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SISTEMA DE ENSINO AFO Despesa Pública – Parte II Livro Eletrônico 2 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Sumário Apresentação ................................................................................................................................... 3 Despesa Pública – Parte II............................................................................................................. 4 1. Restos a Pagar ............................................................................................................................. 4 1.1. Conceito ...................................................................................................................................... 4 1.2. Classificação dos Restos a Pagar ......................................................................................... 5 1.3. Outros Aspectos Relevantes ................................................................................................. 8 1.4. Principais Alterações na Legislação .................................................................................. 14 1.5. A Prescrição dos Restos a Pagar .......................................................................................... 17 2. Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) ........................................................................... 18 3. Dívida Passiva Flutuante e Fundada .................................................................................... 23 3.1. Dívida Flutuante .....................................................................................................................24 3.2. Dívida Fundada ....................................................................................................................... 26 4. Regime de Adiantamentos (Suprimento de Fundos) ........................................................ 27 4.1. Conceito e Tipos de Suprimento ......................................................................................... 27 4.2. Restrições à Concessão de Suprimento de Fundos ....................................................... 30 4.3. Prestação de Contas ............................................................................................................. 33 4.4. Cartão de Pagamentos do Governo Federal .................................................................... 36 5. Ordenador de Despesas .......................................................................................................... 37 Resumo ............................................................................................................................................40 Mapas Mentais ..............................................................................................................................44 Questões de Concurso ................................................................................................................. 47 Gabarito ......................................................................................................................................... 174 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon ApresentAção Olá, amigo(a) concurseiro(a)! O nosso objetivo hoje nessa aula é conhecer um pouco mais acerca da Despesa Pública. Como disse o jornalista David Brinkley: “Um homem de sucesso é aquele que cria uma pa- rede com os tijolos que jogaram nele”. Então vamos botar a mão na massa e pavimentar a nossa estrada da aprovação, usan- do para isso as dificuldades que aparecem todos os dias em nossa jornada, como se fos- sem tijolos. Boa aula. Prof. Manuel Piñon O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon DESPESA PÚBLICA – PARTE II 1. restos A pAgAr Obs.: � relembrando as etapas ou fases da execução da despesa, temos que após a realiza- ção do empenho da despesa com base na sua dotação orçamentária, considera-se ini- ciado o cumprimento do convênio, contrato ou determinação legal. A etapa seguinte é a liquidação da despesa, onde verifica-se o direito do credor, para que posteriormente ocorra seu o pagamento. 1.1. ConCeito Restos a pagar são despesas empenhadas que não foram pagas até o dia 31 de dezembro do mesmo ano do empenho. 001. (CESPE/COGE-CE/AUDITOR/2019/ADAPTADA) Com base nas regras do orçamento pú- blico dispostas na Lei n.º 4.320/1964, Julgue. Distinguidos em processados e não processados, os restos a pagar são as despesas liquida- das, mas não pagas até o dia 31 de dezembro. Falsa, já que restos a pagar são despesas que foram empenhadas, mas não foram pagas no exercício. Errado. Nem sempre uma despesa já empenhada consegue ser paga até o dia 31 de dezembro de cada exercício financeiro, ficando pendente ainda, em alguns casos, também a etapa de liquidação. Assim, os valores relativos às despesas que se encontram nessa situação, empe- nhados e não pagos, devem ser inscritos “restos a pagar”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Importante atentar que o conceito de Restos a Pagar (ou resíduos passivos) somente abarca despesas que já foram empenhadas, ou seja, sem a emissão da nota de empenho uma despesa não paga não pode ser enquadrada como restos a pagar. DICA! Não confunda Restos a pagar com obrigações a pagar. Veja o termo obrigações a pagar como sendo o gênero da qual restos a pagar é espécie, assim como outras obrigações passadas, atuais e até mesmo futuras. 1.2. ClAssifiCAção dos restos A pAgAr São classificadas como Restos a Pagar (ou resíduos passivos) as despesas que já foram empenhadas, mas que não foram pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as proces- sadas das não processadas. De acordo com a Lei n. 4.320/1964, os “Processados” são os restos a pagar relativos às despesas cuja execução alcançou o estágio da liquidação, enquanto os “Não Processa- dos” são os restos a pagar relativos às despesas cuja execução abrangeu apenas o estágio do empenho. RESTOS A PAGAR PROCESSADOS NÃO PROCESSADOS DICA! Essa distinção no âmbito das fases, etapas ou estágios da despesa é importante. Guarde que temos de um lado as despesas processadas, referem-se a empenhos execu- tados e liquidados, prontos para o pagamento, e de outro as despesas não processadas que são os empenhos de contratos e convênios ainda em plena execução, e, por isso, ainda não existe direito líquido e certo do credor. Não podem ser inscritos em restos a pagar não processados os valores relativos a despesas com diárias, ajudas de custo e suprimento de fundos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – ParteII AFO Manuel Piñon 002. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) A procuradoria-geral de determinado estado da Federação adquiriu um computador, tendo o processamento dessa despesa ocorrido da se- guinte forma: empenho: 9/12/2018; recebimento do computador: 29/12/2018; pagamento da despesa: 19/1/2019. Nesse caso, de acordo com as normas previstas na Lei n.º 4.320/1964, o registro dessa des- pesa em 31/12/2018 estaria correto caso tivesse sido feito como restos a pagar processados. Temos um caso de um caso de Restos a pagar processados, já que o computador foi recebido em 29/12/2018, ou seja, a despesa já foi liquidada Certo. Veja no quadro seguinte a relação entre a classificação dos restos a pagar e as etapas da despesa efetuadas: Restos a pagar Classificação Estágios da Despesa Restos a pagar Processados Não processados Fixação X X Empenho X X Liquidação X -------- Pagamento -------- -------- Além da classificação da Lei n. 4.320/1964, temos ainda a classificação do artigo 67 do Decreto n. 93.872/1986, que manda efetuar o registro dos restos a pagar por exercício e por credor. Confira, com grifos nossos: Art. 67. Considerem-se Restos a Pagar as despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas (Lei n. 4.320/1964, art. 36). § 1º Entendem-se por processadas e não processadas, respectivamente, as despesas liquidadas e as não liquidadas, na forma prevista neste decreto. § 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por credor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm#art36 7 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Podemos concluir, portanto, que existem 3 possíveis classificações para os restos a pagar de acordo com a Lei n. 4.320/1964 e com o Decreto n. 93.872/1986: • por fase da despesa (processada e não processada); • por ano de inscrição; • por credor. 003. (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Com relação a despesa pública, julgue o item subsequente. Na inscrição dos restos a pagar, é vedado o registro de beneficiários específicos. Na verdade, quando uma despesa é empenhada, na nota de empenho emitida consta o cre- dor favorecido (beneficiário). Caso tal despesa não seja paga até o dia 31 de dezembro, essa despesa será inscrita em Restos a Pagar, constando SIM o registro do beneficiário específico. Errado. De acordo com o manual do SIAF WEB, podemos ainda dividir os RP - Restos a Pagar em 3 tipos de acordo com a fase da despesa: • Não Processados a liquidar: no momento da inscrição a despesa não estava liquidada e a sua inscrição depende da indicação pelo ordenador de despesas da Unidade Gestora ou por pessoa por ele autorizada; • Processados e Não Processados em Liquidação: quando foi entregue o material ou prestado o serviço, mas ainda em fase de análise e conferência interna do órgão, não tendo sido formalizado recebimento definitivo do material ou do serviço; • Processados: no momento da inscrição a despesa já estava liquidada. DICA! Em relação à classificação dos Restos a Pagar, preste muita atenção no comando da questão e nas assertivas ou alternati- vas, já que todas as classificações apresentadas são válidas e podem ser cobradas em sua prova. Aproveite para firmar o seu entendimento sobre a diferença entre os restos a pagar não processados a liquidar e os restos a pagar processados em liquidação. No caso dos Restos a pagar não processados a liquidar, temos que registrado o empenho, mas ainda não ocorrido o fato gerador da obrigação, e caso comprovadas as condições neces- sárias para inscrição de restos a pagar, dar-se-á a inscrição desse valor de restos a pagar que são considerados não processados (já que não ocorreu ainda o fato gerador da obrigação) a liquidar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Note essa situação ocorre, por exemplo, quando houve o empenho dentro do exercício financeiro, mas o credor só efetuará entrega do produto no exercício seguinte. Já no caso dos chamados Restos a pagar não processados em liquidação, temos que o fato gerador da obrigação ocorreu antes de 31/12, mas não tivemos o estágio da liquidação, devendo-se, mesmo assim, reconhecer o impacto patrimonial da despesa dentro do exercício. Assim, as despesas deverão ser registradas ao fim do exercício como restos a pagar não pro- cessados em liquidação. Exemplo: imagine uma situação em houve o empenho dentro do exercício financeiro, o credor entregou a mercadoria no mesmo exercício, mas a liquidação só poderá concluída no ano seguinte. O termo “em liquidação” serve para transmitir a ideia de que a liquidação ainda está acontecen- do, ou seja, não foi concluída. Parte-se do princípio de que o fornecedor já cumpriu sua obrigação. A ideia do Manual do SIAFI WEB é que a fase em liquidação permite distinguir as despe- sas empenhadas (que já tem um passivo patrimonial – o fato gerador já ocorreu) daquelas onde os fatos geradores ainda não ocorreram (empenhos a liquidar). 1.3. outros AspeCtos relevAntes A execução dos Restos a Pagar (RP) fica condicionada aos limites legais das fontes de recursos correspondentes e integra o cálculo do limite de despesas do chamado “teto de gas- tos” implementado pela Emenda Constitucional (EC) n. 95/2016. Para que a inscrição em restos a pagar possa ser realizada algumas condições devem ser cumpridas como as do artigo 35 do Decreto n. 93.872/1986: Art. 35 O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: I – vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida; II – vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor; III – se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; IV – corresponder a compromissos assumido no exterior. Também deve existir suficiente disponibilidade de caixa para atender as despesas inscri- tas, conforme determina o artigo 42 da LRF: Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Nesse ponto merece destaque o fato de que para as despesas continuadas, como limpeza e vigilância, o valor referente à disponibilidade de caixa abarca apenas os meses do ano, ou seja, até 31 de dezembro. Além disso, no caso dos restos a pagar não processados, conforme determina o Decreto n. 7.654/2011, a inscrição da despesa empenha em restos a pagar é condicionada à indicação pelo ordenador de despesas (Vide tópico específico sobre o ordenador de despesas). Osrestos a pagar inscritos que não forem pagos no exercício podem ser reinscritos, mas tan- to a inscrição quanto a reinscrição poderão ter limites estabelecidos pelo Ministério da Economia. Destaque-se também que as notas de empenho (processadas e não processadas) indica- das pelo Ordenador de Despesa são inscritas automaticamente pelo SIAFI. Por outro lado, os restos a pagar não processados e não indicados pelo ordenador de despesas para inscrição são anuladas automaticamente pelo SIAFI em 31 de dezembro. Na verdade, restos a pagar são “resíduos passivos” que poderão ou não serem pagos no exer- cício seguinte, visto que a mera inscrição não gera direito garantido ao pagamento no exercício seguinte, considerando ainda ser necessário cumprir satisfatoriamente a etapa da liquidação. Seguindo essa linha de raciocínio, alguns empenhos inscritos em restos a pagar, mas ainda não liquidados, podem ser cancelados caso não cumpram fielmente a etapa da liquidação. Por sua vez, os restos a pagar processados não podem ser cancelados, pois, de acordo com o Parecer n. 401/2000 da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o cancelamen- to de restos a pagar processados caracteriza enriquecimento ilícito do Estado, considerando que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e que o Estado não po- derá descumprir com a obrigação de pagar. O pagamento de restos a pagar é uma despesa extraorçamentária, uma vez que ocorre com o empenho de exercício anterior. 004. (CESPE/CGM-JOÃO PESSOA/AUDITOR/2018) A respeito das receitas extraorçamentá- rias, julgue o item. Ao efetuar o pagamento de restos a pagar, o ente público está convertendo uma despesa ex- traorçamentária em uma despesa orçamentária. Como os Restos a pagar são despesas empenhadas, porém não pagas no mesmo exercício, a despesa inscrita em restos a pagar foi considerada despesa orçamentária no exercício em que foi empenhada. Desse modo, no exercício de pagamento, será classificada como despesa extraorçamentária. Além disso, não existe a conversão de uma despesa extraorçamentária em orçamentária no pagamento. A despesa só seria considerada orçamentária no exercício se fosse novamente empenhada. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon 005. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Com relação a restos a pagar e a suprimento de fundos, julgue o item a seguir. O pagamento de restos a pagar processados corresponde a uma despesa orçamentária da entidade. O pagamento de restos a pagar é uma despesa extraorçamentária, tendo sido orçamentária no exercício em que foi empenhada. Errado. Em relação aos Restos a Pagar, que integram a chamada dívida flutuante (excluídos os serviços da dívida), é interessante registar que a despesa que tiver sido empenhada, mas não paga dentro do exercício financeiro, deve ser considerada como efetivamente realizada e registrada à conta da dotação respectiva, sendo, assim, relacionada em conta própria dos Depósitos Especificados. Vale destacar ainda que o pagamento que vier a ser reclamado em decorrência de eventu- al cancelamento, pode ser atendido à conta de dotação constante da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais abertos para esta finalidade no exercício em que ocorrer o reconhe- cimento da dívida. Obs.: � guarde que a liquidação das despesas, consideradas Restos a Pagar não processa- das, deve ser feita quando do recebimento do material, prestação do serviço ou exe- cução da obra, obedecendo às mesmas formalidades fixadas para as despesas orça- mentárias pagas no exercício. Já a fase de pagamento das despesas inscritas em Restos a Pagar pela UG deverá ser feita via SIAFI ou SIAFEM mediante emissão da respectiva AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO (AP). Em casos excepcionais poderá haver pagamento de Restos a Pagar antes de sua definiti- va inscrição, utilizando-se para esta finalidade a emissão de AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon (AP) em código provisório, que posteriormente deverá ser revertido para o respectivo código de inscrição de Restos a Pagar. Veja o fluxograma seguinte para ter a visão geral: DESPESA ORÇAMENTÁRIA DO EXERCÍCIO CORRENTE EXERCÍCIO SUBSEQUENTE Dotação Orçamentária Disponível Empenhada Liquidada Paga Não Paga Restos a Pagar Processados Restos a Pagar Não Processados Liquidação “contábil” Não Liquidada Cancelada Contingenciada Não Empenhada Lembre-se que, de acordo com a Doutrina existe a fase ou etapa da despesa denominada em liquidação, entre o empenho e a liquidação propriamente dita. Exemplo: ocorre quando se recebe a nota fiscal, mas demora-se para conferir se o serviço foi efetivamente prestado ou o material efetivamente recebido. Nesse caso, registra-se essa nota fiscal na contabilidade como “em liquidação” (liquidação contábil). 006. (CESPE/IPHAN/ANALISTA/2018) A respeito dos mecanismos de execução e controle orçamentários, julgue o item que se segue. Determinada despesa pode ser inscrita em restos a pagar não processados mesmo que o ser- viço a que ela se refere tenha sido prestado. Sim, é possível que uma despesa seja inscrita como restos a pagar não processados mesmo com o serviço já prestado. Pense, por exemplo, em uma situação em que o serviço seja realizado no final do exercício e a Administração não tenha tempo hábil para proceder à liquidação até o final do ano. Nesse caso, a despesa deve ser inscrita em restos a pagar não processados (em liquidação). Certo. Importante destacar que para aqueles empenhos referentes a despesas já liquida- das e não pagas, assim como os empenhos não anulados, a inscrição em restos a pagar O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon no encerramento do exercício (31/12) deve ser efetuada pelo valor devido, ou, caso ainda não exatamente conhecido, pelo valor estimado, mas apenas se cumpridas as condições inerentes ao empenho e liquidação da despesa, já que, em verdade, são encargos incor- ridos no exercício. No caso dos empenhos por estimativa podemos ter duas situações distintas: • quando o valor real for maior que o valor inscrito em Restos à Pagar, a diferença será empenhada à conta de despesas de exercícios anteriores; • quando o valor real for inferior ao valor inscrito em restos a pagar, o saldo existente será cancelado. A Lei n. 4.320/1964, em seus artigos 36 e 37, conceitua os restos a pagar, enquanto o De- creto n. 93.872/1986 faz o seu detalhamento. Recomendo uma leitura no mencionado decreto, que pode ser encontrado em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d93872.html 007. (CESPE/PREFEITURA DE MANAUS/PROCURADOR/2018) Acerca da Lei n. 4.320/1964 e das receitas e despesas públicas, julgue o próximo item. Obedecendo, sempre que possível, a ordem cronológica, o município poderá realizar despesa para pagar compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, desde que o faça à conta de dotaçãoespecífica consignada no orçamento discriminada por elementos. A resposta está na literalidade do artigo 37 da Lei n. 4.320/1964. Confira com grifos nossos: Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédi- to próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encer- ramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Certo. Guarde ainda que os chamados restos a pagar com prescrição interrompida são aqueles cuja inscrição tenha sido cancelada, mas que ainda esteja em vigor o direito do credor. Nesses casos, o pagamento deve ser registrado como despesas de exercícios anteriores. No âmbito dos restos a pagar, é importante guardar que eles devem constituir item es- pecífico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar-se dentro do limite de saque fixado, ou seja, os RP são constituídos por recursos correspondentes a exercícios financeiros já encerrados, mas que integram a programação financeira do exercício em curso. Outro ponto que merece destaque é o caso específico dos créditos orçamentários com vi- gência plurianual. Os que não tenham sido liquidados só devem ser computados como restos a pagar no último ano de vigência do crédito. Assim, nos anos anteriores, somente devem ser inscritos em restos a pagar os créditos plurianuais liquidados. 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De acordo com a Lei n. 4.320/1964, quando a anulação de despesa ocorrer após o encerra- mento do exercício, considerar-se-á receita orçamentária do ano em que se efetivar, mas, de acordo com o MCASP não devem ser reconhecidos como receitas orçamentárias os recursos financeiros oriundos de cancela- mento de despesas inscritas em restos a pagar, o qual consiste na baixa da obrigação consti- tuída em exercícios anteriores, portanto, trata-se de restabelecimento de saldo de disponibili- dade comprometida, originária de receitas arrecadadas em exercícios anteriores e não de uma nova receita a ser registrada. DICA! Não confunda cancelamento de restos a pagar (que são receitas arrecadadas em exercícios anteriores) com o recebimento de re- cursos provenientes do ressarcimento ou da restituição de despe- sas pagas em exercícios anteriores (que devem ser reconhecidos como receita orçamentária do exercício, ou seja, nova receita). Obs.: � relembrando: a despesa extraorçamentária não consta na LOA e é mera contrapartida de receita extraorçamentária, em função da obrigação de devolver o valor arrecadado transitoriamente, como os valores de depósitos e cauções, de pagamentos de restos a pagar e de resgate de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária. Nessa toada, caso uma despesa seja empenhada em um exercício e seja paga no exer- cício seguinte, ela deve ser contabilizada como pertencente ao exercício do empenho, e, nesse caso, os restos a pagar serão contabilizados como despesa extraorçamentá- ria, já que o empenho foi efetuado dentro do orçamento do exercício anterior. Despesa empenhada Despesa liquidada Despesa paga Despesa não paga Despesa não liquidada Restos a pagar não processados O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Em resumo: • RPP – Restos a Pagar Processados = DESP. EMPENHADA E LIQUIDADA; • RPNP – Restos a Pagar Não Processados = DES. SOMENTE EMPENHADA. Veja também de modo esquematizado: Restos a pagar (RAP) Processados Não processados em liquidação Não processados a liquidar No momento da inscrição, a despesa estava empenhada e liquidada. No momento da inscrição, a despesa empenhada estava em processo de liquidação e sua inscrição está condicionada à indicação pelo ordenador de despesa da unidade gestora. No momento da inscrição, a despesa empenhada não estava liquidada e sua inscrição está condi- cionada à indicação pelo ordenador de despesa da unidade gestora. O artigo 68 do Decreto n. 93.872/1986 foi objeto de mudanças significativas, tendo sido inclu- ído o artigo 68-A, efetivadas por meio do Decreto n. 7.654/2011 e do Decreto n. 9.428/2018. Vamos ver as principais alterações. 1.4. prinCipAis AlterAções nA legislAção As mudanças de 2011 trataram apenas dos restos a pagar não processados. Com a edição do Decreto n. 9.428/2018 foi alterada a sistemática dos Restos a Pagar no âmbito na União. O ponto que merece destaque é o relativo ao instituto da prescrição que, a princípio, foi retira- do do ordenamento jurídico pelo Decreto n. 9.428/2018 à nível federal, mas que merece uma análise mais aprofundada. Dada a grande relevância do tema, esse tema será tratado no tópico 1.5 dessa aula. Vamos às demais principais mudanças: • Não é mais possível que seja feita a inscrição automática de Restos a Pagar Não Pro- cessados, já que tal inscrição passou a depender da observância de algumas regras do Decreto n. 93.872/1986. Confira: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa. § 1º A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica condicionada à indica- ção pelo ordenador de despesas”. Note, portanto, que passa a ser necessária indicação do Ordenador de Despesas, e precisam ser observadas as regras do Decreto 93.872/1986, que permanecem as mesmas, ou seja: Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: I – vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida; II – vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor; III – se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; IV – corresponder a compromissos assumido no exterior. • 2) Em regra, os Restos a Pagar Não Processados terão validade até 30 de junho do se- gundo ano subsequente ao da sua inscrição, ou seja, os restos a pagar não processados que permaneceram sem ser liquidados serão bloqueados em 30 de junho do segundo ano subsequente ao da sua inscrição, mas temos algumas exceções. Guarde que antes era31/12 do ano subsequente, mas de 2012 para cá é 30/06 do segundo ano subse- quente ao da sua inscrição. As mencionadas exceções estão previstas no § 3º do artigo 68 do Decreto n. 93.872/86, que regulou a Lei n. 4.320/1964 nesse aspecto. Confira: § 2º Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e que não forem liquidados serão bloqueados pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda em 30 de junho do se- gundo ano subsequente ao de sua inscrição, e serão mantidos os referidos saldos em conta contábil específica no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – Siafi. • 3) Temos aqui as exceções quanto ao bloqueio em 30 de junho do segundo ano subse- quente à inscrição dos RP não processados. Guarde que permanecem desbloqueados mesmo após 30/06 do segundo ano subsequente ao da sua inscrição os RP não pro- cessados relativos às despesas do Ministério da Saúde; ou decorrentes de emendas individuais impositivas discriminadas com identificador de resultado primário 6, cujos empenhos tenham sido emitidos a partir do exercício financeiro de 2016. Além deles, podem ser desbloqueados os RP não processados de despesas executadas diretamen- te pela União ou descentralizadas aos demais entes que tenha execução iniciada antes de 30 de junho. Entenda por “execução iniciada”, no caso de aquisição de bens, como sendo a quantidade parcial entregue, atestada e aferida, e no caso de serviços e obras, como sendo a realização parcial medida, atestada e aferida. Confira diretamente na li- teralidade do Decreto as exceções quanto ao bloqueio em 30 de junho do segundo ano subsequente à inscrição dos RP não processados: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon § 3º Não serão objeto de bloqueio os restos a pagar não processados relativos às despesas: I – do Ministério da Saúde; ou II – decorrentes de emendas individuais impositivas discriminadas com identificador de resultado primário 6, cujos empenhos tenham sido emitidos a partir do exercício financeiro de 2016. § 4º As unidades gestoras responsáveis pelos saldos dos restos a pagar bloqueados poderão efe- tuar os respectivos desbloqueios, desde que se refiram às despesas executadas diretamente pelos órgãos de entidades da União ou mediante transferência ou descentralização aos Estados, ao Distri- to Federal e aos Municípios, cuja execução tenha sido iniciada até a data prevista no § 2º. § 5º Considera-se iniciada a execução da despesa, para fins do disposto no § 4º I - na hipótese de aquisição de bens, a despesa verificada pela quantidade parcial entregue, atestada e aferida; ou II - na hipótese de realização de serviços e obras, a despesa verificada pela realização parcial com a medição correspondente atestada e aferida. • 4) Temos aqui as regras para desbloqueio. Para os RP que atendam às regras de des- bloqueio, ele ocorrerá no mesmo exercício financeiro do bloqueio. Assim, caso tais RPs desbloqueados não forem liquidados até 31 de dezembro do ano subsequente ao do bloqueio, devem ser cancelados. Assim, devem ser cancelados em 31/12 do terceiro ano subsequente ao da sua inscrição. Para aqueles RP que permanecerem bloqueados, devem ser cancelados no final do exercício do bloqueio, ou seja, em 31/12 do segundo ano subsequente ao da sua inscrição. Confira na literalidade do Decreto: § 6º O desbloqueio de que trata o § 4º: I – ocorrerá no mesmo exercício financeiro do bloqueio e a Secretaria do Tesouro Nacional do Minis- tério da Fazenda providenciará, até o encerramento do exercício financeiro, o cancelamento, no Siafi, de todos os saldos de restos a pagar que permanecerem bloqueados; e II – está, se for o caso, condicionado à comprovação, pelos órgãos concedentes, de que os ajustes conveniais assegurados orçamentariamente pelas despesas inscritas em restos a pagar encon- tram-se vigentes e cumprem os requisitos definidos pelas normas que tratam da transferência de recursos da União mediante convênios, contratos de repasse ou instrumentos congêneres. § 7º Os restos a pagar não processados, desbloqueados nos termos do § 4º, e que não forem liqui- dados, serão cancelados em 31 de dezembro do ano subsequente ao do bloqueio. • 5) Temos aqui as regras de gestão dos RP não processados, de observância principal- mente pela Secretaria do Tesouro Nacional, Ministros, titulares de órgãos e ordenadores de despesas. Confira na literalidade do Decreto, inclusive do artigo 68-A: § 8º Os Ministros de Estado, os titulares de órgãos da Presidência da República, os dirigentes de órgãos setoriais dos Sistemas Federais de Planejamento, de Orçamento e de Administração Finan- ceira e os ordenadores de despesas são responsáveis, no que lhes couber, pelo cumprimento do disposto neste artigo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon § 9º A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, no âmbito de suas competências, poderá expedir normas complementares para o cumprimento do disposto neste artigo. Art. 68-A. Os empenhos a serem inscritos e reinscritos em restos a pagar a cada exercício financeiro poderão ter seus limites estabelecidos pelo Ministério da Fazenda. Em âmbito federal, sinteticamente, temos agora que: • os restos a pagar processados e os restos a pagar não processados liquidados não devem ser cancelados; • existem os restos a pagar não processados que mesmo não liquidados não são bloque- ados, como é o caso das despesas relacionadas ao Ministério da Saúde, aquelas decor- rentes de emendas individuais impositivas discriminadas com identificador de resultado primário 6, cujos empenhos tenham sido emitidos a partir do exercício financeiro de 2016); • existem restos a pagar não processados que são bloqueados em 30 de junho do 2º ano subsequente ao da inscrição, e, posteriormente, desbloqueados com o compromisso de serem liquidados até 31 de dezembro do ano seguinte ao bloqueio. Nessa situação, enquadram-se as despesas executadas diretamente pelos órgãos e entidades da união ou mediante transferência ou descentralização aos estados, distrito federal e municí- pios, com execução iniciada até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição; • os demais restos a pagar não processados são bloqueados em 30 de junho do 2º ano subsequente ao da inscrição e serão cancelados pela Secretaria do Tesouro Nacional até 31 de dezembro do ano do bloqueio, caso não se enquadrem nas situações ante- riores. 1.5. A presCrição dos restos A pAgAr O Decreto n. 9.428/2018 retirou do ordenamento jurídico federal o instituto da prescrição sobre os Restos a Pagar Processados e Não Processados, ao revogar o artigo 70 do Decreto n. 93.872/1986, que tratava do tema prescrição dos Restos a Pagar. De acordo com esse normativo, válido para a União, com o fim do instituto da prescrição, os restos a pagar processados ficam abertos até o efetivo pagamento. Pelo que determina esse Decreto, quando da inscrição dos restos a pagar processados, como se trata de uma despesa já liquidada que recebeu o ateste, não há necessidade de ne- nhuma confirmação do ordenador de despesas quanto à necessidade de inscrição. Obs.: � entretanto, esse entendimento não é pacífico na Doutrina e no meio Jurídico. Boa parte dos Doutrinadores e Juristas, consideraque a prescrição dos Restos a Pagar continua sendo de cinco anos, já que esse tema permanece regulado pelo Código Civil (Lei n. 10.406/2002). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Vamos ver o que o Código Civil, ainda em plena vigência, determina acerca desse tema: Art. 206. Prescreve: § 5º Em cinco anos: I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; Importante destacar que a contagem do prazo prescricional deve ter início no momento da inscrição dos Restos a Pagar (31/12), e não no momento do empenho. Nessa toada, a inscrição em restos a pagar deve ser feita na data do encerramento do exercício financeiro (31/12) de emissão da nota de empenho, mediante registros contábeis, conforme dispõe o artigo 68 do decreto n. 9.428/2018. Confira com grifos nossos: Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa. Assim, para boa parte da Doutrina, apesar da revogação do artigo 70 do Decreto n. 93.872/1986, considerando o disposto no Código Civil, permanece válido o prazo prescricio- nal de cinco anos para os restos a pagar, contado da data de sua inscrição (31/12 do ano de da emissão da nota de empenho). 2. despesAs de exerCíCios Anteriores (deA) Como o próprio nome sugere, as Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) são dívidas resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores a aqueles em que ocorrerão os pagamentos. Podemos dizer que DEAs são despesas cujas obrigações se referem a anos anteriores, mas que não foram nem mesmo empenhadas, ou tiveram seus empenhos cancelados, seja indevidamente ou por falta de saldo financeiro para sua inscrição em restos a pagar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Obs.: � note que diferentemente de restos a pagar, quando tivemos necessariamente o empe- nho, no caso das DEAs, nem mesmo o empenho foi realizado ou se realizado foi cancelado. Em outras palavras, DEAs são as despesas de exercícios encerrados, cuja LOA e Créditos Adicionais consignavam crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, mas que não fora processado tempestivamente ou na época própria. Note ainda que diferentemente de restos a pagar que são inscritos somente no final de cada exercício (31/12), no caso das DEAs, o reconhecimento se dá durante o exercício. Além dessa primeira situação, temos também os Restos a Pagar com prescrição inter- rompida e os compromissos somente reconhecidos após o encerramento do exercício cor- respondente. Despesas de Exercícios Anteriores Despesas que não se tenha processado na época própria Despesas de exercícios anteriores Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício Restos a pagar com prescrição interrompida PEGADINHA DA BANCA 008. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Julgue o item, relativo à receita e despesa públicas. Uma despesa que for regularmente inscrita em restos a pagar ao final do exercício financeiro terá de ser contabilizada como despesas de exercícios anteriores no exercício em que ocorrer o pagamento. Restos a pagar e Despesas de Exercício Anteriores não são a mesma coisa. Restos a pagar são despesas empenhadas e que não foram pagas até o fim do exercício. Apenas, eventual- mente, um valor relativo a Restos a pagar com prescrição interrompida, pode ser atendida à conta de DEA. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Vamos ver os conceitos na Lei n. 4.320/1964, com grifos nossos: Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhe- cidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Errado. De acordo com o artigo 37 da Lei n. 4.320/1964, as DEAs podem ser pagas à conta de do- tação específica consignada na LOA, com a devida discriminação dos elementos, e obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Confira: Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época pró- pria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Assim, classificam-se como despesas de exercícios anteriores, aquelas que podem ser atendidas à conta de dotação específica consignada no orçamento anual do Estado ou em Créditos Adicionais, desde que reconhecido o direito do requerente, e ainda: • as despesas de exercícios JÁ encerrados para as quais o orçamento respectivo con- signava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, MAS que, por motivo su- perveniente, não tenha sido empenhado na época própria, DESDE que o fornecimento do material, a prestação do serviço ou execução da obra JÁ tenha efetivamente ocorrido. Normalmente são aquelas cujo empenho tenha sido considerado subsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o fornecedor (credor) tenha cumprido a sua obrigação; • aqueles Restos a Pagar com prescrição interrompida. Exemplo: podemos citar o caso dos restos a pagar não processados que foram cancelados por erro. Assim, para fins de prescrição não se considera a data da inscrição dos restos a pagar não processados, mas sim a data de reconhecimento do fato gerador após o vencimento. • os compromissos somente reconhecidos após o encerramento do exercício, DESDE QUE que tenham decorrido de situação ou fato independente da vontade do ordenador O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon da despesa. Normalmente refere-se àquela obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas que somente teve reconhecido o direito de reclamante após o encerramento do exercício correspondente. Relembrando:diferentemente dos Restos a Pagar, as despesas de exercícios anteriores não foram empenhadas ou, se foram, tiveram seus empenhos anulados ou cancelados. Exemplo: podemos citar como exemplo desse tipo de DEA aquela situação em que o servidor faz jus a receber um valor de auxílio natalidade pelo nascimento de seu filho em novembro de X1, mas só entrega os documentos relativos ao nascimento em fevereiro de X2. Guarde que para o regular pagamento de uma DEA, a correspondente despesa deve ser em- penhada novamente, ou seja, a DEA entra no orçamento vigente à época do efetivo pagamento. DICA! Existe, portanto, a necessidade de nova autorização orçamen- tária. Ressalte-se que na classificação por natureza da despesa, existe um elemento de despesa específico “despesas de exercícios anteriores”. DICA! O pagamento de despesas de exercícios anteriores se pro- cessa nos mesmos modos das demais despesas orçamentá- rias, já que são despesas orçamentárias, diferentemente do pagamento de restos a pagar que são despesas extraorça- mentárias. Como é uma despesa de exercícios anteriores, faz-se necessária a abertura de um proces- so administrativo que contemple toda a documentação relativa ao direito do credor. Importante salientar que a autoridade competente para o reconhecimento de despesas de exercícios anteriores no âmbito da administração direta do Poder Executivo Estadual é o Secretário de Estado das Finanças, e nos demais Poderes, os respectivos ordenadores de despesa (vide tópico específico sobre ordenador de despesas). Já no caso das Autarquias, Fundações e demais órgãos da administração indireta, com- pete ao respectivo dirigente o reconhecimento de dívidas de exercícios anteriores em relação a despesas custeadas com “Recursos Próprios” da entidade e ao Secretário de Estado das Finanças quando se tratar de despesas custeadas com “Recursos do Tesouro”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Importante destacar ainda que uma despesa de exercício anterior qualquer só pode ser re- conhecida pelo Secretário de Finanças se presente declaração do titular do órgão beneficiário da despesa de que reconhece e atesta a entrega do bem, a realização do serviço ou da obra, sendo tal declaração, para todos os fins de direito, considerada como liquidação da despesa. 009. (CESPE/IPHAN/ANALISTA/2018) A respeito dos mecanismos de execução e controle orçamentários, julgue o item que se segue. O reconhecimento da obrigação de pagamento das despesas de exercícios anteriores cabe à autoridade competente para empenhar a despesa. A resposta está na literalidade do artigo 22 do Decreto n. 93.872/1986. Confira com gri- fos nossos: Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época pró- pria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destina- da a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei n. 4.320/1964, art. 37). § 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a despesa. § 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se: a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, den- tro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação; b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor; c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento cria- da em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente. Certo. Após o reconhecimento da DEA, temos o detalhamento do crédito orçamentário, e só de- pois é emitida a respectiva Nota de Empenho, sendo o processo enviado para liquidação e pagamento. DICA! As DEAs embora sejam relativas a despesas de anos anterio- res são despesas orçamentárias, já que a emissão da Nota de Empenho foi efetuada utilizando dotação orçamentária do ano corrente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm#art37 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm#art37 23 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Confira agora como o Decreto n. 93.872/1986 regulamenta o artigo 37 da Lei n. 4.320/1964: Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época pró- pria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destina- da a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei n. 4.320/1964, art. 37). § 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade com- petente para empenhar a despesa. § 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se: a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, den- tro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação; b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor; c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento cria- da em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente. Confira agora uma tabela comparativa entre Restos a Pagar e DEAs e seu efeito no orçamento: Critério Restos a pagar DEAs No registro do empenho Despesa orçamentária Despesa orçamentária Quando emite a Nota de Empenho No ano da despesa Em ano posterior Quando do pagamento Despesa extraorçamentária Despesa orçamentária 3. dívidA pAssivA flutuAnte e fundAdA A Dívida Passiva ou Dívida Pública representa as obrigações do ente público para com ter- ceiros, tendo origem principalmente em operações de crédito internas e externas. A Dívida Pública, de acordo com o prazo de vencimento, deve ser registrada no Passivo Financeiro Circulante a chamada dívida flutuante, e no Passivo Financeiro de Longo Prazo, a chamada dívida fundada. Na Lei n. 4.320/1964, também conhecida como norma geral das finanças públicas e dos orçamentos, são apresentados os conceitos de dívida flutuante e fundada e é comum o exa- minador cobrar a literalidade desses conceitos. 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Na verdade, já foram auto- rizadas anteriormente pelo Poder Legislativo faltando apenas a etapa do pagamento, ou ainda são relativas a dispêndios extraorçamentários que naturalmente dispensam tal autorização. Vamos agora comentar cada um dos incisos desse artigo para facilitar o seu entendimento: I - Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida. Vale ter em mente que restos a pagar são despesas empenhadas e não pagas no exercício financeiro, valendo essa definição tanto para os processados quanto para os não processados. 010. (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Julgue o item que se segue, relativo às receitas e despe- sas públicas. No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas deverão ser inscri- tas em restos a pagar e, assim, constituirão dívida flutuante. Confira na legislação: Em atendimento ao artigo 36 da Lei 4320/1964, as despesas empenhadas e não pagas no exercício devem ser inscritas em restos a pagar, e, atendendo ao artigo 92 dessa Lei, os restos a pagar inte- gram a dívida flutuante. Certo. II - Os serviços da dívida a pagar. Considera-se serviços da dívida a pagar os valores relativos à amortização do principal, dos juros, correção monetária e demais encargos (normalmente oriundos da dívida de longo pra- zo). As Notas de Empenho relativas aos seus pagamentos já foram emitidas no ano anterior. III - Os depósitos. Aqui temos dispêndios extraorçamentários que naturalmente dispensam autorização tais como as cauções em dinheiro, obrigações de terceiros a recolher e outros valores com nature- za de devolução. IV - Os débitos de tesouraria. 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O glossário de termos técnicos do Senado Federal apresenta os seguintes conceitos de dívida flutuante: A contraída pelo Tesouro Nacional, por um breve e determinado período de tempo, quer como admi- nistrador de terceiros, confiados à sua guarda, quer para atender às momentâneas necessidades de caixa. Segundo o art. 92 da Lei n. 4.320/1964, a dívida flutuante compreende os restos a pagar, ex- cluídos os serviços de dívida, os serviços de dívida a pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria. Veja outra definição: Dívida Flutuante É aquela contraída a curto prazo ou mesmo por prazo indeterminado, para atender a necessidades momen- tâneas de caixa ou para a administração de bens de terceiros. Conforme a Lei n. 4.320/1964 (art. 92): I – os restos a pagar (processados); II – os serviços da dívida a pagar; III – os depósitos; IV – os débitos de tesouraria. O Decreto n. 93.872/1986 detalhou o conceito de dívida flutuante presentes na Lei n. 4.320/1964, como sendo aquela que compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamen- to independe de autorização orçamentária, assim entendidos os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida, os serviços da dívida, os depósitos, inclusive consignações em folha, as operações de crédito por antecipação de receita e o papel-moeda ou moeda fiduciária. 011. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) A procuradoria-geral de determinado estado da Federação adquiriu um computador, tendo o processamento dessa despesa ocorrido da se- guinte forma: empenho: 9/12/2018; recebimento do computador: 29/12/2018; pagamento da despesa: 19/1/2019. Nesse caso, de acordo com as normas previstas na Lei n.º 4.320/1964, o registro dessa despe- sa em 31/12/2018 estaria correto caso tivesse sido feito como dívida flutuante. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Note que na situação em tela temos um caso de Restos a pagar Processados, já que o com- putador foi recebido em 29/12/2018, ou seja, a despesa já foi liquidada. Nessa toada, deve ser classificado como Dívida Flutuante. Certo. 3.2. dívidA fundAdA Vamos ver primeiro a literalidade, com grifos nossos, e depois comentar o artigo para faci- litar o seu entendimento. Art. 98. A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos. Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permi- tam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros. Compõem a dívida fundada, também conhecida como dívida consolidada, os passivos financeiros que tenham exigibilidade superior a 12 meses e que necessitem de autorização do Poder Legislativo para seu pagamento, destacando-se que já devem ter ocorrido os respecti- vos empenho e liquidação. O Decreto n. 93.872/1986 detalhou o conceito de dívida fundada presente na Lei n. 4.320/1964, e conceitua como sendo aquela que compreende os compromissos de exigibili- dade superior a 12 meses contraídos mediante emissão de títulos ou celebração de contratos para atender a desequilíbrio orçamentário, ou a financiamento de obras e serviços públicos, e que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. O glossário de termos técnicos do Senado Federal apresenta os seguintes conceitos de dívida fundada distinguindo o da Lei n. 4.320/1964 do da LRF: Lei n. 4.320/1964. Compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos. LRF, Art. 29. Montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Fede- ração, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Veja na esquematização seguinte um resumo: Dívida Flutuante x Fundada Lei n. 4.320/1964 IV – os débitos de tesouraria FLUTUANTE Art. 92 – compreende I – os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida II – os serviços da dívida a pagar III – os depósitos FUNDADA Art. 98 A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos. A dívidafundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros. 4. regime de AdiAntAmentos (suprimento de fundos) 4.1. ConCeito e tipos de suprimento Considerando a lentidão do processo tradicional da realização de despesas, principalmen- te quando se exige prévia licitação, excepcionalmente, a autoridade competente pode autorizar a realização da despesa por meio de suprimento de fundos, quando essa não puder ser reali- zada pelo processo normal da execução orçamentária. Sendo uma exceção à realização de um processo licitatório, o suprimento de fundos não pode ser usado para despesas com caráter repetitivo que são tipicamente previsíveis, sendo aplicável apenas os casos de despesas expressamente definidas em lei. O embasamento legal desse procedimento, também chamado de despesas sob regime de adiantamento, é o artigo 74 do Decreto Lei n. 200/1967, os artigos 68 e 69 da Lei n. 4.320/1964 e os artigos 45 e 47 do Decreto n. 93.872/1986, que serão reproduzidos nos comentários das questões. Guarde ainda que o regime de adiantamentos precisa respeitar as 3 fases da execução da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento. Apesar de o suprimento de fundos ser uma despesa orçamentária, não representa uma despe- sa pelo enfoque patrimonial, já que, no momento da concessão, ainda não ocorreu redução no patrimônio líquido. Na liquidação da despesa orçamentária, ao mesmo tempo em que ocorre o registro de um passivo, há também a incorporação de um ativo, que representa o direito de receber um bem ou serviço, objeto do gasto a ser efetuado pelo suprido, ou a devolução do numerário adiantado, constituindo-se assim um fato permutativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon 012. (CESPE/STM/ANALISTA/2018) Julgue o item que se segue, relativo às receitas e des- pesas públicas. O ato de suprimento de fundos constitui uma despesa orçamentária, embora a despesa patri- monial correspondente deva ocorrer somente em momento futuro. Guarde que o ato de suprimento de fundos constitui despesa orçamentária, mas não uma despesa pelo enfoque patrimonial, que somente ocorre no momento da prestação de contas. Certo. Suprimento de fundos é um procedimento que consiste na entrega de numerário a um ser- vidor, sempre precedida de empenho na dotação própria à despesa a realizar, que não possa subordinar-se ao processo orçamentário normal. 013. (CESPE/TCE-MG/ANALISTA/2018/ADAPTADA) Julgue: A concessão de suprimento de fundos se destina a despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, e prescinde de empenho prévio. Guarde que o empenho nunca pode ser dispensado. Confira no Decreto n. 93.872/1986, com grifos nossos: Art. 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. Errado. Em relação aos tipos de suprimento de fundos, podemos dizer que são consideradas situ- ações passíveis de utilização de suprimento de fundos os seguintes casos: • para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento em espécie; • quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regula- mento e constar do ato de concessão; ou • para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor não ul- trapasse aos limites estabelecidos pela legislação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon DICA! Dos 3 tipos de suprimento de fundos, somente as despesas de pequeno vulto é que tem limites monetários definidos, usan- do como parâmetro os valores da Lei de Licitações. O valor adiantado a título de suprimento de fundos pode relacionar-se a mais de uma natureza de despesa, desde que precedidos dos empenhos nas dotações respectivas, respeitados os valores de cada natureza. Guarde, portanto, que na classificação por natureza da despesa, não existe um elemento específico para suprimento de fundos. Assim, a situação difere, por exem- plo, da DEA onde existe o elemento “despesas de exercícios anteriores”. Importante destacar ainda que o suprimento poderá ser concedido ao servidor designado para a execução do serviço, a coordenador, a presidente de comissão ou de grupo de trabalho, quando for o caso, para as despesas em conjunto ou, isoladamente, de cada integrante da co- missão ou grupo de trabalho, bem assim a servidor a quem se atribua o encargo do pagamento das despesas autorizadas pela autoridade ordenadora. Guarde que pode ser concedido também aquele que, eventualmente, tenha sido encarre- gado do cumprimento de missão que exija transporte, quando a repartição não dispuser de meios próprios, ou para atender a situações de emergência. Entretanto, não pode ser concedido suprimento destinado a cobrir despesas de locomoção de servidor em viagem quando esse houver recebido diárias, posto que essas se destinam a suprir as despesas de alimentação, pousada e locomoção urbana. Registre-se ainda que os valores limites para concessão de suprimento de fundos, bem como o limite máximo para despesas de pequeno vulto, serão fixados em Portaria do Ministé- rio da Fazenda (atual Ministério da Economia) e disponibilizados no SIAFI para consulta. De acordo com a IN STN n. 04/2004, não é admitido o fracionamento das despesas e nem falta de planejamento não justifica a realização de compras continuada por meio do suprimen- to de fundos. A aquisição de material permanente também, em regra, não pode ser efetuada por meio do suprimento de fundos, exceto em casos especiais devidamente justificados. DICA! Com exceção das despesas sigilosas, as despesas que po- dem ser realizadas por meio do suprimento de fundos devem necessariamente ser urgentes, eventuais e não podem se su- jeitar ao processo normal de aquisição por causarem algum prejuízo ao ente público. 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Vale ressaltar que a entrega do numerário deve sempre precedido do empenho ordinário na dotação própria das despesas a realizar, e será feita mediante crédito em contabancária, em nome do suprido, aberta para esse fim, com autorização do ordenador de despesa, ou median- te entrega do numerário ao suprido por meio de Ordem de Pagamento Bancário (OPB). 4.2. restrições à ConCessão de suprimento de fundos Não poderá ser concedido suprimento de fundos a quem não seja servidor e a servidor: • responsável por dois suprimentos; • que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor; • responsável por suprimento de fundos que não tenha prestado contas de sua aplicação no prazo previsto; e • declarado em alcance ou que esteja respondendo a inquérito administrativo. IMPEDIMENTOS (art. 45 do Decreto n. 93.872/1986) Não se concederá suprimentos de fundos: • a responsável por dois suprimentos; • a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor; • a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; • a servidor declarado em alcance. 014. (CESPE/MPE-PI/ANALISTA/2018) De acordo com a Lei n. 4.320/1964, na administra- ção pública, as despesas de pequeno vulto podem ser viabilizadas por meio de suprimentos de fundos. Conforme essa lei, o suprimento de fundos poderá ser concedido a qualquer servidor, desde que este ocupe cargo de confiança. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Na verdade, inexiste qualquer restrição no sentido de se conceder suprimento de fundos ape- nas para servidores que ocupem cargo de confiança. Em regra, a qualquer servidor pode ser concedido suprimento de fundos, exceto aqueles com as restrições impostas pelo Decreto 93.872/86: Art. 45, § 3º Não se concederá suprimento de fundos: a) a responsável por dois suprimentos; b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor; c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e d) a servidor declarado em alcance. Errado. 015. (CESPE/TCE-MG/ANALISTA/2018/ADAPTADA) Julgue: É vedada a concessão de suprimento de fundos a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, em qualquer hipótese. Falsa, já que nos casos em que não tenha outro servidor na repartição, é SIM permitida a con- cessão de suprimento de fundos a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir. Confira no decreto n. 93.872/86, com grifos nossos: Art. 45, § 3º Não se concederá suprimento de fundos: b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor. Errado. Obs.: � entende-se por servidor em alcance aquele que não tenha prestado contas de supri- mento, no prazo regulamentar, ou cujas contas não tenham sido aprovadas em virtude de desvio, desfalque, falta ou má aplicação de dinheiro, bens ou valores confiados a sua guarda, verificados na prestação de contas. 016. (CESPE/PREFEITURA DE MANAUS/PROCURADOR/2018) Acerca da Lei n. 4.320/1964 e das receitas e despesas públicas, julgue o próximo item. O suprimento de fundos, também conhecido como regime de adiantamento, não pode ser au- torizado para servidor público em alcance, ou seja, aquele que ainda não obteve aprovação no estágio probatório. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SIDNEY PEREIRA GUIMARAES - 05314588498, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 176www.grancursosonline.com.br Despesa Pública – Parte II AFO Manuel Piñon Embora não possa ser autorizado suprimentos de fundos para servidor público em alcance, a assertiva erra ao afirmar que servidor em alcance é aquele que ainda não foi aprovado no estágio probatório. Na verdade, servidor em alcance é aquele que não prestou contas no prazo ou que teve as contas reprovadas. Errado. A servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor. A servidor declarado em alcance, enten- dido como tal o que não prestou contas no prazo regulamentar ou o que teve suas contas recusadas ou impugnadas em virtude de desvio, desfalque, falta ou má aplicação dos recursos recebidos. RESTRIÇÕES AO SUPRIDO A responsável por dois suprimentos. A responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação/utilização. Não se concederá suprimento de fundos Na aplicação do suprimento de fundos, observar-se-ão as condições e finalidades previs- tas no seu ato de concessão. Lembrando que o ato de concessão é a autorização do suprimento de fundos formalizada no documento de concessão, do qual constarão o valor do suprimento, sua destinação, o nome do suprido e seu cargo/função, o prazo de aplicação, a data para prestação de contas e as as- sinaturas do ordenador de despesa e do responsável pelo suprimento. Importante ter em mente que o prazo de aplicação do suprimento não poderá exceder a 90 dias nem ultrapassar o exercício financeiro, devendo a prestação de contas relativa à importância aplicada até 31 de dezembro ser apresentada até o dia 15 de janeiro subse- quente. Além disso, aquele que é detentor de suprimento de fundos deve indicar os saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização e reinscrição da respectiva responsabilidade. 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(CESPE/TCE-MG/ANALISTA/2018/ADAPTADA) Julgue: A comprovação dos saldos de suprimento de fundos aplicados até o dia 31 de dezembro do exercício financeiro anterior deve ser feita até 31 de janeiro do exercício financeiro corrente. Na verdade, a comprovação dos saldos de suprimento de fundos aplicados até o dia 31 de de- zembro do exercício financeiro anterior deve ser feita até 15 de janeiro do Exercício Seguinte, conforme disposto no artigo 46, parágrafo único, do Decreto n. 93.872/86 que diz: “A importân- cia aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte”. Errado. Se, por outro lado, o suprido deixar de prestar contas no prazo estabelecido, deverá ser procedida a tomada de contas especial, sem prejuízo das providências administrativas para apuração das responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis. 018. (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Com relação a despesa pública, julgue o item subsequente. A tomada de contas de suprimento de fundo concedido é automática, e será realizada tão
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