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RESUMO: MICROBIOLOGIA BACTERIANA

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ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
MICROBIOLOGIA BACTERIANA 
 
• Características dos MO 
• Fatores de virulência 
• Doenças por eles causadas 
• Epidemiologia das infecções 
• Testes básicos de identificação 
• Estratégias preventivas e terapêuticas 
Plasmídeo: são pequenas moléculas de DNA circular que coexistem com o 
nucleóide. São comumente trocados na conjugação bacteriana. É como uma 
bactéria transmite seu gene para outra, através dos pili (estrutura oca que 
serve para ligar duas bactérias, de modo a trocarem seus plasmídeos); por 
exemplo: uma bactéria resistente a determinado antibiótico passa seu gene 
para outra tornando-a resistente. 
Morfologia: 
→ COCOS: células arredondadas 
→ BACILOS: células alongadas 
→ VIBRIÃO: células monoencurvadas (lembra uma vírgula). Ex de doença: 
coléra 
→ ESPIRILO: células poliencurvadas 
→ COCO BACILO: células intermediárias 
→ ESPIROQUETA: células poliencurvadas (ex: treponema palidum, 
leptospira) 
(esse grupo é um importante causador de infecções humanas) 
Arranjos: 
→ COCOS: 
Estreptococos: se arranjam em colunas lineares 
Estafilococos: se arranjam em forma de cacho de uva 
→ BACILOS: 
estreptobacilo e diplobacilo 
OBS: células alongadas (vibrião, espirilo e espiroqueta) não formam arranjos, 
são formas simples. 
Parede celular: fica externa, confere proteção, resistente à pressão, é o sítio de 
ação de antibióticos Beta lactâmicos. 
Lembrete: 
TH1 produz IL-2, IFN-8 
TH2 produz IL 4,5,6 e 10 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
Preparação do esfregaço: espalhar a cultura em uma camada fina sobre a 
lâmina, secar ao ar, passar a lâmina sobre a chama (fixação), cobrir a lâmina 
com o corante 
Diferenciação de gram: 
1) Esfregaço 
2) Coloca-se a coloração violeta genciano 
3) Células absorvem a solução 
4) Inundar com solução de lugol 
5) As células ficam azul escuro 
6) Usar agente descolorante 
7) Células gram + estão azul escuras e células gram – estão sem cor 
8) Usa-se agente contrastante (fuxina – corante rosa) 
9) Células gram + estão azul escuro e células gram – estão 
avermelhadas 
 
Tipos de bactérias: 
1) GRAM + : parede espessa à base de peptidioglicano, penicilinas são mais 
eficientes para esse tipo 
2) GRAM - : camada mais delgada (fina) de peptidioglicano, possuem 
outros componentes como lipoproteínas e lipopolissacarídeos (LPS ou 
endotoxina), se tornam mais resistentes ao uso de antibióticos, são mais 
virulentas 
Exotoxinas: produzidas e liberadas pelos dois tipos de bactérias 
Endotoxinas: produzidas apenas por gram - 
O tempo de replicação das bactérias é muito curto. Com exceção da bactéria 
da tuberculose (crescimento lento – 2 meses) 
3) MYCOBACTERIUM: 
→ Ex: M. Leprae, M; tuberculosis) 
→ São bacilos corados pelo método Ziehl – Neelsen e são classificados 
como bacilo álcool ácido resistente 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
→ Parede celular de camada cérea (lipídio), isso implica em resistência 
antimicrobiana, patogenicidade, resistência a situações adversas, 
crescimento muito lento. 
4) BACTÉRIAS QUE NÃO POSSUEM PAREDE 
→ Mycoplasma: apresentam uma membrana celular contendo esteroides 
→ Chlamydia: pequenos como os vírus, são parasitas intracelulares 
obrigatórios (não sintetizam ATP) 
 
 
ENDOSPORO 
É uma forma de resistência, é composto por DNA, RNA, ribossomos, 
enzimas, ácido dipicolínico + cálcio. Quando as condições ambientais são 
desfavoráveis, as bactérias GRAM + esporulam. O esporo tem o mínimo 
de condições necessárias para desesporular quando as condições são 
favoráveis. Altamente resistente (anos, décadas). 
Clostridium: vivem no meio ambiente. Causam infecção humana (gangrena, 
botulismo e tétano) e desosporulam nessas condições favoráveis 
Porque a criança até pode ter botulismo quando comer mel? Porque sua 
microbiota intestinal ainda não é completa, porque na polinização da abelha 
ela pode ser contaminada pelo clostridium que pode estar presente na folha 
da planta. 
GLICOCÁLICE (cápsula) 
• Composição: polissacarídeo PSE, polipetídio ou ambas 
• Função: proteção contra fagocitose, aderência 
• Gêneros produtores de cápsula: streptococcus, peseudomonas, 
staphylococcus 
• Biofilmes são de difícil acesso aos antibióticos 
• Fibrose cística: predispõe infecções por pseudômonas, 
principalmente, pela excessiva produção de muco (ambiente propício 
para reprodução) 
FLAGELO: auxiliar a locomoção (motilidade) 
• Proteus Mirabilis: é flagelado, causa cistite, infecção intestinal e infecção 
hospitalar, se “espalha” pela cultura 
FIMBRIAS (Pili) 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
• Distribuidas nos polos ou superfícies 
• Compostos por proteína (pilina) 
• Função: fixação 
PILI sexual 
• Mesma composição das fimbrias 
• Tem como função a CONJUGAÇÃO 
FISIOLOGIA BACTERIANA 
Fatores que afetam o crescimento das bactérias: condições nutricionais, 
oxigênio, temperatura, osmolaridade, ph, luz (...) 
• Fontes nutricionais: carbono e oxigênio 
Obs: indivíduos diabéticos que na estão com a glicose controlada, tendem a ter 
mais infecções por bactérias, uma vez que a glicose acumulada na urina é uma 
ótima fonte de nutrientes 
• Bactérias fastidiosas: difíceis de crescer em meios de cultura, o que 
dificulta seu estudo. Precisa de outros nutrientes para que esse processo 
seja possível 
• Processos para obtenção de energia: fermentação de carboidratos e 
aminoácidos, fotossíntese e respiração (anaeróbia ou aeróbia) 
RESPIRAÇÃO 
 
• Aeróbios: crescem somente na superfície do meio 
• Microaerófilos: se desenvolvem com quantidades baixas de O2 
• Anaeróbios: só se desenvolvem sem a presença de O2 (obrigatórios); 
oxigênio tolerantes – resistem ao O2 
• Facultativos: apresentam ambos metabolismos 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
Por que o O2 é tóxico para os anaeróbios? Porque o O2 tem suas formas 
tóxicas (ânio, peróxido e hidroxila) 
 
Enzima superóxido dismutase (SOD): está presente em todos aeróbios e 
ausente na grande maioria dos anaeróbios. Possivelmente por isso que os 
anaeróbios são intolerantes ao O2 
• Teste de catalase: serve para definir se o MO tem a presença de SOD, o 
que vai classificá-lo de acordo com sua respiração 
• Maioria das infecções são de origem de MO aeróbios 
TEMPERATURA 
• Termófilos: T ótima de 55 a 75graus 
• Mesófilos: T ótima de 30 a 45 graus 
• Psicrófilos: T ótima de 12 a 15 graus 
• Psicotróficos: T ótima geralmente de 25 a 30 graus, mas crescem sob 
refrigeração 
• Termodúricos: MO que resistem aos processamentos térmicos 
ÁGUA E OSMOLARIDADE 
• A presença de solutos na água tais como sais ou açucares que provocam 
a difusão de água para dentro ou fora da célula são importantes para a 
sobrevivência de uma bactéria. Ex: bactérias do intestino apresentam 
crescimento ótimo em 0,15M de cloreto de sódio; 
• Haofílicos extremos (halobacterium) crescm em concentrações de NaCl 
acima de 1,5M 
PH 
• Neutrófilas: crescimento ótimo em ambientes com Ph próximo da 
neutralidade 
• Acidófilas: crescimento em faixas de pH baixos, em torno de 2 
• Alcalinófilas: crescimento em pH acima de 9 
REPRODUÇÃO BACTERIANA 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
• Fissão binária: divisão simples ou cissiparidade – maioria 
CURVA DE CRESCIMENTO: 
• Fase lag (adaptação) - fase de adaptação metabólica ao novo ambiente; 
o metabolismo celular está direcionado para sintetizar as enzimas 
requeridas para o crescimento nas novas condições ambientais. O nº de 
indivíduos não aumenta 
• Fase log (exponencial) - fase na qual o nº de células da população dobra 
a cada geração 
• Fase estacionária - taxa de crescimento = 0. Nº constante de indivíduos 
• Fase de declínio ou morte -a taxa de morte torna-se maior que a taxa de 
divisão 
 
CONTROLE MICROBIANO 
• Esterilização: destruição ou remoção total dos MO 
• Desinfecção: destruição ou remoção da forma vegetativa 
• Anti-sepsia: deseinfecção da pele, mucosaou tecidos 
• Agentes biocidas: morte dos MO 
• Agentes biostáticos: inibição do crescimento 
Fatores que influenciam o crescimento microbiano: temperatura, tipo de MO, 
fase de crescimento e ambiente 
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO 
• Físicos: calor (a fervura a 100 graus não inativa endósporos), filtração, 
radiação 
• Químicos: compostos fenólicos, alcoóis, óxido de etileno, halogêneos 
(cloro, iodo), peróxido de hidrogênio, etc 
• Modos de ação: lesão dos ácidos nucleicos, desnaturação das proteínas, 
inibição do metabolismo, ruptura da membrana celular 
MÉTODO IDEAL: é o que for mais rápido, eficaz contra todos MO, não tóxico, 
de fácil penetração, estável, aplicável a vários materiais e tecido humano, sem 
odor e cor, custo reduzido 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
ANTIMICROBIANOS 
• Naturais: antibióticos 
• Sintéticos: quimioterápicos 
Ação biológica: 
• Bacteriostático: inibidores da síntese proteica por ligação reversível aos 
ribossomos 
• Bactericida: inibidores da replicação por ligação irreversível a DNA girase 
• Bacteriolítico: inibidores de formação da parede celular 
Propriedades desejáveis para um agente antimicrobiano: 
• Toxicidade seletiva: destruir o patógeno sem atacar o hospedeiro 
• Bactericida em vez de bacteriostático: principalmente em hospedeiros 
imunocomprometidos 
• Não induzir resistência bacteriana 
• Espectro de ação satisfatório, não alergênico, ativo quando dissolvidos 
nos fluidos corporais ou exudatos, solúvel e estável em solução aquosa, 
atingir o nível máximo sistêmico rapidamente, capaz de atingir o sítio de 
infecção 
 
 
Sinergismo x Antagonismo 
• Sinergismo: ação combinada entre dois agentes antimicrobianos é 
significamente superior à soma dos efeitos alcançados por cada um dos 
fármacos isoladamente 
• Antagonismo: ação combinada entre dois agentes antimicrobianos é 
inferior áquela do fármaco quando administrado isoladamente 
 
 
Como os antimicrobianos agem nas células bacterianas? Através de 
interferência na síntese de parede celular, interferência nas funções da 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
membrana, interferência ma síntese proteica, interferência no metabolismo dos 
ácidos nucleicos, interferência em reações enzimáticas 
 
Antibiograma – finalidade: avaliar in vitro a interação fármaco x bactéria 
• Método da difusão em Agar: Os antibióticos impregnados nos discos, 
difundem no ágar e formam um halo de inibição ao seu redor quando 
encontram bactérias sensíveis. As bactérias resistentes crescem 
próximo ao disco, não ocorrendo a formação de halo 
• Métodos de Kirby-Bauer: Discos de papel de filtro impregnados com 
concentrações fixas de antimicrobianos. Conforme nível sérico do 
fármaco a partir de doses padrões. Não há resultados numéricos, a 
interpretação é feita em tabelas 
• Teste de difusão em Agar: fácil execução, utilizado rotineiramente, 
flexibilidade na escolha dos atb, reprodutilidade nos resultados, 
padronização dos resultados, baixo custo. 
Interpretação: 
Após medida do halo, consultar a tabela para classificar nas categorias. 
• Sensível: A infecção pode ser adequadamente tratada utilizando o 
antimicrobiano na dose recomendada para aquele tipo de infecção 
• Intermediário: Inclui isolados cujo MIC se aproxima dos níveis obtidos no 
sangue e tecidos – mas apresenta resposta menor do que a 
microorganismos sensíveis 
• Resistentes: Não é inibida pelas concentrações usuais 
Parâmetros para interpretação: 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
• Concentração mínima inibitória: dose mínima de antibiótico que, 
adicionada ao meio de cultura (líquido ou sólido), é capaz de inibir 
totalmente o crescimento de um inóculo padrão; 
• Zona de inibição: diâmetro do halo estéril em torno do disco, em placas 
semeadas com as mesmas cepas bacterianas. 
E-test – MIC: expressa a concentração mínima do antimicrobiano que é 
necessária para inibir o crescimento do microrganismo que está sendo 
avaliado. Existem tabelas para a conversão desses valores em R, I ou 
S, sendo que no Brasil é normalmente utilizada a tabela preparada pelo 
National Committe for Clinical Laboratory Standards (CLSI), órgão 
americano responsável pela padronização de testes laboratoriais. 
Interpretação da CIM: 
• Sensível ou susceptível. 
• CIM < Concentração atingida no sítio (sangue) após dose padrão – a 
infecção pode ser tratada com a dose recomendada 
• A categoria susceptível implica que a infecção causada pela cepa 
bacteriana isolada pode ser adequadamente tratada com a 
dosagem do antimicrobiano recomendada para o tipo de infecção e o 
agente infeccioso (desde que não haja contra indicação) 
Categorias: 
• Resistente: inclui isolados que não são inibidos pelas concentrações 
usuais do antimicrobiano na dosagem padrão e/ou falha quando um 
específico mecanismo de resistência é expressado 
• Intermediária: intermediária inclui isolados cujos MICs são próximos 
aos do sangue e tecidos. Ela permite a aplicabilidade do antimicrobiano 
em infecções em sítios onde as drogas são fisiologicamente 
concentradas ou quando doses maiores podem ser utilizadas. 
MICROBIOTA OU FLORA NORMAL DO CORPO HUMANO 
Critérios para classificação das bactérias: forma ou grau de agregação, 
coloração e cultivo, exigência de oxigênio, temperatura e PH de crescimento, 
tipagem sorológica e molecular, metabolismo, genoma 
Microbiota normal: são os MO que residem no interior ou na superfície corporal 
• Microbiota residente: MO que se encontram permanentemente em 
grande quantidade em uma determinada região anatômica 
• Microbiota transitória: MO que residem em caráter temporário nas 
regiões interna e externa do corpo 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
• O corpo é exposto a fluxo de MO oriundos do ambiente. Estes são 
atraídos para as áreas úmidas e quentes do corpo. Colonizam camadas 
mais superficiais e são, geralmente, removidos pela higiene com água e 
sabão ou destruídos/inativados pelo uso de antissépticos 
• A destruição ou diminuição da microbiota residente, faz com que os 
invasores oportunistas se estabeleçam mais facilmente. 
 
 
❖ Todo ser humano nasce SEM M.O 
❖ A aquisição de uma microbiota bacteriana envolve uma transmissão 
horizontal de M.O 
❖ A colonização da pele, trato respiratório, sist Gastrointestinal e genito-
urinário começa imediatamente após o nascimento 
❖ Parto normal ou cesariana, padrões de alimentação, hospitalização e 
antibioticoterapias são outros fatores que afetam a composição da 
microbiota intestinal em crianças 
Principais sítios: 
• Pele e mucosas da região oral, globo ocular, ouvidos, trato respiratório, 
trato intestinal e trato geniturinário. 
• Muitas regiões do corpo são normalmente estéreis como sistema nervoso 
central, sangue, bexiga, brônquios inferiores e os alvéolos, fígado, rins, 
tecidos. 
Microbiota normal da pele: 
• 30 tipos diferentes de bactérias 
• Localizada superficialmente nos folículos pilosos, glândulas sudoríparas e 
sebáceas 
• Mais concentrada nas áreas úmidas e quentes (axilas, virilha, regiões 
iterdigitais). 
• Predominam os gêneros: staphylococcus, corynebacterium e 
propioniobacterium (acne) e streptococcus (em menor quantidade) 
• A microbiota do ouvido externo é semelhante à da pele 
Microbiota das mãos: 
• 150 espécies diferentes de bactérias 
• As mulheres têm maior diversidade de micro-organismos nas palmas das 
mãos do que os homens. 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
• Homens têm pH da pele mais ácido do que as mulheres; diferenças na 
sudorese e na produção de ácidos graxos; frequência de aplicações de 
cremes e/ou cosméticos; produção de hormônios 
Microbiota dos ouvidos: 
• Ouvido médio e interno são estéreis 
• Ouvido extrno e canal auditivo contém os mesmos tipos de MO que são 
encontrados no interior ou na superfíciede regiões úmidas, como boca e 
nariz. Ex: Staphylococcus 
• A cera é um elemento de proteção dos ouvidos, atua como repelente da 
água que pode conter MO e/ou detritos nocivos; retém poeira e 
partículas de areia, impedindo danos ao tímpano. Também tem função 
antimicrobiana (devido ao seu PH ser levemente ácido), o cerume 
contém lisozimas capaz de lisar o petidioglicano na parede celular das 
bactérias 
Microbiota do globo ocular: 
• A lubrificação da superfície externa do olho limpa, é protegida por 
lágrimas, muco e sebo 
• A produção de lágrimas e a lisozima reduzem o número de MO nos olhos 
• Mais presentes: Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium 
Microbiota da cavidade oral: 
• Rica e diversificada 
• Mais de 400 espécies 
• Os restos de alimentos na superfície e entre os dentes proporciona um 
rico meio nutriente que permite o crescimento de bactérias na cavidade 
oral. 
• As bactérias que se encontram normalmente na boca transformam os 
restos de alguns alimentos (açúcar e amido) em ácidos; as bactérias, os 
ácidos, os resíduos de comida e a saliva formam uma substância 
pegajosa chamada placa (biofilme), que adere ao dente e pode atacar o 
tecido mineralizado do dente ou gengiva. 
• A placa começa a se acumular nos dentes dentro de 20 minutos após 
ingestão (o período em que a maior parte da atividade bacteriana 
acontece). 
• Assim como o vírus da gripe pode ser transmitido de pessoa para 
pessoa, as bactérias causadoras dessas cáries também podem. Uma das 
mais comuns é a Streptococcus mutans. 
Microbiota do trato respiratório: 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
• Superior: fossas nasais e garganta (faringe) 
• O nariz é colonizado por uma variedade de espécies de estreptococos e 
estafilococos, sendo o mais significativo e potencialmente patógeno S. 
aureus (OPORTUNISTA). 
• Os brônquios inferiores e os alvéolos são estéreis, podendo ser 
colonizados em infecções. 
Microbiota do TGI: 
• Principal microbiota do corpo 
• Encontrada no esôfago, estômago, intestino delgado e cólon, ânus 
• Papel no metabolismo de nutrientes 
• As enzimas gástricas e o pH (1,5) do estômago normalmente impedem o 
crescimento de microbiota residente e os transitórios (ingeridos em 
alimentos e bebidas) 
• Helicobacter pylori: pode colonizar mucosa estômago e eventualmente 
causar gastrite ou úlcera, podendo evoluir para câncer. 
• Alguns micro-organismos conseguem passar pelo estômago durante 
períodos de baixa concentração de ácidos. 
• Os micro-organismos mais abundantes incluem muitas espécies de 
Lactobacillus, Streptococcus, vários gêneros de anaeróbios, 
enterobactérias 
• Muitos micro-organismos são removidos do trato GI pela defecação. 
Cerca de 50% da massa são bactérias (1 trilhão/g de fezes). 
• A E. coli é uma bactéria habitante normal do TGI e, ao ser eliminada 
pelas fezes, pode contaminar água e alimentos. É o principal indicador 
de contaminação fecal em águas, pode causar cistite 
 
Desbiose intestinal: 
• Causas: uso frequente e indiscriminado de antibióticos, antiácidos, 
laxantes, uma alimentação pobre em fibras e nutrientes, a pouca 
ingestão de água, má digestão, consumo em excesso de açúcar, 
gorduras, proteínas e alimentos refinados, estresse crônico e 
deficiência de vitaminas e minerais. 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
Microbiota do trato Genito-urinário: 
• Consiste de trato urinário (rins, ureteres, bexiga, e uretra) e 
sistema reprodutor feminino e masculino. 
• Rins, ureteres e bexiga saudáveis são estéreis. Micção ajuda a 
impedir infecções do trato urinário 
• A urina na bexiga é estéril em pessoas normais, mas durante a 
passagem pelas porções finais da uretra anterior frequentemente 
se contamina com S. epidermidis, coliformes, difteroides e 
estreptococos. 
• O sistema reprodutor feminino e masculino é normalmente estéril, 
exceto a vagina, onde a microbiota varia de acordo com o estágio 
de desenvolvimento sexual. 
• Durante a infância e após a menopausa as secreções vaginais são 
alcalinas, permitindo o crescimento de estreptococos, 
estafilococos e coliformes 
• Durante a puberdade e o período fértil da vida mulher as 
secreções são ácidas (pH 4,0 a 5,0) devido ao crescimento de 
lactobacilos (bacilo Döderlein), que mantêm o pH ácido e reduzem 
as infecções por outras bactérias. 
Benefícios da microbiota: 
• Os micro-organismos de nossa microbiota endógena são benéficos, 
impedindo que outros se estabeleçam ou colonizem local anatômico 
específico, devido à competição por espaço e nutrientes. Por isso, a 
microbiota normal é tão abundante 
Riscos da microbiota normal: 
• Micro-organismos deslocados do seu sítio normal no corpo humano (Ex: 
S. epidermidis bactéria responsável pela infecção hospitalar através de 
cateteres, sondas, próteses; E. coli enteral causando cistite, cirurgias, 
etc.) 
• Pacientes imunocomprometidos – microbiota normal pode multiplicar-se 
em excesso e causar infecções. 
• Pseudomonas aeruginosa – bactéria saprófita, mas causa frequente de 
infecções hospitalares. 
• Bactérias intestinais causando peritonite e sepse por perfuração 
intestinal 
• Uso intenso de antibioticoterapia (candidíase, colite pseudomembranosa 
por Clostridium difficile). 
Quando podem causar problemas? 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
• Após antibioticoterapia. Ex: colite pseudomembranosa por clortridium 
dificille 
• Sistema imune deficiente. Ex: HIV 
• Alteração do ambiente local: aumento do PH vaginal e estomacal 
 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
Postulados de Koch: 
1. A bactéria deveria ser encontrada em todos os indivíduos com a doença e a 
bactéria ou seus produtos encontrados em partes do corpo afetados; 
2. A bactéria deveria ser isolada de lesões de pessoas infectadas e mantidas em 
cultura; 
3. A cultura pura inoculada em um voluntário humano suscetível ou animal 
experimental, deveria produzir os mesmos sintomas da doença; 
4. A mesma bactéria deveria ser isolada novamente em cultura pura de 
humano ou animal intencionalmente infectado 
- Esses postulados não levavam em consideração o sistema imune do 
hospedeiro (por ex., pessoas imunodeficientes podem ter infecções 
oportunísticas) ou colonização. 
 - Dentro de um mesmo gênero ou espécie, diferentes cepas (genótipos) 
podem causar diferentes tipos de infecções. Exemplos: HPV, herpes, 
Clostridium, etc. 
- Nem todos os microrganismos são cultiváveis na rotina. Exemplos: Treponema 
pallidum, HIV, HBV, HCV, etc. 
- Mesmo assim, são bastante válidos até hoje, principalmente os postulados 1 e 
2. 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
 
Postulados Moleculares de Koch: 
• Um gene e seu produto de virulência devem ser expressos durante o 
processo infeccioso; 
• O gene deve ser identificado no organismo causador da enfermidade e 
cepas avirulentas não devem apresentar tal gene; 
• A deleção do gene deve atenuar a virulência da cepa e a re- inserção do 
gene deve retorná-la; 
• O produto gênico deve ser capaz de ativar resposta imunológica 
Fatores de virulência: 
Alguns conceitos: 
➢ Infecção: quando MO capaz de causar a doença se estabelece no 
hospedeiro 
➢ Doença: infecção que produz sintomas 
➢ Colonização: persistência de MO em um determinado sítio do corpo sem 
causar doença (ex: microbiota intestinal) 
Obs: Uma infecção não necessariamente leva à doença, dependendo muito 
da imunidade do indivíduo. Uma pessoa pode estar infectada por um 
microrganismo que causa doença e não apresentar sintomas por muito 
tempo  infecção assintomática (portador são). Importante em 
epidemiologia e no ambiente hospitalar (por ex., 15 a 30% pessoas sadias 
são colonizadas por Staphylocccus aureus na nasofaringe; mãos contêm 
diversos tipos de bactérias). 
➢ Virulência (patogenicidade): habilidade de um MO causar infecção 
➢ Fatores de virulência: produtos do MO ou estratégias que contribuem 
para a virulência 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS4 
 
Fatores propriamente ditos: 
Aderência: importante principalmente em mucosas que são lavadas por fluidos 
- Pili (fímbrias): constituídos principalmente de pilina. Utilizam, como receptores 
no hospedeiro, resíduos de carboidratos de glicoproteínas/glicolipídios. 
Bactérias podem alterar sua estrutura para evitar resposta por anticorpos. 
 - Adesinas: importantes em bactérias gram-positivas. Constituídas 
principalmente por proteínas (ex., proteínas F e M do Streptococcus pyogenes). 
Utilizam proteínas do hospedeiro para se ligarem (ex., fibronectina). 
Invasão: 
- Invasinas: proteínas da superfície bacteriana que induzem fagocitose nas 
células do hospedeiro por alterações no citoesqueleto celular (filamentos 
actina). Alguns tipos de invasina interagem com integrinas, que são localizadas 
nas superfícies basolaterais das células da mucosa intestinal. Também podem 
penetrar em fagócitos (que possuem integrinas) e escapar do fagossoma antes 
da fusão com os lisossomas. 
Motilidade: Alguns tipos de bactéria possuem flagelos (ex., Proteus), que 
permitem às bactérias se locomover em locais onde há presença de fluido 
(intestino delgado, bexiga). 
Proteases a sIgA: Clivam a molécula de IgA presentes nas mucosas (ex., 
Neisseria) 
Sideróforos: Compostos secretados pela bactéria que quelam o ferro 
formando complexos, que são internalizados pela interação com receptores na 
superfície bacteriana. 
Toxinas: Diversos tipos de bactérias têm a capacidade de produzir toxinas. 
Quando ela faz parte da própria estrutura bacteriana chama-se endotoxina (ex., 
LPS nas Gram-negativas). Na maioria dos casos as bactérias produzem e 
secretam as toxinas, que são chamadas de exotoxinas (ex., cólera, botulismo, 
tétano, etc.) 
Cápsula: Camada que recobre a superfície de uma bactéria, composta de 
polissacarídeos na maior parte das vezes. O papel na virulência bacteriana é 
protegê-la da resposta inflamatória do hospedeiro (fagocitose e ativação do 
complemento). Por isso, vacinas devem conter o material capsular. Algumas 
produzem cápsulas que se assemelham com polissacarídeos do hospedeiro 
(ácido hialurônico e ácido siálico). 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
Proteínas A e G: Proteínas na superfície de S. aureus e S. pyogenes que se 
ligam à porção Fc de anticorpos, impedindo a opsonização e fagocitose. 
Biofilme: Camadas densas de bactérias de vários tipos sobre superfícies 
orgânicas e não orgânicas, por ex., placas dentárias, pulmão de pacientes com 
fibrose cística, cateter, implantes plásticos, endoscópios, canalizações 
hidráulicas, etc. Tornam difícil a penetração de antibióticos. 
 
 
Mecanismo de ação dos antimicrobianos Beta lactâmicos: 
➢ Pertencem a este grupo: Penicilinas, cefalosporinas, carbapenes e 
monobactans 
O mecanismo de ação dos antimicrobianos ß-lactâmicos resulta em parte da 
sua habilidade de interferir com a síntese do peptideoglicano (responsável pela 
integridade da parede bacteriana). 
Para que isto ocorra: 
1. Devem penetrar na bactéria através das porinas presentes na membrana 
externa da parede celular bacteriana; 
 
2. Não devem ser destruídos pelas ß-lactamases produzidas pelas bactérias; 
 
3. Devem ligar-se e inibir as proteínas ligadoras de penicilina (PLP) 
responsáveis pelo passo final da síntese da parede bacteriana. 
Mecanismo de resistência aos ß-lactâmicos: 
São descritas três formas principas pelas quais as 
bactérias apresentam resistência aos 
antimicrobianos ß–lactâmicos: 
A. Produção de ß–lactamases: é o meio mais 
eficiente e comum das bactérias se tornarem 
ALAN PAZ – PROCESSOS BIOLÓGICOS 4 
 
resistentes aos antimicrobianos ß–lactâmicos; 
 
B. Modificações estruturais das proteínas ligadoras de penicilina (PLP) 
codificadas pelo gene mecA; 
 
C. Diminuição da permeabilidade bacteriana ao antimicrobiano através de 
mutações e modificações nas porinas, proteínas que permitem a entrada de 
nutrientes e outros elementos para o interior da célula. 
➢ Pode ocorrer transmissão horizontal da resistência bacteriana 
Fatores que contribuem para infecção: virulência, inoculo, mecanismos de 
transmissão, porta de entrada, hospedeiro suscetível

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