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Ribeiro, 2009

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Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 129 
 
PSICOLOGIA NO CONTEXTO DA AVIAÇÃO: BREVE RETROSPECT IVA 
Selma Leal de Oliveira Ribeiro1 
 
RESUMO: A aviação é um dos setores da atividade humana que mais se 
desenvolveu neste último século. Ciências de diferentes áreas do conhecimento 
humano contribuíram para fazer com que esse setor tivesse um progresso 
significativo. A Psicologia teve uma participação significativa nesse 
desenvolvimento, buscando adaptar o conhecimento nela gerado às necessidades 
da aviação. O objetivo deste material é apresentar, do ponto de vista histórico, a 
evolução da participação da Psicologia no ambiente da aviação e suas principais 
conquistas alcançadas. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Psicologia e Aviação. Segurança de Voo. Fator Humano. 
Aspecto Psicológico. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A aviação é um dos setores da atividade humana que mais se desenvolveu 
nesse último século. Desde o voo do primeiro mais pesado que o ar, o 14 Bis, em 
outubro de 1906, muitas foram as contribuições de diferentes áreas do 
conhecimento humano para fazer com que esse setor tivesse um progresso 
significativo. Tais contribuições, que não foram apenas em termos tecnológicos, 
mas, também, e principalmente, relacionadas à compreensão e adequação das 
limitações e capacidades humanas, apresentam-se como avanços de extrema 
importância, pois auxiliam o ser humano a lidar com as exigências que o ambiente 
aéreo impõe. 
A Psicologia, assim como outras ciências, teve uma participação 
significativa nesse desenvolvimento, buscando adaptar o conhecimento nela gerado 
às necessidades da aviação. Assim como as demais ciências e profissionais que 
 
1 Psicóloga; Mestre em Educação; Doutora em Engenharia de Produção. Atualmente é Diretora 
Técnica do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico - IDEA e Docente da 
Universidade Estácio de Sá, do Curso de Ciências Aeronáuticas. selma.ribeiro@idea-br.org. 
 
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oferecem sua parcela de contribuição para o crescimento da aviação, o objetivo dos 
estudos realizados no campo da Psicologia está voltado para a promoção 
incondicional da segurança aérea. 
Desta forma, o objetivo deste material é apresentar, do ponto de vista 
histórico, a evolução da participação da Psicologia no ambiente da aviação e suas 
principais conquistas alcançadas. 
 
2 DEFINIÇÃO 
Uma definição apresentada no XV Simpósio Internacional em Psicologia da 
Aviação, realizado em 2009, na cidade de Dayton (Ohio), aponta como um campo 
de estudo relativo ao papel do operador humano inserido nos sistemas da aviação. 
O principal objetivo deste fórum, que acontece bianualmente desde 1981, é o de 
examinar o impacto das tecnologias sobre o papel, a responsabilidade, a autoridade 
e o desempenho dos operadores humanos em modernas aeronaves e sistemas de 
controle de tráfego aéreo (WRIGHT STATE UNIVERSITY, 2009). 
Segundo a Associação Austríaca de Psicologia da Aviação, a Psicologia da 
Aviação está relacionada aos processos do comportamento, da ação, da cognição e 
da emoção dos seres humanos no ambiente de sistemas complexos na aviação e 
no espaço, incluindo as diferenças transculturais, e as inter/intraindividuais 
(AUSTRIAN AVIATION PSYCHOLOGY ASSOCIATION, 2009). 
A West Chester University of Pennsylvania apresenta uma descrição das 
possibilidades de atuação do psicólogo que procura a aviação como campo de 
atuação. Enfatiza que este profissional, além do conhecimento implícito sobre a 
Psicologia, deve ter conhecimento sobre as características que envolvem o 
desenvolvimento da atividade aérea, incluindo as tarefas do piloto, habilidades de 
tomada de decisão e memória, seleção, projetos de cabines, interação homem-
computador, projetos de fatores humanos, desenvolvimento de sistemas de 
treinamento, gerenciamento de programas e pesquisa em desempenho humano 
(WEST CHESTER UNIVERSITY OF PENNSYLVANIA, 2009). 
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Barbarino (2006), por ocasião da comemoração do 50º aniversário da 
European Association for Aviation Psychology, refere-se à Psicologia da Aviação 
como uma ciência aplicada, que se concentra na atividade humana da aviação civil 
e militar. Baseia-se no conhecimento acadêmico e na pesquisa básica em 
Psicologia e em outras ciências afins, que são pré-requisitos necessários para os 
profissionais neste especializado campo da Psicologia. Segundo ele, a Psicologia 
da Aviação tem continuamente desafiado e adaptado o seu próprio escopo de 
conhecimento, seu papel e sua metodologia, para garantir a integração inicial e 
consistente dos fatores humanos em todas as áreas e fases do sistema global de 
aviação. 
Observa-se nestas definições que a atuação do psicólogo pode ser bastante 
ampla, percorrendo um vasto espectro de possibilidades, podendo se dedicar tanto 
a questões relacionadas às reações individuais promovidas pelos diferentes 
ambientes da aviação, como às repercussões de tais reações sobre estes mesmos 
ambientes. Entretanto, em todos os casos, não basta o saber psicológico, o 
conhecimento dos diversos aspectos que envolvem a atividade aérea torna-se uma 
condição preponderante para uma atuação efetiva do psicólogo neste contexto. 
 
3 EVOLUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA NO CONTEXT O DA 
AVIAÇÃO 
Mauriño (1994) faz uma rápida retrospectiva sobre a contribuição dos 
psicólogos para a aviação, ressaltando a participação de profissionais que, mesmo 
oriundos de diferentes vertentes, como a clínica1, a comportamental2 e a cognitiva3, 
buscaram compreender as capacidades e limitações humanas e sua relação com a 
segurança aérea. 
A inserção da Psicologia no campo da aviação se deu por volta dos anos 
40, com o advento da II Guerra Mundial. Neste cenário, os efeitos do estresse sobre 
as tripulações da Real Força Aérea tornaram-se aparente quando foram 
identificados, após exames clínicos, sintomas de neuroses em pilotos como 
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resultado do somatório do estresse promovido por missões nas quais eram 
vivenciados níveis incomuns de perigo, do estresse decorrente de problemas 
domésticos e conjugais, e da possível predisposição individual, ou seja, uma baixa 
resistência ao estresse. Para minimizar este problema, métodos de seleção por 
entrevistas psiquiátricas e testes psicológicos foram desenvolvidos para detectar 
aqueles indivíduos que seriam mais vulneráveis ao desenvolvimento de tais quadros 
(EDWARDS, 1988). 
Outra preocupação residia sobre a necessidade de seleção e treinamento 
em grande quantidade, principalmente, de pilotos, mecânicos, controladores, entre 
outros operadores da linha de frente. O sucesso das missões dependia das 
habilidades das tripulações, das quais se requeria o desempenho das tarefas em 
um ambiente de extrema hostilidade. Vários programas de pesquisa foram levados 
a efeito na tentativa de melhor compreender as lacunas existentes na compreensão 
dos processos de cognitivos e psicomotores que envolviam a aprendizagem e o 
treinamento das habilidades necessárias ao desempenho das atividades. 
Segundo Edwards (1988), um dos primeiros grupos de pesquisadores 
solicitados a contribuir foi o do Laboratório de Psicologia liderado pelo Professor Sir 
Frederic Bartlett, da Universidade de Cambridge, que desenvolveu pesquisas 
direcionadas à compreensão das habilidades humanas e seus resultados 
contribuíram para as áreas de seleção e treinamento de tripulações, de déficit de 
sono e fadiga, além de vários aspectos da percepção visual e projeto de displays. 
Até meados dos anos 70, os esforços dos estudos ainda concentravam-se 
sobre estas áreas, e os diferentes grupos de pesquisadores, tanto na Europa como 
nosEstados Unidos, continuavam a dedicar seus estudos ao conhecimento e 
explicação de questões ligadas ao processamento da informação e de tomada de 
decisão, às capacidades e limitações da cognição humana, ao processo de 
aprendizagem, entre outros. Entretanto, estas abordagens focavam essencialmente 
o indivíduo, deixando inalterado o sistema no qual as ações e eventos ocorriam. 
No final dos anos 70 e durante os 80, com a constatação da ocorrência de 
acidentes que apresentavam problemas na coordenação entre os membros da 
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tripulação como fatores contribuintes, os conhecimentos oriundos do campo social, 
com ênfase nos estudos da dinâmica de pequenos grupos4, trouxeram uma nova 
perspectiva de contribuição com a inserção de conceitos da Psicologia Social5. 
Desta forma, o desenvolvimento de metodologias e tecnologias para os 
treinamentos que apresentavam uma preocupação com a melhoria das relações 
entre os integrantes de uma tripulação, no caso considerada um “pequeno grupo”, 
bem como a adequada utilização dos diferentes meios de informação que 
pudessem ser utilizados para um melhor gerenciamento da atividade aérea, 
tornaram-se o foco de contribuição nessa fase. 
Surgem, então, os primeiros treinamentos em gerenciamento de recursos da 
tripulação, também conhecidos como Cockpit Resource Management – CRM, fruto 
da recomendação do National Transportation Safety Board (NTSB, 1979) sobre o 
acidente da United Airlines, ocorrido em 1978. Neste acidente, foram apontadas 
falhas no gerenciamento de informações por parte do comandante, ao não aceitar 
os “inputs” dos tripulantes mais novos, e, também, do engenheiro de voo, com sua 
falta de assertividade em fazer suas orientações serem ouvidas, como fatores 
contribuintes para o acidente. 
Estes treinamentos foram desenvolvidos com a ajuda dos consultores que 
tinham elaborado programas de treinamento em empresas na tentativa de melhorar 
a eficácia gerencial. O programa da United Airlines foi modelado tendo por base o 
formato do “Grid Gerencial” de autoria dos psicólogos Robert R. Blake e Jane S. 
Mouton (1964, apud HELMREICH; MERRITT; WILHELM, 1999). O treinamento era 
conduzido em um seminário intensivo que incluía o diagnóstico dos estilos 
gerenciais dos participantes e tinha como objetivo básico preparar os grupos para a 
tomada de decisão, através de uma comunicação eficaz, envolvendo questões 
sobre fluxo de informação entre os membros de pequenos times, liderança e 
seguidores, e estratégias de resolução de problemas (Ibid, 1999). 
A principal contribuição da Psicologia Social neste momento foi a 
constatação de que o comportamento humano, e, consequentemente o erro 
humano, não acontece em um “vaccum social”, fortalecendo a idéia de que as 
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iniciativas voltadas para os aspectos de segurança não deveriam focar 
exclusivamente os indivíduos, ou seja, o pessoal operacional, ao contrário, deveriam 
buscar a organização como um todo. Neste ponto, observa-se a importância do 
comprometimento organizacional e do envolvimento da alta gerência para a eficácia 
da segurança na atividade aérea. A segurança deixa de ser um fim e passa a ser o 
meio de se alcançar os objetivos e a missão organizacional (MAURIÑO, 1994). 
Entretanto, apesar da evolução dos treinamentos CRM, conduzida, 
principalmente, pelo grupo do Aerospace Crew Research Project da Universidade 
do Texas, tendo à frente dos estudos o psicólogo Robert L. Helmreich, e dos 
esforços dos profissionais da Psicologia, as estatísticas de acidentes ainda 
apontavam para a limitação humana. Neste sentido, ainda em meados dos anos 80, 
a tecnologia surge em uma tentativa de superar algumas das limitações físicas e 
cognitivas dos operadores. As cabines, que antes se apresentavam de forma 
analógica com uma quantidade de mostradores que desafiavam as capacidades 
humanas, passaram por uma revolução tecnológica ao apresentarem toda 
informação necessária em dispositivos e monitores, agora de forma digital, os 
chamados glass cockpit (RIBEIRO, 2003). 
As estações de trabalho na aviação, dentro e fora dos aviões, contavam 
agora com o auxílio da automação que, embora tivesse por objetivo auxiliar nas 
tarefas, paradoxalmente, colocava o operador afastado do controle. Com isso, 
pensava-se que os erros iriam, pelo menos, diminuir. A indústria de aviação, na 
tentativa de projetar o erro para fora do avião, investiu pesado na filosofia de 
desenvolvimento da “automação centrada no homem”, chegando quase ao ponto de 
proibir os seres humanos de errar (BILLINGS, 1997). 
Já ao final da década de 80, um acidente ocorrido na cidade de Dryden – 
Ontário / Canadá – trouxe outra perspectiva para a investigação de acidentes 
aeronáuticos, porque ali foi dado, pela primeira vez e em grande escala, um enfoque 
organizacional (FLIGHT SAFETY FOUNDATION, 2008; TRANSPORT CANADA, 
2008). Mauriño et al. (1995) descrevem que, inicialmente, parecia ser igualmente 
claro o porquê do acidente, pelo menos do ponto de vista dos conhecimentos 
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existentes na época: os pilotos haviam tomado uma decisão errada. Estava claro o 
que havia acontecido: a aeronave bateu contra o solo devido ao fato de suas asas 
estarem cobertas de gelo e neve. Se estava nevando, se havia condições para a 
formação de gelo e os pilotos optaram em favor da decolagem sem degelar as asas, 
então o acidente deve ter sido causado por erro do piloto. As provas eram tão 
claramente óbvias que a investigação deveria ter sido encerrada poucas semanas 
após o acidente, se ela tivesse sido realizada do modo convencional. Mas não foi 
assim. 
No dia 29 de março de 1989, foi formada uma Comissão de Investigação, e 
o Juiz Moshansky foi nomeado para presidi-la. Imediatamente, ele decidiu deixar de 
lado, como fato inconseqüente, o que era evidente, ou seja, a ideia de erro do piloto. 
A investigação do acidente do voo 1363 representa uma das primeiras aplicações, 
em grande escala, de um enfoque sistemático e organizacional para investigar um 
acidente aeronáutico. 
Com a assessoria de um grupo multidisciplinar, o juiz Moshansky revelou 
faltas e falhas sistêmicas presentes na rede de segurança do sistema de aviação 
canadense, que não apenas fomentaram, mas, também, falharam em conter o 
acidente. 
Segundo Mauriño (1994), o relatório final deste acidente apresenta-se como 
um exercício prático de aplicação dos conceitos da Psicologia Organizacional6 e da 
Social. Desde então, tem-se observado uma influência significativa destas vertentes 
da Psicologia sobre a segurança aérea. 
Os anos 90 foram recheados de estudos e propostas de abordagens 
envolvendo temas relacionados à cultura corporativa e sua influência no 
comportamento individual e nas culturas seguras e inseguras. Particular atenção 
deve ser dada aos estudos desenvolvidos pela Drª Ashleigh C. Merritt, também do 
grupo da Universidade do Texas, sobre as influências das culturas nacional, 
profissional e organizacional nas questões de segurança na aviação, com base nos 
achados do Dr. Geert Hofstede (1980, apud HELMREICH; MERRITT; WILHELM, 
1999; HELMREICH, 1999). 
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Ainda nos anos 90, outros estudos significativos envolvem questões 
relativas ao impacto do projeto organizacional sobre o desempenho operacional e à 
contribuição de tomadores de decisões estratégicas sobre o comportamento 
organizacional, entre outras. Neste cenário, ressalta-se a contribuição expressiva do 
psicólogo inglês James T. Reason, da Universidade de Manchester/UK, que 
desenvolveu um modelo de análise organizacional das “patogenias latentes”7 
oriundas de decisões emanadas dos níveis gerenciaisque, associadas a condições 
latentes presentes nos sistemas decorrentes destas decisões e a falhas ativas 
produzidas pelos operadores, podem colaborar para o surgimento dos incidentes e 
acidentes (HELMREICH; MERRITT; WILHELM, 1999). 
Atualmente, as contribuições oriundas dos estudos dos Profs. R. Helmreich, 
A. Merritt, J. Reason e colaboradores, entre outros, oferecem as bases teóricas sob 
as quais programas de segurança promovidos pela Organização de Aviação Civil 
Internacional8, através do Programa de Segurança de Voo e Fatores Humanos 
(ICAO, 2007), procuram disseminar os conhecimentos desenvolvidos, colaborando, 
desta forma, para a melhoria da segurança operacional na aviação mundial. 
Com os objetivos de difundir o conhecimento produzido e reunir 
pesquisadores e profissionais da área, em 1981, ocorreu o primeiro International 
Symposium on Aviation Psychology, em Ohio, trazendo temas como: Segurança 
Aérea, Cockpit Resource Management (CRM), Automação no Cockpit, Investigação 
de Acidentes, Fadiga/Stress, Seleção, Treinamento, Consciência Situacional, entre 
outros. Os focos de atenção dos estudos eram os profissionais que atuavam no 
sistema, tais como: tripulantes de voo (pilotos, engenheiros de voo e comissários), 
controladores de tráfego aéreo e pessoal de manutenção. 
Este evento vem se repetindo bianualmente e na edição do ano de 2009 
pode-se notar que esses temas ainda continuam sendo alvos de estudos e 
propostas, ainda contando com contribuições significativas das áreas da Psicologia 
Organizacional, Comportamental, Cognitivista e Social, na tentativa de superar 
dificuldades encontradas no passado com abordagens estanques (WRIGHT STATE 
UNIVERSITY, 2009). 
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Outros eventos têm ocorrido desde então, e em outros pontos do mundo, 
como as conferências bianuais organizadas pela European Association for Aviation 
Psychology (EAAP, 2007) e pela Australian Aviation Psychology Association 
(AAvPA, 2007), mostrando que a comunidade científica tem se mantido alerta 
quanto à necessidade de aprofundar cada vez mais estudos que envolvam o 
conhecimento sobre as capacidades e limitações humanas e sua participação para 
a melhoria da segurança aérea. 
 
4 PSICOLOGIA E AVIAÇÃO 
4.1 No Mundo 
São várias as iniciativas para sistematizar a participação da Psicologia da 
Aviação no mundo. Algumas delas são apresentadas a seguir: 
a) Association for Aviation Psychology (AAP) – é uma organização profissional 
sem fins lucrativos, organizada nos 60's. Sua finalidade é promover a 
Psicologia da Aviação e as disciplinas aeroespaciais e ambientais 
relacionadas. Para tal, objetiva atuar em quatro áreas específicas, quais 
sejam: a disseminação de conhecimentos, a promoção de reuniões e de 
publicações, a melhoria da educação e da pesquisa e a aplicação de 
princípios psicológicos ao bem-estar e à segurança aérea. Dentre os 
eventos que a associação patrocina, está o International Symposium on 
Aviation Psychology em parceria com a Wright State University – Ohio (AAP, 
2007). 
b) European Association for Aviation Psychology (EAAP) – desde 1956, 
bianualmente, promove um fórum para os profissionais que trabalham nos 
vários domínios da Psicologia da Aviação e de Fatores Humanos. Com mais 
de 300 membros de 36 países europeus e não-europeus, seu objetivo é o 
de facilitar o intercâmbio de uma rede profissional que estimule e incentive a 
troca de informações que promova um gerenciamento bem sucedido do 
desempenho humano na aviação (EAAP, 2007). 
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c) Asociación Española de Psicología de la Aviación (AEPA) – começou suas 
atividades no ano 1995 frente à inquietação de um grupo de psicólogos da 
aviação no sentido de conhecerem seus trabalhos e compartilharem suas 
experiências. Esta inquietação concretizou-se em dezembro de 1998 com a 
oficialização da entidade. Seus principais objetivos envolvem: fomentar e 
promover o intercâmbio de conhecimentos, experiências e estudos no 
campo da Psicologia da Aviação e dos Fatores Humanos; potencializar e 
otimizar a segurança aérea e a saúde das pessoas envolvidas no meio 
aeronáutico; assessorar e cooperar com diversas instituições com atuação 
no campo da aviação; e, orientar e assessorar com respeito à investigação 
científica e aplicações práticas específicas no campo da Psicologia da 
Aviação (AEPA, 2007). 
d) Australian Aviation Psychology Association (AAvPA) – é uma organização 
sem fins lucrativos, criada em 1981. Seus objetivos preliminares são o de 
promover a troca de informação e o avanço do conhecimento nos campos 
da Psicologia da Aviação e de Fatores Humanos, e de expandir desse modo 
sua contribuição para a segurança e para a eficiência da indústria da 
aviação na região da Ásia e do Pacífico (AAvPA, 2007). 
e) University of Texas – Human Factors Research Project – criado para 
investigar fatores individuais, de equipe e organizacionais que determinam o 
desempenho e segurança na aviação, no espaço e na medicina. Fundado e 
dirigido pelo Prof. Robert L. Helmreich, seus estudos tinham por meta o 
desenvolvimento de novas medidas de desempenho nesses ambientes, 
bem como a avaliação do impacto dos fatores humanos sobre o treinamento 
em atitudes e comportamento. Um acordo de colaboração com 
organizações de formação e companhias aéreas participantes permitiu ao 
projeto gerar bases de dados confidenciais que serviram de recursos 
nacionais para o desenvolvimento de tecnologias de treinamento e 
programas de segurança. (UNIVERSITY OF TEXAS, 2007). 
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f) Embry Riddle Aeronautical University – oferece o Programa de Psicologia e 
Fatores Humanos, no qual se trata dos desafios envolvidos na otimização do 
desempenho e segurança dos seres humanos e as máquinas que utilizam. O 
programa visa desenvolver no estudante a capacidade para projetar, conduzir e 
aplicar a pesquisa em fatores humanos ao projeto dos sistemas simples e 
complexos. O objetivo do programa é educar e graduar profissionais para 
atuarem como especialistas em fatores humanos, ou para continuar seus 
estudos na escola de pós-graduação (EMBRY RIDDLE AERONAUTICAL 
UNIVERSITY, 2007). 
g) International Journal of Aviation Psychology – o objetivo principal deste 
jornal é a publicação de trabalhos acadêmicos desenvolvidos dentro deste 
campo de estudo cada vez mais importante - o desenvolvimento e 
gerenciamento de sistemas de aviação seguros e eficazes do ponto de vista 
dos operadores humanos. Quatro disciplinas acadêmicas contribuem 
fortemente para o seu conteúdo, tornando-a verdadeiramente interdisciplinar 
na natureza e âmbito. Esses campos são: as ciências de engenharia e 
computação, a psicologia, a educação e a fisiologia. (TAYLOR AND 
FRANCIS GROUP, 2007). 
 
4.2 No Brasil 
A história da Psicologia inserida no contexto aeronáutico no Brasil se inicia 
com a criação da Força Aérea Brasileira (FAB), por volta da década de 40. 
Entretanto, somente em 1967, foi criado o Serviço de Seleção e Orientação – 
SESO, órgão subordinado à Diretoria de Ensino, que tinha por missão estudar as 
bases técnicas e científicas que viessem a nortear a seleção de candidatos aos 
cursos oferecidos pela Aeronáutica (BRASIL, 2007a). 
Com o passar do tempo, tendo em vista a necessidade de ampliar as ações 
da Psicologia para além das questões de seleção psicológica, por conta da 
complexidade das atividades, a inserção tecnológica e o próprio desenvolvimento da 
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Psicologia, a nomenclatura, a subordinação, a missão e a estrutura tiveram que ser 
alteradas. 
Dessa forma é que, a partir de 1970, as atividades de Psicologia da FAB 
passaram à subordinação do Comando-Geraldo Pessoal (COMGEP) e, ainda em 
1970, o então SESO deu lugar ao Núcleo do Instituto de Seleção e Orientação 
(NUISO), que por sua vez, transformou-se no Instituto de Seleção e Orientação 
(ISO), em 1981. 
Na década de 80, vários eventos assinalaram definitivamente o papel da 
Psicologia no contexto aeronáutico. A criação do Sistema de Psicotécnica da 
Aeronáutica, que mais tarde veio a constituir o Sistema de Psicologia da 
Aeronáutica (SISPA), bem como a mudança, em 1988, da denominação de ISO 
para IPA - Instituto de Psicologia da Aeronáutica, com novas atribuições, foram 
marcos importantes neste processo evolutivo. Foi neste período, também, que a 
participação do psicólogo nas comissões de investigação de acidentes aeronáuticos 
foi consolidada, trazendo um enfoque diferenciado para a análise das questões 
relativas à contribuição do fator humano nestes eventos (COELHO et al., 2007). 
Outros marcos significativos na evolução do papel do IPA em prol da 
segurança de voo podem ser destacados, tais como: o apoio à implantação do 
programa de Gerenciamento de Recursos de Tripulação (CRM) na FAB; a primeira 
pesquisa brasileira sobre a influência do aspecto psicológico na ocorrência de 
acidentes aeronáuticos na aviação civil e militar; a criação da Divisão de Segurança 
de Voo (DISEV), que mais tarde passou a se chamar Divisão de Segurança do 
Trabalho, tendo em vista a possibilidade de ampliação das suas atividades para 
além da segurança de voo; a participação no planejamento e execução dos 
conteúdos para o Curso de Prevenção de Acidentes – Fator Humano, destinado a 
médicos e psicólogos, ministrado pelo Centro de Investigação e Prevenção de 
Acidentes Aeronáuticos (CENIPA); a realização da pesquisa de levantamento de 
estressores em algumas Unidades Aéreas e em Centros de Controle de Tráfego 
Aéreo da FAB; a investigação de um acidente aeroespacial envolvendo o Veículo 
Lançador de Satélite VLS-1V03; e, ainda, a realização do I Curso de Extensão em 
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Psicologia Aplicada à Aviação, no ano de 2004 (COELHO; BARRETO; FONSECA, 
2007; BRASIL, 2007a). 
Atualmente a missão do IPA é a de desenvolver ações nos diversos campos 
da Psicologia, oferecendo o suporte especializado às Organizações Militares e ao 
pessoal, no âmbito do Comando da Aeronáutica. (BRASIL, 2009a). 
A inserção da Psicologia no meio aeronáutico também pode ser observada 
tanto na Marinha do Brasil (MB) quanto no Exército Brasileiro (EB). Ambas as forças 
possuem grupos de voo especializados que dão o apoio aéreo necessário a seus 
respectivos combatentes. 
Na MB, a participação da Psicologia nos esquadrões de voo foi oficialmente 
confirmada a partir do momento em que foi criado o Curso Especial de Psicologia de 
Aviação para Oficiais (C-Esp-PAVO), em 2005, já que “em virtude da diversidade de 
atividades a serem desempenhadas por psicólogos na área da Aviação Naval, a 
Diretoria de Aeronáutica da Marinha, através do Exmo. Sr. Chefe do Serviço de 
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Marinha, considerou 
necessária a formação de psicólogos de aviação” (informação verbal)2. 
As atribuições dos psicólogos de aviação na MB estão previstas em Norma 
do Comando Aeronaval (BRASIL, 2007b), ressaltando sua atuação como um 
importante elo nas atividades relacionadas à segurança de aviação, através do 
acompanhamento cotidiano do estado psicológico de todo pessoal - direta ou 
indiretamente - envolvido nas atividades aéreas das Organizações Militares (OM) 
em que servem. Para tanto, atuam em plena consonância com as atividades 
desenvolvidas pelo Oficial de Segurança de Aviação (OSAv) de sua OM, assim 
como com aquelas desenvolvidas pelo Médico de Aviação (Md-Av) designado para 
acompanhamento da OM. 
No EB, a aviação faz parte da sua história anteriormente à própria criação 
do Ministério da Aeronáutica, que veio a assumir as atribuições relativas às 
 
2 Informações obtidas em texto sobre a atuação da Psicologia na Marinha do Brasil preparado e enviado pelo 
Psicólogo de Aviação CC (T) Fernando Antonio Gonçalves, participante da Comissão de Elaboração de 
Subsídios para a criação do Curso Especial de Psicologia de Aviação para Oficiais (C-Esp-PAVO). 
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questões aéreas, antes desenvolvidas pelo EB, somente em 1941. Entretanto, as 
atividades aéreas no Exército foram retomadas no ano de 1986 com a criação da 
Diretoria de Material de Aviação do Exército (DMAvEx) e do 1º Batalhão de Aviação 
do Exército (1º BAvEx), este último instalado em Taubaté no ano de 1988. 
Atualmente, a cidade é a sede do Comando de Aviação do Exército, abrigando três 
batalhões de aviação (1º, 2º e 3º BAvEx), um batalhão de manutenção e o Centro 
de Instrução de Aviação do Exército – CIAvEx (BRASIL, 2009c). Atualmente, o 
CAvEx conta com três psicólogas militares, uma atuando na área clínica, e as outras 
duas atuando nas áreas de prevenção e investigação de acidentes aeronáuticos e 
na de instrução aérea, desenvolvendo atividades voltadas para a segurança de vôo 
(informação verbal)3 . 
Nos dias atuais, é possível encontrar psicólogos atuando em diferentes 
setores da atividade aérea, tais como: empresas aéreas, cursos de ciências 
aeronáuticas, escolas de aviação, indústria aeronáutica, controle de tráfego aéreo, 
infraestrutura aeroportuária, entre outras. Entretanto, tendo em vista que esta área 
de atuação não é apresentada ao aluno durante o curso de Psicologia, a inserção 
deste profissional no contexto aeronáutico se dá, em alguns casos, quase que 
acidentalmente, quando ele presta algum concurso para os quadros militares ou 
entidades do setor público, ou, ainda, quando são recrutados para atuarem em 
departamentos de pessoal de empresas ligadas ao meio aeronáutico e acabam por 
“descobrir” esta vertente de atuação. 
Apesar dessa dificuldade na divulgação, aqueles que se envolveram e se 
envolvem com este contexto, vêm tentando, ao longo dos anos, construir um 
conhecimento específico, com técnicas e metodologias de intervenção 
características, que possa servir de base para auxiliar aqueles que estão por vir e 
fazer deste segmento um campo de atuação reconhecido oficialmente. 
Outras atividades e eventos ocorridos ao longo desse período mostram-se 
significativos para caracterizar o crescimento desta área de atuação para os 
 
3 Informação fornecida pela 2º Ten Psi Alessandra Gleysse Del Guerra Scigliano, psicóloga da Seção de 
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do Comando de Aviação do Exército. 
 Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 143 
 
psicólogos. Dentre eles pode-se citar: 
a) Os Encontros de Psicologia da Aeronáutica foram realizados no período de 
1983 a 1989, por iniciativa do Instituo de Seleção e Orientação – ISO, atual 
Instituto de Psicologia da Aeronáutica – IPA, no Rio de Janeiro, após a 
criação, em 1982, do Quadro de Oficiais Femininos da Reserva da 
Aeronáutica, que possibilitou o ingresso de psicólogas militares. Estes 
encontros apresentavam, entre outros objetivos, o de reunir os psicólogos 
atuantes em diferentes setores do Comando da Aeronáutica para troca de 
experiências e estabelecimento de procedimentos específicos para cada 
setor. 
b) As Jornadas de Psicologia da Marinha são realizadas, anualmente, pelo 
Serviço se Seleção de Pessoal da Marinha desde 1996 e se constituem 
como referência dos eventos comemorativos do aniversário de criação desta 
Organização Militar ou em homenagem ao Dia do Psicólogo. Na edição do 
ano de 2000, atenção especial foi dada à atuação da Psicologia no 
ambiente de aviação (BRASIL, 2009d). 
c) Nos anos de 1998 e 2001, por iniciativa dos psicólogosda Faculdade de 
Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - 
PUCRS que davam apoio ao Curso de Ciências Aeronáuticas, os I e II 
Encontros Brasileiro de Psicologia da Aviação foram realizados. Dentre os 
vários objetivos dos encontros, destacam-se, entre outros: reunir os 
psicólogos que atuavam no ambiente da aviação de forma a favorecer a 
troca de experiências, a discussão e a reflexão sobre o que vinha sendo 
desenvolvido por cada um em seus setores de trabalho; buscar a 
sistematização do conhecimento nesta área da Psicologia; identificar 
facilidades e dificuldades desse campo de atuação; e relacionar as 
144 Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 
 
competências necessárias ao psicólogo para atuar nesta área (informação 
verbal)4. 
d) O lançamento do livro “Os voos da Psicologia no Brasil: estudos e práticas 
na aviação”, em 2001, reuniu as experiências e ideias de alguns psicólogos 
que vinham atuando na área aeronáutica. O objetivo foi o de congregar 
gradativamente o conhecimento construído por essa prática profissional ao 
longo dos anos e, ainda, difundir as possibilidades de atuação do Psicólogo 
em um espaço que era, até então, de certa forma, desconhecido. 
(PEREIRA; RIBEIRO, 2001). 
e) Em 2004, o Segundo Serviço Regional de Aviação Civil (SERAC 2), realizou 
o III Encontro Brasileiro de Psicologia Aplicada à Aeronáutica, na cidade do 
Recife/PE, em continuação aos encontros realizados em Porto Alegre. Este 
evento teve por objetivo reunir psicólogos que atuam na comunidade 
aeronáutica brasileira para discutir temáticas pertinentes ao 
desenvolvimento das ações da Psicologia nesse contexto (BRASIL, 2004). 
f) Realização dos Cursos de Extensão em Psicologia Aplicada à Aviação pelo 
IPA nos anos de 2004, 2006 e 2008, como complemento aos Cursos de 
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Fator Humano, destinados a 
médicos e psicólogos, realizados pelo CENIPA. Os Cursos de Extensão em 
Psicologia Aplicada à Aviação foram destinados a psicólogos atuantes ou 
com a intenção de atuar em organizações militares ou civis de aviação. 
Buscou enfocar as bases teóricas, a prática e as possibilidades de atuação 
na área da Psicologia da Aviação. Considerou a atuação do psicólogo não 
apenas na atividade aérea, propriamente dita, mas, também, em outros 
ambientes, tais como o tráfego aéreo e a manutenção aeronáutica 
(COELHO et al., 2007). 
 
4 Informações obtidas no discurso de abertura do I Encontro e no folheto de chamada do II Encontro, fornecidos 
pela Professora e Psicóloga Silvia Bozzetti Moreira, uma das organizadoras dos eventos. 
 Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 145 
 
g) Em 2005, o Curso Especial de Psicologia de Aviação para Oficiais (C-Esp-
PAVO) foi criado pela Diretoria de Pessoal da Marinha, sendo considerado o 
primeiro curso de Psicologia de Aviação na América Latina, e ministrado no 
Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN), em São Pedro da 
Aldeia/RJ. O C-Esp-PAVO tem a duração de 16 semanas, com carga horária 
total de 560 horas/ aula, e é desenvolvido em três módulos: Psicologia 
Aeroespacial, Tecnologia Básica de Aviação e Prática Profissional Aplicada. 
Os psicólogos de aviação (Psi-Av) da Marinha, após o curso, estão aptos a 
desenvolverem atividades nas áreas operativas e organizacionais, clínica, 
de segurança de aviação, e de seleção e formação de pessoal para a 
Aviação Naval. A primeira turma de Psi-Av iniciou o curso em março de 
2006, no CIAAN, composta por dez Oficiais da Marinha. A segunda turma 
realizou o C-Esp-PAVO no 2º semestre de 2008 e participaram três Oficiais 
da Marinha e uma Oficial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. 
Após sua conclusão, os Psi-Av são distribuídos pelas diversas unidades 
aeronavais, incluindo os esquadrões de helicópteros distritais (informação 
verbal)5. 
h) Em finais de 2006 e início de 2007, foi realizado o curso de Extensão 
Universitária em “Factores Humanos y Psicología Aeronáutica” através de 
um consórcio estabelecido pela Faculdade Frassinetti do Recife (Brasil) e La 
Fundació Universitat Rovira I Virgili (Espanha). Este curso foi preparado na 
modalidade de ensino à distância e contou com a participação de instrutores 
e professores do Brasil, Guatemala, Espanha, Argentina e Uruguai, sendo 
oferecido tanto em espanhol como em português. Seu objetivo principal era 
o de apresentar uma visão geral de conceitos de Fatores Humanos e 
Psicologia inseridos no contexto aeronáutico para profissionais que atuam 
ou que possuem interesse nesta área (PEREIRA et al. 2006). 
 
5 Informações obtidas em texto sobre a atuação da Psicologia na Marinha do Brasil preparado e enviado pelo 
Psicólogo de Aviação CC (T) Fernando Antonio Gonçalves, participante da Comissão de Elaboração de 
Subsídios para a criação do Curso Especial de Psicologia de Aviação para Oficiais (C-Esp-PAVO). 
146 Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 
 
i) Por ocasião da comemoração do 40º aniversário de criação do Instituto de 
Psicologia da Aeronáutica, foi lançado o livro “Coletânea de Artigos 
Científicos”, reunindo uma série de artigos científicos elaborados por 
psicólogos do IPA, com base em trabalhos e pesquisas desenvolvidas por 
estes profissionais com o objetivo de contribuir para o emprego da 
Psicologia em prol daqueles que se dedicam às atividades aéreas, tanto no 
âmbito civil como no militar (BORGES et al., 2007). 
j) Em 2008, a disciplina “Psicologia em Aviação” foi inserida na grade curricular 
do primeiro curso de Mestrado Profissional em Segurança de Aviação e 
Aeronavegabilidade Continuada realizado pelo Instituto Tecnológico da 
Aeronáutica (ITA), em parceria com o Centro de Investigação e Prevenção 
de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). O curso tem por objetivos: (a) formar 
profissionais em nível de Mestrado Profissional para atuarem em áreas 
diretamente ligadas à Segurança de Aviação e Aeronavegabilidade 
Continuada; (b) fomentar o estudo e o desenvolvimento de técnicas para o 
estabelecimento de tecnologias adequadas à realidade brasileira, através do 
estabelecimento de uma abordagem científica, de modo a estimular novas 
linhas de pesquisa no campo de Segurança de Aviação e 
Aeronavegabilidade Continuada em nosso País; e, (c) fornecer subsídios 
para o crescimento da cultura de Segurança de Aviação nos diversos 
ambientes onde a atividade aérea é essencial, contribuindo para a atuação 
proativa nos diversos escalões das empresas, instituições e organizações 
(BRASIL, 2009b). 
Os eventos apresentados são algumas das iniciativas desenvolvidas pelos 
profissionais que consideram a Psicologia aplicada ao ambiente aeronáutico como 
um campo promissor e que acreditam na contribuição significativa que ela pode 
oferecer para o incremento da segurança de voo. 
 
 
 Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 147 
 
5 CONCLUSÃO 
Esta breve retrospectiva tem a finalidade de apresentar os caminhos 
trilhados pela Psicologia no ambiente da aviação. Embora, no mundo, este ramo da 
Psicologia já seja amplamente consagrado, no Brasil, o delineamento de suas 
fronteiras e de seus focos de atuação ainda está em construção. 
São muitos os profissionais que dia a dia vão construindo esse novo saber, 
nas companhias aéreas, nas escolas de aviação, nos centros de treinamento, nos 
núcleos de pesquisa, nos centros de controle de tráfego aéreo, nos órgãos de 
infraestrutura aeroportuária, nos órgãos reguladores, nos grupos de atendimento no 
pós-acidente e em tantos outros lugares. 
Entretanto, no Brasil, diferentemente de outras partes do mundo, esse saber 
ainda não tem uma ampla divulgação, tanto no meio da Psicologia quanto no da 
própriaaviação. Por não ser apresentada nos currículos de formação do psicólogo, 
esta área, que possui tantas características peculiares, em geral, só é descoberta se 
o profissional, por algum motivo, se envolve com o contexto aeronáutico. Por sua 
vez, os diferentes setores da aviação, também, nem sempre têm a exata noção das 
possibilidades de atuação desse profissional. É muito comum se encontrar o 
psicólogo envolvido com as questões de recursos humanos da organização, tais 
como recrutamento, seleção, treinamento, porém, na maioria das vezes, 
desvinculadas daquelas relacionadas à segurança de voo. 
A inexistência de uma especialização formal e reconhecida na área torna 
essa possibilidade mais difícil de ser concretizada em sua plenitude. Os cursos hoje 
existentes no Brasil, oferecidos pela Aeronáutica e pela Marinha, ocorrem em um 
nível que, pela carga horária ou por estarem inseridos em um ambiente militar, 
podem não caracterizar um grau de aprofundamento ou abrangência que conduza a 
uma titulação aceita pela comunidade acadêmica. 
Apesar da trajetória até aqui desenvolvida e os muitos degraus 
conquistados, a Psicologia no ambiente da aviação continuará, pelo menos por 
enquanto, a ser construída por aqueles que fazem da sua práxis a base do seu 
148 Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 
 
conhecimento, buscando com isso contribuir, cada vez mais, para que o meio 
aeronáutico possa desenvolver suas operações com maior eficácia e segurança. 
NOTAS 
1 Psicologia Clínica: área de especialização da Psicologia que estuda o comportamento do 
indivíduo (ou do grupo) por meio de técnicas apropriadas, tais como testes de inteligência, 
de personalidade, entrevistas, etc., numa tentativa de compreender-lhe e resolver-lhe os 
conflitos. 
2 Comportamentalismo ou Behaviorismo: campo de estudo da Psicologia que tem o 
comportamento como base de estudo. Os behavioristas trabalham com o princípio de que a 
conduta dos indivíduos é observável, mensurável e controlável similarmente aos fatos e 
eventos nas ciências naturais e nas exatas. J. Watson, considerado como pai do 
behaviorismo, era um defensor da importância do meio na construção e desenvolvimento do 
indivíduo. Dentre os representantes desta corrente, destaca-se B. F. Skinner, cujos 
conceitos sobre condicionamento operante influenciaram os estudos da Psicologia, 
principalmente na área da aprendizagem. 
3 Psicologia Cognitiva: campo de estudo da Psicologia que se preocupa com o modo como 
as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a informação (STERNBERG, 
2000, p.22). 
4 Estudos desenvolvidos por Kurt Lewin com base na sua Teoria de Campo, cuja proposição 
básica é que o comportamento humano é função do indivíduo e do seu ambiente. As 
hipóteses elaboradas por ele sobre a dinâmica dos pequenos grupos são: 1) o grupo 
constitui o terreno sobre o qual o indivíduo se mantém; 2) o grupo é para o indivíduo um 
instrumento; 3) o grupo é uma realidade da qual o indivíduo faz parte, mesmo aqueles que 
se sentem ignorados, isolados ou rejeitados; e, 4) o grupo é para o indivíduo um dos 
elementos ou dos determinantes de seu espaço vital (YUNES, 1999). 
5 Psicologia Social: área de especialização e campo de investigação que pode ser 
entendido como "o estudo científico da influência recíproca entre as pessoas (interação 
pessoal) e do processo cognitivo gerado por essa interação (pensamento social)” 
(RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2005). A integração social, a interdependência entre 
os indivíduos, o encontro social são os objetos investigados por essa área da Psicologia. 
6 Psicologia Organizacional: inicialmente denominada como Psicologia Industrial, área de 
especialização e campo que estuda os fenômenos psicológicos presentes nas 
organizações, mais especificamente, atuando sobre os problemas organizacionais ligados à 
gestão de recursos humanos (ou gestão de pessoas). Atualmente, reconhecida como 
Psicologia Organizacional e do Trabalho, atua em atividades relacionadas à análise e 
desenvolvimento organizacional, ação humana nas organizações, desenvolvimento de 
equipes, consultoria organizacional, seleção, acompanhamento e desenvolvimento de 
pessoal, estudo e planejamento de condições de trabalho, estudo e intervenção dirigidos à 
saúde do trabalhador (CFP, 2001). 
 Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 149 
 
7 “Patogenias latentes” ou “Condições latentes” são fatores que estão silenciosamente 
presentes por um longo período de tempo em uma organização, mas que, eventualmente, 
se combinam com circunstâncias locais e falhas ativas (erros e violações) cometidas pelos 
operadores e acabam por romper todos os mecanismos de defesa e ocasionar o 
acidente/desastre. São geradas nos níveis mais altos da organização e surgem de decisões 
estratégicas dos gerentes (REASON, 1997). 
8 Organização de Aviação Civil Internacional (OACI): também conhecida por sua sigla em 
inglês, ICAO (International Civil Aviation Organization), é uma agência especializada das 
Nações Unidas criada em 1944 com 190 países-membros. Sua sede permanente fica na 
cidade de Montreal, Canadá. Tem como principais objetivos o desenvolvimento dos 
princípios e técnicas de navegação aérea internacional e a organização e o progresso dos 
transportes aéreos, de modo a favorecer a segurança, a eficiência, a economia e o 
desenvolvimento dos serviços aéreos (ICAO, 2008). 
 
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152 Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009. Edição de Lançamento. 
 
PSYCHOLOGY IN AVIATION CONTEXT: BRIEF RETROSPECTIVE 
ABSTRACT: Aviation is one of the sectors of human activity that most developed in 
the last century. Sciences of different areas of human knowledge contributed 
towards a significant progress in this sector. Psychology had a significant 
participation in this development, aiming at adapting the knowledge generated from it 
to aviation needs. The purpose of this material is to present, from a historical point of 
view, the evolution of the Psychology participation in the aviation environment, both 
on the national and international contexts, and its main achievements. 
KEYWORDS: Psychology and aviation. Flight Safety. Human Factor. Psychological 
Aspect.

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