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Educação permanente, continuada e em serviço- implicações para a saúde

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1 de 4 
 
Educação permanente, continuada e em serviço: implicações para a saúde 
Cosme Rezende Laurindo1 
26/03/2018 
A Educação Permanente, Educação Continuada e Educação em Serviço são 
processos educativos com diferentes percursos metodológicos que fortalecem o 
processo de trabalho (COTRIM-GUIMARÃES, 2009). 
 
1 EDUCAÇÃO EM SERVIÇO 
 
Farah (2017, p. 1) traz que que 
(...) educação em serviço foi o primeiro conceito a ser 
operacionalizado, conforme sugere o histórico das Conferências 
Nacionais de Saúde, como forma de ajustamento dos 
profissionais às necessidades de saúde nos serviços públicos, 
principalmente nas décadas de 60 e 70. 
A necessidade de se realizar educação com os profissionais é proveniente da 
percepção de que o modelo de ensino da época era limitado, com olhar biomédico, 
não contemplando a reformulação pela qual começou a passar as práticas 
assistenciais em saúde, visto o período de Reforma Sanitária. 
Silva e col. (1989, p. 10) trazem que: 
(...) educação em serviço é um conjunto de práticas educacionais 
planejadas com a finalidade de ajudar o funcionário a atuar mais 
efetiva e eficazmente, para atingir diretamente os objetivos da 
instituição. 
Farah (2017) traz ainda reflexões acerca do direcionamento da educação em 
serviço enquanto voltado aos interesses institucionais, com demanda a partir de 
lacunas evidenciadas no processo de trabalho, centrando-se num modelo tecnicista e 
tradicional de ensino. Pode-se dizer que seria a educação para a atividade a ser 
desenvolvida em determinado objetivo, tempo e local, dentro da concepção 
fragmentada e com divisão de tarefa).
 
1 Enfermeiro. CV: http://lattes.cnpq.br/9954590863114471. cosmelaurindo@outlook.com 
http://lattes.cnpq.br/9954590863114471
mailto:cosmelaurindo@outlook.com
 
2 de 4 
 
2 EDUCAÇÃO CONTINUADA 
 
 O termo educação continuada na saúde começa a aparecer no cenário da 
saúde na década de 70, a partir da compreensão de que não bastava apenas levantar 
lacunas de serviço, de forma que o saber de cada profissional deveria dialogar para 
além da demanda pontual e inovar no processo de trabalho, respondendo às 
necessidades específicas individuais ou de grupos de profissionais de saúde já 
inseridos nos serviços. 
A primeira definição que se tem de Educação Continuada (EC) provém da 
Organização Pan-Americana de Saúde (OPS, 1994), que traz como “um processo 
permanente que se inicia após a formação básica e está destinado a atualizar e 
melhorar a capacidade de uma pessoa ou grupo, frente às evoluções técnico-
científicas e às necessidades sociais”. Dessa forma, direciona-se a necessidade de 
troca de informações contínuas, visando atualização de conhecimentos, uma vez que 
os saberes de todos os setores não são estanques, mas sim dinâmicos (CUNHA; 
MAURO, 2010). 
 A EC é desenvolvida como extensão do modelo escolar e acadêmico, 
fundamentada no conhecimento técnico-científico, com ênfase em treinamentos e 
cursos, para adequar os profissionais ao trabalho na respectiva unidade, de modo que 
a EC não é um espaço de reflexão e crítica sobre o cuidado, mas uma reprodução de 
abordagens já consagradas. 
Silva e col. (1989, p. 9-10) trazem o conceito de EC como: 
(...) conjunto de práticas educacionais planejadas no sentido de 
promover oportunidades de desenvolvimento do funcionário, com a 
finalidade de ajudá-lo a atuar mais efetivamente e eficazmente na sua 
vida institucional. [...] a educação continuada está voltada para 
melhorar ou atualizar a capacidade do indivíduo, em função das 
necessidades dele próprio e da instituição em que trabalha. 
 A EC trabalha de forma uniprofissional, busca uma prática autônoma, 
enfoca temas e especialidades, tem por objetivo a atualização técnico-científica, e tem 
periodicidade esporádica, além de se utilizar de metodologias fundamentadas na 
pedagogia de transmissão, e espera atingir a apropriação do saber científico de forma 
passiva. 
 
 
 
3 de 4 
 
3 EDUCAÇÃO PERMANENTE 
 
 Em 1978, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) conceituou a 
Educação Permanente (EP) como um processo dinâmico de ensino e aprendizagem, 
ativo e contínuo, com a finalidade de análise e melhoramento da capacitação de 
pessoas e grupos, frente à evolução tecnológica, às necessidades sociais e aos 
objetivos e metas institucionais (LINO et al., 2009). 
 A partir de 2004, a Educação Permanente foi instituída no Brasil como 
política pública, Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, por meio da 
Portaria GM nº 198 de 13 de fevereiro de 2004, que a propõe como estratégia do 
Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para 
o setor. Encontra-se na portaria anteriormente citada o seguinte conceito de EP: 
(...) aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se 
incorporam ao quotidiano das organizações e ao trabalho. Propõe-se 
que os processos de capacitação dos trabalhadores da saúde tomem 
como referência as necessidades de saúde das pessoas e das 
populações, da gestão setorial e do controle social em saúde, tenham 
como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria 
organização do trabalho e sejam estruturados a partir da 
problematização do processo de trabalho. 
 A este conceito completa-se com a seguinte reflexão de Farah (2017, p. 3): 
A educação permanente é centrada no processo de trabalho e tem 
como propósito melhorar a qualidade de vida humana em todas as 
dimensões pessoais e sociais, auxiliando na formação integral do 
indivíduo e na transformação do meio para uma futura sociedade e 
das práticas de saúde (técnicas e sociais) nos serviços de saúde. 
 Desta forma, tem-se que EP foca para além de mera capacitação, 
reconhecendo os profissionais envolvidos como agentes de construção social e 
saberes, que, a partir da reflexão de suas práticas, constroem novos conhecimentos 
(RODRIGUES; VIEIRA; TORRES, 2010; FORTUNA et al., 2011; SILVA et al., 2011) 
 Propõem-se uma metodologia multiprofissional, que busca uma prática 
institucionalizada, com objetivo de transformar práticas técnicas e sociais, tendo 
periodicidade contínua, fundamentando-se na pedagogia centrada na resolução de 
problemas, onde o resultado é a mudança institucional, a apropriação ativa do saber 
científico, fortalecendo a equipe de trabalho. 
 Os passos para a realização da educação permanente (OPS, 1994) são: 
✓ análise do contexto; 
✓ identificação dos problemas e necessidades de intervenção; 
 
4 de 4 
 
✓ o desenho do processo educativo nos serviços de saúde (planejamento - 
diagnóstico, objetivo, metodologia, avaliação, análise dos recursos e dos 
custos, cronograma); 
✓ monitoramento; 
✓ avaliação. 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 64 p. – (Série B. Textos Básicos 
de Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 9). 
 
COTRIM-GUIMARÃES, I. M. A.. Programa de educação permanente e continuada da 
equipe de enfermagem da clínica médica do Hospital Universitário Clemente de Faria: 
análise e proposições. 2009. 149 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Saúde 
Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2009. 
 
CUNHA, A. C.; MAURO, M. Y. C.. Educação Continuada e a Norma Regulamentadora 32: 
utopia ou realidade na enfermagem?. Rev Bras Saúde Ocup, São Paulo, v. 35, n. 122, p.305-
313, jul./dez. 2010. 
 
FARAH, B. F.. Educação continuada/permanente, avaliação de desempenho, processo 
demissional. 2017. Disponível em: <http://www.ufjf.br/admenf/files/2017/08/Aula-8-e-9-–-
Educação-Continuada-e-Permanente-Avaliação-de-Desempenho-e-Processo-
Demissional.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2018. 
 
FORTUNA, C. M. et al. Movimentos da educação permanente em saúde, desencadeados a 
partir da formação de facilitadores. Rev Latino-amEnfermagem, [s. L.], v. 19, n. 2, [10 telas], 
mar./abr. 2011. 
 
ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD (OPS). J. HADDAD (Org.). Educacion 
Permanente de Personal de Salud. [s. L.]: OPS, 1994. 55 p. Serie desarrollo recursos 
humanos nº. 100. 
 
LINO, M. M. et al. Educação permanente dos serviços públicos de saúde de Florianópolis, 
Santa Catarina. Trab Educ Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p.115-136, mar./jun. 2009. 
 
RODRIGUES, A. C. S.; VIEIRA, G. L. C.; TORRES, H. C.. A proposta da educação 
permanente em saúde na atualização da equipe de saúde em diabetes mellitus. Rev Esc 
Enferm USP, São Paulo, v. 44, n. 2, p.531-537, jun. 2010. 
 
SILVA, L. A. A. et al. Concepções educativas que permeiam os planos regionais de educação 
permanente em saúde. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 20, n. 2, p.340-348, abr./jun. 
2011. 
 
SILVA, M. J. P. et al. Educação continuada: estratégias para o desenvolvimento do pessoal 
de enfermagem. Rio de Janeiro: Marques – Saraiva, 1989.