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Anatomia do Olho

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–
 
ANATOMIA DO OLHO: 
O olho é um órgão de forma quase esférica, que 
mede, em seu diâmetro anteroposterior, 
aproximadamente 24mm. 
A parede do globo ocular possui três camadas: 
• Externa: realiza função de proteção e é 
formada pela esclera e pela córnea. 
• Média: altamente vascularizada e 
pigmentada; composta pela coróide, corpo 
ciliar e íris. 
• Interna: é a retina, camada receptora que 
contém as fibras formadoras do nervo 
óptico. 
 
➢ CÓRNEA: 
Parte anterior transparente e protetora do olho, 
fica localizada na região polar anterior do globo 
ocular e é o meio refrativo mais importante do 
olho, caracterizando-se por seu alto grau de trans-
parência. 
Tal transparência depende de vários fatores, 
incluindo a regularidade da superfície anterior 
epitelial, a organização regular das fibras de 
colágeno do estroma e a sua natureza avascular. 
É nutrida pelo filme lacrimal, pelo humor aquoso e 
pelos vasos do limbo e da conjuntiva palpebral. 
A córnea e o cristalino têm a função de focar a luz 
através da pupila para a retina, como se fosse uma 
lente fixa. São as lágrimas que mantêm a córnea 
úmida e saudável. 
➢ ESCLERA: 
A esclera é onde estão inseridos os músculos do 
bulbo do olho, extra-oculares. A superfície visível 
da esclera é coberta por uma membrana trans-
parente e fina, chamada conjuntiva, que deriva da 
camada epitelial externa da córnea e que também 
cobre a face interna das pálpebras. 
É opaca e contém fibras de colágeno e elastina. 
Nela se inserem os músculos extraoculares e é a 
passagem de elementos vasculonervosos, além de 
contribuir na formação do seio camerular, serve 
de proteção da coriorretina e do vítreo e para a 
manutenção do tônus ocular. 
–
 
Nas crianças, é mais fina e apresenta algum 
pigmento, o que confere a cor mais azulada. Nos 
idosos, entretanto, o depósito de gordura na 
esclera faz com que ela aparente uma coloração 
levemente amarelada. 
ÚVEA = íris + corpo ciliar + coróide 
➢ ÍRIS 
A íris, o anel colorido que circunda a pupila, abre-
se e fecha-se como a abertura da lente de uma 
máquina fotográfica. 
A dilatação da pupila, midríase, ocorre devido a 
estimulação do músculo responsável por esse 
efeito, que tem inervação simpática. 
Já a constrição, miose, ocorre por ação do músculo 
esfíncter da pupila, que tem inervação 
parassimpática. 
A margem pupilar se localiza na superfície anterior 
do cristalino. Serve como um diafragma-lente-íris 
que divide o compartimento do humor aquoso em 
câmaras anterior e posterior. Esta última 
corresponde ao espaço limitado pela íris 
anteriormente e pelo cristalino posteriormente. 
A íris é a parte mais escura do olho, 
ocasionalmente colorida (olhos azuis ou verdes), e 
que tem uma abertura central, a pupila. Ela fica 
localizada logo atrás da córnea. 
A cor do olho da pessoa é definida pelo pigmento 
presente na íris. Ele sofre variações dependendo 
da quantidade de melanina armazenada, o que é 
definido por cerca de 150 genes diferentes. 
Além de definir o tom dos olhos, a íris apresenta 
diversos músculos lisos que controlam a abertura 
e fechamento da pupila. A abertura varia em 
função inversa à luminosidade existente no 
ambiente. Assim, quanto menos luz disponível, 
mais a pupila dilata para um aproveitamento 
maior da luminosidade. 
➢ HUMOR AQUOSO 
Humor aquoso é um líquido com aspecto transpa-
rente e incolor que contém em sua composição 
água e eletrólitos. 
Fica localizado na câmara anterior do globo ocular, 
entre a córnea e o cristalino. 
Sua função é nutrir a córnea e o cristalino, além de 
contribuir com a regulação da pressão interna do 
globo ocular, sendo essencial para manter o 
metabolismo nutricional dos olhos e a boa função 
óptica. 
O humor aquoso é produzido no processo ciliar do 
corpo ciliar e drenado da câmara posterior para a 
câmara anterior, a qual, por sua vez, é limitada 
anteriormente pela córnea, posteriormente pela 
íris e circunferencialmente pelas estruturas do 
ângulo iridocorneano. 
➢ RETINA 
Retina é a parte do olho dos vertebrados 
responsável pela formação de imagens, ou seja, 
pelo sentido da visão. É como uma tela onde se 
projetam as imagens. 
A retina retém as imagens e as traduz para o 
cérebro através de impulsos elétricos enviados 
pelo nervo óptico. 
É formada por um tecido fino, delicado e transpa-
rente, derivado do neuroectoderma, cuja função é 
transformar as ondas luminosas em impulsos 
nervosos. 
As células respondem aos estímulos visuais por 
meio de reações fotoquímicas. É formada por 
camadas quando avaliada pela microscopia óptica. 
A luz deve atravessá-las até atingir os 
fotorreceptores, cones e bastonetes. 
• Os cones funcionam melhor com luz 
intensa e são responsáveis pela visão 
central e de cores. 
• Já os bastonetes são mais sensíveis à luz e, 
por isso, têm mais eficiência com baixa lu-
minosidade. 
Na área central da retina, há mais cones que 
bastonetes, entretanto, na fóvea-área 
responsável pela máxima acuidade visual- , há 
somente cones . 
Os vasos da retina são derivados da artéria e da 
veia central da retina. Após penetrar na retina, 
próximo ao disco óptico, a artéria perde sua 
lâmina elástica interna e sua camada muscular, 
transformando-se em arteríola. Entre a arteríola e 
a vênula, há uma rica rede capilar. Na região da 
–
 
fóvea não há vasos capilares e sua nutrição faz-se 
inteiramente pela coróide. 
➢ CRISTALINO: 
O cristalino é uma estrutura de consistência 
gelatinosa e elástica que fica localizada logo atrás 
da pupila. 
Sua estrutura é convergente e focaliza a luz que 
penetra na pupila, formando imagens na retina. 
É o cristalino que faz o ajuste fino para o foco e a 
leitura, por exemplo. Esse ajuste é feito por meio 
da flexibilidade da própria estrutura do cristalino. 
➢ CORPO VÍTREO/VÍTREO: 
O corpo vítreo ou apenas vítreo, é uma estrutura 
gelatinosa e viscosa que ocupa a porção central do 
globo ocular. Seu volume médio é de cerca de 4 ml 
em cada um dos olhos. 
Ao nascermos, o humor vítreo tem uma 
consistência bem densa e, com o passar do tempo, 
ocorre a liquefação com consequente des-
colamento do mesmo. Em virtude do 
descolamento do vítreo passamos a perceber 
pequenas manchas no campo de visão, que 
comumente chamamos de moscas volantes. 
➢ CORÓIDE: 
A coróide é a camada média do olho, que se 
localiza entre a esclera e a retina. Essa é uma 
membrana muito fina, intensamente pigmentada 
e vascularizada. 
Os vasos sanguíneos da coróide é que suprem as 
células da retina e da esclera com o oxigênio e 
nutrientes. Por isso, essa estrutura da anatomia do 
olho é essencial para garantir a manutenção 
dessas duas partes e, consequentemente, o bom 
funcionamento da visão. 
➢ PUPILA: 
A pupila corresponde a abertura central da íris. 
Seu diâmetro é regulável e se altera, permitindo 
que uma maior ou menor quantidade de luz 
penetre nas porções internas do globo ocular. 
A anatomia do olho é complexa e suas partes são 
dependentes. Assim, quando doenças oculares se 
manifestam, há uma alteração das estruturas im-
pedindo o bom funcionamento do conjunto. 
 
➢ NERVO ÓPTICO: 
O nervo óptico é composto a partir da união de 
fibras nervosas das células ganglionares da retina. 
Essa estrutura faz a conexão do olho com o 
cérebro. 
A imagem capturada pelos cones e bastonetes da 
retina é transmitida para o cérebro através dele, 
sendo assim, uma estrutura essencial para que 
consigamos, de fato, enxergar. 
ÓRBITA: 
As cavidades orbitárias têm a forma de uma pera 
com seu ápice situado posterior, medial e 
ligeiramente para cima. Os ossos que as formam 
são frágeis e finos; apenas os ossos da borda 
orbitária são mais espessos, justamente para 
proteger o olho contra traumatismos. 
 
Os olhos estão implantados nas duas cavidades 
orbitárias, onde estão protegidos do meio exterior 
pelas pálpebras. 
A órbita é formada por uma junção de sete ossos 
pertencentes ao esqueleto craniofacial: frontal, 
etmoide, esfenoide, maxilar,zigomático, lacrimal 
e palatino. 
ANAMNESE OCULAR: 
Pode ser avaliada levando em conta a queixa 
principal, história da doença atual, antecedentes 
pessoais e antecedentes familiares. 
Algumas afecções oculares ocorrem com mais 
frequência em determinadas idades e sexos. 
Certos tipos de neoplasias intraoculares, como 
retinoblastoma e xantogranuloma, aparecem mais 
frequentemente na infância. Na adolescência, as 
–
 
causas mais frequentes de diminuição da acuidade 
visual são os vícios de refração. A miopia tem uma 
tendência progressiva na adolescência e tende a 
estabilizar-se na idade adulta. Em torno de 40 
anos, aparece dificuldade de visão para perto, 
denominada presbiopia, a qual decorre de 
envelhecimento do cristalino. 
Durante a anamnese, deve-se questionar o hábito 
alimentar do paciente, pois algumas afecções 
carenciais podem causar olho seco, cegueira 
noturna e outros transtornos na visão cromática. 
Além disso, os excessos de álcool etílico e de 
tabaco podem promover diminuição da acuidade 
visual por lesão desmielinizante do nervo óptico. 
Em uma anamnese o médico deve ficar sempre 
atento aos sinais e sintomas, pois eles podem 
direcionar o diagnóstico. 
SINAIS E SINTOMAS: 
Os principais sintomas das afecções oculares são 
sensação de corpo estranho, queimação ou 
ardência, dor ocular, cefaleia, prurido, 
lacrimejamento, sensação de olho seco, xantopsia, 
hemeralopia, alucinações visuais, diminuição ou 
perda da visão, diplopia, fotofobia, nistagmo e 
escotomas. 
- SENSAÇÃO DE CORPO ESTRANHO: pode ser 
relatada pelo paciente como desagradável, 
podendo ser acompanhada de dor, cujas causas 
são corpo estranho na córnea, na conjuntiva 
bulbar ou na conjuntiva palpebral; cílios 
invertidos, em contato a córnea; inflamação 
corneana superficial; abrasão corneana; e conjun-
tivite. 
- QUEIMAÇÃO OU ARDÊNCIA: É uma sensação de 
desconforto que faz o paciente lavar os olhos para 
aliviar o sintoma. As causas de queimação ou 
ardência são erros refratários não corrigidos, 
conjuntivite, ceratite, sono insuficiente, exposição 
a fumaça, poeira e produtos químicos. 
 
- PRURIDO: Quando o prurido é muito acentuado, 
quase sempre é sinal de alergia, mas pode 
também ser causado por vício de refração não 
corrigido. 
 
- SENSAÇÃO DE OLHO SECO: O paciente relata que 
é como se o olho não tivesse lágrimas e que esta 
sensação piora com o vento. 
 
- LACRIMEJAMENTO: O lacrimejamento, também 
conhecido como epífora, ocorre por excesso de 
secreção de lágrimas ou por defeito no mecanismo 
de drenagem. O estímulo aferente é dado pelo 
ramo oftálmico do nervo trigêmeo, enquanto a 
resposta eferente (secretora) é dada pelo nervo 
facial. As principais causas são inflamação da 
conjuntiva ou córnea, obstrução da via lacrimal 
excretora, aumento da secreção por emoções, 
hipertireoidismo, dor ocular, presença de corpo 
estranho na córnea e glaucoma congênito. 
 
- DOR OCULAR: Quando o paciente relata dor 
ocular, ele não consegue localizar a dor, pois é do 
tipo visceral. Porém, quando sua origem é na 
pálpebra, ele é capaz de apontar com o dedo o 
local exato da dor. 
- FOTOFOBIA: ou sensibilidade à luz é, 
comumente, devida a inflamação corneana, afacia 
(ausência de cristalino), irite e albinismo ocular. 
Alguns medicamentos podem produzir aumento 
da sensibilidade à luz, como, por exemplo, a 
cloroquina. 
- CEFALEIA: A cefaleia de origem ocular geral-
mente é localizada na região frontal e se manifesta 
ao fim do dia, principalmente após trabalhos nos 
quais a visão de perto é muito solicitada. Pode 
aparecer também nos processos inflamatórios dos 
olhos e anexos e no glaucoma crônico simples. 
- HEMERALOPIA E NICTALOPIA: Os sintomas 
resultantes da adaptação visual deficiente são 
conhecidos por hemeralopia e nictalopia. A 
hemeralopia ou “cegueira diurna” caracteriza-se 
por uma função deficiente dos cones. A nictalopia 
ou “cegueira noturna” é mais comum e relaciona-
se com uma deficiente função dos bastonetes. 
 
- XANTOPSIA, IANTOPSEIA E CLOROPSIA: A 
xantopsia é o aparecimento de visão amarelada, 
sendo seu mecanismo pouco conhecido. Ocorre 
em intoxicações medicamentosas e, às vezes, 
como sintoma de icterícia intensa. A iantopsia 
(visão violeta) e a cloropsia (visão verde) são 
menos frequentes e também são sintomas de 
–
 
intoxicações medicamentosas (digitálicos, 
barbitúricos). 
 
- DIPLOPIA: Quando o paciente desenvolve um 
desvio ocular, o olho desviado não mais mantém a 
fixação no objeto de interesse na fóvea (área da 
retina responsável pela visão central). O paciente 
se queixa, então, de visão dupla. A diplopia pode 
ser monocular ou binocular. As causas de diplopia 
monocular são cristalino subluxado (p. ex., lente 
ectópica na síndrome de Marfan), catarata nuclear 
(o cristalino tem dois pontos focais), coloboma da 
íris, descolamento da 
retina. 
 
- ESCOTOMA: Escotoma é uma área de cegueira 
parcial ou completa, dentro de um campo visual 
normal ou relativamente normal. Neste ponto, a 
visão diminui apreciavelmente em relação à parte 
que o circunda. 
- NISTAGMO: O nistagmo é o movimento 
repetitivo rítmico dos olhos. Ele pode ser 
caracterizado por sua frequência (rápido ou lento), 
pela amplitude (amplo ou estreito), pela direção 
(horizontal, vertical, rotacional) e pelo tipo de 
movimento (pendular, jerk). No pendular, o movi-
mento dos olhos em cada direção é igual. No jerk, 
há um componente lento em uma direção e um 
componente rápido em outra. É provocado por 
impulsos motores irregulares para os músculos 
extraoculares. 
- DISMETRIA OCULAR: representa uma série de 
movimentos conjugados pendulares, de 
amplitude decrescente, que ocorrem durante a 
mudança de fixação. Os olhos executam um 
movimento exagerado, ultrapassando o objeto de 
fixação. Pode haver hipermetria ou hipometria. 
 
EXAME FÍSICO: 
O exame do aparelho visual é feito por inspeção e 
palpação. A ausculta raramente tem utilidade. 
O globo ocular, devido a sua anatomia, permite a 
observação de quase todas as suas estruturas, 
principalmente com o auxílio de aparelhos, que 
cada vez estão se tornando mais sofisticados. 
Desta forma, o exame físico do paciente 
oftalmológico deve se iniciar com o exame ocular 
externo que consiste, predominantemente, na 
inspeção desarmada das estruturas mais 
anteriores do globo ocular e de seus anexos. 
Com o auxílio de um foco luminoso, realiza-se a 
inspeção de algumas estruturas, como a posição 
do globo ocular, posição da fenda inter-palpebral, 
bordas palpebrais, conjuntiva bulbar, córnea, 
câmara anterior, íris, pupila, entre outras. 
➢ GLOBO OCULAR E CAVIDADE ORBITÁRIA: 
Na inspeção do globo ocular, deve-se observar, em 
primeiro lugar, a separação entre as duas 
cavidades orbitárias. 
Um grande afastamento recebe o nome de 
hipertelorismo, que ocorre em diversas anomalias 
genéticas. Pode-se encontrar hipoplasia orbitária 
bilateral e simétrica, observada nas disostoses 
craniofaciais, como a síndrome de Crouzon. 
 
Em relação ao tamanho do globo ocular, pode-se 
observar microftalmia, que aparece na síndrome 
da rubéola congênita. 
 
Na palpação da órbita, investiga-se principalmente 
a reborda óssea, procurando-se solução de 
continuidade, fraturas e espessamento. Presença 
de crepitação traduz passagem de ar de algum seio 
da face para o tecido subcutâneo. 
 
➢ EXOFTALMIA: 
 
Exoftalmia, ou seja, a protrusão do globo ocular, 
deve ser avaliada com o exoftalmômetro ou, na 
sua falta, com uma régua milimetrada. Para isso, 
apoia-se a parte inicial da régua na reborda 
orbitária lateral, medindo-se até o ápice da córnea 
(em vista lateral). 
 
A distância normal entre o ápice da córnea e a 
margem orbitária lateral é, em geral, menor que 
20 mm, sendo uma diferença de 2 mm entre os 
dois olhos considerada suspeita. 
 
A exoftalmia consiste, pois, no deslocamento 
anterior do globo ocular, decorrente do aumento 
do volume orbitário, secundário a 
hipertireoidismo, neoplasia, anormalidade 
vascular ou processoinflamatório. 
–
 
 
 
Exoftalmia unilateral (à direita) por cisto sebáceo (seta). A 
movimentação ocular torna mais evidente a protrusão do 
olho direito. 
➢ APARELHO LACRIMAL: 
A inspeção pode detectar aumento de volume da 
glândula lacrimal, que se situa na parte externa da 
pálpebra superior, cujas causas principais são as 
afecções inflamatórias e as neoplasias. 
 
Para reconhecer pequenos aumentos de volume, 
é necessário levantar a pálpebra do paciente, 
pedindo-se a ele que olhe para baixo e para 
dentro. 
 
Pela palpação, avaliam-se a consistência, a 
profundidade e a sensibilidade das glândulas 
lacrimais. 
O lacrimejamento em excesso se chama epífora e 
pode ser causado por excessiva formação de 
lágrimas ou por obstrução das vias de excreção. 
A obstrução, quando situada em um ponto 
lacrimal, pode ser causada por atresia, eversão, 
presença de corpo estranho e, às vezes, pelos 
próprios cílios. 
 
A exploração dos canalículos, do saco lacrimal e do 
conduto nasolacrimal deve ser feita pela inspeção, 
palpação (compressão do saco lacrimal) e por 
meios especiais, tais como sondagem, lavagem e 
exame de imagem. 
 
➢ PÁLPEBRAS: 
 
As pálpebras representam uma estrutura de 
proteção do globo ocular contra traumatismos e 
excesso de luz. 
 
Pela inspeção, investigam-se a cor, a textura, a 
posição e os movimentos das pálpebras, além de 
eventual presença de edema. 
 
Na região periocular, procura-se observar se os 
cílios estão virados para dentro (triquíase), se 
houve queda (madarose) ou se os cílios se 
tornaram brancos (poliose). 
 
No local de implantação dos cílios, deve-se 
investigar a presença de hiperemia, escamas e 
úlceras, alterações comuns nas blefarites. 
 
A paralisia do elevador da pálpebra superior leva à 
blefaroptose, que pode ser congênita ou 
adquirida. Quando congênita, pode acompanhar-
se de uma deficiência funcional do músculo reto 
superior (ambos os músculos estão inervados pelo 
ramo do nervo oculomotor e têm a mesma origem 
embrionária). 
 
Blefaroptose 
 
–
 
➢ CONJUNTIVA E ESCLERA: 
 
A conjuntiva é uma membrana mucosa, 
transparente e fina, que reveste a esclera até o 
limbo e a superfície posterior da pálpebra. 
 
Por debaixo da conjuntiva, é possível, às vezes, 
observar alguns vasos tortuosos – são os vasos 
episclerais. 
 
Excetuando-se estes vasos e eventuais depósitos 
de pigmentos, a esclera normal tem cor 
brancoporcelana. 
 
Esta cor pode modificar-se por depósitos de 
pigmentos, como acontece na icterícia e na 
melanose ocular, em que ocorre depósito de 
bilirrubina e melanina, respectivamente. 
 
O exame da conjuntiva palpebral inferior fornece 
valiosa informação nas anemias, nas quais a cor 
normal, rosavivo, transforma-se em rosapálido ou 
fica quase branca. 
 
➢ CÓRNEA: 
 
A superfície corneana normal é tão regular que 
forma excelente área de reflexão, de modo que 
pequenas alterações são facilmente observadas 
com uma boa iluminação. 
 
O examinador deve avaliar em primeiro lugar o 
tamanho da córnea. 
 
Com boa iluminação e ajuda de uma lupa, pode-se 
constatar a presença de opacificação corneana 
(leucoma), irregularidades epiteliais provocadas 
por corpo estranho e neovascularização. 
 
É importante determinar a sensibilidade 
corneana, o que é feito mantendo-se a pálpebra 
aberta e encostando a ponta de um algodão na 
parte apical da córnea, sempre 
comparativamente, tendo-se o cuidado para não 
tocar nos cílios. 
 
 
 
➢ PUPILA: 
O exame da pupila deve incluir a observação do 
tamanho, da forma e da posição, se há algo visível 
através dela, leucocoria, a pesquisa das reações 
direta e consensual à luz, a reação à acomodação 
e o “swinging test”. 
O reflexo pupilar à luz é testado da seguinte 
maneira: com uma iluminação uniforme sobre a 
face do paciente, faz-se incidir um feixe luminoso 
sobre um dos olhos. A pupila normal contrai-se 
vigorosa e rapidamente, mantendo esta 
contração. É o reflexo fotomotor direto. A pupila 
do outro olho deve contrair-se simultaneamente e 
com a mesma intensidade – é o reflexo fotomotor 
indireto ou consensual. 
 
O outro reflexo a ser investigado é o reflexo para 
perto. Para isto, aproxima-se do olho um objeto 
até uma distância de aproximadamente 10 cm. 
Neste momento, ocorre então miose bilateral, 
bem como convergência dos olhos e acomodação. 
➢ CRISTALINO: 
O cristalino é uma pequena lente transparente 
situada entre a íris, à frente, e o vítreo, atrás, presa 
ao corpo ciliar por um conjunto de fibrilas – as 
zônulas. 
 
O exame do cristalino é feito com a lâmpada de 
fenda, estando a pupila em midríase. Porém, na 
falta desta, uma boa iluminação permite perceber 
as alterações mais grosseiras. Em relação à 
posição do cristalino, pode-se encontra-lo 
deslocado (luxado), o que ocorre, às vezes, na 
síndrome de Marfan e nos traumatismos oculares. 
–
 
Técnica de eversão da pálpebra superior (A), vendo-se 
corpo estranho facilmente localizado (B). 
ACUIDADE VISUAL: 
A acuidade visual é testada em cada um dos olhos 
separadamente. Ao se ocluir o olho que não está 
sendo examinado, deve-se evitar pressioná-lo, 
pois isto pode provocar distorção na imagem com 
diminuição da acuidade visual. Se o paciente usar 
óculos, a acuidade visual deve ser avaliada com a 
correção óptica. 
O exame de acuidade visual é utilizado para 
avaliar o quanto uma pessoa é capaz de distinguir 
o contorno e a forma das coisas. É importante 
para detectar problemas de visão em pessoas de 
todas as idades. 
Assim, o teste de acuidade visual é o exame 
elementar para checar a capacidade funcional da 
visão. Quanto melhor o resultado, maior a 
habilidade de enxergar perfeitamente. 
A acuidade visual para longe é medida através de 
tabelas de optótipos, tabela de Snellen, ficando o 
paciente sentado com aproximadamente 6m de 
distância dela. 
 
A tabela de Snellen é feita de letras de diferentes 
tamanhos, com distância entre elas de 5 cm. 
Quanto mais afastada estiver a tabela, menor é a 
imagem na retina. Combinando os dois fatores, 
tamanho das letras e distância entre o paciente e 
a tabela, é possível determinar o ângulo visual 
mínimo que corresponde à melhor acuidade 
visual. 
Quando o maior optótipo da tabela não puder ser 
identificado pode-se diminuir a distância entre o 
paciente e a tabela, anotando a nova distância 
como numerador da fração da acuidade. Se 
mesmo assim o maior optótipo não for 
identificado verifica-se se o paciente “conta 
dedos”, detecta movimentos de mão, identifica a 
localização de um foco luminoso ou percebe a luz. 
 
A medida da acuidade visual (AV) deve ser feita 
para cada olho, separadamente. As causas mais 
frequentes de diminuição da acuidade visual são 
as ametropias (miopia, hipermetropia e 
astigmatismo). 
O valor da acuidade visual é expresso sempre 
através de uma fração, cujo numerador é a 
distância, em pés, do paciente à tabela, e o 
denominador representa a distância em que o 
optótipo forma um ângulo visual de 1 minuto de 
arco, por exemplo 20/200 ou 0,1.

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