que ela 
apresentou efeito semelhante ao da toxina botulínica tipo A. 
Ambiente e Saúde - 93 
A maior parte dos venenos ofídicos possui atividade fosfolipásica e, sendo a 
bainha de mielina constituída de lipídios, pode-se admitir que, dependendo da 
concentração dessa enzima, lesões de componentes nervosos intramusculares podem 
ocorrer. Após quatro a seis horas da inoculação da crotoxina são observadas lesões 
subsarcolêmicas com edema intramitocondrial e, após 24 a 48h, as mitocôndrias 
apresentam depósitos densos, com elevada concentração de cálcio. Na inoculação de 
fosfolipase A2, observou-se necrose com qualquer dose; concluindo, portanto, que as 
lesões provocadas pela crotoxina, embora mais graves, são as mesmas causadas pela 
fosfolipase A2 (GOPALAKRISHNAKONE et al., 1984; KINI; EVANS, 1989). 
A crotoxina também é capaz de produzir uma miotoxicidade moderada. Na 
atualidade, várias isoformas têm sido isoladas (TOYAMA et al., 2000). A atividade miotóxica 
ocorre por alteração nos canais de sódio da membrana plasmática das células musculares. 
Há liberação maciça de mioglobina e rabdomiólise com aumento nosníveis de CK, 
desidrogenase láctica (DHL) e AST (CASTRO, 2006). Silva et al. (2012), em estudo de 
inoculação em pele de dorso de ratos Wistar, concluíram que não ocorrem manifestações 
clínicas macroscópicas visíveis da crotoxina, apesar dos efeitos edematogênico, 
inflamatório e necrosante. 
 
Crotamina 
 
A crotamina é um polipeptídeo básico muito menos tóxico que a crotoxina. Representa 
entre 10 a 25% do peso seco da peçonha bruta e nem todas as serpentes do gênero Crotalus 
expressam essa fração (LIMA et al., 2018). Ela ativa canais de sódio quase exclusivamente na 
membrana celular e nas fibras do músculo esquelético, induzindo um influxo desse cátion. A 
crotamina despolariza o músculo esquelético por meio de um mecanismo que envolve a 
participação de canais de sódio tetrodoxina sensíveis, enquanto a miotoxina promove a 
liberação do cálcio citoplasmático, através do receptor de riodine. Outro dado importante da 
crotamina recai sobre a sua potente ação analgésica, muitas vezes comparada à morfina, 
observada primeiramente em ratos (HUDELSON; HUDELSON, 1995; MANCIN et al., 1998). 
Há indícios de que a musculatura esquelética seja o seu principal alvo de ação. A 
principal característica observada em inoculação experimental de crotamina pura em 
animais de laboratório é a síndrome da paralisia dos membros seguida de morte por 
paralisia respiratória. Esse efeito é dose dependente e representa uma vantagem evolutiva 
no ciclo natural uma vez que facilita a captura da presa (LIMA et al., 2018). 
94 
Giroxina 
 
A giroxina, descrita por Barrio em 1961 e isolada por Barrabin et al. 1978, produz 
sintomas labirínticos e não é considerada letal. É uma enzima trombina símile com ação 
indutora de coágulos, pertencente ao grupo das serinoprotease, enzimas catalíticas que 
clivam ligações peptídicas nas quais uma serina é o aminoácido nucleofílico no sítio ativo. 
Pode, também, ter atividade esterásica, por induzir efeitos motores como espasmos, 
opistótono, arreflexias, parestesia e alterações do equilíbrio, culminando na síndrome de 
rolamento em barril, no qual o animal executa giros em seu próprio eixo longitudinal, 
aparentemente devido a convulsões de origem central, como sugerido por 
eletroencefalogramas (SILVA et al., 2016). 
Costa et al. (2018) purificaram e isolaram uma nova isoforma de giroxina a partir de 
C. d. terrificus com efeito pró inflamatório significativo. Os autores estudaram sua 
capacidade de causar edema pela via metabólica do ácido araquidônico envolvendo vários 
tipos de mediadores. 
 
Convulxina 
 
A convulxina induz a síntese de tromboxano A2. É um potente agregador 
plaquetário com atividade similar à da trombina causando agregação plaquetária ou 
aglutinação plaquetária in vitro com transformação do fibrinogênio sérico em fibrina 
(BARRAVIERA, 1994; FRANCISCHETTI et al., 1997; BLANCO; MELO, 2014b). Outros sinais 
clínicos atribuídos à convulxina são o aparecimento de convulsões, alterações circulatórias 
e respiratórias (AMARAL; MAGALHÃES; REZENDE, 1991). 
 
Sinais clínicos 
 
Roriz et al. (2018) relatam que a identificação da serpente agressora é realizada 
pelo conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo paciente no momento do 
atendimento. O sinal mais evidente em humanos é a facies miastenica, resultado da 
atividade neurotóxica do veneno crotálico. Nas primeiras seis horas há ptose palpebral, 
oftalmoplegia, visão turva ou diplopia. Queixas menos frequentes são dificuldade de 
deglutição, de respiração e alterações de olfato e paladar. Há mioglobinúria e dores 
musculares generalizadas, resultado da ação miotóxica. Pode haver incoagulobilidade 
sanguínea em cerca de 40% dos pacientes, devido à ação coagulante da fração tipo 
trombina do veneno (PINHO; PEREIRA, 2001; AZEVEDO-MARQUES; CUPO; HERING, 2003). 
Ambiente e Saúde - 95 
Envenenamento experimental em equinos causou aumento de volume no local de 
inoculação (escápula) que se estendeu por todo o membro, apatia e cabeça baixa, 
alterações locomotoras evidenciadas pelo arrastar das pinças no solo, decúbito e 
dificuldade para levantar, redução dos reflexos auricular, palatal, do lábio superior e de 
ameaça, e aumento das frequências cardíaca e respiratória (LOPES et al., 2012). O edema 
no local de inoculação visto em equinos não pôde ser observado em outras espécies de 
produção e, apesar de relatado em literatura como frequente, não foi observada 
hemoglobinúria nem lesões renais em bovinos e equinos (TOKARNIA et al., 2014). 
Inoculação experimental em bubalinos e bovinos de PB de C. d.terrificus produziu 
quadro nervoso com paralisia flácida e hipotonia muscular generalizada. Nos bubalinos 
não houve paralisia ocular, observada nos bovinos. Os bubalinos foram mais resistentes 
aos efeitos do veneno. O edema no local de inoculação foi quase imperceptível e facilmente 
passaria despercebido durante exame clínico e na necropsia, dificultando o diagnóstico 
correto (BARBOSA et al., 2011). 
Lago et al. (2000) inocularam bovinos experimentalmente e os animais apresentaram, 
cronologicamente, as seguintes alterações a partir da segunda hora: apatia, cabeça baixa, 
letargia profunda e edema discreto no local da inoculação; em seis horas o edema local 
desapareceu e mioclonias foram observadas nas grandes massas musculares; em 10 horas, 
houve diminuição do tônus muscular e de reflexos superficiais, aparecimento de 
incoordenação motora e decúbito esternal; em 14 horas, observaram-se movimentos de 
pedalagem e diminuição da sensibilidade profunda; em 16 horas houve paralisia flácida dos 
membros pélvicos; e, a partir da 20ª hora, surgiram dispneia, sialorreia e morte de todos os 
animais. A duração do curso clínico foi de 28 ± 9 horas e, muito embora estas alterações 
clínicas sejam comuns a outras doenças, os autores julgam que a rapidez e a ordem com que 
aparecem seja um fator determinante no diagnóstico diferencial. 
Em cães, o edema no local de inoculação é discreto nas primeiras horas, podendo 
desaparecer após 6h. Geralmente, não se consegue identificar o local da picada, e o 
animal não apresenta sinais nociceptivos. Após 24h aproximadamente, surge mialgia, 
decorrente do efeito miotóxico do veneno e mioglobinúria. Os cães atendidos no 
Hospital Veterinário da UFMG apresentaram oftalmoplegia; midríase bilateral; boca 
aberta e disfagia (devido paralisia flácida dos músculos mandibulares) acompanhada de 
sialorreia; paralisia flácida (especialmente dos membros posteriores); ataxia; perda dos 
reflexos superficiais e profundos; sedação em graus variados; redução da frequência 
cardíaca; diminuição da pressão arterial; dispneia, taquipneia, insuficiência respiratória 
96 
aguda e vômitos (SANTOS et al., 2013). Os mesmos sinais foram observados por 
Nogueira et al. (2007a). No local da inoculação, houve edema discreto, além de áreas 
focais e multifocais de coloração esbranquiçada, bem marcadas, devido à degeneração 
e necrose, resposta do linfonodo poplíteo e discreta atividade mio regenerativa 
(NOGUEIRA et al., 2007b). 
O acidente crotálico tem como complicações a insuficiência renal aguda e a 
insuficiência respiratória aguda. A insuficiência renal aguda é a principal causa de morte 
dos pacientes picados, geralmente ocorrendo nos casos graves ou tratados tardiamente. 
A dispneia com insuficiência respiratória é atribuída à paralisia muscular transitória 
(BLANCO; MELO, 2014b). Sangiorgio et al. (2008) avaliaram aspectos histopatológicos em 
envenenamentos experimentais de cães com veneno de C. d. terrificus. Houve mionecrose no 
membro inoculado, degeneração tubular renal, hiperplasia linfoide do baço e hepatite reativa 
inespecífica, demonstrando a antigenicidade e ação do veneno no sistema imunológico. 
 
Alterações Laboratoriais 
 
Em seres humanos há lesão de fibras musculares e rabdomiólise com liberação 
de enzimas e mioglobina. Há aumento de CK, DHL, AST e ALT séricas.A CK-MB pode se 
encontrar elevada em torno de 6% do total da CK. Biópsias musculares mostram necrose 
de fibras musculares mesmo em pontos distantes da picada (AZEVEDO-MARQUES; 
CUPO; HERING, 2003). 
Em intoxicação experimental em cães com peçonha bruta de C. d. terrificus, 
Nogueira et al. (2007a) observaram diminuição dos níveis de eritrócitos, hemoglobina e 
hematócrito, leucocitose com neutrofilia, diminuição do número de linfócitos e eosinófilos. 
Houve trombocitopenia, hipocelularidade em medula óssea e redução nos níveis de 
fibrinogênio seis horas após a inoculação do veneno. Incoagulabilidade sanguínea foi a 
alteração mais frequente, iniciada uma hora após a inoculação do veneno e retornando à 
normalidade 18 horas após a terapia com soro antiofídico. Embora incoagulabilidade e 
trombocitopenia tenham sido observadas, não houve sangramento importante. 
A urinálise dos cães mostrou alteração de cor, proteinúria, sangue oculto e 
mioglobinúria seis horas após a administração do veneno, confirmando a atividade 
miotóxica (rabdomiólise) relacionada aos componentes crotoxina e crotamina. Os níveis de 
ureia e creatinina se mantiveram dentro da normalidade. Acidose respiratória na 
gasometria e dispneia foram observadas seis horas após a inoculação do veneno em todos 
os grupos experimentais (NOGUEIRA et al., 2007b). 
Ambiente e Saúde - 97 
Nos exames complementares, o perfil sanguíneo de animais intoxicados mostra 
aumento dos tempos de Coagulação (TC), Protrombina (PT) e Tromboplastina Parcial 
Ativada (TTPa), diminuição significativa de fibrinogênio, leucocitose com neutrofilia e 
aumentos das enzimas CK, DHL e AST. Na urinálise, são frequentes mioglobinúria, 
proteinúria e cilindrúria em graus variados (SANTOS et al., 2013). 
 
REFERÊNCIAS 
 
AMARAL, C.F.S.; MAGALHÃES, R.A.; REZENDE, N.A. Comprometimento respiratório secundário a acidente 
ofídico crotálico. Revista Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 33, p. 251-255, aug.1991. DOI: 
10.1590/S0036-46651991000400002. 
 
AQUINO, L.M.; SOUZA, L. R. O.; ABREU, R. G. Distribuição de soros antivenenos no Brasil. In: Seminário 
sobre vigilância de acidentes por animais peçonhentos. Livro de resumos do Seminário sobre vigilância de 
acidentes por animais peçonhentos. Niterói: Instituto Vital Brazil ,2017. Disponível em: 
http://www.vitalbrazil.rj.gov.br/arquivos/seminarioanimaispeconhentosms.pdf. Acesso em: 22 set. 2018. 
 
AZEVEDO-MARQUES, M. M.; CUPO, P.; HERING, S.E. Acidentes por animais peçonhentos: Serpentes 
peçonhentas. Medicina, Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, v. 36, p. 480-89, apr./dec. 2003. DOI: 
10.11606/issn.2176-7262.v36i2/4p480-489. 
 
BARBOSA, J. D. et al. Quadro clínico-patológico do envenenamento crotálico experimental em bubalinos 
comparado com o de bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v.31, n.11, p.967-73, nov. 
2011. DOI: 10.1590/S0100-736X2011001100005. 
 
BARRAVIERA, B. Acidentes por serpentes dos gêneros “Crotalus” e “Micrurus” In: BARRAVIERA, B. (Coord.). 
Venenos Animais: uma visão integrada. Rio de Janeiro: Publicações Científicas, 1994. p.281-295. 
 
BERNARDE, P. S. Mudanças na classificação de serpentes peçonhentas brasileiras e suas implicações na 
literatura. Gazeta Médica da Bahia, v. 85, n. 8, p. 55–63, 2011. Disponível em: 
http://www.gmbahia.ufba.br/index.php/gmbahia/article/viewFile/1141/1076. Acesso em: 22 jun. 2018. 
 
BICUDO, P. L. Acidentes ofídicos em Medicina Veterinária. In: BARRAVIERA, B. Venenos animais: uma visão 
integrada. Rio de Janeiro: Publicações Científicas, 1994. p.375-387. 
 
BLANCO, B. S., MELO, M. M. Ofidismo. In: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia. Belo Horizonte: 
FEPMVZ Editora, 2014a. p. 9-14. (Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da UFMG; n.75) 
 
BLANCO, B. S., MELO, M. M. Acidente crotálico. In: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia. Belo 
Horizonte: FEPMVZ, 2014b. p. 27-35. (Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da UFMG; n.75) 
 
BOCHNER, R.; STRUCHINER, C. J. Epidemiologia dos acidentes ofídicos nos últimos 100 anos no Brasil: uma 
revisão. Cadernos De Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.1, p. 7-16, 2003. DOI: 10.1590/S0102-
311X2003000100002. 
 
BOLDRINI-FRANÇA, J. et al. Poison and anti-venom of snakes of the Crotalus durissus subspecies of Brazil: 
evaluation of the geographic variation and its implication in the management of the snake bite. Journal of 
Proteomics, v. 73, n.9, p.1758-76, Aug. 2010. DOI: 10.1016 / j.jprot.2010.06.001 
 
BRASIL. Informações da Saúde TABNET. Disponível em: 
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0203&id=29878153. Acesso em: 26 abr. 2018. 
 
98 
BROWN, N.; LANDON, J. Antivenom: The most cost-effective treatment in the world? Toxicon, v. 55, n. 5, p. 
1405-07, jun. 2010. DOI: 10.1016/j.toxicon.2010.02.012. 
 
CALVETE, J. J. et al. Toxin-resolved antivenomics-guided assessment of the immunorecognition landscape of 
antivenoms. Toxicon, v. 148, p. 107-122, 2018. DOI: 10.1016/j.toxicon.2018.04.015. 
 
CASTRO, I. Estudo da toxicidade das peçonhas crotálicas e botrópicas, no acidente ofídico, com ênfase a 
toxicidade renal. O Mundo da Saúde São Paulo, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 644-53, 2006. 
 
CAVALCANTE, W. L. G. et al. Neuromuscular paralysis by the basic phospholipase A2 subunit of crotoxin 
from Crotalus durissus terrificus snake venom requires its acidic chaperone to concomitantly inhibit the 
release of acetylcholine and produce muscle blockade. Toxicology and Applied Pharmacology, v.334, n.1, 
p.8-17. nov. 2017. DOI: 10.1016/j.taap.2017.08.021. 
 
CÉSPEDES, N. et al. Biochemical comparison of venoms from 98oung Colombian Crotalus durissus 
cumanensis and their parentes. Journal of Venomous Animals and toxins including Tropical Diseases, 
Botucatu, v.16, n.2, p.268-84, may. 2010. DOI: 10.1590/S1678-91992010000200009 
 
CHIPPAUX, J. P. Snakebite envenomation turns again into a neglectted tropical disease! Journal of 
Venomous Animals and toxins including Tropical Diseases, Botucatu, v.23, n.38, aug. 2017. DOI: 
10.1186/s40409-017-0127-6 
 
COSTA, C. R. C. et al. Edema induced by a Crotalus durissus terrificus venon serine protease (Cdtsp 2) 
involves the PAR pathway end PKC and PLC activation. International Journal of Molecular Sciences, v. 19, n. 
8. aug. 2018. DOI:10.3390/ijms19082405. 
 
DAL PAI, V.; NETO, H. S. Ação dos venenos sobre os tecidos animais. In: BARRAVIERA, B. Venenos animais. 
Uma visão integrada. São Paulo: Publicações Científicas, 1994. p.97-105. 
 
DE OLIVEIRA, D. G. L. et al. Functional and structural analysis of two fibrinogen activating enzymes isolated 
from Crotalus durissus terrificus and Crotalus durissus collilineatus venoms. Acta Biochimica and Biophysica 
Sinica, Xangai, v.41, n.1, p.21-9, jan. 2009. DOI 10.1093/abbs/gmn003. 
 
DE OLIVEIRA, L. A. et al. Crotalus durissus terrificus crotapotin naturally displays preferred positions for 
amino acid substitutions. Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, Botucatu, 
v.23, n.46, 2017. DOI: 10.1186/s40409-017-0136-5. 
 
DUARTE, M. R.; MENEZES, F. A. Is the population of Crotalus durissus (Serpentes, Viperidae) expanding in 
Brazil? Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, Botucatu, v.19, n.30, dec. 
2013. DOI: 10.1186/1678-9199-19-30. 
 
FRANCISCHETTI, I. M. B. et al. Convulxin, a potent platelet-aggregating protein from Crotalus durissus 
terrificus venom, specifically binds to platelets. Toxicon, v.35, n.8, p.1217-1228, aug.1997. 
 
FUNASA. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2. ed. Brasília: 
Fundação Nacional de Saúde, 2001. 120p. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_peconhentos.pdf. Acesso em: 16 jul. 2018. 
 
GOPALAKRISHNAKONE, P. et al. Cellular and mitochondrial changes induced in the structure of murine 
skeletal muscle by crotoxin, a neurotoxic phospholipase A2 complex. Toxicon, v. 22, n.1, p.85-98, 1984. 
 
GUIDOLIN, F.R et al. Characterizationof anti-crotalic antibodies. Toxicon, v. 66, p. 7-17, may 2013. 
DOI:10.1016/j.toxicon.2013.01.015. 
 
HABIB, A.; BROWN, N. I. The snakebite problem and antivenom crisis from a health-economic perspective. 
Toxicon, v. 150, p. 115-23, Epub, may 2018. DOI: 10.1016/j.toxicon.2018.05.009. 
 
Ambiente e Saúde - 99 
HABIB, A. G. et al. Cost-effectiveness of Antivenoms for Snakebite Envenoming in Nigeria. PLOS Neglected 
Tropical Diseases, Valencia, v. 9, n. 1, e3381, jan. 2015. DOI:10.1371/journal.pntd.0003381. 
 
HUDELSON, S.; HUDELSON, P. Pathophysiology of snake envenomization and evaluation of treatments-Part 
II. Compendium on Continuous Education Practice Veterinary, v.17, p.1035- 1040, 1995. 
 
INGENLOFF, K.; PETERSON, A. T. Trans-Amazon dispersal potential for Crotalus durissus during Pleistocene 
climate events. Biota Neotropica, Campinas, v.15, n.2, e20130081, 2015. DOI: 10.1590/1676-
06032015008113. 
 
KASTURIRATNE, A. et al. The socio-economic burden of snakebite in Sri Lanka. PLOS Neglected Tropical 
Diseases, Valencia, v.11, n.7, eCollection, jul. 2017. DOI: 10.1371/journal.pntd.0005647. 
 
KINI, R. M., EVANS, H. J. A model to explain the pharmacological effects of snake venom phospholipases A2. 
Toxicon, Oxford, v.27, p.613-635, 1989. 
 
LAGO, L. A. et al. Quadro clínico do envenenamento crotálico experimental em bovinos (Crotalus durissus 
terrificus - crotamina positivo). Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, 
v.37, n.4, p. 312-15, 2000. DOI: 10.1590/S1413-95962000000400010. 
 
LIMA, S. C. et al. Pharmacological characterization of the effects of crotamine on hind limb paralysis of mice 
using ex vivo and in vivo assays: Findings on the involvement of voltage-dependent ion channels in the 
action of crotamine on the skeletal muscles. PLOS Neglected Tropical Diseases, Valencia, v.12, n.8, 
eCollection, aug. 2018. DOI 10.1371 / journal.pntd.0006700. 
 
LONGBOTTOM, J. et al. Vulnerability to snakebite envenoming: a global mapping of hotspots. The Lancet, v. 
392, n. 10148, aug. 2018. DOI: 10.1016/S0140-6736(18)31224-8. 
 
LOPES, C. T. A. et al. Aspectos clínico-patológicos e laboratoriais do envenenamento crotálico experimental 
em equinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v.32, n.9, p. 843-49, set. 2012. DOI 
10.1590/S0100-736X2012000900005. 
 
MANCIN, A. C et al. The analgesic activity of crotamine a neurotoxin from Crotalus durissus terrificus (South 
American rattlesnake) venom: a biochemical and pharmacological study. Toxicon, v.36, n.12, p.1927-1937, 1998. 
 
MEDIAVILLA, D. O mundo se une contra as picadas de cobra, outra grande doença mortal. El País Brasil, 29 
mai 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/24/politica/1527179251_016445.html. 
Acesso em: 01 out. 2018. 
 
NOGUEIRA, R. M. B. et al. Experimental envenomation with Crotalus durissus terrificus venom in dogs 
treated with antiophidic serum – part I: Clinical evaluation, hematology and myelogram. Journal of 
Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, Botucatu, v.13, n.4, p. 800-10, nov. 2007a. DOI: 
0.1590/S1678-91992007000400010. 
 
NOGUEIRA, R .M. B. et al. Experimental envenomation with Crotalus durissus terrificus venom in dogs 
treated with antiophidic serum – part II: Laboratory aspects, electrocardiogram and histopathology. Journal 
of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, Botucatu, v.13, n.4, p. 811-20, nov. 2007b. 
DOI: 10.1590/S1678-91992007000400011. 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Snakebite envenoming. Disponível em: 
http://www.who.int/snakebites/disease/en/. Acesso em: 25 jul. 2018. 
 
PINHO, F. M. O.; PEREIRA, I. D. Ofidismo. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo v.47, n.1, p. 2-
13, mar. 2001. DOI: 10.1590/S0104-42302001000100026. 
 
PUIG, J. et al. Acute intrinsic renal failure and blood coagulation disorders after a snakebite in a dog. Journal 
of Small Animal Practice, v.36, p. 333-336, jul. 1995. 
 
100 
RIBEIRO, G. B. et al. Study of crotoxin on the induction of paralysis in extraocular muscle in animal model. 
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, São Paulo, v.75, n.5, p.307-312, oct. 2012. DOI: 10.1590/S0004-
27492012000500002. 
 
RORIZ, K. R. P. S. et al. Epidemiological study of snakebite cases in Brazilian Western Amazonia. Revista da 
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 51, n. 3, p. 338-46, may-jun. 2018. DOI: 
10.1590/0037-8682-0489-2017. 
 
SAKATE, M. Terapêutica das intoxicações. In: ANDRADE, S.F. Manual de terapêutica veterinária. São Paulo: 
Roca, 2002.p.523-555. 
 
SAMPAIO, S. C. et al. Crotoxin: Novel activities for a classic β-neurotoxin. Toxicon, v.55, n.6, p.1045-60, jun. 
2010. DOI: 10.1016/j.toxicon.2010.01.011. 
 
SANGIORGIO, F. et al. Histopathological evaluation in experimental envenomation of dogs with Crotalus 
durissus terrificus venom. Journal of Venomous Animals and toxins including Tropical Diseases, Botucatu, 
v.14, n.1, p. 82-99, 2008. DOI: 10.1590/S1678-91992008000100007. 
 
SANTOS, W. G. et al. Envenenamento crotálico em cães. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.13, 
supl., p. 5-6, 2013. 
 
SERVA, L. No Brasil, áreas com mais picadas de cobra têm acesso difícil a soro. Folha de São Paulo. São 
Paulo. 02 jul. 2018. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2018/07/no-brasil-areas-com-
mais-picadas-de-cobra-tem-acesso-dificil-a-soro.shtml . Acesso em: 01 out. 2018. 
 
SILVA, T. F. et al. Avaliação histológica dos efeitos da crotoxina de – Crotalus 
durissus terrificus na pele do dorso de ratos Wistar. Scientia Plena, Sergipe, v.8, n.2, 2012. 
 
SILVA, V. A. R. et al. Determinação da estrutura da giroxina isolada do veneno de Crotalus durissus terrificus por 
modelagem molecular. Journal of the Health Sciences Institute, São Paulo, v. 34, n.3, p. 168-72, jul./set. 2016. 
 
TOKARNIA, C. H et al. Quadros clínico-patológicos do envenenamento ofídico por Crotalus durissus terrificus 
e Bothrops spp. em animais de produção. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v.34, n.4, p.301-
12, abr. 2014. DOI 10.1590/S0100-736X2014000400001. 
 
TOKARNIA, C. H.; PEIXOTO, P.V. A importância dos acidentes ofídicos como causa de mortes em bovinos no 
Brasil. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v.26, n.2, p. 55-68, abr./jun. 2006. DOI 
10.1590/S0100-736X2006000200001. 
 
TOYAMA, M. H. et al. Biochemical characterization of two crotamine isoforms isolated by a single step RP-
HPLC from Crotalus durissus terrificus (South American rattlesnake) venom and their action on insulin 
secretion by pancreatic islets. Biochimica and Biophysica Acta, v.6, n.1474, p.56-60, mar. 2000. DOI: 
10.1016/S0304-4165(99)00211-1. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Global snakebite burden. Seventy-First World Health Assembly. 
Disponível em: <http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA71/A71_17-en.pdf>. Acesso em: 01 out. 2018. 
 
WILLIANS, D. J. Crotalus durissus, South America. Disponível em: 
<http://www.who.int/snakebites/resources/photo_gallery_snakes/en/#&gid=1&pid=12>. Last update: 29 
August 2017. Acesso em: 29/08/2018. 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE II 
 
 
APLICAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 103 
C A P Í T U L O 5 
La percepción social del agua como indicador de salud ambiental en una Cuenca 
Hidrográfica: Cuenca del Río Dagua, Colombia11 
 
Oscar Buitrago Bermúdez12 
Marco Antonio Aguirre13 
Francy Viviana Bolaños Trochez14 
 
 
INTRODUCCIÓN 
 
Para la Organización Mundial para la Salud (OMS), la salud ambiental se relaciona 
con todos los factores físicos, químicos y biológicos externos de una persona, incluyendo el 
agua para consumo humano (OMS, 2018), que garantizan una sensación de bienestar o 
felicidad. Dicha noción se asocia a la prevención de enfermedades y creación de escenarios 
propiciospara la vida, lo cual demanda trabajo conjunto entre organismos estatales y 
comunidades para cumplir con dicho objetivo. En ese contexto, el ambiente representa el 
campo de interacciones o relaciones entre sociedad naturaleza o entre la cultura y el 
ecosistema, es decir, una totalidad compleja, diversa, en permanente trasformación y 
autoorganización, totalidad red de la cual nosotros (los seres humanos) somos tejido y 
tejedor (NOGUERA, 2006; ÁNGEL, 2015). En ese marco de referencia, la salud humana es 
un aspecto clave en el ambiente como “un estado de completo bienestar físico, mental y 
social y no meramente la ausencia de enfermedad o incapacidad” (YASSI et al., 2002, 
p.11), debido a que existen factores como la geografía, el clima, los entornos laborales, 
el ingreso económico, la alimentación, acceso a educación y vivienda, valores éticos, 
junto con el desarrollo pleno de las capacidades y potencialidades de cada individuo, en 
sus aspectos físicos, fisiológicos, psicológicos, sociales entre otros, que en conjunto dan 
la condición de bienestar (o felicidad) y al final, constituyen lo que se conoce como salud 
 
11 El presente capítulo hace parte de los resultados del proyecto de investigación denominado Estrategias 
para la recuperación y manejo integrado del recurso hídrico de las cuencas de los ríos Cauca y Dagua en el 
Valle del Cauca, liderado por la Universidad del Valle y distintos grupos de investigación, el cual fue financiado 
a través del Fondo de Ciencia y Tecnología del Sistema General de Regalías de Colombia. 
12 Profesor Titular, Departamento de Geografía, Universidad del Valle; Coordinador Maestría en Desarrollo 
Sustentable, Escuela de Ingeniería Civil y Geomática, Universidad del Valle, Colombia. Director Grupo Territorios. 
Correo: oscar.buitrago@correounivalle.edu.co 
13 Geógrafo, Asistente de Investigación del Grupo Territorios, Departamento de Geografía, Universidad del Valle, 
Colombia. Correo: geografía.777@gmail.com 
14 Geógrafa, Asistente de Investigación del Grupo Territorios, Departamento de Geografía, Universidad del Valle, 
Colombia. Correo: llinfko2@gmail.com 
104 
(INSTITUTO NACIONAL DE HIGIENE, EPIDEMIOLOGÍA Y MICROBIOLOGÍA, 2007; RENGIFO, 
2008;). La definición de salud y enfermedad no es sólo una cuestión meramente científica 
y clínica, sino también social, política, ecológica y cultural. 
Desde el punto de vista conceptual del Programa de las Naciones Unidas (PNUMA), 
el medio ambiente se asocia a una serie de valores naturales, sociales, políticos, económicos 
y culturales localizados sobre la superficie terrestre, que influyen en los ecosistemas y en la 
vida material y psicológica de las personas, y en el futuro de generaciones venideras 
(RENGIFO, 2008; ORDOÑEZ, 2000); además, considera como ambiente todos los elementos 
externos que influyen en un individuo o comunidad tales como: 
 El abastecimiento y calidad de agua potable, alcantarillado, saneamiento, 
vivienda y alimentos; incluyendo la eliminación sanitaria de excretas y 
desechos sólidos, esenciales para el disfrute de una vida sana y productiva. 
 Adecuada educación ambiental, aspectos demográficos, aseo urbano, 
vigilancia y control de la calidad y el servicio de agua para consumo humano; 
vigilancia de la calidad del aire y fuentes de agua. 
 Cambio de actitudes y hábitos inadecuados para la conservación ecológica y 
políticas económicas, producción de alimentos. 
Lo anterior, tiene gran repercusión sobre la salud y la vida en el planeta. Los 
elementos con mayores grados de afectación en la salud humana según Instituto Nacional 
de Higiene, Epidemiología y Microbiología (2007) se relacionan con el agua y clasifican en 
biológicos (bacterias, virus, protozoarios, toxinas, hongos, alergenos), químicos orgánicos 
e inorgánicos (metales pesados, plaguicidas, fertilizantes, bifenilos policlorados, dioxinas 
y furanos), físicos no mecánicos (ruido, vibraciones, radiaciones ionizantes y no 
ionizantes, calor, iluminación, microclima) o mecánicos (lesiones intencionales, no 
intencionales y autoinflingidas). 
Desde esta perspectiva, en el proceso de lograr condiciones ambientales optimas, 
el agua se convierte en un elemento central; articulador y promotor de la vida en todas sus 
formas, por lo que su adecuada gestión y manejo, conlleva, por ejemplo, al mejoramiento 
de la calidad de vida y reducción de tasas de mortalidad asociadas a problemas de salud 
ambiental, generadas por incipientes formas de acceso al agua y saneamiento básico 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION AND UNICEF, 2010). Esto es relevante en la medida que 
el agua sea concebida como el eje central de la vida en la tierra (SILVÉRIO, 2012, p. 381) y 
como elemento imprescindible en el “desarrollo económico” de la humanidad. Tal es el 
caso de la localización y elaboración de prácticas cotidianas en relación al vital líquido. 
Ambiente e Saúde - 105 
En la actualidad, no deja de ser significativo el hecho de que el denominado 
“desarrollo” de las naciones, la sociedad y, en particular, el crecimiento de las ciudades y 
avances en la agricultura, dependan no solamente de su acceso al agua, sino también de 
su disponibilidad y calidad. En ese contexto, la “ordenación de este elemento de vida 
resulta de vital importancia en la medida en que su presencia o ausencia, tanto espacial 
como temporal, garantizará la sostenibilidad de los actuales niveles de calidad de vida y, 
por ende, la salud ambiental de muchos grupos sociales o aún, su permanencia a mediano 
o largo plazo” (BUITRAGO et al., 2011, p. 18). 
Desde otro punto de vista, el agua es concebida como un recurso económico cuya 
función es eminentemente ecológica. Sus límites son impuestos “por áreas o el paisaje 
natural y por las transformaciones ejercidas mediante actividades humanas” (ORTIZ, 2005; 
MATEO; SILVA; LEAL, 2012, p. 31). Sin embargo, bajo esta última noción reduccionista y 
utilitarista se pasa a un segundo plano la idea de hacer uso eficiente del agua y garantizar 
su disponibilidad y calidad en el tiempo, lo cual conlleva a numerosos casos de problemas 
en la salud ambiental de la vida en el planeta. De esta forma, una gestión eficaz y eficiente 
del vital líquido puede contribuir a la reducción y mitigación de problemas de salud 
ambiental vinculados con la calidad del agua (MC JUNKIN, 1988), que paralelo a procesos 
de planificación y ordenamiento ambiental del territorio, garantiza la construcción social 
de un ambiente sano para las distintas formas de vida. 
Con base en lo anterior, Torres et al. (2009) manifiestan que, en Colombia, el deterioro 
y contaminación de fuentes hídricas se encuentra asociado, principalmente, al vertimiento de 
aguas residuales domésticas, industriales, de actividades agropecuarias, de transporte 
terrestre, fluvial y marítimo; aguas residuales por extracción minera y por lixiviados derivados 
de la filtración de agua en rellenos sanitarios o directamente en éstas. Esto refleja 
espacialmente altas concentraciones de materia orgánica biodegradable (DBO) en el agua 
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E A AGRICULTURA – FAO, 2018). 
Según informes de la FAO para Colombia, en las cuencas hidrográficas, uno de los mayores 
causantes de altas concentraciones de Sólidos Totales Disueltos en el agua (SST) proviene de 
actividades económicas como la agricultura en ladera que implica procesos de arado, 
labranza y remoción de coberturas vegetales (FAO, 2018). Así mismo, se destaca altas 
concentraciones de sustancias nocivas para la salud ambiental ligadas al uso desmedido de 
agroquímicos en la agricultura y productos como el mercurio procedente de actividades de 
extracción auríferas (minería del oro). 
106 
A pesar de que en promedio el 78% de la población colombiana tiene acceso a agua 
potable, en algunos departamentos y cuencas hidrográficas se evidencian problemasde 
salud ambiental, relacionados con la calidad del vital líquido para consumo humano debido 
a la deficiencia presente en las formas de planificación de éste elemento. Entre las más 
comunes se destacan el cólera que inició en la Costa Pacífica en 1991, la fiebre tifoidea y la 
hepatitis (FAO, 2018). Aunado a lo anterior, se destaca que los mayores impactos sobre la 
salud ambiental y la vida se dan a través de los sistemas de abastecimiento de agua 
(TORRES et al., 2009) ya que la alteración de las características organolépticas, físicas, 
químicas y microbiológicas de las fuentes de abastecimiento inciden directamente sobre el 
nivel de riesgo sanitario presente en el vital líquido. 
Ello ha conllevado a dispendiosos procesos de vigilancia de fuentes hídricas para 
evaluar los impactos antrópicos sobre el agua a través de estudios químicos, físicos y 
biológicos mediante programas de monitoreo (SAMBONI et al., 2007). Sin embargo, este 
tipo de procesos de evaluación y seguimiento no se pueden llevar a cabalidad en 
contextos como el colombiano, ya que requieren de métodos, insumos y equipos 
sofisticados, que en muchas ocasiones son de difícil acceso, manipulación y comprensión 
a la hora de valorar la calidad el agua por los diferentes agentes sociales involucrados en 
su gestión (FERNÁNDEZ; SOLANO, 2005). Como alternativa a estas situaciones, surgen 
metodologías desde las ciencias sociales que permiten la construcción de escenarios de 
participación en la continua búsqueda por mejorar la salud ambiental de las personas y 
brindar insumos para garantizar la calidad ambiental, tal es el caso de las formas de 
evaluación y monitoreo del agua y su calidad a través de métodos cualitativos como la 
percepción y la cartografía social (UNIVERSIDAD DEL VALLE, 2016a; 2016b). 
Entre las formas de organización y participación se resalta el rol de la percepción de 
los distintos agentes sociales entendida como la primera forma en la cual los individuos 
establecen relaciones con el medio que los rodea, lo cual la convierte en una vía importante 
en la gestión y seguimiento en la calidad del vital líquido (AGUIRRE et al., 2017) y en la 
búsqueda de alternativas metodológicas para avanzar en temas de salud ambiental, ya que, 
por un lado, ayuda a destacar las prioridades en la gestión; segundo, los grados de 
responsabilidad social; tercero, el conocimiento y eficiencia de los instrumentos de gestión 
y participación; y por último, las dificultades existentes en la gestión, las cuales pueden 
agudizar en el mediano y largo plazo problemas de carácter socioambientales asociados a 
la salud ambiental, como por ejemplo, deterioro de la calidad fisicoquímica y biológica del 
vital líquido, problemas sanitarios, epidemiológicos, entre otros (INSTITUTO NACIONAL DE 
HIGIENE, EPIDEMIOLOGÍA Y MICROBIOLOGÍA, 2007). 
Ambiente e Saúde - 107 
La percepción como un proceso complejo de los órganos sensoriales humanos 
permite la selección de información, el reconocimiento e interpretación de mensajes 
recibidos desde el exterior, de forma que es distinta para cada individuo y depende de rasgos 
culturales y propios de la personalidad de cada individuo dentro una determinada sociedad 
(BOLÓS, 1992; TANGARIFE; VILLAQUIRA, 2016; LÓPEZ y GONZÁLEZ, 2016). Dichos factores 
definen la imagen que un individuo o comunidad adquieren de su territorio posibilitando 
elementos para comprender, desde las ciencias sociales, cómo las comunidades perciben el 
agua, su calidad o grados de contaminación. Lo anterior, cobra vital importancia en la medida 
que los agentes sociales, mediante sus percepciones materializadas a través de instrumentos 
y otras herramientas, modifican y transforman la realidad espacial, así como las condiciones 
ambientales del paisaje, el agua y las cuencas hidrográficas. 
En correspondencia a la propuesta de estas nuevas metodologías para valorar, 
desde la percepción social, la calidad del agua como un indicador de salud ambiental, se 
destaca el caso de estudio de la cuenca hidrográfica del río Dagua, la cual se localiza al 
suroccidente de Colombia, sobre la vertiente pacífico de la Cordillera Occidental, y que, a 
su vez, hace parte del corredor terrestre y marítimo del Choco Biogeográfico que se 
extiende desde Panamá, hasta el Ecuador. Dicha área es de interés para la región y el país 
debido a su ubicación estratégica con respecto al principal puerto marítimo de Colombia 
sobre el océano Pacífico, así como por su riqueza hídrica, ecosistémica, paisajística y cultural, 
que brinda un atractivo económico expresado en el comercio nacional e internacional y el 
turismo (AGUIRRE et al., 2017; UNIVERSIDAD DEL VALLE, 2016a; 2016b). 
En este sentido, para lo anterior, se emplearon métodos cualitativos como son los 
talleres de cartografía social, revisión de literatura, entrevistas semiestructuradas y 
análisis de contenido (BABBIE, 1998; FLICK, 2004; LÉTOURNEAU, 2009; MARTÍNEZ, 2006), 
realizados con agentes sociales claves en la gestión del agua en la cuenca hidrográfica del 
río Dagua, seleccionados mediante muestreo teórico (MARTÍNEZ, 2012). Los talleres de 
cartografía social contaron con un mapa base de la cuenca que indicaba la red hídrica y 
otros aspectos topográficos asociados a curvas de nivel y centros poblados. Las personas 
identificaban desde su experiencia, las acciones humanas con mayores grados de 
afectación sobre la calidad del agua e identificaran en el mapa cuerpos de agua con 
108 
buenas y malas condiciones ambientales. Con las entrevistas semiestructuradas se 
identificó aspectos claves para comprender cada uno de los elementos presentes en la 
cartografía social. Para ello se tuvo presente categorías de análisis asociadas a: formas de 
gestión y uso del agua, actividades productivas que afectan el agua y el rol de los agentes 
sociales en la calidad ambiental del agua en la cuenca hidrográfica. 
Finalmente, esto permitió identificar que la percepción social comprende un aporte 
fundamental a los procesos de gestión asociados a la salud ambiental, debido a que rescata 
las distintas experiencias y vivencias de los agentes sociales y las traduce en indicadores 
que permiten, en este caso, la valoración de la calidad del agua a través de métodos 
cualitativos, destacando la participación y el saber consuetudinario de las comunidades que 
habitan la cuenca. 
 
LA CUENCA HIDROGRÁFICA DEL RÍO DAGUA 
 
La cuenca del río Dagua hace parte de la porción central del denominado Andén 
Pacífico colombiano, el cual comprende fisiográficamente el sector occidental del país, 
desde el Ecuador hasta Panamá y desde el borde costero hasta la divisoria de aguas de la 
cordillera Occidental; área que al ser afectada por la Zona de Convergencia Intertropical 
(ZCI) presenta alta pluviosidad, lo cual sumado a su baja altitud y a su localización sobre la 
zona de subducción de la placa de Nazca por debajo de la de Suramérica, la configuran 
como un área de enorme complejidad en aspectos como la geología y fisiografía. Debido lo 
angosto del Anden Pacífico las condiciones geomorfológicas evidencian en la cuenca 
hidrográfica abruptos cambios de topografía que se expresan en dos partes: primero, parte 
alta montañosa con significativos procesos naturales de erosión del suelo, donde 
actualmente, se desarrolla actividades extractivas como agricultura y ganadería en ladera, 
cultivos forestales de pino y eucalipto, y parcelación acelerada del suelo para construcción 
de viviendas de recreo; y segundo, parte baja de relieve colinado y plano donde predomina 
el bosque denso de tierra firme tropical. En esta área sobresale como situación crítica, en 
materia socioambiental, la extracción de materiales de arrastre del cauce principal del río 
Dagua y la minería aurífera de tipo artesanal (GOBERNACIÓN DEL DEPARTAMENTO DEL 
VALLE DEL CAUCA et al., 2014 citado por AGUIRRE et al., 2017) (Mapa 1). 
Ambiente e Saúde- 109 
Mapa 1. Cuenca hidrográfica del río Dagua 
 
 
 
Fuente: Elaboración propia. 
 
 Dichas condiciones de localización hacen que en la cuenca se presenten 
extremos de precipitaciones, así en la parte alta el régimen de precipitación es bimodal 
y el promedio anual de lluvias oscila entre los 900 y 1.600 mm/año, mientras que en la 
parte baja es monomodal y el promedio de lluvias va de 6.000 y 8.000 mm/año 
(CORPORACIÓN AUTÓNOMA REGIONAL DEL VALLE DEL CAUCA – CVC, 2014, 2017; 
AGUIRRE et al., 2017). Todas estas condiciones aunadas a la diversidad socio-cultural le 
atribuyen a la cuenca hidrográfica una gran variedad de contextos y realidades en 
materia espacial y ambiental, los cuales deben ser considerados en los procesos de 
planificación, gestión ambiental y territorial ya que inciden en la calidad de vida y salud 
ambiental de la población. 
En la cuenca hidrográfica tienen jurisdicción los municipios de Dagua con 58.439,49 
ha; seguido de Buenaventura con 33.371,97 ha; La Cumbre con 22.199,02 ha; Restrepo con 
18.975,87 ha; Vijes con 6.585,26 ha; Yotoco con 2.327,71 ha, y Calima Darién con 300,86 
ha (AGUIRRE et al., 2017; UNIVERSIDAD DEL VALLE, 2016a). Adicionalmente, es preciso 
mencionar que existe gran diversidad de agentes sociales, entre los cuales se destacan 
comunidades afrodescendientes organizadas bajo la figura de consejos comunitarios, 
110 
grupos indígenas bajo la figura de resguardos, grupos campesinos subdivididos entre 
pequeños productores con prácticas agrícolas de subsistencia o pancoger y medianos 
productores con mayores grados de tecnificación agropecuaria (LÓPEZ; GONZÁLEZ, 2016; 
TANGARIFE; VILLAQUIRÁ, 2016). Sus formas organizativas y percepción frente al agua son 
diversos y brindan distintas concepciones de su gestión, un aspecto que contribuye a la 
identificación de factores problemáticos asociados al vital líquido y a elementos 
determinantes en la salud ambiental. 
Una de las principales características de la cuenca que destacan su importancia a nivel 
nacional y regional, lo constituye su ubicación geoestratégica con respecto al principal puerto 
marítimo de Colombia localizado en la bahía de Buenaventura sobre el océano Pacífico 
(AGUIRRE et al., 2017). Desde esta perspectiva, la cuenca se ha convertido en uno importante 
canal de intercambio de bienes, productos y servicios de importación y exportación que 
dinamizan la económica nacional (BUITRAGO; BOLAÑOS; AGUIRRE, 2017). 
Adicionalmente, su posición le permite tener una conexión directa con la ciudad de 
Santiago de Cali, principal polo de desarrollo económico del suroccidente del país, cuya 
influencia incide en su configuración socio-espacial, específicamente de la parte alta 
(UNIVERSIDAD DEL VALLE, 2016a, 2016b, 2016c); esta influencia dinamiza constantes procesos 
de fragmentación de la tierra para construcción de viviendas campestres y de fin de semana, 
hecho que ha trasformado la realidad socioespacial y paisajística, ya que por un lado, la 
fragmentación del suelo ha conllevado a cambios en las prácticas agropecuarias, deforestación 
acelerada en ladera, mayor demanda sobre el agua, reducción de fuentes del vital líquido, e 
incremento en el número de vertimientos superficiales a fuentes hídricas. Esto conlleva a 
nuevos procesos de reconfiguración en la organización social alrededor de la gestión del agua 
y problemas asociados a la salud ambiental de las personas. 
De acuerdo con Buitrago, Bolaños e Aguirre (2017) y Aguirre et al. (2017), en la 
cuenca se han identificado algunas problemáticas que evidencian un alto grado de 
intervención antrópica y complejizan las relaciones socio-espaciales que la configuran; 
entre estas se destacan las siguientes: 1) agudización de procesos erosivos del suelo que, 
aunque es un fenómeno natural, se intensifica por el crecimiento de actividades 
agropecuarias, forestales, mineras y construcción de vivienda campestre; 2) contaminación 
de fuentes hídricas, principalmente por pérdida y fragmentación de bosques naturales, 
ampliación de la frontera agrícola, inexistencia de sistemas de tratamiento de aguas 
Ambiente e Saúde - 111 
residuales domésticas, disposición inadecuada de residuos sólidos y mineros; entre otros, 
que afectan la disponibilidad y acceso al vital líquido en condiciones de equidad; y 3) 
cambios asociados al paisaje y los ecosistemas, como resultado de las dinámicas humanas 
realizadas durante las dos últimas décadas, que dieron origen a importantes 
transformaciones del área de estudio (UNIVERSIDAD DEL VALLE, 2016a, 2016b, 2016c). 
Frente a lo anterior, el agua ha sido uno de los elementos naturales más afectados 
por la intervención humana en la cuenca; pese a su importancia como eje articulador de la 
vida y el territorio, su deterioro y uso ineficiente responde, en parte, a la percepción social 
que existe en torno a el vital líquido, lo cual, a su vez incide en sus procesos de planificación 
y gestión. Por esta razón, en el proyecto de investigación denominado Estrategias para la 
recuperación y manejo integrado del recurso hídrico en las cuencas del Cauca y Dagua, en 
el Valle del Cauca, el Grupo Territorios del Departamento de Geografía de la Universidad 
del Valle, en el marco de la Actividad 1, la cual buscó establecer la percepción de los 
distintos agentes sociales y su relación con los ecosistemas en la cuenca hidrográfica del 
río Dagua, se logró caracterizar la visión que éstos tienen en torno a la gestión del agua 
teniendo en cuenta aspectos como sus objetivos, responsabilidades, instrumentos, 
mecanismos de participación empleados, dificultades existentes, así como problemáticas 
ambientales del agua y posibles soluciones. 
Para efectos de mostrar los resultados logrados, en primera instancia se presenta la 
estructura general del marco de referencia asociado a elementos normativos de la salud 
ambiental en Colombia, la percepción, agua y cuenca hidrográfica. 
 
LA SALUD AMBIENTAL EN COLOMBIA 
 
Actualmente, la política de salud ambiental en Colombia no se ha desarrollado de 
manera explícita, pero cuenta con lineamientos generales definidos en el marco normativo 
asociado a condiciones ambientales, cuyo deterioro influye negativamente en la salud 
humana, entre los que se encuentran de forma prioritaria la baja calidad de aire, del agua para 
consumo humano y la gestión inadecuada de sustancias químicas (seguridad química), que en 
conjunto requieren una gestión integral por parte de las instituciones públicas del Estado, así 
como la participación directa de los actores sociales involucrados en los diferentes conflictos 
(DEPARTAMENTO NACIONAL DE PLANEACIÓN, 2008, p. 1 citado por ERAZO et al., 2014). 
112 
Estos lineamientos se promueven con la Constitución Política de 1991 a través de 
los artículos 49, 81 y 366, en los cuales se establece que: 1) la atención en salud y 
saneamiento ambiental son servicios públicos a cargo del Estado, y deben ser garantizados 
conforme a los principios de eficiencia, universalidad y solidaridad; 2) Es prohibido 
fabricación, importación, posesión y uso de armas químicas, biológicas y nucleares, así 
como la introducción de residuos nucleares y desechos tóxicos que impliquen un riesgo 
para la vida; y 3) el bienestar general y el mejoramiento de la calidad de vida de la población 
son finalidades sociales del Estado, y es responsabilidad de este solucionar necesidades 
insatisfechas en materia de salud, educación, saneamiento ambiental y agua potable. 
Bajo estos principios constitucionales, el Plan Nacional de Desarrollo (PND) 2006 – 2010 
promueve la formulación del documento Conpes 3350 de 2008 (DNP, 2008), en cual se expone, 
primero, un marco conceptual capaz de orientar la salud ambiental en Colombia, concebida 
como un proceso de carácter intersectorial que requiere de la participación coordinada y 
eficaz de los diversos sectores involucrados en ella; y segundo,los lineamientos generales 
para fortalecer la gestión integral de la salud ambiental orientada principalmente a la 
prevención, manejo y control de los efectos adversos en la salud causados por la 
degradación ambiental, con el fin de contribuir al mejoramiento de la calidad de vida y 
bienestar de la población. 
Para garantizar la coordinación, diseño, formulación, implementación, seguimiento 
y evaluación de las políticas y estrategias nacionales de la Política Integral de Salud 
Ambiental (PISA), se crea como mecanismo de coordinación la Comisión Técnica Nacional 
Intersectorial para la Salud Ambiental (CONASA), la cual constituye una instancia de 
carácter técnico, cuyo objetivo consiste en articular las entidades que integran la comisión 
en las diferentes áreas temáticas de salud ambiental y en particular, promover la efectiva 
coordinación entre las políticas y estrategias de ambiente y salud (DNP, 2008). 
Dicha comisión se conforma por delegados de las siguientes instituciones: 
Ministerio de Ambiente, Vivienda y Desarrollo Territorial (actualmente conocidos como 
Ministerio de Ambiente y Desarrollo Sostenible y Ministerio de Vivienda, ciudad y 
territorio); Ministerio de la Protección Social; Ministerio de Agricultura y Desarrollo Rural; 
Ministerio de Comercio, Industria y Turismo; Ministerio de Educación Nacional; Ministerio 
de Minas y Energía; Ministerio de Transporte. viii. Departamento Nacional de Planeación, 
DNP; Instituto de Hidrología, Meteorología y Estudios Ambientales, IDEAM; Instituto 
Nacional de Vigilancia de Medicamentos y Alimentos, INVIMA; Instituto Nacional de Salud, 
INS; Instituto Colombiano Agropecuario, ICA y Colciencias. 
Ambiente e Saúde - 113 
Desde este punto de vista, la política de salud ambiental concebida como un sistema 
intersectorial, incorpora otros sistemas claves como constituye el sistema de gestión del 
agua, el cual responde las a las políticas ambientales emanadas por Estado, que se 
materializan en normas de carácter sectorial vertical descendente, obedeciendo a la 
condición de ser una República unitaria en su forma de organización del poder público, es 
decir, que la soberanía no está dividida, sino que existe un único centro de poder que 
adopta todas las decisiones políticas y administrativas y posee el monopolio en la 
elaboración de las normas jurídicas aplicables en todo el territorio nacional y a todo 
ciudadano. En ese sentido, la Constitución Política de 1991 estableció la descentralización 
como un mecanismo para el desarrollo regional, pero es un proceso que avanza y retrocede 
con los cambios de gobierno del orden nacional (BUITRAGO; BOLAÑOS; PATIÑO, 2017). 
En Colombia, la organización social frente al agua en el actual sistema de gestión 
ambiental de Colombia presenta dos sectores dominantes: primero, el ambiental, que 
interpreta al agua como recurso productivo y reproductivo para la vida y la economía del 
país; y segundo, el de seguridad social, que concibe el agua como un bien económico a 
cargo del Estado, necesario para suministrar el servicio público de agua potable a la 
población. Con respecto a lo anterior, el Cuadro 1 muestra una aproximación de estas dos 
perspectivas de organización, con las funciones esenciales de las distintas instituciones del 
gobierno existentes en la gestión de las fuentes hídricas y el agua potable. 
 
Cuadro 1. Principales funciones de la gestión del agua en Colombia 
 
Recurso hídrico Agua potable 
Institución Función Objetivo Institución Función Objetivo 
Ministerio de 
Ambiente y 
Desarrollo 
Sostenible 
Formulación de 
políticas, 
regulador, 
planificador 
Sustentabilidad 
(cantidad y 
calidad) 
Ministerio de 
Vivienda, Ciudad y 
Territorio 
Formulación 
de políticas 
Garantizar calidad 
y cantidad 
Corporaciones 
autónomas 
regionales 
Ejecución, 
regulador 
Sustentabilidad 
(cantidad, 
calidad) 
Departamentos Ejecución Garantizar calidad 
y cantidad 
municipios y 
distritos 
Ejecución Sustentabilidad Municipios Ejecución Garantizar 
calidad, cantidad y 
cobertura 
Contraloría 
Ambiental 
Control Control fiscal Superintendencia 
de Servicios 
Control, 
regulación 
Garantizar 
suministro con 
calidad y precios 
adecuados Procuraduría Defensa de los 
intereses 
colectivos 
Comisión de 
Regulación de 
agua Potable y 
Saneamiento 
Básico (CRA) 
 
 Fuente: Elaborado a partir Buitrago, Bolaños y Patiño (2017). 
114 
 
Es importante señalar que, estos sistemas de gestión se rigen bajo principios de la 
Constitución Política de 1991, la cual emana en su Artículo 1 que “Colombia es un Estado 
social de derecho, organizado en forma de República unitaria, descentralizada, con 
autonomía de sus entidades territoriales, democrática, participativa y pluralista, fundada 
en el respeto de la dignidad humana, en el trabajo y la solidaridad de las personas que la 
integran y en la prevalencia del interés general” (CONGRESO DE COLOMBIA, 1991). Desde 
esta perspectiva, la participación ciudadana se convierte en un eje transversal no sólo a los 
sistemas de gestión del agua sino a los demás sectores existentes. 
Lo anterior permite al Estado “facilitar la participación de los agentes sociales en las 
decisiones que los afectan y en la vida económica, política, administrativa y cultural de la 
Nación” (ASAMBLEA NACIONAL CONSTITUYENTE, 1991, art. 2.º, p. 1). En este contexto, los 
ciudadanos pueden intervenir en la toma de decisiones políticas, a través de diversas 
acciones en la gestión pública; además, el Estado debe promoverla y garantizarla en todo 
el territorio nacional. 
 
LA PERCEPCIÓN SOCIAL DEL AGUA COMO INDICADOR DE SALUD AMBIENTAL 
 
En este apartado se describen tres elementos claves para comprender el papel de la 
percepción como indicador de salud ambiental, tanto en la cuenca alta como baja: primero se 
identificó junto a los participantes de los talleres de cartografía social y entrevistas situaciones 
ambientales que conllevan a procesos de detrimento del vital líquido: segundo, se ilustra los 
resultados de la cartografía social como instrumento comunitario para identificar y 
comprender el estado ambiental del agua en la parte alta y baja de la cuenca hidrográfica: y 
tercero, se menciona desde las experiencias de los participantes algunas estrategias locales 
para reducir los impactos antrópicos que afectan el agua y su calidad ambiental. 
 
LA PERCEPCIÓN SOCIAL COMO INDICADOR PARA VALORAR LA CALIDAD AMBIENTAL DEL 
AGUA: CUENCA ALTA DEL RÍO DAGUA 
 
En la cuenca alta del río Dagua, los agentes sociales percibieron que una de las 
principales acciones antrópicas que afectan la calidad del agua y por ende la salud 
ambiental de la cuenca, se relaciona con el vertimiento directo de aguas residuales sin 
ningún tipo de tratamiento a las fuentes hídricas, así lo expresa el encargado de la Unidad 
Municipal de Asistencia Técnica Agropecuaria UMATA en el municipio de La Cumbre: 
Ambiente e Saúde - 115 
Yo creo que ese es un problema muy grave que debe solucionar el municipio, 
pero solucionarlo de la mano con todos los acueductos rurales y con la 
Corporación Autónoma Regional del Valle del Cauca (CVC) como autoridad 
ambiental del departamento qué es la que regula también esa parte de los 
vertimientos; las comunidades en ocasiones hacen esos pozos sépticos con sitios 
de desagüe de desechos cercanos a fuentes hídricas sin controles; en el área no 
se tiene una regulación y control verdadero sobre el tema y los problemas de 
salud hacen presencia. La cabecera municipal en ese caso sí tiene el problema 
de aguas residuales y domésticas, porque todos esos vertimientos van a parar al 
río Pavas. Aunque la gente no toma su agua directamente del río, los problemas 
ambientales nos afectan (Encargado de la Unidad Municipal de Asistencia 
Técnica Agropecuaria UMATA, municipio de La Cumbre, 2016). 
 
Además, frente a esta problemática según los agentes sociales, perciben que existepoca o nula intervención de las instituciones encargadas de la gestión ambiental y la 
planificación del territorio al momento de realizar acciones que contrarresten este tipo de 
contaminación, así lo menciona el representante de FEDECACAO (Federación Nacional de 
Cacaoteros) en el corregimiento El Queremal, municipio de Dagua: 
 
Si usted tiene para construir su casa, usted debe tener para construir su sistema 
séptico; debe tenerlo, es decir, si yo no tengo para hacer mis cimientos no debo 
hacer una casa, porque sin cimientos no puedo hace mi casa. Yo creo que lo 
esencial de una licencia de construcción debe ser el sistema séptico, y no solo en 
la parte rural; aquí en Dagua pagan alcantarillado, ¿pero qué clase de 
alcantarillado?; aquí lo que hay es unas redes que conducen las aguas servidas 
directamente al río y las fuentes hídricas; no hay más, aquí no hay alcantarillado 
solo se multiplican los problemas ambientales por malos olores y residuos 
(Representante de FEDECACAO El Queremal, 2016). 
 
Pese a lo anterior, en la cuenca alta los agentes sociales entrevistados son conscientes 
que la responsabilidad en la gestión no sólo es competencia de las instituciones del Estado 
sino también de la comunidad en general, que del mismo modo debe hacerse responsable 
de sus vertimientos, así queda expresado en palabras del representante de Asofrugold: 
 
 En el campo o en la ciudad todos debemos tener conciencia de que las aguas 
usadas se deben verter con un tratamiento, que se vayan más limpias para que 
no sigan contaminando al de más abajo y mejorar el ambiente y problemas de 
salud asociados a las aguas contaminadas, porque el de más abajo también la 
coge, la usa; en eso debemos tener cultura ambiental (Representante de 
Asofrugold, municipio de Restrepo, 2016). 
 
Con relación a lo anterior, en las fotografías 1 y 2 durante el desarrollo del trabajo 
en campo en la parte alta de la cuenca hidrográfica del río Dagua, se evidencia parte de la 
problemática asociada al vertimiento de aguas residuales domésticas y los procesos de 
fragmentación de la propiedad para la construcción de vivienda campestre, así como la 
expansión de la frontera agrícola en zonas de alta pendiente que acelera procesos erosivos 
en la cuenca del río Dagua (Fotografías 1 y 2). 
116 
Fotografía 1. Procesos de fragmentación de la 
propiedad para construcción de vivienda campestre y 
ampliación de la frontera agrícola en zonas de ladera. 
Municipio de Dagua. Fuente: grupo de trabajo, 2017 
Fotografía 2. Parte alta de la cuenca del río Dagua, 
se observa como las viviendas del centro poblado 
de Bitaco vierten sus aguas domésticas al río sin 
controles. Fuente: grupo de trabajo, 2017 
 
 
 Fuente: Grupo de trabajo (2017). 
 
Igualmente, a partir de la percepción de los agentes sociales en la cuenca alta se 
logró identificar el estado ambiental de las fuentes hídricas, y las actividades antrópicas 
que conllevan a su deterioro o, por el contrario, a su conservación y protección. Lo anterior, 
es posible apreciarlo en el Mapa 2 que sintetiza los resultados de talleres de cartografía 
social realizados en los distintos municipios con jurisdicción en esta parte de la cuenca. 
 
Mapa 2. Percepción de la calidad ambiental del agua en la cuenca hidrográfica del río Dagua, parte alta 
 
 
 
Fuente: Grupo de trabajo. 
Ambiente e Saúde - 117 
La cartografía construida a partir de la percepción colectiva de los agentes 
sociales, permitió relacionar que las buenas o malas condiciones de los afluentes se 
encuentran relacionadas con la presencia de elementos como bosques, localización de 
viviendas, crecimiento poblacional, ganadería en áreas aledañas a fuentes de agua, 
disposición de residuos sólidos, puntos de envenenamiento de agua y finalmente, trazas 
asociadas a trayectos de las fuentes hídricas en buenas y malas condiciones ambientales 
para uso humano (Mapa 2). 
En ese sentido, se percibe que las fuentes de hídricas superficiales percibidas en malas 
condiciones ambientales, coincide con la presencia próxima a centros poblados, donde se 
presentan los mayores problemas de vertimientos de aguas residuales domésticas y 
agrícolas, depositados de manera directa a los afluentes sin ningún tipo de tratamiento. 
Como consecuencia de lo anterior, el agua superficial disponible no es apta para consumo 
humano y sus niveles de contaminación afectan otras formas de vida. Sin embargo, es 
importante destacar que actualmente estas fuentes hídricas tienen una alta demanda para 
uso agropecuario, en especial para el riego de cultivos de hortalizas, lo cual implica un riesgo 
para la salud debido a que los cultivos se convierten en productos bio-acumuladores de 
sustancias toxicas. Además, gran parte de la población realiza actividades de pesca y de 
esparcimiento sobre dichas fuentes de agua. Finalmente, se destaca que, aunque no se logró 
abarcar el total de las redes hídricas en el mapa, los resultados preliminares como insumo en 
la identificación de la calidad ambiental del agua fueron satisfactorios dado que el ejercicio 
permitió avanzar en la reconstrucción de la historia ambiental en esta parte de la cuenca. 
 
SOLUCIONES A LAS PROBLEMÁTICAS AMBIENTALES ASOCIADAS AL AGUA Y LA SALUD 
AMBIENTAL 
 
Como respuesta a la identificación de las anteriores situaciones ambientales, los 
agentes sociales en la cuenca alta del río Dagua, identifican la necesitada el trabajo 
articulado y coordinado entre las distintas instituciones públicas, privadas y comunitarias 
que intervienen en la gestión ambiental del agua la cuenca. En palabras del presidente de 
la Junta de Acueducto de Tocota, municipio de Dagua se destaca que: 
 
118 
Las medidas serían principalmente de parte de la Corporación Autónoma 
Regional del Valle del Cauca (CVC) y toda la comunidad, para que nos 
entendamos y podamos llegar a justos acuerdos y eduquemos a la gente en 
saber lo vital e importante que es el agua y no desperdiciarla y contaminarla; eso 
sería muy bueno; necesitamos cambios culturales frente al agua (presidente de 
la Junta de Acueducto de Tocota, 2016). 
 
Entre las soluciones para afrontar problemáticas de tipo ambiental asociadas a la 
calidad del agua se destacan las siguientes: educación ambiental, procesos de 
reforestación, aislamiento de fuentes hídricas, manejo adecuado del suelo, 
establecimiento de un régimen tarifario diferencial por uso y, finalmente, un sistema de 
monitoreo del caudal que incluya sus parámetros físico-químicos y biológicos. En palabras 
de un representante de Asofrugold se evidencia lo siguiente: 
 
Debemos tener conciencia de un manejo justo del agua y de procesos de 
reforestación, así mismo, la cultura y la conciencia ciudadana deben incidir 
principalmente en su uso racional para no contaminarla demasiado; nosotros 
utilizamos el agua y debemos devolverla limpia; la responsabilidad está en el 
antes y el después, ya que son dos etapas fundamentales en la gestión […] 
hay que pensar en la responsabilidad para que no se nos acabe el vital líquido 
y crear formas para expulsarlas y devolverlas otra vez a la naturaleza de 
alguna manera menos contaminada. Teniendo en cuenta estas acciones 
podremos mejorar la calidad ambiental de la cuenca (Representante de 
Asofrugold, municipio de Restrepo, 2016). 
 
También, en cuanto al agua, se puede observar que las comunidades tienen planes 
concretos, como es el caso del Distrito de Manejo Integrado de Atuncela localizado en el 
municipio de Dagua, el cual según el representante de la Asociación de Productores y 
Comercializadores de Atuncela, dicho distrito tiene proyectos de sistemas de riego, 
complementados con la construcción de un trapiche ecológico, que surge como iniciativa 
comunitaria avalada por el Ministerio de Agricultura, así lo expresa el representante: 
 
Nosotros queremos el agua tecnificada para el sistema de riego, por goteo y 
por micro-aspersión; adicionalmente,queremos cuidar y proteger los 
bosques y garantizar la calidad ambiental de la cuenca, pero la cosa más 
importante es concientizar a la gente, ahora hay que capacitar, yo no sé de 
qué manera, pero hay que buscar los mecanismos que promuevan un uso 
eficiente del agua (Representante de la Asociación de Productores y 
Comercializadores de Atuncela, 2016). 
 
Por otra parte, los agentes institucionales están desarrollando mecanismos para el 
cuidado del preciado líquido, según dice el encargado de la Unidad Municipal de Asistencia 
Técnica Agropecuaria del Municipio de Dagua (UMATA), que se centran en la realización de 
campañas de uso eficiente del recurso para mejorar su calidad ambiental, así lo expresa el 
Ambiente e Saúde - 119 
agente social: nosotros estamos en el plan de desarrollo del municipio en estos momentos, 
y dentro del plan tenemos un apartado de sensibilización y uso eficiente del agua, tanto en 
la parte rural, como en la parte urbana; la idea es llevar la sensibilización directamente a 
las casas en el ámbito rural y, aquí, en lo urbano; hacerlo en colegios y otras dependencias 
municipales (Encargado de la Unidad Municipal de Asistencia Técnica Agropecuaria del 
Municipio de Dagua). 
Del mismo modo, los usuarios y la sociedad civil, principalmente Juntas de 
Acueductos y Juntas de Acción Comunal, también, realizan mecanismos para el cuidado del 
agua y para asegurar su calidad frente a posibles elementos que puedan interferir con la 
salud de las personas, según un líder de Provincia se evidencia que: 
 
Nosotros el acueducto lo tenemos aislado, cuando hay mucho monte vamos a 
limpiarlo trabajando en comunidad; desde el punto donde cogemos el agua para 
consumo hasta el tanque que almacena el agua y la distribuye; los mantenimientos 
comunitarios son claves cuando se presentan fuertes lluvias, ya que el agua se 
contamina de sedimentos y otros materiales que pueden ser peligrosos, por tal 
razón, hay que hacerle un mantenimiento a los tanques para evitar enfermedades 
que se puedan presentar en los usuarios, así como problemas de desabastecimiento 
del líquido (líder Junta de Acción Comunal de Provincia, 2016). 
 
Finalmente, es necesario destacar el papel de las redes sociales como mecanismo 
para el cuidado del agua y promover la calidad ambiental de la misma, ya que, los agentes 
sociales mencionan que dichos medios innovadores, económicos y están a la mano de 
todos. Al respecto, el encargado del Acueducto de La Ventura, municipio de Dagua, 
menciona lo siguiente: 
 
Pues nosotros mensualmente sacamos un boletín donde hablamos de la parte 
operativa en la gestión del agua, la parte financiera, pero también, hablamos del 
componente educativo para un uso eficiente y mejorar su calidad ambiental […] 
sí, hacemos esas campañas, inclusive, éste acueducto es uno de los pocos de 
aquí de la región que cuentan con redes sociales en internet como Facebook, y 
por ahí se habla mucho, además, estamos conectados con la página del CDEA 
(Centro de Educación Ambiental) a través de la cual se comparten herramientas 
a los usuarios sobre el cuidado y mejoramiento del medio ambiente y el agua 
(Encargado del Acueducto de La Ventura, 2016). 
 
 
LA PERCEPCIÓN SOCIAL COMO INDICADOR PARA VALORAR LA CALIDAD AMBIENTAL DEL 
AGUA: CUENCA BAJA DEL RÍO DAGUA 
 
En la cuenca baja del río Dagua los agentes percibieron que una de las principales 
acciones antrópicas que afectan la calidad del vital líquido y por ende la salud ambiental, 
se asocia principalmente con tres elementos claves: el primero, ligado al vertimiento 
120 
directo de aguas residuales sin ningún tipo de tratamiento a las fuentes hídricas; segundo, 
la minería ilegal de oro, la cual tuvo su mayor auge en el año 2011 y que paulatinamente 
se ha ido trasladando hacia otras partes del corredor biogeográfico; y tercero, la ampliación 
de la doble calzada Cali-Buenaventura como plataforma de competitividad económica del 
país, debido al flujo de mercancías de importación y exportación que favorece y se 
distribuyen a través del principal puerto marítimo de Colombia sobre el océano Pacífico, 
cuya construcción demanda la extracción continua de materiales de arrastre del cauce 
principal del río Dagua. Las anteriores situaciones ambientales son reconocidas por los 
agentes sociales de la cuenca baja, entre los cuales se encuentra un funcionario de la 
Gobernación del Departamento del Valle del Cauca quien manifiesta lo siguiente: 
 
Pues yo creo que en este momento la problemática es la misma contaminación 
del río; imagínate, ese río ya va muy contaminado porque recoge todas las aguas 
servidas de los municipios de la parte alta de la cuenca, y esa parte de Cisneros, 
todo eso va a llegar a la bahía de Buenaventura totalmente contaminado; uno 
de los mayores contaminantes de la bahía de Buenaventura es el río Dagua y los 
problemas de salud asociados a la contaminación a las personas que hacen uso 
del agua; entonces, prácticamente es una desventaja en este momento que 
evidencia la inadecuada gestión del agua en la cueca, yo por lo menos la percibo 
así (FUNCIONARIO DE LA GOBERNACIÓN DEL VALLE, 2017). 
 
Del mismo modo, un funcionario de la Corporación Autónoma Regional del Valle 
del Cauca (CVC) describe la problemática de la minería ilegal del oro en la cuenca baja, la 
cual además de generar daños irreversibles a los ecosistemas promovió una ola de 
violencia que atentó contra los procesos de organización social comunitaria e 
instituciones del Estado quienes defendían la protección y conservación ambiental de la 
cuenca. Así lo expresó en sus palabras: 
 
hace como dos años el tema fuerte fue la minería que se salió de las manos de 
las autoridades; dicha actividad ilegal se desarrolló aproximadamente desde el 
2012. Habían más de 200 retroexcavadoras y grupos armados allí, es decir, que 
uno no podía decir nada; a mí me toco más de una vez salir corriendo de allí, nos 
amenazaban; entonces no es fácil. Y los otros procesos fuertes corresponden a 
ley 70, cuando se le da la potestad a las comunidades el derecho a la tierra, eso 
les da más apego y saben que hay un reconocimiento; cuando sucede eso la 
gente se organiza, y la gente organizada nos ha prestado mucha más atención 
que cuando eran comunidades dispersas; una vez se organizan es mucho más 
fácil trabajar porque la ley 70 tiene el tema ambiental, y establece que las 
comunidades tienen que conservar los elementos naturales velar por la calidad 
ambiental del agua (FUNCIONARIO DE LA CORPORACIÓN AUTÓNOMA 
REGIONAL DEL VALLE DEL CAUCA CVC, MUNICIPIO DE BUENAVENTURA, 2017). 
 
Ambiente e Saúde - 121 
En las fotografías 3 y 4, tomadas durante trabajo de campo se evidencia la actual 
problemática existente en torno a los vertimientos de aguas residuales domésticas en la 
cuenca bajas, así como la extracción de material de arrastre sobre el cauce principal del río 
Dagua asociado a la ampliación de la doble Calzada Cali-Buenaventura (Fotografías 3 y 4). 
 
Fotografía 3. Viviendas dispersas localizadas en la 
margen principal del río Dagua, municipio de 
Buenaventura, corregimiento la Delfina. Descarga 
directa de aguas domésticas a fuentes hídricas e 
inadecuado manejo de residuos sólidos. Fuente: 
grupo de trabajo, 2017 
Fotografía 4. Extracción de material de arrastre en 
el cauce principal del río Dagua, Corregimiento de 
Córdoba municipio de Buenaventura. Fuente: 
grupo de trabajo, 2017 
 
 
 
 
Fuente: Grupo de trabajo (2017). 
 
Finalmente, una de las integrantes del Consejo Comunitario del Alto y Medio Dagua 
destaca que la construcción y ampliación de la doble calzada Cali-Buenaventura ha 
impactado el río pese a las acciones de mitigación realizadas por las empresas 
constructoras y el Estado, pues la obra trajo consigo el desarrollo de otras actividades que 
ocasionan conflictos de tipo socioambientales, así lo expresa un integrante del Consejo 
Comunitario Alto y MedioDagua: 
 
La construcción de la doble calzada impactó mucho la calidad ambiental de la 
cuenca y el agua del río, a la hora de bajar los taludes para ampliar la vía hubo 
una pérdida de árboles; por otro lado, la contaminación del agua en el río es 
debido al manejo de basuras; entonces, si percibimos que desde la parta alta 
del río Dagua se echan muchos desechos sólidos como basura y aguas 
domésticas; todo tipo de cosas viene al río entonces, y el río mantiene muy 
contaminado y está generando algunos problemas de salud por la basura y 
los malos olores. El agua de las cocinas, de los baños de las casas, todo va 
aparar a las quebradas porque no tenemos alcantarillado; en algunas 
viviendas hay pozos sépticos, pero no en todas, aproximadamente un 70% 
tienen pozos sépticos; alcantarillado como tal no existe en la cuenca; 
entonces ese tipo de contaminación si la tenemos y la vemos a diario, pero 
solamente en el río Dagua. Otra cosa es la contaminación que tiene el río 
Dagua por la lavada de Vehículos, si ustedes miran a los lados de la vía, se 
percibe que lavan vehículos sin ningún control, entonces, todo ese tipo de 
desechos van a dar al río Dagua (INTEGRANTE DEL CONSEJO COMUNITARIO 
DE ALTO Y MEDIO DAGUA, 2016). 
122 
Paralelamente, las percepciones de los agentes sociales entrevistados en la cuenca 
baja, permitieron la representación colectiva de situaciones ambientales asociadas a la 
calidad del agua, las cuales estuvieron acompañadas de la identificación de los factores o 
causantes que inciden en su estado actual. Lo anterior, se convierte en un instrumento 
cualitativo de fácil acceso para la valoración de la salud ambiental en la cuenca, ya que su 
construcción integra y rescata el conocimiento local, las experiencias y vivencias de las 
comunidades que habitan la cuenca. En este sentido, el Mapa 3 producto del desarrollo de 
la cartografía realizada en sectores claves de la cuenca baja, permite indentificar las fuentes 
hídricas en buenas y malas condiciones, cuyo estado se ha relacionado específicamente a 
la presencia de los siguientes factores: localización de pozos sépticos, puntos de reciclaje 
y disposición inadecuada de residuos sólidos, puntos de minería para extracción de 
material de arrastre sobre el cauce principal del río Dagua, minería aurífera, prácticas 
agrícolas, procesos de deforestación, vertimientos de aguas residuales domésticas, y 
finalmente, las redes hídricas asociadas a trayectos en buenas y malas condiciones 
ambientales para uso humano (Mapa 3). 
Con respecto a la percepción de los participantes respecto a fuentes hídricas de 
mejor calidad ambiental en la parte baja de la cuenca, se resalta que el cauce principal del 
río Dagua se encuentra en malas condiciones, desde el punto de intersección de los ríos 
Bitaco y Dagua a la altura del corregimiento de Lobo Guerrero hasta el corregimiento de 
Córdoba (municipio de Buenaventura) (Mapa 3). En concordancia a los planteamientos 
anteriormente expuestos, los agentes sociales percibieron que las malas condiciones de las 
fuentes hídricas se deben a: la localización de lavaderos de carros de carga pesada sobre la 
vía, puntos asociados a envenenamiento del agua en fuentes hídricas, minería para 
extracción de material de arrastre y vertimiento de aguas residuales domésticas. Estas 
situaciones ambientales sobre el río han potenciado otro tipo de actividades antrópicas 
como la inadecuada disposición de residuos sólidos, lo cual, según los agentes sociales 
entrevistados, ha tenido serias repercusiones sobre la calidad ambiental del río y sobre la 
salud humana de las personas que hacen uso del mismo. Por otro lado, los agentes sociales 
percibieron que las fuentes de mejor calidad ambiental corresponden en la reserva natural 
de los Ríos Escalerete y San Cipriano, así en zonas de bosque restaurado que se combina 
con actividades agrícolas de subsistencia para las comunidades indígenas (Mapa 3). 
 
 
Ambiente e Saúde - 123 
 Mapa 3. Percepción de la calidad ambiental del agua en la cuenca hidrográfica del río Dagua, parte baja 
 
 
Fuente: grupo de trabajo. 
 
Igualmente, es importante destacar que la buena calidad ambiental del agua se debe 
en parte al trabajo comunitario de la población que habita la reserva, así como los esfuerzos 
de las comunidades étnicas quienes paulatinamente han modificado sus antiguas prácticas 
económicas para promover nuevas formas de sustento en armonía con el medio ambiente y 
cada uno de sus elementos. Aunque la pesca es restringida sólo a sus pobladores, las 
condiciones ambientales del agua permiten el consumo humano directo de dicha fuente. 
Otro factor importante identificado en el mapa de cartografía social se relaciona con el 
cambio en calidad ambiental del agua percibido desde el corregimiento de Córdoba hasta la 
desembocadura del río Dagua en el municipio de Buenaventura. Dicho comportamiento, según 
la experiencia y percepción de los asistentes a talleres y entrevistas, corresponde al incremento 
significativo del caudal del río Dagua, ya que los cambios abruptos en los niveles de 
precipitación permiten periodos de recarga más prolongados sobre la parte baja de la cuenca, 
logrando una constancia de mayores caudales, lo cual, a su vez, facilita los procesos de dilución 
de sustancias tóxicas, la evacuación de residuos sólidos, y aporta mayores de niveles de 
sedimento y materia orgánica al río. 
 
124 
SOLUCIONES A LAS PROBLEMÁTICAS AMBIENTALES ASOCIADAS AL AGUA Y LA SALUD 
AMBIENTAL 
 
En la cuenca baja del río Dagua los agentes sociales entrevistados perciben que las 
medidas para solucionar las problemáticas ambientales asociadas al agua y su calidad deben 
estar orientadas a articular esfuerzos entre las instituciones públicas, privadas y las 
comunidades presentes a lo largo de la cuenca, con el fin de mejorar sus condiciones 
ambientales, sociales y de salud, ya que las acciones emprendidas por algunas personas para 
evitar la contaminación del vital líquido, no pueden seguir realizándose de manera aislada; así 
lo manifiesta una de las integrantes del Consejo Comunitario del Alto y Medio Dagua: 
 
Como acción colectiva se destaca la construcción de alcantarillados para que todas 
las aguas residuales no viertan el 100% de su contenido al río directamente. Para 
el manejo de basuras, como no tenemos recolección de las mismas, por ejemplo, 
cogemos lo que son cáscaras de la cocina y elementos orgánicos, todo eso lo 
echamos a los mismos sembrados y cultivos en forma de abono orgánico. Lo que 
son plásticos y ese tipo de cosas, se queman, que no es lo usual, pero los 
quemamos y otras veces los enterramos para no tirarlo al río. Todo eso que usted 
ve que baja por el río (plásticos y otros materiales sólidos), viene de la parte de 
arriba, y llega hasta acá, y eso va a dar al mar, lo que sé hace arriba afecta abajo 
ambientalmente; propondría que el gobierno hiciera el manejo con la gente de 
arriba, pensar en una buena gestión de las basuras y del agua. En ese sentido, las 
comunidades que nos localizamos en la parte baja somos las perjudicadas. Sí nos 
toca ir y hacer sinergias con las comunidades de la parte alta para una mejor 
gestión de los elementos mencionados, lo haremos. Eso es un proceso educativo, 
de tomar conciencia, acá lo importante es, si todo el mundo tiene conciencia de lo 
ambiental es compromiso de todos, debe existir la conciencia, percibir de manera 
diferente el agua y la naturaleza (INTEGRANTE DEL CONSEJO COMUNITARIO DE 
ALTO Y MEDIO DAGUA, 2017). 
 
En este sentido, dentro de las soluciones identificadas por los agentes sociales 
entrevistados se destacan: la educación ambiental, la reforestación, el aislamiento y 
protección de fuentes hídricas, manejo adecuado del suelo y la concientización de los 
habitantes en la cuenca, así lo menciona el funcionario de la Gobernación del 
Departamento del Valle del Cauca: 
 
Así haya poco bosque, debemosseguir protegiéndolos porque los bosques son 
productores de agua; debemos sancionar a los que están haciendo daño al río 
y deteriorando su calidad ambiental, como por ejemplo, el tema de la minería; 
y capacitar a la comunidad, porque en la medida que la comunidad se 
empodere de todo esto, van a ayudar a proteger la naturaleza y el agua, y serán 
ellos mismos quienes apliquen otros correctivos morales a las personas que 
están haciendo daño con sus acciones a la cuenca; ya no podemos pescar, antes 
se podía tomar el agua del río para consumo humano (FUNCIONARIO DE LA 
GOBERNACIÓN DEL VALLE, 2016). 
Ambiente e Saúde - 125 
Del mismo modo, se considera clave realizar un seguimiento en los sectores donde 
se presentó la minería ilegal para evitar su resurgimiento, pues los daños provocados al 
agua, la flora y fauna fueron determinantes en materia socioambiental y en la salud de la 
población, así lo expresa el funcionario de Hidropacífico: 
 
Desde el punto de vista minero, acabar con ese tema de la minería, prohibir esa 
práctica en la cuenca, eso sí sería vital en materia ambiental, para nosotros que 
usamos el agua del río; creo que es una de las cosas que más daño ha hecho al 
agua y los ecosistemas; y desde el punto de vista de la ciudadanía, como decía, 
por otro lado, es pertinente organizar una Planta de Tratamiento de Aguas 
Residuales y domésticas (PTAR) que recoja todas esas aguas y desechos para que 
se traten antes de devolver el agua al río Dagua, eso ayudaría mucho con mejorar 
la calidad ambiental del agua y del río previniendo enfermedades asociadas a la 
mala calidad del recurso (FUNCIONARIO DE HIDROPACÍFICO, 2016). 
 
Finalmente, por parte de las instituciones del Estado se están desarrollando proyectos 
que ayudan a la conservación de fuentes hídricas y a las comunidades de la zona como es el 
ejemplo que se vive en la Reserva Forestal de San Cipriano (municipio de Buenaventura), 
donde las instituciones y la comunidad han logrado conservar la reserva forestal y la 
preservación de importantes elementos naturales que contribuyen en mejorar la calidad 
ambiental del agua, así lo expresa una representante de la fundación San Cipriano: 
 
La gente ha respetado siempre la naturaleza y el agua y se ha aferrado a ella para 
adaptarse a las nuevas condiciones de la zona y buscar alternativas que 
permitiera vivir y conservar la reserva en ese momento; digamos, que hubo 
como diez años de desespero porque no sabíamos que hacer y un tema de 
prohibiciones, entonces surge el proceso comunitario, un proceso del cual 
comienzan unos comités inter-veredales; uno en esta comunidad que es 
Bodegas y el otro comité era en la comunidad de San Cipriano, y nos reuníamos 
mensualmente […] éramos apoyados por instituciones como la Corporación 
Autónoma Regional del Valle del Cauca (CVC), INDERENA (Instituto Nacional de 
los Recursos Naturales Renovables y del Ambiente) y Acuavalle. Entonces, 
cuando ellos visitaron a la gente, empezamos la construcción del plan de manejo 
para la reserva, en el cual se plasmó todas nuestras costumbres y modos de vida 
de las comunidades frente a la reserva y el agua, lo cual era bueno porque 
plasmó nuestra visión de la naturaleza. Y salió un libro bien elaborado. Después 
de cuatro años de trabajo, jóvenes, niños y adultos participaron de las mesas de 
diálogo y mesas de trabajo agotadoras, pero al final se logró el plan de manejo; 
ya en 1997, el 30 de abril, se unen estas dos comunidades en una sola 
organización llamada Organización San Cipriano que es una ONG ambiental, 
entidad sin ánimo de lucro que se encarga de la protección y conservación de la 
reserva y al mismo tiempo, vela por el bienestar social y ambiental de las dos 
comunidades que habitan la zona […] en ese orden de ideas, económicamente 
estábamos en el desespero, no sabíamos qué íbamos a hacer como 
comunidades, y con el plan, comienza el turismo, uno en armonía con el medio 
ambiente. (REPRESENTANTE DE LA FUNDACIÓN SAN CIPRIANO, 2016). 
126 
CONSIDERACIONES FINALES 
 
Entre los principales resultados asociados la percepción social del agua como indicador 
de salud ambiental en la cuenca hidrográfica de estudio se destacan los siguientes: 
1. Conocer la percepción de los agentes sociales, es un aspecto fundamental para 
comprender la visión de las comunidades y sus procesos organizativos que permiten 
entender sus prioridades en las acciones encaminadas a mejorar la salud ambiental de 
la cuenca de manera participativa, convirtiéndose en una herramienta para reorientar 
procesos de planificación ambiental oficial, que muchas veces reducen la participación 
a escenarios de consulta. Igualmente, lo anterior también es enriquecedor desde el 
punto de vista de los métodos de investigación cualitativos, porque convierte los 
ejercicios de cartografía social y entrevistas semiestructuradas en instrumentos de 
empoderamiento social de libre acceso para la valoración de la calidad ambiental del 
agua como un indicador de salud ambiental en la cuenca, pues su construcción y uso 
integra y rescata el conocimiento local, las experiencias y vivencias de las comunidades 
que habitan y producen socialmente la cuenca. 
2. La diversidad de agentes sociales en la cuenca hidrográfica, enriquece las distintas 
concepciones que se pueden tener en torno al vital líquido y su manejo, contribuyendo 
con ello, a la identificación de problemáticas y soluciones asociadas a la salud ambiental 
de la cuenca, desde una mirada horizontal que en repetidas ocasiones ha sido invisible 
a los procesos de planificación oficial. En este sentido, los resultados comprenden un 
incentivo para los mismos agentes sociales que permite reorientar sus prácticas 
cotidianas y concientizarse de las condiciones ambientales del agua en la cuenca. 
3. Aunque para los agentes sociales entrevistados en la cuenca del río Dagua, el manejo 
adecuado del agua es esencial para garantizar su conservación y uso sustentable en el 
espacio-tiempo, los problemas de articulación y participación de los distintos agentes 
sociales en dicho proceso, agudizan las formas de acceso, calidad y disponibilidad de 
este elemento en la cuenca, aspecto que queda representado en los mapas colectivos 
y las entrevistas semiestructuradas, donde no sólo se identifica las buenas o malas 
condiciones ambientales de las fuentes hídricas sino también sus detonantes. 
 
REFERENCIAS 
 
AGUIRRE, M.; LÓPEZ IBARRA, L.; BOLAÑOS TROCHEZ, F. et al. Percepción del paisaje, agua y ecosistemas en la 
cuenca del río Dagua, Valle del Cauca, Colombia. Revista Perspectiva Geográfica, Colombia, v. 22, n. 1, 2017. 
 
ANGEL, A. La fragilidad ambiental de la cultura. Historia y medio ambiente. 2. ed. Colombia: Editorial de la 
Universidad Nacional de Colombia, 2015. 
Ambiente e Saúde - 127 
 
BABBIE, E. Métodos de investigación por encuesta. Ciudad de México, México: Fondo de Cultura Económica, 
1998. 
 
BOLÓS, M. Manual de ciencia del paisaje. Teorías, métodos y aplicaciones. Barcelona, España: Editorial 
Masson, 1992. 
 
BUITRAGO, O.; BOLAÑOS, F.; AGUIRRE, M. Organización comunitaria en la gestión del agua potable en el 
Departamento del Valle del Cauca, Colombia. In: Processos de cooperação e solidariedade na América 
Latina. Brasil: Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2017. p. 295- 320. 
 
BUITRAGO BERMÚDEZ, O.; PAREDES RODRÍGUEZ, S.; MOTTA GONZÁLEZ, N. De los farallones al cauca: 
situaciones ambientales, actores e imaginarios. Local: Editorial Universidad del Valle, 2011. 234p. 
 
BUITRAGO BERMÚDEZ, O.; BOLAÑOS TROCHEZ, F.; PATIÑO, Z. La cuenca hidrográfica como unidad de 
gestión del agua. Visiones de las organizaciones sociales de base e instituciones públicas. Cali, Colombia: 
Programa Editorial Universidad del Valle, 2017. 
 
BUITRAGO BERMÚDEZ, O.; AGUIRRE, M. Análisis socioespacial de los humedales Guarinó y La Guinéa 
(municipio de Jamundí, Colombia). Revista Finisterra, Portugal, LI, n. 103, p. 3-24, 2016.ERAZO NAVIA, D.; BOLAÑOS TROCHEZ, F.; MARTÍNEZ PEREA, F. et al. Salud ambiental y suministro de agua 
potable. Problemas de gestión pública en medio de la abundancia caso municipio de candelaria - Valle del 
Cauca, Colombia. Revista Geouece, v. 3, n. 4, 2014. 
 
FERNANDEZ, N.; SOLANO, F. Índices de calidad y de contaminación del agua. Local: Universidad de 
Pamplona, 2005. 
 
FLICK, U. Introducción a la investigación cualitativa. Madrid, España: Ediciones Morata, 2004. 
 
INSTITUTO NACIONAL DE HIGIENE, EPIDEMIOLOGÍA Y MICROBIOLOGÍA. Los factores ambientales como 
determinantes del estado de salud de la población. Revista Cubana de Higiene y Epidemiologia, 
Havana/Cuba, v. 45, n. 2, 2007. 
 
LÉTOURNEAU, J. La caja de herramientas del joven investigador: guía de iniciación al trabajo intelectual. 
Bogotá, Colombia: La Carreta Editores, 2009. 
 
LÓPEZ IBARRA, L.; GONZÁLEZ GUEVARA, D. Percepción del paisaje y los ecosistemas en la cuenca 
hidrográfica del río Dagua. 2016. Monografia (graduação), Geografia, Universidad del Valle, Colombia, 
2016. 
 
MC JUNKIN, E. Agua y salud humana. Organización Panamericana de la Salud. Oficina Sanitaria 
Panamericana México D.F. Traducción al español de Edward Cruz Quevedo. Lima, Peru: Noriega Editores, 
1988. 
 
MARTÍNEZ, M. Investigación cualitativa: síntesis conceptual. Revista de investigación en psicologia, Lima 
Perú, v. 9, n. 1, p. 123-146, 2006. 
 
MARTÍNEZ, C. El muestreo en investigación cualitativa: principios básicos y algunas controversias. Revista 
Ciencia & Saúde Colectiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 613-619, 2012. 
 
MATEO, J.M.; DA SILVA, E.V.; LEAL, A. Paisaje y geosistema: apuntes para una discusión teórica. Geonorte, 
v. 4, n. 1, p. 249-260, 2012. 
 
NACIONES UNIDAS. Resolución aprobada por la Asamblea General el 28 de julio de 2010. (A/64/L.63/Rev.1 
y Add.1). 64/292. El derecho humano al agua y el saneamiento. Local: ONU, 2010. p. 3. 
 
128 
NOGUERA, E. Emergencia de una episteme-ético-estética-política que constituye un nuevo concepto de 
ciencia desde el pensamiento ambiental complejo. Las ciencias ambientales como nueva área del 
conocimiento para Colombia. RCFA – Colciencias, Bogotá, Colombia, p. 63-80, 2006. 
 
ORDOÑEZ, G. Salud ambiental: conceptos y actividades. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 7, n. 3, 
p. 137-147, 2000. 
 
RENGIFO CUELLAR, H. Conceptualización de la salud ambiental: teoría y práctica. Revista Perú Médica Exp 
Salud Publica, Peru, v. 25, n. 4, 2008. 
 
SAMBONI RUIZ, N.; CARVAJAL ESCOBAR, Y.; ESCOBAR, J. Revisión de parámetros fisicoquímicos como indicadores 
de calidad y contaminación del agua. Revista Ingeniería e Investigación, v. 27, n. 3, p. 172-181, 2007. 
 
SILVÉRIO FLAUZINO, F. Avaliação temporale espacial da qualidade da água para a gestão de recursos 
hidricos: Reservatorio Miranda no triângulo mineiro. Planejamento e gestão de recursos hidricos: 
exemplos mineiros. Local: Assis Editora, 2012. p. 381. 
 
TANGARIFE, M.; VILLAQUIRA, Y. Paisaje y agua: el sentir de las comunidades asentadas en la cuenca baja del 
río Dagua. 2016. Monografia (graduação), Geografia, Departamento de Geografía, Universidad del Valle, 2016. 
 
TORRES, P.; CRUZ, H.; PATIÑO, P.J. Índices de calidad del agua en fuentes superficiales utilizadas en la 
producción de agua para consumo humano. Una revisión crítica. Revista de Ingenierías, Medellín, v. 8, n. 
15, p. 79-94, 2009. 
 
UNIVERSIDAD DEL VALLE. Informe avance final marco teórico y metodológico actividad 1. Proyecto de 
Investigación Estrategias para la Recuperación y Manejo Integrado del Recurso Hídrico en las Cuencas del 
Cauca y Dagua, en el Valle del Cauca, 2016a. 
 
UNIVERSIDAD DEL VALLE. Informe diagnóstico de la gestión del agua en la cuenca del río Dagua. Proyecto 
de Investigación Estrategias para la Recuperación y Manejo Integrado del Recurso Hídrico en las Cuencas 
del Cauca y Dagua, en el Valle del Cauca, 2016b. 
 
WORLD HEALTH ORGANIZATION AND UNICEF. Progress on sanitation and drinking-water: 2010 Update. 
Switzerland. ISBN 978 92 4 156395 6. 
 
YASSI, A.; KJELLSTRÖM, T.; KOK, T. et al. Salud ambiental básica. Programa de las Naciones Unidas para el 
Medio Ambiente, Oficina Regional para América Latina y el Caribe. México D.F. 2002. p. 11. 
 
 
 
Documentos en línea: 
 
ORGANIZACIÓN DE LAS NACIONES UNIDAS PARA LA ALIMENTACIÓN Y LA AGRICULTURA – FAO. 2018. 
Disponível em: http://www.fao.org/nr/water/aquastat/countries_regions/COL/ indexesp.stm#gender 
 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PLANEACIÓN. Conpes 3350 de 2008 - Lineamientos para la formulación de 
la política integral de salud ambiental con énfasis en los componentes de calidad de aire, calidad de agua y 
seguridad química. 2008. Disponível em: 
http://www.minambiente.gov.co/images/normativa/conpes/2008/ Conpes_3550_2008.pdf 
 
MINISTERIO DEL MEDIO AMBIENTE Y DESARROLLO SOSTENIBLE. Decreto 1640, de 2 de agosto de 2012. 
Disponível em: http://www.minambiente.gov.co/images/normativa/decretos/2012/dec_1640_2012.pdf 
 
ORGANIZACIÓN MUNDIAL PARA LA SALUD. 2018. Documento consultado en línea en enero de 2018. 
Disponível em: http://www.who.int/topics/environmental_health/es/. 
 
 
Ambiente e Saúde - 129 
C A P Í T U L O 6 
Salud ambiental de las enfermedades vectoriales: aplicación geo tecnológica 
para entender la situación del Dengue, el Zika y el Chikungunya en Puerto Rico 
 
José Seguinot Barbosa15 
 
 
INTRODUCCIÓN 
 
El presente trabajo persigue evaluar la producción cartográfica de las enfermedades 
vectoriales transmitidas por el Aedes aegypti en Puerto Rico. Nuestro objetivo central es 
presentar la naturaleza de estas tres enfermedades y la situación de salud en términos de los 
casos ocurridos en el pasado, hasta muy recientemente (enero del 2017). Otro objetivo es 
realizar un análisis cartográfico de los mapas del mundo, Estados Unidos y Puerto Rico 
utilizando criterios provistos por los sistemas de información geográfica (SIG) y de la 
cartografía tradicional. Estos incluyen la escala, la proyección, el sistema de coordenadas y la 
resolución. Estos indicadores se aplicaron a los mapas sobre la base de la teoría del 
imaginario social. La conclusión principal que se deriva del presente trabajo es que una de las 
características compartida por los vectores es que pocas veces podemos verles. Mucho 
menos podemos ver los virus y bacterias que transmiten. Para resolver los problemas de 
representación de los vectores y de las enfermedades imaginarias se sugiere la creación de 
un modelo vectorial o de rastrilla basada en una escala que sea considerablemente pequeña, 
la cual se podría llamar la escala microscópica o la micro-escala. 
El imaginario social es un concepto creado por Cornelius Castoriadis (TURQUÍA, 
1922-1997), usado habitualmente en ciencias sociales para designar las representaciones 
sociales encarnadas en sus instituciones. El concepto se usa habitualmente como sinónimo de 
mentalidad, cosmovisión, conciencia colectiva o ideología, pero en la obra de Castoriadis tiene 
un significado preciso, ya que supone un esfuerzo conceptual desde el materialismo para 
relativizar la influencia que tiene lo material sobre la vida social. Castoriadis abordó las dos 
facetas de la ontología social-histórica-psíquica-imaginaria, la faceta individual y la faceta 
social. Según él, las instituciones y las psiques se auto-elaboran en el tiempo (quizá a diferente 
escala para cada una, pero ciertamente en el tiempo) en una interacción recíproca, una 
relación dialéctica (www.iep.utm.edu/castoria/). 
 
15 Catedrático de Salud Ambiental, Departamento de Salud Ambiental, Recinto de Ciencias Médicas, Universidad de Puerto 
Rico, San Juan. E-mail: jose.seguinot@upr.edu 
https://es.wikipedia.org/wiki/Cornelius_Castoriadis
https://es.wikipedia.org/wiki/Ciencias_sociales
https://es.wikipedia.org/wiki/Mentalidad
https://es.wikipedia.org/wiki/Cosmovisi%C3%B3n
https://es.wikipedia.org/wiki/Conciencia_colectivahttps://es.wikipedia.org/wiki/Ideolog%C3%ADa
https://es.wikipedia.org/wiki/Materialismo
https://es.wikipedia.org/w/index.php?title=Relaci%C3%B3n_dial%C3%A9ctica&action=edit&redlink=1
130 
Como se relaciona el imaginario social con las enfermedades, específicamente con las 
enfermedades transmitidas por vectores, nos lleva a un experimento conceptual e intelectual 
muy interesante. La mayor parte de las enfermedades se transmiten o se adquieren de forma 
imperceptible al ojo humano. Constituyen por tanto una red de bacterias, viruses, células 
enfermas y vectores que solo existen en el imaginario. Son parte de un mundo microscópico 
el cual solo puede ser visto mediante este instrumento y para el cual no existe una escala, ni 
una cuadrícula de coordenadas que pueda representarlos cartográficamente. 
Son, entonces, imaginarios en el sentido social y cultural y también imaginarios en 
el sentido geográfico. La imagen a continuación (Figura 1) representa un imaginario infantil 
de viruses y vectores. Observen que algunos hasta se parecen a animales que existen en la 
realidad y otros se parecen a miembros de nuestras familias, incluyendo algunas mascotas. 
 
Figura1 – Imaginando vectores, virus y bacterias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fuente: <https://all-free-download.com/free-vector/download/funny-cartoon-bacteria-and-virus-vector_588548.html>. 
Ambiente e Saúde - 131 
El imaginario social se extiende más allá de lo imaginable pues existen, también, 
enfermedades imaginarias. Los hipocondriacos representan el 5%-9% de la población y 
consumen el 10%-20% de los recursos sanitarios, pero hasta ahora no se sabía bien cómo 
tratarlos. La terapia cognitiva, según una reciente investigación, puede ayudar a evaluar y 
cambiar sus ideas distorsionadas sobre las enfermedades. Algunos fármacos son otra 
posible opción. De acuerdo a los datos de la organización Mundial de la Salud (OMS) uno 
de cada tres pacientes tiene una enfermedad imaginaria, es decir que no existe en la 
realidad y que no hay modo científico alguno de corroborar que la persona la padece. 
Por otro lado, las enfermedades transmitidas por vectores representan más del 17% 
de todas las enfermedades infecciosas, y provocan cada año más de 1 millón de 
defunciones. Más de 2500 millones de personas, en más de 100 países, corren el riesgo de 
contraer dengue. Cada año, el paludismo provoca más de 400 000 defunciones en todo el 
mundo, la mayor parte de ellas entre niños menores de cinco años. Otras enfermedades, 
tales como la enfermedad de Chagas, la leishmaniasis y la esquistosomiasis y más reciente 
el Chicungunya y el Zika, afectan a cientos de millones de personas en todo el mundo. 
Muchas de estas enfermedades son prevenibles mediante medidas de protección 
fundamentadas en mecanismos y políticas de control. 
 
Figura 2 – Mapa de la distribución de mosquitos en el mundo (National Geographic Society) 
 
 
 
Fuente: <http://kids.nationalgeographic.com/animals/mosquito/#mosquito-closeup.jpg>. 
Aquí viven los mosquitos 
http://kids.nationalgeographic.com/animals/mosquito/#mosquito-closeup.jpg
132 
Los vectores son organismos vivos que pueden transmitir enfermedades infecciosas 
entre personas, o de animales a personas. Muchos de esos vectores son insectos 
hematófagos que ingieren los microorganismos patógenos junto con la sangre de un 
portador infectado (persona o animal), y posteriormente los inoculan a un nuevo portador 
al ingerir su sangre. Los mosquitos (Figura 2) son los vectores de enfermedades mejor 
conocidos. Garrapatas, moscas, ratas, flebótomos, pulgas, triatominos y algunos caracoles 
de agua dulce también son vectores de enfermedades. Una característica compartida por 
los vectores es que pocas veces podemos verles. Mucho menos podemos ver los viruses y 
bacterias que transmiten. Por tanto desconocemos su lugar de ubicación, su localización y 
su movilidad o desplazamiento. En síntesis, permanecen ocultos al ojo humano por lo cual 
no pueden ser cartografiados ni como sujetos-objetos, ni como entes imaginarios. 
Revisando algunos mapas que intentan cartografiar la presencia de vectores 
encontramos cosas como las siguientes. En la figura 3 se presenta la distribución del Aedes 
albopictus y del Aedes agypti en los Estados Unidos. La escala y las fronteras son tan difusas 
que si pudiéramos hacer una ampliación seguro no sabríamos sobre que condados caen los 
límites. Este mapa hecho por el Center Desease Control (CDC) muestra a Puerto Rico sin la 
presencia del Aedes arbopictus. No obstante, este mosquito es el transmisor del Zika y el 
Chicungunya en el Caribe y muy posiblemente nuestra crisis del 2015 fue causada por la 
presencia de este vector. Tiene que ser muy difícil imaginarse una avalancha de mosquitos 
tan pequeños en una escala nacional como la los Estados Unidos. Sería por supuesto mucho 
más fácil en una isla como la de Puerto Rico o inclusive en una isla más pequeña como 
Guadalupe o como Martinica. Creo que aun así no sería la representación apropiada, por lo 
tanto la única solución optada es la de una mancha en el mapa, en lugar de muchos punticos. 
 
Figura 3 – Presencia del Aedes albopictus y del Aedes aegypti en los Estados Unidos, 2016 
 
Fuente: <https://www.cdc.gov/zika/vector/range.html>. 
Ambiente e Saúde - 133 
Representar vectores en una escala global es aún mucho más difícil y poco práctico. 
Los cartógrafos optan casi siempre por las manchas o los polígonos de colores en lugar de 
los puntos. Esto puede apreciarse en la Figura 4 donde se representa la distribución de la 
Plaga a nivel mundial. Claramente podemos apreciar que esta enfermedad transmitida por 
las ratas y algunos roedores tiene una distribución geográfica que abarca los países 
continentales localizados en las regiones tropicales y latitudes medias (Africa, Brasil, India, 
Sureste Asiático y los Estados Unidos). No obstante, no podemos decir si hay muchos o 
pocos vectores que transmiten la plaga, tampoco podemos decir cómo se desplazan y como 
se difunde la enfermedad en la medida que el vector se expande por el territorio. 
 
 
Figura 4 – Distribución de la Plaga a nivel mundial 
 
Fuente:<http://blogs.biomedcentral.com/bugbitten/wp-ontent/uploads/sites/11/2015/03/World_distribution_of_plague_1998.png>. 
 
 
 
Jose 
Países reportados con Plaga 
Regiones donde la Plaga existe en animales 
134 
Para resolver los problemas de representación de los vectores y de las 
enfermedades imaginarias sugiero un modelo vectorial o de rastrillas basado en una escala 
considerablemente pequeña a la cual podríamos llamar micro-escala. Ello implicaría 
construir un sistema de coordenadas que mida las unidades en billones o trillones para 
poder ver entonces lo que no está al alcance de nuestra vista, pero si puede ser visto por 
un microscopio si se tratara de virus o bacterias o por un telescopio si se tratara de otros 
planetas o cuerpos celestes. Creo que esto solo sería posible adaptando los sistemas de 
información geográfica para medir lo imperceptible y lo poco sensible al ojo humano. 
Quiero a continuación presentar como han sido cartografiado y analizado los casos del 
vector Aedes aegyptis en un contexto isleño como el de Puerto Rico. Creo que ello sirve de 
modelo para hacer una buena cartografía tradicional, pero no necesariamente para 
cartografiar al sujeto (el Aedes aegyptis). 
 Si centramos en el vector y no en las enfermedades que transmite podemos decir 
que la distribución del Ae aegypti está asociada a entornos urbanos en las regiones 
tropicales y subtropicales y es muy sensible a la variabilidad climática, así como a factores 
sociodemográficos tales como la densidad de población y el nivel de pobreza (Nagao, 2003) 
Una mirada académica apunta a mejorar la vigilancia de la Ae. aegypti y sus estrategias de 
control mediante el estudio de variables socio-demográficasy climáticas para ver cómo 
están asociados con los niveles de infestación en los diversos países. Con ello se espera 
mejorar el control del vector del dengue. Para conseguir esta mirada nos apoyamos en la 
Figura 5. Esta estructura analítica constituye un mapa conceptual de cómo entender la 
relación del vector con otras variables sociales y ambientales. Este también es un mapa 
imaginario de redes y conexiones de flujo y de reflujo en distintas direcciones. 
 
Ambiente e Saúde - 135 
Figura 5 – Mapa conceptual para el estudio de El Dengue 
 
Fuente: <http://sameens.dia.uned.es/Trabajos10/Trab_Publicos/Trab_2/Herreros_Madueno_2/Texto/Multicausal.htm>. 
 
La biología del Aedes aegyptis lo describe como el principal vector de las 
enfermedades de Fiebre Amarilla, Dengue, Chikungunya y Zika en las Américas. Existen 
varias especies de Aedes. Entre las subespecies se incluyen: Stegomyia, Arbopictus y el 
Scutellaris. El Ae habita en las regiones tropicales y subtropicales del mundo y es un 
mosquito mayormente urbano. Ei ciclo de vida comprende: los huevos, el estado larval, un 
estadio de pupa y la etapa de adulto. Sus huevos son de 1mm, se depositan en aguas claras 
y estancadas, se desarrollan en 48 horas en temperaturas altas y 5 días en bajas. Resisten 
la desecación por meses. Las etapas de larva y de pupas son exclusivamente acuáticas. Se 
alimentan de materia orgánica existente en los recipientes. La etapa larval dura de 7 a 14 
días, mientras la etapa de pupa dura de 2 a 3 días. 
En la etapa de adulto (Figura 6) el Ae es un mosquito oscuro con bandas blancas 
(Figura A). El macho se distingue de la hembra por sus antenas plumosas. La hembra es la 
que pica. Ambos sexos suelen aparearse y en veinte y cuatro horas estar listo para la 
picadura o absorción de sangre. Un apareo es suficiente para que la hembra continúe 
136 
poniendo huevos. La hembra vuela contra el viento y prefiere los humanos para picar. Es 
atraída por los olores y gases del huésped. La sangre absorbida provee para el crecimiento 
de los huevos. Una vez liberados los huevos vuelve a picar. El rango de vuelo normal es de 
50 metros. Entran en reposo en sitios oscuros y tranquilos. Viven en el ambiente por unas 
pocas semanas. Mientras que en un laboratorio pueden vivir varios meses. 
 
Figura 6 – Imagen del mosquito Aedes aegypti a la izquierda (foto A) y Aedes albopictus a la derecha (foto B) 
 
 
 
 
 
 
Fuente: <https://www.google.com/search?q=fotos+del+aedes+aegypti&rlz> 
 
El Dengue 
 
El dengue es la enfermedad más importante transmitida por vectores de virus en 
todo el mundo por lo cual plantea una preocupación grave de salud pública en el continente 
Americano. El agente que causa el dengue es un Flavio virus, de los cuales hay cuatro 
serotipos. Este virus se transmite principalmente por el mosquito Aedes aegypti (Ae. 
aegypti). De acuerdo con la Organización Panamericana de la salud (OPS) el número de 
casos de dengue aumentaron en las Américas cinco veces entre 2003 y 2013. En 2013, había 
2,3 millones de casos, incluyendo 37.705 casos graves y 1.289 muertes. En los últimos tres 
años, la tasa de letalidad del dengue ha sido 0.05%. La principal estrategia para controlar 
el Dengue en muchos países de América Latina se basa en la vigilancia y control de vectores. 
El dengue es una enfermedad transmitida por la picadura del mosquito Aedes aegypti y el 
Aedes albopictus. Este mosquito tiene que poseer el virus del dengue del cual existen 4 
serotipos. El dengue fue descrito por primera vez en 1780 por Benjamin Rush en Filadelfia, 
Pensilvania, Estados Unidos de América. Los síntomas pueden aparecer luego de los 3 a 14 
días. Esta enfermedad ha afectado a millones de personas. Actualmente es un problema 
Ambiente e Saúde - 137 
serio de salud pública para las poblaciones del Caribe. La enfermedad del dengue existe en 
Puerto Rico desde cerca del año 1963. A partir de ese año las personas en Puerto Rico 
sufren de dengue todos los días ya que es una enfermedad endémica. El departamento de 
Salud de Puerto Rico y el “Centers for disease Control and prevention” (CDC por su siglas 
en inglés) determinaron que en Puerto Rico hubo 5 años epidémicos. 
Los años epidémicos fueron los siguientes: el 1994 para un total de 24,700, el 1998 
para un total de casos de 17,000, el 2007 para un total de 10,508 y el año 2010 para un 
total de 26,766 casos. Todos estos casos se analizaron en un laboratorio y el 47% resultó 
positivo. Estudios previos han demostrado que el aumento en las temperaturas ha causado 
que la incubación de los mosquitos disminuya. Estudios realizados por el Dr. Pablo Méndez 
Lázaro (2014) han demostrado una correlación entre la época de lluvia y los casos de 
dengue en Puerto Rico. Estos datos demuestran que la temporada de dengue para Puerto 
Rico refleja un pico mayormente en los meses de octubre. 
Según el CDC, tanto el dengue como el dengue hemorrágico son causados por uno 
de cuatro serotipos de virus estrechamente relacionados, pero antigénicamente distintos 
(DEN-1, DEN-2, DEN-3 y DEN-4), del género Flavivirus. La infección por uno de estos 
serotipos crea inmunidad de por vida solamente contra ese serotipo, por lo cual las 
personas que viven en un área donde el dengue es endémico pueden contraer más de una 
infección por dengue en el transcurso de su vida. La enfermedad es de distribución mundial, 
sin embargo, es endémico de la región tropical y subtropical entre los 30 grados al norte y 
los 40 grado al sur del ecuador. Es endémico del sur y este de Asia, el Pacífico, el este y 
oeste de África, el Caribe y las Américas (GULATI et al., 2007). 
En Puerto Rico el dengue es considerado un problema de salud pública debido a que 
está presente todo el año con variaciones en la intensidad. En años donde no ocurren 
epidemias se reportan entre 3,400 y 7,000 casos. De la misma manera, es importante señalar 
que es muy difícil eliminar o controlar el vector ya que este se adapta muy bien a cualquier 
ambiente y se reproduce con mucho éxito en Puerto Rico. Además, tiene la habilidad de 
reponerse fácilmente de fenómenos naturales o intervención humana (CDC, 2009). De la 
misma manera los huevos tienen la habilidad de resistir la desecación y sobrevivir hasta por 
dos meses sin agua. Su capacidad de recuperación es tal que si por ejemplo se eliminaran 
todas las larvas, pupas y adultos de un lugar, la población se recuperaría en dos semanas 
gracias a los huevos que ya habían sido depositados (CDC, 2009). 
138 
En Puerto Rico los casos de dengue son informados semanalmente al Sistema de 
Vigilancia de Dengue del Center for Disease Control. Según los datos compilados para el 
año 2003 la Figura 7 y la tabla (Tabla 1) muestran claramente una tendencia al aumento de 
casos en los meses de septiembre y octubre que se inicia desde el mes de junio alcanzando 
su máximo en septiembre. 
 
Figura 7 y Tabla 1 – Número de casos de dengue por región para ele año 2003 
 
 Fuente: Sistema de Vigilancia de Dengue – CDC (2009). 
 
Al buscar las tasas de cada región se puede determinar cuáles son las regiones de 
salud más afectadas por el dengue. En la Tabla 2, que muestra las tasas crudas por región, se 
presenta el total de casos de dengue ocurridos desde el año 2003 al 2008, ajustados a la 
población existente en ese momento según el censo. Se puede observar que existen 
variaciones entre las regiones a través de los años. Sin embargo, no se debe perder de vista 
como en todas las regiones, excepto Fajardo, se registraron un aumento considerable en el 
número de casos para el año 2005. De la misma manera en el 2007 (Figura 6) ocurrió un 
aumento aún más drástico en el número de casos pero esta vez en todas las regiones. Se puede 
observar también que la región de Fajardo es la menos afectada en el 2005 pero es la más 
afectada en el 2007 esto se puede deber a un fallo en cuanto al controldel vector, un deterioro 
en la prevención o quizá un aumento en la cantidad de precipitación para esa región en 
específico. Es interesante notar que la región metropolitana siempre tuvo la mayor cantidad 
de casos de dengue sin embargo al ajustarlo a la población iguala a la región de Ponce. 
Tabla 1: Número de casos de dengue por región de salud para el año 2003 
 
2003 
 REGION ENERO FEBRERO MARZO ABRIL MAYO JUNIO AGOSTO SEPTIEMBRE OCTUBRE NOVIEMBRE Sum Region 
ARECIBO 29 17 20 7 23 16 39 70 82 66 369 
BAYAMON 42 39 35 26 22 49 81 124 107 82 607 
CAGUAS 13 6 20 20 17 12 29 40 45 57 259 
FAJARDO 7 19 21 21 22 18 7 24 15 15 169 
MAYAGUEZ 27 18 36 32 27 23 45 91 65 68 432 
PONCE 39 35 18 18 31 33 50 164 119 51 558 
METROPOLITANA 38 35 54 31 40 39 67 115 100 113 632 
Sum Mensual 195 169 204 155 182 190 318 628 533 452 3026 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
La grafica muestra claramente 
una tendencia al aumento de 
casos en los meses de 
septiembre y octubre que 
comienza desde el mes de junio 
alcanzando su máximo en 
septiembre 
Ambiente e Saúde - 139 
Tabla 2 – Tasas regionales de casos de dengue por cada 100,000 habitantes 
 
Región de salud 2003 2004 2005 2006 2007 2008 
Arecibo 77.54 125.66 149.25 98.23 246.50 109.08 
Bayamón 95.88 71.15 242.17 61.61 281.65 94.32 
Caguas 44.25 57.18 81.03 76.72 191.75 69.83 
Fajardo 116.36 80.09 64.70 105.69 449.80 103.55 
Mayagüez 77.13 62.24 134.06 53.77 291.33 46.89 
Ponce 93.16 66.65 161.63 58.28 309.61 46.74 
Metropolitana 71.87 116.89 134.59 92.68 297.28 79.86 
Total 576.20 579.85 967.42 546.98 2067.91 550.26 
 
Fuente: Sistema de Vigilancia de Dengue – CDC (2009). 
 
Retomando la cartografía del dengue solo hemos podido cartografiar por regiones 
dee salud las tasas de prevalencia por cada cien mil habitantes (Figura 8). Cuantos vectoress 
han causado esta cantidad de casos es algo que ni existen datos, ni tenemos forma alguna 
de cartografiarlo. Por ello generalmente asumimos que si tenemos muchos casos ess 
porque teníamos muchos mosquitos. Pero no siempre es así, pues otras variables entrann 
en juego tales como la exposición de los ciudadanos, el uso de repelentes y la cantidadd de 
basura que hay en el vecindario. 
 
Figura 8 – Tasas del dengue por cada 100,000 habitantes, Puerto Rico, 2007 
 
 
 
Fuente: Sistema de Vigilancia de Dengue – CDC, 2009. © José Seguinot (2009). 
PONCE
ARECIBO
CAGUAS
MAYAGUEZ
BAYAMON FAJARDO
METROPOLITANA
FAJARDO
FAJARDO
Tasas del dengue por cada 100,000 habitantes, 
Puerto Rico, 2007
Leyenda
Regiones de salud
2007
192
246
282
291
297
310
450
30 0 3015 Kilometros
140 
En la Figura 8 se presentan el total de casos de dengue ocurridos desde el año 2003 
al 2008 según las tasas crudas existente en ese momento. En la gráfica se puede observar 
que existen variaciones entre las regiones a través de los años. Sin embargo, igualmente se 
puede ver como en todas las regiones, excepto Fajardo, se vio un aumento considerable en 
el número de casos para el año 2005. De la misma manera en el 2007 ocurrió un aumento 
aún más drástico esta vez reflejado en todas las regiones. 
 
Figura 9 – Casos de Dengue por Regiones de Salud 2003-2008 
 
Fuente: Sistema de Vigilancia de Dengue – CDC (2009). 
 
De los análisis realizados podemos concluir que el dengue es el producto directo de 
condiciones climáticas donde prevalecen una alta humedad y precipitación, asociada 
también a altas temperaturas. Por eso el dengue siempre ha sido propio de lugares 
tropicales, aunque con los cambios climáticos hoy día puede presentarse en países tan 
templados como la Argentina. En Puerto Rico los brotes de dengue han estados asociados 
con años de calentamiento térmico siendo el 2005 y el 2007 los más representativos. 
Igualmente son los meses de julio a noviembre donde se presentan la mayor cantidad de 
casos. Esto coincide con nuestra época lluviosa y con el periodo donde se presentan la 
mayor cantidad de huracanes. Por el contrario, la presencia de frentes fríos que 
generalmente coincide con los meses de diciembre a febrero disminuye la posibilidad del 
desarrollo de condiciones que originan el mosquito transmisor del dengue. A base de la 
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
450,00
500,00
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Arecibo
Bayamon
Caguas
Fajardo
Mayaguez
Ponce
Metropolitana
Ambiente e Saúde - 141 
realidad que reflejan los datos estudiados para Puerto Rico podemos concluir que el 
dengue en definitiva es una de las enfermedades más asociadas a los cambios climáticos 
globales y locales y que Puerto Rico no ha sido la excepción a esta norma. 
El modelo cartográfico usado por el Programa de vigilancia del dengue es uno 
basado en la cartografía temática por regiones de salud (Figura 10). Generalmente 
incluye la gráfica de la tendencia a disminuir o aumentar de los casos durante los meses 
del año. Este modelo solo reporta la cantidad de casos por región de salud, más no proyecta 
índices de infestación del mosquito o tipo de vector causante de la enfermedad. 
 
Figura 10 – Modelo cartográfico del Programa de Vigilancia de Dengue (Tablas, mapas y gráficas) 
 
Fuente: <http://www.salud.gov.pr/Estadisticas-Registros-y-Publicaciones/Pages/Dengue.aspx>. 
 
El Zika 
 
El virus del Zika fue descubierto en la selva Zika que se localiza en el país africano 
de Uganda, específicamente, en la región de Entebbe en ese país (DICK; KITCHEN; 
HADDOW, 1952; KADDUMUKASA; MUTEBI; LUTWAMA; MASEMBE; AKOL, 2014). El virus 
fue hallado a través de un vector, en este caso, el mosquito Aedes africanus 
(KADDUMUKASA et al., 2014) y en los componentes sanguíneos de unos ejemplares de 
monos de tipo Rhesus en 1947 (DICK et al., 1952). Durante el proceso inicial de 
descubrimiento en la sangre de los monos Rhesus fue diferenciado de otros arbovirus como 
los virus que producen la fiebre amarilla y el que produce la fiebre del dengue. 
142 
Aunque no había sido del todo desconocido que el Zika había estado en el África 
tropical y también en partes tropicales de Asia oriental, aun no se pensaba que fueran 
cepas distintas y se desconoce cómo ocurrió estos cambios moleculares para tener al final 
dos cepas distintas del virus del Zika; así en Camboya y en algunos sitios de Vietnam se 
había registrado del virus del Zika, la cepa asiática, en las década del 1970, e incluso ya en 
las cercana Malasia, isla Yap e islas Micronesias (HADDOW et al., 2012; HAMEL et al., 2016; 
MALONE et al., 2016; RABAAN, BAZZI, AL-AHMED, AL-GHAITH; AL-TAWFIQ, 2016). 
No fue hasta 2007 cuando reaparece el virus de Zika en la región de las islas de la 
Federación de las islas Micronesia y otras, entre ellas, en la isla de Yap. El brote epidémico 
se dio con unos síntomas en 14 pacientes con artralgia, conjuntivitis y un eczema corporal 
(DUFFY et al., 2009; IOOS et al., 2014; TU-XUAN NHAN, 2015). Otras islas en específico 
afectadas por el virus del Zika fueron New Caledonia, Polinesias Francesas y la Islas Cook, 
las cuales habían estado sufriendo concurrentemente tres brotes de dengue, Chikungunya 
y Zika; y como vector el mosquito Aedes spp. (ROTH et al., 2014). 
El virus llega al continente suramericano en 2014 al 2015 y se extiende por Brasil. 
La transmisión “autóctona” del Zika fuera del continente africano y de las islas del Pacífico 
tomó por sorpresa a la comunidad científica debido a la previa ausencia de episodios 
epidémicos en este continente y por la poca información científica relacionada al mismo 
(HAMEL et al., 2016). En 21 de octubre de 2015, la Organización Mundial para la Salud 
(OMS) y la Organización Panamericana de la Salud (OPS) reportaron en un comunicado de 
vigilancia a respuestade emergencias que lee que el extraño entonces virus del Zika había 
llegado a Brasil y detectado también en Colombia (“Emergencies preparedness, response 
Zika virus infection – Brazil and Colombia,” 2015). 
Esta es la primera vez históricamente que el virus del Zika había llegado al 
continente de las Américas. A partir de ese momento, el virus del Zika tomó una dirección 
ascendente, viajando con el vector A. Aegypti ha todo el continente y luego a las Antillas 
Menores, Antillas Mayores, América Central y finalmente a los Estados Unidos de América 
con la Florida como el primer estado en anunciar contagios locales autóctonos en el verano 
de 2016. En el caso de los EE.UU. Cabe explicar, que si tomamos la prioridad comenzando 
no por los estados sino por sus territorios entonces el territorio norteamericano de Puerto 
Rico detectó el virus del Zika de forma autóctona en el mes de diciembre de 2015. 
Ambiente e Saúde - 143 
Las vías de transmisiones sexuales es particularmente importante para las mujeres 
en edad de embarazo, pues el Zika puede pasar la barrera cordón umbilical y placenta y 
allegar al feto en desarrollo (GRISCHOTT et al., 2016). Se cree que se aloja en las células 
umbilicales llamadas fibroblastos (MALONE et al., 2016; Rabaan et al., 2016) que migran 
luego a los tejidos fetales, de ahí puede recorrer los tejidos nerviosos-neurológicos en 
desarrollo del feto o del embrión según sea la semana del contagio. Se ha visto que 
mientras más temprano es el contagio de la madre embarazada, es decir en las primeras 
semanas que componen el primer trimestre de embarazo, mayor es el daño neurológico 
podría presentar el feto y mayor sería un cuadro de sufrir la madre un aborto espontáneo 
(“Correspondence Prolonged Shedding of Zika Virus Associated with Congenital 
Infection,” 2016; Soares de Oliveira-Szejnfeld et al., 2016). 
Recientemente, se ha ido comprobando que otro vehículo de transmisión no 
arbórea del Zika es a través de la sangre, en especial en los bancos de sangres o de alguno 
de sus componentes y en hombres con sangre en la esperma (“Emergencies preparedness, 
response Zika virus infection – United States of America - Puerto Rico,” 2016; Rabaan et al., 
2016; Soares de Oliveira-Szejnfeld et al., 2016; Tu-Xuan Nhan, 2015). En los EE.UU, 
incluyendo a Puerto Rico, se está cribando y analizando toda donación de toda sangre a 
nivel de todas las jurisdicciones sanitarias para la detección del virus y evitar su transmisión 
por este modo (RASMUSSEN; JAMIESON; HONEIN; PETERSEN, 2016). 
En cuanto a la sintomatología específica del virus del Zika se destaca que un 80% de 
los infectados no presenta ninguna sintomatología según el CDC. De los infectados y que sí 
presentan síntomas se menciona que a partir del período de incubación, determinado como 
desde que el virus accede por las distintas vías de transmisión mencionadas, más 
comúnmente la vía del vector mosquito, tarda desde 3 a 12 días en presentarse según el CDC. 
Entre las mismas es una fiebre moderada, menor que la fiebre causada por el dengue, muy 
parecida a la fiebre de otros arbovirus; incluyen además eczema maculopapular, mialgias, 
artralgias, dolor de cabeza y una conjuntivitis o dolor retro-ocular (MAcNAMARA, 1954). Los 
síntomas van desapareciendo en su totalidad alrededor de 2 semanas. 
Sin embargo, luego de estas dos semanas de remisión de síntomas, en adultos se 
ha visto un inusual aumento de casos del raro síndrome de Guillain-Barré en las zonas 
afectadas por esta epidemia comenzándose a detectar inicialmente en las islas Micronesias 
y Brasil subrayado en (CAYLÀ et al., 2016). También se vio un aumento inusual en casos de 
microcefalia en fetos infectados en su primer trimestre el cual es tan severo que levantó la 
alarma de la OMS en febrero de 2016 (PLOURDE; BLOCH, 2016). 
144 
El virus del Zika en Puerto Rico, transmitido principalmente por el vector Ae. aegypti, 
había llegado para el mes de noviembre de 2015 con el caso confirmado en la semana 
epidemiológica 1 para el 2016, el 31 de diciembre de 2015, por las autoridades del 
Departamento de Salud de la isla en coordinación con los Centros de Enfermedades y Control 
en Atlanta (CDC)(“Emergencies preparedness, response Zika virus infection – United States of 
America - Puerto Rico,” 2016). Hasta la semana epidemiológica número 40, el Departamento 
de Salud de Puerto Rico había comunicado públicamente que había 29,755 casos confirmados 
de Zika en Puerto Rico, y de esa población habían 2,313 mujeres embarazadas. A la vez, en esa 
misma semana, el Departamento de Salud de Puerto Rico comenzó a divulgar activamente el 
Sistema De Vigilancia Activa del Zika en embarazos (SVAZE). 
Este sistema será útil para detectar o darle de forma regular seguimiento a los bebés 
que nazcan de estas madres en su desarrollo hasta que cumplan un año de edad, en algunos 
casos, hasta que tengan edad pre-escolar. SVAZE está consiente que habrá casos graves de 
microcefalia severa por infección de Zika, y peor aún, daños neurológicos desarrollados, 
que no son visibles ni medibles al momento de que nazcan todos los bebés expuestos al 
Zika. Según el autor Nishiura la probabilidad estimada de que un bebé tenga microcefalia 
severa en una madre con infección de Zika en sus primer trimestre puede ser de hasta un 
30%, menor que una mujer infectada con rubeola y no haya sido inmunizada. Pero hasta el 
momento, no se conoce ninguna vacuna para inmunizar a la población por este virus 
aunque se están realizando diferentes investigaciones clínicas de vacunas en Puerto Rico 
como se menciona en (JIMENEZ; SHAZ; BLOCH, 2016). 
En el año 2016 se reportaron unos 70,957 de los cuáles 38,461 fueron confirmados 
como casos positivos. De estos 3,050 eran casos de mujeres embarazadas. De ellas 316 
tuvieron que ser hospitalizadas y 5 fallecieron. Se reportaron 68 caos de que sufrieron el 
síndrome Guillain Barré. Las regiones de salud más afectadas fueron Ponce, San Juan y Bayamón. 
El modelo cartográfico de la representación de los casos del Zika sigue el mismo patrón que con 
los casos de dengue. Este analiza el número de casos por regiones de salud y presenta de forma 
temática las regiones y municipios con mayor y menor número de afectados (Figura 11). 
 
 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 145 
Figura 11 – Modelo cartográfico para la Vigilancia del Zika para la Región de Salud de Arecibo con 
Tablas y Mapas 
 
 
Fuente: <http://www.salud.pr.gov/Estadisticas-Registros-y-Publicaciones/Pages/Reporte-de-Zika-por-Municipios.aspx>. 
 
 
El Chikungunya 
 
La fiebre chikungunya es una enfermedad viral emergente descrita por primera vez 
durante un brote en el sur de Tanzania en 1952. Desde entonces ha infectado a millones 
de personas en el mundo y sigue causando epidemias en varios países del sudeste de Asia, 
África y Oceanía (Figura 12). A finales de 2013, fue introducida en la región de las Américas 
donde ya ha ocasionado epidemias importantes en diferentes países. La fiebre 
Chikungunya es una de las denominadas enfermedades “olvidadas” o “desatendidas”, que 
empezaron a remerger debido a factores determinantes como el cambio climático, la 
mutación viral, la urbanización desorganizada con acceso deficiente a fuentes de agua que 
obliga a almacenarla en recipientes mal tapados o dejados a la intemperie, la diseminación 
de los vectores y el desplazamiento de las personas en el mundo. El Chikungunya ha 
provocado un impacto a nivel económico y social, principalmente en la calidad de vida de 
la población. Las muertes relacionadas a la infección Chikungunya son raras, pero la 
mayoría de los individuos afectados presentan secuelas a largo plazo. 
146 
Uno de los efectos más significativos del cambio climático hoy día es el aumento de las 
enfermedades por vectores como el dengue, la malaria, fiebre amarilla y Chikungunya. Éste 
último es de las más recientes epidemias a nivel mundialque ha provocado la preocupación de 
muchos (Revista Virtual REDESMA Cambio climático y las enfermedades transmitidas por 
vectores: el análisis). Además, se ha corroborado que el clima influye en los vectores de 
enfermedades de muchas maneras, desde el control de la duración de su ciclo de vida hasta 
sus condiciones de reproducción (SciDev, 2014). Incluso, el calentamiento global ha permitido 
que los vectores se propaguen en áreas donde anteriormente no eran capaces de vivir (SciDev, 
2014) e incide directamente en la duración e intensidad de los brotes de enfermedades (IZE, 
2007). Por otro lado, la vulnerabilidad de la población a los efectos de los eventos 
climatológicos extremos está aumentando debido al crecimiento acelerado de la población, al 
aumento en los asentamientos humanos y la pobreza persistente (IZE, 2007). 
Los vectores de sangre fría como los mosquitos son extremadamente sensibles a los 
efectos directos del clima como temperatura, patrones de precipitación y viento, ya que 
influyen en su comportamiento, desarrollo y reproducción. Si el cambio climático aumenta 
la longevidad, aumenta la reproducción, aumenta la frecuencia de piquetes de estos 
insectos en la población o altera sus rangos de distribución, puede ocurrir un aumento en 
la cantidad de gente infectada (IZE, 2007). 
La palabra “Chikungunya” proviene de la lengua africana makonde, que significa 
“doblarse” en alusión a la postura encorvada que tienen los pacientes por el dolor. Este 
virus fue detectado por primera vez en Tanzania, África en 1952 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL 
DA SAÚDE - OMS, 2014). A finales del 2013, se detectó por primera vez en islas del Caribe 
(OMS, 2014). A partir de 2004, se han reportado brotes intensos y extensos alrededor del 
mundo. En 2007 el virus ocasionó un brote en Italia, en la región de Emilia-Romagna por 
viajeros que regresaron a Italia luego de visitar África (OMS, 2014). 
La fiebre chikungunya es un virus ARN que pertenece al género Alfavirus de la 
familia Togaviridae. Se caracteriza por la aparición súbita de fiebre alta, generalmente 
acompañada de dolores articulares, dolores musculares, dolor de cabeza, náuseas, 
vómitos, cansancio extremo y diarrea (OMS, 2014). Algunos pacientes se recuperan 
rápidamente, pero la mayoría padece estos fuertes dolores por varios meses, incluso años. 
Dicha enfermedad es transmitida al ser humano por mosquitos infectados de la familia 
Aedes como el Aedes albopictus y Aedes aegypti. La enfermedad suele aparecer entre 4 y 
8 días después de la picadura del mosquito infectado (OMS, 2014). 
 
Ambiente e Saúde - 147 
Figura 12 – Mapa Mundial de Países con Chikungunya 
 
 
 
Fuente: <https://www.cdc.gov/chikungunya/geo/index.html> 
 
 
El Aedes aegypti y Aedes albopictus son el mismo mosquito que produce la 
enfermedad del dengue y por lo general pican bien temprano en la mañana o en altas 
horas de la tarde (OMS, 2014). El Aedes aegypti se encuentra mayormente en las zonas 
tropicales y subtropicales. A diferencia del Aedes aegypti, la especie Aedes albopictus tiene 
la capacidad de prosperar en varios tipos de ambientes que le sirven como criaderos, tales 
como cáscaras de coco, vainas de cacao, tocones de bambú, huecos de árboles, además de 
depósitos artificiales como neumáticos de vehículos, entre otros (OMS, 2014). Esta 
diversidad de hábitats explica la abundancia de Aedes albopictus en zonas rurales y 
periurbanas y en parques urbanos sombreados. Por otro lado, Aedes aegypti está más 
estrechamente asociado a las viviendas y tiene criaderos en espacios interiores, por 
ejemplo en floreros, recipientes de agua y tanques de agua en baños, además de los 
mismos hábitats exteriores artificiales que Aedes albopictus (OMS, 2014). 
Países y Territorios donde el Chikungunya ha sido Reportado en el 
Año 2014 
Lugares de transmisión reciente o pasada del Chikungunya 
https://www.cdc.gov/chikungunya/geo/index.html
148 
El Aedes aegypti presenta hoy en día una distribución mundial en los trópicos (CERDA 
et al., 2008). Su creciente expansión no solamente ha ocurrido a consecuencia de la 
existencia de climas progresivamente más cálidos y húmedos, si no también promovida por 
una creciente urbanización no planificada, especialmente en países en vías de desarrollo, 
cuyas ciudades ofrecen hábitats idóneos para el desarrollo de larvas de mosquitos. Tal es la 
situación en América Latina, donde un número considerable de personas viven en 
comunidades altamente urbanizadas, con redes sanitarias deficientes y medidas de control 
vectoriales insuficientes (CERDA et al., 2008). Tan alta concentración de personas 
conviviendo en espacios geográficos relativamente pequeños aumenta la masa crítica de 
transmisibilidad de enfermedades provocadas por Aedes aegypti (CERDA et al., 2008). 
Todos los individuos no infectados previamente con el virus Chikungunya están en 
riesgo de adquirir la infección y desarrollar la enfermedad. Se cree que una vez expuestos 
a la condición, los individuos desarrollan inmunidad prolongada que los protege contra la 
reinfección (OMS, 2014). Entre las poblaciones en mayor riesgo se encuentran los niños/as, 
personas de edad avanzada mayores de 65 años, mujeres embarazadas y personas que 
padecen otras condiciones de salud. 
No existe ninguna vacuna ni medicamento para aliviar el virus. El tratamiento 
consiste principalmente en aliviar los síntomas, entre ellos el dolor articular y fiebre con 
medicamentos que no contengan aspirina. Se recomienda reposo, hidratación oral y 
lociones a base de óxido de zinc para tratar la picazón (Figura 13). 
 
Figura 13 – Diagnósticos diferenciales del Chikungunya 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fuente: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6086161/>. 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6086161/
Ambiente e Saúde - 149 
La principal estrategia de prevención y control es la educación. No se debe acumular 
agua en los recipientes exteriores, utilizar aire acondicionado, instalar telas metálicas en las 
ventanas y puertas, utilizar repelente de mosquito, usar ropa que cubra la piel (pantalones 
largos y manga larga), evitar viajar a zonas con brotes del virus y si está infectado evitar la 
picadura de los vectores para ayudar a prevenir una mayor propagación del virus 
Chikungunya. Por otro lado, es sumamente necesaria la intervención del estado para trabajar 
con este problema. Durante los brotes se pueden aplicar insecticidas, ya sea por vaporización, 
para matar los moquitos en vuelo, o bien sobre las superficies de los depósitos o alrededor de 
éstos, donde se posan los mosquitos; también se pueden utilizar insecticidas para tratar el agua 
de los depósitos a fin de matar las larvas inmaduras. Además, se deben apoyar los programas 
de control de vectores y cada uno de los ciudadanos aportar el granito de arena. 
De los aspectos positivos del tema se puede mencionar que aunque el Chikungunya 
es una enfermedad reciente y ha sorprendido a todos, se le está dando continuo 
seguimiento tanto al vector como al patógeno. La población debe hacer conciencia de que 
pueden seguir surgiendo nuevas enfermedades a raíz del cambio climático. Por otro lado, 
gracias a la investigación, existe hoy día conocimiento científico de un vector que no se le 
había dado tanta importancia. . Éste es un vector inmigrante que transmite enfermedades 
y que el ambiente le permite sobrevivir en Las Américas. Por otro lado, entre los aspectos 
negativos del tema se encuentra la poca documentación científica de la fiebre 
Chikungunya, además del gran impacto que provoca en nuestra salud debido al 
desconocimiento y el aumento de la vulnerabilidad del país en enfermedades no 
endémicas, lo que nos indica que podemos ser vulnerables a otras similares que se 
presenten en el futuro. Para prevenir y trabajar con enfermedades como éstas se 
recomienda mejor documentación, más investigación y lacreación e implantación de 
programas de control y prevención efectivos para todo el mundo. 
En el año 2015 para toda la isla de Puerto Rico se reportaron unos 1,043 de los 
cuáles 216 fueron confirmados como casos positivos. De éstos solo 1 persona falleció. Las 
regiones de salud más afectadas fueron San Juan y Bayamón. Nuevamente el modelo 
cartográfico, presentado por el Departamento de Salud de Puerto Rico y sostenido por el 
CDC, del Chikungunya se basa en un sistema de cartografía temática básica. Generalmente 
150 
este sistema va acompañado como se observa en la Figura 14 por una gráfica de barra que 
muestra la tendencia de los casos durante un año determinado. Un informe de alto valor 
por su contenido y representación es la Figura 15. En ella se pueden comparar las 
tendencias y valores de las enfermedades arbovirales (Zika, Chicungunya y Dengue). El 
mapa de la Figura 16 muestra estas tres enfermedades según se distribuyen a lo largo y 
ancho del territorio de Puerto Rico. 
 
Figura 14 – Modelo Cartográfico y gráfico para la Vigilancia del Chikungunya 
 
Fuente: <http://www.salud.gov.pr/Estadisticas-Registros-y-Publicaciones/pages/chikungunya.aspx> 
 
 
Ambiente e Saúde - 151 
Figuras 15 – Informe de las Enfermedades Arbovirales: Dengue, Zika y Chikungunya 
 
Fuente:<http://www.salud.gov.pr/estadisticas-registros-y-publicaciones/informes%20arbovirales/forms/allitems.aspx>. 
 
 
 
 
 
http://www.salud.gov.pr/estadisticas-registros-y-publicaciones/informes%20arbovirales/forms/allitems.aspx
152 
Figura 16 – Cartografía de las Enfermedades Arbovirales Zika, Chicungunya y Dengue en Puerto Rico 
 
 
Fuente: <http://www.salud.gov.pr/estadisticas-registros-y-publicaciones/informes%20arbovirales/forms/allitems.aspx>. 
 
 
CONCLUSIONES 
 
De acuerdo a la información examinada podemos concluir lo siguiente: 
 
1. El imaginario social se relaciona con las enfermedades, específicamente con las 
enfermedades transmitidas por vectores porque la mayor parte de las 
enfermedades se transmiten o se adquieren de forma imperceptible al ojo humano. 
Constituyen por tanto una red de bacterias, viruses, células enfermas y vectores que 
solo existen en el imaginario. 
http://www.salud.gov.pr/estadisticas-registros-y-publicaciones/informes%20arbovirales/forms/allitems.aspx
Ambiente e Saúde - 153 
2. También existen enfermedades imaginarias. Los hipocondriacos representan el 5%-
9% de la población y consumen el 10%-20% de los recursos sanitarios. De acuerdo 
a los datos de la organización Mundial de la Salud (OMS) uno de cada tres pacientes 
tiene una enfermedad imaginaria. 
 
3. Por otro lado, las enfermedades transmitidas por vectores representan más del 
17% de todas las enfermedades infecciosas, y provocan cada año más de 1 millón 
de defunciones. 
 
4. Los mosquitos son los vectores de enfermedades mejor conocidos. Una 
característica compartida por los vectores es que pocas veces podemos verles. 
Mucho menos podemos ver los viruses y bacterias que transmiten. Estos 
permanecen ocultos al ojo humano por lo cual no pueden ser cartografiados ni 
como sujetos-objetos, ni como entes imaginarios. 
 
5. En la Figura 3 (Mapa de distribución del Aedes albopictus y del Aedes aegypti en los 
Estados Unidos, 2016) se presenta la distribución del Aedes albopictus y del Aedes 
agypti en los Estados Unidos. La escala y las fronteras son tan difusas que si pudiéramos 
hacer una ampliación seguro no sabríamos sobre que condados caen los límites. 
 
6. Representar vectores en una escala global es aún mucho más difícil y poco práctico. 
Los cartógrafos optan casi siempre por las manchas o los polígonos de colores en 
lugar de los puntos. Esto puede apreciarse en la Figura 4 donde se representa la 
distribución de la Plaga a nivel mundial. 
 
7. Existen también mapas no espaciales. Entre ellos la Figura 5 constituye un mapa 
conceptual de cómo entender la relación del vector (el mosquito) con otras 
variables sociales y ambientales. 
 
8. En Puerto Rico el dengue es considerado un problema de salud pública debido a 
que está presente todo el año con variaciones en la intensidad. En años donde no 
ocurren epidemias se reportan entre 3,400 y 7,000 casos. 
 
154 
9. Retomando la cartografía del dengue solo hemos podido cartografiar por regiones 
de salud las tasas de prevalencia por cada cien mil habitantes (Figura 8). Cuantos 
vectores han causado esta cantidad de casos es algo que ni existen datos, ni 
tenemos forma alguna de cartografiarlo. 
 
10. El modelo cartográfico usado por el Programa de vigilancia del Dengue, Zika y 
Chicungunya (Enfermedades Arbovirales) es uno basado en la cartografía temática 
por regiones de salud (Figuras 10, 11, 14, 15 y 16). Generalmente incluye una gráfica 
de la tendencia a disminuir o aumentar de los casos durante los meses del año. Este 
modelo solo reporta la cantidad de casos por región de salud, más no proyecta 
índices de infestación del mosquito o tipo de vector causante de la enfermedad. 
 
REFERENCIAS 
 
CAYLÀ, J.A.; DOMÍNGUEZ, Á.; VALÍN, E.R. et al. e Grupo de Trabajo Sobre Zika Del Programa de Prevención, 
V. Y. C. De E. T. P. D. C. De E. Y. S. P. C. La infección por virus Zika: Una nueva emergencia de salud pública 
con gran impacto mediático. Gaceta Sanitaria, p. 1-4, 2016. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/J.Gaceta.2016.05.015 
 
CERDA, J.; VALDIVIA, G.; VALENZUELA, B. et al. Cambio climático y enfermedades infecciosas: un nuevo 
escenario epidemiológico. Revista Chilena De Infectología, v. 25, n. 6, p. 447-452, 2008. 
 
Correspondence Prolonged Shedding of Zika Virus Associated With Congenital Infection, 2016. p. 1-3. 
 
DICK, G.W.A.; KITCHEN, S.F.; HADDOW, A.J. Zika Virus (I). Isolations and serological specificity. Transactions 
of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 46, n. 5, p. 509-520, 1952. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/0035-9203(52)90042-4 
 
DEPARTAMENTO DE SALUD DE PUERTO RICO. Programa de Vigilancia de Dengue, Zika Y Chicungunya De 
Puerto Rico. 2017. Disponível em: http://Www.Salud.Gov.Pr/Estadisticas-Registros-Y-
Publicaciones/Pages/Vigilanciadezika.Aspx#Arbov 
 
DUFFY, M.R.; CHEN, T.-H.; HANCOCK, W.T. et al. Zika virus outbreak on Yap Island, Federated States Of 
Micronesia. New England Journal of Medicine, v. 360, n. 24, p. 2536-2543, 2009. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1056/Nejmoa0805715 
 
EMERGENCIES PREPAREDNESS, RESPONSE ZIKA VIRUS INFECTION – BRAZIL AND COLOMBIA. 2015. 
Disponível em: http://www.who.int/csr/don/21-october-2015-zika/en/#. Acesso em: 30 ago. 2016. 
 
EMERGENCIES PREPAREDNESS, RESPONSE ZIKA VIRUS INFECTION – UNITED STATES OF AMERICA - PUERTO 
RICO. 2016. Disponível em: <https://www.fda.gov/emergency-preparedness-and-response/mcm-
issues/zika-virus-response-updates-fda>. Acesso en: 30 ago. 2016. 
GRISCHOTT, F.; PUHAN, M.; HATZ, C. et al. Non-vector-borne transmission of Zika virus: a systematic review. 
Travel Medicine and Infectious Disease, v. 14, n. 4, 313-330, 2016. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/J.Tmaid.2016.07.002 
 
HADDOW, A.D.; SCHUH, A.J.; YASUDA, C.Y. et al. Genetic characterization of Zika virus strains: geographic 
expansion of the asian lineage. Plos Neglected Tropical Diseases, v. 6, n. 2, p. E1477–7, 2012. Dispnível em: 
http://Doi.Org/10.1371/Journal.Pntd.0001477 
 
Ambiente e Saúde - 155 
HAMEL, R.; LIÉGEOIS, F.; WICHIT, S. et al. Zika virus: epidemiology, clinical features and host-virus 
interactions. Microbes and Infection, v. 18, n. 7-8, p. 441–449, 2016. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/J.Micinf.2016.03.009 
 
IOOS, S.; MALLET, H.P.; GOFFART, I.L. et al. Current Zika virus epidemiology and recent epidemics. 
Medecine et Maladies Infectieuses, v. 44, n. 7, 302-307, 2014. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/J.Medmal.2014.04.008 
 
JIMENEZ, A.; SHAZ, B.H.; BLOCH, E.M. Zika virus and the blood supply: what do we know? Transfusion 
Medicine Reviews, p. 1-10, 2016.Disponível em: http://Doi.Org/10.1016/J.Tmrv.2016.08.001 
 
BROOKS, J. T.; OSTER, A. M.; STRYKER, J. E.; KACHUR, R. E.; MEAD, P.; PESIK, N. T.; PETERSEN, L. R. Update: 
interim guidance for prevention of sexual transmission of Zika virus — United States, July 2016. Disponível 
em: http://Doi.Org/Http://Dx.Doi.Org/10.15585/Mmwr.Mm6529e2. Acesso em: 27 jul. 2016. 
 
KADDUMUKASA, M.A.; MUTEBI, J.P.; LUTWAMA, J.J. et al. Mosquitoes of zika forest, Uganda: species 
composition and relative abundance. Journal of Medical Entomology, v. 51, n. 1, p. 104-113, 2014. 
Disponível em: http://Doi.Org/10.1603/ME12269 
 
LEMA, I.I. Instituto Nacional de Ecología. 2007. Disponível em: 
http://Www2.Inecc.Gob.Mx/Publicaciones/Gacetas/367/Cambioysalud.Html. Acesso em: 21 out. 2014. 
 
LIUZZI, G.; NICASTRI, E.; PURO, V. et al. Zika virus in saliva—new challenges for prevention of human to 
human transmission. European Journal of Internal Medicine, v. 33, n. C, p. E20–E21, 2016. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/J.Ejim.2016.04.022 
 
MACNAMARA, F.N. Zika virus: a report on three cases of human infection during an epidemic of jaundice In 
Nigeria. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 48, n. 2, p. 139-145, 1954. 
Disponível em: http://Doi.Org/10.1016/0035-9203(54)90006-1 
 
MALONE, R.W.; HOMAN, J.; CALLAHAN, M.V. et al. Zika virus: medical countermeasure development 
challenges. Plos Neglected Tropical Diseases, v. 10, n. 3, p. E0004530–26, 2016. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1371/Journal.Pntd.0004530 
 
MÉNDEZ-LÁZARO, P.; MULLER-KARGER, F.; OTIS, D. et al. Assessing climate variability effects on dengue 
incidence in San Juan, Puerto Rico. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 
11, n. 9, p. 9409-9428, 2014. Doi:10.3390/Ijerph110909409 
 
MUSSO, D.; NILLES, E.J.; CAO-LORMEAU, V.M. Rapid spread of emerging Zika virus in the pacific area. 
Clinical Microbiology and Infection, v. 20, n. 10, p. O595-O596, 2014. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1111/1469-0691.12707 
 
NAGAO, Y.; THAVARA, U.; CHITNUMSUP, P. et al. Climatic and social risk factors for Aedes infestation in 
rural Thailand. Tropical Medicine & International Health, n. 8, p. 650-659, 2003. 
 
NISHIURA, H.; MIZUMOTO, K.; ROCK, K.S. et al. A theoretical estimate of the risk of microcephaly during 
pregnancy with Zika virus infection. Epidemics, n. 15, p. 66-70, 2016. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/J.Epidem.2016.03.001 
 
OLSON, J.G.; KSIAZEK, T.G.; SUHANDIMAN, T. Zika virus, a cause of fever in Central Java, Indonesia. 
Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 75, n. 3, p. 389-393, 1981. 
Disponível em: http://Doi.Org/10.1016/0035-9203(81)90100-0 
 
PAHO.ORG. Chikungunya: un nuevo virus en la región de las Américas. 2014. Disponível em: 
http://Www.Paho.Org/Arg/Index.Php?Option=Com_Content&View=Article&Id=1343:Chikungunya-Un-
Nuevo-Virus-En-La-Region-De-Las-Americas-. Acesso em: 21 out. 2014. 
 
156 
______. Guía informativa sobre el Chikungunya. 2014. Disponível em: 
http://Www.Paho.Org/Dor/Images/Stories/Archivos/Chikungunya/Preguntas_Chikungunya_Mayo2014.Pdf. 
Acesso em: 30 out. 2014. 
 
PLOURDE, A.R.; BLOCH, E.M. A literature review of Zika virus. Emerging Infectious Diseases, v. 22, n. 7, p. 
1185-1192, 2016. Disponível em: http://Doi.Org/10.3201/Eid2207.151990 
 
RABAAN, A.A.; BAZZI, A.M.; AL-AHMED, S.H. et al. Overview of Zika infection, epidemiology, transmission 
and control measures. Journal of Infection and Public Health, p. 1-9, 2016. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/J.Jiph.2016.05.007 
 
RASMUSSEN, S.A.; JAMIESON, D.J.; HONEIN, M.A. et al. Zika virus and birth defects — reviewing the 
evidence for causality. New England Journal of Medicine, v. 374, n. 20, 
p. 1981-1987, 2016. Disponível em: http://Doi.Org/10.1056/Nejmsr1604338 
 
REDESMA, A.K.G.; LINDSAY, S. W.; CONFALONIERi, U. E.; PAZ, J. A. El cambio climático y las enfermedades 
transmitidas por vectores: un análisis regional, v. 3, n. 3, 2009. Bulletin of the World Health Organization, 
v. 78, n. 9, p. 1136-1147, 2000. Disponível em: 
http://Www.Cebem.Org/Cmsfiles/Articulos/REDESMA_08_Art03.Pdf. Acesso em: 30 out. 2014. 
 
ROTH, A.; MERCIER, A.; LEPERS, C. et al. Concurrent outbreaks of Dengue, Chikungunya and Zika virus 
infections – an unprecedented epidemic wave of mosquito-borne viruses in the Pacific 2012-2014. 
Eurosurveillance, v. 19, n. 41, 2014. Disponível em: http://Doi.Org/10.2807/1560-7917.ES2014.19.41.20929 
 
SIROHI, D.; CHEN, Z.; SUN, L. et al. The 3.8 a resolution Cryo-EM structure of Zika virus. Science, v. 352, n. 
6284, p. 467-470, 2016. Disponível em: http://Doi.Org/10.1126/Science.Aaf5316 
 
SOARES DE OLIVEIRA-SZEJNFELD, P.; LEVINE, D.; MELO, A.S.O. et al. Congenital brain abnormalities and Zika 
virus: what the radiologist can expect to see prenatally and postnatally. Radiology, p. 161584–16, 2016. 
Disponivem em: http://Doi.Org/10.1148/Radiol.2016161584 
 
SPECIAL REPORT ZIKA VIRUS AND BIRTH DEFECTS — Reviewing the Evidence for Causality. The New England 
Journal of Medicine, p. 1–7, 2016. Obtenido de: https://www.cdc.gov/ncezid/pdf/nejmsr1604338.pdf. 
 
TU-XUAN NHAN, D.M. Emergence of Zika virus. Clinical Microbiology: Open Access, v. 4, n. 5, p. 1-4, 2015. 
Disponível em: http://Doi.Org/10.4172/2327-5073.1000222 
 
UPDATE: Ongoing Zika Virus Transmission — Puerto Rico, November 1, 2015–July 7, 2016, p. 1-6. Obtenido 
de: https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/65/wr/mm6530e1.htm. 
 
YE, Q.; LIU, Z.-Y.; HAN, J.-F. et al. Genomic characterization and phylogenetic analysis of Zika virus circulating 
in the Americas. Meegid, v. 43, n. C, p. 43-49, 2016. Disponível em: 
http://Doi.Org/10.1016/J.Meegid.2016.05.004 
 
WHO. Chikungunya. 2014. Disponível em: http://Www.Who.Int/Mediacentre/Factsheets/Fs327/Es/. 
Acesso em: 21 out. 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 157 
C A P Í T U L O 7 
Externalidades negativas aos elementos da natureza: efeitos da precipitação 
pluviométrica em áreas degradadas 
 
Paulo Augusto Romera e Silva16 
Renata Ribeiro de Araújo17 
José Cezar Zoccal18 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este capítulo relata resultados da parceria do Centro Tecnológico de Hidráulica 
(CTH/DAEE), com a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (CODASP) e a 
Universidade Estadual Paulista (UNESP/FCT), na instalação, em 2010, de um equipamento 
denominado “simulador de chuva” em Presidente Prudente (SP), sua operação e os 
resultados obtidos nos anos seguintes, como uma experiência de sentido didático na 
aproximação entre aspectos da teoria e a sua aplicação. 
Esse equipamento foi construído sob a orientação do CTH/DAEE e instalado na 
unidade da CODASP em Presidente Prudente (SP), passando a ser operado pela CODASP 
em conjunto com a UNESP em atividades realizadas com professores do ensino público, 
grupos de alunos de graduação e pós-graduação da UNESP e com grupos de produtores 
rurais da região, e essas atividades realizadas tiveram como foco: i) demonstrar a 
importância da preservação da cobertura vegetal do solo; ii) mostrar forma do surgimento 
da erosão; iii) mostrar em observação direta o impacto da chuva no solo; e iv) permitir a 
visualização experimental de um conjunto de processos que envolve o desequilíbrio 
provocado pelo escoamento das águas das chuvas pela superfície do solo, na ausência da 
cobertura e proteção do solo pela vegetação. 
Pelo lado da CODASP, essas atividades buscaram difundir junto a produtores rurais 
da região, a importância da conservação de estradas rurais de terra, como elemento de 
impacto no ambiente, quando o seu leito se torna o canal de escoamento das águas das 
chuvas, sendo grande parte delas destruídas e inutilizadas em épocas de chuvas pela 
 
16 Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), São Paulo, 
Brasil. E-mail: romera948@gmail.com 
17 ProfessoraAssistente Doutora Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita 
Filho (UNESP) de Presidente Prudente, São Paulo, Brasil. E-mail:renata.r.araujo@unesp.br 
18 Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (CODASP), São Paulo, Brasil. E-mail: jczoccal@gmail.com 
 
158 
ausência de dispositivos de dissipação e de infiltração dessas águas. Resultados disso, 
dentre outros: erosão com a inutilização da via de transporte, prejuizos sociais, prejuízo 
econômico para as atividades de produção rural e severos prejuízos ambientais com o 
assoreamento de canais naturais e a alteração da qualidade da água de uso humano e rural. 
Pelo lado da UNESP/FCT, essas atividades buscaram difundir a importância dos 
conceitos relativos ao ciclo hidrológico, fazendo com que a abordagem em sala de aula 
deixasse de ser uma descrição teórica, para absorver diretamente o manejo simulado de 
variáveis do ciclo hidrológico, aspectos do manejo relacionados à gestão e preservação 
ambiental, estabelecendo assim uma ligação direta entre a teoria e o exercício da prática 
da gestão ambiental e dos recursos hídricos. 
Pelo lado do CTH/DAEE, que projetou e desenvolveu a construção do equipamento, 
bem como a calibragem da chuva considerada mais conveniente para a finalidade didática 
do experimento, essas atividades buscaram estabelecer regras para trabalhar com 
unidades hidrológicas (precipitação intensa, escoamento superficial, infiltração em 
diferentes tipos de cobertura de solo), interpretando ensinamentos de “Lições de 
Hidrologia” (LENCASTRE, 2005) sobre tipos e coberturas de solo para o manejo do regime 
hidrológico de bacias hidrográficas. 
Dessa forma, este artigo procura descrever o equipamento, o formato desenvolvido 
para as atividades didáticas realizadas pelos parceiros envolvidos, e as conclusões 
relevantes que resultaram da experiência desse uso multi-institucional que, pela 
dificuldade da percepção direta de boa parte dos fenômenos envolvidos (enchentes, 
inundações, erosão, assoreamento, deslizamento de encostas, etc.) em situações de 
calamidades do mundo real, enquadram-se como educação para riscos. 
 
Aspectos relacionados à fundamentação conceitual 
 
Diante do anseio de oportunidades de ganhos, como impulso positivo da sociedade 
na busca do desenvolvimento e de melhor qualidade de vida, a abordagem ambiental 
tornou-se um excelente instrumento para percepção, reconhecimento, e para o 
entendimento das interdependências existentes entre os múltiplos elementos desse 
sistema ambiental. 
Ambiente e Saúde - 159 
A identificação dessas interdependências tem permitido a ampliação dos 
conhecimentos para uma avaliação de riscos e das consequências das intervenções 
ambientais, ao longo de toda a história da humanidade considerada apenas como “custos”, 
e que começam a ser percebidas como a garantia da continuidade dos benefícios 
pretendidos no uso dos recursos naturais renováveis. A esse processo deu-se o nome de 
sustentabilidade e procura-se representar de forma conceitual. 
A “SITUAÇÃO LIMITE” representa o ponto crítico da menor condição de 
produtividade que possa ser obtida em determinado local, com a utilização dos recursos 
naturais ali disponíveis. Essa condição de produção denominada de “SITUAÇÃO LIMITE” 
existe sempre e, dependendo da condição de uso, preservação e exploração, poderá ser 
alcançada de forma lenta e pouco perceptível ao longo do tempo. Assim, os fatores de risco 
que vão se acumulando com a lixiviação do solo, com o surgimento de processos erosivos 
no solo, com a baixa recarga do lençol freático, com o carreamento dos nutrientes do solo 
pelas águas das chuvas, vão provocando redução gradual da produtividade. 
Em consequência, em certo momento, quando essa “SITUAÇÃO LIMITE” é 
alcançada, deixa de existir as condições mínimas de retorno socioeconômico para que o 
produtor mantenha suas atividades no campo. 
As diferentes situações de uso de recursos naturais são demonstradas por meio das 
Figuras 1 (situações “A”) e Figura 2 (situações “B”). 
Nessa evolução lenta e gradual, a curva da “Situação A”, apresentada na Figura 1, 
procura representar o tipo de processo de visão da exploração econômica em que os 
recursos naturais (solo, água, nutrientes do solo, produtividade), necessários para 
atividades de produção, são exauridos por não haver condições de preservação para o 
equilíbrio de reposição natural. Nessa situação, ao longo do tempo de exploração: os custos 
de produção aumentam, diminui a rentabilidade do produtor, a terra degradada perde 
valor para produção. 
 
Figura 1 – Exploração econômica da terra, maior necessidade de subsídios externos ao sistema e 
aumento de custos 
 
 
 
Fonte: autores (2018). 
 
160 
Nessa visão, a preservação ambiental é ignorada como condição de equilíbrio, gerando 
outros riscos para o ambiente e, em grande parte desses casos, esse padrão de exploração chegou 
a exigir o abandono da produção e até do local, quando a substituição da cultura não foi possível. 
Já a curva da “Situação B”, apresentada na Figura 2, representa a visão da sustentabilidade 
ambiental, em que os recursos naturais (solo, água, nutrientes do solo, produtividade), são 
mantidos por processos de preservação natural, garantindo assim maior continuidade da produção 
com menores riscos e com retorno para o produtor por tempo bem mais longo. 
 
Figura 2 – Sustentabilidade ambiental, menor necessidade de subsídios externos ao sistema e menor custo 
 
 
 
Fonte: autores (2018). 
 
A comparação das duas formas de visão, Figuras 1 e 2, tem mostrado nas últimas 
décadas que a análise conjunta associada garante para a visão da sustentabilidade 
ambiental a redução de riscos sociais e ambientais, pela garantia de retorno em 
produtividade por longo tempo. 
Um exemplo de relevância internacional dessa visão da sustentabilidade ambiental, 
hoje bastante consolidado e reconhecido, é mantido e operado pela Itaipu Binacional na 
Região Sul do Brasil. Por meio do Programa Cultivando Água Boa; mantido com recursos 
dos royalties da geração de energia criados pela Lei Federal 7.990, de 28 de dezembro de 
1989. Este programa foi implantado e é realizado na área denominada Bacia Paraná III, 
enquadrada no Sistema Brasileiro de Informações Hidrológicas da Agência Nacional de 
Águas (ANA/BRASIL), e está situada na vertente leste, do Rio Paraná, região oeste do Estado 
do Paraná, com área total de 8.389 km2, e que abrange 28 municípios na margem brasileira 
do lago da Barragem de Itaipu. 
O “Programa Cultivando Água Boa” incentiva, apoia e acompanha ações de 
agricultura familiar nessa parcela do oeste do Estado do Paraná que constitui a bacia de 
contribuição para a margem esquerda do lago dessa barragem, envolvendo: conservação 
e recuperação do solo, controle na destinação de resíduos da produção rural e incentivos 
diretos para a recomposição de áreas de preservação permanente no entorno do lago, 
ampliando sob as mais variadas formas, as alternativas de permanência desses produtores 
em suas respectivas áreas rurais de produção. 
Ambiente e Saúde - 161 
Como consequência positiva desse programa, além dos benefícios sociais e econômicos 
que mantêm a expectativa de vida futura bastante positiva e de baixos riscos para as famílias 
e produtores rurais estabelecidos nessa região (sustentabilidade da atividade econômica de 
natureza agrícola), ocorreu a recente atualização das condições de assoreamento do lago da 
barragem de Itaipu, realizada pela Itaipu Binacional, que mostrou um aumento da projeção da 
vida útil do volume útil do reservatório nesses anos: dos 75 anos previstos inicialmente na 
época da implantação da barragem em 1975, para 250 anos em 2012 (FGV, 2012). 
Em razão da incorporação do conceito de sustentabilidade ambiental, por meio de 
atividades continuadas de conservação do solo nessa região, o Sudeste e o Sul do Brasilterão a garantia do fornecimento e uso de energia elétrica, pela maior hidroelétrica do 
planeta, por mais 180 anos, muito além do que era previsto pelos critérios tradicionais de 
engenharia na época da construção dessa barragem. 
Essa informação tem uma relevância fantástica para demonstrar as vantagens da 
ampliação dos nossos conhecimentos, com a identificação de interdependências entre 
elementos do sistema ambiental, permitindo uma avaliação mais objetiva entre riscos e 
consequências, passando a ser tratadas como a garantia da continuidade dos benefícios 
que os recursos naturais renováveis podem possibilitar para a sociedade. 
Esse mesmo conceito, aplicado de forma específica ao estudo das intervenções 
humanas no ciclo da água por Drew (2011), no texto “Processos interativos homem-meio 
ambiente”, destaca de forma bastante adequada diferentes níveis de riscos e possíveis 
impactos decorrentes dessas intervenções humanas no sistema ambiental, com seus 
reflexos no regime hidrológico dos cursos d’água e no meio físico da bacia hidrográfica em 
que ocorre o escoamento e a armazenagem hídrica nas várias etapas do ciclo hidrológico. 
A Figura 3 destaca as etapas do ciclo hidrológico que, segundo Drew (2011), 
apresentam os maiores pesos de impactos das intervenções decorrentes do uso do solo. 
Destacam-se ainda na Figura 4 as linhas de inter-relações entre esses elementos e os 
demais, mostrando não existir isolamento entre eles e que os impactos em elementos 
diretamente atingidos pela intervenção humana provocam diversos reflexos em outras 
partes do sistema ambiental. 
Alguns aspectos relevantes dessas interrelações dizem respeito: 
 à identificação da unidade “bacia hidrográfica” como parcela do território em 
que é possível dimensionar monitorar transferências e depósitos próprios da 
água que nela circula; 
162 
 à água como elemento em movimento nesse sistema, cuja alteração nas 
condições de equilíbrio natural – em grande parte provocadas por atividades 
humanas – faz com ela seja fator gerador de impactos; e 
 por outro lado, já são bem conhecidas das ciências agrárias diversas tecnologias 
como, terraceamento, construção de curvas de nível, plantio direto, cobertura 
morta e outras, como alternativas que favorecem a infiltração da água das 
chuvas no solo, a recarga do lençol freático e o aumento do tempo de 
permanência da umidade e dos nutrientes na zona produtiva do solo. 
 
Figura 3 – Representação do ciclo hidrológico com o destaque a impactos de intervenção humana 
 
 
Fonte: adaptado de Drew (2011). 
Ambiente e Saúde - 163 
Conforme já conceitualmente destacado e apresentado pela Figura 4, a água, pela 
sua movimentação no ciclo hidrológico, caracteriza-se quase sempre como elemento 
determinante de diversos processos que podem tanto fortalecer quanto destruir o 
potencial produtivo do solo. 
 
Figura 4 – Causas do uso do solo e suas consequências no ambiente 
 
 
 
Fonte: Zoccal (2016). 
 
Alguns exemplos bastante reconhecidos desses processos, que têm gerado 
crescentes impactos e custos para as mais diferentes atividades humanas, são listados a seguir: 
164 
 erosão do solo e do leito de estradas; 
 assoreamento de cursos d’água; 
 assoreamento de reservatórios e redução do seu volume útil; 
 lixiviação do solo pela água em excesso; 
 alteração do equilíbrio água-solo-oxigênio com influência na produtividade agrícola; 
 redução de processos naturais de infiltração, pela ausência de cobertura vegetal; 
 água em falta no solo, pela redução da infiltração; 
 cheias alteradas pela ausência de processos de conservação no uso do solo; 
 aumento da temperatura do solo pela ausência de proteção de cobertura natural; 
 redução da recarga do lençol freático pela redução da infiltração; 
 o reservatório do freático como fonte natural de abastecimento do rio na estiagem; 
 alteração do regime hidrológico do rio como água de uso na bacia; 
 escassez ou ausência de água corrente em épocas de estiagem; 
 outros processos de alteração natural que afetam atividades humanas. 
 
Esse conjunto de processos, todos contínuos e inter-relacionados na unicidade do 
sistema ambiental, mostra que mesmo que a ação humana não ocorra diretamente no 
sistema hidrológico, os riscos e as consequências dessas intervenções poderão ter influência 
na condição do regime natural do curso d’água e nas condições do solo. Dessa forma, fica 
caracterizado o aprendizado para a percepção de condições do ambiente como competência 
necessária para ações de prevenção ambiental, com especial destaque neste artigo, para 
situações de evolução lenta e progressiva ao longo do tempo, evidenciando que o 
conhecimento e a capacidade análise de informações são determinantes para decisões 
prévias que possam ser tomadas para o controle e redução de riscos (VEYRET, 2007). 
 
Descrição do equipamento e instalação 
 
Nessa atitude de trabalhar com educação para a percepção e redução de riscos, o 
equipamento denominado “Simulador de Chuva”, implantado na unidade da CODASP em 
Presidente Prudente, São Paulo, Brasil, é apresentado na Figura 5 com uma visão geral do 
equipamento e um paralelo entre cada componente do equipamento e cada elemento 
correspondente no ambiente natural. 
Ambiente e Saúde - 165 
Figura 5 – Visão geral do “Simulador de Chuva” e comparação com os elementos correspondentes no 
ambiente natural 
 
NO EQUIPAMENTO 
 
NO AMBIENTE 
Dispositivo pingador 
Nas nuvens 
A condensação da água e 
precipitação 
Caixas sobre as quais escoa 
água do dispositivo 
pingador 
Superfície do relevo aonde 
chega a água das chuvas 
Caixas com coleta da água 
na superfície 
Água do escoamento 
superficial 
Caixas com coleta da água 
infiltrada no fundo 
Água infiltrada como recarga 
do lençol freático 
 
Fonte: autores (2018). 
 
Cada um dos componentes do equipamento “Simulador de Chuva” é descrito 
abaixo com alguns aspectos construtivos de relevância. 
 
O “dispositivo pingador” realiza a função da condensação da água na atmosfera que 
provoca a precipitação 
 
O dispositivo pingador contém fontes alimentadoras externas de água e energia, e 
quanto à vazão de trabalho, foi dimensionado para uma descarga equivalente a uma chuva de 
1,1 mm/min de intensidade, que corresponde à precipitação com a probabilidade de 
ocorrência de uma vez a cada 100 anos (Tempo de Retorno de 100 anos). Essa peça tem o 
formato de uma grelha nas dimensões 1,21 m (largura) por 1,00 m (profundidade) e o volume 
dos tubos é totalmente preenchido de água durante o funcionamento, para que o dispositivo 
pingador trabalhe sob pressão, com descarga (controlada e conhecida) preestabelecida. 
Já quanto à duração da chuva, para a realização das atividades, optou-se por um 
tempo de 10 minutos. 
O dispositivo pingador conta ainda com uma ligação de tubo flexível, entre as partes 
superior e inferior e um equipamento vibrador fixado à parte inferior, que permite a 
dispersão da água, enquanto descarregada, para que a descarga de água se assemelhe à 
situação real da chuva. 
166 
Quanto ao material construtivo, esse dispositivo pingador foi construído em tubos 
PVC e para as saídas d’água foram utilizados dispersores comuns de para-brisa de 
automóvel (Foto 1). 
 
Foto 1 – Dispositivo pingador, construído em PVC e dispersores de para-brisa de automóvel 
 
Fonte: autores (2018). 
 
As caixas de solo correspondem à superfície do relevo aonde chegam as águas das 
chuvas, para escoar pela superfície ou infiltrar no solo 
 
O equipamento simulador de chuva foi montado para trabalhar com pares de caixas 
com diferentes situações de coberturas da superfície, sendo uma delas com cobertura 
vegetal e outra com o solo nu (desprotegido), de modo que se possa observar e comparar 
a diferença de efeitos, com a mesma chuva, sobre os diferentes tipos de superfícies, sendo 
que cada caixa tem uma superfície superior abertade 0,60 m2. 
As caixas estão apoiadas sobre estruturas de aço que permitem variar a inclinação 
da caixa, para simular a declividade considerada crítica para o escoamento da água na 
superfície, tendo sido considerada mais adequada, para as atividades demonstrativas a 
declividade de 20%. 
Quanto ao material construtivo, as caixas de solo são de plástico rígido, compostas 
por camadas sucessivas de solo, areia, pedra e uma grelha de metal que mantém o fundo 
livre para o escoamento da água que chegue ao fundo (Foto 2). Assim, as caixas de solo 
contam com um fundo vazio para que a água, que infiltra no solo, possa escoar para ser 
coletada pelos tubos de saída situados no fundo de cada caixa. 
Ambiente e Saúde - 167 
Foto 2 – Caixas de plástico rígido, pronto para a finalização da montagem do experimento 
 
Fonte: autores (2018). 
 
Dessa forma, a água que cai e escoa pela superfície, representa a parcela do 
escoamento superior direto da chuva, enquanto a água que infiltra no solo representa a 
parcela que contribui para a recarga do lençol freático, ou seja, na realização das atividades 
demonstrativas existem 4 pontos de coleta de água para observação e/ou medição, sendo 
duas saídas nas partes superiores e duas saídas nas partes inferiores das caixas. 
 
Calibragem do equipamento 
 
Sendo esse “Simulador de Chuva” um equipamento que procura reproduzir uma 
situação real do meio físico para observação, a condição da chuva utilizada nas atividades 
foi previamente dimensionada para uma condição de risco, tendo sido adotada para 
operação do equipamento uma chuva do Posto de Registro da Rede Hidrológica do Estado 
de São Paulo (CTH, DAEE/SP, 1999) do município de Martinópolis (SP) (Lat. Sul: 22º 15’ e 
Long. Oeste: 51º 10’) (Tabela 1). 
 
 
 
 
 
168 
Tabela – Valores de precipitações intensas para tempo de retorno (TR) de 5 a 100 anos, relativas ao período 
de 1974 a 1994, no município de Martinópolis – SP 
 
 
Fonte: autores (2018). 
 
Tal posto é o de localização mais próxima da localidade onde o equipamento foi 
instalado, dispondo de registros de informações de precipitações intensas para tempo de 
retorno (TR) de 5 a 100 anos, relativas ao período de 1974 a 1994. 
Para as atividades de simulação do equipamento foi escolhido um evento com duração 
de 10 minutos, associado à probabilidade de 1%, que corresponde à probabilidade de uma vez 
a cada 100 anos (TR = 100 anos), por ser essa a condição adotada pela CODASP no 
dimensionamento de projetos de terraceamentos, em atividades de conservação de solo. 
Dessa forma, a precipitação assumida para a simulação foi a de 2,992 mm/min, 
conforme Tabela 1, equivalente a 2,992 litros/m2.min. 
Com base nessa informação, foi regulado o dispositivo pingador do simulador de chuva 
para uma vazão de 3,6 litros/min, já que a área de descarga do dispositivo pingador (e das duas 
caixas do equipamento) é de 1,2 m2, e dessa forma procurou-se garantir que a água 
descarregada, sob a forma de chuva, sobre as duas caixas do equipamento fosse a mesma. 
A Foto 3 apresenta o procedimento adotado na etapa de medição de vazão, para a 
calibragem do dispositivo pingador. 
 
 
 
Ambiente e Saúde - 169 
Foto 3 – Procedimento adotado na etapa de medição de vazão, para a calibragem do dispositivo pingador 
 
Fonte: autores (2018). 
 
 
Descrição das atividades realizadas 
 
O “Simulador de Chuva” foi concebido como um experimento lúdico, de sentido 
científico (ALVES, 2011), com a finalidade de permitir que os usuários pudessem utilizá-lo 
de duas formas: 
a) uma alternativa simples, onde apenas assistam ao seu funcionamento ou; 
b) uma alternativa avançada, apresentada na Figura 6, na qual os participantes se 
distribuem em tarefas para operar diretamente a atividade, com a abordagem 
didática que lhes seja proposta, por meio da qual podem avaliar e comparar os 
efeitos da chuva precipitada sobre diferentes tipos de cobertura de solo. 
 
Com isso, após vários testes, o formato considerado mais apropriado para a realização 
de uma atividade nesse equipamento foi estabelecido com os seguintes critérios: 
a) “chuva simulada” com a duração de 10 minutos; 
b) troca de copos (conforme PASSO 1) a cada 15 segundos nos 4 pontos de coleta. 
170 
 
Figura 6 – Passos da alternativa avançada, no qual os participantes se distribuem em tarefas para operar 
diretamente a atividade 
 
 
 
 
 
PASSO 1 - Coleta de água nos 4 
pontos 
PASSO 2 – Troca de copo e 
transporte para a bancada 
PASSO 3 - Alinhamento dos 
copos na bancada 
 
Fonte: autores (2018). 
 
Ao final da simulação serão 40 copos, de cada ponto de coleta, alinhados numa 
bancada, que passam a funcionar como se fossem 40 pontos de uma curva (Tempo X Vazão) 
representando as variações da quantidade de água em cada instante de coleta, ao longo 
dos 10 minutos da duração da chuva. 
Para isso, a equipe de participantes é distribuída entre as diversas tarefas para a 
realização da atividade: 
 é provocada uma chuva com duração de 10 minutos; 
 troca de copo, a cada 15 segundos, em cada coleta; 
 coleta de água do escoamento SUPERFICIAL na caixa SEM cobertura vegetal; 
 coleta de água do escoamento INFILTRADO na caixa SEM cobertura vegetal; 
 coleta de água do escoamento SUPERFICIAL na caixa COM cobertura vegetal; 
 coleta de água do escoamento INFILTRADO na caixa COM cobertura vegetal; 
 com duas pessoas, para as trocas de copos, em cada ponto de coleta de água. 
 
 
Ambiente e Saúde - 171 
RESULTADOS DA ATIVIDADE 
 
Ao final dos 10 minutos da “chuva simulada” no equipamento obtém-se a 
visualização dos resultados com os copos alinhados na bancada, separadamente para cada 
um dos 4 pontos de coleta (Fotos 4 e 5). 
 
Foto 4 – Visualização dos resultados com os copos alinhados na bancada 
 
 
 
Fonte: autores (2018). 
 
Foto 5 – Diferença entre a quantidade e qualidade da água nos copos, resultado da simulação em um solo 
exposto e um solo recoberto com vegetação 
 
 
 
Fonte: autores (2018). 
 
 
172 
E é possível observar uma demonstração comparativa entre as situações das duas caixas: 
 a diferença entre as quantidades de água infiltrada no solo; 
 a diferença de quantidade de água escoada pelas superfícies do solo; 
 a alteração da coloração da água, pelo transporte de sedimentos, na caixa 
sem a cobertura de vegetação para a proteção de superfície do solo; 
 
Neste contexto, o desenvolvimento e aplicação do equipamento didático para 
simulação de eventos de precipitação pluviométrica sobre o solo propiciaram os 
seguintes resultados: 
 simular situação de chuva intensa, com a possibilidade de antecipar riscos e 
efeitos desse tipo de evento; 
 permitir a percepção de aspectos negativos decorrentes do impacto da 
chuva no solo; pelo escoamento dessas águas na superfície e seu impacto nos 
demais elementos do ambiente; na ausência do equilíbrio natural; 
 permitir a observação direta para demonstrar a importância da manutenção 
da cobertura vegetal do solo como prevenção de riscos de médio e longo prazo; 
 contribuir para a conscientização no controle da vulnerabilidade de 
elementos da natureza para prevenção dos riscos e; 
 facilitar a identificação de tecnologias adequadas à recomposição e 
recuperação ambiental. 
 permitir, na observação direta da “fase chuva” do ciclo hidrológico, uma 
percepção objetiva da interrelação entre os elementos do ambiente: água-solo-
vegetação; 
 permitir a identificação de alguns efeitos provocados pelo escoamento das 
águas; como elemento ambiental em movimento, interagindo com os demais 
elementos do ambiente; quando a condição de equilíbrio natural é desfeita; 
 permitir a análise e quantificação de alguns componentes do ciclo 
hidrológico, a partir da chuva, e os efeitos do escoamento superficial direto e 
básico, associados à existência, ou não, da cobertura vegetal do solo; 
 contribuir, como instrumentode conscientização, para a necessidade e 
importância de maior atenção ao manejo e conservação adequados do solo; e 
 contribuir para a identificação de tecnologias adequadas à recomposição 
e recuperação ambiental, e para o controle da vulnerabilidade de elementos 
da natureza. 
Ambiente e Saúde - 173 
A observação desse experimento logo levou ao desenvolvimento e introdução, nos 
cursos sobre a gestão e preservação de recursos hídricos, de novas formas didáticas de 
expor sobre a inter-relação entre os elementos do ambiente: solo-vegetação-água. 
Passado algum tempo, numa exposição sobre essas questões, para técnicos da 
CODASP, que desenvolviam atividades de conservação do solo na manutenção de estradas 
rurais de terra pelo “Programa Melhor Caminho”; verificou-se que o efeito demonstrativo 
desse tipo de experimento era de alta sensibilidade para permitir a avaliação antecipada 
do potencial destruidor das chuvas. Quando o leito da estrada de terra é transformado em 
canal preferencial do escoamento das águas das chuvas, fica caracterizado o aspecto lúdico 
do aprendizado como competência necessária para a prevenção de riscos, em que o 
conhecimento forma a base para futuras decisões a serem tomadas. 
 
CONCLUSÕES 
 
Mesmo com as limitações que toda simulação carrega, como simplificação da 
realidade que deseja interpretar, enfatizando os aspectos que são determinados pelos 
métodos e instrumentos utilizados, como é possível avaliar pelos conceitos e relatos acima, 
o experimento realizado com o uso desse “simulador de chuva” tem a vantagem de 
permitir a percepção direta e objetiva de inter-relações entre causa e efeito em fenômeno 
muito comum que envolve o sistema ambiental. 
E as principais conclusões da análise relatada neste artigo envolvem a importância do 
aprendizado para a prevenção de riscos ambientais ao ampliarem a possibilidades de acesso à 
percepção dos fenômenos e, assim, facilitar e valorizar os alertas relacionados às medidas de 
prevenção que, de outra forma, estariam difusas e pouco perceptíveis no ambiente. 
Outra conclusão diz respeito à necessidade de se desenvolver instrumentos que nos 
permitam complementar informações técnicas para situações como essa, de muito 
interesse para a sociedade. 
Nesse sentido, outras iniciativas surgiram como desdobramento dessa parceria, 
cabendo destaque para: 
 elaboração do Manual de Conservação e Recuperação de Estradas Rurais 
de Terra (ZOCCAL, 2016) como parte da Coleção Soluções da CODASP; 
 possibilidade de tornar mais perceptível, para diversos segmentos do 
Comitê de Bacia do Pontal do Paranapanema, a necessidade da proteção do 
manancial do Rio Santo Anastácio, na mesma região, como interesse para 
abastecimento urbano e equilíbrio da qualidade das águas da região; 
174 
 a inclusão no projeto “Capacitação para Preservação e Gestão de Recursos 
Hídricos (Contrato FEHIDRO 107/2015), assumido pela Associação de 
Recuperação Florestal Pontal Flora (2015), da construção de outro experimento 
do mesmo tipo em Presidente Venceslau, desta vez para realizar atividades 
com professores da rede pública e com reflorestadores; 
 e, por fim, essa iniciativa fez surgir projetos de Iniciação Científica e de bolsa 
em pós-graduação pela UNESP/FCT. 
O relato acima e seus desdobramentos mostram o poder multiplicador de tal 
iniciativa, assumida pela parceria CODASP/CTH/UNESP, ao introduzir essa 
forma de aprendizado, como melhoria de competência para a prevenção de 
riscos ambientais. 
 
AGRADECIMENTOS 
Ao Sr. Luis Carlos Ribeiro, do CTH/DAEE; aos técnicos Edson Roberto Batista Sanches 
e Diego Henriques dos Santos, da Unidade Presidente Prudente da CODASP; e ao geógrafo 
Diogo Laercio Gonçalves, pelas contribuições importantes para o desenvolvimento e uso 
do simulador de chuva. 
 
Acesse o site abaixo para assistir a uma reportagem sobre essa iniciativa 
http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/videos/v/estudantes-conhecem-simulador-de-
chuva-em-presidente-prudente/5752081/ 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Sistema Nacional de Informações Hidrográficas. Brasília, DF: ANA, 2008. 
 
ALVES, J. V. Jogos e simulações de empresas. Rio de Janeiro: Alta Books, 2015. 
 
ASSOCIAÇÃO DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL PONTAL FLORA. Capacitação para preservação e gestão de 
recursos hídricos (Contrato FEHIDRO 107/2015). Presidente Venceslau (SP), 2015. 
 
CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA. Estudo de chuvas intensas do Estado de São Paulo. São Paulo: 
DAEE, 1999. 
 
DREW, D. Processos interativos homem-meio ambiente. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. 
 
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Estudo de caso: Programa Cultivando Água Boa, Curitiba: FGV, 2012. 
 
LENCASTRE, A.; FRANCO, F. M. Lições de hidrologia. 3. ed. Coimbra: Fundação FCT, 2006. 
 
VEYRET, Y. Os riscos. São Paulo: Contexto, 2007. 
 
ZOCCAL, J. C.; ROMERA E SILVA, P. A. Adequações de erosões em estradas rurais. São Paulo: CODASP, 2016. 
 
 
Ambiente e Saúde - 175 
C A P Í T U L O 8 
Abordagem geoespacial para a análise da concentração de muscídeos 
sinantrópicos em uma estação ecológica, região Oeste Paulista 
 
Rogério Giuffrida 19 
Rodrigo José Pisani20 
Ana Paula Jorge de Carvalho21 
José Sergio Costa Junior22 
Marcos Vinicius Cultienski Souza23 
 
 
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA 
 
Moscas sinantrópicas são dípteros veiculadores de ampla diversidade de 
microrganismos patogênicos. Apresentam grande impacto sanitário para o homem, posto que 
disseminam agentes infecciosos e parasitários, especialmente associados a diarreias, captados 
em substratos contaminados utilizados para reprodução e alimentação (GRACZYK et al., 2001; 
LEVINE; LEVINE, 1991). Estes microrganismos podem estar aderidos a porções corpóreas da 
superfície externa das moscas, incluindo exoesqueleto de quitina, proboscida e patas e tubo 
alimentar (BARRO et al., 2006; NAZNI et al., 2005; YAP; KALPANA; LEE, 2008), ou colonizarem 
o tubo alimentar desses insetos, sendo expelidos conjuntamente com os peletes fecais ou 
secreções digestivas (DE JESÚS et al., 2004; NAYDUCH; NOBLET; STUTZENBERGER, 2002). 
Moscas sinantrópicas são reconhecidas como bioindicadores da qualidade 
ambiental dos locais onde habitam. Em ambientes insalubres, ricos em poluentes e matéria 
orgânica, geralmente se multiplicam em níveis acima dos tolerados por humanos e animais 
(CHAKRABARTI; KAMBHAMPATI; ZUREK, 2010; PIMENTEL, 2007). Em algumas regiões, o 
controle da população de moscas sinantrópicas tem sido associado à redução em casos de 
diarreia em crianças (LEVINE; LEVINE, 1991). 
 Substratos orgânicos presentes nas fezes de animais domésticos como aves, bovinos 
e cães favorecem as taxas de sobrevivência de das larvas, eclosão de ovos, longevidade dos 
insetos adultos de espécies de moscas sinantrópicas (KHAN; SHAD; AKRAM, 2012). 
 
19 Docente do Programa de Mestrado em Saúde Animal da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), Presidente 
Prudente/SP. E-mail: rgiuffrida@unoeste.br 
20 Professor Adjunto do Instituto de Ciências da Natureza da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL/MG). E-mail: 
pisanigeo@gmail.com 
21 Graduada em Medicina Veterinária pela UNOESTE. E-mail: anapaulacarvalho@hotmail.com 
22 Graduado em Medicina Veterinária pela UNOESTE e mestrando em cirurgia veterinária na UNESP, campus de 
Jaboticabal. E-mail: jose.scj@hotmail.com 
23 Graduado em Medicina Veterinária pela UNOESTE. E-mail: marcos_cult@hotmail.com 
176 
Substratos vegetais também influenciam na proliferação, especialmente frutas que 
caem no solo, normalmente em setembro, quando a população de moscas tende a 
aumentar (D’ALMEIDA, 1989). 
A expansão dos sistemas agrícolas brasileiros tem acarretado impactos ambientais 
importantes na Região Sudeste. Áreas de grande extensão territorial, outrora cobertas 
por vegetação tropical, transformaram-se em fragmentos isolados queresultam em 
consequências desastrosas para a população de animais silvestres (VERA Y CONDE; 
ROCHA, 2006). Nas bordas desses fragmentos, as alterações de microclima e contato com 
ambientes antrópicos acarretam os efeitos marcantes sobre a fauna e flora locais 
(EWERS; BANKS-LEITE, 2013; VERA Y CONDE; ROCHA, 2006), com destaque para 
interações entre espécies domésticas e selvagens que favorecem a introdução de 
patógenos exóticos em população de animais selvagens após modificações antropogênicas 
(BREARLEY et al., 2013; TORRES; PRADO, 2010). Em contraste, o mesmo fator contribui para 
a transmissão de enfermidades para animais domésticos, a partir de reservatórios 
silvestres, com destaque para doenças de caráter zoonótico (BENGIS et al., 2004). 
Existem poucos estudos acerca do papel de moscas sinantrópicas na propagação de 
patógenos em zonas de conservação que fazem fronteiras com áreas rurais onde se 
localizam criações de animais domésticos. Ao que tudo indica, moscas que transmitam em 
áreas de produção animal podem carrear enteropatógenos para zonas de conservação, 
como Salmonella, Cryptosporidium sp e Giardia sp (CONN et al., 2007; WANG et al., 2011). 
Dentre as ferramentas potencialmente empregadas para o estudo da dispersão 
de patógenos por moscas sinantrópicas, destaca-se a análise geoespacial. Este ramo da 
estatística quantifica a continuidade espacial da variável em estudo em modelos de 
interpolação espacial. Nos modelos utilizados considera-se como parâmetros, a 
variabilidade estrutural dos dados e a simulação estocástica para estudar a incerteza do 
fenômeno espacial (SOARES, 2014). 
Diante desse cenário, o presente trabalho tem como objetivo principal, utilizar 
técnicas análise geoespacial para avaliar zonas influência de moscas sinantrópicas sobre a 
Estação Ecológica do Mico-Leão Preto e potencial desses insetos para carrear Salmonella spp, 
Escherichia coli e Listeria monocytogenes. 
Ambiente e Saúde - 177 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
Área de estudo 
 
A área de estudo está localizada entre os municípios de Teodoro Sampaio-SP e 
Euclides da Cunha Paulista (Figura 1), que possuem uma população aproximada de 21.395 
e 9.685 habitantes respectivamente (IBGE, 2010) e distantes cerca de 670 km da capital 
São Paulo (Figura 1). O clima da estação ecológica é definido como Cfa, úmido em todas as 
estações e com verões quentes, não havendo uma estação seca (ICMBIO, 2007) . 
O relevo da região é composto por colinas de topos aplainados com declividades 
planas e suavemente onduladas. A única exceção é uma mais alta denominada “Morro do 
Diabo”, que está presente no Parque Estadual, evidenciando a presença de fragmentos de 
planaltos residuais. As áreas de uso e cobertura da terra foram compostas pelas seguintes 
classes: pastagens, culturas agrícolas (principalmente monoculturas de cana-de-açúcar), 
assentamentos rurais e remanescentes de mata nativa, com destaque para o Parque 
Estadual do Morro do Diabo e a Estação Ecológica do Mico-Leão Preto, com vegetações 
compreendidas em grande parte pela Floresta Estacional Semidecidual (ICMBIO, 2007). 
 
 Figura 1 – Localização da área de estudo 
 
Fonte: os autores (2017). 
178 
A Estação Ecológica do Mico-Leão Preto é margeada por áreas agrícolas 
(monoculturas de cana-de-açúcar e pastos) e faz fronteira na Região Sudoeste com um 
assentamento rural (Figura 2). 
 
Figura 2 – Detalhamento da área de estudo com ênfase nas áreas de uso e cobertura da terra 
 
 
Fonte: Os autores (2018). 
 
 
Elaboração da base cartográfica 
 
O mapa foi elaborado a partir de uma imagem orbital de 14 de julho de 2013, órbita 
326, ponto 094, do satélite IRS P6 (Indian Remote Sensing/Resourcesat-1) sensor LISS III 
(Linear Imaging Self-Scanner), obtido das bases de dados do Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (INPE). A imagem foi posteriormente registrada com base na carta do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em escala de 1:50.000 a partir do método de 
anexação das coordenadas do cruzamento das quadrículas da carta topográfica. Utilizou-
se o Datum Córrego Alegre, fuso 22 Sul, convertido para o Datum SIRGAS 2000. Foram 
consideradas as seguintes áreas experimentais para o presente estudo: 1 – Assentamento; 
2 – Culturas agrícolas; 3 – Mata nativa; 4 – Pastagens. 
Ambiente e Saúde - 179 
As imagens foram interpretadas visualmente a partir da rotulação de polígonos no 
programa ArcGIS 10.2.1 (ESRI, 2016), com validação dos dados em campo. Para aprimorar a 
análise visual e rotulação dos polígonos, utilizou-se uma função linear. Foram utilizadas as 
bandas 3 (vermelho), 4 (infravermelho próximo) e 5 (infravermelho médio). Após contrastar 
as bandas, gerou-se uma composição colorida no ArcGIS (função composite bands), pela 
técnica de vetorização de polígonos, utilizada como base das interpretações. Este método é 
baseado na experiência do analista, que extrai informações acerca do uso e cobertura da 
terra a partir de características das imagens, incluindo textura, forma, tamanho e padrões. 
Informações obtidas no campo também podem ser utilizadas neste processo. 
 
Captura e identificação das moscas 
 
As moscas foram capturadas com armadilhas entomológicas compostas por 
garrafas tipo PET, contendo iscas à base de fígado bovino no interior das mesmas (DIAS et 
al., 2009). Antes do uso as armadilhas utilizadas foram pintadas de preto para evitar a 
atração diferenciada pela cor, higienizadas, desinfetadas com álcool 70% e seladas com fita 
adesiva e papel (FERRAZ; AGUIAR-COELHO, 2008). Todos os pontos de coleta onde se 
localizavam as armadilhas foram georreferenciados para obtenção dos dados de 
coordenadas planas em Universal Transversa de Mercator (UTM) em X e Y. 
As coletas foram realizadas em três diferentes períodos (chuvoso, seco e 
intermediário) do ano de 2015. Foram colocadas 22 armadilhas entomológicas, fixadas em 
tripés de madeira a uma altura de 1,5 m, dispostas em grade regular, com distância 
aproximada de 1.000 metros entre os pontos de coleta e com pontos adensados com 
distâncias de 700 metros em regiões onde se esperam maiores associações espaciais entre 
as variáveis, a partir da interpolação realizada pelo método do inverso da distância 
ponderada (YAMAMOTO; LANDIM, 2013), principalmente nas áreas de borda da região de 
mata, assentamento e outros pontos escolhidos aleatoriamente da área de estudo. 
Após 24 horas de permanência no ponto de captura, as armadilhas foram removidas 
e levadas para e encaminhadas para o Laboratório de Identificação no menor tempo 
possível. No laboratório, as armadilhas foram congeladas em freezer a -20 oC para 
inativação das moscas. Após este processo, as moscas foram separadas pela similaridade 
física em placas de Petri estéreis, e as famílias taxonômicas identificadas com lupas em 
capela de segurança biológica classe II. A classificação das moscas foi realizada com base 
em chaves taxonômicas específicas para cada grupo (CARVALHO; MELLO-PATIU, 2008). 
180 
Isolamento de patógenos 
 
As análises microbiológicas foram realizadas separadamente para cada família de 
moscas, a partir de pools de até cinco exemplares capturados de uma mesma família de 
moscas. Inicialmente, o pool de moscas foi pesado e depositado em sacos plásticos vedados 
contendo água peptonada tamponada na proporção de 1:10 (peso/volume), onde foram 
manualmente maceradas e submetidas à homogeneização por 5 minutos. A massa obtida foi 
centrifugada a 10.000 rpm por cinco minutos para separação do material grosseiro. O 
sobrenadante obtido correspondeu à diluição 10-1. A seguir, foram realizadas diluições 
seriadas em água peptonada tamponada nas frações 10-2 e 10-3. De cada diluição foram 
retirados 0,1 mL para semeadura superficial em placas de Petri contendo agar cromogênico 
para isolamento de Escherichia coli, agar ALOA para isolamento de Listeria monocytogenes e 
agar

Mais conteúdos dessa disciplina