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1) Diferencie as hipóteses de ineficácia e revogação dos atos praticados antes da falência, discriminando a forma procedimental para cada uma. Qual a finalidade da realização desses atos dentro do instituto da falência? (Não se esqueça da doutrina).
R: Os atos praticados antes da falência, conforme o doutrinador Ricardo Negrão[footnoteRef:1], sendo em questão, a declaração de ineficácia e as ações revocatórias, visam tão somente tornar certos atos sem efeito em relação à massa falida. Existem dois instrumentos legais para tais fins, a declaração de ineficácia, artigo 129, LREF, e a ação revocatória stricto sensu, artigo 130, LREF. De acordo com Fábio Ulhôa Coelho, a ação própria que deve ser ajuizada, nos casos do art. 130 é a ação revocatória, e no art. 129, seria uma ação inominada (declaratória de ineficácia). O instituto de ineficácia, que consiste em não produzir resultado, envolve o fato de que alguns atos realizados pelo devedor, antes da decretação de falência, podem ser decretados como ineficazes, a partir da decisão judicial, ainda que o contratante não houvesse ciência do estado de crise financeira do devedor, e independente da intenção do devedor de fraudar seus credores. A ineficácia é um instituto que pode ser declarado de ofício pelo magistrado, o que caracteriza como uma diferença em relação a revogação. A ineficácia, uma vez alegada em defesa ou pleiteada mediante ação autônoma ou incidentalmente no curso do processo, conforme o artigo 129, I, II, e III LRFF. É necessário ressaltar que os atos ineficazes fraudulentos independem de constituição de provas, tais atos, como explicado pelo doutrinador Amador Paes de Almeida[footnoteRef:2], são: [1: NEGRÃO, Ricardo. MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL. 10ª. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.] [2: ALMEIDA, Amador Paes de. Curso de falência e recuperação de empresa: de acordo com a Lei nº 11.101/2005. 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.] 
a) o pagamento de dívidas não vencidas realizadas pelo devedor dentro do termo legal da falência, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
b) o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizados dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato (Exemplo: Pagamento com mercadorias ao invés de dinheiro, neste caso o bem será arrecadado.);
c) a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente (se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada);
d) a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
e) a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
f) a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
g) os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior (Exemplo: o falido vendeu um bem imóvel antes da decretação da falência, mas o comprador não registrou, não poderá mais registrar, o ato será considerado ineficaz. Se tiver prenotarão anterior o registro é válido, se não tiver perante a massa falida o ato será ineficaz).
A revogação envolve os atos praticados com o intuito de lesar credores, sendo um ato fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele realiza contrato e o concreto prejuízo sofrido pela massa falida, como explicado por Almeida e exposto no artigo 130 da lei 11.101/2005 (LREF).
Esse instituto poderá ser proposto pelo administrador judicial da massa falida, por qualquer credor, ou ainda pelo Ministério Público, no prazo de três anis contados da decretação de falência. O intuito da peça processual da revogação é a declaração de ineficácia referente um ato que foi praticado pelo falido em arranjo, por ajuste de condutas, com terceiro e que, de maneira efetiva, tenha gerado prejuízo à massa.
Tal ação ocorrerá pelo procedimento ordinário e poderá ser promovida, conforme o artigo 133, LREF, por:
Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida:
I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados;
II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores;
III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo.
A sentença condenatória que decidir por procedente a ação revocatória, irá determinar o retorno dos bens à massa falida em espécie, levando em consideração todos os acessórios ou valor do mercado, sendo estes acrescidos das pernas e danos. Da sentença cabe apelação.
Sendo o terceiro contratante de boa-fé, este terá o direito a restituição dos bens ou valores que entregou ao devedor no tempo do negócio, em decorrência do reconhecimento da ineficácia. 
2) Uma das fases mais essenciais para o processo de falência é a apuração do ativo da massa falida, eis que a pretensão nesta fase processual é fazer dinheiro para eventuais pagamentos aos credores. Quais são as modalidades de apuração do ativo? Explique cada uma. (Não se esqueça da doutrina).
R: A liquidação é o processo de apuração do ativo e o pagamento do passivo da companhia, visando à sua extinção, conforme explicado por Ricardo Negrão[footnoteRef:3]. Durante a fase de liquidação, conforme explicado pelo artigo 213 da lei 6.404/1976, parágrafo 1°, todas as ações irão gozar de igual direito de voto, não sendo mais eficazes as restrições e ou limitações que envolvam ações ordinárias ou preferenciais, voltando tal eficácia apenas quando cessar o estado de liquidação. [3: NEGRÃO, Ricardo. MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL. 10ª. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. Pág. 124.] 
	Já o artigo 142 da lei 11.101 define que, após ouvir o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, deverá prosseguir com a apuração do ativo em uma das seguintes modalidades, que dependerá da anuência do Comitê de Credores e intimação do Ministério Público: leilão, por lances orais; propostas fechadas; pregão. 
	No leilão, por lances orais, será aplicado onde se adequar e até os seus limites, as regras do Código de Processo Civil, que independerá do bem que será leiloado, visto que não existe a diferenciação entre leilão (bens móveis) e praça (bens imóveis). Tal modalidade de ativo de liquidação possui como característica a oferta de lances pelo interessado em tempo real, com o valor que intendem a pagar pelo bem leiloado. Vale ressaltar que o lance é vinculante ao ofertante, em caso de não ser batido por oferta maior, como explica o artigo 142, parágrafo 2° da lei 11.101/2005.
	As propostas fechadas estão descritas no artigo 142, parágrafo 4° da lei 11.101/2005. Neste tipo de realização de ativo, os interessados deverão protocolar no cartório, na secretaria da vara em que tramita o processo de falência, as suas propostas expressas, de maneira escrita, e em envelope lacrados. O juiz abrirá tais envelopes em audiência previamente marcada e publicada em edital. O juiz verificará qual é a maior proposta, conforme estipula o artigo 142, parágrafo 2° da lei anteriormente citada, e a vincula ao seu ofertante. A melhor proposta, além de ter o valor mais elevado, deverá considerar os interesses dos credores, como explica Luis Fernando Guerrero[footnoteRef:4]. [4: https://www.direitocom.com/lei-de-falencias-lei-11-101-comentada/capitulo-v-da-falencia-do-artigo-75-ao-160/artigo-142-4] 
	Por último, existe a modalidade do pregão. Esta modalidadeé considerada hibrida, pois envolve pontos das duas modalidades anteriores, pois se compõem em duas fases. A primeira é composta pelo recebimento de propostas, conforme o parágrafo 3°, 4° e 5° do artigo 142. Já a segunda etapa ocorre o leilão por lances orais, em que apenas participarão os interessados que haviam apresentado propostas não inferiores a 90% da maior proposta ofertada, conforme o parágrafo 2° do artigo 142.
3) O que é a recuperação extrajudicial no sistema falimentar brasileiro? Por que foi criada esta modalidade pelo legislador? Qual a diferença consequencial entre as recuperações descritas nos artigos 162 e 163 da LFR? (Não se esqueça da doutrina).
R: A recuperação extrajudicial no sistema falimentar brasileiro, em síntese, é o acordo celebrado entre o devedor e seus credores, objetivando a negociação de dívidas da empresa[footnoteRef:5]. Tal modalidade foi criada como uma maneira ao devedor da recuperação de seu empreendimento, antes de sua homologação em juízo[footnoteRef:6]. [5: NASCIMENTO. Sheila Ponciano do. Uma abordagem do plano de recuperação extrajudicial e o liberalismo econômico do século XVIII. Revista Jus Vigilantibus, São Paulo, 21.out.2005. ] [6: NEGRÃO, Ricardo. MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL. 10ª. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. Pág. 124. Pág. 375] 
	Existe duas modalidades dentro da recuperação extrajudicial, ambas podem ser apresentadas por instrumento público ou particular. Estas são o individualizado, e a por classe de credores, sendo a marcante diferença.
	A modalidade individualizada, se limita a adesão individual de credores, de maneira condicionada ao artigo 162 da LREF.
	Já a modalidade por classe de credores, prevista no artigo 163 da LREF, é feita pela assinatura destes, desde que representem mais de três quintos de todos os créditos constituídos até a data do pedido, de uma ou mais classes, devendo essas estarem previstas no artigo 83, incisos, II, IV, V, Vi e VIII da LREF, conforme explicado por Ricardo Negrão[footnoteRef:7]. [7: NEGRÃO, Ricardo. MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL. 10ª. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. Pág. 124. Pág. 376] 
	Uma vez homologado por sentença, o efeito do plano será imediato, conforme dito no artigo 165 da LREF. Vale ressaltar que não será suspenso pela interposição de recursos e será constituído título executivo judicial, impedindo a alienação de bem objeto de garantia real. Será mantido a variação cambial dos créditos em moeda estrangeira, com exceção da aprovação da mudança pelo credor do plano de recuperação extrajudicial. Poderá ainda, caso tenha sido decidido por tal, alcançar efeitos anteriores à homologação, tendo efeito ex-tunc. 
4) Quanto aos crimes previstos na Lei 11.101/2005, quais são os possíveis procedimentos a serem adotados pelo Promotor de Justiça quando intimado da sentença falimentar ou decisão concessiva de recuperação judicial e observando a eventual presença de crimes desta espécie? (Não se esqueça da doutrina).
R: Apesar da Lei Falimentar não prever o acompanhamento por parte do Ministério Público, explicada o doutrinador Ricardo Negrão [footnoteRef:8]que, considerando alguns crimes falimentares (artigo 168, 171, 173 e 174 da lei 11.101/2005) pressupõe diligências em torno de documentos e arrecadação do bem. Os crimes previstos na lei 11.101/2005, a partir do artigo 168, serão de ação penal pública incondicionada, conforme o artigo 184 da mesma lei. Deste modo, o Promotor de Justiça, representante do Ministério Público, deverá oferecer a denúncia, observando o prazo decadencial de 6 meses. Na forma da lei, intimado da sentença que decreta a falência ou concede a recuperação judicial, o Ministério Público, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto na lei previamente citada, promoverá imediatamente a competente ação penal ou, requisitará a abertura de inquérito policial, se entender necessário, conforme o artigo 187 da lei 11.101/2005. [8: NEGRÃO, Ricardo. MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL. 10ª. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. Pág. 124. Pág. 407]

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