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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Campus Virtual
	 
	
 Avaliação a Distância
 
Unidade de Aprendizagem: Criminologia e Políticas Criminais
Curso: Direito PB
Professor: Priscila de Azambuja Tagliari
Nome do aluno: Cleber Da Silva Pacheco 116535
Data: 06/06/2021
Orientações:
1. Procure o professor sempre que tiver dúvidas.
· Entregue a atividade no prazo estipulado.
· Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.
· Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).
Analise a imagem:
Fonte: https://www.instagram.com/cartunista_das_cavernas/?hl=pt-br
Agora lei atentamente ao texto a seguir:
Durante cada período histórico, reconhece-se a produção de processos de marginalização e segregação de determinados setores sociais, que são relacionados a estruturas econômicas de cada sociedade com as formas culturais e políticas que adotaram e legitimam este mecanismo de exclusão. O funcionamento desta engrenagem depende da organização de cada sociedade, incluindo também os modelos judiciários e repressivos que qualificam, rotulam e punem determinadas condutas ou personalidades.
[...]
É sabido que a sociedade relaciona as doenças psíquicas com a ideia de incapacidade, improdutividade e perturbação, o que geram estigmatização, desinteresse e exclusão do doente, resultando em uma degradação da carreira moral do indivíduo.
[...]
Papillon sabe de suas limitações em razão da doença e tem consciência de que, mesmo medicado e apto ao retorno social, vai enfrentar desafios ainda mais cruéis devido às marcas estigmatizantes deixadas por instituições totais, sobretudo as ambivalentes, uma vez que o rótulo da loucura perigosa não o deixará jamais.
Fonte: TAGLIARI, Priscila de Azambuja. Biografia da loucura: a medida de segurança e as subjetividades dos internos no hospital de custódia para tratamento psiquiátrico. 1.ed. Florianópolis: Emais Academia, 2020.
O sistema de justiça criminal tem se apresentado como um instrumento de exclusão, com crescente geração de novos estereótipos de “criminosos”. Os alvos preferenciais são os pobres, inadequados, que acabam sendo submetidos a nossas prisões e, por vezes, aos hospitais de custódia para tratamento psiquiátrico, suportando aos mais vergonhosos aviltamentos de suas garantias e direitos fundamentais além da perda da sua subjetividade como ser humano.
Diante desse contexto, considerando seus estudos na unidade de aprendizagem, faça uma relação entre os mecanismos de exclusão e a nossa sociedade e descreva quais os principais problemas do nosso Sistema de Justiça Criminal. Utilize entre 10 e 20 linhas para elaborar sua resposta. 
Resposta:
	A incapacidade do sistema de justiça criminal do Brasil de conter os avanços da criminalidade desperta na sociedade a sensação de impunidade e o desejo de respostas imediatas do poder público para controlar o crescimento da violência. O Direito Penal é um dos meios de controle social da violência no país. Com base no princípio da Intervenção Mínima do Estado e os subprincípios da Fragmentariedade e Subsidiariedade, o Estado seleciona as condutas humanas indesejadas que provocam consideráveis lesões aos bens jurídicos inerentes à dignidade da pessoa humana. 
	A tipificação de normas incriminadoras, a aplicação e execução das sanções é a forma pela qual o Direito Penal busca cumprir a sua missão de garantir a paz social e conter os avanços da criminalidade. As sanções penais desempenham papel de fundamental importância no seio social com a prevenção, retribuição e ressocialização do delinquente. 
	Outra situação que agrava a crise da Justiça Criminal brasileira é o sistema penitenciário que está abarrotado de presos oriundos da criminalidade tradicional, aquela praticada pelos excluídos do sistema capitalista. Esse fato define os nítidos contornos do Estado Punitivista brasileiro que se ajusta ao panorama econômico e social capitalista de criminalização da miséria. 
	Os presídios são verdadeiras masmorras humanas fétidas e insalubres, afrontas aos direitos humanos, consequentemente, incapazes de alcançar a finalidade de ressocialização da pena. Logo, ao sair da prisão o ser humano se depara novamente com a miséria e não tem outra opção, senão voltar ao mundo da criminalidade. 
	A consequência é a descrença dos cidadãos nas instituições promotoras de justiça, em especial, encarregadas de distribuir e aplicar sanções para os autores de crime e de violência. 	Cada vez mais descrentes na intervenção saneadora do poder público, os cidadãos buscam outras saídas, aqueles que dispõem de recursos apelam, cada vez mais, para o mercado de segurança privada, um segmento que vem crescendo há, pelo menos, duas décadas. Os resultados contribuem ainda mais para enfraquecer a busca de soluções por
intermédio das leis e do funcionamento do sistema da justiça criminal.

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