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APOSTILA DE DIREITOS HUMANOS

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AAPPOOSSTTIILLAA DDOO 
CCUURRSSOO DDEE FFOORRMMAAÇÇÃÃOO 
DDEE AAGGEENNTTEE DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA 
PPRRIISSIIOONNAALL -- AASSPP 
 
 
 
 
Disciplina: Direitos Humanos 
 
 
 
 
 
 
 
2 
ATIVIDADES DE ENSINO 
Travessa Bezerra de Meneses (Rua 94-A), Qd. 18, nº. 12, Setor Sul, Goiânia / Goiás, CEP: 74.080-300 
Telefones: (062) 3201-8198, Fax: (062) 3201-8199 e Funcional (062) 8418-3233 
E-mail: gerenciadeensino.sapejus@gmail.com 
 
APOSTILA DE DIREITOS HUMANOS 
 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
Os direitos humanos sempre surgiram das necessidades de cada tempo e da luta 
empreendida para conseguir efetivá-los através de leis. Conforme a sociedade foi se tornando 
mais complexa, foi evidenciando-se a necessidade do estabelecimento de normas, de pactos, 
para a sua organização econômica, política, social e até religiosa. 
O direito, para ser o instrumento social direcionado à construção de uma sociedade justa 
e pacífica, objetivo com o qual foi criado, tem que evoluir conforme os anseios e demandas 
desta sociedade. Vale dizer: é necessário, dentro de uma perspectiva histórica, que haja uma 
identificação entre a aquisição de direitos e a constante evolução na formação de identidades 
coletivas. É nesse sentido que os direitos humanos, pilares fundamentais da construção da 
democracia, vêm se construindo e aprimorando. 
No contexto histórico, as normas que regiam o comportamento dos homens teve, 
durante séculos, um caráter religioso provido de inspiração divina. Assim foram elaborados o 
Código de Hamurabi (Khammu-rabi, rei da Babilônia, séc. 18 A.C., o Código de Manu (séc. 11 
A.C. legislação do mundo Indiano), a Lei Mosaica (Lei de Deus (dez mandamentos) e Lei de 
Moisés). 
Depois a Lei das XII Tábuas (Plebeus em Roma) que foi a expressão do povo através dos 
tribunos romanos. 
Como primeiro momento da conquista desses direitos humanos, nas palavras de 
alguns autores, delimitou-se a expansão e afirmação dos direitos civis (aqui incluído o direito à 
liberdade, sua principal bandeira), direitos políticos e de proteção da propriedade e da vida 
numa perspectiva de enfrentamento ao poder do Estado, que, ao tempo, era opressor. 
Num segundo momento, vieram os direitos relacionados à participação política, de 
universalização dos direitos à livre organização, expressão e voto (a perspectiva, aqui, já seria 
de inserção no Estado). 
 A Declaração de Independência (1776) dos Estados Unidos da América e a Declaração 
dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) da Assembleia Constituinte Francesa, constituem 
a vertente liberal e individualista da história dos Direitos Humanos. 
No século XVIII esses direitos tinham um cunho individualista (primeira geração), mas a 
 
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partir do séc. XIX surge a vertente social dos direitos humanos, juntamente com a 
industrialização. 
Como terceiro momento, pôde-se, numa evolução histórica, atribuir os direitos 
humanos ao surgimento do Estado de bem-estar social, das medidas de proteção social (dos 
desempregados, dos menores, dos idosos e dos inválidos) e dos mecanismos de 
universalização à educação, à saúde, e à moradia. O Estado figurou, nessa etapa, como parceiro 
dos indivíduos, como garantidor de seus direitos. 
Após a Segunda Guerra Mundial, foi criada a ONU – Carta da ONU, tendo como 
principal objetivo a proteção da paz e segurança internacional e a disseminação e 
encorajamento do respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais. 
Em 10 de dezembro de 1948, proclamou-se, em São Francisco da Califórnia, na 
Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), 
que no caráter abrangente dos seus trinta artigos visam garantir não somente os direitos civis, 
mas também os direitos sociais. 
Os direitos humanos são atualmente uma concepção universal. Estes direitos emanam 
da dignidade do homem, conceito aceito por todas as civilizações. 
Um quarto momento (Direitos Difusos), para alguns autores, seria a associação dos 
direitos humanos a uma perspectiva ecológica, em princípio. 
Há, porém, uma tendência a ampliar essa visão se considerarmos a realidade social. 
O que se percebe é a inserção de muitos e novos sujeitos e objetos do direito, como grupos 
sexuais, étnicos, etários, que também, e de igual importância, são titulares de direito. 
Sob esse prisma, mas diferindo um pouco em relação à transição dos direitos humanos, 
temos a opinião de alguns sociólogos, no sentido de que a sociedade se acha no limiar de um 
novo momento. 
Para esses estudiosos, alguns dos aspectos que, a princípio, estariam inclusos no 
quarto momento, teriam que estar delimitados dentro de um novo agrupamento (o que seria, 
hoje, uma quinta geração de direitos). 
 Esse grupo abarcaria questões decisivas para a humanidade por seus aspectos 
irreversíveis, como questões relacionadas a tecnologias aplicadas ao ser humano, tendo por 
destaque e engenharia genética e as novas formas de reprodução e, futuramente, os 
mecanismos de integração entre sistemas de informática e a mente humana. 
 
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A história dos Direitos Humanos é bastante antiga. A consideração pelos princípios de 
humanidade na conduta dos Estados em nível nacional e internacional pode ser datada de 
muitos séculos. 
 
1.1 Antecedentes históricos 
1706 a.c. – Os dez mandamentos (não matarás) 
O Judaísmo – Bíblia Hebraica (a igualdade entre as pessoas) 
1694 a.c. – Código de Hamurabi – Prevenir a opressão do fraco pelo forte, Direito à vida, 
propriedade. 
450 a.c. – Lei das XII Tábuas – do pátrio poder, do casamento. 
622 d.c. – Alcorão; 
1215 –Magna Carta (Inglaterra) – liberdade da Igreja, Nenhum homem livre será detido ou 
sujeito a prisão... 
1679 – Lei de “Habeas Corpus”. 
1789 –Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França) – Os homens nascem e 
permanecem livres e iguais em direitos. 
1848 – Constituição Francesa – Liberdade, igualdade. 
1864 – Convenção de Genebra. 
1945 – Carta das Nações Unidas – Manter a paz e a segurança internacionais. 
1948 – Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
1966 – Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) e o Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP). 
1969 – Convenção Americana sobre os Direitos Humanos. 
BRASIL 
1924 – A incorporação dos Direitos Humanos no Direito Constitucional Brasileiro. 
 
2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
2.1 Direito 
Quando falamos em direito, estamos preocupados com o relacionamento entre as 
pessoas. 
Assim, direito é um conjunto de normas e regras impostas ou convencionadas, com a 
 
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finalidade de disciplinar a convivência das pessoas na sociedade. 
 
2.2 Direitos Humanos 
 Direitos humanos derivam da dignidade e do valor inerente à pessoa humana, e esses 
são universais, inalienáveis e igualitários. 
Isto significa que são inerentes a cada ser humano, não podem ser tirados ou alienados por 
qualquer pessoa; e todos têm os direitos humanos em igual medida– independente do critério 
de raça, cor, sexo, idioma, religião, política ou outro tipo de opinião, nacionalidade ou origem 
social, propriedades, nascimento ou outro status qualquer. 
“Direitos humanos”, “direitos do homem”, ”liberdades públicas” ou “direitos 
fundamentais”, são todos aqueles direitos inerentes e universais destinados ao ser humano. 
 
2.3 Cidadania 
Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na 
constituição. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que, 
ao cumprirmos nossas obrigações permitimos que o outro exerça também seus direitos. 
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações e lutar para que 
sejam colocados em prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições 
constitucionais. 
 Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da educação de 
um país. 
A Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada em 5 de outubro de 
1988, pela Assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas (deputados e 
senadores). A Constituição consolidou a democracia, após os anos da ditadura militar no 
Brasil. 
A cidadania está relacionada com a participação social, porque remete para o 
envolvimento em atividades em associações culturais (como escolas) e esportivas. A ideia de 
cidadão aparece junto com a ideia de democracia representativa, que é a primeira 
manifestação real do cidadão, que queria participar da vida política de forma ativa. Cidadão, 
portanto, era aquele a quem se atribuem os direitos políticos, o direito de participar 
ativamente da vida política do país em que vive. 
 
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Posteriormente, essa ideia de cidadão vai sendo modificada quando inicia a 
internacionalização dos direitos humanos, em 1948. 
Vale ressaltar que, nesta data, a Segunda Guerra Mundial teria acabado há pouco 
tempo, o Estado de Israel havia sido criado e a ONU (Organização das Nações Unidas) também 
tinha sua estreia, aparecendo principalmente para assumir um papel de controle da paz. 
Era necessário, à época reconstruir os direitos humanos. 
Era preciso retomar o direito a ter direitos. Passam então a figurar como cidadãos 
aqueles que não somente possuíam direitos e deveres civis e políticos, mas aqueles que 
habitavam o âmbito da soberania de um estado e deste estado recebiam uma carga de 
direitos. 
 
Como cidadão você tem o direito de: 
 Ir e vir em todo território nacional em tempo Paz; 
 Direito de igualdade perante a Lei; 
 Direito de não ser torturado e de não receber tratamento desumano ou degradante; 
 Direito a sua intimidade, sua vida particular, sua honra, sua imagem, à inviolabilidade de 
seu domicílio, de sua correspondência, de suas comunicações telegráficas, de dados e 
telefônicas; 
 Direito de liberdade de expressão de atividade artística, intelectual, cientifica, literária, e 
de comunicação; 
 Direito de reunião e às liberdades políticas e religiosas; 
 Direito à Informação, Direito de propriedade. 
Como cidadão você tem o dever de: 
 Votar para escolher nossos governantes e nossos representantes nos poderes executivos 
e legislativo; 
 Cumprir a leis; 
 Respeitar os direitos sociais de outras pessoas; 
 Prover o seu sustento com o seu trabalho; alimentar parentes próximos que sejam 
incapazes; 
 Educar e proteger nossos semelhantes, Proteger a natureza; 
 
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 Proteger o patrimônio comunitário; Proteger o patrimônio público e social do país; 
Colaborar com as autoridades. 
 
3. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
3.1 Imprescritibilidade: 
Podemos afirmar que os direitos fundamentais não se perdem com o tempo, não 
prescrevem, uma vez que são sempre exercíveis e exercidos, não sendo perdidos pela falta de 
uso (prescrição); tal regra não é absoluta, existindo direitos que, eventualmente podem ser 
atingidos pela prescrição, como é o caso da propriedade, que não sendo exercida, poderá ser 
atingida pela usucapião. 
 
3.2 Inalienabilidade: 
São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não são de conteúdo econômico-
patrimonial. 
Se a ordem constitucional os confere a todos, deles não se pode desfazer, porque são 
indisponíveis; 
Irrenunciabilidade: 
 Não se renunciam direitos fundamentais. 
Alguns deles podem até não ser exercidos, pode-se deixar de exercê-los, mas não se admite 
sejam renunciados.” 
 
3.3 Inviolabilidade: 
Os direitos de outrem não podem ser desrespeitados por nenhuma autoridade ou lei 
infraconstitucional, sob pena de responsabilização civil, penal ou administrativa. 
 
3.4 Universalidade: 
Tendo em vista que os direitos e garantias fundamentais vinculam-se ao princípio da 
liberdade, conduzido pela dignidade da pessoa humana, os mesmos devem possuir como 
sujeito ativo, todos os indivíduos, independente da raça, credo, nacionalidade, convicção 
política, a coletividade jurídica em geral, podendo pleiteá-los em qualquer foro nacional ou 
internacional, conforme devidamente expresso no parágrafo 5 na Declaração e Programa de 
 
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Ação de Viena de 1993. 
 
3.5 Efetividade: 
Ao desenvolver seu papel de agente garantir das políticas sociais, o Estado deve 
garantir o máximo de efetivação dos direitos fundamentais. 
 
3.6 Interdependência: 
 Direitos fundamentais estão vinculados uns aos outros, não podendo ser vistos como 
elementos isolados, mas sim como um todo, um bloco que apresenta interpenetrações; as 
várias previsões constitucionais, apesar de autônomas, possuem diversas intersecções para 
atingirem suas principais finalidades. 
No intuito de exemplificarmos a característica relacionada neste comando, podemos 
dizer que a liberdade de locomoção está relacionada à garantia do habeas corpus e ao devido 
processo legal. 
 
3.7 Complementaridade: 
Os direitos fundamentais devem ser interpretados em conjunto, e não de forma 
isolada, não havendo hierarquia entre eles, com a finalidade de se alcançar os objetivos 
previstos pelo legislado constituinte. 
 
4. A IMPORTÂNCIA E A VALIDADE DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO 
 
 
A quem se destinam os direitos humanos? 
A todos os seres humanos, indistintamente, independentemente de sexo, raça, cor, 
 
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nacionalidade ou religião. 
 
Quem deve protegê-los? 
O Estado e todos os seres humanos, pois os direitos são direitos e deveres de todos. O 
policial (Encarregado da aplicação da lei) é a figura emblemática do Estado e tem um papel de 
proteger e garantir os direitos humanos. 
 
Validade no mundo: 
Os direitos humanos são notadamente dirigidos a todos os seres humanos, mas nem 
todos, os tem assegurado, seja em razão dos interesses de grupos hegemônicos (oligarquias), 
seja pelonão reconhecimento destes direitos, pela frontal violação e outros fatores diversos. 
 
5. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS 
A Declaração aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 
1948, em Paris, que proclama os direitos fundamentais da humanidade foi recebida como 
parte integrante da constituição portuguesa de 1976, que estabelece que as normas 
constitucionais relativas aos direitos fundamentais devem ser interpretadas e integradas em 
harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do Homem. 
 A Declaração Universal dos Direitos do Homem preconiza o direito a vida, à liberdade, 
à educação e à igualdade perante a lei e também à liberdade de circulação, religião, associação 
e informação, bem como o direito a uma nacionalidade. 
 Ao abrigo da Convenção Europeia de Direitos Humanos (1950), o Conselho da Europa 
fundou a Comissão Europeia dos Direitos Humanos (com sede principal em Estrasburgo, 
França), examina as acusações realizadas pelos estados ou pelos indivíduos. 
Os seus pareceres são examinados pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos 
(fundado em 1959), cuja jurisdição obrigatória tem sido reconhecida por numerosos estados. 
O Dia dos Direitos Humanos, celebrado a 10 de Dezembro, comemora a adoção da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. 
 
“Preâmbulo” 
CONSIDERANDO que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família 
 
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humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz 
no mundo; 
CONSIDERANDO que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atos 
bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um mundo em que 
os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do 
temor e da necessidade; 
CONSIDERANDO ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei, 
para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a 
opressão; 
CONSIDERANDO ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as 
nações; 
CONSIDERANDO que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do 
homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de 
vida em uma liberdade mais ampla; 
CONSIDERANDO que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperação 
com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do homem 
e a observância desses direitos e liberdades; 
CONSIDERANDO que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta 
importância para o pleno cumprimento desse compromisso; 
 
A Assembleia Geral das Nações Unidas proclama a presente "Declaração Universal dos 
Direitos do Homem" como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, 
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta 
Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses 
direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e 
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, 
tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob 
sua jurisdição. 
 
ARTIGO 1 
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e 
 
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consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. 
ARTIGO 2 
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta 
Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião 
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer 
outra condição. 
II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou 
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território 
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de 
soberania. 
ARTIGO 3 
Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. 
ARTIGO 4 
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão 
proibidos em todas as suas formas. 
ARTIGO 5 
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou 
degradante. 
ARTIGO 6 
Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. 
ARTIGO 7 
Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. 
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente 
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. 
ARTIGO 8 
Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo 
para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição 
ou pela lei. 
ARTIGO 9 
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. 
ARTIGO 10 
 
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Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de 
um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do 
fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. 
ARTIGO 11 
I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até 
que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no 
qual lhe tenham sido assegurada todas as garantias necessárias a sua defesa. 
II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não 
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. 
Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era 
aplicável ao ato delituoso. 
ARTIGO 12 
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua 
correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. 
Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. 
ARTIGO 13 
I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de 
cada Estado. 
II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar. 
ARTIGO 14 
I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros 
países. 
II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por 
crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 
ARTIGO 15 
I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade. 
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de 
nacionalidade. 
ARTIGO 16 
Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou 
religião, tem o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. 
 
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I) Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 
II) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 
III) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da 
sociedade e do Estado. 
ARTIGO 17 
I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. 
ARTIGO 18 
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito 
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou 
crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em 
público ou em particular. 
ARTIGO 19 
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade 
de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por 
quaisquer meios, independentemente de fronteiras. 
ARTIGO 20 
I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. 
II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. 
ARTIGO 21 
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por 
intermédio de representantes livremente escolhidos. 
II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
III) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em 
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo 
equivalente que assegure a liberdade de voto. 
ARTIGO 22 
Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo 
esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de 
cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao 
livre desenvolvimento de sua personalidade. 
 
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ARTIGO 23 
I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e 
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 
II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 
III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe 
assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a 
que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 
IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus 
interesses. 
 
ARTIGO 24 
Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de 
trabalho e a férias remuneradas periódicas. 
ARTIGO 25 
I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família, saúde 
e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais 
indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice 
ou outros casos de perda de meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
II) A maternidade e a infância tem direito a cuidados e assistência especiais. 
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. 
ARTIGO 26 
Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus 
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. 
I) A instrução técnica profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta 
baseada no mérito. 
II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana 
e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A 
instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos 
raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da 
paz. 
III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a 
 
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seus filhos. 
ARTIGO 27 
I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de 
fruir as artes e de participar do progresso científico e de fruir de seus benefícios. 
II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de 
qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. 
ARTIGO 28 
Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades 
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. 
ARTIGO 29 
I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno 
desenvolvimento de sua personalidade é possível. 
II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às limitações 
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e 
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da 
ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 
III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos 
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 
ARTIGO 30 
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a 
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar 
qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos. 
 
6. CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E OS DIREITOS HUMANOS 
A dignidade da pessoa humana pode ser considerada como o fundamento último do 
Estado brasileiro. 
 Ela é o valor-fonte a determinar a interpretação e a aplicação da Constituição, assim 
como a atuação de todos os poderes públicos que compõem a República Federativa do Brasil. 
Em síntese, o Estado existe para garantir e promover a dignidade de todas as pessoas. 
 
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 É nesse amplo alcance que está a universalidade do princípio da dignidade humana e 
dos direitos humanos. Como valor-fonte, é da dignidade da pessoa humana que decorrem 
todos os demais direitos humanos. 
A origem da palavra dignidade ajuda-nos a compreender essa ideia essencial. Dignus, 
em latim, é um adjetivo ligado ao verbo decet (é conveniente, é apropriado) e ao substantivo 
decor (decência, decoro). Nesse sentido, dizer que alguém teve tratamento digno significa 
dizer que essa pessoa teve tratamento apropriado, adequado, decente. 
Se pensarmos em dignidade da vida humana ou o que é necessário para se ter uma 
vida digna, começaremos a ver com mais clareza como todos os direitos humanos decorrem da 
dignidade da pessoa humana. 
 Para que uma pessoa, desde sua infância, possaviver, crescer e desenvolver suas 
potencialidades decentemente, ela precisa de adequada saúde, alimentação, educação, 
moradia, afeto; precisa também de liberdade para fazer suas opções profissionais, religiosas, 
políticas, afetivas, etc. 
Esse conjunto de necessidades e capacidades nada mais é que o conteúdo dos direitos 
humanos, reconhecidos, por essa razão, como princípios e direitos fundamentais na 
Constituição Brasileira. 
É em decorrência do princípio da dignidade da pessoa humana que a Constituição de 
1988, no seu Título II, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, afirma uma extensa relação de 
direitos individuais e coletivos (Capítulo I, Artigo 5o), de direitos sociais (Capítulo II, Artigos 6o 
a 11), de direitos de nacionalidade (Capítulo III, Artigos 12 e 13) e de direitos políticos (Capítulo 
IV, Artigos 14 a 16). 
A Constituição de 1988, em seu Artigo 4o, inciso II, é a primeira em nossa história a 
estabelecer a prevalência dos direitos humanos como princípio do Estado brasileiro em suas 
relações internacionais. 
Assim, ao afirmar esse princípio, o Estado brasileiro compromete-se a respeitar e a 
contribuir na promoção dos direitos humanos de todos os povos, independentemente de suas 
nacionalidades. 
A Carta de 1988 é a primeira constituição nacional a consagrar um universo de 
princípios que guiam o Brasil no cenário internacional, fixando valores que orientam a agenda 
internacional do País. 
 
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 Essa orientação internacionalista se traduz nos princípios da prevalência dos direitos 
humanos, da autodeterminação dos povos, do repúdio ao terrorismo e ao racismo e da 
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, nos termos do artigo 4o, incisos 
II, III, VIII e IX. O artigo 4o, como um todo, simboliza a reinserção do Brasil na arena 
internacional. 
Essa inovação em relação às Constituições anteriores consagra a prioridade do 
respeito aos direitos humanos como a principal referência para a atuação do País no cenário 
internacional. Isso implica não apenas o engajamento do Brasil no processo de elaboração de 
normas internacionais de direitos humanos, mas também a busca da plena incorporação de 
tais normas no direito interno. Implica ainda o compromisso de adotar uma posição política 
contrária aos Estados em que os direitos humanos sejam gravemente desrespeitados. 
Também é de extrema importância o alcance da previsão do Artigo 5o, parágrafo 
segundo da Carta de 1988, ao determinar que os direitos e garantias expressos na Constituição 
não excluem outros decorrentes dos tratados internacionais em que o Brasil seja parte. Isto é, 
ao aderir a um tratado internacional de direitos humanos, o Brasil não apenas assume 
compromissos perante a comunidade internacional, mas também amplia o catálogo de 
direitos humanos previstos em nossa Constituição. 
No título I (DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS) da Constituição, proclama que o Brasil se 
rege em suas relações internacionais pelo princípio da prevalência dos direitos humanos (art. 
4º, II), constituindo-se em Estado Democrático de Direito tendo como fundamento a cidadania 
e dignidade da pessoa humana (art. 1º, II e III). 
 No título II (DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS) enumera os direitos e 
garantias fundamentais, antecipando-os inclusive à própria estruturação do Estado. 
No mesmo título, no capítulo I enuncia os “DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS” (1ª 
geração). 
No capítulo II os “DIREITOS SOCIAIS” (2ª geração). 
 Esta enumeração é exemplificativa e não terminativa, pois segundo o art. 5º, § 2º os direitos 
e garantias expressos na Carta Magna não excluem outros decorrentes do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que o Estado brasileiro seja 
parte. 
No mesmo artigo em seu § 1º acrescenta que as normas definidoras dos direitos e 
 
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garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
Assim, pela Constituição de 1988, depreende-se que os direitos nela elencados são 
bilaterais tendo como sujeitos ativos as pessoas individualmente ou em grupos determinados 
ou indeterminados, e como sujeito passivo o Estado, a quem deve respeitá-los e cumpri-los. 
Todos os indivíduos e grupos devem respeitar as liberdades reciprocamente uns dos outros. 
 A nova Constituição vem assim a fortalecer a tendência das Constituições recentes, de 
reconhecer a relevância da proteção internacional dos direitos humanos e dispensar atenção e 
tratamentos especiais à matéria. 
 
7. O PROFISSIONAL DE SEGURANÇAPÚBLICA FRENTE AOS DIREITOS HUMANOS 
 
Recentes pesquisas demonstram que a Segurança Pública é, atualmente, um dos 
maiores problemas que afetam a qualidade de vida dos brasileiros. 
A violência, antes limitada aos grandes centros urbanos, avança aceleradamente até 
nas mais distantes localidades do interior do Brasil, congregando dia-a-dia novas legiões de 
jovens lançados à criminalidade por falta de perspectivas e pela recessão econômica. Aliada a 
essa sensação de impotência frente ao crescimento da criminalidade, realça-se o papel dos 
Direitos Humanos no contexto atual de Segurança Pública, frente à necessidade de combate à 
criminalidade crescente e ao respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, erigido a 
objetivo fundamental da República Federativa do Brasil. 
 
7.1 Promoção e Proteção 
 As garantias legais previstas durante a execução da pena, assim como os direitos 
humanos do preso, estão previstos em diversos estatutos legais. 
 Em nível mundial existem várias convenções, como a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem e a proteção das 
garantias do homem preso. 
Existem ainda em legislação específica – a Lei de Execução Penal – os incisos de I a XV 
do art. 41, que dispõem sobre os direitos infraconstitucionais garantidos ao sentenciado no 
decorrer da execução penal. 
No campo legislativo, nosso estatuto executivo-penal é tido como um dos mais 
 
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avançados e democráticos existentes. 
Ele se baseia na ideia de que a execução da pena privativa de liberdade deve ter por 
base o princípio da humanidade, e qualquer modalidade de punição desnecessária, cruel ou 
degradante será de natureza desumana e contrária ao princípio da legalidade. 
 
7.2 Conduta ética e legal na aplicação da lei 
O CCEAL foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 17 de dezembro 
de 1979, através da Resolução 34/169. 
Não é um tratado, mas pertence à categoria dos instrumentos que proporcionam 
normas orientadoras aos governos sobre questões relacionadas com Direitos Humanos e 
justiça criminal. 
 
ARTIGO 1.º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem cumprir, a todo o 
momento, o dever que a lei lhes impõe, servindo a comunidade e protegendo todas as pessoas 
contra atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua 
profissão requer. 
 
ARTIGO 2.º No cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicaçãoda lei 
devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de 
todas as pessoas. 
ARTIGO 3.º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força 
quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu 
dever. 
ARTIGO 4.º As informações de natureza confidencial em poder dos funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento do dever 
ou as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento. 
ARTIGO 5.º Nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou 
tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou 
degradante, nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o estado 
de guerra ou uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou qualquer 
outra emergência pública como justificação para torturas ou outras penas ou tratamentos 
 
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cruéis, desumanos ou degradantes. 
ARTIGO 6.º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar a proteção da 
saúde das pessoas à sua guarda e, em especial, devem tomar medidas imediatas para 
assegurar a prestação de cuidados médicos sempre que tal seja necessário. 
ARTIGO 7.º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem cometer qualquer 
ato de corrupção. Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os atos desta 
índole. 
ARTIGO 8.º Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitá-la presente 
Código. Devem, também, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-se vigorosamente a 
quaisquer violações da lei ou do Código.” 
 
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar 
que se produziu ou irá produzir uma violação deste Código, devem comunicar o fato aos seus 
superiores e, se necessário, a outras autoridades com poderes de controle ou de reparação 
competentes. 
No que tange a participação dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
podemos nos deparar com o uso da força em determinados momentos. 
Mas, o uso arbitrário da força pelos agentes penitenciários constitui violações do 
Direito Penal. Também constituem violações dos Direitos Humanos, cometidas justamente por 
aqueles (os policiais e agentes), que são os responsáveis por manter e preservar esses mesmos 
direitos. 
O abuso da força pode ser visto como uma violação da dignidade e integridade 
humana, tanto dos policiais envolvidos como dos próprios suspeitos ou infratores (alvos da 
intervenção), que agora passam a assumir a condição de vítimas. 
 No entanto, não importa como as violações sejam vistas, elas prejudicarão de fato o 
sensível relacionamento entre a organização policial e toda a comunidade a que estiver 
servindo, sendo capazes de causar “ferimentos” que levarão muito tempo para “cicatrizar”. 
 É por todas as razões expostas acima que o abuso não pode e não deve ser tolerado. 
Devemos ter em mente que, quando uma organização policial recorre a violações da lei 
para aplicá-la ou manter a ordem pública, perde sua credibilidade e sua autoridade. Não 
sobrará mais nada, a não ser o uniforme que vestem, para distinguir os policiais dos infratores 
 
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que eles perseguem. 
Um Agente de Segurança Penitenciário que exceda no uso da força ou que seja 
corrupto, pode fazer com que a organização inteira seja denominada violenta ou corrupta, 
porque o ato individual será visto como ato da Instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As palavras chaves na aplicação da lei são negociação, mediação, persuasão, 
resolução de conflitos. Comunicação é o caminho preferível para se alcançar os objetivos de 
uma aplicação da lei legítima. Contudo, os objetivos da legítima aplicação da lei não podem 
sempre ser atingidos pelos meios da comunicação, permanecendo basicamente duas escolhas. 
Ou a situação é deixada como está, e o objetivo da aplicação não será atingido, ou os 
encarregados da aplicação da lei decidem usar a força para alcançar o objetivo. 
Os Estados não negam a sua responsabilidade na proteção do direito à vida, liberdade 
e segurança pessoal quando outorgam aos seus encarregados da aplicação da lei a autoridade 
legal para o uso da força e arma de fogo. A autoridade legal está inserida na legislação nacional 
que claramente define as circunstâncias sob as quais a força pode ser empregada, assim como 
os meios que podem ser empregados em uma situação particular. Uma confirmação maior do 
reconhecimento pelos Estados da sua responsabilidade pode ser encontrada nas normas e 
Ato 
Discricionário 
Ato Legítimo 
Ato Legal 
PROFISSIONAL 
Uso da Violência 
Uso da Força 
Impulso Arbitrário 
Ato Ilegal 
Ato Ilegítimo 
AMADOR 
 
Atividade 
Prisional 
 
 
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práticas existentes relativas ao recrutamento, seleção, formação e treinamento dos 
encarregados da aplicação da lei. 
 Os Encarregados da Aplicação da Lei somente recorrerão ao uso da força, quando 
todos os outros meios para atingir um objetivo legítimo tenham falhado, e o uso da força pode 
ser justificado quando comparado com o objetivo legítimo. 
Esta avaliação, que tem que ser feita individualmente pelo encarregado da aplicação 
da lei em cada ocasião em que a questão do uso da força surgir, pode levar à conclusão de que 
as implicações negativas do uso da força em uma determinada situação não são equiparadas à 
importância do objetivo legítimo a ser alcançado. Nestas situações, recomenda-se que os 
policiais se abstenham de prosseguir. 
 
Uso de armas de fogo 
O uso de armas de fogo com o intuito de atingir objetivos legítimos de aplicação da lei 
deve ser considerada uma medida extrema. 
 
Os encarregados da aplicação da lei não usarão armas de fogo contra indivíduos, exceto: 
 *em casos de legítima defesa ou defesa de outrem contra ameaça iminente de morte ou 
ferimento grave; 
 para impedir a perpetração de crime particularmente grave que envolva séria ameaça à 
vida; ou 
 efetuar a prisão de alguém que represente tal risco e resista à autoridade, ou para 
impedir a fuga de alguém que represente tal risco; e apenas nos casos em que outros meios 
menos extremos se revelem insuficientes para atingir tais objetivos. 
 
O uso letal intencional de armas de fogo só poderá ser feito quando for estritamente 
inevitável para proteger a vida (PB9). 
O uso da arma de fogo é uma medida extrema, o que é evidenciado ainda mais pelas 
regras de comportamento que devem ser observadas pelos encarregados da aplicação da lei 
antes de seu uso prático. 
O uso arbitrário de força e armas de fogo pelos encarregados da aplicação da lei 
constitui violações do direito penal de um país. Também constituem violações dos direitos 
 
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humanos cometidas por aqueles que são chamados a manter e preservar esses direitos. 
O abuso da força e de armas de fogo pode ser visto como uma violação da dignidade e 
integridade humana tanto dos encarregados envolvidos como das vítimas. 
 
 Agente de Segurança Prisional: cidadão qualificado 
O agente de Segurança Penitenciário é um cidadão qualificado e tem, portanto, a 
missão de preservar a integridade física do preso, do staff de sua Unidade Prisional e do 
cidadão quando este estiver no circulo de sua atuação. 
Além disso, porta a singular permissão para o uso da força e das armas, no âmbito da 
lei, o que lhe confere natural e destacada autoridade para a construção social ou para sua 
devastação. 
O impacto sobre a vida de indivíduos e comunidades, exercido por esse cidadão 
qualificado é, pois, sempre um impacto extremado e simbolicamente referencial para o bem 
ou para o mal-estar da sociedade. 
 
8. GRUPOS VULNERÁVEIS 
 O Brasil – pós governos militares – adotou um novo modelo de Constituição, donde a 
cidadania e os direitos a ela inerentes foram alçados a um primeiro plano. Decorrente da lógica 
constitucional, proliferaram-se organizações de apoio as lutas dos grupos em situação de risco, 
ou de vulnerabilidade, propondo políticas públicas ao Estado, visando à concretização dos 
direitos de cidadania, de sem tetos, sem terras, vítimas de violência policial, populações 
quilombolas, índios, mulheres, negros, homossexuais, e muitos outros grupos vulneráveis, ou 
marginalizados pela sociedade envolvente. 
 
8.1 Conceito 
 Conjunto de pessoas pertencentes a uma minoria que, por motivação diversa, tem 
acesso, participação e/ou oportunidade igualitária dificultada ou vetada, a bens e serviços 
universais disponíveis para a população. 
 São grupos que sofrem tanto materialmente como social e psicologicamente os efeitos 
da exclusão, seja por motivos religiosos, de saúde, opção sexual, etnia, cor de pele, por 
incapacidade física ou mental, gênero, dentre outras. 
 
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8.2 Principais Públicos 
 Mulheres, gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, portadores de deficiências 
ou necessidades especiais, crianças, adolescentes, idosos e etc. 
 
8.3 Minoria X Grupos Vulneráveis 
O termo minoria diz respeito a determinado grupo humano ou social que esteja em 
inferioridade numérica ou em situação de subordinação sócio econômica, política ou cultural, 
em relação a outro grupo, que é majoritário ou dominante em uma dada sociedade. Uma 
minoria pode ser étnica, religiosa, linguística, de gênero, idade, condição física ou psíquica. 
Minorias não são necessariamente perseguidas ou dizimadas pelo grupo dominante, 
mas historicamente existem numerosos casos de perseguições. 
 
 Grupo vulnerável é um conjunto de pessoas que por questões ligadas a gênero, idade, 
condição social, deficiência e orientação sexual, tornam-se mais suscetíveis à violação de seus 
direitos. 
 
Para efeito didático esses grupos são classificados em seis categorias: 
Mulheres; 
Crianças e adolescentes; 
Idosos; 
População de rua; 
Pessoas com deficiência física ou sofrimento mental; e 
Comunidade LGBTT. 
Existem outros grupos na sociedade em situação de risco, porém, a vulnerabilidade 
neste caso é a sujeição constante ao preconceito e à discriminação, independente de outros 
fatores. 
 
8.3.1 Minorias étnicas 
 
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A discriminação racial e étnica continua a ser um dos maiores problemas de direitos 
humanos no mundo atual, atingindo tanto minorias étnicas quanto, em alguns casos, 
populações inteiras. 
 Muito da atenção internacional recaiu sobre o apartheid na África do Sul, extinto em 
1994. Entretanto, a luta contra o ódio étnico e racial continuou durante a década de 1990 
violentamente acometida pelos piores conflitos étnicos jamais vistos nos Bálcãs e na região 
dos Grandes Lagos na África. 
Raça é definida como "um grupo de pessoas de comum ancestralidade, diferenciada 
dos outros por características físicas tais como tipo de cabelo, cor dos olhos e pele, estatura, 
etc" (Dicionário Inglês Collins). 
Étnico é definido como "relativo ou característico de um grupo humano que tem 
certos traços raciais, religiosos, linguísticos, entre outros, em comum" (Dicionário Inglês 
Collins). 
A Convenção Internacional sobre a Eliminação da Discriminação Racial (artigo1) não 
define "raça", mas define "discriminação racial" para designar "qualquer distinção, exclusão, 
restrição ou preferência baseadas na raça, cor, descendência, nacionalidade ou origem étnica 
com o propósito ou efeito de anular ou impedir o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em 
pé de igualdade, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos campos políticos, 
econômicos, sociais e culturais ou qualquer outro da vida pública". 
Etnia é explicitamente entendida sob esta definição pelo termo "raça". Muitos tratados 
sobre os direitos humanos se referem a "raça" e não utilizam a terminologia "etnia". 
Exemplos: 
Índios, comunidades negras remanescentes de quilombos, ciganos, judeus, dentre outros. 
 
 
8.3.2 Minorias Linguísticas 
 Minorias linguísticas são aquelas que usam uma língua (independentemente de ser 
escrita) diferente da língua da maioria da população ou da adotada oficialmente pelo Estado. 
Vale salientar que não é considerado língua mero dialeto com sutis diferenças em relação à 
língua predominante. 
 
 
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8.3.3 Minorias Religiosas 
 Minorias religiosas, por sua vez, são grupos que professam uma religião distinta da 
professada pela maior parte da população, mas não apenas uma outra crença, como o ateísmo 
). No Brasil existem as seguintes minorias: budistas, muçulmanos, espíritas, praticantes de 
candomblé (religião jeje-nagô ouioruba), dentre outras. 
 
9. DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA PRISIONAL 
A Declaração de Direitos Humanos prevê as garantias fundamentais da pessoa humana, 
em seu Preâmbulo, traz os princípios de igualdade entre todos os homens, além de liberdade, 
paz e justiça. O Art. 3º da presente Carta afirma que todos têm direito à vida, à liberdade e à 
segurança pessoal 
O princípio de respeito ao preso considerado pela Carta Magna de 1988 busca reprimir 
os maus tratos, as torturas, as condições desumanas em que os presos são mantidos, 
consoante o Capítulo III, do Art. 5º, além da discriminação da própria sociedade. 
Conforme a Lei de Execução Penal (lei nº 7.210), uma legislação complementar 
aprovada em 11 de julho de 1984, onde no Art. 10 desta lei considera a assistência aos presos 
é dever do Estado, e segue afirmando que também é de sua responsabilidade uma assistência 
material ao apenado, consistindo no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações 
higiênicas, consoante o Art. 12. 
A assistência à saúde do preso terá um caráter preventivo e curativo, e contará com o 
atendimento médico, farmacêutico e odontológico, conforme Art. 14 
 De acordo com Muakad (1998, p. 24): “A prisãodeve ter o mesmo objetivo que tem a 
educação da infância na escola e na família; preparar o indivíduo para o mundo a fim de 
subsistir ou convier tranquilamente com seus semelhantes”. 
Como já exposto, o art. 10 da LEP (Lei de Execução Penal), acrescenta: “A assistência ao 
preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à 
convivência em sociedade”. 
A LEP ainda garante que deve haver um sistema de tratamento reeducativo, frisando 
os instrumentos do tratamento penal, como: “A assistência material, à saúde, jurídica, 
educacional, social e religiosa”. Sabe-se que a situação da maioria dos presos é a de que foram 
indivíduos marginalizados pela sociedade, oriundos da exclusão econômica, cultural e social, 
 
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fatores que na maioria das vezes explicam a alta incidência da criminalidade no país. 
Tendo em vista que a base para o desenvolvimento do indivíduo encontra-se enraizado 
no conhecimento, Albergaria (1993, p.50) mostra que: 
“Um dos objetivos da política criminal integrada na política social será tentar a 
transformação da instituição penitenciária em escola de alfabetização e profissionalização do 
preso, para inseri-lo no processo de desenvolvimento da Nação, a serviço do bem comum. A 
administração penitenciária tem o dever de ofertar ao preso todas as possibilidades de 
instrução escolar e formação profissional.” 
Educar ou reeducar o presidiário seria, portanto, uma forma de inclusão do mesmo ao 
âmbito social, fomentando nele a vontade de promover algum desenvolvimento para sua 
comunidade, através de mérito próprio, contribuindo de alguma forma para a criação de uma 
nova personalidade. 
Para isso os “estabelecimentos penais” deverão ser bem equipados com aparelhos 
televisivos, audiovisuais, bibliotecas e tudo mais que lhes garantam acesso a atividades 
educacionais, garantidas pelos artigos 18 a 21 da Lei de Execução Penal. 
Além da educação, os apenados também possuem o direito ao trabalho, que é visto 
como “um dos elementos mais eficazes do tratamento criminológico”. Já dizia Weber que o 
trabalho dignifica o homem, e é através deste que muitos apenados têm a oportunidade de se 
reintegrar com o meio social, além de evitar a ociosidade. Tais atividades podem ser exercidas 
dentro ou fora do estabelecimento prisional de acordo com sua situação, e com remuneração, 
possuindo caráter educativo, como podemos observar no art. 28 da LEP: “O trabalho do 
condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e 
produtiva.”. 
Garantindo a profissionalização dos apenados, o ambiente prisional já começa a dar os 
primeiros passos à efetivação de seus objetivos, oferecendo-lhes uma ocupação que aos 
poucos acaba se tornando um dos fatores para que os presidiários, ao conseguirem a 
liberdade, tenham uma maior estabilidade econômica, contribuindo para que voltem a ter uma 
vida normal e digna, garantindo na maioria das vezes uma não reincidência. 
Não menos importante aparece também à necessidade de se garantir o 
desenvolvimento espiritual dos presos, oferecendo-lhes locais para práticas religiosas, como 
capelas, por exemplo, bem como livros de sua religião, algo que também é previsto na lei. 
 
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“As Regras Mínimas da ONU preconizam que cada estabelecimento penitenciário deve 
dispor de serviços de, pelo menos, um médico, com conhecimento de psiquiatria e que os 
serviços médicos devem ter sua organização estreitamente relacionada com a administração 
geral dos serviços de saúde da comunidade ou da nação (nº 22.1), devendo todo preso poder 
valer-se dos cuidados de um dentista devidamente habilitado (nº 22.3)”. 
“Como qualquer dos direitos humanos, os direitos do preso são invioláveis, 
imprescritíveis e irrenunciáveis” e devem ser garantidos pelo Estado, como é estabelecido pelo 
art. 41 da LEP, que detalha os seus direitos, pois só garantindo-lhes é que o Direito Penal estará 
realizando seu papel, e consagrando aqueles que esperam ter de volta a liberdade que lhes foi 
tirada, um retorno ao meio social de forma digna e legal, visando assim diminuir o regresso 
destes e consequentemente o índice de violência e de criminalização no nosso país. 
 De fato o Sistema Carcerário é um órgão punitivo, tendo em vista que a maior punição 
para qualquer ser humano, não só para o criminoso, é a privação de sua liberdade. No entanto 
não deve haver distorções na função do Estado, em que ele não deve apenas punir, mas deve 
também fornecer aparatos para que estas pessoas paguem por seus delitos e não voltem a 
cometê-los, e que saiam da prisão sendo respeitados pelos demais cidadãos, tendo em vista 
que já “pagaram” suas dívidas para com a sociedade.

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