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O Prazer Secreto Sexo Anal Anatomia, Como Praticar, Curiosidades, Perguntas e Respostas... Dr. Celso Marzano O Prazer Secreto Sexo Anal Anatomia, Como Praticar, Curiosidades, Perguntas e Respostas... © Copyright 2004 - by Celso Marzano - 1a Edição, 2014 Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA EDEN, Rua Schiller, 143 - cj. 1502 - Curitiba - PR - CEP 80050-260 Tel./Fax: (41) 3264-5572 Tiragem: 2.000 exemplares. Editor: Carlos Kadosh Organizadores: Carlos Kadosh / Celine Imaguire Projeto Gráfico e Diagramação: Edwaldo Vieira Capa: Premium Comunicação Ltda. Desenhos e ilustrações: Márcio Beraldi. Impressão: Reproset Indústria Gráfica Ltda Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Marzano, Celso O Prazer Secreto - Sexo Anal - Anatomia, Como Praticar, Curiosidades, Perguntas e Respostas / Celso Marzano; Organizador: Carlos Kadosh. - Curitiba: Editora Eden, 2008 p. 186; il. ; 16,5x23cm ISBN 978-85-98691-11-4 Inclui bibliografia. 1. Sexo Anal. 2. Sexo (Psicologia). I. Kadosh, Carlos. II. Título. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, sem a permissão expressa dos editores (Lei nº 9.610, de 19.2.98) Celso Marzano Dedicatória Dedico este livro a toda a minha família, aos amigos e parceiros na área da sexualidade, que têm como meta o crescimento do estudo da sexualidade do ser humano. Uma menção especial ao amigo, ídolo e paizão Nelson Vitiello (em memória) por ter sido o meu grande incentivador nesta área. Divido esta minha realização pessoal com todos vocês, que de uma forma ou de outra contribuíram para a finalização desta obra. Agradeço de coração e sejam felizes. Sumário Prefácio Palavra do Sexólogo Capítulo I 50 Rapidinhas: Perguntas e Respostas sobre Sexo Anal Capítulo II Mitos do Sexo Anal MITO I: Dor no sexo anal MITO II: Antecedente de dor MITO III: Perda de fezes após o sexo MITO IV: Orgasmo no sexo anal é possível? MITO V: Higiene perfeita no ânus. Como? MITO VI: O sexo anal é necessariamente um ato de dominação? MITO VII: O sexo anal sempre traz algum prejuízo ao corpo? Capítulo III Variações, Desvios e Parafilias - Conceitos Qual é o conceito de sexualidade “normal”? Variação sexual Desvios Sexuais Parafilia Capítulo IV Pesquisas sobre Sexo Anal: Resultados e Conclusões Pesquisa entre Homens Pesquisa entre Mulheres Capítulo V Anatomia e Sexo Anal Anatomia Básica O reto O ânus Exercícios para fortalecer o músculo PC (pubo coccígeo) Capítulo VI Sexo Anal: Como Fazer? Diálogo Prazer nas confidências Lubrificação O uso de anestésicos junto com lubrificantes Acessórios com anestésicos Estimulação anal e masturbação Técnicas e Riscos Sex-shops (boutiques eróticas) Plug Anal Corpos estranhos no reto Diagnóstico Tratamento Higiene Sobre os detritos fecais Os pêlos Camisinha Erotização e prevenção com a camisinha Penetração Sexualidade O toque Sexo Oral Sexo oral sadio e seguro Sexo Anal - Penetração Capítulo VII Posições Sexuais no Sexo Anal Complicações do sexo anal Sexo anal e dor Dupla penetração Posições básicas do sexo anal Capítulo VIII Complicações do Sexo Anal Agravamento de hemorróidas Sexo anal causa hemorróida? Fissura anal Relaxamento da musculatura anal (raro) DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) O que são DSTs? Dicas para evitar Doenças Sexualmente Transmissíveis Capítulo IX Aspectos Psicossociais: Homem e Mulher Mulher Homem Erotização: masculina x feminina Psicologia do fetiche - sexo anal Um pouco de história A homossexualidade na Grécia como papel social A repressão de outras culturas Tipos de personalidades por Freud Sentimentos aflorados Porque se pratica o sexo anal! Porque não se pratica! Conclusão Capítulo X Depoimentos sobre a Prática do Sexo Anal Depoimentos retirados da internet Depoimentos em entrevistas pessoais Capítulo XI 50 Dúvidas Comuns sobre Sexo Anal Capítulo XII Curiosidades Definições de ânus Fisionomia Geografia Anal Piercing Gírias para sexo anal Gírias para ânus Anilingus Sodomia Sodomy Law - Leis contra a sodomia Anuscopia de alta resolução ou colposcopia anal Diferença entre estupro e o atentado violento ao pudor Apêndice A Interatividade e Pesquisa Pesquisa sobre sexo anal: Participe! Depoimento sigiloso Sugestões Créditos das fotos, figuras e desenhos Bibliografia Prefácio Não faz muito que médicos saíram a campo para atuar na área da sexologia médica, e não são muitos médicos atuantes nesta área, que se aventuram a escrever sobre seus conhecimentos. E entre estes, raros os que procuram temas tão delicados como o escolhido por Celso Marzano para seu livro. Somente depois de anos de clínica e já com muita segurança de si, é que se buscaria escrever com sucesso sobre estas áreas mais delicadas do comportamento sexual humano. Já se escreveu recentemente que nós, brasileiros, pela valorização que damos a este assunto, seríamos um povo sodomita. Se somos ou não sodomitas não há dúvidas: somos. A questão nem é de sermos mais ou menos do que outros povos do planeta. A questão é que para o sermos, é bom que o sejamos de forma mais sábia. E temos neste livro uma análise e um guia, não com receitas e conselhos higienistas, mas com uma nova luz sobre o culto e o oculto do mito que envolve o sexo anal. Ser imparcial quando se trata de escrever sobre temas polêmicos desafia a criatividade e a maturidade. E pela leitura deste texto, o leitor perceberá que o autor é dono de ambos os predicados. Raro entre esta seleta elite que descrevemos no início deste prefácio. Levar a quem se interessa por este assunto, informação despreconceituosa e responsabilidade sem ferir suscetibilidades, não é uma tarefa simples, quem se dedica à sexologia sabe o quanto o tema gera mobilizações. Visões religiosas usaram o sexo anal para demonstrar o exemplo típico dos pecados humanos. Visões feministas o vestiram como a prova cabal do desejo de humilhação que os machistas impunham contra as mulheres. Higienistas o colocam como réu dos crimes de contaminações perigosíssimas. Este livro o estuda com os olhos de uma sexologia construtiva e orientadora, sem perder de vista que o futuro é quem dará a esta prática o destino que o passado não teve coragem de vislumbrar. Independentemente deste futuro, temos aqui uma obra que merece ser lida e analisada como um novo desafio de vencer preconceitos e tornar conscientes as motivações e conseqüências da sodomia. Dr. Eliezer Berenstein Médico pela Faculdade Franciscana de Medicina, Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Homeopata pelo Conselho Federal de Medicina, Pós-graduado em Sexualidade Humana pelo Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo e autor dos livros: A Tensão Pré Menstrual e o Tempo para Mudanças (Editora Gente) e A Inteligência Hormonal da Mulher (Editora Objetiva). Palavra do Sexólogo A prática do sexo anal é, provavelmente, o maior tabu sexual existente em nossa sociedade. A penetração pelo ânus parece-para algumas pessoas-como uma prática cruel e suja. A grande maioria dos programas no mundo de educação sexual para estudantes com menos de 18 anos de idade não inclui qualquer menção ou orientação do prazer anal ou sexo anal. Quando o sexo anal é citado na mídia, geralmente leva a idéia de negatividade, violência e degradação, e dificilmente de positividade ou prazer. A sua reputação ficou pior ainda nas últimas décadas, devido ao surgimento do vírus HIV, da AIDS, que é facilmente transmitido pelo sexo anal desprotegido. Apesar de tudo isso, algumas pessoas gostam muito da prática do sexo anal, enquanto outras odeiam e rejeitam. Um terceiro grupo, ainda, nunca tentou e tem curiosidades. Todos os dados deste livro são baseados em diversas fontes, incluindo livros científicos médicos, livros de sexualidade, manuais sexuais, internet, pesquisas pessoais, experiência profissional em clínica particular por 30 anos e muita troca deinformações entre sexólogos, terapeutas sexuais e leigos de idades variadas e orientações sexuais hetero, bi e homossexuais. PESQUISA: Valorização Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (Carmita Abdo – 2004): mostram que o sexo anal faz parte do ato sexual masculino em 28,4% e do ato sexual feminino para 15% dos 6.923 brasileiros entrevistados nesta pesquisa. De maneira geral, o sexo anal não deve ser dolorido. Se doer, é porque o casal está fazendo algo de errado. A falta de informações técnicas é, provavelmente, a causa das doloridas tentativas desta variação sexual. É totalmente possível praticar o sexo anal com segurança e prazer usando lubrificante, camisinha e técnica adequada. Mesmo assim, existem pessoas que não curtem, não aceitam. Se o seu parceiro ou parceira for uma dessas pessoas, respeite seus limites e não o force. A nossa cultura, que fala muito pouco sobre sexualidade e muito sobre sexo, não dá a oportunidade de acesso a informações àqueles que querem saber detalhes das diversidades sexuais, mesmo que não desejem praticá-las. Este livro não tem a intenção de incentivar esta variação sexual, mas sim, elucidar dúvidas, quebrar mitos e tabus que se mantêm por centenas de anos e levar conhecimentos à população. Como estudioso da sexualidade humana, respeitando todas as pessoas, todas as crenças religiosas, todas as culturas sociais, e acreditando que não podemos protelar mais a discussão e o conhecimento dos detalhes da resposta sexual humana, coloco aqui, à sua disposição, todas as informações detalhadas da prática do tão fantasiado e tão desconhecido sexo anal. Devemos ter em mente que as formas de compartilhar o sexo devem ser desenvolvidas e que a busca de novas formas de prazer é natural. As ações básicas do sexo são fáceis e simples e já estão dentro de nós, fazendo parte do nosso instinto. Temos que conhecer este potencial sexual, superar todos os medos e mitos e desenvolver uma parceria positiva e criativa com a pessoa desejada. A cultura e a sociedade nos impõem proibições e culpas, que nos impedem de fazer o que queremos. Na sexualidade tudo é uma questão de conscientização, aprovação, decisão, atitude e principalmente, aprendizado. O sexo anal é uma variação sexual que envolve pessoas em busca do prazer. A intenção do casal homossexual ou heterossexual é a Celso Marzano felicidade, e no aspecto sexual a entrega, a busca de novos prazeres sexuais e a intimidade. Fica clara a intenção da troca de “energias sexuais” positivas, onde um quer ajudar o outro. Muitos depoimentos relatam que a prática leva à experiência e à perfeição, e que a melhor maneira de aprender sobre o sexo anal é fazê-lo. Hoje não se fala mais na ação passiva e ativa, não se fala em dominação e submissão no sexo anal. São termos ultrapassados e preconceituosos que não refletem o vínculo afetivo entre os dois parceiros. São “rótulos” falsos que devem ser evitados. Um outro mito sobre sexo anal é que esta prática é só realizada por homossexuais. Não é verdade, pois muitos casais heterossexuais também praticam o sexo anal pela possibilidade de experimentar uma variação sexual nova, diferente e muito prazerosa, para aumentar e realçar suas experiências sexuais. Aprendendo novas técnicas e variações da sexualidade humana você pode, ou não, ter sensações e sentimentos negativos, especialmente se teve experiências ruins no passado. Entretanto, é importante manter a mente aberta e lembrar que todas as formas de variações nas práticas sexuais, não importando se consideradas comuns ou não, são praticadas por milhares de pessoas. Por isso, este manual foi criado para todos, homens e mulheres, heterossexuais, bissexuais ou homossexuais. Seu maior objetivo é esclarecer e propiciar possíveis relações sexuais mais saudáveis, higiênicas e seguras. Afinal, a informação é um dos parâmetros para uma melhor qualidade de vida. Capítulo I 50 Rapidinhas: P erguntas e Respostas sobre Sexo Anal 50 Rapidinhas: Perguntas e Respostas sobre Sexo Anal A intenção deste capítulo é descrever algumas das questões mais comuns sobre sexo anal, expor rapidamente cada um delas para, em seguida, indicar o capítulo e a página correspondentes para que você possa se aprofundar no tema. Desta forma, oferecemos uma espécie de índice pormenorizado, facilitando a busca dos assuntos de acordo com os questionamentos de cada um. 1-Qual é a melhor posição sexual para o sexo anal? A melhor posição é aquela em que os parceiros se sentem mais confortáveis, mais confiantes e com maior possibilidade de ter prazer. (Leia mais no capítulo VII) 2-Tenho dor logo após a relação anal e, às vezes, no d ia seguinte. O que devo fazer? Se ocorrer dor é porque a relação foi, de alguma forma, traumática. Reveja a posição sexual adotada e os detalhes da técnica utilizada e discuta o assunto com a parceria. Na dúvida, você deve procurar ajuda médica. A presença de dor na penetração, durante ou após o coito anal é a forma do corpo dizer: “não estou bem, algo de errado está acontecendo”. Nós devemos ouvir o nosso corpo. Se você ignorar estes alertas e continuar poderá se machucar. (Leia mais no capítulo VI - Penetração) 3-Urinar após a relação anal a juda a evitar uma DST (Doença Sexualmente Transmissível)? Ajuda, mas não é suficiente. Muitas DSTs são transmitidas também pela pele e pelo esperma (sêmen). O uso do preservativo é essencial. (Leia mais no capítulo VIII - DST) 4-Devo usar mais de uma camisinha no sexo anal? Não, porque o atrito entre elas facilitará a ruptura das mesmas, colocando os parceiros em risco de contrair DSTs. (Leia mais no capítulo VI - Camisinha) 5-Posso usar anestésico durante o sexo anal para não sentir dor? Pode, mas tendo o ânus e/ou o pênis anestesiados, perde-se a noção da sensibilidade da pele destas regiões durante a penetração, impedindo que se perceba algo de errado que esteja acontecendo, como dor e ferimentos, por exemplo. Além disso, o prazer também ficará comprometido, já que as sensações não serão percebidas. (Leia mais no capítulo VI - Lubrificação / Uso de anestésicos junto com lubrificantes) 6-A perda de fezes ocorre após quantas relações anais? Ocorrência rara. Não se trata de número de relações e sim da forma que são praticadas. Esta perda não ocorrerá com relações sem violência, com muita lubrificação e se ocorrer o relaxamento dos esfíncteres (anéis musculares) do ânus. (Leia mais no capítulo VIII) 7-Existe qualquer chance de engravidar pelo sexo anal? Não há chance, mesmo sem o uso de preservativo, pois o intestino não tem nenhuma ligação com o sistema reprodutivo na mulher. (Leia mais nas páginas 39 a 42) 8-Sexo anal dá coceira? Em princípio não; porém, se não tiver uma higiene adequada antes e depois da penetração pode ocorrer alergia ou inflamação, o que pode levar ao sintoma de coceira anal. (Leia mais nas páginas 102 e 103) 9-E se sangrar durante a penetração anal, o que eu faço? Este evento não é comum. Se a penetração for forçada e com pouca lubrificação podem ocorrer ferimentos (lascerações) na pele ou na mucosa anal. Neste caso, interrompa a relação sexual, lave bem a região genital e observe. Se não parar o sangramento, os parceiros devem procurar ajuda médica de imediato. (Leia mais na página 74) 10-Sexo anal pode estourar as hemorró idas? Isto é raro acontecer. Hemorróidas externas (vasos sanguíneos de grande calibre) dificultam a penetração anal e se forçadas podem se romper e sangrar. Daí a necessidade da delicadeza e muita lubrificação. Se ocorrer o sangramento, a espera para uma nova relação anal deve ser de no mínimo cinco dias a fim de que haja tempo para uma perfeita cicatrização. (Leia mais na página 99) 11-E os pêlos no ânus, a trapalham? Devo raspar ou fazer dep ilação? Se a lubrificação for suficiente, não atrapalha. Para uma maior higiene e estética visual a depilação anal pode ser realizada. É uma decisão individual. (Leia mais na página 60) 12-O meu parceiro tem um pênis grande. Tenho medo de me machucar.Como faço para agüentar? Relações anais com pênis de tamanhos maiores devem ser discutidas e avaliadas antes da sua realização. Na prática a penetração deve ocorrer lentamente e com muita lubrificação. O medo faz com que os anéis musculares – os esfíncteres anais – não relaxem, dificultando a penetração. Na prática, muitos relatam que com pênis maiores pode ocorrer o sexo anal com muito prazer e sem complicações. (Leia mais na página 78) 13-Ele só quer sexo anal. Pode ser uma “doença sexual”? Não se utiliza a expressão “doença sexual”. A procura de formas diferentes de prazer por variações de posições sexuais, inclusive pelo sexo anal, é considerada normal. Contudo, se a procura for só pelo sexo anal e isto estiver gerando alguma ansiedade, pode ser considerada uma parafilia (uma fixação em um só tipo de excitação sexual), e um terapeuta sexual deve ser consultado. (Leia mais nas páginas 23 e 24) 14-Só penso em sexo anal. Sou doente? O pensar em sexo anal faz parte das fantasias sexuais masculinas e femininas. Portanto, pensar não é “doença”, mas sugiro fantasiar também com outras variações sexuais. (Leia mais nas páginas 23 e 24) 15-Tenho medo dele se acostumar com o sexo anal, “ f icar viciado” e não querer outras posições sexuais que me agradam. O que faço? O sexo anal pode tornar-se uma prática mais freqüente se for prazerosa, mas ele não vicia. A iniciativa de buscar outras posições sexuais pode ser do homem e também da mulher. Muitos homens gostam de mulheres ousadas. (Leia mais nas páginas 23 e 24) 16-Se eu estiver com corrimento vaginal, posso ter sexo anal? O corrimento deve ser tratado, mas geralmente não há problemas na prática do sexo anal. São canais diferentes e não se interligam. O que ocorre é que corrimentos vaginais podem provocar incômodos ou dores que dificultam também a penetração anal. (Leia mais nas páginas 58, 67 e 99) 17-O sexo anal faz a prósta ta crescer no homem? Não tem nada a ver. A próstata faz parte do sistema urinário e não do intestinal. O contato do pênis com o intestino que está ao lado da próstata pode massageá-la e proporcionar prazer e não desencadear qualquer doença prostática. (Leia mais na página 46) 18-O pênis pode furar ou machucar o meu intestino e eu não sentir? Estes acontecimentos são raros nas práticas sexuais anais. Só se as regiões envolvidas na prática anal estiverem anestesiadas pelo uso exagerado de anestésicos locais ou por falta de lubrificação. Pode também ocorrer em situações agressivas e estupro anal. Esta região é muito sensível e qualquer ferimento será percebido. (Leia mais nas páginas 69, 74, 77 e 78) 19-Se a camisinha estourar e parte dela f icar dentro do ânus, o que fazer? Se isso ocorrer, pare a relação, mantenha a calma e espere, porque na próxima evacuação os pedaços do preservativo sairão espontaneamente, sem qualquer complicação. (Leia mais na página 67) 20-A dor no sexo anal d iminui com o tempo e com mais relações? A dor, quando presente no ato sexual, geralmente causa ansiedade e medo e a sua causa deve ser investigada. Quase sempre ela aparece por falta de técnica adequada, pressa, pouca lubrificação e não relaxamento da região anal. Pela prática do sexo anal adaptações ocorrem e os parceiros vão se ajustando para um maior prazer. Os mesmos devem sempre conversar sobre as dificuldades e fazer mudanças para evitar qualquer desconforto. (Leia mais nas páginas 15, 74 e 84) 21-Posso fazer sexo ora l após o sexo anal? Esta variação deve ser evitada pelo risco de contaminação bucal por fezes ou resíduos fecais. O sexo oral só poderá acontecer após uma boa higienização do pênis com água e sabonete. (Leia mais na página 72) 22-Faz mal à mulher ou ao homem se masturbar durante o sexo anal? Não causa prejuízos para o receptor e nem para o penetrante. Até porque, em muitas das vezes entre os homossexuais masculinos o orgasmo ocorre com a masturbação concomitante à penetração anal. Também na mulher, a masturbação concomitante ao coito anal pode facilitar o orgasmo. (Leia mais na página 52) 23-Se a mulher introduzir qualquer conso lo (pênis artif icia l) na vagina enquanto pra tica o sexo anal, pode se prejud icar? Neste caso alguns cuidados para não haver ferimento na vagina e no ânus devem ser observados. Geralmente o consolo é de tamanho pequeno. Também deve haver muita lubrificação e penetrações de pequena intensidade, tanto vaginais como anais. (Leia mais nas páginas 70 e 89) 24-E se a dupla penetração for com dois pênis, há prejuízos? Neste caso alguns cuidados devem ser observados, tais como posição adequada, movimentação lenta (geralmente só de um dos pênis) e muita atenção e delicadeza. É uma variação do sexo anal que exige muita lubrificação, tempo e muita atenção, porque ocasionalmente poderá haver ferimentos e contaminações com fezes ou resíduos fecais. (Leia mais nas páginas 74 e 85) 25-Posso furar o intestino com o dedo durante a d ila tação anal? Ocorrência rara. Se a dilatação for delicada, lenta e com muita lubrificação, não há maiores riscos de ferimentos. Sugere-se unhas aparadas e bem limpas. (Leia mais na página 52) 26-Devo usar dedeira ( luva para o dedo) para dila tar o ânus? O que deve ser lembrado é que ao introduzir o dedo no ânus você entra em contato com fezes ou secreções do reto. Para a dilatação não é necessária a dedeira e o seu uso é opcional: fica por conta da sua intimidade com o parceiro. (Leia mais na página 52) 27-E se o pênis entrar na vagina sem querer após ter penetrado no ânus. O que fazer? Se isso acontecer, com ou sem camisinha, existe o risco de contaminação por bactérias das fezes e do reto. Você deve parar a relação na hora e fazer uma higiene, com água e sabonete, cuidadosamente em toda região genital e anal. No caso do canal da urina (uretra), urinar também ajuda a prevenir infecções. Para a vagina, a lavagem com sabonete é suficiente. (Leia mais nas páginas 59, 69, 70 e 74) 28-Quanto tempo o sexo anal pode durar? Não há tempo determinado. A prática pode durar até que os parceiros queiram parar. A prática e o tempo devem ter o aval (consentimento) dos dois parceiros para que não haja seqüelas ou conseqüências negativas durante ou após o ato sexual. (Leia mais nas páginas 67 e 79) 29-A vontade de evacuar durante o sexo anal é normal? Tem como parar esta sensação? Isto ocorre com freqüência e pode ser desconfortável. Ela é mais comum nos iniciantes por não relaxarem o suficiente. Uma dica que ajuda é sempre tentar evacuar antes da relação anal. (Leia mais na página 74) 30-Se eu tiver hemorró idas devo evitar o sexo anal? Não é necessário evitar, desde que sejam seguidos os cuidados específicos para esta prática sexual. No entanto, se as hemorróidas forem grandes ou estiverem inflamadas, a penetração anal deve ser evitada até a procura do médico proctologista para o tratamento. (Leia mais nas páginas 99 e 100) 31-As fezes podem penetrar pela pele do pênis ou só pelo canal (uretra)? A contaminação por bactérias das fezes na pele só ocorre se existir ferimento tipo corte ou úlcera (ferida). A contaminação do canal do pênis ocorre pela mucosa e é mais fácil e comum. Daí a importância do uso da camisinha. (Leia mais nas páginas 102 a 108) 32-Sempre ocorre infecção no canal do pênis (uretra) se não usar camisinha? As pessoas se arriscam pelo não uso do preservativo. Ele é uma barreira mecânica para os germes e resíduos fecais. Muitas vezes se constata na prática médica que não ocorre a infecção, sugerindo que o próprio organismo se defende evitando a contaminação. Pela uretra o movimento muscular é de eliminação das secreções de lubrificação e sempre no sentido de dentro para fora. Também urinar depois da ejaculação ajuda na prevenção de infecções. (Leia mais na página 61) 33-Tenho verrugas na entrada do ânus. O que devo fazer? Posso pra ticar sexo anal? Verrugas no ânus ou em qualquer parte da região genital podem ser sinais de uma DST (DoençaSexualmente Transmissível) chamada Condiloma Acuminado ou “Crista de galo”. Procure um especialista o mais breve possível e as relações sexuais devem ser evitadas. (Leia mais nas páginas 102 a 108) 34-Quais os sina is ex ternos no ânus de Doenças Sexualmente Transmissíveis? Quando aparecem pequenas bolinhas (vesículas), verrugas, secreções estranhas ou feridas na região do ânus, a prática sexual deve ser evitada e a procura de um especialista é indispensável. Pode ser uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). (Leia mais nas páginas 102 a 108) 35-Quanto tempo se pode esperar para lavar o pênis após o sexo anal? A higiene deve ser realizada o mais breve possível, com água e sabonete, para se retirar qualquer resíduo de secreção do canal retal (mesmo usando camisinha). Também para a região anal vale a mesma regra de higiene. (Leia mais nas páginas 58 e 74) 36-Posso ter mais de uma relação anal seguida? A quantidade de relações é uma decisão pessoal. No entanto, o ânus e o canal do reto são regiões sensíveis e devem ser evitadas relações prolongadas. (Leia mais na página 67) 37-Após a relação anal devo forçar para evacuar? Não é necessário. Não há razão para a evacuação após o coito anal, a não ser que queira eliminar o esperma ejaculado (sem o uso do preservativo) ou se associado por uma ruptura da camisinha. (Leia mais na página 74) 38-Masturbação anal faz mal? Não faz mal. As técnicas para a masturbação devem ser conhecidas com detalhes para não ocorrer ferimento ou traumas locais. Se realizada com esses cuidados geralmente não há problemas locais, e é mais uma fonte de prazer. (Leia mais nas páginas 52 a 55) 39-Com que posso me masturbar? A masturbação anal, muito praticada, exige o conhecimento de técnicas e cuidados. O primeiro cuidado é com o que se introduz no ânus. Os acessórios mais utilizados, além dos dedos, são plugs anais e “consolos” (pênis artificiais). Estes devem ser de tamanhos adequados e introduzidos com delicadeza e muita lubrificação. (Leia mais nas páginas 52 a 55) 40-Se durante a masturbação anal f icar perd ido parte ou o ob jeto inteiro dentro do ânus, o que fazer? Se isto ocorrer, o primeiro passo é tentar evacuar (sem forçar demais) e eliminar o corpo estranho. Se não conseguir a pessoa deve procurar orientação médica de imediato em pronto-socorro para tirar o objeto perdido internamente, sob anestesia, com ou sem cirurgia. (Leia mais nas páginas 56 a 58) 41-Por que é mais fácil pegar AIDS pelo sexo anal? Não só é mais fácil pegar como também transmitir a AIDS para o parceiro. As micro lesões que ocorrem no ânus e no pênis durante a relação anal são os locais de entrada do vírus da AIDS. Também a mucosa do intestino absorve com maior facilidade o vírus do que a mucosa vaginal. A prática do sexo seguro é vital para a prevenção das DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Outras formas de prazer anal sem barreiras de segurança podem também aumentar os riscos de contaminação pelo vírus. Aqui incluem-se o contato oral-anal, a penetração manual, ou o compartilhar de acessórios sexuais. (Leia mais nas páginas 102 a 108) 42-E se a pessoa co locar a camisinha só na hora da ejaculação , tem a mesma segurança para se evitar as DSTs? Esta é uma prática errada e nada segura quanto à prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis. O contato com a secreção anal é o suficiente para a contaminação. Para maior segurança, o preservativo deve ser utilizado durante toda a relação sexual. (Leia mais nas páginas 61 a 68) 43-Posso machucar o pênis na relação anal? Acontecimento raro. A relação anal deve ser lenta e cuidadosa. A prática violenta, sem os cuidados necessários e sem atenção pode ocasionar desde ferimentos leves até a “fratura do pênis” (quebrar o pênis), além de lesão grave com possíveis repercussões na curvatura e na ereção peniana. Todo cuidado é pouco. (Leia mais na página 79) 44-As fezes matam “os b ichinhos” das DSTs no esperma após a ejaculação no sexo anal? Não. As bactérias e os vírus eliminados pelo esperma permanecem vivos mesmo em contato com fezes ou secreções do canal do reto. Os riscos de contaminação no sexo anal, sem a prática do sexo seguro, sempre são possíveis e devemos estar atentos. (Leia mais nas páginas 102 a 108) 45-Aconteceu comigo uma relação anal forçada na infância . Como sei se me causou a lguma doença? As doenças do reto e ânus têm sintomas e sinais bem evidentes e são de fácil diagnóstico. Somente algumas DSTs como a AIDS e a Sífilis podem estar presentes no sangue sem dar qualquer aviso. Se possível, use sempre preservativo e procure um médico para exames preventivos uma vez ao ano. (Leia mais nas páginas 111 a 121) 46-Pode se ter orgasmo pelo ânus? Com certeza sim. Depoimentos confirmam orgasmos diferentes do vaginal e muito intensos. O ânus e o reto não têm terminações nervosas específicas para aumentar a excitação até atingir o orgasmo. No entanto, pela fantasia, imaginação, masturbação e entrega de corpo e alma, o prazer maior (orgasmo) pode ser alcançado. (Leia mais na página 70) 47-O ânus se a larga o suf iciente durante o sexo anal para não provocar dor? Sem dúvida que sim. Os esfíncteres (anéis musculares) do ânus relaxam o suficiente para receber o pênis, sem lesões locais e sem dor. É necessário sempre fazer uma dilatação prévia do anel do ânus para facilitar a penetração. (Leia mais nas páginas 15, 74 e 84) 48-É comum a prá tica do sexo anal? O sexo anal é uma variação sexual realizada pela procura do prazer sexual. É uma das fantasias sexuais masculinas e femininas mais freqüentes, embora pouco discutidas e pouco conhecidas em seus detalhes. Respeitando-se todas as religiões e crenças, é um assunto que merece e deve ser conhecido e discutido por todos, mesmo por aqueles que não pretendem praticá-lo. (Leia mais nas páginas 15 a 18 e capítulo IV) 49-Pensar em sexo anal sugere a lguma “ tendência homossexual”? Primeiro, o termo “tendência homossexual” é uma forma de preconceito e o seu uso foi banido e deve ser evitado. O sexo anal pode ser praticado por heterossexual, bissexuais e homossexuais sem perder a sua própria orientação sexual. É uma fantasia sexual compartilhada por homens e mulheres. É importante salientar que o prazer anal ou o sexo anal são práticas muito prazerosas e muito praticadas. (Leia mais nas páginas 15 a 18) 50-Por que é bom sabermos deta lhes sobre as prá ticas sexuais? A energia vital e a “energia sexual” fazem parte do ser humano. Sexo é o ato físico propriamente dito e a sexualidade é a expressão, em todas as suas formas, do sexo. Depende da nossa cultura, do país, da cidade, da família e toda nossa sociedade. Cada um de nós tem uma cultura sexual própria e uma sexualidade própria e individual. Temos o instinto sexual que nos leva à aproximação e ao sexo com a pessoa que nos atrai. Para que esta sexualidade ativa seja prazerosa e crescente, temos que conhecer os detalhes da resposta sexual, com todos seus aspectos físicos e emocionais. Devemos quebrar mitos e tabus sexuais, que fazem muitas pessoas sofrerem por anos e anos, por idéias errôneas sobre a sua sexualidade. Não tenho a intenção de incentivar a prática do sexo anal, mas sim, a meta de que a sexualidade humana seja conhecida em todos os seus detalhes, para o crescimento do ser humano como um todo e para uma qualidade de vida melhor para todos nós. (Leia mais na página 15) Capítulo II Mitos do Sexo Anal Mitos do Sexo Anal Milhares de homens e mulheres, heterossexuais, homossexuais ou bissexuais estão iniciando e experimentando a prática do sexo anal. Entretanto, os mitos e tabus sexuais inibem as pessoas de falar, discutir, pensar ou aprender sobre esta prática sexual. O que você aprendeu ou ouviu falar sobre sexo anal na sua infância, na sua adolescência e quando adulto? A grande possibilidade é de nós termos alguma bagagem cultural negativa sobre o assunto. Nós podemos brincar, rir e lembrar de fatos interessantes e curiosos ligados a estaregião do nosso corpo. Acredito ser o mais prejudicial destes mitos e tabus a negação e a prevenção de muitas pessoas da possibilidade do prazer anal e de exercitar os seus desejos sexuais. Leia sobre alguns dos mitos mais comuns e conheça a verdade! MITO I: Dor no sexo anal A crença de que a estimulação anal, principalmente o coito, tem que machucar ou doer é falsa. A maioria dos praticantes do sexo anal não tem dor alguma. Este medo assusta e afugenta a maioria das pessoas desta prática sexual. Entre homossexuais, onde a prática anal é constante a dor é praticamente ausente. Se presente em pequena intensidade e só na penetração não atrapalha o prazer. Sempre que existir dor significa que algo está inadequado naquele momento. O ânus é uma região muito inervada e a dor pode inibir o prazer. No entanto, no sadismo sexual, a dor é uma fonte de muita excitação. Quando ocorre qualquer possibilidade de penetração anal (com o dedo, objeto ou pênis) ocorre um espasmo (contração) dos músculos locais como se fosse uma defesa para a não penetração. Haverá dor se os parceiros não esperarem até que estes músculos relaxem. O relaxamento depende da cumplicidade, confiança e do carinho. Desta forma, não haverá desconforto local, relaxamento maior e ausência de dor muscular, o que facilitará a penetração. MITO II: Antecedente de dor Tudo o que acontece em nossas vidas, tanto as experiências positivas quanto as negativas, influenciam as nossas emoções e a nossa resposta sexual. Experiências sexuais traumáticas marcam e poderão ser lembradas em ocasiões semelhantes. No entanto, o fato de ter ocorrido dor ou desconforto em certa ocasião sexual (como sexo anal), não significa obrigatoriamente que as mesmas sensações voltarão. Não é somente o desejo de ter uma relação anal que impede o desconforto. São necessários outros parâmetros para o total relaxamento muscular. Uma tensão anal crônica por obstipação, fissuras anais ou hemorróidas inflamadas são as causas mais comuns de desconforto durante o sexo. A tensão pode diminuir com manobras tipo toque digital na pele ao redor do ânus, com lubrificações a base de água, por respiração relaxante, pela certeza de que o parceiro não será intempestivo e agressivo, por masturbação simultânea, etc. Em resumo, qualquer atividade que tire a concentração ao temor da dor poderá ter como resultado uma nova oportunidade erótica, com maior entrega sexual, sem dor ou traumas, independente de antecedentes desconfortáveis. MITO III: Perda de fezes após o sexo Este é um acontecimento raro nesta prática sexual. A anatomia da região anal mostra no ânus dois esfíncteres musculares em forma de anel que circundam o canal anal e que funcionam de forma independente. O esfíncter externo é voluntário (você tem controle dele) e o interno é involuntário (você não tem controle de sua contração). O esfíncter externo você controla como, por exemplo, os músculos da sua mão, isto é, você os contrai e relaxa quando quiser. O esfíncter interno é diferente, ou seja, controlado pela parte autônoma do sistema nervoso central, como os músculos do coração. Este (interno) reflete e responde ao medo e à ansiedade durante o sexo anal. Quando ocorre uma penetração sem que o receptor esteja preparado, com os músculos dos esfíncteres contraídos, pode ocorrer trauma com ruptura de fibras musculares, gerando dor ou sangramento. Nos casos de atentado violento ao pudor pela introdução de acessórios de grosso calibre no ânus, de forma violenta, sempre há lesões de maior ou menor grau nestes esfíncteres. Se experiências traumáticas como estas forem repetitivas, ocorrerá lesão grave e permanente dos músculos levando à perda de fezes de forma involuntária. MITO IV: Orgasmo no sexo anal é possível? Sem dúvida que sim. Em entrevistas de praticantes muitos relatam orgasmos e também muitas mulheres e homens chegam ao orgasmo com o sexo anal e com uma estimulação genital concomitante. Outros não têm orgasmo, mas não vêem nisto uma derrota e sim uma forma de aproximação, carinho e amor. As mulheres têm maior possibilidade do orgasmo quando praticam contrações musculares da vagina e da região pélvica que aumentam a sua excitação, somada ao efeito da fantasia excitante de estar sendo penetrada. Entre os homens, a estimulação da próstata e região facilita o orgasmo. A excitação aumenta também no sexo anal quando os participantes estão envolvidos em muita fantasia e imaginação. No entanto, a estimulação direta genital tem o papel importante para se chegar ao clímax quando o sexo anal está sendo praticado. PESQUISA: KINSEY Há cinqüenta anos (1955), o sexólogo Alfred Kinsey disse que a região anal tinha um significado erótico para muitos homens e mulheres da população americana. Em suas pesquisas 11% dos homens casados relataram uma frequência de uma a múltiplas FIQUE LIGADO: Função do reto A principal função do reto é a eliminação das fezes. Estas ficam acumuladas nesta região até a defecação. Entretanto, restos fecais podem permanecer na região e aparecer no pênis, na camisinha ou nos acessórios utilizados no sexo anal. Uma higiene prévia do reto pode ajudar a evitar situações como estas que podem afetar o momento erótico pelo cheiro característico de fezes, ou pela presença destes resíduos. Para muitos, é o suficiente para se evitar a prática do sexo anal. vezes a prática do sexo anal (Kinsey, Alfred C. et al ,1948). Existem depoimentos claros, tanto de homens como de mulheres que praticam o sexo anal, que relatam ter orgasmos sem qualquer outra estimulação concomitante. A experiência, a excitabilidade e a erotização individual do ser humano é que determinam estas diferenças na sua resposta sexual. MITO V: Higiene perfeita no ânus. Como? A higiene prévia externa com água e sabonete é importante. Já a higiene interna é opcional. Com certeza esperar que esta região fique esterilizada é impossível. Muitas pessoas podem chegar à conclusão errônea de que a higiene que se deve ter ao praticar sexo anal é igual à que se deve ter quando se pratica sexo genital. Mesmo as duas regiões sendo mucosas e se distenderem, são completamente diferentes. O reto é uma estrutura não retilínea. Depois de um pequeno canal anal que se conecta com a abertura anal, o reto se dirige para frente do abdome, após poucos centímetros se curva para trás e novamente para frente. Estas curvaturas exigem uma penetração progressiva e lenta para que estas ondulações se adaptem ao pênis. A agressividade neste momento levará a traumas locais. Outra diferença importante é que a vagina tem uma lubrificação abundante, que favorece a penetração, enquanto o reto produz pouco muco. Desta forma o uso de lubrificantes é indispensável. Sempre se deve usar produtos á base de água, evitando-se aditivos químicos, que não são látex compatíveis (rompem a camisinha), provocam alergias e reações inflamatórias locais. MITO VI: O sexo anal é necessariamente um ato de dominação? A dominação e a submissão fazem parte de muitos momentos eróticos e são aceitos normalmente por seus praticantes. No entanto, certas posições sexuais praticadas no sexo anal sugerem maior dominação de um lado e maior submissão do outro. Estes pensamentos negativos podem inibir o prazer, diminuir a excitação e favorecer a tensão dos músculos anais. O sexo anal deve ser evitado se é compreendido como uma expressão de poder. Por outro lado, esta variação sexual pode ser muito prazerosa para os parceiros sem existir esta questão de dominação e dominante. Outras vezes a fantasia da dominação e submissão excita e mobiliza o coito anal. MITO VII: O sexo anal sempre traz algum prejuízo ao corpo? Esta afirmação não é verdadeira. O sexo anal é uma prática que exige conhecimentos prévios de como praticá-lo de forma adequada entre homens e mulheres de qualquer orientação sexual (heterossexuais, homossexuais, bissexuais e transexuais) ou de qualquer crença religiosa. Nenhum prejuízo é causado por esta variação sexual se os dois parceiros a aceitam, a conhecem e a praticam com técnica correta,delicadeza e preparo psicológico. A agressividade, a dor e o sangramento são raros e resultam de contusões, lesões locais, gerando ansiedade e afastamento dos parceiros. O maior prejuízo possível nesta prática sexual são as DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Gonorréia, Sífilis, Herpes, HPV e AIDS são as mais comuns. Outras contaminações possíveis ocorrem na vulva, vagina e boca em situações de erros de higiene e de cuidados locais. Desta forma, o uso do preservativo (camisinha) é muito importante para a sua proteção. Em relacionamento monogâmico, com dois parceiros saudáveis, o risco da transmissão de doenças é mínimo. Capítulo III Variações , Desvios e P arafi l ias- Concei tos Variações, Desvios e Parafilias - Conceitos Estudar a sexologia implica em estudar os seres humanos como indivíduos sexualizados, portadores de um comportamento sexual de homens e mulheres, incluindo a abordagem dos sentimentos, das condutas e fantasias sexuais, bem como das dificuldades e resoluções dos “problemas”. Quando a sexologia estuda as variáveis e condutas variantes, estamos falando de Parafilias. Cada um de nós recebe padrões hereditários diferentes e é influenciado de maneira única pelos eventos psicossociais que cercam nosso desenvolvimento. Assim, cada um de nós exerce, ainda que dentro de um padrão geral comum, suas próprias formas preferenciais de prazer. Naturalmente, o ser humano usa muita fantasia e imaginação na esfera da sexualidade. A procura de novas formas de prazer é constante e considerada sadia pelos sexólogos, sempre respeitando todas as crenças e doutrinas religiosas. As chamadas variações sexuais são comuns e nelas se encaixam o sexo oral, o sexo anal, as diferentes posições sexuais, entre outras. Quando esta variação é repetitiva, chegando a ser até obrigatória para a obtenção da excitação e prazer, gera ansiedade entre os parceiros e questionamentos da sua “normalidade”. Qualquer atividade que gere sentimentos negativos, como medo e ansiedade, deve ser avaliada por um terapeuta sexual, visto que se encaixam dentro das chamadas parafilias sexuais. Qual é o conceito de sexualidade “normal”? O médico inglês, antropólogo e sexólogo Henry Havelock Ellis (1859-1939) disse que “todas as pessoas não são como você, nem como seus amigos e vizinhos, inclusive, seus amigos e vizinhos podem não ser tão semelhantes a você como você supõe”. Culturalmente se reconhece o sexo convencional como sendo heterossexual, monogâmico, coital, com finalidade prazerosa e/ou procriativa. Evita- se o termo “normal”, devido ao fato das pessoas confundirem (erroneamente) o “não-normal” com o “patológico” (doente). Os termos atuais usados são “o mais comum” e “o menos comum”. Variação sexual São práticas eventuais, com intenção de fugir à rotina. Tais práticas podem se repetir em algumas situações, mas não obrigatoriamente, podendo a pessoa, em busca de experimentar novas formas de prazer, adotar práticas diversas. Muitas vezes, são também utilizadas como preâmbulo ao ato sexual, por exemplo, o sexo oral, masturbação e sexo anal. Desvios Sexuais Dá-se também o nome de desvios sexuais quando estas práticas estão fora do socialmente aceito como “normais” e que, embora não sejam obrigatórias para a satisfação sexual, também exercem grande atração sobre o praticante, que tende a repeti-las. Por exemplo, atração por pés, voyeurismo, etc. Parafilia É o termo atualmente empregado para os transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como “perversões”. A Parafilia, pela própria etimologia da palavra, diz respeito à “para” de paralelo, ao lado de, “filia” de amor a, apego a. Portanto, para estabelecer-se uma parafilia, está implícito o reconhecimento daquilo que é convencional (estatisticamente normal) para, em seguida, detectar-se o que estaria “ao lado” desse convencional. Chama-se parafilia a atividade sexual na qual a resposta (desejo, excitação e orgasmo) ocorre normalmente; contudo o indivíduo necessita, para obtenção da sua excitação, de um objeto ou práticas não usuais, não comuns para a sociedade; por fim, é considerado fisiologicamente normal. Existem diversas modalidades de parafilias e são consideradas práticas sexuais aceitas quando não provocam danos a outras pessoas ou aos costumes sociais. O DSM.IV (Classificação dos transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria) considera as parafilias como uma sexualidade caracterizada por impulsos sexuais muito intensos e recorrentes, por fantasias e/ou comportamentos não convencionais, capazes de criar alterações desfavoráveis na vida familiar, ocupacional e social da pessoa por seu caráter compulsivo. São perturbações sexuais qualitativas e, no CID. 10 estão referidas como Transtornos da Preferência Sexual, o que não deixa de ser verdadeiro, já que essa denominação reflete o principal sintoma da parafilia. (Ballone GJ, 2003). Está configurada a Parafilia quando há necessidade de se substituir a atitude sexual convencional por qualquer outro tipo de expressão sexual, sendo a única forma preferida ou maneira da pessoa conseguir excitar-se. Aqui também a prática do sexo anal pode se encaixar como exemplo, se preencher estes pré-requisitos. Algumas Parafilias que necessitam de uma investigação profunda psiquiátrica e psicológica especializadas são: possibilidades de prazer com objetos, com o sofrimento e/ou humilhação de si próprio ou do parceiro, com o assédio a crianças e adolescentes, entre outras. Estas fantasias ou estímulos específicos seriam pré-requisitos indispensáveis para a excitação e o orgasmo. Estas eram consideradas perversões e hoje são chamadas de comportamentos desviantes que exigem tratamentos. Segundo Ballone GJ, quando esses impulsos resultam na ação compulsiva provocam grande ansiedade, obrigando o portador desse transtorno a evitar novas situações capazes de provocar a tal obsessão e, conseqüentemente, o tal impulso. Capítulo IV P esquisas sobre Sexo Anal: Resultados e Conclusões Pesquisas sobre Sexo Anal: Resultados e Conclusões Estas pesquisas foram realizadas nos anos de 2002 e 2003 pelos médicos e sexólogos Celso Marzano, Sylvia Faria Marzano e pela psicóloga e sexóloga Amazonita Alfaia Esashika, com a intenção de obter dados para o início da discussão desta prática sexual tão fantasiada, porém, pouco conhecida. O assunto gera ansiedades, controvérsias e preconceitos. Não é intenção destas pesquisas e seus resultados fazer propaganda do sexo anal, julgar ou criar mais ou menos ansiedades, mitos ou medos. Estas pesquisas vão continuar e você pode participar (vide questionários na internet: www.desejosexual.com.br no link PESQUISAS). Também estas pesquisas foram apresentadas e discutidas no XII Congreso Latinoamericano de Sexología y Educación Sexual (CLASES) – Abstract 156, no IX Congresso Brasileiro de Sexualidade Humana, e IX Fórum do Mestrado em Sexologia da UGF-SBRASH- Sociedade Brasileira de estudos em Sexualidade Humana, ocorrido de 2 a 4 de outubro 2003, no Rio de Janeiro. Pesquisa entre Homens Introdução O homem, por causa de nossa cultura, pensa no sexo anal como uma conquista sexual especial. Cheio de dúvidas e tabus, ele o pratica e comumente comete erros em relação a cuidados de higiene e na prevenção contra doenças, tanto no que se refere a contrair ou a contaminar seus parceiros. É um assunto que deve ser estudado, pesquisado e divulgado em todos os seus aspectos biopsicossociais. O nosso objetivo foi criar http://www.desejosexual.com.br/ argumentos para a desmistificação desta variação sexual tão comum. Metodologia Através de um questionário com 70 perguntas em urna fechada, pela resposta direta e também via Internet, foram recebidas 400 pesquisas de homens entre 14 e 63 anos, em relação à identificação, religião de criação, educação sexual recebida na família, iniciação sexual, identidade sexual, primeira relação e prática do sexo anal, desejo, excitação, orgasmo, fantasias e emoções. ResultadosA primeira relação anal nos homens ocorreu na faixa etáriade 11 a 26 anos. Dentre todos os homens pesquisados 284 (71%) praticam sexo anal. Em relação à educação sexual dada pelo pai e a prática do sexo anal tivemos: com pai omisso. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 158 (39,5%) com pai omisso. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 158 (39,5%) com pai educador. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 78 (19,5%) com pai repressor. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 36 (9%) Em relação à educação sexual dada pela mãe e a prática do sexo anal tivemos: com mãe omissa. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 124 (31%) com mãe educadora. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 06 (26,5%) com mãe repressora. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 44 (11%) Na análise da religião de criação em relação à prática do sexo anal: católica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 218 (54,5%) crente. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 14 (3,5%) evangélica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 14 (3,5%) sem religião. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 8 (2%) espírita. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 4 (1%) budista. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 2 (0,5%) Na análise da religião professada em relação à prática do sexo anal: católica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 106 (26,5%) sem religião. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 44 (11%) espírita. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 24 (7%) evangélicos. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 18 (4,5%) ateu. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 18 (4,5%) crente. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 14 (3,5%) Em relação à resposta sexual tivemos: desejo no sexo anal. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 260 (65%) excitação. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 272 (68%) orgasmo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 204 (51%) fantasias em praticar. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 112 (53%) Quanto ao uso do preservativo no sexo anal: usam. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 140 (35%) não. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 160 (65%) Não usa preservativo porque: não gosta. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 34 (8,5%) por ter parceiro fixo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 22 (5,5 %) por ter parceira fixa. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 40 (10%) Em relação à orientação sexual: heterossexual que pratica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 142 (35%) bissexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 54 (13,5%) homossexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 76 (19%) Conclusões da PesquisaO coito anal é comum nos homens com uma resposta sexual que inclui o desejo, a excitação, a fantasia e o orgasmo. Com relação à educação dada pelos pais, concluiu-se que com pais omissos, a prática anal foi o dobro dos educadores e quatro vezes a dos repressores. Já em relação às mães educadoras, o coito anal ocorreu em igual porcentagem para as educadoras e omissas, e o dobro em relação às repressoras. O uso do preservativo ocorreu somente em 1/3 das relações e, como explicação, o fator de ter parceiro fixo foi a preponderante no heterossexual e no homossexual. Também a religião de criação e professada pode ter influência na prática do sexo anal. Pesquisa entre Mulheres Introdução Visamos conhecer aspectos biológicos e sociais da resposta sexual humana, para que estes dados possam ser catalogados, gerando conclusões e questionamentos. O objetivo é criar argumentos para a desmistificação desta variação sexual tão comum em nosso meio. Metodologia Através de um questionário com 64 perguntas em urna fechada, pela resposta direta e também via Internet, foram colhidas 400 pesquisas de mulheres entre 12 e 58 anos, em relação à identificação, religião de criação, educação sexual recebida na família, iniciação sexual, identidade sexual, primeira relação anal, prática do sexo anal, desejo, excitação, orgasmo, fantasias e emoções. ResultadosA primeira relação anal entre as mulheres ocorreu na faixa etária de 19 a 24 anos. Em relação à educação sexual dada pela mãe e a prática do sexo anal tivemos: com mãe educadora. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 108 (27%) com mãe omissa. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 66 (16,5%) com mãe repressora. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 52 (13%) Em relação à educação sexual dada pelo pai e a prática do sexo anal: mulheres com pai omisso. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 104 (26%) com pai repressor. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 58 (14,5%) com pai educador. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 54 (13,5%) Na análise da religião de criação em relação à prática do sexo anal: católica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 182 (45,5%) espírita. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 10 (2,5%) crente.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 6 (1,5%) evangélica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 6 (1,5%) budista. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 2 (0,5%) Na análise da religião professada em relação à prática do sexo anal: católica. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 104 (26%) espírita. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 36 (9%) crente.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 12 (3%) evangélicos. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 8 (2%) sem ter religião. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 22 (5,5%) Em relação à resposta ao sexo anal, tivemos: desejo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 228 mulheres (57%) excitação. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 210(52,5%) orgasmo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 100(25%) fantasias. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 86(21,5%) Quanto ao uso do preservativo no sexo anal usam. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 144 (36%) não. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 256 (64%) Não usa preservativo porque: não gosta. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 16 (4%) por ter parceiro fixo. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 106 (26,5 %) por sentir dor. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 2 (0,5%) Em relação à identidade sexual: heterossexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 192 (48%) bissexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 12 (3%) homossexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 8 (2%) Dentre todas as mulheres pesquisadas: praticam sexo anal e vaginal. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 228 (57%) só vaginal. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 144 (36%) não tiveram relação sexual. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 112 (28%) só relação anal. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 0 Conclusões da PesquisaQue o coito anal faz parte da sexualidade entre as mulheres, com uma resposta sexual que inclui o desejo, a excitação e a fantasia. Porém, o orgasmo só ocorreu em 50% delas. Com relação à educação dada pelos pais, concluiu-se que o dobro das que tiveram pais omissos pratica sexo anal em relação às que tiveram pais repressores e educadores. Já em relação com mães educadoras, o coito anal ocorreuem dobro para com as repressoras. O uso do preservativo ocorreu em 1/3 das ocasiões e, como explicação, o fator de ter parceiro fixo foi a preponderante. Também a religião de criação e professada pode ter influência na prática do sexo anal. Capítulo V Anatomia e Sexo Anal Anatomia e Sexo Anal É importante a observação e o conhecimento da anatomia masculina e feminina em detalhes para quem pretende iniciar a prática do sexo anal como penetrante e/ou como receptor do pênis ou acessórios sexuais. O conhecimento destes detalhes poderá facilitar esta prática sexual e evitar transtornos como incômodos, dores ou ferimentos na parceria. Os tecidos do ânus (região externa e interna) são muito sensíveis e respondem muito ao toque e a estimulação. Ao contrário de mitos culturais com banhos regulares e higiene pessoal íntima adequada, o ânus é geralmente limpo. O ânus e o canal do reto são partes do corpo humano muitas vezes consideradas como um lugar escuro e misterioso – especialmente na nossa imaginação. Hoje, com os avanços da medicina, especialmente com a exploração endoscópica, temos dados científicos da anatomia a da fisiologia destas regiões do corpo, tão importantes quantas outras e consideradas essenciais para a manutenção da vida. A eliminação de excretas do corpo é vital para a manutenção do nosso metabolismo. A via digestiva, que termina pelo canal do reto e ânus deve ser muito estudada também sob o aspecto do prazer sexual. Ânus – visão externa Anatomia Básica O reto O reto e o canal anal fazem parte da porção final do tubo digestivo e já se encontram na cavidade da pelve. O reto é um compartimento que começa na porção final do intestino grosso, imediatamente após o cólon sigmóide, e termina no ânus. Habitualmente, o reto fica vazio porque as fezes são armazenadas no cólon descendente. Quando o cólon descendente fica repleto do bolo fecal, passa para o canal do reto, causando a sensação de vontade de esvaziar o intestino, ou seja, evacuar. Adultos e crianças mais velhas podem controlar este desejo até que alcancem um banheiro ou outro local para evacuação. O reto tem a forma de um tubo muscular e mede entre 12 e 17 cm de extensão; embora ainda persistam controvérsias sobre as definições de seus limites cranial e distal, podemos defini-lo de acordo com a observação anatômica e a cirúrgica. Anatomia da via digestiva até o ânus Três ligamentos são as principais formas de fixação do reto às paredes da pelve: a fáscia retossacral e os ligamentos laterais do reto. A irrigação do reto é dada por quatro artérias: artéria sacral mediana e artérias retais (hemorroidais) superior, média e inferior. A primeira é um ramo direto da aorta; a segunda, ramo da artéria mesentérica inferior; a terceira, da artéria pudenda interna e a quarta, da pudenda externa. A drenagem venosa é feita por veias que acompanham as artérias e recebem o mesmo nome. A drenagem linfática é feita por linfonodos mesentéricos inferiores, sacrais, ilíacos internos e comuns. Os limites anatômicos do reto são: a projeção da terceira vértebra sacral cranialmente e a linha pectínea ou dentada (transição anorretal) caudalmente. Válvulas do canal do reto ou plicas Visão anatômica As válvulas são variáveis em número, localização e graus de desenvolvimento. Geralmente são três: inferior, média e superior. A inferior está, geralmente, localizada no quadrante posterior esquerdo, entre 2, 5 e 3 cm acima da margem anal. A válvula média, mais proeminente, está entre 5 e 9 cm da margem anal; é conhecida como Plica Transversalis de Kohlrousch. A válvula superior fica entre 3 e 4 cm acima da válvula média. Anatomia do reto e ânus com válvulas Visão endoscópica (uso de aparelho específico para visualização interna do canal do reto) Do ponto de vista endoscópico, o reto é caracterizado por três grandes projeções de sua parede em direção à luz do órgão, constituídas por mucosa, submucosa e parte da muscular própria, conhecidas também por válvulas de Houston e habitualmente em número de três: 1-A válvula média de Houston (Plica Transversalis de Kohlrousch) corresponde à reflexão peritoneal na face anterior do reto. 2-A muscular própria do reto é constituída por uma camada interna ou circular. 3-Uma camada externa que não exibe condensação na forma de tênias musculares como nos outros segmentos cólicos. Inervação do Reto O reto e o canal anal são inervados pelos plexos retais superior, médio e pelos nervos pudendos através dos nervos retais inferiores. Simpático: parte lombar do tronco simpático e plexo hipogástrico superior. Parassimpático: plexo hipogástrico inferior e plexos retais. Diferenças na anatomia feminina e masculina A distância entre o orifício anal e a uretra no homem é muito maior do que na mulher, o que dificulta a contaminação do canal do pênis (uretra) por resíduos fecais. Na mulher a distância é de centímetros e a contaminação ocorre mais facilmente durante a relação anal ou após o orgasmo, no momento da retirada do pênis. Esta contaminação, se ocorrer, não é só da uretra, mas poderá ser de toda vulva e vagina. Anatomia feminina Desta forma é muito importante também o conhecimento das diversas possibilidades de posições sexuais no coito anal para evitar tal contratempo e complicações físicas posteriores. (Leia mais sobre posições nas páginas 83 a 86) Anatomia masculina O ânus O ânus é a abertura final do trato digestivo através da qual o bolo fecal sai do corpo. É formado pela superfície externa do corpo – pele – e também pela mucosa do intestino. O ânus tem uma continuidade com a pele exterior. Um feixe muscular circular forma um anel (esfíncter anal) que conserva o ânus fechado até que a pessoa tenha os movimentos intestinais de defecação. A coloração da pele ao redor do ânus tem uma textura mais forte que a pele das nádegas. Pode ter cor rosada ou mais escura, dependendo da raça e da idade e o contraste da cor do ânus e das nádegas depende de cada indivíduo. Existem, no mercado americano, produtos para mudar a coloração anal para os insatisfeitos. No entanto, cuidado para não se ferir com alergias e ferimentos da região pela sua grande sensibilidade. O canal anal ou ânus, tem entre 1,5 e 3 cm de comprimento e engloba a musculatura responsável pelo controle (continência) da evacuação fecal. O canal anal inicia-se no orifício anal (ou ânus) que é revestido por pele completa (provida de pêlos) e passa a ser recoberto, em direção cranial, por pele modificada (desprovida de pêlos) até o nível da linha pectínea (do latim pecten, pente), acima da qual o tecido encontrado é mucoso: mucosa retal. Como acontece o sexo anal, anatomicamente O canal do reto tem por volta de 17 cm de comprimento. Do lado de fora do canal do reto encontra-se o ânus, que é mantido fechado pelo músculo esfíncter externo. Este é o músculo que você pode apertar ou relaxar quando evacua-é um músculo voluntário, que se pode controlar. Logo após vem o músculo esfíncter interno, sobre o qual não se tem controle voluntário, ou seja, é controlado pelo sistema nervoso central. Se a pessoa está relaxada, este músculo também está; porém, se estiver nervoso, tenso, o esfíncter externo e o interno ficam muito contraídos. Quanto mais atenção você tem com os músculos dos esfíncteres mais fáceis será relaxá-los. Como os dois músculos funcionam em harmonia, você pode estimular o esfíncter interno a relaxar relaxando o esfíncter externo. Estes músculos são os que provocam dor quando são forçados a serem penetrados (por exemplo, no sexo anal tenso e com medo). Para que algum acessório ou o pênis penetre o canal anal, os dois esfíncteres devem estar relaxados. Homens e mulheres que exercitam regularmente seus músculos pubococcígeos (músculo PC-um grupo de músculos que vai do osso púbico até o cóccix) e músculos da pelve relatam em depoimentos muitos benefícios positivos: sensações pélvicas mais exuberantes, maior prazer durante a estimulação clitoriana e na penetração vaginal ou anal, orgasmos mais intensos e maior controle destes.(Leia mais detalhes na capítulo V-página 45: Exercícios para fortalecer o músculo PC) FIQUE LIGADO: Ângulo de Penetração Anal Na variação de posição onde a pessoa esteja de pé, o reto forma um ângulo com a entrada do ânus, de modo que a introdução de um acessório rígido atingirá a parede posterior do reto, fazendo com que seja muito difícil continuar a penetração. Se insistir, é provável que o penetrado Ânus e esfíncteres Anatomia do intestino grosso, ânus e reto com esfíncteres Uma vez ultrapassado estes dois esfíncteres (01 e 02) chega-se ao canal do reto. O reto é um delicado compartimento (canal) com muitos músculos, muito vascularizado, mas poucas terminações nervosas. É grande o bastante para acomodar um objeto que tenha entre 12 e 17 centímetros de comprimento. Tem de 15 a 35 cm de circunferência. De forma geral, as sensações relatadas por praticantes do sexo anal, nas primeiras vezes, é que a única sensação com a penetração é a de preenchimento e pressão contra as paredes do reto, dando a sensação de vontade imediata de evacuar. Com a experiência, o praticante começa a ter prazer que, acompanhadas por todo o envolvimento, passam a ser momentos envolventes de trocas de sensações sexuais muito agradáveis. Objetos flexíveis e o pênis conseguem prosseguir e atingir uma maior profundidade chegando até o primeiro estreitamento causado pela válvula retal (uma trave muscular na mucosa). A passagem por estas válvulas sem causar dor depende muito da sensibilidade e experiência do penetrante. Ao perceber a dificuldade de penetração sugere-se a seguinte tática: um pequeno movimento para trás (retroceder vagarosamente) e uma leve mudança da direção do pênis podem fazer um sinta incômodo ou dor. Se a parceria a ser penetrada estiver deitada ou na posição de quatro o canal do reto fica mais retificado facilitando a penetração. encaixe mais adequado e a ultrapassagem desta válvula. Portanto, a penetração deve ser lenta, progressiva, não violenta e com muita atenção do parceiro penetrante. Uma vez vencida esta válvula, o procedimento com outras válvulas que virão depois desta primeira deve ser o mesmo. Em certo momento, o parceiro penetrante percebe que o canal anal relaxa e recebe totalmente o pênis (dependendo do tamanho do mesmo, supondo um pênis de 16 cm), sem tensão e com sensações de maior prazer para ambos os parceiros. A figura ao lado dá uma idéia exata da anatomia do canal do ânus, esfíncteres, reto e válvulas. Também observe até onde vai um pênis de 17 cm de comprimento. Logicamente a figura está em plano único e não demonstra a mobilidade da região e do pênis que favorecem a prática do sexo anal sem dor (NETTER modificada por Marzano). Exercícios para forta lecer o músculo PC (pubo coccígeo) O primeiro passo é encontrar o músculo PC. Todos os músculos individuais próximos da virilha, nádegas, abdômen, coxas e PC podem parecer o mesmo, portanto, a maneira mais simples de encontrá-lo é isolá-lo de todos os outros, colocando um ou dois dedos atrás dos testículos. Comece a urinar. Interrompa e segure o fluxo. O músculo PC é exatamente o que foi usado para interromper o fluxo da urina. É muito importante que os músculos do estômago e das coxas se mantenham relaxados. Exercícios: Três vezes por dia contraia vinte vezes o músculo PC. Retenha-o durante 1 ou 2 segundos a cada vez, depois solte-o. Não é necessário ficar com os dedos sobre o músculo, basta senti-lo internamente, mas caso não tenha certeza, pode mantê-lo até adquirir confiança. Respire normalmente durante esse exercício. Informações: 1-Repetindo muitas vezes, o músculo PC pode ficar dolorido como qualquer outro músculo. 2-Se não conseguir isolar o PC: caso os outros músculos não deixem de ser retesados durante os exercícios com o PC, o primeiro passo é levar esses músculos à exaustão, para que não interfiram. Se há tendência a contrair os músculos do estômago, deve-se então contraí-los e descontraí-los 10 ou 20 vezes antes de começar os exercícios com PC. Isso deverá cansá-los suficientemente, para não interferirem. O mesmo se aplica às nádegas, coxas e músculos da virilha. 3-A partir da quarta semana, além das vinte contrações rápidas, três vezes ao dia, acrescentar mais dez contrações realmente longas; contrair lentamente o PC o mais firme que puder. Mantenha essa contração durante cinco segundos, se possível. Depois vá descontraindo gradualmente durante os cinco segundos restantes. No início poderá ser um pouco difícil e talvez não consiga fazer uma ou duas contrações sem se cansar. A continuidade fará você perceber quais os músculos a contrair e como fazê-lo. Curiosidade: Ponto “G Masculino”? Supõe-se – porque nada foi comprovado – que o ponto G masculino localiza-se no reto, na parede anterior do reto, em frente a glândula prostática. Esta área seria uma região de extrema sensibilidade sexual quando tocada ou manipulada. Esta manipulação ou massagem pode ser realizada por plugs anais (Ler mais na página 55), acessórios sexuais como dildos (pênis artificiais) ou os dedos. Esta massagem é realizada com muita lubrificação, suavemente, pelo próprio homem ou por seu parceiro ou parceira. Para localizar esta região, ao introduzir o dedo no ânus, na parede anterior (em direção ao pênis) na Toque retal em prevenção do Câncer de Próstata profundidade de 2 a 3 cm, é palpada uma elevação do tamanho de uma noz (a glândula prostática). Este seria o ponto G do homem. Demonstração com acessório sexual de estimulação da próstata A próstata faz parte do sistema urinário e não do intestinal. O contato do pênis com o intestino que está ao lado da próstata pode massageá-la e proporcionar prazer sem desencadear qualquer doença prostática. A próstata não cresce e não se transforma em tumor -benigno ou maligno – pela sua manipulação ou pelo contato com o pênis. FIQUE LIGADO: PRÓSTATA A próstata cresce por si, a partir dos 40 anos de idade, sem qualquer explicação válida até o momento. É importante lembrar que todo homem, independentemente da sua orientação sexual, deve fazer a prevenção do câncer de próstata uma vez ao ano a partir dos 45 anos de idade. Só o exame de sangue PSA não é suficiente. O toque retal é indispensável e faz parte da prevenção do câncer de próstata. Um exame de 10 segundos com muito lubrificante não vai mudar a sua orientação sexual. Capítulo VI Sexo Anal: Como F azer? FIQUE LIGADO: No sexo anal não há fingimento Seu corpo, mente e sua psique devem estar de acordo na sua prática. Não tenha coito anal porque o seu parceiro quer, a está pressionando ou porque acha que não será uma parceria amada e desejada se não o fizer. A forma de expressão de sua sexualidade é de decisão unicamente sua. O desejo é o ingrediente chave para o sucesso do intercurso anal. Se você tentar e não gostar, tudo bem. Você deve respeitar os seus desejos. Sexo Anal: Como Fazer? Os nossos aspectos emocionais, psicológicos e espirituais determinam intensamente nossa vida erótica, e as experiências da sexualidade anal não são exceções. As fantasias negativas podem afetar muito esta prática. A regra para muitos para viver plenamente a sua sexualidade é ouvir o seu coração, acreditar em seus instintos e, acima de tudo, comunicar-se com o seu parceiro. As maiores dúvidas e erros quando se discute e quando se pratica o sexo anal giram em torno da pergunta: como fazer? O preparo emocional pelo diálogo. Saber como deve ser realizado o ato sexual em si é que evita as complicações vindas dos erros de técnicas e a falta de atenção para detalhes que passam despercebidos pela emoção e excitação. Como deve ser realizada a lubrificação, a dilatação para favorecer a penetração sem dor, cuidados de higiene, uso da camisinha de forma adequada e as posições sexuais possíveis devem ser conhecidas com detalhes. O conhecimento das técnicas favorece o prazer antes, durante e depois da prática desta variação sexual. Diálogo Nenhuma relação pode existir sem que haja diálogo entre os envolvidos. Esta é uma condição indispensável.Entretanto, sabemos que muito ainda fica por dizer quanto mais difícil se torna o assunto a ser conversado. Sexo é um deles ou talvez o mais difícil. Não fomos educados a expor nossos desejos, nossas fantasias ou as dúvidas que surgem sobre este assunto. Pelo contrário, o estímulo sempre nos foi dado para que não falássemos sobre “certos” temas, até para preservarmos nossa imagem perante a sociedade e a pessoa amada. As mulheres, mas também os homens, consideram muito constrangedor expor ao outro o que sentem em relação aos seus desejos sexuais e assim, falar sobre sexo anal pode se tornar uma espécie de “tortura” para algumas pessoas. Resultado: calamse todos. Nada se discute sobre este assunto. No entanto este modo de agir está longe de significar que o assunto não está vivo e presente nas relações humanas. A partir deste silêncio, que revela sentimentos como culpa, medo, vergonha, falta de informação gerando idéias equivocadas sobre o que seja o sexo anal, muitos casais deixam de vivenciar momentos de maior intimidade e confiança e partem para o que poderíamos chamar de “prática clandestina”. Ou seja, ou praticam fora de casa, com outras parcerias, ou até praticam entre eles, mas sem nunca tocarem no assunto, sem nunca conversarem sobre o que estão fazendo. Desta maneira, um não sabe do outro, do que o outro quer, sente, gosta ou não gosta. Fazem porque – certamente – sentem-se coagidos a partir de alguma crença ou fantasia. O homem talvez pense que se não fizer estará comprometendo seu prazer e sua masculinidade; a mulher, por sua vez, talvez pense que se não fizer estará deixando brechas para que seu parceiro procure outra. E assim, desrespeitam-se mutuamente, agridem-se física e psicologicamente e vão aumentando a distância entre seus corações. A única solução para resolver esta questão é sentar e conversar. Por mais difícil que possa parecer e até ser, vale o esforço, porque sabemos que depois de dito, a relação fica muito mais prazerosa, ainda que um ou outro se mostre contrário ao desejo exposto. Prazer nas confidências. . . É possível que, ao abrirem espaço para um diálogo, a mulher ou o homem se mostre indisposto para a prática do sexo anal. Por isso, vale lembrar e ressaltar que o “não” é uma possibilidade tão plausível quanto o “sim” e precisa ser respeitado, porque amar o outro também é considerar os seus limites e o seu tempo para cada prática sexual apresentada na relação e na fantasia. Se a mulher não aceita praticar o sexo anal, cabe ao homem perguntar, mostrar-se interessado pelos seus motivos e ouvir com atenção e carinho, não tentando convencê-la a qualquer custo de que precisam fazer para que ele possa se sentir satisfeito, mas procurando compreender as razões dela e, ao mesmo tempo, expondo os seus desejos, falando de suas vontades e justificando o porquê de acreditar que poderiam ao menos tentar. Se for o homem que se mostra avesso ao desejo de praticar o sexo anal, cabe à mulher ouvir o que ele pensa sobre o assunto e tentar mostrar a ele qual é a sua opinião e especialmente os seus sentimentos em relação a esta possibilidade de variação sexual. O mesmo deve ocorrer quando a orientação sexual for homo ou bissexual. Claro que, culturalmente falando, sabemos que ainda existe o preconceito machista de que “mulher direita” não revela certos desejos, especialmente se o parceiro se mostra contra eles. Entretanto, os homens estão começando a perceber que a relação deve ser baseada na sinceridade e na igualdade de direitos, dando chance para que suas parcerias falem sobre o que desejam sem que se sintam subjugadas ou condenadas como desonestas por causa disso. A intenção aqui é mostrar que as pessoas de modo geral têm desejos e vontades, e a melhor maneira de transformar isso numa aproximação entre os casais é conversando sem criticar, julgar, condenar ou usar tais revelações em certos momentos para causar constrangimento ou mal-estar no outro. O objetivo é aumentar a intimidade, a confiança, o respeito, o conhecimento e o carinho entre os dois, para que tudo o que for vivido e experimentado possa despertar sentimentos bons e, caso não seja, que haja espaço para ser reconversado, rediscutido e revisto. Nas práticas de erotização e sexo anal existem também dinâmicas de poder, e especialmente nesta variação sexual por ser “um ato proibido” e pela delicadeza física do ânus e reto. Um está permitindo ser penetrado-um doador e outro receptor. Desta forma você pode ter sensações de poder e de credibilidade. A pessoa receptora pode sentir- se muito vulnerável, física e emocionalmente, e a parceria doadora também deve respeitar os desejos, necessidades e limites do receptor. Afinal de contas, sexo sem consentimento, em qualquer instância, será uma agressão. Que esta não seja a atitude que une duas pessoas em busca de intimidade... e sim, a certeza de que tudo o que será praticado tem uma única razão: proporcionar e sentir prazer! Lubrificação A anatomia do ânus tem características específicas que o diferem de outras partes do corpo. O ânus não é tão elástico quanto a vagina e nem produz uma lubrificação natural como ela. Quando se pensa em sexo, vem à mente penetração, o que sugere o contato da pele do pênis com mucosas. As mucosas são finas e sensíveis ao atrito. Para a facilitação da penetração e para que o atrito não ocasione lesões leves ou graves, o uso de um lubrificante é indispensável. Desta forma, é preciso utilizar algum gel à base de água, vendido em farmácias e supermercados, para amenizar o atrito do pênis. Não outros tipos, como cremes, que além de possibilitarem uma irritação local na maioria das vezes, podem comprometer o preservativo fazendo-o se romper. Alguns casais utilizam cremes hidratantes em vez de um lubrificante. Só que isso não surte um efeito muito eficaz: após alguns instantes, o hidratante penetra na pele e não cumpre a função de amenizar o atrito. Lubrificantes oleosos ajudam no rompimento da camisinha porque alteram a estrutura da mesma e devem ser evitados. Os cremes ou óleos à base de vegetais ou minerais (vaselina, creme hidratante, manteiga, creme de barbear, etc.) não são adequados para lubrificar o ânus ou a camisinha. Estes produtos aquecem e fazem distender o látex da camisinha, provocando o seu rompimento. Podem também dilatar os poros do látex, permitindo a passagem do HIV para a mucosa anal. Vale a pena observar que a vaselina, por não ser solúvel em água, pode produzir algum tipo de irritação na mucosa. A saliva pode ser utilizada, mas geralmente é insuficiente em quantidade para uma boa lubrificação. O uso de anestésicos junto com lubrif icantes Os anestésicos existem, mas seu uso deve ser discutido. Ao passar este tipo de produto no ânus e após ser absorvido pela pele e mucosa, supõe-se que não vai existir dor na penetração. Certamente, a sensibilidade local vai diminuir muito, o que significa que também o prazer ficará diminuído. A pessoa penetrada pode até não sentir nada pela anestesia da pele e da mucosa anal. Sendo assim, estes dois aspectos devem ser avaliados quanto ao seu uso. De início uma pergunta aparece: para que fazer sexo sem sentir prazer local? Na prática sexual o prazer ocorre pela estimulação das terminações nervosas da pele e das mucosas que são elaboradas no nosso cérebro como tal. Sexo sem prazer normalmente não combina. Outro aspecto importante é que sem a sensibilidade presente, perde-se o referencial dos ferimentos, ou seja, pode existir a penetração com rupturas pequenas ou severas da mucosa do canal do reto ou da pele do ânus. Portanto o uso de anestésicos fortes é contra-indicado no sexo anal. Lubrificante sim, anestésico com ou sem lubrificante, não. Acessórios com anestésicos Existem à venda nos sex shops alguns tipos de gel para sexo anal com leves doses de substâncias anestésicas em sua composição. Os fabricantes desses produtos garantem que anestesiem levemente o ânus, porém as opiniões femininas e masculinas se dividem. O melhor é que cada um possa avaliar e decidir, caso julgar
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