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Transtorno Bipolar | Victória Durand 
 
Transtorno bipolar 
 
O transtorno bipolar está no espectro de esquizofrenia e 
transtorno depressivo, porém não se enquadra em nenhum 
dos dois, sendo considerado uma ponte entre as duas 
classes diagnósticas em termos de sintomatologia, história 
familiar e genética. 
Diagnóstico do transtorno bipolar 
O Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos 
Mentais 5a Ed. (DSM 5) descreve critérios gerais para 
caracterizar os dois principais episódios de humor: 
1. Episódio maníaco (A, B, C, D) 
A. Período de humor anormal e persistentemente elevado e 
expansivo com duração mínima de uma semana e presente 
na maior parte do dia, quase todos os dias. 
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da 
energia ou da atividade, pelo menos três dos seguintes 
sintomas: 1 - autoestima inflada, 2 - redução da necessidade 
de sono, 3 - loquacidade maior, 4 - fuga de ideias, 5 - 
distratibilidade, 6 - aumento da atividade dirigida a objetivos 
ou da agitação psicomotora, 7 - envolvimento excessivo em 
atividades com potencial para consequências dolorosas. 
2. Episódio depressivo maior (A, B, C) 
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram 
presentes durante o mesmo período de duas semanas e 
representam uma mudança em relação ao funcionamento 
anterior: 
1 - Humor deprimido na maior parte do dia, 2 - Diminuição de 
interesse ou prazer nas atividades do dia, 3 - Perda ou ganho 
significativo de peso sem fazer dieta, 4 – Insônia ou 
hipersonia quase diária, 5 - Agitação ou retardo psicomotor 
quase todos os dias, 6 - Fadiga ou perda de energia, 7 - 
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva, 8 - 
Capacidade diminuída de pensar ou se concentrar, 9 - 
Pensamentos recorrentes de morte. 
Transtorno bipolar 
A. Foram atendidos os critérios para pelo menos um episódio 
maníaco (critérios A-D) em associação ou não a um episódio 
depressivo maior. 
B. A ocorrência do(s) episódio(s) maníaco(s) e depressivo(s) 
maior(es) não é mais bem explicada por transtorno 
esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, 
transtorno delirante, transtorno do espectro da 
esquizofrenia ou outro transtorno psicótico com outras 
especificações ou não especificado. 
Tratamento farmacológico 
Convencionalmente concentra-se em: 
ESTABILIZAÇÃO AGUDA: objetiva buscar a recuperação 
sindrômica de uma paciente com mania ou depressão e 
identificar e manejar fatores “desestabilizadores”; 
MANUTENÇÃO: objetiva prevenir recaídas, redução de 
sintomas sublimiares e a recuperação do funcionamento 
social e ocupacional. 
➢ Opções de fármacos 
LÍTIO (Li+) 
Cátion monovalente que pode fazer o papel do Na+ em 
tecidos excitáveis, sendo capaz de permear canais de Na+ 
operados por voltagem e acumular-se dentro das células 
excitáveis. 
Inibe diferentes enzimas e estruturas que participam das 
vias de transdução de sinal. 
• Suprime a sinalização do Inositol pela depleção do 
Inositol intracelular. 
• Inibe a glicogênio sintase quinase-3 (GSK-3), proteína- 
cinase multifuncional componente de diversas vias de 
sinalização intracelulares. 
 
 
 
 
 
A seletividade celular do lítio parece depender da sua captura 
seletiva, refletindo a atividade dos canais de sódio em 
diferentes células. Isso explicaria sua ação relativamente 
seletiva no cérebro e no rim, embora muitos outros tecidos 
usem os mesmos segundos mensageiros. 
Administrado pela via oral na forma de carbonato de lítio. 
Farmacocinética: absorção praticamente completa pela via 
oral, não se liga a proteínas plasmáticas e não sofre 
metabolização. Excreção principalmente pela urina, com 
tempo de meia-vida de ≅ 20 h. 
Principais efeitos adversos: 
• Aumento de apetite com ganho de peso; 
• Náuseas, vômitos e diarreia; 
• Tremor; 
• Efeitos renais: poliúria (resultando em sede, polidipsia), 
retenção de Na+ e o tratamento prolongado pode levar a 
lesão tubular renal grave. 
• Efeitos bem menos comuns incluem alopecia e 
hipotireoidismo. 
Contraindicações absolutas: 
insuficiência renal grave, bradicardia 
sinusal, arritmias ventriculares graves, 
insuficiência cardíaca congestiva, 
hipersensibilidade ao fármaco. 
 
Transtorno Bipolar | Victória Durand 
 
Fármacos anticonvulsivantes 
• ÁCIDO VALPROICO 
• CARBAMAZEPINA 
• LAMOTRIGINA 
(Juntamente com o Li+, são chamados de estabilizadores de 
humor) 
Fármacos antipsicóticos 
• RISPERIDONA 
• QUETIAPINA 
• OLANZAPINA 
• CLOZAPINA 
• HALOPERIDOL 
Tratamento 
ESTABILIZAÇÃO AGUDA EM TRATAMENTO DE MANIA 
● Objetivo primário: remissão de sintomas maníacos. 
● Tempo de tratamento da fase aguda: 8 a 24 semanas. 
● Escolha dos fármacos: o tratamento do episódio maníaco 
deve ser feito preferencialmente com a combinação de um 
estabilizador de humor com um antipsicótico. 
 
ESTABILIZAÇÃO AGUDA EM TRATAMENTO DE DEPRESSÃO 
BIPOLAR 
● Objetivo primário: remissão de sintomas depressivos. 
● Tempo de tratamento: 8 a 24 semanas. 
● Escolha dos fármacos: O tratamento do episódio 
depressivo deve ser feito preferencialmente em 
monoterapia. Associações são preconizadas apenas nos 
casos de refratariedade, contraindicação ou intolerância a 
lítio, quetiapina e lamotrigina. 
Tratamento de manutenção 
• O tratamento de manutenção deve ser feito após a 
melhora dos sintomas dos episódios agudos e é uma 
continuação direta do tratamento desses episódios. 
• O objetivo do tratamento de manutenção é a prevenção 
de novos episódios de humor com o uso de 
medicamentos em longo prazo. 
• O carbonato de lítio permaneceu por muito tempo como 
o único medicamento recomendado para o tratamento 
do transtorno bipolar, e ainda é o estabilizador de humor 
recomendado como primeira escolha no tratamento de 
manutenção desse transtorno, no entanto, de forma 
geral, deve-se manter durante o tratamento de 
manutenção o medicamento que foi eficaz no tratamento 
do episódio agudo. 
• São medicamentos com comprovada eficácia no 
tratamento de manutenção: carbonato de lítio, ácido 
valpróico, lamotrigina, olanzapina, quetiapina, 
risperidona, carbamazepina e clozapina. 
• De forma a minimizar efeitos adversos e facilitar a 
adesão, é prudente reduzir o número de medicamentos 
sempre que possível na fase de manutenção. 
• Quanto ao uso de antidepressivos no tratamento de 
manutenção, exceto no caso de pacientes com história 
de inúmeras recorrências de episódios depressivos, 
deve-se sempre procurar reduzir a dose de 
antidepressivos após 6-8 semanas de remissão dos 
sintomas e suspender o uso sempre que possível.

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