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FACULDADE ÚNICA JUSCELEI APARECIDA DE OLIVEIRA NEUROPSICOLOGIA NA PRÁTICA CLÍNICA FARROUPILHA–RS 2020 JUSCELEI APARECIDA DE OLIVEIRA NEUROPSICOLOGIA NA PRÁTICA CLÍNICA Artigo Científico apresentado à Faculdade Única, como parte das exigências para a obtenção do título de Neuropsicológia FARROUPILHA–RS 2020 NEUROPSICOLOGIA NA PRÁTICA CLÍNICA Juscelei Aparecida de Oliveira RESUMO O objetivo deste artigo é descrever a Neuropsicológia na prática clínica, na prática clínica encontra se o profissional capacitado a entender as relações entre as funções cerebrais e as alterações do comportamento. O trabalho nesse contexto é desenvolvido de forma prática e objetiva. Investiga, avalia, e cria hipóteses a partir dos dados clínicos que levam ao diagnóstico e por consequência indica tipos de intervenções e reabilitações. O trabalho dentro da clínica deve ir além de uma anamnese completa, utiliza testes psicométricos e neuropsicológicos, normalmente organizados em baterias fixas ou flexíveis. A Neuropsicologia Clínica destaca-se e ganha importância dentro da prática clínica. É considerada uma disciplina aplicada, um campo do conhecimento que investiga as relações entre as condições normais quanto nas patológicas. Sua relevância torna possível e fundamental um trabalho com um caráter interdisciplinar ou multidisciplinar, (Fonoaudiologia, Psicologia, medicina, psicopedagogia). Foi utilizada como metodologia uma revisão de literatura com busca dos dados nas seguintes bases de dados Scielo: www.scielo.org. Google Acadêmico https://scholar.google.com.br, PePSIC, além de material bibliográfico e livros. Palavras chave: Neuropsicológo Clínico, prática clínica, diagnostico, intervenção, reabilitação. 1 INTRODUÇÃO O Neuropsicólogo Clínico dentro da prática clínica, objetiva fornecer respostas relacionadas a origem das doenças relacionadas ao cérebro. O interesse principal está em conhecer a amplitude do déficit em um determinado processo ou processos cognitivos e planejar um programa de reabilitação individualizado (RAMOS, & HAMDAN, 2016). Neuropsicologia é um campo do conhecimento que investiga as relações entre o funcionamento do sistema nervo central e as funções cognitiva e o comportamento tanto nas condições normais quanto nas patológicas (CONSENZA, et al., 2008). Para Quemada, & Echeburúa, (2008), a Neuropsicologia clínica é considerada uma disciplina aplicada, uma área de fronteira com a medicina, sobretudo com a neurologia. Consiste em uma ciência híbrida oriunda de diversas disciplinas básicas (neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica e neurofarmacologia) e aplicadas (psicométria, psicologia clínica e experimental, psicopatologia e psicologia cognitiva). Tem como base disciplinas que se preocupam com o estudo do funcionamento do http://www.scielo.org/ https://scholar.google.com.br/ 3 cérebro e do comportamento humano e o resultado dessa interação, (RAMOS, & HAMDAN, 2016). A neuropsicologia na prática clínica tem como objeto do seu trabalho a avaliação europsicológica, procedimento de investigação que se utiliza de entrevistas, observações, provas de rastreio e testes psicométricos para identificar o rendimento cognitivo funcional e a integridade ou comprometimento de uma determinada função cognitiva. Podem ser destacados, dentre seus objetivos, identificar e descrever prejuízos ou alterações no funcionamento psicológico (RAMOS, & HAMDAN, 2016). A avaliação neuropsicológica pode ser aplicada em qualquer pessoa que tenha interesse, usualmente o interesse parte dos pais, professores ou profissionais que tem contato com a individuo quando há alterações ou diferenciações relacionadas ao comportamento ou questões cognitivas (THIERS, V. O., et al. 2005). O procedimento de investigação está ligado diretamente aos objetivos, basicamente formular hipóteses sobre como está o funcionamento cognitivo, facilitando e auxiliando a tomada de decisões sobre possíveis tratamento e abrindo possibilidade de trabalho a diferentes profissionais de amplas áreas. Isso fornece dados mais preciso que facilitam as escolhas de tratamento medicamentosos e até mesmo cirúrgicos (GINDRI, et al., 2012). 2 DESENVOLVIMENTO A Neuropsicologia é uma formação interdisciplinar continuada da Psicologia em nível de pós-graduação que tem como interesse aprofundar os conhecimentos e capacitar a profissional no processo de avaliação e intervenção neuropsicológica. (HAASE, et al., 2012). A Neuropsicologia é considerada uma disciplina científica, uma área do conhecimento que está em desenvolvimento acelerado. Sua interface com diferentes disciplinas é importante e indispensável para uma melhor compreensão dos processos cognitivos normais ou patológicos e de suas mudanças em diferentes estados patológicos (HAASE, et al., 2012). Visto isso, a Neuropsicologia na prática clínica tem um papel relevante, atua no diagnóstico, no acompanhamento, no tratamento e na pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral (THIERS, V. O., et al. 2005). 4 Tem por base seu trabalho de forma prática e objetiva, investiga, avalia, e cria hipóteses a partir dos dados clínicos que levam ao diagnóstico e por consequência indica tipos de intervenções e reabilitações. Age no prejuízo como modificações cognitivas, comportamentais, investiga o sistema nervos central quando atingido por eventos de maneira primários ou secundaria, indo além, nas disfunções da vida prática, profissional, acadêmica, família, problemas bioquímicos elétricos do cérebro (HAASE, et al., 2012). Segundo o autor, entre as funções neuropsicológicas investigadas estão atenção, percepção, orientação auto psíquica, temporal e espacial, linguagem oral e escrita, memória, aprendizagem, funções motoras, práxis raciocínio, cálculos e funções executivas (HAASE, et al., 2012). A neuropsicologia é uma área não exclusiva do psicólogo, o Neuropsicológico Clinico é um profissional que trabalha com um caráter interdisciplinar ou multidisciplinar, (Fonoaudiologia, Psicologia, Medicina, Psicopedagogia) respeitando a diversidade cultural. Está amplamente amparado por conjuntos de procedimentos e técnicas que busca melhorar a vida funcional do indivíduo em seu dia-dia, sempre assegurado por pressuposto teórico e abordagens metodológicas das neurociências e outras áreas ligada a saúde (GINDRI, et al., 2012). Segundo o autor Mäder, M. J. (1996), o trabalho do Neuropsicólogo na prática clínica deve ir além de uma anamnese completa, utiliza testes psicométricos e neuropsicológicos organizados em baterias fixas ou flexíveis. As avaliações neuropsicológicas são muito diversas, baseados principalmente em material desenvolvido em laboratórios de neuropsicologia, neurologia e psicométria, podendo se utilizar também de exames como tomografia computadorizada e ressonância magnética, técnicas que podem ser combinadas à avaliação psicológicas. Para Mäder, M. J. (1996), quando o objetivo é o diagnóstico clínico, é mais adequado utilizar técnicas bem respaldadas na literatura, mesmo que estrangeira, até que estejam disponíveis padronizações mais apropriadas. Os métodos utilizados variam de acordo com a formação de base do profissional e os locais de treinamento. Os materiais disponíveis, na maioria na língua inglesa, abrem um amplo espectro e devem ser selecionados de acordo com as necessidades do examinador. Este deve também observar as particularidades de cada teste quanto a sua sensibilidade e especificidade, considerar os aspectos culturais e limitações do método utilizado.5 Para o autor Oliveira, V. T. et al. (2008), cabe ao Neuropsicólogo Clínico, dentro prática clínica fazer a avaliação neuropsicológica que envolve a integração dos dados da entrevista, registros médicos e escolares (quando disponíveis), e dados da testagem neuropsicológica, possibilitando determinar a presença, do tipo e do grau da disfunção cerebral baseada em uma série de métodos inferenciais. As inferências são feitas a partir do nível de desempenho do sujeito, da presença de sinais patológicos da lateralidade da análise de perfil (em função da patologia apresentada). Por fim deve se realizar a interversão. A intervenção neuropsicológica contempla dois processos interligados, a avaliação e a reabilitação de funções cognitivas. A avaliação consiste na investigação do perfil cognitivo individual. Por sua vez, a reabilitação consiste em programa de intervenção, que objetiva, por meio de estratégias especificas funcionalmente orientadas, recuperar ou adaptar uma função cognitiva prejudicada ou perdida (HAASE et al., 2012). A reabilitação melhora a qualidade de vida dos pacientes e familiares, otimizando o aproveitamento das funções total ou parcialmente preservadas por meio do ensino de estratégias compensatórias, aquisição de novas habilidades e a adaptação às perdas permanentes. O processo de reabilitação proporciona uma conscientização do paciente a respeito de suas capacidades remanescentes, levando-o a uma mudança na auto- observação e, possivelmente, uma aceitação de sua nova realidade (PONTES, L. M. M. et al. 2007). 3 CONCLUSÃO O Neuropsicólogo na prática clínica é o profissional que está apto a entender as relações entre as funções cerebrais e as alterações do comportamento, fundamental para a tomada de decisão em alguns tipos de tratamento clínico. Os campos de atuação em Neuropsicologia Clínica vêm se difundindo a cada dia, sem esquecer a interdisciplinaridade, estende-se para os âmbitos de prevenção, diagnóstico, pesquisa, ensino, avaliação e reabilitação neuropsicológicas, trata os mais variados transtornos do desenvolvimento, adquiridos (normal ou patológico). Saber que a atuação clínica pode trabalhar em prol de melhoras ao longo de toda a 6 vida, podemos direcionar a neuropsicológia clínica para os mais variados contextos como hospital, escolas e pesquisa científica como ciência. A Neuropsicologia na prática clínica tem se mostrado de fundamental importância, pois, interfere diretamente no perfil cognitivo individual, considerando os mais variados déficits e as funções preservadas. Comumente são avaliadas as funções receptivas como habilidades de selecionar, adquirir, processar e integrar informações através da visão, audição, bem como, também, memória e aprendizagem, organização mental, reorganização da informação e as funções expressivas que considera meios nos quais a informação é comunicada ou o modo que é transmitida. A prática clínica possibilita uma investigação séria e confiável, a qual, permite pensar em reabilitação ou intervenção, sempre assegurado por pressuposto teórico e abordagens metodológicas das neurociências e outras áreas ligada a saúde. Subsidiado por baterias de testes validados, que objetiva por meio de estratégias especificas a melhora da função cognitiva prejudicada ou perdida. Sendo assim, conclui-se que a Neuropsicologia na prática clínica é muito importante, uma vez que, está diretamente ligado a tomada de decisões, especialmente em elaboração de programas de reabilitação, sendo significativo em todas as demandas, mas sobretudo quando ocorre prejuízos cognitivos decorrentes de lesões encefálicas ou quando são acometidos de doenças neuropsiquiátricas, objetivando sempre a inserção ou reinserção do indivíduos na comunidade quando possível, ou ainda, na adaptação individual e familiar. Conclui se também, que a prática clínica possibilita um olhar uma vinculação mais aproximando com o indivíduo acometido e nos ensina que o mais importante do que avaliar e como avaliar, a avaliação Neuropsicológica não é apenas a aplicação de testes, e, sim a interpretação cuidadosa dos resultados somada a análise da situação atual do sujeito e contexto em que ele vive. 4 REFERÊNCIAS CONSENZA, Ramon M. et al. Neuropsicologia - Teoria e Prática. 2 ed. Porto Alegre: Artmed (2008). GINDRI, Gigiane et al. Métodos em reabilitação neuropsicológica (2012). Disponível em: <http://www.nnce.org/Arquivos/Artigos/2012/gindri_etal_2012.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2020. http://www.nnce.org/Arquivos/Artigos/2012/gindri_etal_2012.pdf 7 HAASE, Vitor Geraldi et al. Neuropsicologia como ciência interdisciplinar: consenso da comunidade brasileira de pesquisadores/clínicos em Neuropsicologia. Neuropsicologia Latinoamericana, Calle, v. 4, n. 4, p. 1- 8, 2012. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2075- 94792012000400001&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 10 ago. 2020. HAZIN, Izabel et al . Neuropsicologia no Brasil: passado, presente e futuro. Estud. pesqui. Psicol., Rio de Janeiro, v. 18, n. spe, p. 1137-1154, dez. 2018. Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808- 42812018000400007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 26 jul. 2020. MADER, Maria Joana. Avaliação neuropsicológica: aspectos históricos e situação atual. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 16, n. 3, p. 12-18, 1996. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 98931996000300003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 11 ago. 2020. MOREIRA, Jacqueline de Oliveira; ROMAGNOLI, Roberta Carvalho; NEVES, Edwiges de Oliveira. O surgimento da clínica psicológica: da prática curativa aos dispositivos de promoção da saúde. Psicol. cienc. prof., Brasília, v.27, n.4, p.608- 621, Dec. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 98932007000400004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 18 ago. 2020. OLIVEIRA, V. T. et al. (2008). Neuropsicologia: A Expressão comportamental dos Processos Mentaisa: Disponível em: <https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0249.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2020. PONTES, L. M. M. et al. A Reabilitação Neuropsicológica sob a ótica da Psicologia Comportamental. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rpc/v35n1/v35n1a02>. Acesso em: ago. 2020. QUEMADA, J. I., & Echeburúa, E. Funções e treinamento do neuropsicólogo clínico. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2728064>. Acesso em: ago. 2020. RAMOS, Ari Alex; HAMDAN, Amer Cavalheiro. O crescimento da avaliação neuropsicológica no Brasil: uma revisão sistemática. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 36, n.2, p.471-485, June 2016.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 98932016000200471&lng=en&nrm=iso http://dx.doi.org/10.1590/1982- 3703001792013>. Acesso em: 29 ago. 2020. THIERS, V. O., et al. Neuropsicologia: A Expressão Comportamental dos Processos Mentais. Psicologia Com Pt O Portal dos Psicólogos, Porto, Portugal, v. 48, p. 1- 10, 2005. Disponível em: <http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/fNnMpwGka8VlZPF_ 2013-5-13-14-55-23.pdf>. 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