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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE E NO DOMÍNIO ECONÔMICO
O Estado puramente liberal, adepto da doutrina da liberdade econômica, foi sendo substituído pelo “Estado do bem-estar social”, de feição marcadamente social, voltado para a prestação dos serviços fundamentais à coletividade.
Para que o Estado propicie esse bem-estar social é necessário que o Poder Público intervenha na propriedade particular, com o fim de limitar alguns interesses individuais em prol da coletividade e do interesse público. O Estado, para alcançar o fim almejado pela sociedade, intervirá na propriedade particular, restringindo, condicionando o uso dessa propriedade, por intermédio dos diversos institutos previstos no Direito (Servidão Administrativa, Requisição, Desapropriação etc...).
A intervenção do Estado na propriedade, pode ser entendida como a atividade estatal que tem por fim ajustar, conciliar o uso da propriedade particular com os interesses da coletividade. É o Estado, na defesa do interesse público, condicionado ao uso da propriedade particular.
É evidente que essa intervenção deve nortear-se pelo interesse maior da coletividade, bem assim pela estrita observância dos meios e procedimentos autorizados na Constituição e nas leis reguladoras, sob pena de incorrer o Estado em conduta flagrante ilegítima, ofendendo os direitos individuais dos cidadãos.
AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL
A CF autoriza, no seu próprio texto, a intervenção do Estado na propriedade privada. Isso porque, se por um lado o texto constitucional assegura o direito individual à propriedade, por outro condiciona o uso desse direito ao atendimento à função social. Se não for atendida essa função, entende-se que não foi atendida a condição constitucional, podendo o Estado intervir para forçar o seu atendimento. 
Se não for atendida a função social da propriedade urbana, nos termos traçados no plano diretor, a própria Constituição já confere ao Município poderes interventivos na propriedade particular, estabelecendo que pode ser imposta ao proprietário a obrigação de promover o adequado provimento do solo urbano não edificado (sem nenhuma construção), subutilizado (não utilizado por inteiro ou mal utilizado) ou não utilizado, quando não obedecerem as regras fixadas no plano diretor. 
Caso não sejam observadas essas exigências municipais, tem o município o poder de impor o parcelamento ou a edificação compulsória do solo, ou até mesmo, em último caso, promover a desapropriação. 
A constituição permite também que, no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Esse instituto, é conhecido como requisição, e constitui hipótese autorizada constitucionalmente de intervenção do Estado na propriedade particular.
FUNDAMENTOS DA INTERVENÇÃO
· São fundamentos para a intervenção do Estado na propriedade particular: a função social da propriedade (busca da igualdade social, como princípio estruturante de nossa ordem jurídica) e a prevalência do interesse público (quando há discrepância entre o poder público e o privado, o interesse público sempre terá predominância (interesse público = aquilo que a sociedade necessita)).
O direito da propriedade assegurado constitucionalmente não é absoluto, pois a propriedade poderá atingir a sua função social “a função social pretende erradicar algumas deformidades existentes na sociedade, nas quais o interesse egoístico do indivíduo põe em risco os interesses coletivos”.
· O segundo fundamento para a intervenção do Estado na propriedade privada é a supremacia do interesse público sobre o privado.
Essa realidade legitima a superioridade jurídica do Estado em sua atuação, mesmo quando contrárias aos interesses particulares, desde que observadas as hipóteses e os procedimentos (devido processo legal) previstos na Constituição e nas leis.
COMPETÊNCIA
A competência para legislar sobre direito de propriedade, desapropriação e requisição é privativa da União.
Essa competência privativa da União, porém diz respeito à regulação da matéria (é competência tipicamente legislativa) e não deve ser confundida com a competência administrativa, para a prática de atos relacionados com a restrição e o condicionamento do uso da propriedade. A competência administrativa, para impor restrições e condicionamentos ao uso da propriedade, é repartida entre todos os entes federativos... União, Estados, DF e Municípios.
EX: uma lei que estabeleça as hipóteses de requisição administrativa da propriedade privada deverá ser, necessariamente, federal, por força do citado art. 22 da CF; porém, diante de uma das hipóteses traçadas pela lei federal para a efetivação da requisição (calamidade pública etc...), caberá ao MP requisitar, por ato próprio, a propriedade privada.

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