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EDUCAÇÃO PERMANENTE E EDUCAÇÃO CONTINUADA Ms. Fernanda Cenci Queiroz nandacq@hotmail.com De acordo com a Pedagogia de Paulo Freire, a educação tem como base a valorização da experiência vivida, definida como um ato político , como direito a cidadania. EDUCAÇÃO Afirmava que “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, as pessoas se educam entre si, mediatizadas pelo mundo”. (FREIRE,1987) Informais: Quando ocorrem processos educativos independente de intenção e interação educativas. Não são sistemáticos e nem estão institucionalizados. Pode haver algum nível de intencionalidade em determinados contextos como por exemplo na educação transmitida pelos pais, no convívio com amigos , na participação em eventos culturais e outros. Se considerarmos o grau de interação e intencionalidade para provocar mudanças através da educação, podemos classificar os processos educativos em: Formais: Quando a intenção de se promover a educação está fortemente orientada para atender a regulamentação do sistema educacional, dos currículos oficiais, no contexto escolar. É intencional, sistemática e institucionalizada. EDUCAR: ALGO INERENTE AO EXISTIR HUMANO Envolve: ●Aprendizado contínuo; ●Transformações de ordem política, organizacional, tecnológica, social geram MUDANÇAS; ●Processo requer REFLEXÃO Estudo realizado por Sardinha et all, 2013, apresenta, após realização de Revisão Integrativa, os conceitos de Educação Continuada e Educação Permanente, conforme abaixo: Educação Continuada: - Conjunto de atividades educativas para atualização. - É oportunizado o desenvolvimento do funcionário e sua participação no dia a dia da instituição. - Toda ação desenvolvida após a profissionalização, com o objetivo de atualizar os conhecimentos, adquirir novas informações, considerando um conjunto de experiências subsequentes à formação inicial, que permite ao profissional qualificar sua competência individual e que esta esteja alinhada às suas responsabilidades. - É desenvolvida como extensão do modelo escolar acadêmico, fundamentada no conhecimento técnico-científico, com ênfase em treinamentos e cursos, para adequar os profissionais ao trabalho na respectiva unidade - uma reprodução de abordagens já consagradas. - Desenvolve-se conforme objetivos da Instituição; Não valoriza a construção de novos conhecimentos - Trabalha de forma uniprofissional. - Busca prática autônoma, foca em temas e especialidades. - Tem objetivo a atualização técnico-científica, periodicidade esporádica. - Utiliza pedagogia da transmissão Educação Permanente: - Aprendizado no trabalho, em que o aprender e o ensinar são incorporados ao cotidiano das organizações e ao processo de trabalho e propõe que os processos de educação dos trabalhadores da saúde se façam a partir da problematização da própria prática. - Fundamentada nas contribuições de Paulo Freire – tornar o profissional um problematizador. - Tem intenção de mudanças na formação e no desenvolvimento profissional. Conteúdo a ser estudado emerge de situações vivenciadas pelos trabalhadores. Articula esferas como: gestão, trabalhadores, serviços de saúde, órgãos de controle social. - Trabalha de forma multiprofissional. Objetivo: transformação de praticas técnicas e sociais. Periodicidade é contínua, fundamenta-se na pedagogia centrada na resolução de problemas, o resultado é a mudança institucional, apropriação do saber cientifico, fortalecendo o trabalho em equipe. EDUCAÇÃO CONTINUADA: Desenvolvimento de habilidades Mudança de atitudes Mudança de comportamento cognitivo Mudanças afetivas Fundamentada na exigência da formação do sujeito Buscando características como: Autonomia; Capacidade de aprender; Mudanças psicomotoras EDUCAÇÃO PERMANENTE: Espaço de problematização Reflexão Diálogo Construção de consensos Fundamentados na concepção de Educação Como transformação e aprendizagem significativas e na valorização do trabalho como fonte de conhecimento, voltado para o olhar multiprofissional, interdisciplinar e práticas sociais relacionadas a concepção da integralidade. A escolha da terminologia Educação Permanente deve-se a possibilidade de abrigar múltiplas abordagens. Neste sentido, além da educação em serviço, estariam incluídas: a formação técnica, o ensino de graduação e pós graduação, o processo de organização do trabalho, a interação com as redes de gestão e de serviços de saúde e o controle social. Analise no quadro abaixo as distinções conceituais entre a Educação Continuada e a Educação Permanente em Saúde. Educação Continuada Educação Permanente Uniprofissional Multiprofissional Prática Autônoma Prática institucionalizada Temas de Especialidade Temas relacionados aos problemas de saúde Atualização técnica Transformação das práticas Esporádica Contínua Pedagogia da Transmissão Pedagogia centrada na resolução de problemas Por que falar em Educação Permanente em Saúde? Profundas desigualdades socioeconômicas conhecidas em nosso país; Lacunas existentes quanto ao acesso aos serviços de saúde; Conhecida desvalorização dos profissionais de saúde; Precarização das relações de trabalho; Baixo investimento na Educação Permanente dos trabalhadores da área da saúde; Frágil vínculo com os usuários dos serviços de saúde. NECESSIDADE DE MUDANÇAS CONSTRUÇÃO POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE (PNEPS) Portaria Nº 198 GM/MS 13 de fevereiro de 2004 Institui a PNEPS como estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) para a formação e o desenvolvimento dos seus profissionais e trabalhadores, buscando articular a integração entre: ENSINO SERVIÇO COMUNIDADE ALÉM DE ASSUMIR A REGIONALIZAÇÃO DA GESTÃO DO SUS APRENDER ENSINAR REALIDADE DO SERVIÇO A PNEPS TEM COMO FINALIDADE TRANSFORMAR AS PRÁTICAS DO TRABALHO, COM BASE EM REFLEXÕES CRÍTICAS, PROPONDO O ENCONTRO ENTRE O MUNDO DA FORMAÇÃO E O MUNDO DO TRABALHO, ATRAVÉS DA INTERSEÇÃO: Portaria Nº 198 GM/MS 13 de fevereiro de 2004 “PARÁGRAFO ÚNICO: A condução locorregional da PNEPS será efetivada mediante um Colegiado de Gestão configurado como Polo de Educação Permanente em Saúde para o SUS”. Os Polos de Educação Permanente deverão funcionar como dispositivos do SUS para promover mudanças, tanto nas práticas de saúde, quanto nas práticas de educação em saúde, funcionando como rodas de debate e de construção coletiva – Rodas para Educação Permanente em Saúde. Muitos programas foram criados com o objetivo de melhorar a formação em saúde e, dessa forma, consolidar o SUS. Em 2006 foi criado: PACTO PELA SAÚDE 2006 3 DIMENSÕES: PACTO EM DEFESA DO SUS PACTO DE GESTÃO PACTO PELA VIDA Deve contemplar os princípios do SUS (previstos na Constituição de 1988 e na Lei 8.080/90. Objetivo Melhorar a qualidade e a eficiência da Gestão do SUS. PACTO DE GESTÃO PRINCIPIOS DO SUS: VAMOS RELEMBRAR INTEGRALIDADE UNIVERSALIDADE EQUIDADE Os Eixos Temáticos do Pacto de Gestão devem contemplar uma redefinição sobre: Responsabilidade Sanitária –de governo, de gestão e de respostas dos sistemas e serviços de saúde e da organização da atenção; 2. Regionalização solidária –cooperativa; 3. Planejamento e Programação; 4. Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; 5.Trabalho e Educação em Saúde 6. Financiamento; 7. Participação Social e Controle Público do Sistema. Pacto de Gestão Investir na política de educação permanente para os trabalhadores, visando investir na formação em serviço. Estratégia: Integração e articulação da Política de Educação para o SUS EC X EP Educação Continuada: Conjunto de práticas educacionais abordada em programas de admissão, atualização, treinamento, entre outros, trazidos dentro de um conceito de atualização em melhoria da capacidade técnica profissional. EDUCAÇÃO CONTINUADA E EDUCAÇÃO PERMANENTE Treinamento: Momento do processo de Educação que se destina a inserir um funcionário novo (alteração de função ou recém-admitido)em um serviço; Transmissão de conhecimentos / informações: como fazer adaptação à realidade de trabalho (IMITAR). No TREINAMENTO os conhecimentos são comunicados, sem o retrabalho entre agente e sujeito, quer por quem exprime o conhecimento, quer por quem os escuta e os aprende. Nesse caso, há prevalências do agente, graças à exclusão do "sujeito“ e da atividade de pensar. Educação Permanente: Parte do pressuposto da aprendizagem significativa e sugere que a transformação das práticas profissionais esteja baseada na reflexão crítica sobre as práticas reais, de profissionais reais, em ação na rede de serviços. Fonte: Portaria n. 1996. 2007. É a realização do encontro entre o mundo de formação e o mundo de trabalho, em que o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A EPS situa-se no contexto de uma virada no pensamento da educação profissional, no qual o processo de trabalho é revalorizado como centro privilegiado da aprendizagem. Estamos falando de mudanças e não da simples participação em cursos e seminários. A estratégia da profundidade deve predominar sobre a diversificação. Envolve mudanças: Nas relações; Nos processos; Nos atos de saúde; Nas organizações; Nas pessoas. A partir da análise coletiva dos processos de trabalho, identificam-se os nós críticos enfrentados na atenção ou na gestão. EDUCAÇÃO PERMANENTE MODO DE OPERAÇÃO: ASCENDENTE PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE NO CAMPO DE ESTÁGIO PROBLEMAS COMUNS PROPOSTA OBJETIVO PÚBLICO ALVO ESTRATÉGIA META PRAZO PERIODICIDADE RESULTADO Hoje, tantos anos depois... De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo, fazer da queda, um passo de dança, do medo, uma escada, do sonho, uma ponte, da procura, um encontro. Fernando Pessoa Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 198/GM . Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. 2004 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 399/GM . Pacto pela Saúde. 2006. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1996/GM . Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. 2007. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. O HumanizaSUS na Atenção Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2009. CIES (Comissão de Integração Ensino e Serviço Meio-Oeste. Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde. 2012. Disponível em: <http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/informacoes-gerais/educacao-nasaude/educação permanente/planos-regionais/8876-pareps-regiao-de-saude-do-meio-oeste/file> Freire, P. Pedagogia do Oprimido: Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 79. Piletti, C.Didática geral. 23ed. São Paulo: Ática, 2000. 258p Sardinha, LP. Educação permanente, continuada e em serviço: desvendando seus conceitos. Enfermería Global: Revista eletrônica trimestral de Enfermería. Nº29, enero 2013. BIBLIOGRAFIA
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