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Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL INTRODUÇÃO • Todo ser humano precisa de matéria orgânica que é obtida através da alimentação, desdobrada pela digestão e incorporada pela absorção. FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO • Ingestão • Mastigação • Digestão • Absorção • Eliminação de resíduos DIGESTÃO X NUTRIÇÃO • São conceitos opostos. A digestão é a modificação que o alimento irá sofrer enquanto a nutrição é a incorporação de novas estruturas ao patrimônio celular do indivíduo. TIPOS DE DIGESTÃO • Digestão física: pela mastigação ou movimentos peristálticos. • Digestão química: através das enzimas. ORGANIZAÇÃO DO TRATO GASTROINTESTINAL ÓRGÃOS DO TRATO GASTROINTESTINAL • Cavidade oral • Faringe • Esôfago • Estomago • Intestino delgado • Intestino grosso ou colón • Anus ÓRGÃOS ANEXOS • Glândulas salivares • Pâncreas • Fígado • Vesícula biliar PROCESSOS BÁSICOS • Cada processo é comandado pelo sistema neuroendócrino. • Motilidade: relacionado a musculatura dos órgãos a fim de empurrar o bolo alimentar no sentido da digestão • Secreção • Digestão: ocorre na boca, estomago e intestino • Absorção: • Excreção Sistema gastrointestinal Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Além da função digestória o SGI tem uma função imunológica representada pelo GALT (tecido linfático associado ao intestino). Esse tecido é formado pelas placas de Peyer e por populações difusas de células imunológicas compostas por macrófagos, linfócitos e eosinófilos. Essas células ajudam no combate local. • Importante já que o trato gastrointestinal está em contato direto com agentes infecciosos. • Estudos apontam disfunção do GALT relacionado a obesidade. • O GALT é importante para evitar principalmente doenças inflamatórias. EPITÉLIO INTESTINAL • Células caliciforme produtoras de muco: seu número varia de acordo com a região situada. Células absortivas superficiais são mais abundantes no intestino delgado, enquanto as células das criptas são mais abundantes tanto na base das vilosidades quanto nas dobras intestinais do colón. • Células que sintetizam enzimas da borda em escova: estão no intestino delgado. As enzimas quebram os dissacarídeos • Células endócrinas: produtoras de hormônio • Células do sistema imunológico • Células neurais: células do SN entérico REGULAÇÃO NEURO-HORMONAL DO SGI • O Sistema gastrointestinal sofre uma regulação neuro-hormonal e é inervado por uma rede neural localizada em sua parede. Ela é intrínseca ao sistema nervoso entérico. • Ele é desenvolvido e possui número de neurônios quase igual ao do snc. • Ele é composto pelos plexos ganglionares maiores (miontérico e submucoso) e os plexos secundários terciários que se comunicam os plexos maiores por feixes de fibras nervosas. SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO • Ele é autônomo, regulando todas suas funções, motoras secretoras, endócrinas, etc. mesmo sem comando do SNC. Mas eles podem fazer sinapses com fibras aferentes ou eferentes do SNC. Que por sua vez tem uma função “regulatória\ moduladora’ sobre o SN entérico. O SNA REALIZA SINAPSES NOS PLEXOS DO SNE INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA • A inervação parassimpática do SGI é efetuada pelos nervos vago e pélvico. • O vago inerva do esôfago ao colón. • O pélvico inerva do colón ao esfíncter anal. • Esses nervos possuem fibras que fazem sinapse no sistema nervoso entérico (plexo miontérico e submucoso) desses plexos partem fibras pós sinápticas que inervam o musculo, células secretoras e endócrinas e vasos sanguíneos. • Neurotransmissor acetilcolina. • Esses nervos são constituídos 75% de fibras aferentes e 25 fibras eferentes. INERVAÇÃO SIMPÁTICA • Parte da medula toracolombar por fibras pre ganglionares, faz sinapses nos gânglios e essas fibras fazem sinapse no SNE. • Em geral seu neurotransmissor é adrenalina. REFLEXO LONGO • Quando do local do estimulo partem fibras aferentes para o SNC e dele nesse mesmo nervo partem fibras eferentes. • Ou seja, o corpo do neurônio celular aferente está no SNC. • Alimento estimula mecano e quimiorreceptores que enviam impulsos aferentes via nervo vago. • Impulsos eferentes dão resposta nos plexos miontéricos e submucoso influenciando células secretoras e endócrinas. • Se essas vias forem do nervo vago chama-se reflexo longo vagovagal. REFLEXO CURTO Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Ocorre quando as vias aferentes dos receptores sensoriais que estão na parede do SGI fazem sinapse dos corpos celulares dos interneurônios dos plexos do trato gastrointestinal. • Mecano e quimiorreceptores são estimulados. Fibras fazem sinapse no plexo mucoso e miontérico e dele mesmo parte fibras eferentes que vão modular o funcionamento de células secretoras e endócrinas. REFLEXOS CURTOS PERISTÁLTICOS • Fibras ascendentes dos mecanorreceptores presente na parede do TGI. • Eles fazem sinapses com os interneurônios dos plexos. • As fibras pós sinápticas eferentes partem para musculatura provocando tanto contração oral ou neurônio motor inibitório como oxido nítrico provocando relaxamento. • Contração: fibras colinérgicas ou substancia P • Relaxamento: fibras vipérgicas ou neurotransmissor com oxido nítrico. • Dessa forma o conteúdo luminal é propelido para o seguimento vizinho que está relaxado. REGULAÇÃO ENDÓCRINA, NEURÓCRINA E PARÁCRINA • A regulação de todo o sistema pode ser de 3 tipos. • A endócrina é quando a células endócrina libera hormônio na corrente sanguínea. • Parácrina a células libera seu produto direto na célula alvo. • Neurocrina há os neurotransmissores na fenda sináptica. NEUROTRANSMISSORES DO SGI • Eles são sintetizados no corpo celular do neurônio pre sináptico e armazenados em vesículas, sofrem exocitose quando há um estimulo. • Os principais são: • Acetilcolina (Ach): NT parassimpático que age estimulando motilidade, secreções e vasodilatações. • Norepinefrina (NE): NT simpático, diminui motilidade e secreções, secundariamente a vasoconstrição. • Oxido nítrico: e encefalinas: agem como neurotransmissor que ativam respostas inibitórias. • Peptídeo vasoativo intestinal: NT parassimpático. Inibe motilidade e eleva secreção do pâncreas exócrino. • Peptídeo liberador de gastrina: NT nervo vago. Estimula secreção de células G antrais secretoras de gastrina. • Substancia P: NT parassimpático. Estimula secreção salivar e inibe motilidade do TGI. • Neuropeptídeo Y (NPY): relaxamento da musculatura do TGI. HORMÔNIOS SECRETADOS POR CÉLULAS ENDÓCRINAS • Secretinas • Colecistocinina • Gastrina • Peptídeo inibidor gástrico Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Motilina • Somatostatina HORMÔNIOS SECRETADOS PELAS CÉLULAS ENDÓCRINAS. GASTRINA • Estimulada quando há chegada do quimo no estomago, distensão da parede, peptídeos e aminoácidos. • Estimula secreção de HCl. COLECISTOCININA • Secretada pelas células do duodeno e jejuno. • Pelo estimulo: produtos da hidrolise lipídica e proteica. • Estimula secreção enzimática do pâncreas, contrai vesícula biliar, relaxa esfíncter de oddi, retarda esvaziamento gástrico, tem efeito trófico sobre o pâncreas exócrino e potencializa a ação da secretina. SECRETINA • Secretada por células S duodeno e jejuno. • Pelo estimulo: acidez do quimo do estomago. • Antiácido fisiológico: diminuem acidez do quimo. GIP • Secretado pelo Intestino delgado. • Pelo estimulo: produtos da hidrolise de todos os macronutrientes. • Reduz a secreção e motilidade gástrica. Eleva insulinadas células beta do pâncreas. MOTILINA • Intestino delgado. • Aumenta motilidade do TGI. CANDIDATOS A HORMÔNIOS • Polipeptídio pancreático (PP): secretado pelo pâncreas estimulado pela glicose. Função de diminuir a secreção de bicarbonato e de enzimas do pâncreas exócrino. • Enteroglucagon. INTERAÇÃO DOS SISTEMAS NERVOSO E ENDÓCRINO • O receptor neural do TGI ao receber estimulo, envia fibras ao sistema nervoso. Ele regula a produção das células endócrinas que será então liberado na corrente sanguínea e atua sobre célula alvo. • A fibra nervosa pode atuar diretamente sobre a célula alvo. • A maior parte é musculatura lisa. Ela está envolta por tecido conjuntivo e inervada por um único neurônio. • As junções gap fazem com que os feixes se contraiam juntamente. • A elevação do influxo de cálcio na célula proporciona contração. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Contração tônica: esfíncter. ONDAS LENTAS • São responsáveis pela contração. Quando há sua formação (despolarização). • Não necessariamente precisa haver um limiar de despolarização para haver contração do musculo do trato gastrointestinal. • Em geral a membrana vai despolarizando e quando chega no limiar (70,80mV) ocorre despolarização. MASTIGAÇÃO • Trituração do alimento (dente posterior). • Cortar (dentes anteriores). DEGLUTIÇÃO • Passagem do bolo alimentar da boca para o estomago através do esôfago. • Ato parcialmente voluntario e reflexo Possui 3 fases: Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • A diferença de pressão no decorrer da faringe e esôfago é importante para manter o esfíncter fechado evitando que a comida volte do estomago. • O processo de deglutição é principalmente controlado pelos nervos vago e glossofaríngeo que leva as fibras aferentes ao centro da deglutição. • A azia é uma anomalia do esfíncter. Há diminuição da pressão do esfíncter causando refluxo gástrico e lesão da parede do esôfago. ESTOMAGO • O estomago armazena, mistura e tritura o alimento propelindo-o para o duodeno através do esfíncter pilórico. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL PADRÕES MOTORES DO ESTOMAGO • Relaxamento Receptivo: Durante o processo de deglutição, à frente da onda peristáltica que percorre o esôfago e relaxa o EEI, a musculatura do fundo e porção proximal do corpo se relaxa. Por esse motivo, o alimento se acomoda nesse compartimento. • Peristalses Gástricas: Se iniciam na região proximal do corpo, onde se localizam as células de marca-passo. As ondas aumentam de intensidade e velocidade em direção à região antro-pilórica, propiciando a mistura do alimento com as secreções gástricas. • Retropropulsão: O alimento parcialmente digerida forma o quimo. O piloro então relaxa permitindo o escape de pequenas quantidades de quimo para o duodeno. A seguir o piloro se contrai rápida e abruptamente. Esses processos permitem a trituração do quimo. • A velocidade de esvaziamento gástrico depende de mecanismos neuroendócrinos e do conteúdo da ingesta. A glicose sai primeiramente do que as proteínas e gorduras. Conteúdos Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL que não forem digeridos deixam o estomago nos períodos Inter digestivos pelo CMM. • O estomago é ricamente inervado pelo SNA e SNE. • As fibras vagais e colinérgicas aumentam a secreção gástrica, enquanto as fibras vagais eferentes vipergicas de oxido nítrico e nora adrenérgica tendem a diminuir a secreção gástrica. • A contração ocorre durante a despolarização da fibra muscular, após atingir o limiar contrátil, mesmo na ausência de potenciais de ação. • Diferentes partes do estomago possuem diferentes ondas elétricas: • A musculatura do fundo é quiescente eletricamente. • Ondas lentas começam a aparecer na região proximal do corpo gástrico e aumentam de intensidade em direção ao antro. • Apenas a partir do antro distal, começam a aparecer potenciais de ação na fase de despolarização das ondas lentas. • Nos períodos Inter digestivos, durante 1 a 2h, a musculatura gástrica é quiescente. Após esse tempo, ocorre intensa atividade elétrica e contrátil, que se propaga da região média do corpo do estômago até o duodeno. • A CMM dura cerca de 10 min, e ocorre periodicamente a cada 90 min, que empurra qualquer material que tenha deixado o estômago durante o processo digestivo normal. • O Quimo permanece no estômago entre 2 e 3 h, dependendo da natureza química da ingesta. Gorduras são os últimos nutrientes a serem esvaziados, seguidos de proteínas. Carboidratos esvaziam-se mais rapidamente, e soluções salinas isotônicas o fazem rapidamente do que as hipo e hipertônicas. • O esvaziamento gástrico é altamente regulado por mecanismos neuro- hormonais, propiciando condições para o processamento do quimo pelo intestino delgado. • A regulação do esvaziamento gástrico é exercida pela região antro-pilórica e pelo duodeno. • O esfíncter pilórico apresenta duas funções fundamentais: 1. Funciona como barreira entre o estômago e duodeno durante os períodos Inter digestivos; Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL 2. Regula a velocidade de esvaziamento gástrico. • De forma geral a velocidade de esvaziamento gástrico depende de processos neurais e endócrinos. • Por exemplo a chegada do alimento acidou gorduras no duodeno estimula quimiorreceptores duodenais que estimulam células secretoras de hormônios que vão então modular o esvaziamento gástrico. • Da mesma forma que esses quimiorreceptores fazem com que fibras aferentes sejam levadas ao CNS e fibras parassimpáticas chegam no trato gastrointestinal e ativem resposta de ativação ou inibição. SECREÇÃO SALIVAR • A saliva é um líquido que contém: • Eletrólitos; • Solutos orgânicos; produzidos pelas glândulas salivares maiores • Fluido gengival; • Microrganismos • Detritos celulares • Fluidos produzidos por glândulas menores. • Ele é responsável pela hidrolise de macromoléculas principalmente carboidratos (amilase salivar) e gorduras (lipase lingual). A SECREÇÃO SALIVAR DIFERE DE OUTRAS SECREÇÕES DO SGI: 1. Volume elevado: por dia é secretado de 1 a 1,5L de saliva; 2. Glândulas salivares têm elevado fluxo sanguíneo; 3. Secreção regulada pelo SNA e não ocorre influencia neuro-hormonal, no caso das glândulas salivares. • As glândulas submandibulares e sublinguais são responsáveis por cerca de 70% do fluxo salivar basal, não estimulado; • As glândulas parótidas e submandibulares são responsáveis por 45 a 50% do fluxo salivar estimulado pela presença do alimento na cavidade oral. FUNÇÕES DA SALIVA • Gustação: solubilização dos alimentos estimula as papilas gustativas. • Regulação da temperatura dos alimentos: a diluição da saliva resfria ou aquece os alimentos conforme a temperatura corporal. • Limpeza: remove restos de alimentos que se alocam entre os dentes. • Fonação: umedece a cavidade oral e facilita a fala. • Ação tamponante: pH alcalino da saliva, protege contra alimentos ácidos e os dentes contra produtos ácidos da fermentação bacteriana. • Ação Bactericida: lisozima (enzima que lisa as paredes das bactérias), SCN- (sulfocianeto que tem ação bactericida) e IgA contra vírus e bactérias (proteína ligadora de imunoglobulina A). • Ação bacteriostática: impede o crescimento de bactérias pela ação da lactoferrina, um quelantes de ligada a ferro. • Ação na cicatrização de feridas ou lesões na mucosa oral: efetuada pelo fator de crescimentoepidérmico. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Ação antimicrobina: proteínas ricas em prolina, interagem com o Ca2+ e com hidroxiapatita. • Incorporação de flúor e fosfato aos dentes • Estruturalmente as glândulas salivares são túbulo-acinares; Ácinos são as unidades secretoras. • A secreção proteica acinar resulta de populações distintas de células. As parótidas secretam uma solução chamada serosa, que contém relativamente baixo conteúdo de glicoproteína (mucina) e maior conteúdo de ptialina. • Glândula parótida: totalmente serosa e secreta alfa-amilase salivar. • Glândula submandibular: serosa e secreta n- acetil glicosamina • Glândula sublingual: mucosa e secreta apenas mucina. • As enzimas salivares iniciam digestão dos carboidratos e das gorduras: • Ptialina (uma α-amilase): hidrolisa ligações glicosídicas no interior das cadeias polissacarídicas; • Lipase lingual: hidrolisa gorduras; • Calicreína (bradicinina):catalisa a produção de bradicinina, que é um potente vasodilatador. INERVAÇÃO DAS GLÂNDULAS • Parassimpático: • Aumenta síntese e secreção da amilase e da mucina; • Aumenta o transporte pelo epitélio dos ductos; • Aumenta o fluxo sanguíneo para as glândulas e estimula o metabolismo. • Simpático: • -Aumento transitório da secreção salivar; • diminui o fluxo sanguíneo. VIAS • EFERENTE: é efetuada pelo SNA parassimpático e simpático, cujos principais neurotransmissores são a acetilcolina e noradrenalina, respectivamente; • AFERENTE: percorre os nervos autônomos, sendo ativada por inflamações ou traumatismo das glândulas. COMPOSIÇÃO DA SALIVA Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • A saliva sofre tranformaçoes eletrolíticas desde quando é produzida nas unidades secretoras até quando passa pelos ductos para a cavidade oral. • À medida que ela vai passando pelos ductos seu pH tende a aumentar devido ao aumento de HCO3 bicabornato. • Quando o fluxo salivar é próximo de 1, a concentração de bicabornato e potássio é igual conferindo a saliva um pH próximo a 8. • As concentrações de Na e Cl na saliva são menores que no plasma. O total de íons da saliva é menor que o plasma sendo ela sempre hipotônica em relação ao plasma. ESTÁGIOS DA SECREÇÃO SALIVAR • Existem 2 estágios: • PRIMEIRO ESTÁGIO DA SECREÇÃO SALIVAR: a saliva à luz dos ácinos e dos ductos intercalares e excretores apresenta composição eletrolítica e tonicidade semelhantes às plasmáticas (saliva primária). • SEGUNDO ESTÁGIO DA SECREÇÃO SALIVAR: refere-se às alterações da composição da saliva quando ela flui para os ductos estriados e secretores. REGULAÇÃO NEURAL DO FLUXO SALIVAR INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA • Realizada pelos núcleos salivatórios superior e inferior. • A estimulação parassimpática inicia e mantém a secreção salivar. • Do núcleo superior partem fibras eferentes para glândulas submandibulares e sublinguais. • Do nucelo inferior partem fibras eferentes para glândula parótida. • A inervação é realizada principalmente pelos nervos T1, T2 e T3 que mandam suas fibras aferentes para o gânglio cervical superior. • Existem alguns mecanismos neurais que regulam a secreção salivar por meio da estimulação dos nucelos salivatorios centrais. • Reflexos condicionados como visão olfação, ativam os núcleos assim como estimulo de quimio receptores orais da chegada do alimento na cavidade oral. • Sono, medo, desidratação inibe a ativação desses núcleos. • Assim que são ativados esses nucelos respondem via sistema nervoso autônomo parassimpático como liberação de acetilcolina, promovendo funções excitatórias. • Já o sistema nervoso simpático libera noradrenalina e promove diminuição no fluxo sanguíneo. SECREÇÃO GÁSTRICA O estômago apresenta funções: 1. Secretórias; 2. Motoras; 3. Hormonais: células x produtoras de gástrica e células D produtoras de somatostatina. • Também secreta enzimas que continuam a função digestória da boca. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Do ponto de vista secretor podemos dividir o estomago em: cárdia (células produtoras de muco), corpo do estomago (células parietais produtoras de HCL) e região antropilorica (células G produtoras de gastrina e células D produtoras de somatostatina). • Sua superfície é altamente amplificada pelas glândulas que possuem diversas células com funções distintas como a célula mucosa superficial que possui muco, célula regenerativa (importante já que a célula do estomago é esfolheada por conta do HCL, células principais que secretam pepsinogênio e células endócrinas que secretam os hormônios. • Os principais componentes da secreção gástrica são: • Pepsinogênio: produzido pelas células principais do corpo, antro e cárdia. • Lipase gástrica: produzida por células especificas das glândulas gástricas. • Gástrica: produzida pelas células G da região antral e estimula HCl e efeito trófico sobre a mucosa promovendo crescimento • Somatostatina: células D. inibe a secreção gástrica • Histamina: secretada pelas células enterocromafins. Estimula a secreção do ácido gástrico. • Fator intrínseco: produzido pelas células parietais e indispensáveis pela absorção de vitamina B12. • HCl: produzido pelas células parietais do corpo do estomago. • Muco: dois tipos de muco são secretados pelo estômago. O secretado pelas células superficiais das glândulas gástricas, “muco insolúvel ou visível”, que forma a barreira mucosa gástrica. O secretado pelas células do pescoço forma o “muco solúvel” que é misturado aos alimentos. • HCO3: excretado pelas células superficiais mucosas COMPOSIÇÃO ELOTROLÍTICA DO ESTOMAGO • Ela varia de acordo com a taxa secretória. • A baixas taxas secretórias, o suco gástrico é uma solução que contém NaCl e baixas concentrações de H+ e K+, sendo ligeiramente hipotônico em relação ao plasma. • A altas taxas secretórias, em resposta à estimulação, a concentração de H+ eleva-se e diminui a de Na+. As concentrações de Cl- e de K+ elevam-se ligeiramente. • Dois componentes das secreções gástricas: • • Componente não parietal – não estimulado ou basal – baixo volume e alcalino, contendo Na+, Cl- e K+ em concentrações semelhantes às plasmáticas. • Componente secreção parietal - produzida pelas células parietais, secretam o fluido ligeiramente hipertônico em relação ao plasma. • A taxa de secreção de HCl apresenta variações individuais em função do número das células parietais que produzem hcl. • Sofrem alterações quando estimuladas. • Células não estimulada com sistema de canalículos fechados e pouca mitocôndria ao contrário de uma célula estimulada que possui esses canais abertos, mais mitocôndria e mais microvilosidades. MECANISMO DE SECREÇÃO DE HCL PELA CÉLULA PARIETAL OU OXÍNTICA Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Na secreção máxima o valor de pH pode chegar a 1. • O H é oriundo de reação de hidratação do carbono por uma enzima anidrase carbônica. • em consequência ocorre liberação de hidrogênio e bicabornato. • O hidrogênio é transportado para o lúmen da glândula enquanto o potássio entra na célula. • Quando a concentração de potássio está grande na célula esse íon vai para o plasma por canais específicos • O bicarbonato vai para o plasma, mas é reabsorvido na fase alcalina da secreção. Esse transporte ocorre em troca do transporte de cloreto para dentro das células e sua reabsorção é a fase pós prandial da digestão caracterizada pela sonolência já que o bicabornato aumenta pH. • Existem alguns estimuladores e inibidores endógenosda secreção de HCl • Acetilcolina gastrina e histamina estimulam a secreção • Somatostatina, prostaglandina e fatores de crescimento epidérmico inibem • A gastrina e acetilcolina agem diretamente nas células parietais estimulando-a ou podem ativar as células parietais de forma indireta através da ativação das células enterocromafins. Elas liberam histamina que induz a secreção de HCl pelas células parietais. Regulação neuro-hormonal do pepsinogênio • A secreção do pepsinogênio sofre uma regulação neuro-hormonal. • Fibras vagais colinérgicas produtoras de acetilcolina estimulam diretamente a célula parietal a secretar acido • Na presença desse ácido o pepsinogênio se converte em pepsina, enzima ativa que vai clivar proteína. • As fibras colinérgicas também vão ativa as células principais secretam pepsinogênio. Essas células também são estimuladas por secretina, secretado por células I e gastrina também estimula as células principais a produzir pepsinogênio. O HCl estimula a secreção de pepsinogênio por dois mecanismos: 1. A ácido ativa reflexos intramurais colinérgicos: - Estimulação vagal; - Estimulação por reflexos locais, intramurais. 2. O ácido no duodeno estimula as células secretoras de secretina. SECREÇÃO DO FATOR INTRÍNSECO • Esse fator é uma glicoproteína componente da secreção gástrica. • Dizemos que sua secreção é uma função essencial do estomago. • É uma glicoproteína, secretado pelas células parietais ou oxínticas do estômago; • Na luz gástrica, a vitamina B12 se liga à proteína do tipo R, a qual protege a vitamina da ação proteolítica da pepsina e do HCl; • No duodeno, a proteína do tipo R é digerida pelas enzimas proteolíticas pancreáticas, liberando a vitamina B12; • A absorção da vitamina ocorre do íleo. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL A secreção de somatostatina inibe as células secretoras de gastrina. Durante o período digestivo, fibras vagais colinérgicas inibem as células secretoras de somatostatina, liberando as células G do efeito da somatostatina; FASES DA SECREÇÃO GÁSTRICA • A secreção pode ser dividida em fases: cefálica, gástrica e intestinal. • Durante o período digestivo, antes e após a ingestão de alimentos, costuma-se dividir a secreção gástrica em fases baseadas nos locais de onde partem as estimulações que desencadeiam as secreções FASE CEFÁLICA • Corresponde a 30% da secreção ácida total durante a fase digestiva; • A via neural eferente da secreção cefálica é o nervo vago: • Fazem sinapses nos plexos intramurais de onde partem fibras colinérgicas. A acetilcolina se liga aos receptores nas células parietais e estimula a secreção de HCl; • A acetilcolina estimula as células enterocromafins a secretarem histamina, que potencializa o efeito da acetilcolina e eleva a secreção de HCl; • As fibras vagais liberam o peptídeo liberador de gastrina (GPR); • Inibe as células secretoras de somatostatina. Os reflexos condicionados para essa liberação são gustação, olfação, mastigação, deglutição e hipoglicemia. Não depende da chegada do alimento da cavidade oral. FASE GÁSTRICA • Ocorre em resposta à chegada do alimento no estômago; • Responsável por 50 a 60% da secreção gástrica; • Os estímulos são a distensão da parede gástrica e a ação química do alimento sobre o estômago. FASE INTESTINAL • Essa fase depende da chegada do quimo ao intestino delgado; Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • É responsável por apenas 10% da secreção gástrica total; • A chegada do quimo distende a parede do delgado, o que estimula a secreção de parietais e células G; • Essa secreção é aproximadamente 5% a secreção de HCl da fase gástrica; • A presença do quimo ácido no duodeno estimula as células S, secretoras de secretina. • Fase intestinal compreende mecanismos nervosos e intestinais. • A resposta neuro-hormonal da secreção gástrica estimulada pela chegada do alimento. Quando o alimento chega ao estomago ocorre estimulo de células parietais para produção de ácido. O pH do conteúdo gástrico aumenta na medida do aumento do volume do estomago. Esse aumento se da pela capacidade do tamponamento do Hcl elos alimentos principalmente os proteicos • Um mecanismo de proteção contra acidez é uma barreira, camada de muco que protege da acidez. • O rompimento dessa barreira está envolvido com aumento de bactérias envolvida com aumento da inflamação, gastrite Ulceras não medicamentosas são causadas principalmente por essa bactéria. MOTILIDADE DO INTESTINO DELGADO • O delgado é a porção mais longa do intestino; • • Seu comprimento representa 75% do comprimento total do TGI; • • Apresenta 3 segmentos pouco diferenciados histologicamente: • - Duodeno (corresponde a cerca de 5% do intestino delgado); • - Jejuno (corresponde a cerca de 40% do intestino delgado); • - Íleo (corresponde a cerca de 60% do intestino delgado). • • A digestão e absorção dos alimentos ocorrem, predominantemente, no duodeno e jejuno proximal. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL A motilidade ocorre atende 3 funções • 1. Mistura do quimo com as secreções, principalmente no • duodeno; • 2. Renovação do contato do quimo com a mucosa intestinal; • 3. Propulsão do quimo no sentido céfalo- caudal, em direção ao cólon: • Ocorrem tanto pelas Peristalses curtas como pelo Gradiente de pressão luminal decrescente no sentido céfalo-caudal. • As segmentações são anéis de contração da musculatura circular e dividem o quimo em segmentos ovais com alternância das contrações • Esses segmentos podem ser classificados de acordo com a forma que dividem o quimo • Essas segmentações estão mais envolvidas com a mistura do quimo, mas podem também estar relacionada a propulsão no sentido céfalo-caudal, empurrar o alimento quando ocorrem em áreas adjacentes. • É gerado um gradiente de pressão intraluminal decrescente no mesmo sentido, facilitando a propulsão. • Nos períodos Inter digestivos, ocorre Complexo Motor Migratório (CMM), em fase com a elevação da motilina plasmática, com função de faxina e de prevenção da migração bacteriana para porções proximais do delgado. • No período digestivo a atividade motora é maior. • No intestino delgado as ondas lentas não são capazes de gerar contração. Só gera contração quando o potencial de ação for alcançado. • Há contração das camadas circulares e longitudinal. ALGUNS REFLEXOS ESTÃO ASSOCIADOS AO INTESTINO DELGADO REFLEXO PERISTÁLTICO • Intestino contrai-se em reposta a presença do quimo no seu interior, • distensão da parede; • Frente desta contração, na porção distal (ou caudal) do intestino a musculatura relaxa. • Está sob controle estrito do SNE e depende da integridade dos gânglios • intramurais • É conhecido como lei do intestino. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL REFLEXO INTESTINOINTESTINAL • Quando há distensão de uma região extensa do intestino. - Esta região contrai-se e a musculatura do restante do intestino fica inibida ou relaxada. - Abrange todo o comprimento mais extenso do intestino. - Depende tanto do SNA quanto dos plexos intramurais. REFLEXO GASTROILEAL • Consiste no aumento da motilidade do íleo em resposta à elevação da motilidade e secreção gástrica. • - Estômago e intestino delgado distal ou íleo interagem reflexamente. • - Vias neurais responsáveis não são conhecidas. • - Gastrina: aumenta a motilidade do íleo e relaxa o esfíncter ileocecal. • - Alterações do estado emocional afetam a motilidade do delgado. REGULAÇÃO NEURAL DA MOTILIDADE E DOESFÍNCTER • Parassimpático: • • Colinérgico e estimulador da motilidade; • Simpática: • • Noradrenérgico e inibidor da motilidade; • Esfíncter ileocecal: • - Normalmente está fechado - evita refluxo do ceco. • - Peristalses curtas do íleo - o esfíncter relaxo. • - A passagem do quimo ileal ao ceco é lenta, permitindo ao cólon absorver adequadamente água e eletrólitos. • - Regulação do esfíncter é efetuada tanto pelo SNE quanto pelos nervos extrínsecos do SNA, também modulada por hormônios. HORMÔNIOS REGULADORES DA MOTILIDADE Hormônios gastrintestinais: • o Gastrina, Colecistocinina (CCK) e motilina estimulam a motilidade, enquanto e secretina inibe. • o Insulina eleva e glucagon diminui a motilidade. • o Noradrenalina, liberada pela suprarrenal, inibe as contrações. • o Serotonina e as Prostaglandinas estimulam a motilidade do intestino delgado. • Muitas substâncias exógenas afetam a motilidade do delgado, alterando não apenas o tempo de trânsito do • quimo neste segmento, como também os processos de digestão e absorção de macronutrientes, água e • eletrólitos. • • Codeína e opioides diminuem a motilidade, aumentando o tempo de trânsito, reduzindo o volume e frequência • dá excreção fecal. • • * Laxantes reduzem o tempo de trânsito, decaindo a absorção de água e de eletrólitos no delgado, gerando • um aumento de fluidos acima da capacidade que o cólon pode absorver, desencadeando diarreia. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS • Pseudo-obstrução idiopática: é uma síndrome que envolve falhas da motilidade intestinal, • podendo ocorrer alterações das células musculares lisas ou dos plexos intramurais; • • Diminuição da motilidade do delgado pode se dar em diversas condições. A mais comum é o íleo paralítico, que surge após cirurgia abdominal. Pode também haver redução da motilidade consequente de processos inflamatórios abdominais (p.ex., apendicite, pancreatite ou abscessos). É ainda associada a doenças metabólicas, como diabetes melito, ou a efeitos de substâncias, como anticolinérgicos Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL MOTILIDADE DO CÓLON OU INTESTINO GROSSO • O cólon difere do delgado anatômica e funcionalmente. • A musculatura longitudinal no cólon é concentrada em três feixes denominados taenia coli, que correm do ceco até o reto, abaixo dos quais concentra o complexo • miontérico; • A musculatura circular do cólon é contínua do ceco ao canal anal, onde ela se espessa formando o esfíncter anal interno (EAI). ESFÍNCTER ÍLEO-CECAL • Evita o refluxo de material fecal para o íleo, mantém-se contraído reduzindo esvaziamento do íleo para o ceco. • Controle do esfíncter e do peristaltismo ileal: (+) do esvaziamento: reflexo gastroileal, distensão e irritação do íleo (-) do esvaziamento: distensão ou irritação química do ceco • Aumento da atividade contrátil e secretora do estômago provoca maior atividade contrátil no íleo e vice-versa; - A redução da atividade gástrica reduz a ileal. • O Cólon está envolvido com as seguintes funções motoras: • 1. Movimentação com retropropulsão: renova o contato do conteúdo do cólon com a mucosa, otimizando o processo de absorção de água e eletrólitos; • 2. Mistura, amassamento e lubrificação: efetuada pelas células caliciformes que estão em grande número na mucosa do cólon transverso e descendente, principalmente; • 3. Propulsão céfalo-caudal: ocorre ao longo de todo o cólon; • 4. Expulsão das fezes ou defecação: envolve o reto e canal anal Pressão intraluminal Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • O que determina a saída do conteúdo do intestino delgado para o colón é o esfíncter e a pressão de repouso dessa região é de 20 a 40 mmHg • (A) A distensão do íleo induz diminuição de pressão do esfíncter, permitindo que o conteúdo ileal penetre o cólon. • (B) Quando o cólon se contrai, aumenta a pressão no esfíncter e ele se fecha, impedindo o refluxo do conteúdo colônico ao íleo • A chegada do conteúdo no colón induz contrações segmentares. • Essas contrações movimentam o conteúdo luminal no sentido céfalocaudal e no sentido oposto, por retropolpulsão; • São movimentos lentos e, fundamentalmente, de mistura e de exposição do conteúdo à mucosa intestina • Observamos as segmentações que são as hautras. • • Haustrações cessam quando acontece um movimento de massa; • contrai grandes extensões do cólon, propelindo o conteúdo no sentido cefalocaudal, ocorre 1 a 3 vezes/dia. • Nos cólons transverso, descendente e sigmoide, ainda ocorre uma absorção residual de água e íons. • Nos períodos entre as defecações, normalmente o reto está vazio, seus movimento segmentares são mais intensos e frequentes que o cólon sigmoide. • Os esfíncter anais – interno e externo – estão contraídos tonicamente. INERVAÇÃO DO CÓLON • Inervação extrínseca parassimpática do cólon é efetuada pelo nervo pélvico, desde o cólon transverso até o esfíncter anal interno; • Inervação simpática parte dos plexos mesentéricos e hipogástricos. Esfíncter anal externo tem musculatura estriada e é inervado pelo nervo pudendo, somático (colinérgico). REFLEXO DA DEFECAÇÃO • O reflexo da defecação é coordenado pela medula sacral sendo desencadeado por movimento de massa em resposta a reflexos: Movimento de massa ocorrem 1 a 3 vezes/dia. Reflexos ortotátixico: • Aumento da motilidade do cólon em resposta à mudança da posição horizontal para a vertical; Reflexos Gastrocólico e Gastroileal: • Estão relacionados em resposta ao aumento da atividade contrátil e secretora gástrica, desencadeado pela chegada do alimento ao estômago depois do desjejum. São coordenados pelos nervos vago e pélvico, por hormônios gastrintestinais, como gastrina e CCK • Esse reflexo ocorre quando o reto se distende pela chegada das fezes ao seu interior, devido ao movimento de massa. • 2 – Essa distensão é passiva, e pode provocar o reflexo caso seja suficientemente grande. • 3 – Nessa situação, ocorre a distensão ativa do reto Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL A distensão do reto pela chegada das fezes, devido ao movimento de massa, desencadeia o reflexo da defecação. A distensão do reto pela entrada das fezes é uma distensão passiva, que pode desencadear o reflexo da defecação caso seja suficientemente grande. Nessa situação, ocorre distensão ativa do reto e o reflexo da defecação ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS • Megacólon Congênito: caracteriza-se por ausência do SNE, frequentemente no cólon distal e no EAI, podendo, entretanto, atingir segmentos maiores do cólon e do reto. Os segmentos envolvidos apresentam tônus aumentado, o que reduz o lúmen intestinal, havendo ausência de atividade propulsiva. Por este motivo, o reflexo da defecação é inexistente, ocorrendo constipação intestinal. Há também dilatação das regiões do colón localizadas acima dos segmentos contraídos, causando o megacólon. O tratamento é cirúrgico. • Síndrome do Cólon Irritável: caracterizada por alterações da motilidade do cólon sigmoide. Em alguns casos, ocorre aumento da • motilidade do cólon sigmoide, acarretando diarreia; em outros, há diminuição da sua motilidade, provocando constipação intestinal. Em ambos os casos, existe dor abdominal. GLÂNDULAS SECRETORAS • Em todo TGI as glândulas secretoras atendem a duas funções principais: • Liberar enzimas digestivas, ocorre na maioria das partes do TGI, desde a boca até a extremidade distal do íleo; • As glândulas mucosas, desde a boca até o ânus, que proveem muco para lubrificar e proteger todas as partes do trato alimentar. MECANISMOS BÁSICOS DE ESTIMULAÇÃODAS GLÂNDULAS SECRETORAS • Estimulação tátil; • Estimulação química; • Distensão da parede do TGI • A presença mecânica do alimento em dado segmento do TGI, em geral, faz com que as glândulas dessa região e das regiões adjacentes produzam quantidades moderadas a grande de sucos. Parte desse efeito local, em especial a secreção de muco pelas células mucosas, resulta da estimulação por contato direto das células glandulares superficiais com o alimento. ESTIMULO NERVOSO DA SECREÇÃO • Os reflexos nervosos resultantes estimulam as células mucosas da superfície epitelial e as glândulas profundas da parede do TGI a aumentar a secreção. • - Estimulação Autônoma: • 1 - A estimulação parassimpática aumenta a secreção no trato digestivo glandular: a estimulação dos nervos parassimpáticos para o trato alimentar quase sempre aumenta a secreção das glândulas. Aqui incluímos as Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL glândulas salivares, esofágicas, gástricas, o pâncreas e as glândulas do duodeno. • 2 - A estimulação simpática tem efeito duplo sobre a secreção do trato digestivo glandular: a estimulação pelos nervos simpáticos gera um leve aumento sobre a secreção das glândulas, porém, ela também causa vasoconstrição dos vasos que abastecem as glândulas. Assim, quando o parassimpático já está estimulando as glândulas, o efeito do simpático é mais inibitório, pois diminuindo o fluxo sanguíneo também diminui a secreção das glândulas. Células secretoras: RER desenvolvido SECREÇÃO PANCREÁTICA • O pâncreas é uma glândula túbulo-acinar com secreção endócrina e exócrina. • A secreção exócrina do pâncreas tem função digestiva e pode ser dividida em 2 componentes: • Componente proteico ou enzimático: possui cerca de 20 precursores de enzimas digestivas, os zimogênios. Corresponde à chamada secreção primária acinar; • Componente aquoso: responsável por fornecer o volume da secreção, cerca de 1L por dia. É um fluido alcalino com concentração de HCO3- superior à plasmática; • A secreção pancreática exócrina é um produto combinado de secreção de duas populações de células, as acinares e as dos ductos. • Localizada logo abaixo do estomago chamada calda do pâncreas. A região mais próxima ao intestino é cabeça do pâncreas. Ela libera a secreção no duodeno pelo ducto. • Os DUCTOS INTERCALARES drenam os ácinos e esvaziam-se nos DUCTOS INTRALOBULARES, que confluem para os DUCTOS EXTRALOBULARES, que desembocam no DUCTO EXCRETOR PRINCIPAL, que entra no duodeno confluindo com o DUCTO COLETOR COMUM. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Os precursores enzimáticos e as enzimas ativas se concentram nos grânulos de zimogênio, localizados na região apical das células acinares, as quais têm retículo endoplasmático extensamente desenvolvido INERVAÇÃO DO PÂNCREAS • As fibras vagais alcançam o pâncreas através da região antral do estômago; • Efetuam sinapses no interior do pâncreas, de onde partem fibras pós-sinápticas colinérgicas para os ácinos, ductos e ilhotas; • A inervação vagal colinérgica estimula a secreção enzimática das células acinares; • As fibras simpáticas partem dos gânglios celíaco e mesentérico superior. São fibras noradrenérgicas que provocam vasoconstrição e diminuição da secreção; • Os nervos do SNA também possuem fibras aferentes sensoriais que conduzem estímulos do pâncreas para o SNC, além de fibras aferentes de dor, ativadas por processos inflamatórios ou traumáticos. • O Pâncreas secreta cerca de 20 proteínas com função enzimática • A principal característica morfológica dessas células é a presença dos grânulos de zimogênio; • O RER das células acinares é bastante desenvolvido. É o local da incorporação dos aminoácidos para a síntese proteica; • O transporte das proteínas para o CG é realizado por vesículas, de onde as proteínas penetram nos vacúolos de condensação. Após a maturação dos vacúolos, estes se desligam formando os grânulos de zimogênio; • A secreção das proteínas para a luz acinar ocorre por exocitose. • Também acontece endocitose das membranas dos grânulos exocitados (reciclagem). REGULAÇÃO DA SECREÇÃO PANCREÁTICA • Três estímulos básicos são importantes na secreção pancreática: • Acetilcolina, liberada pelas terminações parassimpáticas do nervo vago e por outros nervos do sistema nervoso entérico; • Colecistocinina: secretada pela mucosa duodenal e do jejuno superior, quando o alimento entra no intestino delgado - estimulado pelos produtos de digestão de proteínas e também de ácidos graxos de cadeia longa. • Secretina: também secretada pela mucosa duodenal e jejunal, quando alimentos muito ácidos entram no intestino delgado. • Acetilcolina e colecistocinina são responsáveis por estimular os ácinos a secretarem enzimas, enquanto a secretina influencia mais na secreção de bicarbonato e água pelos ductos Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Receptores M3 – acetilcolina. • Receptores CCK – dois tipos com afinidades diferentes; altas doses de CCK ou de acetilcolina inibem o processo secretório e podem lesar as células acinares. • Receptores VIP – peptídeo vasoativo intestinal. • Receptores GRP – peptídeo liberador de gastrina. EFEITOS DE DIFERENTES DOSES DE COLECISTOCININA SOBRE CONCENTRAÇÕES DE CÁLCIO • O Ca2+ é o principal segundo mensageiro envolvido na secreção das células acinares; • A elevação citosólica de Ca2+ ocorre tanto em resposta à CCK como à acetilcolina; • Durante a estimulação das células acinares com doses fisiológicas de CCK, ocorrem aumentos da frequência das oscilações da concentração citosólica de Ca2+; • A estimulação com doses supramáximas de CCK ou acetilcolina induz um pico de elevação de Ca2+ citosólico, desaparecimento das oscilações e inibição da secreção, o que tem sido explicado pela ação desse íon rompendo o citoesqueleto. SECREÇÃO FLUIDA DO PÂNCREAS • A secreção de bicarbonato e água é responsabilidade dos ductos que saem dos ácinos pancreáticos, sendo o bicarbonato suficientemente básico para neutralizar o ácido estomacal quando o quimo chega ao duodeno. SECREÇÃO FLUIDA DE NACL DO PÂNCREAS • A secreção fluida que acompanha as enzimas é, provavelmente, secretada pelas células centroacinares, sendo também estimulada por CCK e acetilcolina. Esses hormônios elevam a concentração citosólica de Ca2+. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • O fluido secretado é fundamentalmente composto por NaCl e isotônico em relação ao plasma. Essa secreção hidrata a densa secreção proteica das células acinares. • Acetilcolina (ACh), colecistocinina (CCK) estimulam a secreção de NaCl, provavelmente por fosforilação de canais da membrana luminal (ML) e da membrana basolateral (MBL). ENZIMAS PANCREÁTICAS • Secreções de bicarbonato de sódio, água e enzimas pelo pâncreas, causada pela presença de soluções de ácido, gordura ou peptonas no duodeno Neutralizar o pH ácido do quimo (proteger a mucosa) pH adequado para o funcionamento das enzimas pancreáticas • Como ocorre com as secreções salivar e gástrica, a taxa secretória altera a composição do suco pancreático. ENZIMAS PANCREÁTICAS • 1. Proteínas: • Tripsina, Quimiotripsina e Carboxipolipeptidase. • No pâncreas estão na forma de tripsinogênio, quimiotripsinogênio e procarboxipeptidase (inativas). • Luz intestinal -> enteroquinase transforma tripsinogênio em tripsina. A tripsina transfoma quimiotripsinogênio e procarboxipeptidase. • Inibidor de tripsina -> localiza-se no citoplasmaao redor das vesículas no pâncreas. • 2. Carboidratos: • Amilase pancreática (amido -> dissacarídeos). • 3. Gorduras: • Lípase pancreática (gordura neutra -> ácidos graxos e monoglicerídeos) Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Principais enzimas: colesterol - esterase e fosfolipase FASES DA SECREÇÃO PANCREÁTICA – FASE CEFÁLICA • Durante a ingestão, mecano- e quimiorreceptores das cavidades oral e faríngea, estimulados pelo processo de mastigação e de deglutição, aumentam a secreção pancreática; • Nessa fase, a secreção pancreática é predominantemente enzimática; • A fase cefálica representa 25-50% da secreção máxima. FASES DA SECREÇÃO PANCREÁTICA- FASE INTESTINAL • A fase intestinal representa 70-80% da secreção máxima; • A secreção é volumosa e aquosa, contendo elevadas concentrações de HCO3- e enzimas; • Os principais mecanismos regulatórios para a secreção são hormonais e acionados pela chegada do quimo ao delgado. • Estimulo potente para a liberação de secretina da mucosa duodenal e jejunal é o pH do quimo. • O valor limiar de pH no lúmen do delgado para a liberação do hormônio é de 4,5. • Valores de pH de 5 a 3 aumentam a secreção de HCO3-, que se mantém inalterada entre 3 e 2. • Em pH abaixo de 3, a liberação de secretina e a secreção de HCO3- são relacionadas com a quantidade de ácido que chega ao duodeno. • Quantidade de secretina liberada passa a ser função do número de células S, ou do comprimento do delgado que é estimulado. PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO PÂNCREAS • Fibrose Cística: É uma doença genética. No pâncreas, altera a secreção de HCO3-, de Cl- e de água, nos ductos extralobulares, originando um fluido luminal espesso, rico em proteínas enzimáticas, que pode obstruir a drenagem da secreção e causar eventual destruição do parênquima pancreático, por ativação prematura de enzimas proteolíticas. • Pancreatite Aguda: Pode ser desencadeada por: alcoolismo, bloqueio da secreção no ducto biliar (comum em consequência de litíase biliar), hipertrigliceridemia (doença hereditária) e toxinas que elevam a secreção de acetilcolina (como os secreção de alguns inseticidas e as originárias de picadas de escorpião). SECREÇÃO BILIAR Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • A única função digestiva do fígado é a síntese e secreção da bile, importante na digestão e absorção de gorduras • A bile é sintetizada continuamente nos hepatócitos, a partir do colesterol da dieta; • O colesterol e sais biliares, chegam ao fígado pela circulação enteroepática, durante o período digestivo; • A bile é armazenada nos períodos interdigestivos, na vesícula biliar; • É lançada no duodeno através do ducto biliar comum, em resposta à presença de produtos da hidrólise lipídica. • Embora a bile não contenha nenhuma enzima digestiva, sua função na digestão e na absorção dos lipídeos é de extrema importância fisiológica: • Funciona como agente detergente sobre as gorduras em suspensão no fluido aquoso luminal do intestino; • Os sais biliares, fosfolipídeos e o colesterol, componentes da bile, formam micelas que interagem com a gorduras em suspensão, diminuindo sua tensão superficial e rompendo-as em gotículas, processo denominado emulsificação. FUNÇÕES • Metabólicas; • De síntese; • De degradação; • De armazenamento; • De desintoxicação; • De excreção. COMPOSIÇÃO DA BILE PRODUÇÃO DA BILE • São produtos finais do metabolismo do colesterol, por ação seletiva de um grupo de enzimas. • Função da Vesícula: • Armazenar e concentrar a bile (máximo 30 a 60 ml); • Vesícula absorve H2O, Na+, Cl- e concentra os demais constituintes. • Secreção Biliar - sais biliares (não possui enzimas) • Funções: • Emulsificar as gorduras • Transporte e absorção das gorduras = micelas • Excreção de produtos de degradação do sangue: • ex. Bilirrubina. • o armazenamento da bile na vesícula biliar Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • secreção de bile em resposta a CCK e Acetilcolina • o efeito colerético da secretina nos ductos biliares CONTROLE DA SECREÇÃO DA VESÍCULA BILIAR • ESVAZIAMENTO DA VESÍCULA: • Contrações na vesícula biliar • (CCK e Ach) • Relaxamento do esfíncter de Oddi • (CCK e peristaltismo intestinal) • Contrações peristálticas do duodeno • (mais importante) CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA DOS SAIS BILIARES • A bile é produzida e fica armazenada na vesícula biliar nos períodos interdigestivos. • Quando há estimulo a parede da vesícula biliar se contrai expulsando a bile para o duodeno. • Depois ela é reabsorvida e volta para o fígado. PATOLOGIAS – CALCULO BILIAR • Grande proporção da população acima dos 30 anos possui cálculos biliares, muitas vezes assintomático. Curso de Medicina – Fernanda Daumas FISIOLOGIA DO SISTEMA GASTROINTESTINAL ICTERÍCIA • Condição caracterizada pela coloração amarelada dos tecidos, mais notadamente da pele e da esclerótica dos olhos; • Essa característica é devido à elevação do nível de bilirrubina sanguínea; • Uma das causas é o aumento da destruição das hemácias com rápida liberação de bilirrubina não conjugada na circulação; • Obstrução dos ductos biliares.
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