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O prazer secreto

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O Prazer Secreto
Sexo Anal
Anatomia, Como Praticar, Curiosidades, Perguntas e Respostas...
Dr. Celso Marzano
O Prazer Secreto
Sexo Anal
Anatomia, Como Praticar, Curiosidades, Perguntas e Respostas...
© Copyright 2004 - by Celso Marzano - 1a Edição, 2014
Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA EDEN,
Rua Schiller, 143 - cj. 1502 - Curitiba - PR - CEP 80050-260
Tel./Fax: (41) 3264-5572
Tiragem: 2.000 exemplares.
Editor: Carlos Kadosh
Organizadores: Carlos Kadosh / Celine Imaguire
Projeto Gráfico e Diagramação: Edwaldo Vieira
Capa: Premium Comunicação Ltda.
Desenhos e ilustrações: Márcio Beraldi.
Impressão: Reproset Indústria Gráfica Ltda
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Marzano, Celso
O Prazer Secreto - Sexo Anal - Anatomia, Como Praticar, Curiosidades, Perguntas e
Respostas / Celso Marzano; Organizador: Carlos Kadosh. - Curitiba: Editora Eden, 2008
p. 186; il. ; 16,5x23cm
ISBN
978-85-98691-11-4
Inclui bibliografia.
1. Sexo Anal. 2. Sexo (Psicologia).
I. Kadosh, Carlos. II. Título.
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por
qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos
xerográficos, sem a permissão expressa dos editores (Lei nº 9.610, de
19.2.98)
Celso Marzano
Dedicatória
Dedico este livro a toda a minha família, aos amigos e parceiros
na área da sexualidade, que têm como meta o crescimento do estudo da
sexualidade do ser humano. Uma menção especial ao amigo, ídolo e
paizão Nelson Vitiello (em memória) por ter sido o meu grande
incentivador nesta área. Divido esta minha realização pessoal com
todos vocês, que de uma forma ou de outra contribuíram para a
finalização desta obra. Agradeço de coração e sejam felizes.
Sumário
Prefácio
Palavra do Sexólogo
Capítulo I
50 Rapidinhas: Perguntas e Respostas sobre Sexo Anal
Capítulo II
Mitos do Sexo Anal
MITO I: Dor no sexo anal
MITO II: Antecedente de dor
MITO III: Perda de fezes após o sexo
MITO IV: Orgasmo no sexo anal é possível?
MITO V: Higiene perfeita no ânus. Como?
MITO VI: O sexo anal é necessariamente um ato de
dominação?
MITO VII: O sexo anal sempre traz algum prejuízo ao
corpo?
Capítulo III
Variações, Desvios e Parafilias - Conceitos
Qual é o conceito de sexualidade “normal”?
Variação sexual
Desvios Sexuais
Parafilia
Capítulo IV
Pesquisas sobre Sexo Anal: Resultados e Conclusões
Pesquisa entre Homens
Pesquisa entre Mulheres
Capítulo V
Anatomia e Sexo Anal
Anatomia Básica
O reto
O ânus
Exercícios para fortalecer o músculo PC (pubo
coccígeo)
Capítulo VI
Sexo Anal: Como Fazer?
Diálogo
Prazer nas confidências
Lubrificação
O uso de anestésicos junto com lubrificantes
Acessórios com anestésicos
Estimulação anal e masturbação
Técnicas e Riscos
Sex-shops (boutiques eróticas)
Plug Anal
Corpos estranhos no reto
Diagnóstico
Tratamento
Higiene
Sobre os detritos fecais
Os pêlos
Camisinha
Erotização e prevenção com a camisinha
Penetração
Sexualidade
O toque
Sexo Oral
Sexo oral sadio e seguro
Sexo Anal - Penetração
Capítulo VII
Posições Sexuais no Sexo Anal
Complicações do sexo anal
Sexo anal e dor
Dupla penetração
Posições básicas do sexo anal
Capítulo VIII
Complicações do Sexo Anal
Agravamento de hemorróidas
Sexo anal causa hemorróida?
Fissura anal
Relaxamento da musculatura anal (raro)
DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis)
O que são DSTs?
Dicas para evitar Doenças Sexualmente
Transmissíveis
Capítulo IX
Aspectos Psicossociais: Homem e Mulher
Mulher
Homem
Erotização: masculina x feminina
Psicologia do fetiche - sexo anal
Um pouco de história
A homossexualidade na Grécia como papel social
A repressão de outras culturas
Tipos de personalidades por Freud
Sentimentos aflorados
Porque se pratica o sexo anal!
Porque não se pratica!
Conclusão
Capítulo X
Depoimentos sobre a Prática do Sexo Anal
Depoimentos retirados da internet
Depoimentos em entrevistas pessoais
Capítulo XI
50 Dúvidas Comuns sobre Sexo Anal
Capítulo XII
Curiosidades
Definições de ânus
Fisionomia
Geografia
Anal Piercing
Gírias para sexo anal
Gírias para ânus
Anilingus
Sodomia
Sodomy Law - Leis contra a sodomia
Anuscopia de alta resolução ou colposcopia anal
Diferença entre estupro e o atentado violento ao pudor
Apêndice A
Interatividade e Pesquisa
Pesquisa sobre sexo anal: Participe!
Depoimento sigiloso
Sugestões
Créditos das fotos, figuras e desenhos
Bibliografia
Prefácio
Não faz muito que médicos saíram a campo para atuar na área da
sexologia médica, e não são muitos médicos atuantes nesta área, que se
aventuram a escrever sobre seus conhecimentos. E entre estes, raros os
que procuram temas tão delicados como o escolhido por Celso
Marzano para seu livro. Somente depois de anos de clínica e já com
muita segurança de si, é que se buscaria escrever com sucesso sobre
estas áreas mais delicadas do comportamento sexual humano.
Já se escreveu recentemente que nós, brasileiros, pela
valorização que damos a este assunto, seríamos um povo sodomita. Se
somos ou não sodomitas não há dúvidas: somos. A questão nem é de
sermos mais ou menos do que outros povos do planeta. A questão é que
para o sermos, é bom que o sejamos de forma mais sábia. E temos neste
livro uma análise e um guia, não com receitas e conselhos higienistas,
mas com uma nova luz sobre o culto e o oculto do mito que envolve o
sexo anal.
Ser imparcial quando se trata de escrever sobre temas polêmicos
desafia a criatividade e a maturidade. E pela leitura deste texto, o leitor
perceberá que o autor é dono de ambos os predicados. Raro entre esta
seleta elite que descrevemos no início deste prefácio.
Levar a quem se interessa por este assunto, informação
despreconceituosa e responsabilidade sem ferir suscetibilidades, não é
uma tarefa simples, quem se dedica à sexologia sabe o quanto o tema
gera mobilizações. Visões religiosas usaram o sexo anal para
demonstrar o exemplo típico dos pecados humanos. Visões feministas o
vestiram como a prova cabal do desejo de humilhação que os machistas
impunham contra as mulheres. Higienistas o colocam como réu dos
crimes de contaminações perigosíssimas.
Este livro o estuda com os olhos de uma sexologia construtiva e
orientadora, sem perder de vista que o futuro é quem dará a esta prática
o destino que o passado não teve coragem de vislumbrar.
Independentemente deste futuro, temos aqui uma obra que merece ser
lida e analisada como um novo desafio de vencer preconceitos e tornar
conscientes as motivações e conseqüências da sodomia.
Dr. Eliezer Berenstein
Médico pela Faculdade Franciscana de Medicina, Ginecologia e
Obstetrícia pela Federação Brasileira da Sociedade de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO), Homeopata pelo Conselho Federal de
Medicina, Pós-graduado em Sexualidade Humana pelo Instituto Sedes
Sapientiae, de São Paulo e autor dos livros: A Tensão Pré Menstrual e
o Tempo para Mudanças (Editora Gente) e A Inteligência Hormonal da
Mulher (Editora Objetiva).
Palavra do Sexólogo
A prática do sexo anal é, provavelmente, o maior tabu sexual
existente em nossa sociedade. A penetração pelo ânus parece-para
algumas pessoas-como uma prática cruel e suja. A grande maioria dos
programas no mundo de educação sexual para estudantes com menos de
18 anos de idade não inclui qualquer menção ou orientação do prazer
anal ou sexo anal. Quando o sexo anal é citado na mídia, geralmente
leva a idéia de negatividade, violência e degradação, e dificilmente de
positividade ou prazer.
A sua reputação ficou pior ainda nas últimas décadas, devido ao
surgimento do vírus HIV, da AIDS, que é facilmente transmitido pelo
sexo anal desprotegido. Apesar de tudo isso, algumas pessoas gostam
muito da prática do sexo anal, enquanto outras odeiam e rejeitam. Um
terceiro grupo, ainda, nunca tentou e tem curiosidades.
Todos os dados deste livro são baseados em diversas fontes,
incluindo livros científicos médicos, livros de sexualidade, manuais
sexuais, internet, pesquisas pessoais, experiência profissional em
clínica particular por 30 anos e muita troca deinformações entre
sexólogos, terapeutas sexuais e leigos de idades variadas e orientações
sexuais hetero, bi e homossexuais.
PESQUISA: Valorização
Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (Carmita
Abdo – 2004): mostram que o sexo anal faz parte do
ato sexual masculino em 28,4% e do ato sexual
feminino para 15% dos 6.923 brasileiros entrevistados
nesta pesquisa.
De maneira geral, o sexo anal não deve ser dolorido. Se doer, é
porque o casal está fazendo algo de errado. A falta de informações
técnicas é, provavelmente, a causa das doloridas tentativas desta
variação sexual.
É totalmente possível praticar o sexo anal com segurança e
prazer usando lubrificante, camisinha e técnica adequada. Mesmo
assim, existem pessoas que não curtem, não aceitam. Se o seu parceiro
ou parceira for uma dessas pessoas, respeite seus limites e não o force.
A nossa cultura, que fala muito pouco sobre sexualidade e muito
sobre sexo, não dá a oportunidade de acesso a informações àqueles que
querem saber detalhes das diversidades sexuais, mesmo que não
desejem praticá-las.
Este livro não tem a intenção de incentivar esta
variação sexual, mas sim, elucidar dúvidas, quebrar mitos e
tabus que se mantêm por centenas de anos e levar
conhecimentos à população.
Como estudioso da sexualidade humana, respeitando todas as
pessoas, todas as crenças religiosas, todas as culturas sociais, e
acreditando que não podemos protelar mais a discussão e o
conhecimento dos detalhes da resposta sexual humana, coloco aqui, à
sua disposição, todas as informações detalhadas da prática do tão
fantasiado e tão desconhecido sexo anal.
Devemos ter em mente que as formas de compartilhar o sexo
devem ser desenvolvidas e que a busca de novas formas de prazer é
natural. As ações básicas do sexo são fáceis e simples e já estão dentro
de nós, fazendo parte do nosso instinto.
Temos que conhecer este potencial sexual, superar todos os
medos e mitos e desenvolver uma parceria positiva e criativa com a
pessoa desejada. A cultura e a sociedade nos impõem proibições e
culpas, que nos impedem de fazer o que queremos. Na sexualidade tudo
é uma questão de conscientização, aprovação, decisão, atitude e
principalmente, aprendizado.
O sexo anal é uma variação sexual que envolve pessoas em busca
do prazer. A intenção do casal homossexual ou heterossexual é a
Celso Marzano
felicidade, e no aspecto sexual a entrega, a busca de novos prazeres
sexuais e a intimidade. Fica clara a intenção da troca de “energias
sexuais” positivas, onde um quer ajudar o outro. Muitos depoimentos
relatam que a prática leva à experiência e à perfeição, e que a melhor
maneira de aprender sobre o sexo anal é fazê-lo.
Hoje não se fala mais na ação passiva e ativa, não se fala em
dominação e submissão no sexo anal. São termos ultrapassados e
preconceituosos que não refletem o vínculo afetivo entre os dois
parceiros. São “rótulos” falsos que devem ser evitados.
Um outro mito sobre sexo anal é que esta prática é só realizada
por homossexuais. Não é verdade, pois muitos casais heterossexuais
também praticam o sexo anal pela possibilidade de experimentar uma
variação sexual nova, diferente e muito prazerosa, para aumentar e
realçar suas experiências sexuais.
Aprendendo novas técnicas e variações da sexualidade humana
você pode, ou não, ter sensações e sentimentos negativos,
especialmente se teve experiências ruins no passado. Entretanto, é
importante manter a mente aberta e lembrar que todas as formas de
variações nas práticas sexuais, não importando se consideradas comuns
ou não, são praticadas por milhares de pessoas.
Por isso, este manual foi criado para todos, homens e mulheres,
heterossexuais, bissexuais ou homossexuais. Seu maior objetivo é
esclarecer e propiciar possíveis relações sexuais mais saudáveis,
higiênicas e seguras. Afinal, a informação é um dos parâmetros para
uma melhor qualidade de vida.
Capítulo I
50 Rapidinhas:
P erguntas e Respostas sobre Sexo Anal
50 Rapidinhas:
Perguntas e Respostas sobre
Sexo Anal
A intenção deste capítulo é descrever algumas das questões mais
comuns sobre sexo anal, expor rapidamente cada um delas para, em
seguida, indicar o capítulo e a página correspondentes para que você
possa se aprofundar no tema. Desta forma, oferecemos uma espécie de
índice pormenorizado, facilitando a busca dos assuntos de acordo com
os questionamentos de cada um.
1-Qual é a melhor posição sexual para o sexo
anal?
A melhor posição é aquela em que os parceiros se sentem mais
confortáveis, mais confiantes e com maior possibilidade de ter prazer.
(Leia mais no capítulo VII)
2-Tenho dor logo após a relação anal e, às vezes,
no d ia seguinte. O que devo fazer?
Se ocorrer dor é porque a relação foi, de alguma forma,
traumática. Reveja a posição sexual adotada e os detalhes da técnica
utilizada e discuta o assunto com a parceria. Na dúvida, você deve
procurar ajuda médica. A presença de dor na penetração, durante ou
após o coito anal é a forma do corpo dizer: “não estou bem, algo de
errado está acontecendo”. Nós devemos ouvir o nosso corpo. Se você
ignorar estes alertas e continuar poderá se machucar. (Leia mais no
capítulo VI - Penetração)
3-Urinar após a relação anal a juda a evitar uma
DST (Doença Sexualmente Transmissível)?
Ajuda, mas não é suficiente. Muitas DSTs são transmitidas
também pela pele e pelo esperma (sêmen). O uso do preservativo é
essencial. (Leia mais no capítulo VIII - DST)
4-Devo usar mais de uma camisinha no sexo anal?
Não, porque o atrito entre elas facilitará a ruptura das mesmas,
colocando os parceiros em risco de contrair DSTs. (Leia mais no
capítulo VI - Camisinha)
5-Posso usar anestésico durante o sexo anal para
não sentir dor?
Pode, mas tendo o ânus e/ou o pênis anestesiados, perde-se a
noção da sensibilidade da pele destas regiões durante a penetração,
impedindo que se perceba algo de errado que esteja acontecendo, como
dor e ferimentos, por exemplo. Além disso, o prazer também ficará
comprometido, já que as sensações não serão percebidas. (Leia mais
no capítulo VI - Lubrificação / Uso de anestésicos junto com
lubrificantes)
6-A perda de fezes ocorre após quantas relações
anais?
Ocorrência rara. Não se trata de número de relações e sim da
forma que são praticadas. Esta perda não ocorrerá com relações sem
violência, com muita lubrificação e se ocorrer o relaxamento dos
esfíncteres (anéis musculares) do ânus. (Leia mais no capítulo VIII)
7-Existe qualquer chance de engravidar pelo sexo
anal?
Não há chance, mesmo sem o uso de preservativo, pois o
intestino não tem nenhuma ligação com o sistema reprodutivo na mulher.
(Leia mais nas páginas 39 a 42)
8-Sexo anal dá coceira?
Em princípio não; porém, se não tiver uma higiene adequada
antes e depois da penetração pode ocorrer alergia ou inflamação, o que
pode levar ao sintoma de coceira anal. (Leia mais nas páginas 102 e
103)
9-E se sangrar durante a penetração anal, o que eu
faço?
Este evento não é comum. Se a penetração for forçada e com
pouca lubrificação podem ocorrer ferimentos (lascerações) na pele ou
na mucosa anal. Neste caso, interrompa a relação sexual, lave bem a
região genital e observe. Se não parar o sangramento, os parceiros
devem procurar ajuda médica de imediato. (Leia mais na página 74)
10-Sexo anal pode estourar as hemorró idas?
Isto é raro acontecer. Hemorróidas externas (vasos sanguíneos de
grande calibre) dificultam a penetração anal e se forçadas podem se
romper e sangrar. Daí a necessidade da delicadeza e muita lubrificação.
Se ocorrer o sangramento, a espera para uma nova relação anal deve
ser de no mínimo cinco dias a fim de que haja tempo para uma perfeita
cicatrização. (Leia mais na página 99)
11-E os pêlos no ânus, a trapalham? Devo raspar ou
fazer dep ilação?
Se a lubrificação for suficiente, não atrapalha. Para uma maior
higiene e estética visual a depilação anal pode ser realizada. É uma
decisão individual. (Leia mais na página 60)
12-O meu parceiro tem um pênis grande. Tenho
medo de me machucar.Como faço para agüentar?
Relações anais com pênis de tamanhos maiores devem ser
discutidas e avaliadas antes da sua realização. Na prática a penetração
deve ocorrer lentamente e com muita lubrificação. O medo faz com que
os anéis musculares – os esfíncteres anais – não relaxem, dificultando a
penetração. Na prática, muitos relatam que com pênis maiores pode
ocorrer o sexo anal com muito prazer e sem complicações. (Leia mais
na página 78)
13-Ele só quer sexo anal. Pode ser uma “doença
sexual”?
Não se utiliza a expressão “doença sexual”. A procura de formas
diferentes de prazer por variações de posições sexuais, inclusive pelo
sexo anal, é considerada normal. Contudo, se a procura for só pelo sexo
anal e isto estiver gerando alguma ansiedade, pode ser considerada uma
parafilia (uma fixação em um só tipo de excitação sexual), e um
terapeuta sexual deve ser consultado. (Leia mais nas páginas 23 e 24)
14-Só penso em sexo anal. Sou doente?
O pensar em sexo anal faz parte das fantasias sexuais masculinas
e femininas. Portanto, pensar não é “doença”, mas sugiro fantasiar
também com outras variações sexuais. (Leia mais nas páginas 23 e 24)
15-Tenho medo dele se acostumar com o sexo anal,
“ f icar viciado” e não querer outras posições
sexuais que me agradam. O que faço?
O sexo anal pode tornar-se uma prática mais freqüente se for
prazerosa, mas ele não vicia. A iniciativa de buscar outras posições
sexuais pode ser do homem e também da mulher. Muitos homens gostam
de mulheres ousadas. (Leia mais nas páginas 23 e 24)
16-Se eu estiver com corrimento vaginal, posso ter
sexo anal?
O corrimento deve ser tratado, mas geralmente não há problemas
na prática do sexo anal. São canais diferentes e não se interligam. O
que ocorre é que corrimentos vaginais podem provocar incômodos ou
dores que dificultam também a penetração anal. (Leia mais nas páginas
58, 67 e 99)
17-O sexo anal faz a prósta ta crescer no homem?
Não tem nada a ver. A próstata faz parte do sistema urinário e
não do intestinal. O contato do pênis com o intestino que está ao lado da
próstata pode massageá-la e proporcionar prazer e não desencadear
qualquer doença prostática. (Leia mais na página 46)
18-O pênis pode furar ou machucar o meu intestino
e eu não sentir?
Estes acontecimentos são raros nas práticas sexuais anais. Só se
as regiões envolvidas na prática anal estiverem anestesiadas pelo uso
exagerado de anestésicos locais ou por falta de lubrificação. Pode
também ocorrer em situações agressivas e estupro anal. Esta região é
muito sensível e qualquer ferimento será percebido. (Leia mais nas
páginas 69, 74, 77 e 78)
19-Se a camisinha estourar e parte dela f icar
dentro do ânus, o que fazer?
Se isso ocorrer, pare a relação, mantenha a calma e espere,
porque na próxima evacuação os pedaços do preservativo sairão
espontaneamente, sem qualquer complicação. (Leia mais na página 67)
20-A dor no sexo anal d iminui com o tempo e com
mais relações?
A dor, quando presente no ato sexual, geralmente causa ansiedade
e medo e a sua causa deve ser investigada. Quase sempre ela aparece
por falta de técnica adequada, pressa, pouca lubrificação e não
relaxamento da região anal. Pela prática do sexo anal adaptações
ocorrem e os parceiros vão se ajustando para um maior prazer. Os
mesmos devem sempre conversar sobre as dificuldades e fazer
mudanças para evitar qualquer desconforto. (Leia mais nas páginas 15,
74 e 84)
21-Posso fazer sexo ora l após o sexo anal?
Esta variação deve ser evitada pelo risco de contaminação bucal
por fezes ou resíduos fecais. O sexo oral só poderá acontecer após uma
boa higienização do pênis com água e sabonete. (Leia mais na página
72)
22-Faz mal à mulher ou ao homem se masturbar
durante o sexo anal?
Não causa prejuízos para o receptor e nem para o penetrante. Até
porque, em muitas das vezes entre os homossexuais masculinos o
orgasmo ocorre com a masturbação concomitante à penetração anal.
Também na mulher, a masturbação concomitante ao coito anal pode
facilitar o orgasmo. (Leia mais na página 52)
23-Se a mulher introduzir qualquer conso lo (pênis
artif icia l) na vagina enquanto pra tica o sexo anal,
pode se prejud icar?
Neste caso alguns cuidados para não haver ferimento na vagina e
no ânus devem ser observados. Geralmente o consolo é de tamanho
pequeno. Também deve haver muita lubrificação e penetrações de
pequena intensidade, tanto vaginais como anais. (Leia mais nas páginas
70 e 89)
24-E se a dupla penetração for com dois pênis, há
prejuízos?
Neste caso alguns cuidados devem ser observados, tais como
posição adequada, movimentação lenta (geralmente só de um dos pênis)
e muita atenção e delicadeza. É uma variação do sexo anal que exige
muita lubrificação, tempo e muita atenção, porque ocasionalmente
poderá haver ferimentos e contaminações com fezes ou resíduos fecais.
(Leia mais nas páginas 74 e 85)
25-Posso furar o intestino com o dedo durante a
d ila tação anal?
Ocorrência rara. Se a dilatação for delicada, lenta e com muita
lubrificação, não há maiores riscos de ferimentos. Sugere-se unhas
aparadas e bem limpas. (Leia mais na página 52)
26-Devo usar dedeira ( luva para o dedo) para
dila tar o ânus?
O que deve ser lembrado é que ao introduzir o dedo no ânus você
entra em contato com fezes ou secreções do reto. Para a dilatação não é
necessária a dedeira e o seu uso é opcional: fica por conta da sua
intimidade com o parceiro. (Leia mais na página 52)
27-E se o pênis entrar na vagina sem querer após
ter penetrado no ânus. O que fazer?
Se isso acontecer, com ou sem camisinha, existe o risco de
contaminação por bactérias das fezes e do reto. Você deve parar a
relação na hora e fazer uma higiene, com água e sabonete,
cuidadosamente em toda região genital e anal. No caso do canal da
urina (uretra), urinar também ajuda a prevenir infecções. Para a vagina,
a lavagem com sabonete é suficiente. (Leia mais nas páginas 59, 69, 70
e 74)
28-Quanto tempo o sexo anal pode durar?
Não há tempo determinado. A prática pode durar até que os
parceiros queiram parar. A prática e o tempo devem ter o aval
(consentimento) dos dois parceiros para que não haja seqüelas ou
conseqüências negativas durante ou após o ato sexual.
(Leia mais nas páginas 67 e 79)
29-A vontade de evacuar durante o sexo anal é
normal? Tem como parar esta sensação?
Isto ocorre com freqüência e pode ser desconfortável. Ela é mais
comum nos iniciantes por não relaxarem o suficiente. Uma dica que
ajuda é sempre tentar evacuar antes da relação anal. (Leia mais na
página 74)
30-Se eu tiver hemorró idas devo evitar o sexo anal?
Não é necessário evitar, desde que sejam seguidos os cuidados
específicos para esta prática sexual. No entanto, se as hemorróidas
forem grandes ou estiverem inflamadas, a penetração anal deve ser
evitada até a procura do médico proctologista para o tratamento. (Leia
mais nas páginas 99 e 100)
31-As fezes podem penetrar pela pele do pênis ou
só pelo canal (uretra)?
A contaminação por bactérias das fezes na pele só ocorre se
existir ferimento tipo corte ou úlcera (ferida). A contaminação do canal
do pênis ocorre pela mucosa e é mais fácil e comum. Daí a importância
do uso da camisinha. (Leia mais nas páginas 102 a 108)
32-Sempre ocorre infecção no canal do pênis
(uretra) se não usar camisinha?
As pessoas se arriscam pelo não uso do preservativo. Ele é uma
barreira mecânica para os germes e resíduos fecais. Muitas vezes se
constata na prática médica que não ocorre a infecção, sugerindo que o
próprio organismo se defende evitando a contaminação. Pela uretra o
movimento muscular é de eliminação das secreções de lubrificação e
sempre no sentido de dentro para fora. Também urinar depois da
ejaculação ajuda na prevenção de infecções. (Leia mais na página 61)
33-Tenho verrugas na entrada do ânus. O que devo
fazer? Posso pra ticar sexo anal?
Verrugas no ânus ou em qualquer parte da região genital podem
ser sinais de uma DST (DoençaSexualmente Transmissível) chamada
Condiloma Acuminado ou “Crista de galo”. Procure um especialista o
mais breve possível e as relações sexuais devem ser evitadas. (Leia
mais nas páginas 102 a 108)
34-Quais os sina is ex ternos no ânus de Doenças
Sexualmente Transmissíveis?
Quando aparecem pequenas bolinhas (vesículas), verrugas,
secreções estranhas ou feridas na região do ânus, a prática sexual deve
ser evitada e a procura de um especialista é indispensável. Pode ser
uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). (Leia mais nas páginas
102 a 108)
35-Quanto tempo se pode esperar para lavar o
pênis após o sexo anal?
A higiene deve ser realizada o mais breve possível, com água e
sabonete, para se retirar qualquer resíduo de secreção do canal retal
(mesmo usando camisinha). Também para a região anal vale a mesma
regra de higiene. (Leia mais nas páginas 58 e 74)
36-Posso ter mais de uma relação anal seguida?
A quantidade de relações é uma decisão pessoal. No entanto, o
ânus e o canal do reto são regiões sensíveis e devem ser evitadas
relações prolongadas. (Leia mais na página 67)
37-Após a relação anal devo forçar para evacuar?
Não é necessário. Não há razão para a evacuação após o coito
anal, a não ser que queira eliminar o esperma ejaculado (sem o uso do
preservativo) ou se associado por uma ruptura da camisinha. (Leia mais
na página 74)
38-Masturbação anal faz mal?
Não faz mal. As técnicas para a masturbação devem ser
conhecidas com detalhes para não ocorrer ferimento ou traumas locais.
Se realizada com esses cuidados geralmente não há problemas locais, e
é mais uma fonte de prazer. (Leia mais nas páginas 52 a 55)
39-Com que posso me masturbar?
A masturbação anal, muito praticada, exige o conhecimento de
técnicas e cuidados. O primeiro cuidado é com o que se introduz no
ânus. Os acessórios mais utilizados, além dos dedos, são plugs anais e
“consolos” (pênis artificiais). Estes devem ser de tamanhos adequados
e introduzidos com delicadeza e muita lubrificação. (Leia mais nas
páginas 52 a 55)
40-Se durante a masturbação anal f icar perd ido
parte ou o ob jeto inteiro dentro do ânus, o que
fazer?
Se isto ocorrer, o primeiro passo é tentar evacuar (sem forçar
demais) e eliminar o corpo estranho. Se não conseguir a pessoa deve
procurar orientação médica de imediato em pronto-socorro para tirar o
objeto perdido internamente, sob anestesia, com ou sem cirurgia. (Leia
mais nas páginas 56 a 58)
41-Por que é mais fácil pegar AIDS pelo sexo anal?
Não só é mais fácil pegar como também transmitir a AIDS para o
parceiro. As micro lesões que ocorrem no ânus e no pênis durante a
relação anal são os locais de entrada do vírus da AIDS. Também a
mucosa do intestino absorve com maior facilidade o vírus do que a
mucosa vaginal. A prática do sexo seguro é vital para a prevenção das
DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Outras formas de prazer
anal sem barreiras de segurança podem também aumentar os riscos de
contaminação pelo vírus. Aqui incluem-se o contato oral-anal, a
penetração manual, ou o compartilhar de acessórios sexuais. (Leia mais
nas páginas 102 a 108)
42-E se a pessoa co locar a camisinha só na hora da
ejaculação , tem a mesma segurança para se evitar
as DSTs?
Esta é uma prática errada e nada segura quanto à prevenção das
Doenças Sexualmente Transmissíveis. O contato com a secreção anal é
o suficiente para a contaminação. Para maior segurança, o preservativo
deve ser utilizado durante toda a relação sexual. (Leia mais nas
páginas 61 a 68)
43-Posso machucar o pênis na relação anal?
Acontecimento raro. A relação anal deve ser lenta e cuidadosa. A
prática violenta, sem os cuidados necessários e sem atenção pode
ocasionar desde ferimentos leves até a “fratura do pênis” (quebrar o
pênis), além de lesão grave com possíveis repercussões na curvatura e
na ereção peniana. Todo cuidado é pouco. (Leia mais na página 79)
44-As fezes matam “os b ichinhos” das DSTs no
esperma após a ejaculação no sexo anal?
Não. As bactérias e os vírus eliminados pelo esperma
permanecem vivos mesmo em contato com fezes ou secreções do canal
do reto. Os riscos de contaminação no sexo anal, sem a prática do sexo
seguro, sempre são possíveis e devemos estar atentos. (Leia mais nas
páginas 102 a 108)
45-Aconteceu comigo uma relação anal forçada na
infância . Como sei se me causou a lguma doença?
As doenças do reto e ânus têm sintomas e sinais bem evidentes e
são de fácil diagnóstico. Somente algumas DSTs como a AIDS e a
Sífilis podem estar presentes no sangue sem dar qualquer aviso. Se
possível, use sempre preservativo e procure um médico para exames
preventivos uma vez ao ano. (Leia mais nas páginas 111 a 121)
46-Pode se ter orgasmo pelo ânus?
Com certeza sim. Depoimentos confirmam orgasmos diferentes
do vaginal e muito intensos. O ânus e o reto não têm terminações
nervosas específicas para aumentar a excitação até atingir o orgasmo.
No entanto, pela fantasia, imaginação, masturbação e entrega de corpo e
alma, o prazer maior (orgasmo) pode ser alcançado. (Leia mais na
página 70)
47-O ânus se a larga o suf iciente durante o sexo
anal para não provocar dor?
Sem dúvida que sim. Os esfíncteres (anéis musculares) do ânus
relaxam o suficiente para receber o pênis, sem lesões locais e sem dor.
É necessário sempre fazer uma dilatação prévia do anel do ânus para
facilitar a penetração. (Leia mais nas páginas 15, 74 e 84)
48-É comum a prá tica do sexo anal?
O sexo anal é uma variação sexual realizada pela procura do
prazer sexual. É uma das fantasias sexuais masculinas e femininas mais
freqüentes, embora pouco discutidas e pouco conhecidas em seus
detalhes. Respeitando-se todas as religiões e crenças, é um assunto que
merece e deve ser conhecido e discutido por todos, mesmo por aqueles
que não pretendem praticá-lo. (Leia mais nas páginas 15 a 18 e
capítulo IV)
49-Pensar em sexo anal sugere a lguma “ tendência
homossexual”?
Primeiro, o termo “tendência homossexual” é uma forma de
preconceito e o seu uso foi banido e deve ser evitado. O sexo anal pode
ser praticado por heterossexual, bissexuais e homossexuais sem perder
a sua própria orientação sexual. É uma fantasia sexual compartilhada
por homens e mulheres. É importante salientar que o prazer anal ou o
sexo anal são práticas muito prazerosas e muito praticadas. (Leia mais
nas páginas 15 a 18)
50-Por que é bom sabermos deta lhes sobre as
prá ticas sexuais?
A energia vital e a “energia sexual” fazem parte do ser humano.
Sexo é o ato físico propriamente dito e a sexualidade é a expressão, em
todas as suas formas, do sexo. Depende da nossa cultura, do país, da
cidade, da família e toda nossa sociedade. Cada um de nós tem uma
cultura sexual própria e uma sexualidade própria e individual.
Temos o instinto sexual que nos leva à aproximação e ao sexo
com a pessoa que nos atrai. Para que esta sexualidade ativa seja
prazerosa e crescente, temos que conhecer os detalhes da resposta
sexual, com todos seus aspectos físicos e emocionais. Devemos quebrar
mitos e tabus sexuais, que fazem muitas pessoas sofrerem por anos e
anos, por idéias errôneas sobre a sua sexualidade. Não tenho a intenção
de incentivar a prática do sexo anal, mas sim, a meta de que a
sexualidade humana seja conhecida em todos os seus detalhes, para o
crescimento do ser humano como um todo e para uma qualidade de vida
melhor para todos nós. (Leia mais na página 15)
Capítulo II
Mitos do Sexo Anal
Mitos do Sexo Anal
Milhares de homens e mulheres, heterossexuais, homossexuais ou
bissexuais estão iniciando e experimentando a prática do sexo anal.
Entretanto, os mitos e tabus sexuais inibem as pessoas de falar, discutir,
pensar ou aprender sobre esta prática sexual.
O que você aprendeu ou ouviu falar sobre sexo anal na sua
infância, na sua adolescência e quando adulto? A grande possibilidade
é de nós termos alguma bagagem cultural negativa sobre o assunto. Nós
podemos brincar, rir e lembrar de fatos interessantes e curiosos ligados
a estaregião do nosso corpo. Acredito ser o mais prejudicial destes
mitos e tabus a negação e a prevenção de muitas pessoas da
possibilidade do prazer anal e de exercitar os seus desejos sexuais.
Leia sobre alguns dos mitos mais comuns e conheça a verdade!
MITO I: Dor no sexo anal
A crença de que a estimulação anal, principalmente o coito, tem
que machucar ou doer é falsa. A maioria dos praticantes do sexo anal
não tem dor alguma. Este medo assusta e afugenta a maioria das pessoas
desta prática sexual. Entre homossexuais, onde a prática anal é
constante a dor é praticamente ausente. Se presente em pequena
intensidade e só na penetração não atrapalha o prazer. Sempre que
existir dor significa que algo está inadequado naquele momento. O ânus
é uma região muito inervada e a dor pode inibir o prazer. No entanto, no
sadismo sexual, a dor é uma fonte de muita excitação.
Quando ocorre qualquer possibilidade de penetração anal (com o
dedo, objeto ou pênis) ocorre um espasmo (contração) dos músculos
locais como se fosse uma defesa para a não penetração. Haverá dor se
os parceiros não esperarem até que estes músculos relaxem. O
relaxamento depende da cumplicidade, confiança e do carinho. Desta
forma, não haverá desconforto local, relaxamento maior e ausência de
dor muscular, o que facilitará a penetração.
MITO II: Antecedente de dor
Tudo o que acontece em nossas vidas, tanto as experiências
positivas quanto as negativas, influenciam as nossas emoções e a nossa
resposta sexual. Experiências sexuais traumáticas marcam e poderão
ser lembradas em ocasiões semelhantes.
No entanto, o fato de ter ocorrido dor ou desconforto em certa
ocasião sexual (como sexo anal), não significa obrigatoriamente que as
mesmas sensações voltarão. Não é somente o desejo de ter uma relação
anal que impede o desconforto. São necessários outros parâmetros para
o total relaxamento muscular. Uma tensão anal crônica por obstipação,
fissuras anais ou hemorróidas inflamadas são as causas mais comuns de
desconforto durante o sexo. A tensão pode diminuir com manobras tipo
toque digital na pele ao redor do ânus, com lubrificações a base de
água, por respiração relaxante, pela certeza de que o parceiro não será
intempestivo e agressivo, por masturbação simultânea, etc.
Em resumo, qualquer atividade que tire a concentração ao temor
da dor poderá ter como resultado uma nova oportunidade erótica, com
maior entrega sexual, sem dor ou traumas, independente de antecedentes
desconfortáveis.
MITO III: Perda de fezes após o sexo
Este é um acontecimento raro nesta prática sexual. A anatomia da
região anal mostra no ânus dois esfíncteres musculares em forma de
anel que circundam o canal anal e que funcionam de forma
independente. O esfíncter externo é voluntário (você tem controle dele)
e o interno é involuntário (você não tem controle de sua contração). O
esfíncter externo você controla como, por exemplo, os músculos da sua
mão, isto é, você os contrai e relaxa quando quiser.
O esfíncter interno é diferente, ou seja, controlado pela parte
autônoma do sistema nervoso central, como os músculos do coração.
Este (interno) reflete e responde ao medo e à ansiedade durante o sexo
anal.
Quando ocorre uma penetração sem que o receptor esteja
preparado, com os músculos dos esfíncteres contraídos, pode ocorrer
trauma com ruptura de fibras musculares, gerando dor ou sangramento.
Nos casos de atentado violento ao pudor pela introdução de
acessórios de grosso calibre no ânus, de forma violenta, sempre há
lesões de maior ou menor grau nestes esfíncteres. Se experiências
traumáticas como estas forem repetitivas, ocorrerá lesão grave e
permanente dos músculos levando à perda de fezes de forma
involuntária.
MITO IV: Orgasmo no sexo anal é
possível?
Sem dúvida que sim. Em entrevistas de praticantes muitos
relatam orgasmos e também muitas mulheres e homens chegam ao
orgasmo com o sexo anal e com uma estimulação genital concomitante.
Outros não têm orgasmo, mas não vêem nisto uma derrota e sim uma
forma de aproximação, carinho e amor. As mulheres têm maior
possibilidade do orgasmo quando praticam contrações musculares da
vagina e da região pélvica que aumentam a sua excitação, somada ao
efeito da fantasia excitante de estar sendo penetrada. Entre os homens, a
estimulação da próstata e região facilita o orgasmo. A excitação
aumenta também no sexo anal quando os participantes estão envolvidos
em muita fantasia e imaginação. No entanto, a estimulação direta genital
tem o papel importante para se chegar ao clímax quando o sexo anal
está sendo praticado.
PESQUISA: KINSEY
Há cinqüenta anos (1955), o sexólogo Alfred Kinsey
disse que a região anal tinha um significado erótico
para muitos homens e mulheres da população
americana. Em suas pesquisas 11% dos homens
casados relataram uma frequência de uma a múltiplas
FIQUE LIGADO:
Função do reto
A principal função
do reto é a eliminação das
fezes. Estas ficam
acumuladas nesta região
até a defecação.
Entretanto, restos fecais
podem permanecer na
região e aparecer no
pênis, na camisinha ou
nos acessórios utilizados
no sexo anal. Uma higiene
prévia do reto pode
ajudar a evitar situações
como estas que podem
afetar o momento erótico
pelo cheiro característico
de fezes, ou pela presença
destes resíduos. Para
muitos, é o suficiente para
se evitar a prática do sexo
anal.
vezes a prática do sexo anal (Kinsey, Alfred C. et al
,1948).
Existem depoimentos claros, tanto de
homens como de mulheres que praticam o
sexo anal, que relatam ter orgasmos sem
qualquer outra estimulação concomitante. A
experiência, a excitabilidade e a erotização
individual do ser humano é que determinam
estas diferenças na sua resposta sexual.
MITO V: Higiene perfeita
no ânus. Como?
A higiene prévia externa com água e
sabonete é importante. Já a higiene interna é
opcional. Com certeza esperar que esta região
fique esterilizada é impossível.
Muitas pessoas podem chegar à
conclusão errônea de que a higiene que se
deve ter ao praticar sexo anal é igual à que se
deve ter quando se pratica sexo genital. Mesmo as duas regiões sendo
mucosas e se distenderem, são completamente diferentes. O reto é uma
estrutura não retilínea. Depois de um pequeno canal anal que se conecta
com a abertura anal, o reto se dirige para frente do abdome, após
poucos centímetros se curva para trás e novamente para frente. Estas
curvaturas exigem uma penetração progressiva e lenta para que estas
ondulações se adaptem ao pênis. A agressividade neste momento levará
a traumas locais.
Outra diferença importante é que a vagina tem uma lubrificação
abundante, que favorece a penetração, enquanto o reto produz pouco
muco. Desta forma o uso de lubrificantes é indispensável. Sempre se
deve usar produtos á base de água, evitando-se aditivos químicos, que
não são látex compatíveis (rompem a camisinha), provocam alergias e
reações inflamatórias locais.
MITO VI: O sexo anal é necessariamente
um ato de dominação?
A dominação e a submissão fazem parte de muitos momentos
eróticos e são aceitos normalmente por seus praticantes. No entanto,
certas posições sexuais praticadas no sexo anal sugerem maior
dominação de um lado e maior submissão do outro. Estes pensamentos
negativos podem inibir o prazer, diminuir a excitação e favorecer a
tensão dos músculos anais. O sexo anal deve ser evitado se é
compreendido como uma expressão de poder. Por outro lado, esta
variação sexual pode ser muito prazerosa para os parceiros sem existir
esta questão de dominação e dominante. Outras vezes a fantasia da
dominação e submissão excita e mobiliza o coito anal.
MITO VII: O sexo anal sempre traz algum
prejuízo ao corpo?
Esta afirmação não é verdadeira. O sexo anal é uma prática que
exige conhecimentos prévios de como praticá-lo de forma adequada
entre homens e mulheres de qualquer orientação sexual (heterossexuais,
homossexuais, bissexuais e transexuais) ou de qualquer crença
religiosa.
Nenhum prejuízo é causado por esta variação sexual se os dois
parceiros a aceitam, a conhecem e a praticam com técnica correta,delicadeza e preparo psicológico.
A agressividade, a dor e o sangramento são raros e resultam de
contusões, lesões locais, gerando ansiedade e afastamento dos
parceiros.
O maior prejuízo possível nesta prática sexual são as DST
(Doenças Sexualmente Transmissíveis). Gonorréia, Sífilis, Herpes,
HPV e AIDS são as mais comuns. Outras contaminações possíveis
ocorrem na vulva, vagina e boca em situações de erros de higiene e de
cuidados locais. Desta forma, o uso do preservativo (camisinha) é
muito importante para a sua proteção. Em relacionamento monogâmico,
com dois parceiros saudáveis, o risco da transmissão de doenças é
mínimo.
Capítulo III
Variações , Desvios e P arafi l ias-
Concei tos
Variações, Desvios e Parafilias -
Conceitos
Estudar a sexologia implica em estudar os seres humanos como
indivíduos sexualizados, portadores de um comportamento sexual de
homens e mulheres, incluindo a abordagem dos sentimentos, das
condutas e fantasias sexuais, bem como das dificuldades e resoluções
dos “problemas”. Quando a sexologia estuda as variáveis e condutas
variantes, estamos falando de Parafilias.
Cada um de nós recebe padrões hereditários diferentes e é
influenciado de maneira única pelos eventos psicossociais que cercam
nosso desenvolvimento. Assim, cada um de nós exerce, ainda que
dentro de um padrão geral comum, suas próprias formas preferenciais
de prazer.
Naturalmente, o ser humano usa muita fantasia e imaginação na
esfera da sexualidade. A procura de novas formas de prazer é constante
e considerada sadia pelos sexólogos, sempre respeitando todas as
crenças e doutrinas religiosas. As chamadas variações sexuais são
comuns e nelas se encaixam o sexo oral, o sexo anal, as diferentes
posições sexuais, entre outras.
Quando esta variação é repetitiva, chegando a ser até obrigatória
para a obtenção da excitação e prazer, gera ansiedade entre os
parceiros e questionamentos da sua “normalidade”. Qualquer atividade
que gere sentimentos negativos, como medo e ansiedade, deve ser
avaliada por um terapeuta sexual, visto que se encaixam dentro das
chamadas parafilias sexuais.
Qual é o conceito de sexualidade
“normal”?
O médico inglês, antropólogo e sexólogo Henry Havelock Ellis
(1859-1939) disse que “todas as pessoas não são como você, nem
como seus amigos e vizinhos, inclusive, seus amigos e vizinhos podem
não ser tão semelhantes a você como você supõe”. Culturalmente se
reconhece o sexo convencional como sendo heterossexual,
monogâmico, coital, com finalidade prazerosa e/ou procriativa. Evita-
se o termo “normal”, devido ao fato das pessoas confundirem
(erroneamente) o “não-normal” com o “patológico” (doente). Os termos
atuais usados são “o mais comum” e “o menos comum”.
Variação sexual
São práticas eventuais, com intenção de fugir à rotina. Tais
práticas podem se repetir em algumas situações, mas não
obrigatoriamente, podendo a pessoa, em busca de experimentar novas
formas de prazer, adotar práticas diversas. Muitas vezes, são também
utilizadas como preâmbulo ao ato sexual, por exemplo, o sexo oral,
masturbação e sexo anal.
Desvios Sexuais
Dá-se também o nome de desvios sexuais quando estas práticas
estão fora do socialmente aceito como “normais” e que, embora não
sejam obrigatórias para a satisfação sexual, também exercem grande
atração sobre o praticante, que tende a repeti-las. Por exemplo, atração
por pés, voyeurismo, etc.
Parafilia
É o termo atualmente empregado para os transtornos da
sexualidade, anteriormente referidos como “perversões”. A Parafilia,
pela própria etimologia da palavra, diz respeito à “para” de paralelo,
ao lado de, “filia” de amor a, apego a. Portanto, para estabelecer-se
uma parafilia, está implícito o reconhecimento daquilo que é
convencional (estatisticamente normal) para, em seguida, detectar-se o
que estaria “ao lado” desse convencional.
Chama-se parafilia a atividade sexual na qual a resposta (desejo,
excitação e orgasmo) ocorre normalmente; contudo o indivíduo
necessita, para obtenção da sua excitação, de um objeto ou práticas não
usuais, não comuns para a sociedade; por fim, é considerado
fisiologicamente normal. Existem diversas modalidades de parafilias e
são consideradas práticas sexuais aceitas quando não provocam danos
a outras pessoas ou aos costumes sociais.
O DSM.IV (Classificação dos transtornos mentais da Associação
Americana de Psiquiatria) considera as parafilias como uma
sexualidade caracterizada por impulsos sexuais muito intensos e
recorrentes, por fantasias e/ou comportamentos não convencionais,
capazes de criar alterações desfavoráveis na vida familiar, ocupacional
e social da pessoa por seu caráter compulsivo. São perturbações
sexuais qualitativas e, no CID. 10 estão referidas como Transtornos da
Preferência Sexual, o que não deixa de ser verdadeiro, já que essa
denominação reflete o principal sintoma da parafilia. (Ballone GJ,
2003). Está configurada a Parafilia quando há necessidade de se
substituir a atitude sexual convencional por qualquer outro tipo de
expressão sexual, sendo a única forma preferida ou maneira da pessoa
conseguir excitar-se. Aqui também a prática do sexo anal pode se
encaixar como exemplo, se preencher estes pré-requisitos.
Algumas Parafilias que necessitam de uma investigação profunda
psiquiátrica e psicológica especializadas são: possibilidades de prazer
com objetos, com o sofrimento e/ou humilhação de si próprio ou do
parceiro, com o assédio a crianças e adolescentes, entre outras. Estas
fantasias ou estímulos específicos seriam pré-requisitos indispensáveis
para a excitação e o orgasmo. Estas eram consideradas perversões e
hoje são chamadas de comportamentos desviantes que exigem
tratamentos. Segundo Ballone GJ, quando esses impulsos resultam na
ação compulsiva provocam grande ansiedade, obrigando o portador
desse transtorno a evitar novas situações capazes de provocar a tal
obsessão e, conseqüentemente, o tal impulso.
Capítulo IV
P esquisas sobre Sexo Anal:
Resultados e Conclusões
Pesquisas sobre Sexo Anal:
Resultados e Conclusões
Estas pesquisas foram realizadas nos anos de 2002 e 2003 pelos
médicos e sexólogos Celso Marzano, Sylvia Faria Marzano e pela
psicóloga e sexóloga Amazonita Alfaia Esashika, com a intenção de
obter dados para o início da discussão desta prática sexual tão
fantasiada, porém, pouco conhecida.
O assunto gera ansiedades, controvérsias e preconceitos. Não é
intenção destas pesquisas e seus resultados fazer propaganda do sexo
anal, julgar ou criar mais ou menos ansiedades, mitos ou medos. Estas
pesquisas vão continuar e você pode participar (vide questionários na
internet: www.desejosexual.com.br no link PESQUISAS).
Também estas pesquisas foram apresentadas e discutidas no XII
Congreso Latinoamericano de Sexología y Educación Sexual
(CLASES) – Abstract 156, no IX Congresso Brasileiro de Sexualidade
Humana, e IX Fórum do Mestrado em Sexologia da UGF-SBRASH-
Sociedade Brasileira de estudos em Sexualidade Humana, ocorrido de
2 a 4 de outubro 2003, no Rio de Janeiro.
Pesquisa entre Homens
Introdução
O homem, por causa de nossa cultura, pensa no sexo anal como
uma conquista sexual especial. Cheio de dúvidas e tabus, ele o pratica e
comumente comete erros em relação a cuidados de higiene e na
prevenção contra doenças, tanto no que se refere a contrair ou a
contaminar seus parceiros.
É um assunto que deve ser estudado, pesquisado e divulgado em
todos os seus aspectos biopsicossociais. O nosso objetivo foi criar
http://www.desejosexual.com.br/
argumentos para a desmistificação desta variação sexual tão comum.
Metodologia
Através de um questionário com 70 perguntas em urna fechada,
pela resposta direta e também via Internet, foram recebidas 400
pesquisas de homens entre 14 e 63 anos, em relação à identificação,
religião de criação, educação sexual recebida na família, iniciação
sexual, identidade sexual, primeira relação e prática do sexo anal,
desejo, excitação, orgasmo, fantasias e emoções.
ResultadosA primeira relação anal nos homens ocorreu na faixa etáriade 11 a 26
anos.
Dentre todos os homens pesquisados 284 (71%) praticam sexo anal.
Em relação à educação sexual dada pelo pai e a prática do sexo anal
tivemos:
com pai omisso. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 158 (39,5%)
com pai omisso. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 158 (39,5%)
com pai educador. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 78 (19,5%)
com pai repressor. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 36 (9%)
Em relação à educação sexual dada pela mãe e a prática do sexo anal
tivemos:
com mãe omissa. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 124 (31%)
com mãe educadora. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 06 (26,5%)
com mãe repressora. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 44 (11%)
Na análise da religião de criação em relação à prática do sexo anal:
católica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 218 (54,5%)
crente. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 14 (3,5%)
evangélica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 14 (3,5%)
sem religião. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 8 (2%)
espírita. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 4 (1%)
budista. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 2 (0,5%)
Na análise da religião professada em relação à prática do sexo anal:
católica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 106 (26,5%)
sem religião. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 44 (11%)
espírita. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 24 (7%)
evangélicos. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 18 (4,5%)
ateu. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 18 (4,5%)
crente. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 14 (3,5%)
Em relação à resposta sexual tivemos:
desejo no sexo anal. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 260 (65%)
excitação. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 272 (68%)
orgasmo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 204 (51%)
fantasias em praticar. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 112 (53%)
Quanto ao uso do preservativo no sexo anal:
usam. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 140 (35%)
não. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 160 (65%)
Não usa preservativo porque:
não gosta. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 34 (8,5%)
por ter parceiro fixo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 22 (5,5 %)
por ter parceira fixa. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 40 (10%)
Em relação à orientação sexual:
heterossexual que pratica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 142 (35%)
bissexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 54 (13,5%)
homossexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 76 (19%)
Conclusões da PesquisaO coito anal é comum nos homens com uma resposta sexual que inclui
o desejo, a excitação, a fantasia e o orgasmo.
Com relação à educação dada pelos pais, concluiu-se que com pais
omissos, a prática anal foi o dobro dos educadores e quatro vezes a
dos repressores.
Já em relação às mães educadoras, o coito anal ocorreu em igual
porcentagem para as educadoras e omissas, e o dobro em relação às
repressoras.
O uso do preservativo ocorreu somente em 1/3 das relações e, como
explicação, o fator de ter parceiro fixo foi a preponderante no
heterossexual e no homossexual.
Também a religião de criação e professada pode ter influência na
prática do sexo anal.
Pesquisa entre Mulheres
Introdução
Visamos conhecer aspectos biológicos e sociais da resposta
sexual humana, para que estes dados possam ser catalogados, gerando
conclusões e questionamentos. O objetivo é criar argumentos para a
desmistificação desta variação sexual tão comum em nosso meio.
Metodologia
Através de um questionário com 64 perguntas em urna fechada,
pela resposta direta e também via Internet, foram colhidas 400
pesquisas de mulheres entre 12 e 58 anos, em relação à identificação,
religião de criação, educação sexual recebida na família, iniciação
sexual, identidade sexual, primeira relação anal, prática do sexo anal,
desejo, excitação, orgasmo, fantasias e emoções.
ResultadosA primeira relação anal entre as mulheres ocorreu na faixa etária de
19 a 24 anos.
Em relação à educação sexual dada pela mãe e a prática do sexo anal
tivemos:
com mãe educadora. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 108 (27%)
com mãe omissa. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 66 (16,5%)
com mãe repressora. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 52 (13%)
Em relação à educação sexual dada pelo pai e a prática do sexo anal:
mulheres com pai omisso. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 104 (26%)
com pai repressor. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 58 (14,5%)
com pai educador. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 54 (13,5%)
Na análise da religião de criação em relação à prática do sexo anal:
católica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 182 (45,5%)
espírita. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 10 (2,5%)
crente.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 6 (1,5%)
evangélica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 6 (1,5%)
budista. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 2 (0,5%)
Na análise da religião professada em relação à prática do sexo anal:
católica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 104 (26%)
espírita. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 36 (9%)
crente.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 12 (3%)
evangélicos. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 8 (2%)
sem ter religião. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 22 (5,5%)
Em relação à resposta ao sexo anal, tivemos:
desejo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 228 mulheres (57%)
excitação. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 210(52,5%)
orgasmo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 100(25%)
fantasias. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 86(21,5%)
Quanto ao uso do preservativo no sexo anal
usam. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 144 (36%)
não. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 256 (64%)
Não usa preservativo porque:
não gosta. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 16 (4%)
por ter parceiro fixo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 106 (26,5 %)
por sentir dor. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 2 (0,5%)
Em relação à identidade sexual:
heterossexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 192 (48%)
bissexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 12 (3%)
homossexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 8 (2%)
Dentre todas as mulheres pesquisadas:
praticam sexo anal e vaginal. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 228 (57%)
só vaginal. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 144 (36%)
não tiveram relação sexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 112 (28%)
só relação anal. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 0
Conclusões da PesquisaQue o coito anal faz parte da sexualidade entre as mulheres, com uma
resposta sexual que inclui o desejo, a excitação e a fantasia. Porém, o
orgasmo só ocorreu em 50% delas.
Com relação à educação dada pelos pais, concluiu-se que o dobro das
que tiveram pais omissos pratica sexo anal em relação às que tiveram
pais repressores e educadores.
Já em relação com mães educadoras, o coito anal ocorreuem dobro
para com as repressoras.
O uso do preservativo ocorreu em 1/3 das ocasiões e, como
explicação, o fator de ter parceiro fixo foi a preponderante.
Também a religião de criação e professada pode ter influência na
prática do sexo anal.
Capítulo V
Anatomia e Sexo Anal
Anatomia e Sexo Anal
É importante a observação e o conhecimento da anatomia
masculina e feminina em detalhes para quem pretende iniciar a prática
do sexo anal como penetrante e/ou como receptor do pênis ou
acessórios sexuais. O conhecimento destes detalhes poderá facilitar
esta prática sexual e evitar transtornos como incômodos, dores ou
ferimentos na parceria. Os tecidos do ânus (região externa e interna)
são muito sensíveis e respondem muito ao toque e a estimulação. Ao
contrário de mitos culturais com banhos regulares e higiene pessoal
íntima adequada, o ânus é geralmente limpo.
O ânus e o canal do reto são partes do corpo humano muitas
vezes consideradas como um lugar escuro e misterioso – especialmente
na nossa imaginação. Hoje, com os avanços da medicina, especialmente
com a exploração endoscópica, temos dados científicos da anatomia a
da fisiologia destas regiões do corpo, tão importantes quantas outras e
consideradas essenciais para a manutenção da vida. A eliminação de
excretas do corpo é vital para a manutenção do nosso metabolismo. A
via digestiva, que termina pelo canal do reto e ânus deve ser muito
estudada também sob o aspecto do prazer sexual.
Ânus – visão externa
Anatomia Básica
O reto
O reto e o canal anal fazem parte da porção final do tubo
digestivo e já se encontram na cavidade da pelve. O reto é um
compartimento que começa na porção final do intestino grosso,
imediatamente após o cólon sigmóide, e termina no ânus.
Habitualmente, o reto fica vazio porque as fezes são armazenadas no
cólon descendente. Quando o cólon descendente fica repleto do bolo
fecal, passa para o canal do reto, causando a sensação de vontade de
esvaziar o intestino, ou seja, evacuar. Adultos e crianças mais velhas
podem controlar este desejo até que alcancem um banheiro ou outro
local para evacuação.
O reto tem a forma de um tubo muscular e mede entre 12 e 17 cm
de extensão; embora ainda persistam controvérsias sobre as definições
de seus limites cranial e distal, podemos defini-lo de acordo com a
observação anatômica e a cirúrgica.
Anatomia da via digestiva até o ânus
Três ligamentos são as principais formas de fixação do reto às
paredes da pelve: a fáscia retossacral e os ligamentos laterais do reto.
A irrigação do reto é dada por quatro artérias: artéria sacral
mediana e artérias retais (hemorroidais) superior, média e inferior. A
primeira é um ramo direto da aorta; a segunda, ramo da artéria
mesentérica inferior; a terceira, da artéria pudenda interna e a quarta,
da pudenda externa. A drenagem venosa é feita por veias que
acompanham as artérias e recebem o mesmo nome. A drenagem
linfática é feita por linfonodos mesentéricos inferiores, sacrais, ilíacos
internos e comuns.
Os limites anatômicos do reto são: a projeção da terceira
vértebra sacral cranialmente e a linha pectínea ou dentada (transição
anorretal) caudalmente.
Válvulas do canal do reto ou plicas
Visão anatômica
As válvulas são variáveis em número, localização e graus de
desenvolvimento. Geralmente são três: inferior, média e superior. A
inferior está, geralmente, localizada no quadrante posterior esquerdo,
entre 2, 5 e 3 cm acima da margem anal. A válvula média, mais
proeminente, está entre 5 e 9 cm da margem anal; é conhecida como
Plica Transversalis de Kohlrousch. A válvula superior fica entre 3 e 4
cm acima da válvula média.
Anatomia do reto e ânus com válvulas
Visão endoscópica (uso de aparelho específico para visualização
interna do canal do reto)
Do ponto de vista endoscópico, o reto é caracterizado por três
grandes projeções de sua parede em direção à luz do órgão,
constituídas por mucosa, submucosa e parte da muscular própria,
conhecidas também por válvulas de Houston e habitualmente em
número de três:
1-A válvula média de Houston (Plica Transversalis de Kohlrousch)
corresponde à reflexão peritoneal na face anterior do reto.
2-A muscular própria do reto é constituída por uma camada interna ou
circular.
3-Uma camada externa que não exibe condensação na forma de tênias
musculares como nos outros segmentos cólicos.
Inervação do Reto
O reto e o canal anal são inervados pelos plexos retais superior,
médio e pelos nervos pudendos através dos nervos retais inferiores.
Simpático: parte lombar do tronco simpático e plexo
hipogástrico superior.
Parassimpático: plexo hipogástrico inferior e plexos retais.
Diferenças na anatomia feminina e masculina
A distância entre o orifício anal e a uretra no homem é muito
maior do que na mulher, o que dificulta a contaminação do canal do
pênis (uretra) por resíduos fecais.
Na mulher a distância é de centímetros e a contaminação ocorre
mais facilmente durante a relação anal ou após o orgasmo, no momento
da retirada do pênis. Esta contaminação, se ocorrer, não é só da uretra,
mas poderá ser de toda vulva e vagina.
Anatomia feminina
Desta forma é muito importante também o conhecimento das
diversas possibilidades de posições sexuais no coito anal para evitar
tal contratempo e complicações físicas posteriores. (Leia mais sobre
posições nas páginas 83 a 86)
Anatomia masculina
O ânus
O ânus é a abertura final do trato digestivo através da qual o bolo
fecal sai do corpo. É formado pela superfície externa do corpo – pele –
e também pela mucosa do intestino.
O ânus tem uma continuidade com a pele exterior. Um feixe
muscular circular forma um anel (esfíncter anal) que conserva o ânus
fechado até que a pessoa tenha os movimentos intestinais de defecação.
A coloração da pele ao redor do ânus tem uma textura mais forte que a
pele das nádegas. Pode ter cor rosada ou mais escura, dependendo da
raça e da idade e o contraste da cor do ânus e das nádegas depende de
cada indivíduo. Existem, no mercado americano, produtos para mudar a
coloração anal para os insatisfeitos. No entanto, cuidado para não se
ferir com alergias e ferimentos da região pela sua grande sensibilidade.
O canal anal ou ânus, tem entre 1,5 e 3 cm de comprimento e
engloba a musculatura responsável pelo controle (continência) da
evacuação fecal. O canal anal inicia-se no orifício anal (ou ânus) que é
revestido por pele completa (provida de pêlos) e passa a ser recoberto,
em direção cranial, por pele modificada (desprovida de pêlos) até o
nível da linha pectínea (do latim pecten, pente), acima da qual o tecido
encontrado é mucoso: mucosa retal.
Como acontece o sexo anal, anatomicamente
O canal do reto tem por volta de 17 cm de comprimento. Do lado
de fora do canal do reto encontra-se o ânus, que é mantido fechado pelo
músculo esfíncter externo. Este é o músculo que você pode apertar ou
relaxar quando evacua-é um músculo voluntário, que se pode controlar.
Logo após vem o músculo esfíncter interno, sobre o qual não se
tem controle voluntário, ou seja, é controlado pelo sistema nervoso
central. Se a pessoa está relaxada, este músculo também está; porém, se
estiver nervoso, tenso, o esfíncter externo e o interno ficam muito
contraídos. Quanto mais atenção você tem com os músculos dos
esfíncteres mais fáceis será relaxá-los. Como os dois músculos
funcionam em harmonia, você pode estimular o esfíncter interno a
relaxar relaxando o esfíncter externo.
Estes músculos são os que provocam dor quando são forçados a
serem penetrados (por exemplo, no sexo anal tenso e com medo). Para
que algum acessório ou o pênis penetre o canal anal, os dois esfíncteres
devem estar relaxados.
Homens e mulheres que exercitam regularmente seus músculos
pubococcígeos (músculo PC-um grupo de músculos que vai do osso
púbico até o cóccix) e músculos da pelve relatam em depoimentos
muitos benefícios positivos: sensações pélvicas mais exuberantes,
maior prazer durante a estimulação clitoriana e na penetração vaginal
ou anal, orgasmos mais intensos e maior controle destes.(Leia mais
detalhes na capítulo V-página 45: Exercícios para fortalecer o
músculo PC)
FIQUE LIGADO:
Ângulo de Penetração
Anal
Na variação de
posição onde a pessoa
esteja de pé, o reto forma
um ângulo com a entrada
do ânus, de modo que a
introdução de um
acessório rígido atingirá a
parede posterior do reto,
fazendo com que seja
muito difícil continuar a
penetração. Se insistir, é
provável que o penetrado
Ânus e esfíncteres
Anatomia do intestino grosso, ânus e reto com esfíncteres
Uma vez ultrapassado estes dois esfíncteres (01 e 02) chega-se
ao canal do reto. O reto é um delicado compartimento (canal) com
muitos músculos, muito vascularizado, mas poucas terminações
nervosas. É grande o bastante para acomodar um objeto que tenha entre
12 e 17 centímetros de comprimento. Tem de 15 a 35 cm de
circunferência.
De forma geral, as sensações relatadas por praticantes do sexo
anal, nas primeiras vezes, é que a única sensação com a penetração é a
de preenchimento e pressão contra as paredes do reto, dando a
sensação de vontade imediata de evacuar.
Com a experiência, o praticante começa a ter prazer que,
acompanhadas por todo o envolvimento, passam a ser momentos
envolventes de trocas de sensações sexuais muito agradáveis.
Objetos flexíveis e o pênis conseguem
prosseguir e atingir uma maior profundidade
chegando até o primeiro estreitamento
causado pela válvula retal (uma trave
muscular na mucosa).
A passagem por estas válvulas sem
causar dor depende muito da sensibilidade e
experiência do penetrante. Ao perceber a
dificuldade de penetração sugere-se a
seguinte tática: um pequeno movimento para
trás (retroceder vagarosamente) e uma leve
mudança da direção do pênis podem fazer um
sinta incômodo ou dor. Se
a parceria a ser penetrada
estiver deitada ou na
posição de quatro o canal
do reto fica mais retificado
facilitando a penetração.
encaixe mais adequado e a ultrapassagem
desta válvula.
Portanto, a penetração deve ser lenta,
progressiva, não violenta e com muita atenção
do parceiro penetrante. Uma vez vencida esta
válvula, o procedimento com outras válvulas
que virão depois desta primeira deve ser o mesmo.
Em certo momento, o parceiro penetrante percebe que o canal
anal relaxa e recebe totalmente o pênis (dependendo do tamanho do
mesmo, supondo um pênis de 16 cm), sem tensão e com sensações de
maior prazer para ambos os parceiros.
A figura ao lado dá uma idéia exata da
anatomia do canal do ânus, esfíncteres,
reto e válvulas. Também observe até onde
vai um pênis de 17 cm de comprimento.
Logicamente a figura está em plano
único e não demonstra a mobilidade da
região e do pênis que favorecem a prática do sexo anal sem dor
(NETTER modificada por Marzano).
Exercícios para forta lecer o músculo PC (pubo
coccígeo)
O primeiro passo é encontrar o músculo PC. Todos os músculos
individuais próximos da virilha, nádegas, abdômen, coxas e PC podem
parecer o mesmo, portanto, a maneira mais simples de encontrá-lo é
isolá-lo de todos os outros, colocando um ou dois dedos atrás dos
testículos. Comece a urinar. Interrompa e segure o fluxo. O músculo PC
é exatamente o que foi usado para interromper o fluxo da urina. É muito
importante que os músculos do estômago e das coxas se mantenham
relaxados.
Exercícios: Três vezes por dia contraia vinte vezes o músculo
PC. Retenha-o durante 1 ou 2 segundos a cada vez, depois solte-o. Não
é necessário ficar com os dedos sobre o músculo, basta senti-lo
internamente, mas caso não tenha certeza, pode mantê-lo até adquirir
confiança. Respire normalmente durante esse exercício.
Informações: 1-Repetindo muitas vezes, o músculo PC pode
ficar dolorido como qualquer outro músculo. 2-Se não conseguir isolar
o PC: caso os outros músculos não deixem de ser retesados durante os
exercícios com o PC, o primeiro passo é levar esses músculos à
exaustão, para que não interfiram. Se há tendência a contrair os
músculos do estômago, deve-se então contraí-los e descontraí-los 10 ou
20 vezes antes de começar os exercícios com PC. Isso deverá cansá-los
suficientemente, para não interferirem. O mesmo se aplica às nádegas,
coxas e músculos da virilha. 3-A partir da quarta semana, além das
vinte contrações rápidas, três vezes ao dia, acrescentar mais dez
contrações realmente longas; contrair lentamente o PC o mais firme que
puder. Mantenha essa contração durante cinco segundos, se possível.
Depois vá descontraindo gradualmente durante os cinco segundos
restantes. No início poderá ser um pouco difícil e talvez não consiga
fazer uma ou duas contrações sem se cansar. A continuidade fará você
perceber quais os músculos a contrair e como fazê-lo.
Curiosidade: Ponto “G Masculino”?
Supõe-se – porque nada foi comprovado – que o ponto
G masculino localiza-se no reto, na parede anterior do reto,
em frente a glândula prostática. Esta área seria uma região
de extrema sensibilidade sexual quando tocada ou
manipulada. Esta manipulação ou massagem pode ser
realizada por plugs anais (Ler mais na página 55), acessórios
sexuais como dildos (pênis artificiais) ou os dedos.
Esta massagem é realizada com muita lubrificação,
suavemente, pelo próprio homem ou por seu parceiro ou
parceira. Para localizar esta região, ao introduzir o dedo no
ânus, na parede anterior (em direção ao pênis) na
Toque retal em prevenção
do Câncer de Próstata
profundidade de 2 a 3 cm, é palpada uma elevação do
tamanho de uma noz (a glândula prostática). Este seria o
ponto G do homem.
Demonstração com acessório sexual de estimulação da próstata
A próstata faz parte do sistema urinário e não do
intestinal. O contato do pênis com o intestino que está ao
lado da próstata pode massageá-la e proporcionar prazer
sem desencadear qualquer doença prostática. A próstata não
cresce e não se transforma em tumor -benigno ou maligno –
pela sua manipulação ou pelo contato com o pênis.
FIQUE LIGADO: PRÓSTATA
A próstata cresce por si,
a partir dos 40 anos de idade,
sem qualquer explicação
válida até o momento. É
importante lembrar que todo
homem, independentemente da
sua orientação sexual, deve
fazer a prevenção do câncer de
próstata uma vez ao ano a
partir dos 45 anos de idade. Só
o exame de sangue PSA não é
suficiente. O toque retal é
indispensável e faz parte da
prevenção do câncer de próstata.
Um exame de 10 segundos com
muito lubrificante não vai mudar
a sua orientação sexual.
Capítulo VI
Sexo Anal: Como F azer?
FIQUE LIGADO:
No sexo anal não há
fingimento
Seu corpo, mente e
sua psique devem estar de
acordo na sua prática.
Não tenha coito anal
porque o seu parceiro
quer, a está pressionando
ou porque acha que não
será uma parceria amada
e desejada se não o fizer.
A forma de expressão de
sua sexualidade é de
decisão unicamente sua. O
desejo é o ingrediente
chave para o sucesso do
intercurso anal. Se você
tentar e não gostar, tudo
bem. Você deve respeitar
os seus desejos.
Sexo Anal: Como Fazer?
Os nossos aspectos emocionais,
psicológicos e espirituais determinam
intensamente nossa vida erótica, e as
experiências da sexualidade anal não são
exceções. As fantasias negativas podem afetar
muito esta prática. A regra para muitos para
viver plenamente a sua sexualidade é ouvir o
seu coração, acreditar em seus instintos e,
acima de tudo, comunicar-se com o seu
parceiro.
As maiores dúvidas e erros quando se
discute e quando se pratica o sexo anal giram
em torno da pergunta: como fazer? O preparo
emocional pelo diálogo. Saber como deve ser
realizado o ato sexual em si é que evita as
complicações vindas dos erros de técnicas e a
falta de atenção para detalhes que passam
despercebidos pela emoção e excitação.
Como deve ser realizada a lubrificação, a dilatação para
favorecer a penetração sem dor, cuidados de higiene, uso da camisinha
de forma adequada e as posições sexuais possíveis devem ser
conhecidas com detalhes. O conhecimento das técnicas favorece o
prazer antes, durante e depois da prática desta variação sexual.
Diálogo
Nenhuma relação pode existir sem que haja diálogo entre os
envolvidos. Esta é uma condição indispensável.Entretanto, sabemos
que muito ainda fica por dizer quanto mais difícil se torna o assunto a
ser conversado.
Sexo é um deles ou talvez o mais difícil. Não fomos educados a
expor nossos desejos, nossas fantasias ou as dúvidas que surgem sobre
este assunto. Pelo contrário, o estímulo sempre nos foi dado para que
não falássemos sobre “certos” temas, até para preservarmos nossa
imagem perante a sociedade e a pessoa amada.
As mulheres, mas também os homens, consideram muito
constrangedor expor ao outro o que sentem em relação aos seus desejos
sexuais e assim, falar sobre sexo anal pode se tornar uma espécie de
“tortura” para algumas pessoas. Resultado: calamse todos. Nada se
discute sobre este assunto. No entanto este modo de agir está longe de
significar que o assunto não está vivo e presente nas relações humanas.
A partir deste silêncio, que revela sentimentos como culpa,
medo, vergonha, falta de informação gerando idéias equivocadas sobre
o que seja o sexo anal, muitos casais deixam de vivenciar momentos de
maior intimidade e confiança e partem para o que poderíamos chamar
de “prática clandestina”. Ou seja, ou praticam fora de casa, com outras
parcerias, ou até praticam entre eles, mas sem nunca tocarem no
assunto, sem nunca conversarem sobre o que estão fazendo.
Desta maneira, um não sabe do outro, do que o outro quer, sente,
gosta ou não gosta. Fazem porque – certamente – sentem-se coagidos a
partir de alguma crença ou fantasia. O homem talvez pense que se não
fizer estará comprometendo seu prazer e sua masculinidade; a mulher,
por sua vez, talvez pense que se não fizer estará deixando brechas para
que seu parceiro procure outra. E assim, desrespeitam-se mutuamente,
agridem-se física e psicologicamente e vão aumentando a distância
entre seus corações.
A única solução para resolver esta questão é sentar e conversar.
Por mais difícil que possa parecer e até ser, vale o esforço, porque
sabemos que depois de dito, a relação fica muito mais prazerosa, ainda
que um ou outro se mostre contrário ao desejo exposto.
Prazer nas confidências. . .
É possível que, ao abrirem espaço para um diálogo, a mulher ou
o homem se mostre indisposto para a prática do sexo anal. Por isso,
vale lembrar e ressaltar que o “não” é uma possibilidade tão plausível
quanto o “sim” e precisa ser respeitado, porque amar o outro também é
considerar os seus limites e o seu tempo para cada prática sexual
apresentada na relação e na fantasia.
Se a mulher não aceita praticar o sexo anal, cabe ao homem
perguntar, mostrar-se interessado pelos seus motivos e ouvir com
atenção e carinho, não tentando convencê-la a qualquer custo de que
precisam fazer para que ele possa se sentir satisfeito, mas procurando
compreender as razões dela e, ao mesmo tempo, expondo os seus
desejos, falando de suas vontades e justificando o porquê de acreditar
que poderiam ao menos tentar.
Se for o homem que se mostra avesso ao desejo de praticar o
sexo anal, cabe à mulher ouvir o que ele pensa sobre o assunto e tentar
mostrar a ele qual é a sua opinião e especialmente os seus sentimentos
em relação a esta possibilidade de variação sexual. O mesmo deve
ocorrer quando a orientação sexual for homo ou bissexual.
Claro que, culturalmente falando, sabemos que ainda existe o
preconceito machista de que “mulher direita” não revela certos desejos,
especialmente se o parceiro se mostra contra eles. Entretanto, os
homens estão começando a perceber que a relação deve ser baseada na
sinceridade e na igualdade de direitos, dando chance para que suas
parcerias falem sobre o que desejam sem que se sintam subjugadas ou
condenadas como desonestas por causa disso.
A intenção aqui é mostrar que as pessoas de modo geral têm
desejos e vontades, e a melhor maneira de transformar isso numa
aproximação entre os casais é conversando sem criticar, julgar,
condenar ou usar tais revelações em certos momentos para causar
constrangimento ou mal-estar no outro. O objetivo é aumentar a
intimidade, a confiança, o respeito, o conhecimento e o carinho entre os
dois, para que tudo o que for vivido e experimentado possa despertar
sentimentos bons e, caso não seja, que haja espaço para ser
reconversado, rediscutido e revisto.
Nas práticas de erotização e sexo anal existem também dinâmicas
de poder, e especialmente nesta variação sexual por ser “um ato
proibido” e pela delicadeza física do ânus e reto. Um está permitindo
ser penetrado-um doador e outro receptor. Desta forma você pode ter
sensações de poder e de credibilidade. A pessoa receptora pode sentir-
se muito vulnerável, física e emocionalmente, e a parceria doadora
também deve respeitar os desejos, necessidades e limites do receptor.
Afinal de contas, sexo sem consentimento, em qualquer instância, será
uma agressão. Que esta não seja a atitude que une duas pessoas em
busca de intimidade... e sim, a certeza de que tudo o que será praticado
tem uma única razão: proporcionar e sentir prazer!
Lubrificação
A anatomia do ânus tem características específicas que o diferem
de outras partes do corpo. O ânus não é tão elástico quanto a vagina e
nem produz uma lubrificação natural como ela. Quando se pensa em
sexo, vem à mente penetração, o que sugere o contato da pele do pênis
com mucosas. As mucosas são finas e sensíveis ao atrito. Para a
facilitação da penetração e para que o atrito não ocasione lesões leves
ou graves, o uso de um lubrificante é indispensável. Desta forma, é
preciso utilizar algum gel à base de água, vendido em farmácias e
supermercados, para amenizar o atrito do pênis. Não outros tipos, como
cremes, que além de possibilitarem uma irritação local na maioria das
vezes, podem comprometer o preservativo fazendo-o se romper.
Alguns casais utilizam cremes hidratantes em vez de um
lubrificante. Só que isso não surte um efeito muito eficaz: após alguns
instantes, o hidratante penetra na pele e não cumpre a função de
amenizar o atrito. Lubrificantes oleosos ajudam no rompimento da
camisinha porque alteram a estrutura da mesma e devem ser evitados.
Os cremes ou óleos à base de vegetais ou minerais (vaselina, creme
hidratante, manteiga, creme de barbear, etc.) não são adequados para
lubrificar o ânus ou a camisinha. Estes produtos aquecem e fazem
distender o látex da camisinha, provocando o seu rompimento. Podem
também dilatar os poros do látex, permitindo a passagem do HIV para a
mucosa anal. Vale a pena observar que a vaselina, por não ser solúvel
em água, pode produzir algum tipo de irritação na mucosa. A saliva
pode ser utilizada, mas geralmente é insuficiente em quantidade para
uma boa lubrificação.
O uso de anestésicos junto com lubrif icantes
Os anestésicos existem, mas seu uso deve ser discutido. Ao
passar este tipo de produto no ânus e após ser absorvido pela pele e
mucosa, supõe-se que não vai existir dor na penetração. Certamente, a
sensibilidade local vai diminuir muito, o que significa que também o
prazer ficará diminuído. A pessoa penetrada pode até não sentir nada
pela anestesia da pele e da mucosa anal. Sendo assim, estes dois
aspectos devem ser avaliados quanto ao seu uso.
De início uma pergunta aparece: para que fazer sexo sem sentir
prazer local? Na prática sexual o prazer ocorre pela estimulação das
terminações nervosas da pele e das mucosas que são elaboradas no
nosso cérebro como tal. Sexo sem prazer normalmente não combina.
Outro aspecto importante é que sem a sensibilidade presente, perde-se
o referencial dos ferimentos, ou seja, pode existir a penetração com
rupturas pequenas ou severas da mucosa do canal do reto ou da pele do
ânus. Portanto o uso de anestésicos fortes é contra-indicado no sexo
anal. Lubrificante sim, anestésico com ou sem lubrificante, não.
Acessórios com anestésicos
Existem à venda nos sex shops alguns tipos de gel para sexo anal
com leves doses de substâncias anestésicas em sua composição. Os
fabricantes desses produtos garantem que anestesiem levemente o ânus,
porém as opiniões femininas e masculinas se dividem. O melhor é que
cada um possa avaliar e decidir, caso julgar

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