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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI JULIA RAMIZA LAZARIN JASAREVSKI MESSA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NAS FAVELAS DO BRASIL: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE PIRACICABA– SP 2021 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NAS FAVELAS DO BRASIL: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE RESUMO - Com o avanço da globalização e o aumento populacional, as cidades foram crescendo sem planejamento e o desmatamento e a degradação alcançaram patamares elevados. Além disso, com o desenvolvimento das novas tecnologias, poluiu-se mais o meio ambiente, causando efeito estufa, contaminação de rios e geração de resíduos sólidos e outros componentes não degradáveis que causam danos irreversíveis ao meio ambiente. Sabe-se que o processo de urbanização no Brasil e em outras cidades mundiais teve a sua explosão a partir da Revolução Industrial e, neste sentido, as favelas são locais propícios à ocorrência de impactos de diversas naturezas, devido à ocupação desordenada e sem planejamento prévio. As classes mais baixas são empurradas para as periferias da cidade em busca de um menor custo de vida, o que aumenta os desgastes ao meio ambiente e precariza o bem-estar dessas populações. O objetivo geral deste estudo é discutir a degradação ambiental nas favelas dos grandes centros urbanos no Brasil. Trata-se de um estudo de natureza exploratório-descritiva, com abordagem qualitativa, que contou com o auxílio da pesquisa bibliográfica para sua elaboração. Os resultados obtidos evidenciaram a importância da educação ambiental para conservação em favelas no Brasil. O aluno, ao entender que os resíduos sólidos, o lixo, podem ocasionar em contaminação do lençol freático e geram impactos socioambientais por vezes irreversíveis, atuando como um vetor de transmissão de valores ambientais para sua família, para que estas compreendam a importância que a redução e reciclagem do lixo trazem para o meio ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Crescimento urbano; Desigualdade social; Degradação ambiental; Educação ambiental. 1 INTRODUÇÃO Verificam-se na modernidade várias alterações no meio ambiente, devido ao crescimento da população mundial e ao inevitável crescimento das cidades. É evidente a importância de uma vida sustentável, identificando e analisando os principais causadores dos impactos ambientais. Com a crise do petróleo em 1970, o debate sobre a utilização de recursos naturais se intensificou. Assim as questões de sustentabilidade chegaram de discussões, estabelecendo a importância de um equilíbrio entre sociedade e natureza. Atualmente as questões ambientais vêm sendo discutidas profundamente, devido a preocupação dos diversos grupos sociais em alertar os indivíduos sobre os principais problemas ambientais. A Educação Ambiental é proposta como forma de conscientizar os indivíduos de que suas ações são responsáveis pelo comprometimento da sua própria existência, pois a fragilidade dos ambientes naturais coloca em jogo a sobrevivência a sociedade contemporânea. A lógica socioespacial nos grandes centros urbanos do Brasil está baseada num modelo de ocupação claramente polarizado e desigual. Desde a década de 1970, vem se intensificando nas grandes cidades brasileiras o fenômeno da periferização, com incorporação de uma ampla área à mancha urbana das grandes metrópoles, muitas na maioria das vezes por meio da invasão de terras por loteamentos clandestinos e favelas. O resultado deste processo recorrente de invasão de áreas urbanas, ocupadas na maioria das vezes pela população mais pobre, geralmente se dá em locais de grande fragilidade ambiental, como os mananciais de abastecimento, áreas muito íngremes das vertentes, em beiras de córregos e rios, áreas inundáveis, terrenos próximos a lixões. Neste sentido, a proliferação de construções irregulares favorece a degradação ambiental. Considerando os problemas ambientais resultantes das ocupações de áreas urbanas, para construção de habitações precárias, o estudo buscou responder a seguinte questão: como a educação ambiental pode contribuir para minimizar os impactos ambientais nas favelas do Brasil? Ao possibilitar aos alunos a oportunidade de se tornarem seres conscientes e sensibilizados a essa nova perspectiva frente ao meio ambiente, eles poderão se tornar educadores ambientais além dos muros da escola, influenciando novas práticas e olhares em suas casas, seus círculos de amigos e em sua comunidade, razão pela qual se justifica a elaboração deste estudo. O objetivo geral deste estudo é discutir a degradação ambiental nas favelas dos grandes centros urbanos no Brasil. Como objetivos específicos, caracterizar o processo de urbanização brasileiro, em especial a formação de favelas, explicar o conceito de educação ambiental e compreender como a educação ambiental pode contribuir para minimizar os impactos ambientais nas favelas do Brasil. O desenvolvimento deste estudo contou com o auxílio da técnica de pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório e descritivo, utilizando artigos indexados e publicados a partir da digitação de descritores como “degradação ambiental em favelas”, “educação ambiental” e “desenvolvimento urbano no Brasil” em bancos de dados de publicações cientificas como a Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A inclusão dos artigos neste estudo obedeceu a critérios como data de publicação a partir do ano de 2000 e documentos no idioma nacional. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Crescimento populacional e habitação O processo de urbanização das cidades brasileiras se deu acentuadamente nas décadas de 1950 e 1960, essencialmente pela migração das pessoas do campo para as cidades em busca de novas oportunidades de emprego, principalmente a partir da intensificação do processo de industrialização. A urbanização brasileira é um fenômeno recente. A partir dos anos 1940 começa-se a observar o crescimento das taxas de urbanização no país. Ferreira et al. (2009) afirmam que no período a população ainda era tida em sua maioria como rural. Na década de 1970, conforme censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira tornou-se mais urbana e, desde então não houve regressão nas taxas de urbanização, chegando a exorbitante taxa de 81% no ano 2000, como demonstram os resultados obtidos pelo IBGE através do censo do mesmo ano. A maioria das unidades habitacionais construídas no país nos últimos anos não contou com linhas de crédito governamentais, e a autoconstrução foi o tipo predominante do sistema construtivo. Azevedo (2007) afirma que ao definir formas de apropriação e utilização do espaço, permitidas ou proibidas, no contexto de uma economia de mercado extremamente hierarquizada e marcada por profundas desigualdades de renda, a legislação urbana brasileira termina por separar a cidade ocupada pelas classes médias, grupos de alta renda e apenas por parte dos setores populares da cidade destinada à maior parte das classes de baixa renda. Costa et al. (2016) apontam que a casa é identificada com estrutura física, divisão de espaços internos e externos e uso como abrigo e proteção. Por sua vez, a moradia remete aos elementos que fazem a casa funcionar e aos seus hábitos de uso. Os autores entendem que o déficit habitacional é usado para identificar onde há necessidade de construção de mais residências para garantir o direito à moradia adequada de todos os cidadãos. Pasternak (2003) explica que a taxa de crescimento do número de unidades domiciliares tem sido maior que a taxa populacional, desde a década de 1980. O autoraponta que entre 1970 e 1980, a população brasileira cresceu a 4,44% anuais, enquanto os domicílios cresceram a 3,63%, indicando um aumento da demanda demográfica de moradias. Moraes (2002) relembra que a Constituição Federal de 1988 incluiu a moradia entre os direitos sociais mínimos, prevendo a promoção de programas de habitação e saneamento básico pelas três esferas do governo. O fato de todos necessitarem de moradia faz de cada família um demandante potencial no mercado de habitação, independente do seu nível de renda. Para o autor, o alto preço da habitação torna a sua comercialização dependente de esquemas de financiamento de longo prazo, acrescentando que a durabilidade elevada faz que políticas habitacionais passadas influenciem o atual estado do mercado. 2.1.1 Favelas Ronqui e Bonetto (2018) apontam que uma situação típica de desenvolvimento excludente e desigual, na qual um processo urbano-industrial acelerado implica, em poucas décadas, na forte concentração de pessoas nas grandes cidades, ocasionando graves problemas de degradação ambiental, evidenciados principalmente no meio ambiente urbano. O autor resgata dados do censo de 2010 do IBGE, apontam que 12% dos domicílios brasileiros em aglomerados irregulares ficam às margens de rios, córregos, lagoas, lagos, ou em áreas de preservação permanente. Magalhães e Dias (2018) afirmam que a produção e a reprodução urbana é permeada de elementos associados ao desenvolvimento do capitalismo, acentuando e colocando a segregação de pessoas como elemento enorme no processo de urbanização do Brasil. Para os autores, a segregação observada nos grandes centros urbanos do país tem como um dos seus principais produtos a disposição de ocupações ilegais, que assumem formatos e dimensões cada vez maiores no país, como exemplo os principais centros metropolitanos. Borelli (2011) afirma que nas regiões metropolitanas brasileiras, as populações pobres são, geralmente, ocupam de forma irregular áreas de grande fragilidade ambiental, como áreas muito íngremes das vertentes, mananciais de abastecimento, beiras de rios e terrenos próximos a aterros sanitários e lixões. O autor afirma que a grande maioria dos ocupantes destas áreas de risco acaba produzindo ambientes marginais de grande vulnerabilidade. Para este autor, o agravamento dos problemas ambientais nos grandes centros urbanos brasileiros, é alimentado pelo modelo de apropriação do espaço, que reflete as desigualdades socioeconômicas da sociedade brasileira. 2.1.2 Problemas ambientais Desde a colonização do Brasil as cidades construídas estabeleciam uma separação entre ambiente urbano e ambiente natural, além de estabelecer uma atitude utilitarista com a natureza. O planejamento urbano no Brasil não foi alvo de uma política específica, mesmo com a existência de planos em algumas cidades do país até as vésperas do golpe militar que ocorreu em 1964. Goes (2011) relembra que a geração de resíduos sólidos urbanos é um problema global, devido às mudanças nos padrões de consumo, o desenvolvimento industrial e os avanços tecnológicos que provocaram alterações na composição e no quantitativo de resíduos gerados, exigindo da administração pública a melhoria na prestação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, em busca de soluções integradas. Camarano e Beltrão (2000) afirmam que o período compreendido entre a década de 1940 e o início dos anos 1990 foi caracterizado pela migração dos moradores das zonas rurais para as cidades, acentuando a concentração populacional nas grandes cidades. Os autores compararam dados sobre a população brasileira em 1940 que apontavam que 80,5% dos brasileiros viviam nas áreas rurais ou cidades com menos de 20 mil habitantes. Passados 50 anos, os autores observaram uma modificação na distribuição populacional do país, com 78% da população vivendo nos grandes centros urbanos. 2.2 Educação ambiental A educação pode ser realizada dentro do âmbito escolar ou fora dela. Viana e Oliveira (2006) afirmam que o modelo tradicional demonstra uma necessidade de contextualização dos conceitos sistematizados, integrando-os a uma nova prática do conhecimento, levando-se em consideração a renovação dos currículos escolares. Os autores relembram ainda a função dos Parâmetros Curriculares Nacionais de fortalecer a importância de se trabalhar a Educação Ambiental como forma de transformação da conscientização dos indivíduos quanto à problemática em questão. Narcizo (2009) aponta que a Educação Ambiental deve ser trabalhada na escola não por ser uma exigência do Ministério da Educação, mas porque acreditamos ser a única forma de aprendermos e ensinarmos que nós, seres humanos, não somos os únicos habitantes deste planeta, que não temos o direito de destruí-lo, pois da mesma forma que herdamos a terra de nossos pais, deveremos deixá-la para nossos filhos. O autor afirma que a interdisciplinaridade é essencial ao desenvolvimento de temas ligados ao Meio Ambiente, sendo necessário desfragmentar os conteúdos e reunir as informações dentro de um mesmo contexto, nas várias disciplinas. Ainda conforme Narciso (2009) a escola é o espaço social e o local onde o aluno dará sequência ao seu processo de socialização, iniciado em casa, com seus familiares. Para o autor, fica evidente a importância da escola no processo de formação, tanto social quanto ambiental, dos seus alunos. O autor acrescenta que comportamentos ambientalmente corretos devem ser assimilados desde cedo pelas crianças e devem fazer parte do seu dia a dia quando passam a conviver no ambiente escolar. Para isso, é importante terem o exemplo daqueles que exercem grande influência sobre eles: seus professores. Felix (2007) entende que a gravidade dos problemas ambientais pressupõe que as medidas para diminuir os impactos negativos no ambiente natural e na sociedade devam ser tão rápidas quanto foi o avanço de nossa ação predatória. Segundo este autor, a sociedade de consumo atual tem como hábito extrair da natureza a matéria- prima e depois de utilizada, descartá-la em lixões, caracterizando uma relação depredatória do seu hábitat. Para Jacobi (2003) a reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, envolve uma necessária articulação com a produção de sentidos sobre a educação ambiental. Conforme este autor, a dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma questão que envolve um conjunto de atores do universo educativo, potencializando o engajamento dos diversos sistemas de conhecimento, a capacitação de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva interdisciplinar. Ainda conforme Jacobi (2003) a necessidade de abordar o tema da complexidade ambiental decorre da percepção sobre o incipiente processo de reflexão acerca das práticas existentes e das múltiplas possibilidades de, ao pensar a realidade de modo complexo, defini-la como uma nova racionalidade e um espaço onde se articulam natureza, técnica e cultura. Para o autor, refletir sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para compreender a gestação de novos atores sociais que se mobilizam para a apropriação da natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade. Medeiros et al. (2011) afirmam que é necessário medidas urgentes em todo mundo quanto a uma conscientização das pessoas que a levem a gerar novos conceitos sobre a importância da preservação do meio ambiente no dia-dia. Os autores entendem que a educação ambiental é uma ferramenta que contribui significativamente no processo de conscientização, pois esta é o processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem novos conhecimentos,valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros. 2.3 Interdisciplinaridade A interdisciplinaridade tem como estratégia a união de diferentes disciplinas em busca da compreensão e da resolução de um problema. Gallo (2000) afirma que nesse âmbito as diversas disciplinas não precisam se afastar de seus conceitos e métodos para contribuir com um projeto ou com a solução de algum problema como já foi mencionado. Num processo interdisciplinar é importante que haja a união, a participação, o espírito de grupo, o engajamento, a comunicação e a ação. Nas palavras deste autor: O sentido geral da interdisciplinaridade é a consciência da necessidade de um interrelacionamento explícito entre as disciplinas todas. Em outras palavras, a interdisciplinaridade é a tentativa de superação de um processo histórico de abstração do conhecimento que culmina com a total desarticulação do saber que nossos estudantes (e também nós, professores) têm o desprazer de experimentar (GALLO, 2000, p. 6). As instituições de ensino já estão conscientes que precisam trabalhar a problemática ambiental e muitas iniciativas têm sido desenvolvida em torno desta questão, onde já foi incorporada à temática do meio ambiente nos sistemas de ensino como tema transversal dos currículos escolares, permeando toda prática educacional. O ambiente escolar é um dos primeiros passos para a conscientização dos futuros cidadãos para com o meio ambiente, por isso a Educação Ambiental é introduzida em todos os conteúdos (interdisciplinar) relacionando o ser humano com a natureza. A inserção da Educação Ambiental na formação de jovens pode ser uma forma de sensibilizar os educandos para um convívio mais saudável com a natureza. Segura (2001) entende que este tema deve ser trabalhado com grande frequência na escola, porque é um lugar por onde passam os futuros cidadãos, ou que pelo menos deveria passar e quando se é criança, tem mais facilidade para aprender. Nas palavras deste autor: A escola foi um dos primeiros espaços a absorver esse processo de “ambientalização” da sociedade, recebendo a sua cota de responsabilidade para melhorar a qualidade de vida da população, por meio de informação e conscientização (SEGURA, 2001, p. 21). Para conscientizar os alunos é preciso delimitar o que se quer e o que deseja alcançar. Para que o interesse desperte no aluno, é necessário que o professor utilize a bagagem de conhecimentos trazidos de casa pelos alunos, levando-o a perceber que o problema ambiental está mais perto de todos, do que se imagina. 2.4 Legislação A trajetória da presença da educação ambiental na legislação brasileira apresenta uma tendência em comum, que é a necessidade de universalização dessa prática educativa por toda a sociedade. Em 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente por meio do Decreto n. 73.030/1973, atribuindo-lhe a função de promover a educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio ambiente. A Lei n. 6.938/1981 institui a Política Nacional de Meio Ambiente, e também evidenciou a capilaridade que se desejava imprimir a essa dimensão pedagógica no Brasil, exprimindo a necessidade de promover a educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. A Constituição Federal de 1988 elevou ainda mais o status do direito à educação ambiental, ao mencioná-la como um componente essencial para a qualidade de vida ambiental. Lipai et al. (2007) atribui ao Estado o dever de promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Estes autores relembram o direito constitucional de todos os cidadãos brasileiros de terem acesso à educação ambiental. Na legislação educacional, ainda é superficial a menção que se faz à educação ambiental. A Lei de Diretrizes e Bases (LBD, 1996) que organiza a estruturação dos serviços educacionais e estabelece competências, existem poucas menções à questão ambiental, e faz referência segundo a qual se exige para o ensino fundamental, a compreensão ambiental natural e social do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade. 3 CONCLUSÃO O crescimento demográfico acelerado e a expansão das áreas periféricas nos grandes centros urbanos do Brasil, contribuem cada vez mais para o crescimento da heterogeneidade nas favelas brasileiras, assim como para o crescimento da pobreza e da vulnerabilidade econômico-social e ambiental. No Brasil, caracterizado pelo desenvolvimento desigual e excludente, o desenvolvimento urbano acelerado ocasionou, em poucas décadas, uma expressiva concentração de pessoas nos grandes centros urbanos brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro, o que resultou em diversos problemas de degradação ambiental nestas cidades, evidenciados principalmente nas favelas. Uma estratégia eficaz para minimizar os problemas de degradação ambiental nas favelas brasileiras é o fortalecimento da Educação Ambiental como exercício para a cidadania, nas escolas do país. a Educação Ambiental representa uma ferramenta fundamental para estabelecer uma ligação mais estreita entre o ser humano e a natureza. Uma transformação social de caráter urgente que busque a superação das injustiças ambientais e sociais na humanidade, transformando os alunos em vetores do desenvolvimento de ideias ambientais sustentáveis para suas famílias. O papel do educador ambiental no ensino fundamental é muito relevante, já que a Educação Ambiental não é uma matéria somada àquelas existentes e sim um tema transversal que exige a união das disciplinas do currículo além do conhecimento de vários temas da atualidade, o que se constitui num desafio, que obrigatoriamente leva à uma constante pesquisa por parte dos profissionais. 4 REFERÊNCIAS AZEVEDO, Sérgio. Desafios da habitação popular no Brasil: políticas recentes e tendências. Habitação social nas metrópoles brasileiras: uma avaliação das políticas habitacionais em Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo no final do século XX. Coleção Habitare - Habitação Social nas Metrópoles Brasileiras. Porto Alegre: ANTAC, 2007. Disponível em: https://www.academia.edu/download/33368852/Desafios_habitacao_popular.pdf. Acesso em: 15. maio. 2021. BORELLI, Elizabeth. Transformações urbanas e desigualdade ambiental na grande São Paulo. 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