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Livro - Desenvolvimento Sustentável e Direitos Individuais

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gente criando o futuro
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL 
E DIREITOS 
INDIVIDUAIS
Bruno Fonseca da Silva
Camila Bolfarini Bento
Ana Lucia Guimarães
Natália de Souza Pelinson
Valdir Lamim-Guedes Junior
Conceitos e definições 
Antes de iniciarmos este tópico, é importante pensarmos que o conhecimento 
é construtivo. A academia exige constantes reflexões sobre suas teorias, pois é 
dela a responsabilidade de formar novos conhecimentos. Como acadêmicos, de-
vemos lembrar que o conhecimento deve ser por nós construído, e não simples-
mente recebido e reproduzido. Algumas pessoas se perguntam por qual motivo 
existe a necessidade de constantes e diferentes formas de leituras – livros, notas, 
artigos, comunicações curtas –, e essas questões dúbias são erradicadas quando 
entendemos o verdadeiro sentido de sermos acadêmicos.
Neste tópico, serão tratados alguns conceitos e definições utilizados frequen-
temente na temática socioambiental. Todavia, é importante lembrar que eles são 
passíveis de mudanças, uma vez que a academia é dinâmica e se encontra em 
constantes transformações. As práxis implementadas são responsáveis pelo sur-
gimento de novas formas de visão, já que a prática é crucial na efetivação do pen-
samento teórico.
Socioambiental/ambiental
Como abordado, compreende-se como socioambientais (ou ambientais) 
as relações existenciais entre sociedade e natureza. É algo inseparável, que tem 
como produto o trabalho.
Não há, nessa relação, superioridade ou inferioridade entre as partes, mas um 
equilíbrio. Torna-se importante a fixação dessa “balança equilibrada”, pois duran-
te séculos existiu uma discussão acerca de uma superioridade entre as partes: 
ora, a sociedade é responsável pela regência do seu meio; ora, a gerência ocorre 
no sentido inverso. Essa discussão de questões de meio físico e social foi funda-
mental para o surgimento de determinadas ciências, como a Geografia.
A ideia de que o meio físico era superior ao homem fez com que surgisse 
o conceito de espaço vital, de que o homem necessitava explorar 
os recursos para que ocorresse um equilíbrio. Essa forma de pen-
samento, denominada determinista, foi elaborada por 
Friedrich Ratzel e largamente incorporada nas ideolo-
gias de Hitler para o nazismo, sendo esse um dos pri-
meiros relatos escritos sobre a implementação das 
questões sociais sobre o ambiente.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 23
Meio ambiente
Termo usualmente empregado nos estudos voltados às ciências ambientais. 
Entretanto, há cientistas que iniciaram uma espécie de desuso, pois, ao inserirmos 
a palavra “meio”, estaríamos abordando a metade de algo, e, devido à interligação 
existente, não se deve realizar essa inferência.
Por muitos anos, as questões ambientais foram abordadas nos seus aspectos 
físicos. Contudo, o papel social tem apresentado uma inserção gradativa e abran-
gente na discussão. Por termos sido acostumados (ou até mesmo doutrinados) 
a dividirmos o conhecimento para melhor compreensão, esse termo pode ser 
usualmente empregado para o estudo das questões físicas ambientais.
Áreas degradadas 
Umas das maiores problemáticas 
ambientais existentes atualmente é a 
degradação ambiental. O termo é em-
pregado principalmente para estudos 
de solos e ecossistemas.
As atividades humanas, principal-
mente de industrialização, agricultura, 
pecuária, e mineração, destacam-se no 
desmatamento e improdutividade do 
solo, por meio do lançamento de rejei-
tos, como elementos químicos tóxicos. 
Ao dizermos que uma área é degrada-
da, ocorre uma referência àquelas que se encontram altamente poluídas e reque-
rem regeneração, a partir de tecnologias sustentáveis para melhoramento de so-
los, afluentes e reflorestamento.
No meio acadêmico, pesquisas voltadas à recuperação dessas áreas são cons-
tantes. O avanço nas ciências dos materiais possibilitou a aplicação de nanopartí-
culas, hidrogéis e estruturas poliméricas que auxiliam, com sucesso, a recupera-
ção de solos e rios.
Atualmente, empresas propõem o financiamento de pesquisas ou compra de 
patentes para solucionar tais problemas, o que implica na inserção de uma série 
de profissionais, como engenheiros, físicos, químicos, administradores, biólogos 
e afins.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 24
Desertificação
A desertificação adentra os temas globais em discussão na Organizações das 
Nações Unidas (ONU). A utilização de recursos naturais de forma inapropriada, 
somada às mudanças climáticas e aspectos físicos naturais, ocasiona uma degra-
dação de tal forma que torna impossível a regeneração dos locais explorados, fa-
zendo surgir áreas áridas e semiáridas. 
Esse debate foi iniciado devido a problemas existentes no continente africano, 
alvo de grandes preocupações. Por envolver aspectos de auxílio financeiro, países 
como os Estados Unidos entraram na “corrida”, com o intuito de adquirir lucros, 
contestando a existência de áreas em processo de desertificação em seu terri-
tório. No entanto, atualmente existe um mapeamento e acompanhamento dos 
países com tendências ao processo de desertificação, que podem ser encontrados 
nas Américas, África e Europa.
No Brasil, as áreas susceptíveis à desertificação são encontradas na Região 
Nordeste. Um dos núcleos de estudos é o município de Cabrobó, Pernambuco, 
que se encontra em processo avançado (Figura 3). A utilização das técnicas de agri-
cultura por inundação, associada à topografia do terreno e alta evapotranspiração 
devido às condições climáticas, ocasionou a formação de extensas camadas de 
sais no solo, tornando-o improdutivo e causando abandono das áreas. As pesqui-
sas estão concentradas nos aspectos de impactos socioambientais, bem como na 
tentativa de mitigar o problema. 
Figura 3. Solo salinizado no município de Cabrobó, Pernambuco, um dos núcleos de desertificação brasileiro. Fonte: MAIA, 2015. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 25
As problemáticas não se restringem aos aspectos físicos, pois os fatores 
sociais são duramente afetados. Ao tornar o solo improdutivo, ocorre um im-
pacto direto na produção de alimentos, bem como o abandono dos locais pelos 
moradores. Nesse processo, há uma queda na arrecadação econômica. Sendo 
a região responsável por produzir alimentos para outros municípios, estados e 
afins, o processo ocasionará desabastecimento e prejudicará milhares de famí-
lias. Fatores como esses ressaltam a preocupação das entidades governamen-
tais sobre o tema.
Efluentes
Umas das temáticas mais trabalhadas pelas empresas no setor ambiental 
são os efluentes. A água é um bem precioso, utilizado corriqueiramente em 
nossas atividades do cotidiano. O processo de “chegada, recebimento” da água 
é denominado afluente; e a “saída”, denominada efluente.
Devido à mistura com outros compostos, orgânicos e inorgânicos, como 
gorduras, pesticidas, metais e afins, os efluentes tornaram-se uma temática de 
grande discussão, pois o destino, em sua maioria, são os rios. Ao serem lança-
dos em aquíferos, um dos principais problemas é a carga microbiana existente 
no material, que ocasiona sequestro de oxigênio e impede o desenvolvimento 
e manutenção da vida aquática. 
Os metais são outro exemplo de grandes preocupações, devido à capaci-
dade de se acumular nos organismos. Os acúmulos podem acontecer em seres 
humanos, por meio da ingestão, acarretando sérios problemas de saúde.
ASSISTA
A série Aruanas, produzida pela Rede Globo, demonstra com cla-
reza os problemas causados pelo não tratamento de efluentes. O 
enredo concentra-se nos impactos socioambientais causados pela 
mineração na região amazônica. O despejo irregular dos efluentes, 
com altas concentrações de metais como chumbo e mercúrio, 
ocasiona problemas de saúde nos moradores da região devido à 
ingestão por meio do consumo de peixes. Em algumas cenas, é 
demonstrada a morte gradativa dessas pessoas.
Atualmente, há empreendimentos comestações de tratamento e moni-
toramento constante, por meio de análises químicas que atendem às legisla-
ções ambientais.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 26
Pesquisas nessa temática registram grandes avanços, principalmente 
pela aplicação de carvões ativados como adsorventes. Outros buscam a 
utilização de organismos vivos, como plantas aquáticas, para realização de 
tratamentos. O propósito, porém, vai além do tratamento, e busca a reutili-
zação para fins de serviços gerais ou alguma etapa de processo produtivo. 
No Brasil, a importância do tema reflete-se na construção de linhas de pes-
quisas em cursos de mestrado e doutorado, que se propõem a estudar o 
problema e buscar soluções.
Bioenergia
As preocupações do petróleo e carvão mineral como bens finitos acarreta-
ram mudanças energéticas globais. A busca por fontes alternativas de energia 
tornou-se crescente, a fim de evitar um colapso energético futuro.
Não somente a falta, mas também a intenção dos países em melhorar suas 
condições ambientais proporcionaram o avanço de pesquisas e implementa-
ção de fontes limpas e renováveis.
A bioenergia é compreendida como aquela que acarreta menores níveis de 
impactos ambientais, composta por fontes sustentáveis. Matérias-primas como 
biomassa, sol, vento, são consideradas formas de energia limpa (Figura 4).
Solar
Geotérmica Biomassa Mini-hídricas
Eólica Ondas
Figura 4. Principais fontes de energia limpa. Fonte: CreaJR-PR, 2010.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 27
É de suma importância saber que qualquer forma de energia trará algum 
nível de impacto: o que se diferencia é o grau implicado.
Petróleo e carvão mineral, além de considerados bens finitos, emitem par-
ticulados e compostos orgânicos quando em combustão, como os hidrocar-
bonetos polissacarídeos aromáticos, altamente prejudiciais à saúde. Estudos 
apontam positividade em sua substituição por outras fontes, mais sustentáveis, 
com tendência mundialmente crescente; porém, são necessárias uma constante 
atenção e acompanhamento.
A utilização de biomassa pode ocasionar uma competição entre produção 
de energia e alimentos. Entre as matérias-primas utilizadas, os óleos derivados 
da soja e do milho são os principais, mas são eles também fontes nutricionais 
importantes. 
Pesquisas que procuram avaliar os impactos ambientais da energia solar e 
eólica apontaram dois sérios problemas: elevação da morte de animais, princi-
palmente de aves, e erosão. A devastação de áreas para implementação desses 
modais energéticos também é outra problemática. Compreender tais problemas 
é importante para entendermos que, mesmo em se tratando de uma energia 
sustentável, há alguma forma de impacto.
Economia verde
Devido às preocupações com as questões ambientais, as empresas iniciaram 
um processo de mudança e implementaram tecnologias em seu processo de 
trabalho para proporcionar menos impactos ao ambiente.
Seu propósito sustenta-se em menores emissões de poluentes, bem como 
na criação de produtos biodegradáveis. Esse novo formato produtivo é deno-
minado de economia verde e tem demonstrado adesão crescente por parte 
de empreendimentos do setor público e privado. Essa adesão não se encontra 
restrita à diminuição de impactos ambientais, mas também abrange mais lucra-
tividade, com diminuição de custos.
Essa nova visão econômica encontra-se presente em grandes de-
bates e participa da agenda da ONU. Os empreendimentos 
estão gradativamente reestruturando suas linhas produti-
vas e investindo em tecnologias sustentáveis. Já os setores 
públicos têm uma tendência em incentivar essa transição, 
principalmente para atingir as metas propostas em acordos 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 28
de cooperação sobre diminuições da poluição ambiental. São mudanças que de-
vem atingir de forma positiva a sociedade, possibilitando e garantindo seu bem
-estar, sem ocorrência de danos.
Padrões de consumo
Vivemos numa sociedade em que somos “forçados” ao constante consumo, 
e essa atividade é de suma importância para manutenção econômica. Por quais-
quer produtos utilizados necessitar, em seu processo, de alguma matéria-prima 
originada do ambiente, preocupações ambientalistas foram iniciadas.
O consumismo demasiado poderá ocasionar, em breve, a escassez de recur-
sos naturais. Daí, o debate visando à mudança. Ao se mencionar sobre padrões 
de consumo, estamos nos referindo à forma como a sociedade adquire e descar-
ta seus bens – roupas, eletrodomésticos, calçados e afins.
O desafio atual encontra-se na sensibilização social para o consumo cons-
ciente, uma atividade de alto grau de dificuldade. Em um meio em que se apren-
deu que o comprar pode ser uma ferramenta de felicidade, ocasionar uma mu-
dança nessa forma de pensar é complexo.
Contudo, não ocorre a existência de uma alternativa sem ser por meio de mu-
dança de atitudes – e a realidade atual é a falta de recursos naturais no futuro, já 
que a demanda é superior se comparada à oferta. Como consequência, poderá 
ocorrer uma queda no bem-estar da população, assim como a falta de atendi-
mento para questões básicas e essenciais de manutenção diária.
Mudanças climáticas
Para compreensão desse tema, 
uma primeira definição precisa ser es-
clarecida, que é a diferença entre clima 
e tempo. O tempo é algo mutável – um 
dia poderá ser de sol, e o outro é de 
chuva. Já o clima é uma observação das 
modificações do tempo numa faixa mí-
nima de 30 anos.
Quando falamos de mudanças climáticas, a referência é uma grande mo-
dificação no clima em escala regional ou global. Essa mudança pode apresentar 
sérios riscos à qualidade de vida da população. Áreas de climas frios, por exem-
plo, podem apresentar constante aquecimento.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 29
As constantes emissões de poluentes são as principais causadoras da proble-
mática, uma vez que podem provocar reações com o ozônio atmosférico e oca-
sionar aumento na destruição de filtragem dos raios ultravioletas. Esse processo 
é denominado aquecimento global.
Ocorrem grandes discussões na comunidade acadêmica sobre essa temáti-
ca. Alguns estudiosos afirmam que a Terra se encontra em um processo de aque-
cimento natural, com tendências futuras de ocorrer um resfriamento, já que, no 
contexto histórico de formação do planeta, existem evidências de processos de 
glaciação e deglaciação. 
Entretanto, a maior quantidade de pesquisas aponta que os impactos ocasio-
nados ao ambiente, principalmente pela emissão de gases tóxicos no ar, são os 
principais responsáveis por esse processo atualmente.
Desenvolvimento sustentável
Entende-se por desenvolvimento sustentável o emprego de tecnologias 
que ocasionem menores níveis de agressão ao ambiente, como a diminuição da 
emissão de poluentes na atmosfera. A terminologia tecnologias limpas tam-
bém é usualmente empregada nessa temática.
A substituição dos combustíveis fósseis (petróleo) por energia de biomassa é 
considerada uma forma de desenvolvimento sustentável. As inovações tecnoló-
gicas sustentáveis também devem ter um custo acessível, para beneficiar todas 
as classes sociais. A questão social também se encontra inclusa no discurso des-
sa temática, devido à necessidade de melhorar a qualidade de vida da popula-
ção, em uma tentativa de diminuir as desigualdades.
Os limites de recursos naturais devem ser respeitados, e são necessários 
altos investimentos em pesquisas que busquem fontes alternativas em substi-
tuição parcial, ou total. Atividades que contribuam para a extinção de espécies 
devem ser imediatamente interrompidas e reelaboradas, por poderem provocar 
um desequilíbrio no sistema ecológico. Essas novas visões e perspectivas estão 
sendo gradativamente postas em práticas, principalmente por países europeus; 
entretanto, muito ainda precisa ser realizado. 
Preservação e conservação 
Esses termos, diferentemente do pensamentocomum, têm significados to-
talmente opostos. A preservação é designada para áreas com proteção total, 
em que não pode ocorrer nenhuma forma de intervenção humana. Quando se 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 30
trata de conservação, poderá ocorrer a exploração de forma racional, não fo-
mentando indícios de qualquer tipo de impacto ao ambiente. O Brasil conta com 
legislações que garantem e delimitam áreas preservadas e conservadas, tendo 
como punição de descumprimento multas e/ou prisões.
O desrespeito a essas áreas, porém, é uma problemática existente e difícil de 
ser erradicada. As fraudes sobre as legislações ambientais, o descompromisso 
de empreendimentos, tentativas de subornos e trabalho exploratório e ilegal, 
são situações encontradas na exploração de bens naturais: em muitos casos, as 
áreas protegidas têm riquezas minerais, como ouro, ferro, grafeno, estanho e 
afins, cobiçadas por grandes empresas devido às diversas aplicações. Uma face 
esquecida é a riqueza da biodiversidade na fauna e flora existente nessas áreas, 
em alguns casos, pouco conhecidas e estudadas.
Pesquisas constantes em áreas protegidas demonstram a descoberta de 
novas espécies, bem como melhor compreensão das dinâmicas ecológicas. Os 
estudos de base (aqueles que dão margem a outras pesquisas) apontam que há 
muito que ser descoberto. São fatores como esses que demonstram a importân-
cia de proteção das respectivas áreas, especialmente em um contexto em que, 
em muitos casos, ocorre negligência para atender anseios econômicos.
Ecologia, ecossistemas e biomas
A procura pela compreensão dos aspectos de interrelação dos seres vivos 
com seu ambiente é denominado ecologia. Entre seus campos de pesquisa, 
busca-se o entendimento dos padrões e diversidades de espécies, modificações 
fisiológicas ou genéticas, ciclos biogeoquímicos e afins. São assuntos de extrema 
complexidade que envolvem, em determinados casos, anos de pesquisas para 
obtenção de resultados. 
O bioma é compreendido pela delimitação de uma região com característi-
cas (climáticas, fisiológicas, geomorfológicas, entre outros aspectos) bem defini-
das. No território brasileiro há seis biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, 
Caatinga, Pantanal e Pampa.
Denomina-se ecossistema a interação dos fatores bióticos 
e abióticos, e se propõe estudar suas respectivas influências. 
Esse é um conceito bastante utilizado e estudado pelos 
ecologistas. Contudo, os setores de tecnologia da informa-
ção também têm-se apropriado dessa terminologia.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 31
Recentemente, o termo ecossistemas de inovação tem ganhado espaço nos 
debates. Seu objetivo é uma parceria sólida entre entidades governamentais, 
empresas e instituições universitárias, visando à construção e implementação 
de parques tecnológicos. Os temas que têm foco são aqueles voltados ao campo 
das engenharias, informática e outros que envolvem a tecnologia da informação.
Equidade social
A busca por uma sociedade mais justa é uma das lutas ambientais atuais. A 
questão de justiça não deve se restringir aos aspectos do ser humano em sua 
relação com o meio físico, mas abranger também a relação entre seres sociais.
O termo igualdade adentra este século para realizar reparos, consertar e 
evitar erros relacionados à justiça social. Contudo, outro termo tem tido sua apli-
cação ampliada: a equidade.
Diferentemente da igualdade, que busca realizar uma avaliação, julgamento 
e afins e é aplicada igualitariamente a todos, a equidade busca estudar o caso, 
ocasionando uma restruturação de regra, mas sem perda alguma da ética e da 
justiça (Figura 5).
Figura 5. Exemplificação da diferença entre igualdade e equidade social. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 24/08/2020. 
Igualdade Equidade
Segurança alimentar
Esse tema pode ser definido como a capacidade de produção e distribuição 
de alimentos seguros para toda a população. As políticas voltadas a mecanis-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 32
mos produtivos e disponibilidade de alimentos, a serem elaboradas pelas enti-
dades governamentais, é denominada soberania alimentar.
A temática da segurança alimentar envolve diversos temas: todos aqueles 
voltados à disponibilidade de terra, água e fertilizantes. O contexto também está 
relacionado à aquisição de alimentos saudáveis para a população. Temáticas como 
obesidade e doenças causadas pelo consumo alimentício inadequado também são 
relacionadas à segurança alimentar.
Resíduos sólidos
Esse tema é definido como qualquer tipo de material ou bem adquirido e descar-
tado pela sociedade. Em sua maioria, os materiais podem ser reciclados e/ou reu-
tilizados. Contudo, o descarte inadequado apresenta um dos principais problemas 
ambientais atuais.
No Brasil, em 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 
12.305/10): o Ministério do Meio Ambiente (2010) aborda políticas de gestão, res-
ponsabilidade sobre o ciclo de vida, viabilização de coleta seletiva e sistema de infor-
mações sobre o gerenciamento de resíduos. 
Contudo, falhas envolvendo aspectos financeiros inviabilizam um trabalho efeti-
vo, especialmente as diversas falhas no gerenciamento de resíduos. Nossas atitudes 
como cidadãos são importantes pois a separação dos resíduos ainda é algo pouco 
executado na sociedade.
Racismo estrutural
Vivemos em uma sociedade diversificada. Contudo, as políticas étnicas e de res-
peito ao próximo, em alguns casos, não são implementadas. 
No histórico de desenvolvimento humano, a ascensão de um determi-
nado grupo social e inferiorização de outro é algo ainda encontrado 
neste século. Essa trajetória histórica, que põe em prática uma 
cultura que atinge diferentes grupos sociais de forma negativa, 
sem respeito à ética civil, é denominada racismo estrutural.
Histórico dos debates a respeito de ética e 
responsabilidade social no Brasil e no mundo
Os debates sociais sobre as responsabilidades e valores éticos ocorrem todos 
os dias. As mesas redondas e eventos científicos são constantes no mundo inteiro, 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 33
sendo eles responsáveis por traçar e fomentar a compreensão do hoje e promo-
ver ações que terão efeitos significativos em curto ou longo prazo. Os meios aca-
dêmicos e as universidades são os principais polos desses debates, destacando-se 
as Ciências Humanas, embora não sejam exclusivas nessas mesas. 
Uma visão de aspecto mundial
O debate sobre a reponsabilidade social tem seu principal início marcado pela 
Revolução Industrial no século XVIII. A situação precária de trabalho, em maioria 
exploratórios, fez diversos teóricos debaterem a problemática. 
Entre as teorias realizadas, uma se encontra em debate até os dias atuais: Karl 
Marx elabora as primeiras formulações sobre o capitalismo. A corrente de pensa-
mento de Marx era uma dura crítica à exploração exacerbada da classe operária, 
e, em contrapartida, aos lucros e à concentração de renda que estavam nas mãos 
dos grandes donos de empreendimentos. Além disso, as teorias de Marx também 
contemplavam questões ambientais devido aos altos níveis de poluição que se 
alastravam pela Europa.
As problemáticas relacionadas ao trabalho exploratório fizeram a classe operá-
ria procurar lutar por alguma forma de garantia de direitos. Esse fator estava atre-
lado, também, à constante modernização fabril, que diminuiu a dependência de 
mão de obra e fez com que antigos artesões se tornassem desempregados. Essas 
perspectivas levaram os operários a lutar e a construir os sindicatos, reconhecidos 
pelo parlamento inglês após várias lutas, que também resultaram no surgimento 
de movimentos grevistas.
Outro ponto está atrelado ao engajamento dos setores públicos nas temáticas 
ambientais. A preocupação com a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida social 
foi peça-chave para o surgimento de encontros que buscassem propor soluçõesde mitigação. Reuniões que anteriormente eram realizadas para atender às preo-
cupações com as perspectivas econômicas passaram a ser substituídas pelas pau-
tas ambientalistas. 
O movimento hippie, ocorrido nos anos 1960, também faz parte de uma im-
portante conjuntura dos debates sociais. Iniciado com a luta contra o uso 
de armas nucleares, incorporou temáticas importantes em seu 
discurso, como o respeito à natureza, homossexualidade, pre-
conceito racial e consumo consciente, dando margem a ou-
tros debates pouco comentados naquele período.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 34
O Brasil no caminho da responsabilidade social
Após o período da Ditadura Militar e constituição do Brasil como democra-
cia, novos debates surgiram. A elaboração da Constituição garantiu as legisla-
ções trabalhistas anteriormente reduzidas durante a ditadura. A liberdade de 
expressão e de imprensa é devolvida, ampliando a ascensão sobre os proble-
mas sociais, principalmente relacionados à pobreza, existentes devido à liber-
dade dos pesquisadores das ciências humanas definirem seus estudos sem a 
ocorrência de algum tipo de retaliação.
A reforma agrária é outro importante marco, que possibilitou a distribui-
ção e posse de terras para os pequenos agricultores. Diferentemente do que 
se imagina, esse grupo de trabalhadores são os principais responsáveis pelo 
abastecimento alimentício nacional. As grandes lavouras, as agroindústrias, 
têm foco na manutenção do mercado internacional, uma vez que o Brasil é um 
dos principais centros do agronegócio mundial.
Movimentos mundiais
A Segunda Guerra Mundial teve 
fim no ano de 1945 e deixou conse-
quências graves para humanidade. O 
mundo precisava reestruturar-se fi-
sicamente e economicamente. Além 
da morte de milhares de pessoas, 
outro grande grupo ficou sem acesso 
a alimentos e suprimentos de neces-
sidades básicas. Fatores como esses 
impulsionaram o problema da fome 
existente em diversos países do mun-
do, mesmo anteriormente à guerra, e fizeram com que surgisse uma visão agrí-
cola denominada Revolução Verde. Entre os períodos de 1960 e 1970, países 
como Estados Unidos e México procuraram implementar tecnologias que ace-
lerassem a produção agrícola.
Por outro lado, a utilização desenfreada de pesticidas trouxe problemas 
ambientais. O uso de produtos químicos como fertilizantes era algo corriquei-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 35
ro. Todavia, estudos de monitoramento do meio físico e saúde humana, bem 
como avaliações de riscos, não eram realizados com frequência, e não existiam 
protocolos seguros de utilização e afins. Estudos que fossem contra e apre-
sentassem divergências de pensamentos eram duramente criticados: um deles 
realizado por Rachel Carson em 1962, denominado Primavera silenciosa.
A obra, que buscava explicar os impactos da utilização inadequada de pes-
ticidas no desenvolvimento vegetal, biodiversidade de espécies e saúde hu-
mana, foi considerada livro célebre pelo movimento ambientalista moderno. 
Mesmo sendo duramente criticado na época, ele demonstrou com clareza os 
impactos desse modelo de produção e foi crucial para o processo de mudança, 
que, obviamente, não foi rápido. Atualmente, o avanço científico possibilita o 
desenvolvimento de novas perspectivas e tecnologias no campo agrícola, com 
níveis mais baixos de impactos ambientais.
Conferência de Estocolmo 
O fim da Segunda Guerra também 
ocasionou outras preocupações am-
bientais. O relatório produzido pelo 
Clube de Roma em 1972 apontou um 
problema de crescimento rápido da po-
pulação e que os recursos naturais não 
conseguiriam suprir as necessidades. 
Naquele mesmo ano, a ONU de-
cidiu realizar a primeira reunião com 
chefes de Estado que procurassem 
tratar dos problemas ambientais, de-
nominada Conferência Mundial do 
Homem e do Meio Ambiente, popu-
larmente conhecida como Conferência 
de Estocolmo (Figura 6).
Problemas como catástrofes naturais, mudanças climáticas, possível es-
cassez de recursos naturais e modificações econômicas e sociais foram de-
batidas no encontro, que resultou na Declaração das Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente, também denominada Declaração de Estocolmo, que pro-
movia ações ambientais. A importância dessa reunião é pautada por ser a 
Figura 6. Notícia de jornal brasileiro sobre a Conferência 
de Estocolmo. Fonte: FEITOSA, 2018.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 36
primeira vez que as entidades governamentais se preocuparam, oficialmente, 
com os aspectos ambientais.
A criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)
As mudanças globais do clima despertaram grande interesse das institui-
ções governamentais e seus respectivos gestores, o que culminou na criação 
do IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change, em 1988.
A intenção do Painel é voltada à junção e difusão de dados relacionados a 
mudanças climáticas, com a proposta de conhecimento sobre seus aspectos 
fundamentais, formas de solução e efeitos na sociedade (pessoas e questões 
econômicas).
Protocolo de Quioto
Os relatórios de IPCC foram fundamentais para, em 1997, ser construído 
o Protocolo de Quioto. A entrada em vigor do Protocolo, porém, foi realizada 
apenas no ano de 2005. 
Sua finalidade tem um significado importante para a manutenção da vida 
no planeta, pois o intuito foi o estabelecimento do controle na emissão de ga-
ses do efeito estufa (GEE) pelas atividades industriais na atmosfera. 
Os países assinaram um compromisso para diminuição das emissões de 
CO2, e o protocolo também deu margem para o surgimento do termo créditos 
de carbono, em que uma tonelada de dióxido de carbono geraria um crédito 
em forma de certificado. Essas certificações poderiam ser negociadas no mer-
cado internacional.
Eco 92 e Rio + 20
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, popularmente 
conhecida como Eco 92, foi uma das principais reuniões mundiais a tratar dos 
temas ambientais, com um significativo envolvimento de diversos países (176) 
de todo o planeta.
Realizada no Rio de Janeiro, em 1992, a conferência procurava de-
finir um plano de ação para o desenvolvimento sustentável, e tor-
nou-se o início da ascensão global das discussões sobre 
os problemas ambientais, tendo como foco a busca 
por alternativas de solução (Figura 7). Assim como o 
relatório do IPCC, a Eco 92 foi fundamental para ela-
boração do Protocolo de Quioto.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 37
Figura 7. Registro do encerramento da Eco 92. Fonte: ROZARIO, 1992.
Figura 8. Os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável na Agenda 2030. Fonte: ONU Brasil, 2015.
A Rio+20, por sua vez, foi realizada 20 anos depois e teve por objetivo a rea-
firmação dos compromissos adotados na Eco 92. A conferência também teve 
como foco a observação e discussão de problemas ainda existentes e buscou 
formas de soluções futuras. Um grande diferencial do encontro foi a intensifi-
cação dos debates voltados à implementação da economia verde.
Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável
Esse importante evento ocorreu na cidade de Nova York, Estados 
Unidos, com o objetivo de direcionar o planejamento para o de-
senvolvimento sustentável até o ano de 2030. Foram traçados 
17 objetivos, denominados ODS (Objetivos para o Desenvolvi-
mento Sustentável), como demonstra a Figura 8. No encontro, 
também foram discutidas as ações propostas durante a Rio +20.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 38
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 39
Marcos históricos da educação ambiental no Brasil
O primeiro registro da institucionalização da educação ambiental no Bra-
sil ocorreu em 1973, com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente 
(SEMA). A SEMA pode ser considerada o início do processo de conscientização da 
sociedade brasileira sobre a necessidade de preservação do meioambiente para 
a manutenção e melhoria da qualidade de vida.
Com a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) pela Lei Fe-
deral n. 6.938/81, foram explicitados conceitos relacionados à conscientização 
ambiental e à promoção da educação ambiental em diferentes níveis de ensino e 
setores da sociedade (art. 2°, caput, X). Assim, podemos considerar que a PNMA 
foi o primeiro marco da educação ambiental formal no País.
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental pro-
pícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvi-
mento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e 
à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes 
princípios: [...]
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a edu-
cação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação 
ativa na defesa do meio ambiente (BRASIL, 1981, n.p.).
A Constituição do Brasil de 1988 reforça a consolidação da EA no País ao defi-
nir, no artigo 225, o direito de todos ao acesso de um ambiente ecologicamente 
equilibrado e, em seu inciso VI, a necessidade de promoção da EA, ao menos no 
contexto educacional ou formal:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi-
librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público: [...]
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino 
e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente 
(BRASIL, 1988, n.p.).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 40
Note que temos em nossa Constituição Federal, portanto, explicitamente 
a definição de que a promoção da educação ambiental deve ser responsa-
bilidade do poder público. Porém, vale observar que a obrigatoriedade do 
Estado em estabelecer as bases da EA no contexto formal não dispensa a 
participação social no processo de conservação e proteção ambiental.
A Conferência, Earth Summit, ou Eco-92, possibilitou a adoção do Trata-
do de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade 
Global. Já a Agenda 21 reforça a perspectiva de atribuição de poder aos 
grupos comunitários e, com o apoio do Ministério da Educação na Rio-92, 
foi produzida a Carta Brasileira para Educação Ambiental, que, entre outras 
coisas, reconhece ser a educação ambiental um dos instrumentos para via-
bilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta e da 
manutenção da vida humana. Infelizmente, a Carta já admitia a existência 
da lentidão de produção de conhecimentos e a falta de comprometimento 
dos gestores públicos em relação à fiscalização da legislação de um modelo 
educacional que não resolve as reais necessidades do País.
DICA
A Agenda 21, definida pela ONU na Eco-92, reafirma, dentre outros 
princípios básicos, a reorientação da educação a um desenvolvi-
mento ambientalmente sustentável e o aprofundamento da cons-
cientização pública. Em consonância com esta, em 2015 criou-se 
a Agenda 2030, um plano de reafirmação das metas estabelecidas 
em 1992 que também dá continuidade aos esforços das agora 192 
nações que fazem parte do tratado.
Posteriormente, a Lei n. 9.795/1999 instituiu a Política Nacional de Educação 
Ambiental no País. Em uma análise inicial, podemos perceber que a PNEA é resul-
tado de inúmeras ideias debatidas em diversos eventos nacionais e internacionais 
acerca das questões ambientais. Em especial, pode ser percebida em seu texto a 
adoção de conceitos apresentados pela Carta de Belgrado. Assim, a determinação 
da responsabilidade do poder público se dá de forma concorrente (nas esferas de 
poder federal, estadual e municipal), também com o intuito de incentivar a ampla 
participação das organizações não governamentais (ONGs) e de toda a sociedade 
na elaboração e execução de programas de educação ambiental. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 41
Criação da Secretaria Especial do Meio 
Ambiente (SEMA) 1973
1988
Artigo 225 (Constituição):
direito a um ambiente
ecologicamente equilibrado
1992Earth Summit (Eco 92)
1999Instituição da Política Nacionalda Educação Ambiental (PNEA)
2004Criação do Programa Nacional de Educa-ção Ambiental (PRONEA)
2010Lei federal de educaçãoambiental não formal
Figura 9. Linha do tempo simplificada dos principais eventos relacionados à EA no contexto brasileiro. 
Ressalta-se que, na prática, não há uma ocorrência que 
seja mais importante, sendo todas as ações e todos os proje-
tos necessários para que seja possível atingir os 
objetivos coletivos com o desenvolvimento da 
consciência ambiental a partir da criticidade 
dos cidadãos. No próximo tópico, analisare-
mos alguns dos principais conceitos da edu-
cação ambiental.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 42
Base conceitual da educação ambiental
Primeiramente, para definir as bases conceituais da educação ambiental, é 
necessário ressaltar que ao longo do aprimoramento dessa ferramenta perce-
beu-se que o público a ser considerado, na realidade, é toda a sociedade. Assim, 
enfatizamos que a EA é considerada formal quando aplicada em qualquer nível 
da educação formal (estudantes, professores e funcionários de escolas, universi-
dades e institutos). Adicionalmente, a educação não formal engloba campanhas, 
projetos e outras atividades práticas que envolvem diferentes grupos populacio-
nais (trabalhadores, gestores públicos e agricultores, por exemplo). 
Assim, a PNEA definiu a educação ambiental e destacou a importância do de-
senvolvimento de práticas educativas voltadas à sensibilização e à organização 
da coletividade sobre questões ambientais. No art. 1º da PNEA, a definição de 
educação ambiental é apresentada:
Art 1º. Entendem-se por educação ambiental os processos por meio 
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para 
a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, es-
sencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 
1999, n.p.).
No art. 2º, a PNEA complementa que a educação ambiental é “um componen-
te essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de 
forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em 
caráter formal e não-formal” (BRASIL, 1999, n.p.). Por fim, a PNEA define como 
princípios básicos da EA:
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: 
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando 
a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cul-
tural, sob o enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva 
da inter, multi e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
Fonte: EPA, 2018, n.p. 
QUADRO 1. PRINCIPAIS DIFERENÇAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
VERSUS INFORMAÇÃO AMBIENTAL
Educação ambiental
• Aumenta a consciência pública e o conhecimento 
das questões ambientais; 
• Auxilia no desenvolvimento do pensamento; 
• Aumenta as habilidades de resolução de 
problemas e tomada de decisão; 
• Não defende um único ponto de vista, fomenta 
a análise crítica.
Informação ambiental
• Disponibiliza fatos e opiniões sobre problemas 
ambientais; 
• Não se preocupa com o ensino do pensamento 
crítico e emancipatório;
• Não gera diretamente ferramentas para 
resolução de problemas; 
• Pode apresentar apenas um ponto de vista 
sobre a questão ambiental de interesse.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 43
VI - a permanente avaliação críticado processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regio-
nais, nacionais e globais;
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade 
individual e cultural (BRASIL, 1999, n.p.).
Assim, a Lei n. 9.795/1999 instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental 
(PNEA), apresentando conceitos e definições. Desta forma, podemos sintetizar 
que o público-alvo da EA são tanto os integrantes da educação formal quanto 
os da não formal. Ressalta-se que os objetivos de ensino em ambientes formais 
são construir conhecimento científico e desenvolver a relação dos alunos com 
a natureza por meio de pedagogias de aprendizagem ativa, como trabalho de 
campo e experiências ao ar livre (PARRA et al., 2020).
Assim, mais do que se informar sobre processos que envolvem nossa vida so-
cioeconômica, é necessário priorizar o desenvolvimento da EA como ferramenta 
de participação social e crítica. No Quadro 1, há uma síntese das principais dife-
renças entre educação ambiental e informação ambiental. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 44
Observe que a informação ambiental deve possuir qualidade e não ser ten-
denciosa em sua transmissão; mas é a EA que define como essencial o aumento 
da consciência pública ambiental a partir de ensinamentos contínuos de pensa-
mento crítico, reforçando as habilidades individuais e a análise de fatos utilizan-
do o raciocínio lógico.
Outra distinção que cabe em uma breve análise é acerca da educação de for-
ma mais ampla e sua comparação com a EA. É consenso que a educação, além 
de instruir, já traz em si o conceito de propiciar o desenvolvimento da capacidade 
crítica e o senso de responsabilidade. Paulo Freire, em sua obra Pedagogia do Opri-
mido, enfatiza que a educação é um processo complexo de conscientização cole-
tiva. Hoje, compreendemos que a educação ambiental faz parte desse processo.
De fato, podemos considerar que ambientalismo não é uma opção, mas uma 
responsabilidade e um aspecto fundamental para a construção de uma socie-
dade coesa e que respeita as leis de proteção do ambiente que ocupa (SAYLAN; 
BLUMSTEIN, 2011). Isso se refere às responsabilidades de proteção ambiental, 
mas também em compreender minimamente como os ciclos ocorrem: na ex-
tração de recursos naturais, na geração de resíduos, na produção agrária e/ou 
industrial, entre outros.
Tendo em vista o desenvolvimento necessário para sociedades mais susten-
táveis, os cidadãos precisam ser apoiados e ensinados a superar quaisquer la-
cunas ou desafios importantes para integrar esta sociedade sustentável (PARRA 
et al., 2020). Assim, a educação ambiental se concentra na promoção do conhe-
cimento ambiental e no aprimoramento de atitudes e valores ecologicamente 
corretos, bem como na conquista da cidadania e das habilidades cognitivas de 
alto nível necessárias para promover um estilo de vida ecologicamente correto.
A educação para a cidadania ambiental deve auxiliar os alunos 
a compreenderem a complexidade dos sistemas socioecológicos 
e a identificar as causas estruturais da degradação ambiental. 
Com isso em mente, a educação para a cidadania 
ambiental amplia a perspectiva do aspecto local 
para o global e enfatiza as interrelações e inter-
dependências. Além disso, a aprendizagem da 
sustentabilidade é um conceito multinível que 
ocorre tanto no nível individual quanto no nível 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 45
dos agregados sociais, grupos, organizações e a sociedade como um todo 
(PARRA et al., 2020).
O conhecimento de como mudar democraticamente uma sociedade e os 
efeitos da justiça social dessas mudanças local e globalmente não foram, pelo 
menos no início, suficientemente enfatizados na educação para a sustentabili-
dade, posto que suas raízes estão na educação ambiental e possuem foco mais 
estreito na proteção ambiental e conservação de recursos (PARRA et al., 2020).
DICA
Você sabe o que significa uma educação ambiental crítica? Para compreen-
der melhor o processo emancipatório da educação sobre o qual a EA vem 
sendo discutida e desenvolvida, sugerimos a leitura dos seguintes textos: 
“Educação ambiental crítica: nomes e endereçamentos da educação”, es-
crito por Isabel Cristina de Moura Carvalho, e “Educação ambiental crítica”, 
estruturado por Mauro Guimarães. 
A política nacional brasileira para a educação ambiental
O termo educação ambiental (EA) é muito utilizado, apesar de muitas pessoas 
não saberem sua definição. Assim, algumas distorções podem ocorrer, e a prá-
tica da EA pode ser prejudicada. Nesse sentido, Silva Junior et al. (2018, n. p.) 
destacam que a democratização e a divulgação das formas que temos para inte-
ragir com o meio ambiente de maneira responsável ainda é muito frágil, em uma 
sociedade que não exerce, no cotidiano, hábitos que favorecem o fortalecimento 
da temática em questão.
Dessa forma, começamos esse tópico destacando que uma maior preocupa-
ção com o meio ambiente é necessária, bem como o reconhecimento do papel 
crucial da educação para melhorar a relação do ser humano com o meio. Para 
isso, é preciso que haja em todas as bases da sociedade ferramentas para traçar 
diretrizes para o surgimento de mais iniciativas de conscientização ambiental. 
A escola é um espaço em que os estudantes podem se tornar pessoas mais 
atentas quanto à importância da conservação e restauração do meio ambiente, 
fomentando a proteção também da biodiversidade, de um modo geral (SILVA 
JUNIOR et al., 2018).
A educação é um processo contínuo, de elevada relevância e, por isso, se fa-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 46
zem necessários planejamentos complexos para que 
possamos obter resultados satisfatórios, colaboran-
do para as reflexões de ensino e aprendizagem que 
ultrapassem as salas de aula. Cada vez mais, precisamos 
de nos formar como cidadãos, críticos e responsáveis pela 
preservação dos recursos naturais.
A educação ambiental não deve ser entendida como um tipo 
especial de educação, mas como uma série de etapas contínuas 
ao longo processo de aprendizagem, em que coexiste a filosofia da contribuição 
participativa em que todos (família, escola e comunidade) devem estar envolvidos 
(SILVA JUNIOR et al., 2018). 
Por esse motivo, a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) brasileira 
visou traçar diretrizes não apenas para a EA formal, que ocorre nas escolas, mas 
também para a EA não formal, englobando a diversidade de atores sociais e a 
importância de todos construirmos coletivamente uma preocupação que paute 
as ações e decisões regionais e nacionais.
Educação ambiental formal
Uma questão importante dentro do sistema educacional superior é propiciar 
a especialização na área de formação e também em áreas científicas semelhantes 
ou relacionadas. A relevância se dá, justamente, pelas conexões interdisciplinares 
e pela transferência teórico-conceitual decorrente de novos resultados científicos. 
Nesse contexto, é importante que cada país explicite em sua política de educação 
ambiental a importância de toda a sociedade para a conservação ambiental e os 
possíveis papéis das mais diversas áreas de formação técnica nessa conservação. 
Assim, os atores socioeducativos envolvidos nas atividades de EA devem assu-
mir as ações em termos de aumento do conhecimento científico, e também possi-
bilitar a existência e qualidade de vida das próximas gerações. Desse modo, ao nível 
da consciência humana, é visível um peso científico-axiológico, segundo o qual são 
estabelecidas conexões entre diferentes níveis de realidade (COSTEL, 2015). 
Para tanto, Costel (2015, n. p.) explicita que para se tornar pragmático um 
sistema social deve ser construído, antes de mais nada, sobre a educação es-
pontânea. Em segundo lugar, acreditamos que uma perspectiva de política social 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 47
efetiva envolve uma abordagem específicasobre a educação 
ambiental. Portanto, as correspondências sociais e meto-
dológicas transpõem em plano operacional às finalidades 
inscritas na diligência educacional.
Nas últimas duas décadas, no entanto, inúmeras pessoas ao 
redor do mundo se preocuparam (e continuam se preocupando) com as ques-
tões interligadas de meio ambiente e desenvolvimento ambientalmente susten-
tável. Desta forma, temos nos tornado cada vez mais conscientes da necessida-
de de mudanças nas escolhas de hábitos e nos padrões nacionais e globais de 
desenvolvimento, consumo e comércio.
Portanto, poderíamos considerar um erro pensar que apenas a educação 
ambiental nas escolas seria suficiente para a transição para a sustentabilidade, a 
menos que grandes reformas educacionais pudessem ser implementadas e que 
projetos em consonância com outros setores da sociedade fossem executados. 
Nesse momento, destacamos que a educação ambiental está prevista na 
Constituição Federal, em seu artigo 225º (Inciso VI), que estabelece que é dever 
do Estado e de todos de “promover a educação ambiental em todos os níveis 
de ensino, e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” 
(BRASIL, 1988). A Política Nacional de Educação Ambiental, instituída pela Lei n. 
9.795, em seu artigo 3º, determina que, como parte de um processo educativo 
mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:
I - Ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constitui-
ção Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão 
ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de 
ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recupera-
ção e melhoria do meio ambiente; II - Às instituições educativas, 
promover a educação ambiental de maneira integrada aos progra-
mas educacionais que desenvolvem; III - Aos órgãos integrantes do 
Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de 
educação ambiental integradas aos programas de conservação, 
recuperação e melhoria do meio ambiente; IV - Aos meios de co-
municação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na 
disseminação de informações e práticas educativas sobre meio am-
biente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação; V 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 48
- Às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, 
promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, 
visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de tra-
balho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no 
meio ambiente; VI - À sociedade como um todo, manter atenção 
permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que pro-
piciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a 
identificação e a solução de problemas ambientais (BRASIL, 1999).
Assim, percebemos que a EA é uma questão que precisa ser incentivada e fo-
mentada simultaneamente pelo Estado e por muitos outros setores da sociedade. 
Em seu artigo 4º (Inciso VII), a PNEA valoriza a abordagem articulada das ques-
tões ambientais locais, regionais e nacionais. Enquanto isso, em seu artigo 8º (In-
cisos IV e V) há um evidente incentivo à busca de alternativas curriculares e meto-
dológicas na capacitação da área ambiental e as iniciativas e experiências locais e 
regionais, incluindo a produção de material educativo com o contexto social em 
questão (BRASIL, 1999).
Em seu artigo 9º, a PNEA também define que se entende por educação am-
biental, na educação escolar, aquela que é desenvolvida no âmbito dos currícu-
los das instituições de ensino públicas e privadas, englobando (BRASIL, 1999):
I. Educação básica:
a. Educação infantil;
b. Ensino fundamental;
c. Ensino médio.
II. Educação superior;
III. Educação especial;
IV. Educação profissional;
V. Educação de jovens e adultos.
Vale destacar que devido ao próprio dinamismo da sociedade, o despertar 
para a questão ambiental no processo educativo deve começar desde a infância 
(SOUZA et al., 2018).
Ainda que a EA seja prevista em toda a idade escolar e a PNEA 
tenha sido instituída em 1999, atualmente, os educadores ainda 
encontram dificuldades e desafios para implementar a educa-
ção ambiental no cotidiano escolar. Por isso, mantém-se a discus-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 49
são sobre a maneira que a temática ambiental vem 
sendo trabalhada pelos professores que a desen-
volvem nas escolas. 
Quando pensamos na educação ambiental, de-
vemos inserir atividades práticas em todos os níveis da 
educação formal e informal, de modo que trabalhemos 
as aplicações de EA diariamente. Isso é uma proposição fun-
damental, pois colabora para que haja envolvimento dos edu-
candos em questões sobre as problemáticas do meio ambiente, e propicia um 
sentimento importante de pertencimento e transformação, em que cada um tem 
responsabilidades e pode colaborar para a construção de um mundo melhor.
De maneira geral, a escola pode ser um dos locais mais propícios para a rea-
lização de iniciativas de educação ambiental, por propiciar a inovação de costu-
mes que não se limitam apenas aos conceitos ambientais, podendo ainda englo-
bar questões culturais e sociais. Acredita-se que, assim, poderíamos alcançar um 
resultado mais efetivo e promissor diante das situações vivenciadas no contexto 
socioambiental, e que englobam o descarte do lixo de forma incorreta, os impac-
tos ambientais e biodiversidade e, também, o tipo de interação ecológica que há 
nas relações humanas com a natureza.
No artigo 10º da PNEA, se especifica que a educação ambiental deve ser de-
senvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente, em 
todos os níveis e modalidades do ensino formal:
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina 
específica no currículo de ensino; § 2º Nos cursos de pós-graduação, 
extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educa-
ção ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de 
disciplina específica; § 3º Nos cursos de formação e especialização 
técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado con-
teúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a 
serem desenvolvidas (BRASIL, 1999).
Nesse sentido, sabendo que a educação ambiental é um processo permanen-
te e contínuo, não deveríamos limitá-la ao espaço escolar, pois é importante tê-la 
como hábito no ensino do educando (SOUZA et al., 2018). Assim, podemos en-
tender que a EA formal continuará a ser aprimorada com a incorporação de no-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 50
vos significados sociais e científicos em 
relação ao meio ambiente e às dinâ-
micas que possuímos com o local que 
ocupamos. Justamente devido a esse 
dinamismo da sociedade, a questão 
ambiental no processo educativo de-
veria começar na infância, corroboran-
do para a formação de gerações mais 
conscientes e preocupadas com pau-
tas ambientais, tais como a proteção 
da biodiversidade e o enfrentamento 
das mudanças climáticas.
Ficou especificado que a dimensão 
ambiental precisa constar nos currí-
culos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. 
Além disso, “os professores em atividade devem receber formação complementar 
em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cum-
primento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental” 
(BRASIL, 1999).
Souza et al. (2018, n. p.) destacam a dúvida de como a EA está sendo conduzida 
no ensino da educação ambiental no cotidiano da sala de aula. A abrangência das 
atividades dos docentes engloba a participação e gestão dos sistemas de ensino. 
Dessa forma, os professores podem incluir escolhas metodológicas distintas, vi-
sando fomentar pontos de análise e valorização da consciência da diversidade, 
respeitando as diferenças ecológicas, étnico-raciais, de classes sociais, de necessi-dades especiais e de gênero. As diretrizes de ensino de EA são muito diversificadas 
e podem servir como ferramenta, aproximando conceitos complexos 
das comunidades de atuação.
Em seu trabalho de análise, Silva e Almeida (2018, 
n. p.) notaram que os principais desafios das ações 
práticas de EA nas escolas estão vinculados a ques-
tões de: espaço da escola, número de estudan-
tes e de professores com disposição para passar 
por processos de formação continuada na área em 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 51
questão, participação e dedicação da direção da escola, melhor participação do 
governo estadual, dentre muitos outros problemas. Com isso, algumas barreiras 
poderiam surgir, limitando as práticas de EA e tornando as atividades pontuais.
Em contextos em que a prática de EA ainda não ocorre de forma contínua, uma 
alternativa é proceder visitas em centros especializados que possam instruir edu-
candos e educadores e mostrar um caminho a ser percorrido. Nesse contexto, há 
no Brasil um tipo especial de centro de educação ambiental, relacionado com as 
fazendas e florestas. A Escola da Floresta é um exemplo desses centros. Nela, há 
variedade de possibilidades a serem explorados por pessoas de todas as idades. 
A Figura 2 mostra a realização de uma trilha dos sentidos com crianças de uma 
escola em visita. Note que atividades como essa podem ser adaptadas à realidade 
de muitas escolas brasileiras. 
Figura 10. Realização da trilha de sentidos, para aumentar a percepção do ambiente em que ocupamos e a busca pela recone-
xão com a natureza. Fonte: Escola da Floresta. Acesso em: 17/05/2021.
Uma das maiores dificuldades para que o currículo escolar possa abranger a 
EA de forma habitual e com a profundidade de discussão que se desejaria, pode 
ser uma consequência do modelo adotado pelo nosso sistema escolar. As atuais 
preocupações da educação se concentram em notas, desempenho, competição, 
esforço individual, sucesso pessoal e padrões hierárquicos de relacionamentos 
pessoais. O ensino de EA deve ser pensado de forma coletiva, emancipatória, críti-
ca e transversal a muitas diferentes áreas de aprendizagem. 
Apesar de tais observações fazerem parte de muitas realidades, Souza et al. 
(2018, n. p.) afirmam que, nos últimos anos, foi possível observar uma expansão 
da educação ambiental no ensino formal das escolas brasileiras. Em contraste a 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 52
essas pontuações, Silva e Almeida (2018, n. p.) destacam que, de modo geral, pro-
fessores de todas as modalidades de ensino, na maioria das vezes, não possuem 
orientação e nem material para esse trabalho de construção da EA. 
Mesmo que essa temática tenha se tornado uma realidade no ensino formal 
em muitas localidades do Brasil, sabe-se das dificuldades e desafios que a educa-
ção ambiental ainda tem que enfrentar no cotidiano escolar e na heterogeneidade 
de oportunidade entre nossas cidades. Silva e Almeida (2018, n. p.) destacam que 
a temática ambiental dificilmente está presente nos cursos de formação dos pro-
fessores, uma vez que os cursos de formação continuada, geralmente, são desti-
nados aos professores de ensino fundamental e médio, bem como os materiais 
produzidos e disponibilizados.
No âmbito da aplicação da EA nas escolas, a Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
ção Nacional (LDB), sancionada em 1997, já delineava a educação ambiental como 
tema transversal. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Biologia, por 
exemplo, explicitam que a EA precisa de ser trabalhada de forma interdisciplinar e 
em consonância com o contexto social e econômico. 
Para que sejam realizados trabalhos de qualidade em EA, se faz necessário 
um comprometimento dos sistemas governamentais e das políticas públicas di-
recionadas à temática ambiental, proporcionando aos professores uma formação 
adequada para o desenvolvimento de projetos, com a qualificação para o trabalho 
em consonância à PNEA. Contudo, em alguns casos, tal política não está presente 
e, muitas vezes, cabe ao professor buscar uma formação continuada, de maneira 
independente, dispondo de seus próprios recursos (SILVA; ALMEIDA, 2018). 
De forma complementar, analisou-se que rodas de educação, escuta e nar-
rativas ficcionais são destacadas como traços e atividades fundamentais para os 
processos de formação de professores que estão se tornando educadores am-
bientais (GALIAZZI et al., 2018). Galiazzi et al. (2018, n. p.) explicam que 
os professores de uma comunidade de aprendizagem organizada 
em rodas de educação e comprometidos com os prin-
cípios do diálogo, da escuta, do compartilhamento de 
saberes e ações podem se tornar educadores am-
bientais experientes em processos educativos em 
que as relações de saber são processos horizontais 
e contínuos. Como educadores e professores ambien-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 53
tais, eles podem ensinar o valor de ouvir e aceitar diferentes pontos de vista.
Sendo assim, diante das adversidades e situações locais enfrentadas, as práti-
cas pedagógicas cotidianas como a aplicação de projetos de educação ambiental, 
envolvendo as escolas, os educandos, suas famílias e entorno, poderão figurar 
como local de reflexão. Essa reflexão pode ser mais efetiva se focada na cons-
trução coletiva de alternativas e, diante das necessidades observadas em cada 
realidade, propiciar que intervenções socioambientais possam ser propostas. A 
construção fora dos ambientes escolares, por sua vez, se refere à educação am-
biental não formal, que estudaremos no próximo tópico.
Um exemplo muito comum de prática de educação ambiental no Brasil são 
as hortas escolares. Devemos valorizar tais ações e observar que os ensinos vão 
além das práticas de EA formal. Em muitos contextos, a horta da escola possi-
bilita uma interação da comunidade do entorno, fomentando a coletividade das 
ações realizadas.
Educação ambiental não formal
Silva Junior et al. (2018, n. p.) definem que a educação ambiental é um cam-
po de conhecimento que se encontra em construção e gera desenvolvimentos 
à medida que tenhamos a prática cotidiana dos envolvidos nesse processo. O 
engajamento público significativo e a responsabilidade exigem um entendimen-
to comum do que esperar e demandar das partes envolvidas nos projetos de 
educação ambiental. 
A Conferência de Tbilisi (1977), dentre seus princípios básicos, já considerava 
que a educação ambiental deve ser um processo contínuo e permanente, come-
çando pelo pré-escolar e continuando ao longo de todas as fases do ensino for-
mal e não-formal, com aplicação interdisciplinar, de modo que se adquira uma 
perspectiva global e equilibrada.
Curiosamente, as perspectivas dos praticantes e dos participantes sobre os 
resultados da educação ambiental são pouco estudadas, particularmente por-
que uma compreensão das aspirações dos participantes para a educação am-
biental é complexa, apesar de essencial, para garantir que ela atenda às suas 
necessidades e que eles continuem se engajando. É particularmente importante 
compreender os benefícios que os participantes de projetos não formais de edu-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 54
cação ambiental podem obter com a participação nos projetos (WEST, 2015).
No contexto da educação ambiental não formal, há linhas de ações destina-
das ao planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de programas e políticas 
ambientais nas três esferas de governo, em sintonia com os setores sociais. Esse 
sistema fortalece o diálogo da escola com a comunidade e movimentos sociais 
(BADR et al., 2017).
A PNEA, em seu artigo 13º, definiu a educação ambiental não formal como 
sendo as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade 
sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da 
qualidade do meio ambiente. Nesse sentido, o Poder Público, em níveis federal,estadual e municipal, incentivará:
I - A difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espa-
ços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de 
temas relacionados ao meio ambiente; II - A ampla participação da escola, da 
universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução 
de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal; III - A 
participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas 
de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organiza-
ções não-governamentais; IV - A sensibilização da sociedade para a importância 
das unidades de conservação; V - A sensibilização ambiental das populações tra-
dicionais ligadas às unidades de conservação; VI - A sensibilização ambiental dos 
agricultores; VII - O ecoturismo (BRASIL, 1999).
Este aspecto não formal da EA é de extrema relevância para que os dife-
rentes atores da sociedade possam construir inúmeras práticas colaborativas 
em formato de projetos e programas, aprimorando as abordagens pautadas em 
políticas públicas, mas também com parcerias com setores não-governamentais, 
como empresas e ONGS. 
Conceitos e objetivos da educação ambiental
A educação ambiental é um campo multidisciplinar que integra diversos ra-
mos de estudo, como química, física, ciências humanas, ciências médicas, ciências 
biológicas, agricultura, saúde pública e engenharia sanitária. Dessa maneira, a EA 
coloca em pauta a importância da proteção e conservação do meio ambiente. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 55
O fato de a sociedade ter falhado em aceitar sua responsabilidade socioam-
biental resultou no ato de nos colocarmos no centro de nossas relações, afas-
tando-nos do meio natural do qual fazemos parte e acreditando que devemos 
dominar nosso ambiente. Infelizmente, a situação em que nos encontramos 
atualmente, pautada pelo conceito de que o ser humano pode controlar o meio 
ambiente sem respeitar ciclos naturais, está na raiz de grande parte do que é 
ensinado nas escolas. 
A criação de educandos ambientalmente conscientes em uma sociedade que 
não reconhece a gravidade dos problemas ambientais que enfrenta provavel-
mente não terá muito impacto sobre esses problemas (SAYLAN; BLUMSTEIN, 
2011). Isso porque existe uma desconexão fundamental entre o que aprende-
mos na escola e como nos comportamos em nosso meio social, pelo menos no 
que diz respeito à educação ambiental. Embora essas variações possuam difícil 
medição, essa desconexão é facilmente percebida e precisa ser encarada como 
uma necessidade a ser superada. Fazer isso exige resiliência, criatividade, sensi-
bilidade e esforço de todas as classes sociais e econômicas.
Não é errado pensarmos a EA como uma adjetivação da educação, uma vez 
que tornar esta última apta à educação ambiental é uma necessidade de nosso 
presente, e isso se justifica devido ao fato de a EA enfatizar aspectos da educa-
ção que muitas vezes foram e são marginalizados, mal interpretados e podem 
causar uma diversidade de impactos em muitas esferas da sociedade.
Os componentes principais da educação ambiental são: I) conscientização 
e sensibilidade em relação aos desafios ambientais; II) compreensão das dinâ-
micas relacionadas ao meio ambiente; III) atitudes de preocupação e motivação 
para melhorar ou manter a qualidade ambiental; IV) habilidades para identificar 
e ajudar a resolver problemas; V) participação em atividades para 
resoluções coletivas.
Nesse contexto, a Resolução n. 422/2010 estabeleceu “dire-
trizes para conteúdos e procedimentos em ações, 
projetos, campanhas e programas de informação, 
comunicação e educação ambiental no âmbi-
to da educação formal e não-formal, realizadas 
por instituições públicas, privadas e da socieda-
de civil” (CONAMA, 2012, p. 1088). 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 56
CURIOSIDADE
A educação para a cidadania ambiental é definida como o tipo de educação 
que cultiva aptidões, valores, atitudes e competências necessárias que um 
cidadão deve possuir para ser capaz de agir e participar da sociedade como 
agente de mudança em escala local, nacional e global (HADJICHAMBIS; 
REIS, 2020). Essa abordagem é importante para capacitar os cidadãos a 
praticarem seus direitos e deveres ambientais, bem como para identificar 
as causas estruturais subjacentes aos problemas ambientais, levando em 
consideração a justiça inter e intrageracional (ENEC, 2018a).
Um dos objetivos da EA é que a sociedade compreenda a relação de inter-
dependência entre os ecossistemas naturais e as interações sociais humanas. 
Assim, podemos adquirir conhecimento à medida que desenvolvemos compe-
tências para conservar e preservar o meio ambiente. Diante disso, torna-se im-
prescindível que os atuais padrões de conduta individual sejam alterados e mo-
dificados para outros mais coletivos e ambientalmente adequados. Dessa forma, 
é possível destacar que são objetivos específicos da educação ambiental:
• Conhecimento acerca das diferentes questões ambientais: compreen-
der a multiplicidade de interações ambientais e sociais entre os elementos que 
compõem tais sistemas;
• Desenvolvimento da conscientização ambiental: prover ferramentas 
para que os grupos sociais compreendam diferentes problemas, sensibilizando
-os para que atuem na resolução dessas questões;
• Ampliação das habilidades socioambientais: desenvolver valores sociais 
para que haja fortalecimento da motivação relacionada à conservação do meio 
ambiente, bem como à recuperação de áreas já afetadas por impactos negativos 
devido a atividades antrópicas;
• Desenvolvimento de competências: incentivar habilidades específicas 
que possibilitem a operacionalização dos conhecimentos e das atitudes coletivas 
desenvolvidas, tornando-as ações ambientais concretas;
• Participação social: proporcionar oportunidades e o ensejo de que todo cida-
dão participe de atividades e projetos na solução de questões am-
bientais de variada complexidade e em diferentes contextos.
Ressalta-se que o desenvolvimento da consciência am-
biental passa obrigatoriamente pela análise crítica do meio 
que ocupamos, das ações que praticamos, das responsabili-
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS 57
dades que temos e quais ações podemos empregar 
para que tenhamos participação (prática). A par-
ticipação social é, portanto, uma peça-chave para 
não apenas atuarmos de forma corretiva (em relação 
aos problemas já existentes) como também para agirmos 
de forma preventiva, protegendo os diferentes sistemas 
ambientais e prevenindo que novos problemas se tornem 
inevitáveis e/ou irreversíveis.
Assim, observe que a EA se relaciona ao contínuo processo educativo formal 
e não formal, de forma a adquirir conhecimentos teóricos e práticos sobre o 
ambiente e em consonância com a adaptação do comportamento social frente 
às mudanças ambientais observadas.
Metodologicamente, é fundamental que a análise das interrelações sociais e 
ambientais seja bem embasada para que toda a sociedade se torne apta a com-
preender os problemas ambientais e as potenciais soluções a serem implemen-
tadas. De certa forma, tanto no campo de atuação formal quanto no não formal, 
a sociedade precisa ser participativa, a fim de que a integração seja voltada à 
solidariedade com as futuras gerações, como previsto na Constituição Brasileira 
em seu artigo 225.
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