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(20161115190057)Alienação Fiduciária em Garantia

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Alienação Fiduciária em Garantia 
É o negócio em que uma das partes (fiduciário), proprietário 
de um bem, aliena-o (vende) em confiança para a outra – 
fiduciante, a qual se obriga a devolver-lhe a propriedade do 
mesmo bem nas hipóteses delineadas em contrato. ( Fábio 
Ulhoa) 
Possui natureza instrumental, ou seja, trata-se de negócio-
meio para propiciar a realização de um negócio-fim. 
Assim, o contrato de alienação fiduciária em garantia é um 
contrato instrumental de mútuo (empréstimo), onde o 
mutuante-fiduciante (devedor) para garantir o cumprimento 
da sua obrigação, aliena ao mutuante-fiduciário (credor) a 
propriedade de um bem. 
Nestes contratos o credor tem a propriedade 
resolúvel e a posse indireta da coisa alienada, 
ficando o devedor como depositário e possuidor 
direto desta. 
Com a quitação da dívida, resolve-se o domínio 
(propriedade resolúvel) em favor do fiduciante que 
passa a ser o titular pleno da propriedade do bem 
dado em garantia. 
Obs.: Não há impedimento que a alienação 
fiduciária em garantia tenha por objeto bem já 
pertencente ao devedor – STJ, Súmula n. 28. 
Alienação fiduciária em garantia de coisas 
móveis está prevista na Lei n. 4.728/65 – LMC – 
Lei de Mercado de Capitais – regulamentada 
pelo Decreto-Lei n. 911/69. 
Já a alienação fiduciária em garantia de coisas 
imóveis tem previsão legal na Lei n. 9.514/97, 
que dispõe que todo contrato do negócio 
fiduciário de imóvel ser registrado no CRI. 
. 
Quanto aos bens móveis, as Companhias de 
financiamento, crédito e investimento têm ampla 
proteção na Lei de Mercado de Capitais – Lei n. 
4728/65 e no Decreto-Lei n. 911/69, para exercício 
de seus direitos, quais sejam: 
• Promover ação de busca e apreensão do bem; 
• se o bem não for encontrado, converte-se a ação
de busca e apreensão em ação executiva; 
• executar o crédito faltante; e,
• em caso de falência do devedor, pode postular a 
restituição do bem para venda e solução de seu 
crédito. 
Se, decorridos cinco dias da execução da liminar de 
busca e apreensão do bem sem o pagamento do 
valor devido, consolida-se a propriedade e a posse 
plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor 
fiduciário, cabendo às repartições competentes, se 
for o caso, expedir novo certificado de registro de 
propriedade em nome do credor, ou de terceiro por 
ele indicado, livre de qualquer ônus. 
Todavia, nos termos da Súmula n. 72 do STJ, “a 
comprovação da mora é imprescindível à busca e 
apreensão do bem alienado fiduciariamente”. 
CDC 
Art. 53 . Nos contratos de compra e venda de 
móveis e imóveis, mediante pagamento em 
prestações, bem como nas alienações fiduciárias 
em garantia, consideram-se nulas de pleno direito 
as cláusulas que estabeleçam a perda total das 
prestações pagas em benefício do credor que, em 
razão do inadimplemento, pleitear a resolução do 
contrato e a retomada do produto alienado. 
Súmula n. 384/STJ - Cabe ação monitória para 
haver saldo remanescente oriundo de venda 
extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em 
garantia. 
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No que se refere a alienação fiduciária de bem 
imóvel, o instrumento deve ter as seguintes 
informações, entre outras: 
• Valor principal da dívida; 
• Prazo e condições de reposição do empréstimo ou 
do crédito fiduciário; 
• Taxa de juros e encargos incidentes
• Cláusula de constituição da propriedade fiduciária; 
• Descrição do imóvel objeto da alienação
fiduciária; 
O instrumento de alienação fiduciária de bem 
imóvel pode ser celebrado por escritura pública 
ou instrumento particular com efeitos de 
escritura pública, devendo ser registrado no CRI. 
A propriedade fiduciária do imóvel se resolve 
com o pagamento da dívida e seus encargos e o 
credor fiduciário deve fornecer, no prazo de 30 
dias da liquidação da dívida, o termo de 
quitação, sob pena de multa de 0,5% ao mês, 
sobre o valor do contrato.

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