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Universidade Federal do ABC Pós-graduação em Tecnologias e Sistemas de Informação Roni Peterson Cunha de Alvarenga MONITORAMENTO E SEGURANÇA Uma abordagem sobre como o Zabbix pode contribuir com relação à segurança e a gestão de suas melhores práticas em Tecnologia da Informação Trabalho de Conclusão de Curso Santo André – SP 2015 Roni Peterson Cunha de Alvarenga MONITORAMENTO E SEGURANÇA Uma abordagem sobre como o Zabbix pode contribuir com relação à segurança e a gestão de suas melhores práticas em Tecnologia da Informação Trabalho de Conclusão de Curso Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-graduação da Universidade Federal do ABC, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Tecnologias e Sistemas de Informação. Orientador: Prof.ª Dr.ª Denise Hideko Goya Santo André – SP 2015 Roni Peterson Cunha de Alvarenga MONITORAMENTO E SEGURANÇA Uma abordagem sobre como o Zabbix pode contribuir com relação à segurança e a gestão de suas melhores práticas em Tecnologia da Informação Esse Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do grau de Especialista em Tecnologias e Sistemas de Informação no curso de Pós- graduação em Tecnologias e Sistemas de Informação da Universidade Federal do ABC. Santo André – SP, 24 de Agosto de 2015 BANCA EXAMINADORA ________________________________ Prof.ª Dr.ª Denise Hideko Goya Orientador ________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Reina Muñoz UFABC ________________________________ Prof. Dr. Irineu Antunes Júnior UFABC AGRADECIMENTOS Agradeço a todos que, mesmo indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento desse trabalho, entretanto alguns se destacaram por passar várias horas revisando, lendo e me dando sugestões de como melhorar, como meu grande amigo Paulo, meu amigo de longa data Petrus e minha colega de trabalho, a amiga Tamires que me ajudou em muito a contextualizar toda a estrutura do trabalho de conclusão de curso e claro a minha namorada Janaina que esteve comigo durante todo o processo. Não posso deixar de agradecer a todos meus tutores e à minha orientadora que estavam sempre disponíveis e tirando minhas dúvidas. E aos meus colegas de trabalho, que me ajudaram com a implantação da ferramenta Zabbix. “Se você não pode medir, você não pode gerenciar” Peter Drucker RESUMO O monitoramento do ambiente de tecnologia é essencial e de grande importância para garantir a disponibilidade dos serviços ofertados pelas aplicações de negócios. Por isso, falhas nos sistemas podem trazer prejuízos imensuráveis, podendo até, serem irrecuperáveis. O monitoramento não evitará o inevitável, porém, irá fornecer subsídios para evitar situações que poderão ser previstas e planejadas como contingência evitando exemplos trágicos. O gerenciamento eficiente de uma rede de computadores permite que falhas possam ser identificadas e prevenidas rapidamente, com o intuito de minimizar o impacto sobre os usuários e diminuir os prejuízos da instituição. Realizar auditoria em logs de maneira rápida é imprescindível para um administrador de redes assim como buscar e minimizar as vulnerabilidades encontradas no seu ambiente. Com base nesta argumentação, surgiu a necessidade de realizar um estudo de caso na Câmara Municipal de Campinas, pois havia uma grande falha no monitoramento de dados e informações que gerava uma equipe reativa na resolução de problemas correntes. Isso resultou em um projeto de implantação do Zabbix, com a finalidade de melhorar a gestão de ativos mediante um sistema de monitoramento eficaz, atendendo os objetivos necessários, incluindo as melhores práticas de gestão de gerenciamento, governança e, principalmente, da segurança de Tecnologia da Informação. Escolhemos o Zabbix pois ele possui mecanismos flexíveis que permitem ao administrador de sistemas e a equipe de que faz parte de modo geral, agir de forma proativa, por exemplo, a notificação de alertas por e-mail ou por SMS, em caso de falha em determinado dispositivo, podendo ele, agir de forma disciplinada para a correção preventiva ou uma ação corretiva. Após sua implantação, foi visível a melhora no rendimento da equipe de TI, principalmente em determinar falhas na rede. Com a utilização da ferramenta a mesma demonstrou-se eficaz aumentando a resposta na resolução de problemas e incidentes Palavras-Chave: Monitoramento de Redes, Zabbix, Gerência, Auditoria de Logs, Disponibilidade, Segurança da Informação. ABSTRACT The monitoring technology is essential and of great importance Environment To ensure availability of the offered Services For Business Applications. For IT, systems failures nos can bring immeasurable losses and can eat, to be unrecoverable. Monitoring not avoid the inevitable, however, will provide grants paragraph avoid situations that can be anticipated and planned contingency avoiding Examples How tragic. The Efficient Management of a Computer Network allows que Failures can sor identified and prevented quickly, in order to Minimize Impact on Users and Decrease OS losses of the institution. Held in auditoriums records Quick Way and essential paragraph hum network administrator So How to seek and to minimize vulnerabilities found in his environment. On the basis of this argument, the need arose to conduct a case study in the Municipality of Campinas, for there was a major failure in data monitoring and information que generated a reactive team in Troubleshooting Chains. IT resulted in hum Zabbix Deployment Project, in order to improve Upon hum Asset Management Effective Monitoring System, serving OS Required Goals, including Best Practices of Management Management, governance and mainly Technology Security information. We chose Zabbix because he has Flexible Mechanisms that allow the systems administrator and team that is part of General Mode, the act proactively Example in an Alert notification via email OR SMS at fault Case in certain device and can him, the act in a disciplined manner paragraph one preventive Correction or a Corrective Action. After his Implementation, it was visible improvement in the IT Team of income, especially in determining faults in the network. Using one tool same proved to be effective in. Keywords: Network Monitoring, Zabbix, Management, Audit Logs, Availability, Information Security. LISTA DE SIGLAS CMC - Câmara Municipal de Campinas DTIC - Diretoria de Tecnologia da Informação e Telecomunicação FDDI - Fiber Distributed Data Interface HTTP - Hypertext Transfer Protocol ICMP - Internet Control Message Protocol IETF - Internet Engineering Task Force IMAP - Internet Message Access Protocol IP - Internet Protocol IPMI - Intelligent Platform Management Interface ISO - International Organization for Standardization LAN - Local Area Network MAC - Media Access Control MAN - Metropolitan Area Network MIB - Management Information Base NMS - Network-Management Systems OID - Object IDentifier OSI - Open Systems Interconnection QoS - Quality of service RFC - Request for Comments RTP - Real-time Transport Protocol SI - Segurança da Informação SLA - Service Level Agreement SNMP - Simple Network Management Protocol TCP - Transmission Control Protocol TI - Tecnologia da Informação UDP - User Datagram Protocol VLAN - Virtual Lan VM - Virtual Machine WAN - Wide Area Network LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Total de Incidentes Reportados ao Cert.br por Ano..................................................17 Figura 2: Exemplo de uma rede doméstica .............................................................................. 22 Figura 3: Exemplo de rede Metropolitana (MAN) ................................................................... 23 Figura 4: Exemplo de uma rede Continental (WAN) ............................................................... 24 Figura 5: Topologia em Anel.................................................................................................... 25 Figura 6: Topologia em Estrela ............................................................................................... 25 Figura 7: Topologia em Barramento ........................................................................................ 26 Figura 8: O modelo de referência OSI...................................................................................... 30 Figura 9: O Modelo TCP/IP ..................................................................................................... 31 Figura 10: Comparação OSI / TCP........................................................................................... 32 Figura 11: O modelo de gerência FCAPS ................................................................................ 35 Figura 12: Funcionamento do SNMP ....................................................................................... 38 Figura 13: Tela Inicial – Nagios ............................................................................................... 42 Figura 14: Interface do ZenOSS ............................................................................................... 43 Figura 15: Painéis do CACTI ................................................................................................... 44 Figura 16: A pirâmide da Segurança da Informação ................................................................ 46 Figura 17: Evolução do Zabbix ................................................................................................ 53 Figura 18: Arquitetura do Zabbix ............................................................................................. 55 Figura 19: Monitoramento de Páginas Web do Zabbix ............................................................ 60 Figura 20: Zabbix Appliance .................................................................................................... 63 Figura 21: Download de Appliances do Zabbix ....................................................................... 64 Figura 22: Fluxograma de resolução de falhas anterior ao Zabbix .......................................... 66 Figura 23: Fluxograma de desenvolvimento do Zabbix na CMC ............................................ 68 Figura 24: Estrutura da Rede da Câmara de Campinas ............................................................ 71 file:///C:/Users/ropecual/Desktop/Roni_Alvarenga_Etapa%206%20v1.docx%23_Toc431048212 file:///C:/Users/ropecual/Desktop/Roni_Alvarenga_Etapa%206%20v1.docx%23_Toc431048213 file:///C:/Users/ropecual/Desktop/Roni_Alvarenga_Etapa%206%20v1.docx%23_Toc431048226 file:///C:/Users/ropecual/Desktop/Roni_Alvarenga_Etapa%206%20v1.docx%23_Toc431048228 Figura 25: Modelos de autenticação do Zabbix ....................................................................... 73 Figura 26: Monitoramento Zabbix - Log auth.log .................................................................... 74 Figura 27: Monitoramento Zabbix - Espaço em disco ............................................................. 74 Figura 28: Monitoramento Zabbix - Active Directory ............................................................. 75 Figura 29: Monitoramento Zabbix - Tráfego de internet ......................................................... 76 Figura 30: Monitoramento Zabbix - DHCP ............................................................................. 76 Figura 31:Monitoramento Zabbix - Mapa da Rede .................................................................. 77 Figura 32: Fluxograma de resolução de falhas após a instalação do Zabbix ........................... 78 Figura 33: Instalação com Zabbix Proxy .................................................................................. 79 Figura 34: Monitoramento Zabbix - Dados em Tempo Real ................................................... 80 Figura 35: Monitoramento Zabbix - Mapas e Telas ................................................................. 81 Figura 36: Instalação Zabbix – Tela Inicial .............................................................................. 88 Figura 37: Instalação Zabbix – Checagem de pré-requisitos ................................................... 88 Figura 38: Instalação Zabbix – Primeiro Login ....................................................................... 89 Figura 39: Instalação Zabbix – Dashboard ............................................................................... 89 file:///C:/Users/ropecual/Desktop/Roni_Alvarenga_Etapa%206%20v1.docx%23_Toc431048235 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Plataformas Suportadas - Zabbix .............................................................................. 56 Tabela 2: Requisitos Mínimos de Hardware para o Zabbix ..................................................... 57 Tabela 3: Requisitos Mínimos de Hardware para o Nagios ..................................................... 57 Tabela 4: Requisitos Mínimos de Hardware para o ZenOSS ................................................... 57 Tabela 5: Comparação de Ferramentas de Monitoramento ...................................................... 61 Tabela 6: Tabela de ativos a serem monitorados pelo Zabbix ................................................. 69 Tabela 7: Configuração do Servidor Zabbix ............................................................................ 72 Tabela 8: Configuração do Banco de Dados PostgreSQL ........................................................ 72 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14 1.1 Motivação .................................................................................................................... 14 1.2 Justificativa ................................................................................................................. 18 1.3 Objetivo ....................................................................................................................... 19 1.3.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 19 1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 19 1.4 Metodologia ................................................................................................................. 20 1.5 Organização do Trabalho .......................................................................................... 20 2. CONCEITOS ............................................................................................................... 21 2.1 Rede de Computadores .............................................................................................. 21 2.1.1 Classificação baseada em extensão geográfica ..................................................... 22 2.1.2 Classificação baseada na Topologia ...................................................................... 24 2.2 Modelos de Referência ............................................................................................... 27 2.2.1 Protocolos de Rede .................................................................................................. 27 2.2.2 Modelo de referência OSI ....................................................................................... 28 2.2.3 Modelo de referênciaTCP/IP ................................................................................. 31 2.3 Gerenciamento de Rede ............................................................................................. 33 2.3.1 O Modelo de gerenciamento FCAPS ..................................................................... 33 2.3.2 SNMP ...................................................................................................................... 36 2.3.3 Sistemas de Monitoramento e Gerência ................................................................. 40 2.4 Segurança da Informação e de Redes ....................................................................... 45 2.4.1 Ameaças e Vulnerabilidades ................................................................................... 47 2.4.2 Mecanismos de Segurança de Redes ...................................................................... 48 3 O ZABBIX .................................................................................................................... 52 3.1 Arquitetura do Zabbix ............................................................................................... 54 3.1.1 Requisitos Mínimos Recomendados ....................................................................... 56 3.2 Tipos de Monitoramento ............................................................................................ 57 3.2.1 Agente Zabbix ......................................................................................................... 57 3.2.2 Agente SNMP .......................................................................................................... 58 3.2.3 Monitoramento IPMI .............................................................................................. 58 3.2.4 Monitoramento Simples .......................................................................................... 59 3.2.5 Monitoramento Web ............................................................................................... 60 3.2.6 Monitoramento de Serviços de TI - SLA ................................................................ 60 3.2.7 Outros tipos de monitoramento .............................................................................. 61 3.2.8 Comparativo das ferramentas ................................................................................. 61 3.3 O Ambiente de Testes ................................................................................................. 62 4 O CENÁRIO DA APLICAÇÃO ................................................................................ 64 4.1 A Câmara Municipal de Campinas ........................................................................... 64 4.1.1 Números .................................................................................................................. 65 4.1.2 Infraestrutura da Rede ............................................................................................ 65 4.1.3 Cenário anterior à instalação do Zabbix ............................................................... 66 4.2 A Análise e Monitoramento ....................................................................................... 67 4.2.1 A implantação do Zabbix ........................................................................................ 72 4.2.2 Pontos Analisados ................................................................................................... 73 5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 79 5.1 Tempo de Resposta ..................................................................................................... 80 5.2 Identificação dos Problemas ...................................................................................... 80 5.3 Finalizando .................................................................................................................. 81 5.4 Próximos Estudos ........................................................................................................ 82 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 83 ANEXO I – INSTALAÇÃO DO ZABBIX ........................................................................... 85 ANEXO II – QUESTIONÁRIO ............................................................................................ 91 14 1. INTRODUÇÃO Sistemas de monitoramento abrangem uma ampla categoria. Há ferramentas apropriadas para monitorar servidores, equipamentos de rede e aplicações, bem como soluções que rastreiam desempenho de sistemas e dispositivos, oferecendo tendências e análises, (COMPUTERWORLD, 2014). Algumas dessas tecnologias acionam alarmes e notificações quando detectam problemas, enquanto outras já realizam ações antes mesmo do sistema estar efetivamente crítico. Dessa forma, a ferramenta escolhida para esse trabalho foi o Zabbix, pois disponibiliza recursos como auditoria de logs, gráficos, telas e alertas. Há agentes para a maioria dos sistemas operacionais e ações automáticas, já incorporando, desta maneira, várias formas de aplicar práticas de gerenciamento e segurança. 1.1 Motivação Nos dias atuais não é possível gerenciar o ambiente de TI de forma empírica. Conforme as redes foram se desenvolvendo e integrando-se às organizações, passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas como uma ferramenta que oferece recursos e serviços que permitem uma maior interação entre os usuários e um consequente aumento de produtividade. Houve então um grande aumento no rol de serviços oferecidos, além do inicial compartilhamento de recursos, novos serviços como correio eletrônico, transferência de arquivos, Internet, aplicações multimídias, aumentando a complexidade das redes. E assim, as organizações viram uma forma de tornarem-se mais competitivas ao fazer uso de tais recursos. “A própria infraestrutura de rede e a informática podem ser consideradas como sendo uma das responsáveis pela rápida globalização”. (NAKAMURA, 2000) Considerando este novo cenário, a gestão e o monitoramento da TI, tornaram-se parte essencial do processo de gestão de negócio. Gerir TI hoje, significa saber trabalhar as ideias e os problemas de modo a analisar a questão sob diferentes aspectos que se integram: os fatores estratégicos, funcionais, técnicos, tecnológicos, segurança e de custos. Em vista dessa constante mutação tecnológica, fez-se necessário formas mais ágeis e flexíveis de gestão permitindo estabelecer metas, monitorar os resultados e verificar, de forma objetiva, se as propostas foram atingidas através de metodologias, indicadores e métricas. 15 Os principais objetivos de gerenciar esses ambientes são reduzir custos operacionais, minimizar os congestionamentos da rede, detectar e corrigir falhas de segurança no menor tempo possível de forma a diminuir o downtime (indisponibilidade) dos sistemas, aumentar a flexibilidade de operação e integração, imprimir maior eficiência de aplicações e facilitar o uso para a organização como um todo. A realização dessas tarefas requer metodologias apropriadas, ferramentas que as automatizem e pessoal qualificado. Entre a gama de soluções possíveis para o gerenciamento de redes, uma das mais usuais consiste em utilizar um computador que interage com os diversos componentes da rede extraindo as informações necessárias ao seu gerenciamento. Isso envolve esforço para identificar, rastrear e resolver situações de falhas. Como o tempo de espera do usuário pelo restabelecimento do serviço deve ser o menor possível, tudo isso deve ser feito de maneira eficaz. Os sistemas de gerenciamento de redes apresentam a vantagem de ter um conjunto de ferramentas para análise e depuração. Eles podem apresentar também uma série demecanismos que facilitam a identificação, a notificação e o registro de problemas, por exemplo: Alarmes que indicam, por meio de mensagens ou bips de alerta, anormalidades na rede; Geração automática de relatórios contendo as informações coletadas; Facilidades para integrar novas funções ao próprio sistema de gerenciamento; Geração de gráficos estatísticos em tempo real; Apresentação gráfica da topologia das redes. O monitoramento do ambiente de tecnologia é devidamente importante e, amplamente abordado dentro das melhores práticas de Gerenciamento, Governança e Segurança da Informação. Como consequência do aumento exponencial da importância da TI, a estrutura da segurança da informação ficou cada vez mais complexa, conforme é citado por (CARUSO e STEFFEN, 2006) “é difícil imaginar os processos operacionais da maioria das organizações e instituições sem o uso de recursos de processamento de informações.” Tudo isso acaba por refletir a necessidade do uso de metodologias e indicadores que permitam definir objetivos, monitorar os resultados e verificar, de forma objetiva, o gerenciamento e segurança de redes de computadores independentemente do tamanho da 16 organização, NIST (1995). Nesse contexto, negligenciar o gerenciamento da rede é algo arriscado e causa prejuízos irreparáveis para a organização. O administrador de sistemas deve atentar se uma porta de rede foi aberta sem necessidade, se um vírus ou software malicioso está alterando arquivos de sistemas, se o controle de algum sistema foi dado a pessoas sem permissão, se o arquivo de senha de algum sistema foi alterado quando ele deveria permanecer inalterado ou ainda, se um processo está consumindo todo recurso disponível em um servidor. Podemos citar como exemplo uma pesquisa solicitada pela Paessler1 sobre monitoramento de TI no Reino Unido, realizada com 300 gerentes de TI. Descobriu-se que 43% das empresas que não monitoram seus sistemas perdem, em média, duas horas por semana resolvendo problemas corriqueiros que poderiam ter sido evitados. A pesquisa também revelou que uma em cada 10 empresas que não monitoram seus sistemas perde mais de cinco horas por semana tratando desses problemas e também demonstrou que quase metade das empresas (46%) que não monitoram seus sistemas, frequentemente, recebiam alerta de problemas de equipes que não trabalhavam com TI ou, pior, dos próprios clientes. (PAESSLER, 2015). Outro dado retirado do Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Incidentes de Segurança do Brasil, o (CERT.BR, 2014) demonstra quantidade total de incidentes de segurança reportados no periodo que abrange 1999 a 2013, exemplifica como é importante investir na Segurança da Informação dentro das organizações. 1 http://www.paessler.com/ - É uma Empresa internacional de TI com foco no desenvolvimento de sistemas de monitoramento e gerencia. 17 Figura 1: Total de Incidentes Reportados ao Cert.br por Ano Fonte: (CERT.BR, 2014) Como a figura 1 demonstra, houve um aumento na quantidade de incidentes reportados ao CERT.BR, principalmente a partir de 2006, isso se deve ao grande avanço de utilização de equipamentos que recorrem à internet como meio de comunicação, como por exemplo os smartphones e tablets. Esses incidentes reportados são, principalmente phishing2, spam3, ataques de negação de serviço e outros tipos de ataques que utilizam a Internet como meio de propagação. Concluindo, o gerenciamento de uma rede consiste em coletar dados de servidores, serviços e ativos de rede para análise e monitoramento dos recursos do ambiente. A ideia principal desta gerência é obter informações da rede, tratá-las, diagnosticar problemas e aplicar soluções. O gerenciamento está associado ao controle das atividades e ao monitoramento do uso dos recursos no ambiente da rede. 2 Phishing é um tipo de roubo de identidade online. Ele usa e-mail e sites fraudulentos que são projetados para roubar seus dados ou informações pessoais, como número de cartão de crédito, senhas, dados de conta ou outras informações. 3 Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solicitados, que geralmente são enviados para um grande número de pessoas 18 1.2 Justificativa Tanto o setor público quanto o setor privado, no que diz respeito à segurança da informação, possuem os mesmos desafios: rápida evolução das ameaças e das tecnologias, complexidade dos ataques, dificuldade para detectar incidentes rapidamente e diminuir o tempo de reação. Entretanto, órgãos governamentais possuem o agravante de sofrerem ataques com muito mais frequências, como (ZANI, 2014) aponta: Muitas vezes, ativistas e criminosos virtuais tendem a focar seus ataques em órgãos governamentais devido a visibilidade que isto causa, além da riqueza de informação que pode ser adquirida. E como observado em (CARUSO e STEFFEN, 2006): O bem mais válido de uma empresa pode não ser o produzido pela sua linha de produção ou serviço prestado, mas as informações relacionadas com esse bem de consumo ou serviço. De acordo com o Relatório Anual sobre Ameaças à Segurança na Internet de 2014 (ISTR) da Symantec4, o Brasil ocupou a oitava posição no ranking de países que são origens de ataques cibernéticos e o quinto com mais computadores zumbis5. Isso demonstra como é altamente importante tratar da segurança de informação. Outro aspecto importante é definir as demandas de diversos serviços e seus graus de qualidade. A maximização de todos os recursos de TI é vital para evitar a degradação da Qualidade do Serviço, tanto para usuário (tempo de resposta por uma requisição), quanto para aplicação (recursos disponíveis). Com base nessas afirmações, buscamos garantir melhor qualidade da gerência de informação e controle da rede de dados da Câmara Municipal de Campinas, uma vez que a mesma não possuía nenhum tipo de monitoramento. Houve a necessidade de encontrar uma solução de Código-Livre, e que atendesse aos requisitos exigidos como confiabilidade, fácil curva de aprendizagem e robustez, coube ao Zabbix suprir essa demanda. E verificando a questão da viabilidade econômica, uma vez que o Zabbix é uma ferramenta de Código- 4 http://www.symantec.com/content/en/us/enterprise/other_resources/b-istr_main_report_v19_21291018.en- us.pdf 5 Computadores Zumbis ou botnet são rede de computadores infectados por algum software malicioso que realizam ações sem saber com que o usuário saiba, As botnets normalmente são utilizadas para derrubar sites, enviar spam, hospedar sites falsos e realizar ataques de negação de serviço. 19 Livre sob licença da GNU General Public License (GPL) v26, não há gastos com investimentos em softwares proprietários pois funcionamento do Estado é muito diferente de uma empresa convencional devido à legislação presente, uma vez que elas criam camadas de burocracia para regrar seu funcionamento. No Brasil, leis como a 8.6667 de 1993 que definem como são realizados os processos de compra são extremamente rígidas e burocráticas. Os controles instituídos para diminuir a corrupção fazem com que mudanças e alterações tecnológicas sejam mais difíceis no Estado do que na iniciativa privada. Há ainda possibilidade de expansão e adaptação para o ambiente proposto, ao compararmos os aspectos relativos à segurança entre sistemas proprietários e livres, constatamos que em uma aplicação proprietária fica mais difícil encontrar os erros e problemas que um sistema pode ter, já em um software livre, devido a seu código-fonte ser aberto, fica mais fácil encontrá-los, ajustá-los e tratá-los. E por fim, utilizando os dados de gerência e monitoramento, desenvolver uma TI proativa, criando Indicadores-chave de performance para que haja uma formade aferir o desempenho de serviços de TI e prevenir incidentes. 1.3 Objetivo 1.3.1 Objetivo geral Demonstrar como a ferramenta de monitoramento Zabbix pode auxiliar nas técnicas de segurança da informação, como controles, alarmes e relatórios. 1.3.2 Objetivos específicos Monitorar a infraestrutura a fim de diminuir e/ou mitigar falhas na segurança da rede; Obtenção de logs para Auditoria; Armazenamento de histórico do status do sistema para análise futura; Relatórios para acompanhamento de disponibilidade do ambiente. Relatórios gerenciar para acompanhamento do SLA de aplicações vitais. 6 https://www.gnu.org/licenses/gpl-2.0.html 7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm 20 1.4 Metodologia Revisão bibliográfica com a finalidade de obter a melhor forma de contextualizar as informações e embasamento teórico para a implantação; Criação de ambiente de Testes; Implantação da ferramenta de monitoramento; Desenvolvimento do trabalho a partir dos estudos e conclusões da pesquisa. 1.5 Organização do Trabalho O texto encontra-se organizado da seguinte maneira: O Capítulo 2 abordará os aspectos de segurança da informação e uma série de conceitos das áreas envolvidas para compreender melhor como funciona toda a estrutura da ferramenta; O Capítulo 3 será direcionado ao Zabbix, mostrando suas principais funcionalidades; No Capítulo 4 será tratado o case, seu ambiente de estudo e implantação em si; Por fim, no Capítulo 5 serão apresentadas as principais conclusões do trabalho. 21 2. CONCEITOS Antes de tratar as práticas e técnicas utilizadas junto a ferramenta Zabbix, é importante introduzir uma série de conceitos a fim de dar embasamento e melhorar o entendimento sobre a ferramenta. Serão citados seus pontos mais importantes e correlacionados à segurança da informação e ao Zabbix. 2.1 Rede de Computadores Redes de computadores são estruturas físicas e lógicas que permitem que dois ou mais dispositivos de redes troquem informações. Entende-se por estrutura física os equipamentos como roteadores8, comutadores9, cabos e os próprios computadores, e por estrutura lógica seus protocolos e tecnologias utilizadas para interconexão. Na definição de (TANENBAUM, 2003) “Uma rede de computadores é um conjunto de computadores autônomos interconectados por uma única tecnologia”. Conectar um computador a outro significa que eles podem trocar informações entre si e acessar recursos de um ou outro. Quanto maior a quantidade de dispositivos conectados, maior a troca de informação. Mesmo em uma residência é possível encontrar uma estrutura, básica, de redes de computadores: uma SmartTV, um videogame, celulares, notebooks e computadores, todos trocando informações e utilizando a Internet através de um plano de banda larga contratada. 8 Roteador (ou router) é um equipamento utilizado para interligar redes de diferentes tecnologias. 9 Comutador (ou switch) é um equipamento que funciona na camada 2 do modelo OSI, responsável por endereçar pacotes da fonte para o destino dentro de uma rede, evitando assim, colisão de pacotes 22 Figura 2: Exemplo de uma rede doméstica Fonte: Elaborado pelo próprio autor Redes de computadores são classificadas com base em vários critérios: Quanto a sua Arquitetura, quanto a sua Topologia, quanto ao Meio de Transmissão e quanto a sua Extensão Geográfica. Citaremos os tipos de redes mais utilizados. 2.1.1 Classificação baseada em extensão geográfica Redes Locais (LANS): Para (TANENBAUM, 2003), LANs são redes privadas contidas em um único edifício ou campus universitário com até alguns quilômetros de extensão. LANs normalmente são pequenas redes, utilizadas em casa, escritório ou empresa, e, geralmente compreendem um perímetro de um edifício, elas são conhecidas ainda por possuírem alta taxa de transmissão de dados e baixas taxas de erros. Uma maneira de descrever LANs é descrever as características que distinguem uma rede local a partir de outros tipos de redes. As características mais comuns são: Âmbito geográfico pequeno; A velocidade rápida; 23 Mídia especial (uso comum de cabo coaxial e fibra óptica, bem como par trançado); A propriedade privada. Redes Metropolitanas (MANs): De acordo com (TANENBAUM, 2003), uma rede metropolitana ou MAN é uma rede que abrange uma cidade, sendo o exemplo mais conhecido a televisão a cabo disponível em muitas cidades, podemos então entender o conceito de MAN ao aplicá-la em uma empresa com uma central e várias filiais localizadas em uma mesma cidade, por exemplo. Essas filiais possuem suas LANs e também estão conectadas com a central. Redes Geograficamente Distribuídas (WANs): São redes que compreendem grandes áreas, como países e continentes. São ligações de várias MANs. A topologia de rede, refere- se ao “layout físico” e ao meio de conexão dos dispositivos na rede, ou seja, como estes estão conectados. Os pontos no meio onde são conectados recebem a denominação de nós, sendo que estes “nós” sempre estão associados a um endereço, para que possam ser reconhecidos pela rede”. Figura 3: Exemplo de rede Metropolitana (MAN) Fonte: (TANENBAUM, 2003) 24 Quanto ao que diz respeito a Topologia das redes de computadores, temos: 2.1.2 Classificação baseada na Topologia Topologia em Anel (Token Ring): Cada computador possui dois cabos, cada um destes conectado a seus computadores adjacentes. Nessa topologia há um token que circula a rede. Quando esse token chega vazio em um micro, este tem a possibilidade de enviar um quadro de dados para outro micro da rede. O token10 circula indefinidamente, sempre procurando o endereço do destino do quadro de dados e assim repetir todo processo 10 O Token Ring utiliza um símbolo formado por uma trama de três bytes (token), que funciona ao circular em uma topologia de anel onde as estações precisam aguardar a sua recepção para poderem transmitir. A partir daí, a transmissão é realizada durante uma pequena janela de tempo e apenas pelas que possuem o token. Figura 4: Exemplo de uma rede Continental (WAN) Fonte: (TANENBAUM, 2003) 25 novamente. Importante citar que essa topologia é quase imune a colisão de pacotes, devido à forma do token trabalhar. Figura 5: Topologia em Anel Fonte: Elaborado pelo próprio autor Topologia em Estrela: Os nós (estações) são conectados por um ativo de rede concentrador, normalmente um switch. Se um cabo partir apenas a conexão dos ativos que ele conecta irá ser interrompida. É a principal topologia utilizada em redes Ethernet. Figura 6: Topologia em Estrela 26 Fonte: Elaborado pelo próprio autor Topologia em Barramento: Nesta configuração todos os nós se ligam ao mesmo meio de transmissão. A barra é geralmente compartilhada em tempo e frequência, permitindo transmissão de informação. Essa topologia utiliza como meio de transmissão o cabo coaxial. Há de se observar que caso haja vários computadores interligados através de um HUB essa estrutura não se caracteriza estrela, e sim barramento, pois um HUB utiliza um único meio de transmissão, ou seja barramento. Essa estrutura acaba recebendo o nome de Estrutura Física de Estrela e Lógica de Barramento. Figura 7: Topologia em Barramento Fonte: Elaborado pelo próprio autor Topologia sem Fio: É a topologia que permite que computadores se comuniquem sem a necessidade de cabos. Para isso é necessário um equipamento conhecido como Ponto de Acesso ou Access Point11. Suas principais características são a pouca segurança, taxa elevada de erros e, em contrapartida, sua flexibilidade e mobilidade. Topologia Mista: Redesque utilizam mais do que uma topologia ao mesmo tempo. Isso tem se tornado cada vez mais comum, principalmente a utilização de várias topologias 11 Access Point é um dispositivo que conecta rede sem fio para um sistema de fios. Então tem que ter pelo menos duas interfaces: wireless - WLAN - com padrão 802.11, e com fio - LAN - usando 802.3. 27 estrelas, formando uma topologia em arvore, se comunicando com uma rede de topologia sem fio. 2.2 Modelos de Referência Modelos de referência são definições que estabelecem descrição, estrutura de uma determinada tecnologia, um ponto de referência que buscamos seguir para que possamos nos comunicar. Em outras palavras, um modelo de referência pode ser comparado ao processo de comunicação, pois para nos comunicarmos necessitamos de mensagem, meio, canal e estes são componentes de todo contexto da comunicação. 2.2.1 Protocolos de Rede Para que haja uma comunicação efetiva, dispositivos de rede usam os protocolos, que são um conjunto de diretrizes ou regras, para a troca de informação pela rede, ou seja, protocolos de redes são a forma de ativos e computadores se comunicarem por uma rede de dados, (ANDERSON e BENEDETTI, 2011). Entretanto, para que haja realmente a comunicação vários protocolos são utilizados, cada um com uma finalidade diferente. Há uma infinidade de protocolos, citaremos alguns protocolos da camada de aplicação do modelo de referência TCP/IP (explicado logo a baixo) que são os mais utilizados. HTTP: HyperText Transfer Protocol é um protocolo de comunicação utilizado para transferência de páginas HTML do computador para a Internet. SNMP, Simple Network Management Protocol é um protocolo de gerência típica de redes TCP/IP, da camada de aplicação, que facilita o intercâmbio de informação entre os dispositivos de rede, como placas e comutadores. O SNMP será detalhado mais a baixo. POP3: Post Office Protocol é um protocolo utilizado no acesso remoto a uma caixa de correio eletrônico. Ele está definido no RFC 1225 e permite que todas as mensagens contidas numa caixa de correio eletrônico possam ser transferidas sequencialmente para um computador local. 28 SMTP: Simple Mail Transfer Protocol (SMTP) é o protocolo padrão para envio de e-mails através da Internet. SMTP é um protocolo relativamente simples, baseado em texto simples, onde um ou vários destinatários de uma mensagem são especificados sendo, depois, a mensagem transferida. NTP: Network Time Protocol é um protocolo para sincronização dos relógios dos computadores baseado no UDP (TCP/IP), baseados em alguma fonte confiável de tempo. DHCP: Dynamic Host Configuration Protocol é um protocolo de serviço TCP/IP que oferece configuração dinâmica de terminais, com concessão de endereços IP de host e outros parâmetros de configuração para clientes de rede. Como citado anteriormente, estes são protocolos da camada de aplicação, porém não os únicos. Entretanto, é comum o monitoramento de tais protocolos para verificar se o serviço que eles empregam está funcionando. 2.2.2 Modelo de referência OSI O modelo OSI (Open System Interconnection) foi desenvolvido em 1984 pela ISO (International Standardization Organization). Seu propósito foi desenvolver um padrão aberto, que pudesse ser seguido por futuros protocolos de rede. Esse modelo possui sete camadas, também denominadas de níveis, que juntas formam uma pilha, onde cada camada na pilha recebe e provê informações para as camadas adjacentes. Tanto (TANENBAUM, 2003) quanto (TORRES, 2014) veem como objetivo da OSI facilitar a interconexão de sistemas de computadores, a ISO desenvolveu esse modelo de referência teórico chamado para que os fabricantes pudessem criar protocolos a partir desse modelo, tendo como objetivo a padronização internacional. Teoricamente, cada camada possui um protocolo responsável por ela, cada camada presta um serviço para sua camada superior, esse serviço é encapsulado, ou seja, cada camada não sabe como e o que foi feito pela outra camada, basta ela saber o que precisa 29 receber e o que precisa enviar. Protocolos são regras de controle que gerem os pacotes que são trocados pelas camadas. O modelo OSI possui sete camadas, completamente independente entre si, sendo elas: Aplicação: Responsável pela interface entre a pilha de protocolos e o aplicativo que solicitou ou receberá a informação. Exemplo de protocolos dessa camada: HTTP, FTP, SMTP; Apresentação: Responsável por converter os dados recebidos da camada de aplicação em um formato comum para ser usado pela transmissão desse dado, nessa camada que ocorre a compressão de dados e também a criptografia, o SSL é um protocolo dessa camada; Sessão: Responsável por estabelecer uma sessão de comunicação e sincronização; Transporte: Responsável por receber os dados vindo da camada de sessão, dividi- los em pacotes de dados, repassar e assegurar que todos chegarão à camada de rede. Os protocolos mais conhecidos dessa camada são o TCP e o UDP; Rede: Responsável pelo endereçamento lógico dos pacotes de dados (comunicação entre diferentes arquiteturas de rede, por exemplo um pacote de dados saindo de uma rede Ethernet e chegando, com sucesso, a uma rede Token Ring) e pela tradução de endereços lógicos em endereços físicos, é responsabilidade da camada de Rede saber qual a rota que os pacotes terão que realizar para chegar ao seu destino. O protocolo IP pertence a essa camada; Enlace: Ou link de dados é responsável por receber os pacotes da camada de rede e transformá-los em quadros ou células que irão trafegar pela rede, adicionando informações como endereço da placa de rede de destino e checksum. É responsabilidade dessa camada, verificar se o meio está disponível para uso; 30 Física: É a responsável por tratar a transmissão dos bits puros, ou seja transmite os quadros em sinais elétricos, luminosos ou de radiofrequência. Assim como a camada de Enlace, a camada Física é controlada por hardware. Fazem parte dessa camada os protocolos Ethernet, Token Ring, FDDI, X.25, Retransmissão de Quadros, RS- 232, v.3; Figura 8: O modelo de referência OSI Fonte: (TANENBAUM 2003) A figura 8 demonstra, de acordo com (TANENBAUM, 2003), como estão dispostas as camadas do modelo OSI e qual caminho segue seus protocolos. Cabe observar, que essas definições foram tratadas de forma resumida, visto que elas são assunto para livros inteiros. 31 2.2.3 Modelo de referência TCP/IP O conjunto de protocolos TCP / IP funciona em um modelo de rede OSI. Cada camada tem sua própria funcionalidade definida de forma muito clara. O TCP é um protocolo da camada de transporte, e o IP é uma camada de rede. O TCP gerencia a conexão e a integridade dos dados, enquanto que o IP é responsável pela entrega de dados para o destino correto. A camada de enlace controla a transmissão e recepção de pacotes de dados através da conversão em sinais digitais e conversão de sinais em dados digitais. O meio físico, na verdade, carrega todos os dados e sinais de controle, sob a forma de tensão ou ondas, (SETH e VENKATESULU, 2008). O IP, por outro lado, transporta dados TCP através da internet. O IP tem muitas funcionalidades, como roteamento, enviando de volta mensagens de erro para o remetente, criptografia de pacotes, NAT, e assim por diante. O modelo TCP/IP baseia-se em quatro camadas, todos os protocolos que pertencem ao conjunto de protocolos TCP/IP estão localizados nas três camadas superiores. Figura 9: O Modelo TCP/IP Fonte: (MICROSOFT TECHNET, 2015) Aplicação: Define os protocolos de aplicativos TCP/IP e como os programas host estabelecem uma interface com os serviços de camada de 32 transporte para usar a rede.HTTP, HTTPS, FTP, e muitos outros conhecidos fazem parte desta camada; Transporte: Fornece gerenciamento de sessão de comunicação entre computadores host. Define o nível de serviço e o status da conexão usada durante o transporte de dados, exemplo de pacotes são TCP, UDP, RTP; Internet: Empacota dados em quadros IP, que contêm informações de endereço de origem e de destino usadas para encaminhar quadros entre hosts e redes. Executa o roteamento de quadros IP. Os protocolos IP, ICMP, ARP, RARP pertencem a essa camada; Interface com a Rede: Especifica os detalhes de como os dados são enviados fisicamente pela rede, inclusive como os bits são assinalados eletricamente por dispositivos de hardware que estabelecem interface com um meio da rede, como cabo coaxial, fibra óptica ou fio de cobre de par trançado. Os protocolos Ethernet, Token Ring, FDDI, X.25, Retransmissão de Quadros, RS-232, v.3 fazem parte desta camada. Figura 10: Comparação OSI / TCP Fonte: (TORRES, 2014) 33 2.3 Gerenciamento de Rede O gerenciamento de rede pode ser definido como a coordenação (controle de atividades e monitoração de uso) de recursos materiais (modems, roteadores, etc.) e lógicos (protocolos), fisicamente distribuídos na rede, assegurando, na medida do possível, confiabilidade, tempos de resposta aceitáveis e segurança das informações. O modelo clássico de gerenciamento pode ser dividido em três etapas: Coleta de dados: um processo, em geral automático, que consiste de monitoração sobre os recursos gerenciados; Diagnóstico: consiste no tratamento e análise realizados a partir dos dados coletados. O computador de gerenciamento executa uma série de procedimentos (por intermédio de um operador ou não) com o intuito de determinar a causa do problema representado no recurso gerenciado; Ação ou controle: Uma vez diagnosticado o problema, cabe uma ação, ou controle, sobre o recurso, caso o evento não tenha sido passageiro (incidente operacional). 2.3.1 O Modelo de gerenciamento FCAPS O FCAPS é um modelo de gerência de rede criado pela ISO para auxiliar as principais funções de sistemas de gerenciamento de redes. Ele está descrito na ISO/IEC 7498-412. O FCAPS inclui o fornecimento, integração e coordenação de hardwares, softwares, além do profissional humano para monitorar, testar, configurar, consultar, analisar, avaliar e controlar uma rede. Seus recursos necessitam atender a requisitos de desempenho, qualidade de serviço (QoS), segurança e operação em tempo real dentro de um custo compreensivelmente justo para empresa ou corporação. Ele é baseado em cinco princípios de gerencia, sendo eles: 12 http://www.iso.org/iso/catalogue_detail.htm?csnumber=14258 34 Gerenciamento de falha: O gerenciamento de falha engloba: detecção da falha, isolamento e correção de operações anormais do ambiente OSI. Falhas causam sistemas abertos a não conseguirem atingir seus objetivos operacionais, e elas podem ser constantes ou momentâneas. Falhas se manifestam em eventos particulares, como erros, na operação de um sistema aberto. A detecção de erros fornece a capacidade de identificar falhas. Funções do gerenciamento de falhas incluem: Manter e examinar logs de erros Agir de acordo com notificações de detecção de erros Rastrear e identificar falhas Realizar sequências de testes de diagnóstico Corrigir falhas Gerenciamento de configuração: O gerenciamento de configuração identifica, exerce controle, coleta e fornece dados para sistema abertos com o objetivo de preparar, inicializar, prover a contínua operação e terminar serviços de interconexão. Funções do gerenciamento de configuração incluem: Definir os parâmetros que controlam a operação cotidiana do sistema aberto Associar nomes com objetos gerenciados e conjuntos de objetos gerenciados Inicializar e encerrar objetos gerenciados Coletar informações da demanda sobre o estado atual do sistema aberto Obter informações sobre mudanças significativas no estado do sistema aberto Alterar a configuração do sistema aberto Gerenciamento de contabilidade: O gerenciamento de contabilidade possibilita que sejam estabelecidas cobranças pelo uso dos recursos no ambiente OSI, e que os custos sejam identificados. Funções do gerenciamento de contabilidade incluem: Informar aos usuários sobre custos gerados ou recursos consumidos Possibilitar que sejam estabelecidos limites de contabilidade e tarifas diferenciadas associadas ao uso dos recursos 35 Permitir que os custos sejam combinados quando múltiplos recursos forem requisitados para alcançar um determinado objetivo de comunicação Gerenciamento de desempenho: Para permitir a avaliação do comportamento dos recursos no ambiente OSI, assim como a eficácia nas atividades de comunicação, existe o gerenciamento de desempenho. Suas funções incluem: Coletar informações estatísticas Manter e examinar logs dos estados do sistema Determinar o desempenho do sistema sob condições naturais e artificiais Modificar os modos de operação do sistema com o objetivo de conduzir atividades de gerenciamento de desempenho Gerenciamento de segurança: O objetivo do gerenciamento de segurança é apoiar a aplicação de políticas de segurança através de funções que incluem: A criação, deleção e controle de serviços e mecanismos de segurança A distribuição de informações de segurança A descrição de eventos relacionados à segurança FAULT (Falha) CONFIGURATION (Configuração) ACCOUNTING (Contabilidade) PERFORMANCE (Desempeho) SECURITY (Segurança) F C A P S Figura 11: O modelo de gerência FCAPS Fonte: Elaborado pelo próprio autor 36 2.3.2 SNMP Devido a evolução dos ambientes computacionais, houve também um aumento na complexidade de gerenciar e monitorar. Para resolver esse problema, surgiram várias soluções para auxiliar no gerenciamento de redes. Esses programas de gerenciamento de rede reúnem várias ferramentas de monitoramento e de controle. Sua função é coletar estatísticas do movimento dos dados e vigiar as condições que excederem o limite dos programas. Ao detectar algum problema, alertam o programa de gerenciamento central, o que pode desencadear ações de reinicialização, roteamento ou em pedido de ajuda através de alarmes e avisos, (MAURO e SCHMIDT, 2005). De uma forma geral, os fabricantes adotam padrões que permitem a operação de programas gerenciadores. Dentre esses o mais conhecido é SNMP. O SNMP foi apresentado em 1988 para atender a demanda por um protocolo que pudesse gerenciar dispositivos IP. É um protocolo da camada de aplicação que tem como objetivo coletar e transportar informações dos dispositivos encontrados na rede. Com isso ele possibilita ao administrador gerenciar o desempenho da rede monitorando hardware de equipamentos como interfaces de redes, processadores, memória, além de outros dados como fabricante, modelo e temperatura. Ele usa um simples conjunto de comandos para recuperar e configurar informações. Muitos tipos de dispositivos suportam SNMP, incluindo roteadores, switches, servidores, estações de trabalho, impressoras, modem e fontes de alimentação ininterrupta (nobreaks). A informação que você pode monitorar varia de itens relativamente simples e padronizados, como a quantidade de tráfego de uma interface de rede a informações como a temperatura do ar dentro de um roteador, MAURO e SCHMIDT (2005) O SNMP trabalha com basicamente cinco comandos: GET: Leitura de um valor de uma ou mais variáveis SET: Atribui um valor a uma variável GET-NEXT: permite ler o valor de uma ou mais instâncias de variáveis sem conhecer o nome exato da mesma GET-RESPONSE: retorna o resultado de umaoperação de leitura 37 TRAP: Um comando que o dispositivo gerenciado envia ao agente com alguma informação. É um evento disparado pelo objeto gerenciado envia ao NMS A topologia de uma rede gerenciada por meio de SNMP inclui 03 (três) elementos: 1. Dispositivos Gerenciados: São os dispositivos da rede que serão gerenciados e que possuem suporte ao protocolo SNMP, exemplo: roteadores, switches, dispositivos wireless, servidores entre outros menos comum como catracas e câmeras IP. 2. Agentes: Módulos de software que armazenam informações dos dispositivos gerenciados (roteadores, switches...) em uma base de informações altamente estruturada conhecida como MIBs (Management information base). Em um roteador pode-se ler a quantidade de pacotes que passam por uma interface, estes dados são armazenados pelos agentes em uma base local (MIBs) dentro do próprio roteador. Os agentes também podem armazenar informações como quantidade de processamento, ocupação de memória, temperatura do dispositivo, quantidade mensagens de erro, número de bytes e de pacotes recebidos e enviados, quantidade de mensagens de broadcast enviadas e recebidas entre ouras varáveis de gerenciamento. 3. Sistemas de Gestão de Redes (NMS - Network-Management Systems): Sistema responsável pelo monitoramento e controle dos dispositivos gerenciados. Permite que os administradores de redes visualizem as informações de leitura SNMP, através de gráfico, tabelas, relatórios, alertas por e-mail ou envio de SMS. Um exemplo de NMS é o Zabbix ou Nagios. 38 NMS Estação de Gerenciamento Dispositivo de Rede COMUNIDADE SNMP MIB Management Information Base MIB Management Information Base SNMP TRAP SNMP SET SNMP GET / GET - NEXT Figura 12: Funcionamento do SNMP Fonte: Elaborado pelo próprio autor O Internet Engineering Task Force13 (IETF) é responsável pela definição do padrão de protocolos que regem o tráfego de Internet, incluindo SNMP. O IETF é quem publica os RFC (Requests for Comments), que são as especificações para muitos protocolos existentes. A seguinte lista inclui todas as versões do SNMP atuais. SNMP versão 1 (SNMPv1): O SNMPv1 tem sua origem no protocolo SGMP (Simple Gateway Monitor Protocol) que está definido na RFC 1028. É a versão inicial do protocolo SNMP e está definido na RFC 1157. A segurança da SNMPv1 é baseada em comunidades, que nada mais são do que as senhas de texto simples: uma sequência de caracteres que permite que qualquer aplicação baseada em SNMP que a conheça possa ganhar o acesso à informação de gestão de um dispositivo. Há tipicamente três comunidades em SNMPv1: somente leitura, leitura e escrita, e trap, (MAURO e SCHMIDT, 2005). O SNMPv1 consiste de três documentos: RFC 1155 define o Structure of Management Information (SMI). Ou seja, os mecanismos usados para descrever e nomear os objetos que serão gerenciados RFC 1212 define um mecanismo de descrição mais conciso mas é inteiramente consistente ao SMI. RFC 1157 define o Simple Network Management Protocol (SNMP) 13 https://www.ietf.org/ 39 SNMP versão 2 (SNMPv2): Na versão 2 do SNMP foram introduzidas várias melhorias em relação à versão anterior, entre elas vale a pena destacar a possibilidade de comunicação entre entidades gerentes através das mensagens InformRequest, que tornou possível o gerenciamento distribuído. É definido na RFC 3416, RFC 3417 e RFC 3418. O SNMPv2 possui algumas vantagens sobre o SNMPv1. São elas: Melhora na eficiência e na performance: operador GetBulkRequest; Notificação de evento confirmado: operador InformRequest; Maior detalhamento dos erros; Modos facilitados de criação e deleção de linhas na MIB; Melhorias na definição da linguagem de dados. Alguns objetivos iniciais do projeto não foram implementados. Os objetivos não alcançados incluem o fornecimento de segurança tais como: Autenticação: identificação da origem, integridade da mensagem; Privacidade: confidencialidade; Autorização e controle de acesso. SNMP versão 3 (SNMPv3): Além de ser a mais recente versão do SNMP, O SNMP versão 3 foi criado para suprir uma necessidade de padronização que se fez necessária com as várias variações do SNMPv2 que tentavam criar soluções de segurança para o protocolo. Sua principal contribuição, a gestão da rede, é a segurança. Ele adiciona suporte para autenticação forte e comunicação privada entre entidades gerenciadas. Em 2002, ele finalmente fez a transição do projeto de norma para a norma completa. Os seguintes RFC definiram a norma: RFC 3410, RFC 3411, RFC 3412, RFC 3413, RFC 3414, RFC 3415, RFC 3416, RFC 3417, RFC 3418 e RFC 2576, (MAURO e SCHMIDT, 2005). Além das definições das questões de segurança, o projeto do SNMPv3 também objetivou uma padronização de implementação das entidades (agente/gerente), modularizando suas funcionalidades, o que facilita a evolução de alguns mecanismos do protocolo sem exigir que novas versões sejam lançadas. Outros objetivos eram a manutenção 40 de uma estrutura simples, facilitar a integração com outras versões e, sempre que possível, reaproveitar as especificações existentes. O SNMPv3 incorporou o SMI e o MIB do SNMPv2, assim como também utilizou as mesmas operações do SNMPv2, apenas com uma reescrita da norma para uma compatibilização da nomenclatura. Novas ferramentas foram adicionadas no SNMPv3. São elas: Segurança; Autenticação e privacidade; Autorização e controle de acesso; Modelo administrativo; Nomeação das entidades; Gerência das chaves; Notificação dos destinos; 2.3.3 Sistemas de Monitoramento e Gerência Um sistema de gerência de rede pode ser definido como um conjunto de ferramentas integradas para o monitoramento e controle, que oferece uma interface única e que traz informações sobre o status da rede podendo oferecer ainda um conjunto de comandos que visam executar praticamente todas as atividades de gerenciamento sobre o sistema em questão. Segundo (FRY e NYSTROM, 2009), a arquitetura geral dos sistemas de gerenciamento de redes apresenta quatro componentes básicos: “Os elementos gerenciados, as estações de gerência, os protocolos de gerenciamento e as informações de gerência.” Os elementos gerenciados são dotados de um software chamado agente, que permite o monitoramento e controle do equipamento através de uma ou mais estações de gerência. A princípio, qualquer dispositivo de rede (impressoras, roteadores, repetidores, switches, etc.) pode ter um agente instalado. Nas estações de gerência encontramos o software gerente, responsável pela comunicação direta desta estação com os agentes nos elementos gerenciados. Claro que para que aconteça a troca de informações entre o gerente e os agentes é necessário ainda um 41 protocolo de gerência que será o responsável pelas operações de monitoramento e de controle, (FRY e NYSTROM, 2009). Gerentes e agentes podem trocar tipos específicos de informações, conhecidas como informações de gerência. Tais informações definem os dados que podem ser utilizados nas operações do protocolo de gerenciamento. O sistema de gerenciamento de uma rede é integrado e composto por uma coleção de ferramentas para monitorar e controlar seu funcionamento. Uma quantidade mínima de equipamentos separados é necessária, sendo que a maioria dos elementos de hardware e software para gerenciamento está incorporada aos equipamentos já existentes. Grande parte das ferramentas de gerência de redes utiliza o RRDTool, um sistema de base de dados Round-Robin criado por Tobias Oetiker sob licença GNU GPL. Foi desenvolvido para armazenar uma série de dados numéricos sobre o estado de redes de computadores, porém pode ser empregado no armazenamento de qualquer outra série de dados como temperatura, CPU e outros.RRD é a abreviação de Round Robin Database. Alguns dos principais Sistemas de monitoramento da atualidade, são: NAGIOS: É uma aplicação de monitoramento de redes de código aberto bastante popular. Ele permite monitorar tanto hosts quanto serviços, alertando o administrador quando ocorrerem problemas na rede. É utilizado por administradores de redes para que possam ter um controle sobre os serviços e equipamentos de sua rede. Foi idealizado inicialmente para ser utilizado em sistemas operacionais Linux e, a partir da versão 3.0.4, tornou-se compatível com outros Sistemas Operacionais, (KOCJAN, 2014). A características principais do Nagios são: o monitoramento de serviços de rede como tráfego de dados de host e serviços que podem ser definidos pelo administrador da rede, além de monitorar serviços como SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), POP3 (Post Office Protocol), HTTP (HyperText Transfer Protocol), NNTP (Network News Transfer Protocol), ICMP (Internet Control Message Protocol) e SNMP (Simple Network Management Protocol). O Nagios monitora também os recursos de servidores como logs do sistema, carga do processador, uso de memória e uso de disco. O Nagios também trabalha com plug-ins, permitindo adicionar novas funcionalidades ao mesmo. Os plug-ins podem ser desenvolvidos em qualquer linguagem, mas a grande maioria é desenvolvida em perl e python, (BENINI e DAIBERT, 2013). 42 Um de seus pontos negativos é sua interface web, que não foi atualizada com o passar dos anos e tornou-se pouco amigável, principalmente para a configuração do sistema. Suas principais características são: Monitoramento de serviços de rede; Monitoramento de recursos de dispositivos; Monitoramento de sensores; Diversos plug-ins criados pela comunidade Notificação de usuários sobre falhas Possibilidade de armazenar dados em arquivos de texto ao invés de banco de dados. Figura 13: Tela Inicial – Nagios Fonte: (BENINI e DAIBERT, 2013) ZENOSS: O ZenOSS foi desenvolvido em 2002. Trata-se de um sistema robusto, e uma de suas características é sua facilidade na configuração, gráficos de qualidade e uma comunidade ativa, (MOHR, 2012). Toda sua coleta de dados é feita via SNMP, bastando o servidor buscar essas informações no dispositivo a ser monitorado. Isso afeta um pouco a questão de flexibilidade 43 já que os únicos dados capturados são os disponíveis nas tabelas MIB do dispositivo com SNMP. Seu ponto negativo é a segurança, pois não há uma documentação específica neste quesito, além de seu front-end ser web e não possuir o mesmo nível de segurança de seus concorrentes. Sua instalação é mais complexa que os demais o que exige um conhecimento mais profundo em ambientes Unix-Like. Outro ponto ruim é que sua versão Open Source é limitada, necessitando adquirir a versão paga para ter acesso a todos os recursos da ferramenta Sua interface também é a que mais se destaca, pois é atrativa e bem trabalhada. Entretanto, sua interface web é lenta devido a ser desenvolvida em Zope, (BADGER, 2008). Figura 14: Interface do ZenOSS Fonte: Zenoss Inc.14 CACTI: É uma ferramenta que recolhe e exibe informações sobre o estado de uma rede de computadores através de gráficos, sendo um front-end para a ferramenta RRDTool, que armazena todos os dados necessários para criar gráficos e inseri-los em um banco de dados MySQL. Foi desenvolvido para ser flexível de modo a se adaptar facilmente a diversas necessidades, bem como ser robusto e fácil de usar. Monitora o estado de elementos da rede e programa bem como a largura de banda utilizada e uso de CPU. O Front-end é 14 http://www.zenoss.com/ 44 escrito em PHP e contém suporte as três versões do protocolo SNMP. Sua arquitetura prevê expansão através de plug-ins criadas pela comunidade que adicionam novas funcionalidades, (BLACK, 2008). Dentre os principais recursos destacam-se Manipulação de dados em gráficos; Suporte à SNMP Templates para gráficos; Templates para fonte de dados Templates para dispositivos; Autenticação por LDAP. Entretanto, uma grande dificuldade encontrada pelos usuários do CACTI é o fato do mesmo não possuir agente de descoberta automático, assim o administrador de rede tem que adicionar cada host manualmente à ferramenta. Figura 15: Painéis do CACTI Fonte: CACTIC.NET15 15 http://www.cacti.net 45 Essas soluções possuem suas vantagens e desvantagens e são semelhantes entre si, e seu desempenho poderá variar dependendo do escopo em que forem implantadas. Entretanto, todas são concorrentes da solução escolhida, o Zabbix. 2.4 Segurança da Informação e de Redes O Security Handbook NIST Computer (NIST, 1995) define a segurança da computação seguinte forma: A proteção conferida a um sistema de informação automatizada, a fim de atingir os objetivos aplicáveis de preservação da integridade, disponibilidade e confidencialidade dos recursos do sistema de informação (inclui hardware, software, firmware, informações / dados e telecomunicações). A gestão de segurança de TI evoluiu consideravelmente ao longo das últimas décadas. Isso tem ocorrido em resposta ao rápido crescimento e dependência de sistemas informáticos de trabalho e do aumento associado em riscos para esses sistemas. Na última década, foram publicadas uma série de normas nacionais e internacionais. Estes representam um consenso sobre a melhor prática no campo. A Organização Internacional de Normalização (ISO) reviu e consolidou um número destas normas na série ISO 27000, (BOSWORTH e JACOBSON, 2014). A informação é um ativo que, como qualquer outro ativo importante, tem um valor para a organização e, consequentemente necessita ser adequadamente protegido. De acordo com (CARUSO e STEFFEN, 2006), independente do setor da economia em que a organização atue, as informações estão relacionadas intimamente com seus processos de produção e de negócios. Hoje, a crescente complexidade do mercado, a forte competição e a velocidade imposta pela modernização das relações corporativas elevaram a importância estratégica da informação para os negócios. De sua gestão, pode depender o sucesso ou fracasso de uma organização A descentralização da informação em compartimento em redes, a necessidade de conexão entre parceiros, o acesso rápido, a atualização constante da base de dados, a integração de unidade de negócios e colaboradores internos, a disponibilidade para o cliente, tudo isto incluindo na grande trama digital em constante expansão que é a internet, são apenas alguns dos fatores que transformaram a informação na principal moeda de troca do mundo corporativo. 46 A Segurança da informação é caracterizada, de acordo com (FERREIRA, 2003) e também (STALLINGS, 2012) por três propriedades principais: Confidencialidade: Propriedade que limita o acesso à informação a entidades legítimas, ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário de tal informação Disponibilidade: Se refere ao acesso à informação quando é preciso, com fácil localização e disseminação. Propriedade que garante que a informação esteja sempre disponível para seu uso legítimo, ou seja, pelos usuários autorizados pelo proprietário da informação. Integridade: Se refere à garantia que a informação não sofreu nenhum tipo de fraude. Propriedade que garante que a informação manipulada mantenha todas as características originais definidas pelo proprietário da informação, incluindo o controle de mudanças e a garantia de seu ciclo de vida (nascimento, manutenção e destruição). Figura 16: A pirâmide da Segurança da Informação Fonte: (STALLINGS, 2012) O maior desafio da indústria mundial de segurança é, e talvez sempre tenha sido, oferecer soluções no tempo mais curtopossível, a partir da descoberta de determinada ameaça ou problema. É importante ressaltar que muitas empresas não sobrevivem mais do que poucos dias a um colapso em seu fluxo de informação, (CARUSO e STEFFEN, 2006). Uma das principais portas de entrada para incidentes de segurança no setor corporativo é a Internet. Isto se deve ao fato de que a maioria das empresas permite que seus 47 funcionários e terceiros, tenham acesso total, por extranets, por links dedicados ou pela web. Apesar do uso de conexões criptografadas e outros cuidados, na prática, isso pode não ser suficiente. É importante que a empresa avalie no mapa da rede, todos os pontos que devem ser cobertos por processos seguros. Isso pode ser feito começando pela avaliação de infraestrutura de TI e a utilização do diagrama da arquitetura da rede para determinar como e onde os usuários internos e externos podem ter acesso ao ambiente ou sistema. Em seguida, é recomendado que os sistemas da instituição sejam checados contra invasões, fisicamente e logicamente. Fisicamente podemos verificar quem possui acesso ao local e por quanto tempo pode ficar no mesmo, por exemplo. Já a segurança lógica pode ser avaliada através de ferramentas de escaneamento de portas, de proxies e verificação de serviços desnecessários nos servidores. Possuir uma lista com todos os servidores e sistemas críticos para a empresa constitui outra boa iniciativa, complementada pela lista de funcionários que instalaram-na e/ou desenvolveram-na. Também é fundamental criar uma lista para todos os administradores de rede, especificando quem são os encarregados dos sistemas, um por um. Para funcionários, deve ser definida uma política que explique como utilizar de forma adequada as informações corporativas. Por exemplo, podem ser enumeradas as medidas que devem ser tomadas quando surgir uma suspeita de invasão ou infecção na rede ou em um microcomputador. Estes profissionais também devem ser instruídos sobre como lidar com suas senhas de aceso aos sistemas e se podem ou não deixar seus computadores ligados ao sair, para evitar a exposição de informações internas a pessoas não autorizadas, (STALLINGS, 2012). 2.4.1 Ameaças e Vulnerabilidades São consideradas ameaças quaisquer elementos que possam explorar vulnerabilidades e, dessa forma, causar problemas nos ativos de rede e em seus sistemas. Algumas classificações acerca de ameaças são, (SOUZA, 2007): Ameaças Naturais: Condições naturais, como terremotos, incêndios, inundações; 48 Ameaças Intencionais: Propositais, como vírus de computador, fraude, vandalismo, roubo de informações, etc; Ameaças Involuntárias: Acidentes, falhas não voluntárias, causado por falta de conhecimento ou sem intenção. Vulnerabilidades são falhas ou deficiências do sistema de origens diversas, que quando não identificadas a tempo ou não devidamente tratadas podem revelar brechas para ataques, (NAKAMURA, 2000). Essas vulnerabilidades provém de diversas origens, como lista SEMOLA16 apud (SOUZA, 2007): Agentes da Natureza: Poeira, calor excessivo, humidade, elementos que causam dano a ativos; Hardware: Hardware antigo, tecnologia ultrapassada, mal fixação; Software: Falhas no desenvolvimento; Mídias de armazenamento: Falhas no armazenamento e inclusão de malwares, são alguns exemplos; Meios de comunicação: Cabeamento corrompido, baixa segurança em Hotspots. Humanas: Aspectos relacionados ao vazamento de informações, má utilização de equipamento e software, falta de treinamento, etc. 2.4.2 Mecanismos de Segurança de Redes São chamadas de ferramentas de segurança de informação o conjunto de software, hardware e técnicas empregadas com o objetivo de combater ataques à rede, diminuir vulnerabilidades e, consequentemente, aumentar a segurança da rede, (SOUZA, 2007). O desenvolvimento de bons mecanismos de segurança para redes é, geralmente, baseado nos princípios de STALLINGS: O Antivírus: Ferramentas antimalware são aquelas que procuram detectar e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computador. O antivírus é o termo 16 http://www.semola.com.br/ 49 mais utilizado para esse tipo de software pois, apesar do nome indicar que o programa apenas irá atuar contra vírus, a grande maioria dos novos aplicativos antivírus também faz varreduras de outras pragas virtuais como worms, trojans e adwares, como apontado pela cartilha do (CERT.BR, 2014). Faz varredura de arquivos maliciosos disseminados pela internet ou por correio eletrônico. Basicamente, sua função se relaciona com a ponta do processo, ou seja, com o usuário que envia e recebe dados; as vezes pode estar no servidor ou inclusive em um provedor de serviços, garantindo assim, a integridade dos dados. Balanceamento de Carga: Ferramentas relacionadas com a capacidade de operar de cada servidor da empresa. Permitem que, em horários de grande utilização da rede, seja possível determinar a hierarquia do que está sendo trafegado, assim como o equilíbrio da carga disseminada entre os servidores. Um dos papéis da segurança corporativa é garantir a disponibilidade da informação, algo que pode ser comprometido, se não houver um controle preciso da capacidade de processamento da empresa. Firewall: É uma solução de segurança baseada em hardware ou software que, a partir de um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem ser executadas. Atua como uma barreira e tem a função de controlar os acessos. São soluções que administram tudo o que deve entrar e sair da rede corporativa. Tecnicamente, a definição de firewall é algo simples. “Firewall é todo esforço físico e lógico utilizado para prover segurança de uma rede de computadores”, (FILHO, 2013). Os Firewalls podem ser dividos em duas grandes classes: Filtros de pacotes e servidores proxys, (LAUREANO, 2005): o Filtros de Pacotes: A filtragem de pacotes é um dos principais mecanismos que, mediante regras definidas pelo administrador do firewall, permite ou não a passagem de datagramas IP’s em uma rede. Por exemplo, filtrar pacotes SSH impedindo que o trafego SSH seja realizado na rede. o Servidores Proxy: Permite executar a conexão ou não a serviços de uma rede indiretamente. Normalmente os proxies são 50 utilizados também como caches de conexão com serviços web, dessa forma acelerando a resposta a certos serviços e páginas da web. Sistema Detector de Intrusão (IDS): É uma ferramenta que tem como função monitorar o tráfego contínuo da rede e identificar ataques em tempo real. É um complemento do firewall. O IDS se baseia em dados dinâmicos para realizar sua varredura como por exemplo, pacotes de dados com comportamentos suspeitos e códigos de ataque, (FILHO, 2013). Varredura de vulnerabilidade: Os portscan são produtos que permitem realizar verificações regulares em determinados componentes de sua rede, tais como servidores e roteadores. O objetivo dessas ferramentas é encontrar brechas de sistemas ou de configurações. Seu funcionamento consiste em realizar uma varredura no alvo buscando portas abertas, essa técnica é utilizada tanto por atacantes que buscam descobrir brechas para invasão quanto por profissionais de SI que procuram verificar quais portas realmente necessitam estar abertas para funcionamento de determinado serviço. Um exemplo de scanner de rede é o conhecido Wireshark17. Algumas portas lógicas que podem ser descobertas por uma ferramenta de varredura: o SSH: Porta 22; o HTTP: Porta 80; o Telnet: Porta 23. Rede virtual privada (VPN): VPNs são redes virtuais sobrepostas às redes públicas, mas com a maioria das propriedades das redes privadas, (TANENBAUM, 2003). São chamadas de virtuais
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