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AD1 CRIMINOLOGIA E POLITICAS CRIMINAIS

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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
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 Avaliação a Distância
 
Unidade de Aprendizagem: Criminologia e Políticas Criminais
Curso: CRIMINOLOGIA E POLITICAS CRIMINAIS
Professor: Priscila de Azambuja Tagliari
Nome do aluno: Rosane Kayser de Oliveira
Data: 03/06/2021
Orientações:
1. Procure o professor sempre que tiver dúvidas.
1. Entregue a atividade no prazo estipulado.
1. Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.
1. Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).
Analise a imagem:
Fonte: https://www.instagram.com/cartunista_das_cavernas/?hl=pt-br
Agora lei atentamente ao texto a seguir:
Durante cada período histórico, reconhece-se a produção de processos de marginalização e segregação de determinados setores sociais, que são relacionados a estruturas econômicas de cada sociedade com as formas culturais e políticas que adotaram e legitimam este mecanismo de exclusão. O funcionamento desta engrenagem depende da organização de cada sociedade, incluindo também os modelos judiciários e repressivos que qualificam, rotulam e punem determinadas condutas ou personalidades.
[...]
É sabido que a sociedade relaciona as doenças psíquicas com a ideia de incapacidade, improdutividade e perturbação, o que geram estigmatização, desinteresse e exclusão do doente, resultando em uma degradação da carreira moral do indivíduo.
[...]
Papillon sabe de suas limitações em razão da doença e tem consciência de que, mesmo medicado e apto ao retorno social, vai enfrentar desafios ainda mais cruéis devido às marcas estigmatizantes deixadas por instituições totais, sobretudo as ambivalentes, uma vez que o rótulo da loucura perigosa não o deixará jamais.
Fonte: TAGLIARI, Priscila de Azambuja. Biografia da loucura: a medida de segurança e as subjetividades dos internos no hospital de custódia para tratamento psiquiátrico. 1.ed. Florianópolis: Emais Academia, 2020.
O sistema de justiça criminal tem se apresentado como um instrumento de exclusão, com crescente geração de novos estereótipos de “criminosos”. Os alvos preferenciais são os pobres, inadequados, que acabam sendo submetidos a nossas prisões e, por vezes, aos hospitais de custódia para tratamento psiquiátrico, suportando aos mais vergonhosos aviltamentos de suas garantias e direitos fundamentais além da perda da sua subjetividade como ser humano.
Diante desse contexto, considerando seus estudos na unidade de aprendizagem, faça uma relação entre os mecanismos de exclusão e a nossa sociedade e descreva quais os principais problemas do nosso Sistema de Justiça Criminal. Utilize entre 10 e 20 linhas para elaborar sua resposta. 
No Brasil, o sistema de justiça criminal tornou-se um instrumento diferente de sua real finalidade, quando o Estado evidencia sua relação de dominação e poder para demonstrar sua capacidade esmagadora de coerção.
Elencados entre os artigos 5º e 17º da Constituição Federal de 1988, os direitos fundamentais essenciais ao ser humano, está deixando de ser praticado pelo sistema de justiça criminal, enfatizando o desrespeito a dignidade da pessoa humana, quando não oferece aos indivíduos alternativas para que estes consigam deixar o cárcere sem que posteriormente sejam taxados de ex-criminosos.
Cabe aqui ressaltar que o descaso nas penitenciárias de todo o país é recorrente, e por vezes até “normal” a superlotação destas instituições, trazendo consequências desastrosas para os internos, que de algum modo sofrem todos os tipos de maus-tratos, discriminação e estereotipagem.
Torna-se urgente a necessidade de uma reforma efetiva na legislação penal brasileira para combater a lentidão nos processos, respeitando as garantias legais, para que o Estado possa resolver de maneira efetiva a melhora na estrutura e nas condições dos cárceres brasileiros, promovendo também com mais eficácia a ressocialização dos detentos.
A falta de políticas eficientes e investimentos no sistema de justiça criminal deixam as estruturas obsoletas e passíveis de rebeliões, comprovando a ineficácia do atual modelo carcerário brasileiro.
Outro fator são as medidas de segurança imputadas aos doentes mentais que mostram distúrbios de comportamento e acabam encarcerados nos hospitais de custódia, que por vezes não tem estrutura compatível para a ressocialização do indivíduo, sendo estes taxados como loucos, criminosos e assim ficam excluídos do convívio social.
A própria sociedade estigmatiza e exclui os menos favorecidos com a discriminação social, que acaba encaminhando alguns indivíduos para atitudes por vezes desesperadoras, cometendo diversos tipos de crimes e delitos, resultando no encarceramento em prisões ou em hospitais de custódia, distanciando-os de possibilidades de ressocialização, com uma falsa crença de que o sistema penitenciário é a solução para os problemas para evitar a evolução da criminalidade e da violência no país.
Há que se ter outro olhar aos diferentes e tratá-los de maneira mais humana e ética, pois por algum motivo, em algum momento em sua vida, não souberam lidar com seus conflitos internos, deixando-se exteriorizar por atos descontrolados que findaram em uma privação de liberdade, e consequentemente a privação de seus direitos e de perspectivas para seu futuro.
Por fim, nossas lideranças políticas necessitam urgentemente mudar o discurso em relação aos problemas no sistema de justiça criminal, tomando providências efetivas e promovendo políticas públicas de eficácia, chamando a sociedade para discussão junto ao tema de relevante importância, trazendo soluções preventivas e emancipatórias aos esquecidos dentro de suas “celas de exclusão”.

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