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UNIDADE II PROPAGAÇÃO

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UNIDADE II 
PROPAGAÇÃO 
DE PLANTAS
Envolve:
A – O conhecimento de técnicas 
B – habilidade manual
C – conhecimento de morfologia e crescimento de plantas
D – conhecimento dos diferentes tipos de planta
CONCEITO DE PROPAGAÇÃO
Perpetuação controlada das plantas com os seguintes
objetivos:
A – aumentar o número de plantas
B – preservar suas características essenciais
De acordo com este conceito, propagação se confunde
com o melhoramento de plantas, desde que a
preservação das características essenciais, diga-se
superiores, é um trabalho ou processo de seleção.
Muitas das plantas hoje conhecidas, em cultivo, foram
desenvolvidas antes dos conhecimentos de genética
obtidos por Mendell (1860)
TIPOS DE PROPAGAÇÃO
SEXUADA 
– propagação por semente a partir de um embrião 
zigótico (sexuado)
ASSEXUADA OU VEGETATIVA
– sementes apomíticas, estruturas vegetativas, órgãos 
de reserva, estaquia, mergulhia e enxertia. 
– processos envolvendo apenas regeneração de partes 
por divisão mitótica, sem a participação de meiose e 
sem a formação de gametas.
CICLOS DE VIDA E A PROPAGAÇÃO
Propagação envolve o controle dos ciclos sexual e assexual 
Ciclo sexual
Ciclo 
assexual
ZIGOTO
SEMENTE
FLOR
ESTRUTURA VEGETATIVA 
ORGÃO DE RESERVA, 
ESTACA, GARFO, 
BORBULHA, EMBRIÃO 
APOMÍTICO
FORMAÇÃO DO 
EMBRIÃO
O
+
O
FECUNDAÇÃO
GAMETAS MEIOSE
FASE JUVENIL
TRANSIÇÃO
MITOSE E 
DIFERENCIAÇÃO
CICLO ASSEXUAL
– Plantas são formadas através da regeneração de 
partes por divisão mitótica e diferenciação. 
- A meiose não é envolvida. 
- O patrimônio genético é mantido integralmente. 
- A precocidade etária do indivíduo vai depender da 
fase de desenvolvimento da planta fornecedora de 
propágulo.
ESTRUTURA VEGETATIVA:
RAIZ, CAULE, FOLHA, 
BORBULHAS, GARFO
MEIO FAVORÁVEL 
OU SOBRE OUTRA 
PLANTA (CAVALO)
DIVISÕES 
MITÓTICAS E 
DIFERENCIAÇÃO
NOVA PLANTA
CICLO SEXUAL
– propagação a partir do crescimento (mitose) e 
diferenciação de um embrião sexuado. 
– Embrião sexuado provém de um zigoto formado pela 
união de gametas masculino e feminino. 
– Recebe a contribuição genética de ambos os pais. 
Espera-se certo grau de variação genética na progênie em 
virtude de :
a) Ocorrência da meiose e recombinação genética na 
formação dos gametas
- meiose – redução do número de cromossomos, troca 
de partes de cromossomos = gametas
- Fecundação – restaura o número de cromossomos
b) Heterozigose – Aa  1 AA, 2 Aa, 1 aa
AaBb 9 A_B_, 3 A_bb, 3 aaB_, 1 aabb
c) Polinização cruzada
AAbb X aaBB

AaBb
Nas plantas homozigóticas, a propagação sexuada
preserva as características integralmente
– linha pura AABB  AABB  AABB.
Mesmo nas plantas de polinização cruzada, certos
métodos permitem a manutenção das características
essenciais.
O isolamento e a polinização controlada são usados
para restringir a polinização cruzada natural aumentando
a endogamia.
Na propagação sexuada de plantas perenes, podem
ocorrer problemas de floração tardia devido ao longo
período de juvenilidade que se segue ao estágio
embrionário.
PROPAGAÇÃO 
SEXUADA
VANTAGENS E USOS
- Método mais usado – cereais, hortaliças, florestais
- Processo mais simples e menos dispendioso
- Obtenção de grande número de plantas
- Às vezes, único processo viável
- Conservação da planta, sob a forma de semente, por 
longos períodos, transporte mais fácil
- Produção de porta enxertos
- Obtenção de plantas livres de vírus
- Melhoramento genético
Na propagação sexuada, tem-se a expectativa
de variabilidade genética que permite a
adaptação das plantas ao ambiente, mas
pode determinar problemas de preservação
das características agronômicas nas plantas
cultivadas.
Relações entre as estruturas das flores e as do fruto e das 
sementes nas angiospermas:
*OVÁRIOfruto (ovário ou ovário mais tecidos adicionais)
*ÓVULO--- semente (às vezes, coalescente com o fruto)
*TEGUMENTOS
****PRIMINA----------------- testa
****SECUNDINA------------ tégmen
*NÚCLEO-------------------------------------------- perisperma
***SACO EMBRIONÁRIO--------------- gametófito feminino
***Núcleos polares + gameta masculino- endosperma (3n)
***Oosfera + gameta masculino ------------------ embrião (2n)
MICROSPOROGÊNESE
– Formação do grão de pólem ou gametófito masculino.
– Na antera, células se diferenciam aumentando de 
tamanho. 
– Estas tornam-se as células mães do pólem ou 
microsporócitos (2n). 
– Sofre então, meiose, formando quatro microspórios. 
– Cada microspório (n) forma um grão de pólem.
MACROSPOROGÊNESE OU MEGASPOROGÊNESE
– Formação do saco embrionário ou gametófito feminino. 
– No núcleo, uma célula se diferencia aumentando de tamanho.
– Torna-se a célula mãe do saco embrionário (2n). 
– Sofre, em seguida, meiose, formando quatro células (n). 
– Destas, três se regeneram. 
– A restante passa por três divisões mitóticas sucessivas, 
formando o saco embrionário com oito núcleos (n): 
2 núcleos polares, 
1 oosfera, 
2 sinérgides e 
3 antípodas. 
DESENVOLVIMENTO DO FRUTO E DA SEMENTE
Para a produção de uma semente viável, a polinização e 
fecundação devem ocorrer. 
O fruto em alguns casos, pode se formar sem necessidade da 
fecundação – fenômeno denominado de partenocarpia.
Fruto e semente se desenvolvem paralelamente. Normalmente, 
o crescimento do ovário está na dependência de uma ou 
mais sementes em desenvolvimento.
Após um certo crescimento do ovário e óvulo, o endosperma 
cresce digerindo o núcleo. Remanescentes do núcleo na 
semente formam o perisperma.
• O embrião desenvolve-se do zigoto como uma massa de 
células dentro do endosperma. 
• Ele cresce digerindo o endosperma. 
• Em certas espécies, parte do endosperma permanece na 
semente madura (endosperma ou albúmen).
• O desenvolvimento incompleto do endosperma pode 
resultar em retardamento ou parada de crescimento do 
embrião que aborta. 
• O aborto do embrião constitui a esterilidade 
somatoplástica. 
• Esta é comum em híbridos de pais distantes do ponto de 
vista genético.
• Cultura asséptica (in vitro) do embrião, antes da ocorrência 
do aborto, pode evitar a esterelidade.
ACUMULAÇÃO DE RESERVAS
Após a semente ter atingido o tamanho final, ela continua 
recebendo nutrientes da planta.
Carboidratos simples (fotossintados), produzidos na 
fotossíntese de folhas próximas, são transportados para o fruto e 
semente, onde são transformados em carboidratos complexos, 
(lipídeos e proteínas). 
A acumulação de reservas é importante na qualidade da 
semente e do grão usado como alimento. 
Ela determina:
- maior poder germinativo da semente
- produção de plantas mais vigorosas
- maior valor econômico do grão
MATURAÇÃO DO FRUTO E DISSEMINAÇÃO DA 
SEMENTE
Transformações físicas e químicas ocorrem durante a 
maturação do fruto, terminando com a sua senescência e 
disseminação da semente. 
Transformações freqüentes:
- mudança na coloração, aroma e sabor do fruto;
- amolecimento do fruto
- alteração nos tegumentos da semente
- secamento do fruto
- deiscência do fruto e liberação da semente.
A dispersão da semente é feita por agentes diversos: 
vento, água, insetos, mamíferos e pela própria planta.
ESTRUTURA DA SEMENTE:
Nas angiospermas, a semente é o óvulo maduro encerrado 
no ovário. Três tipos de tecido são considerados:
I – Embrião – Cotilédones
- Eixo hipocótilo-radicular
Radícula 
Caulículo
Gêmula ou Plúmula
II – Tecidos de reserva– Perisperma
- Endosperma
- Cotilédones
III – Camadas de proteção
- Camadas do fruto
- Tegumentos
- Remanescentes do endosperma
- Remanescentes do núcleo (perisperma)
Sementes com endosperma desenvolvido são chamadas 
de albuminosas e sementes com endosperma reduzido ou 
ausente, de exalbuminosa.
GERMINAÇÃO
Reinício do crescimento ativo na semente, quebra do 
estado de repouso. Indicada fisiologicamente pela emissão da 
radícula e tecnologicamente, pela formação de uma plântula 
completa e normal.
Etapas:
Embebição d’água  ativação dos sistemas enzimáticos
 aceleração da respiração  conversão das reservas 
sínteses  crescimento do embrião
TIPOS: 
EPÍGEA
HIPÓGEA (sem crescimento do caulículo)
CONDIÇÕES PARA GERMINAÇÃO
a) semente viável
b) condições intrínsecas – associadas com dormência
c) condições externas – água, temperatura, oxigênio e luz 
(em algumas sementes) – associadas com quiescência. 
A viabilidade é a condição de estar viva. È determinada 
comumente pelo teste de germinação. Pode também ser 
estabelecida pelo teste de Tetrazólio (cloreto de trifenil tetrazólio) . 
Este sal reage com uma desidrogenase do tecido vivo formando o 
FORMAZAN, substância que precipita e produz coloração 
avermelhada.
A quiescência consiste na falta de germinação resultante 
de condições externas desfavoráveis ao processo. 
A dormência, por sua vez, se deve a condições 
intrínsecas da semente.
Causas da dormência:
- Físicas – tegumento duro, resistentes, impermeáveis
- Fisiológicas
- Embriões rudimentares – morfologia incompleta
- Embriões dormentes – fisiologia incompleta
- Inibidores
PRODUÇÃO DE SEMENTES
Importante fator de sucesso na cultura. 
O custo da semente é normalmente baixo em comparação 
com os demais, mas nenhum fator isolado é tão importante no 
sucesso do cultivo.
FONTES
Produção comercial – Principalmente para hortaliças. 
Trata-se de uma atividade muito especializada, exigindo 
tecnologia avançada e alto investimento com finalidade de 
produzir semente de qualidade superior. 
Frequentemente, é produzida em áreas especializadas. 
Razões:
- Isolamento – manutenção da pureza genética
manutenção da pureza física
-Exigências climáticas –
-crescimento e produção da planta
-Floração
-Maturação
-Colheita – umidade elevada na época da 
colheita pode dificultar a deiscência dos frutos e 
aumentar a incidência de pragas e doenças. 
- umidade muito baixa pode aumentar 
excessivamente a deiscência e proporcionar 
danos á semente muito seca na colheita 
mecanizada.
- Incidência de pragas, moléstias e ervas daninhas
Sementes coletadas em populações naturais – processo 
mais empregado na silvicultura
Pomares para a produção de sementes – silvicultura e 
fruticultura (porta enxertos)
Indústria de processamento de frutos – fruticultura
OBTENÇÃO E PREPARO DAS SEMENTES
Envolve:
- determinação do estágio apropriado de maturação
- colheita do fruto e da semente
- extração da semente
- limpeza
- secagem e seleção.
O estágio apropriado de maturação é específico para cada 
espécie. 
Normalmente, a semente é mais viável quando o fruto está 
amadurecido, no ponto para a disseminação.
No caso da colheita precoce – tem-se comumente a presença de 
embriões rudimentares.
No caso de colheita tardia pode ocorrer: 
- deiscência
- Queda de frutos
- Perda de frutos
- Germinação da semente no fruto
- Contaminação das sementes com microorganismos
Durante a colheita e extração da semente, deve-se evitar 
injúrias mecânicas à mesma, pois delas podem resultar:
- perda da viabilidade
- produção de plântulas anormais
Procedimentos de obtenção:
- Frutos secos
Secagem (no campo ou após a colheita)  extração 
(choque físico)  limpeza seleção (peneiras e separadores)
- Frutos carnosos 
Lavagemextração (cortes, maceração, peneiramento, 
flutuação)  lavagem retirada da mucilagem (fermentação, cal, 
água corrente)  limpezasecagemseleção
ARMAZENAGEM DA SEMENTE
A conservação do poder germinativo da semente 
depende de:
a) Viabilidade inicial da semente – determinada por:
- fatores genéticos
- fatores de produção
- métodos de colheita e produção
b) Tipo de semente –
As oleaginosas se conservam por menos tempo do que 
as amiláceas. Sementes recalcitrantes, com alto teor de 
umidade, perdem a capacidade de germinação rapidamente.
c) Condições de armazenamento – umidade e temperatura
Na maioria das espécies, a semente deve ter um baixo 
conteúdo de umidade (4-10%) para sobreviver a longos 
períodos. 
O conteúdo de umidade pode ser alto se a temperatura 
de armazenamento for baixa. A temperatura baixa reduz o 
efeito adverso do alto conteúdo de umidade.
Sementes recalcitrantes devem manter alto conteúdo 
de umidade, acima de 30-35% (ex: sementes de abacate, 
manga, jaca, pitomba, citros)
- Condições ideais de armazenamento
- Baixo conteúdo de umidade da semente (4-10%)
- Recipiente selado a prova de umidade
- Baixa temperatura (5 – 10ºC)
- Umidade relativa do ambiente reduzida (<50%)
TIPOS DE ARMAZENAMENTO
a) aberto, sem conrole de umidade e temperatura – regiões secas 
e frias
b) com controle de umidade – recipientes como latas, sacos de 
papel alumínio e polietileno
c) com controle de umidade e temperatura – câmaras 5-10ºC, 
<50% U.R.
d) armazém a frio e alta umidade – estratificação para sementes 
recalcitrantes.
ANÁLISE DE SEMENTES
Feita considerando-se técnicas padronizadas e 
parâmetros para cada espécie. Itens considerados:
- Fidelidade genética
- % de germinação
- Pureza – tipos de impureza (%)
- Presença de pragas, doenças e ervas daninhas.
PLANTIO
DIRETO – semente campo
INDIRETO - semente  sementeira  viveiro  campo
Repicagem Transplantio
Semente  viveiro  campo
I – PLANTIO DIRETO
a) Usos 
- indicado para plantas que não toleram transplantio;
- regiões com escassez de mão-de-obra
- plantios extensivos
- cultivos mecanizados
- plantas de pequeno valor individual
b) Vantagens
- O plantio direto é menos trabalhoso, mais simples e 
mais barato;
c) Problemas:
- exige desbaste
- uso de herbicidas
- menor controle das condições ambientais quando as 
plantas são jovens
- maior variação das plantas no campo;
- dificuldade na semeadura das sementes pequenas
O problema de plantio de sementes pequenas pode 
ser contornado com a peletização das sementes ou seu 
acondicionamento em fitas degradáveis.
II – PLANTIO INDIRETO
Vantagens
- melhor controle das condições ambientais durante a germinação
- melhor controle das ervas daninhas inicialmente
- permite melhor seleção e padronização das mudas
- menor variação das plantas no campo
- maior economia de sementes
CONTROLE DE MOLÉSTIAS PÓS-PLANTIO
Tombamento de mudas (“damping-off”). Causado por: 
Fungos (Pythium, Rhizoctonia e Phytophthora) e condições 
ambientais desfavoráveis as crescimento da plântula e 
favoráveis ao das populações de fungos.
CONTROLE:
a) Dos organismos
- desinfecção de sementes e estacas
- tratamento do substrato – pasteurização, fumigação (basamid), 
fungicidas de solo, etc
- limpeza e desinfecção de bancadas e vasos- formaldeído, 
clorox, vapor quente.
b) Das condições ambientais
- condições de água, luz, temperatura e salinidade favoráveis 
ao rápido crescimento da planta e desfavorável ao dos fungos. 
O rápido crescimento das plantas pode superar os prejuízos 
caudados pelo ataque dos microorganismos.SOLARIZAÇÃO
PROPAGAÇÃO 
VEGETATIVA
Vantagens e usos:
a) transmissão integral do patrimônio genético –
perpetuação do material heterozigótico;
b) Multiplicação de plantas que não aceitam outro 
processo;
c) multiplicação de plantas com sementes dormentes;
d) precocidade de frutificação
e) redução do porte da planta;
f) cultivo de plantas em condições adversas de clima, 
solo, pragas e doenças (enxertia).
Desvantagens
a) comumente mais dispendiosa que a sexuada;
b) todas as plantas são igualmente afetadas por 
condições adversas.
c) Transmissão de viroses e outras doenças
CONCEITO DE CLONE
Material geneticamente uniforme, 
originado de um único indivíduo e propagado 
exclusivamente por meios vegetativos. 
Isto não implica que as plantas de um 
clone sejam fenotipicamente idênticas, dede 
que o fenótipo resulta da interação genótipo x 
ambiente. 
Diferenças fenotípicas podem resultar de:
- Diferenças edafo-climáticas;
- Porta-enxerto empregado
- Competição com outras plantas;
- Juvenilidade/maturidade 
- Posição do propágulo na planta matriz
- Pragas e doenças (viroses)
Mudanças genotípicas (permanentes) podem 
ocorrer, resultantes de mutações somáticas
CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS
I – EMBRIÕES APOMÍTICOS
II – PROCESSOS NATURAIS – estruturas 
especializadas tais como bulbo, tubérculos, rizomas, 
raízes tuberosas, rebentos, filhotes, estolhos, coroa e 
propágulos diversos.
III – PROCESSOS ARTIFICIAIS
- Produção de caules e raízes adventícias
estaquia
mergulhia
cultura in vitro – meristemas, tecidos, 
embriões (micropropagação)
- União de partes pela regeneração de tecidos
enxertia
EMBRIÕES APOMÍTICOS
a) Conceitos
APOMIXIA: processo de multiplicação assexuada, via 
semente, sem a ocorrência de fecundação na formação 
do zigoto e que resulta no desenvolvimento de um ou 
mais embriões haplóides ou diplóides. Os embriões 
apomíticos são geneticamente idênticos à planta mãe, a 
menos que sejam haplóides ou tenham sofrido mutação. 
ANFIMIXIA: reprodução sexual normal. O oposto 
da apomixia.
POLIEMBRIONIA: formação de mais de um 
embrião na semente, independente do modo como 
foram formados.
Causas da poliembrionia:
- divisão do zigoto – poliembriogênese (coníferas);
- fecundação da oosfera e sinérgides ou antípodas;
- formação de múltiplos sacos embrionários
- apomixia
- apomixia e anfimixia
b) Tipos de apomixia
Quanto a ocorrência
Obrigatória – somente embriões apomíticos 
na semente
Facultativa – embriões apomíticos e sexuados 
na semente
Quanto a sua formação:
- Recorrente – tem plantas que necessitam da 
polinização e outras não para que ocorra o 
desenvolvimento do embrião ou do endosperma.
- Não recorrente – caso raro primariamente de 
interesse genético. Não ocorre consistentemente em uma 
certa planta, como os outros tipos de apomixia. Embrião 
formado é haplóide – indivíduo estéril e fraco.
- Embrionia adventícia ou nucelar – sem meiose
e sem formação do saco embrionário, não há
alternância de gerações, embriões desenvolvem-se
fora do saco embrionário, a partir de células do
nucelo ou dos tegumentos, em adição ao embrião
sexual normal.
Citros e manga – ocorrência de fecundação
Opuntia – polinização e fecundação não são
necessárias
- Vegetativo – bulbilhos são produzidos na
inflorescência no lugar das flores
c) Importância da apomixia
1 – Produção de populações de “seedlings” 
geneticamente uniformes. Clones juvenis –
silvicultura e ornamentais; porta enxertos uniformes e 
de boa fixação ao solo – fruticultura; fixação de uma 
cultivar.
2 – Rejuvenescimento de clones velhos com viroses –
obtenção de uma fonte sadia de material propagativo; 
apresenta problemas de juvenilidade, tratando-se de 
uma planta frutífera. Propagações sucessivas são 
necessárias até atingir a maturidade.
PROCESSOS NATURAIS
Utilização de estruturas especializadas que permitem 
às plantas sobreviverem em condições naturais 
adversas.
Bulbos
- Tunicados:
Caule curto, folhas polpudas em camadas 
concêntricas. Ex.: Cebola
- Escamosos:
Folhas em forma de escamas com leve aderência ao 
caule. Ex.: liliáceas
- Sólidos:
Estrutura caulífera maciça com nós e entrenós, folhas 
reduzidas. Ex: Gladíolo
Rizoma
Caule subterrâneo que se desenvolve horizontalmente. 
Ex: Bananeira
Tubérculo
Tipo de rizoma. Caules subterrâneos que, em 
determinadas partes, tornam-se carnudos, cheios de 
reservas. Ex: batata
Raiz tuberosa
Estrutura de raiz, ao contrário do tubérculo. Gemas 
vegetativas são formadas de modo adventício para 
produzir a parte aérea. Ex: dália, batata-doce
Estolho
Caule aéreo especializado que se desenvolve na 
superfície do solo e enraíza em determinados pontos. Ex: 
Morango
Coroa
Brotações do colo da planta que formam um tufo. Ex: 
crisântemo, hemerocallis, morango, capim santo
Filhote
Brotação de caule sem raízes. Ex: abacaxi
Rebento
Brotação de caule ou de raiz com raízes. Ex: abacaxi
ESTAQUIA
Conceitos e tipos de estaca
Qualquer parte destacada da planta capaz de regenerar 
as porções que lhe faltam para formar uma planta nova 
e completa
De acordo com a origem:
Caule: raízes adventícias
Raiz: parte aérea adventícia
Folha: raiz e parte aérea adventícia
Folha-gema: raízes adventícias
De acordo com a consistência
Lenhosa
Semi-lenhosa
Não lenhosa
Herbácea (planta hebácea)
Características das células relacionadas com a estaquia
Duas características das células tornam possível a 
propagação por estaquia
Totipotência – o fato de uma única célula conter toda 
informação genética necessária para regenerar uma planta 
completa
Rediferenciação – capacidade de retornar a condição 
meristemática
Conceito de raiz adventícia
Formada em local não pré-determinado, a partir de 
meristema secundário
MERISTEMA PRIMÁRIO – células provenientes 
diretamente do embrião e que nunca cessaram a 
atividade meristemática
MERISTEMA SECUNDÁRIO – grupo de células que 
diferenciaram, funcionaram como tecido maduro e, então, 
voltaram a atividade meristemática.
BASE ANATÔMICA DO ENRAIZAMENTO
Desenvolvimento de raízes e caules em estacas de caule:
-A parte aérea, nas estacas de caule, desenvolve-se, 
normalmente, de modo primário, a partir das gemas axilares 
presentes.
- Raízes se formam adventiciamente. 
O processo de formação das raízes pode ser dividido nos 
seguintes estágios:
I – Formação dos pontos radiculares ou células iniciais. Estes 
consistem de meristemas secundários formados a partir da 
rediferenciação celular.
II – Formação dos primórdios radiculares. Estes se formam a 
partir da diferenciação dos meristemas secundários ou 
pontos radiculares ou células iniciais.
III – Crescimento e emergência das raízes. Crescimento dos 
primórdios radiculares acompanhado do rompimento de 
camadas e estabelecimento de conexão vascular com os 
tecidos condutores da estaca.
LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA DOS PRIMÓRDIOS 
RADICULARES
Caules herbáceos: 
Entre os feixes libero-lenhosos, um pouco para fora. Na 
vertical, as raízes aparecem em filas, correspondendo aos 
espaços entre os feixes vasculares.
Caules lenhosos: 
No floema secundário mais novo , fora do cambio.
- Raízes adventícias no caule : São consideradas:
- Raízes de ferimento: se formam após o preparo da
estaca como reação à cicatrização dos cortes.
- Primórdios radiculares latentes ou pré-formados: se
formam durante o desenvolvimentodo caule e estão presentes
quando as estacas são preparadas. Sua presença é indicativa de
enraizamento mais fácil.
- Calo: após o preparo da estaca de caule, é comum a
formação de um calo em sua extremidade basal. Este consiste de
uma massa irregular de células parenquimatosas em vários
estágios de lignificação.
RELAÇÕES DO CALO COM O ENRAIZAMENTO
- relações diretas:
Na maioria dos casos, a formação do calo e das raízes são
independentes. É comum ocorrerem simultaneamente, pois
dependem de condições internas e externas semelhantes.
Em alguns casos, as raízes se originam diretamente do
calo. Nestes, a formação do calo é precursora da iniciação da raiz
adventícia.
- relações indiretas:
Indiretamente o calo pode ser com relação a formação de
raízes:
- favorável: protegendo a ferida do dessecamento
e da invasão de fungos
- desfavorável: se excessivo, dificultando a
absorção de água e a emergência das raízes
DESENVOLVIMENTO DAS RAÍZES DE ESTACAS DE 
FOLHAS
- Podem ser considerados dois tipos de estacas de folhas:
De meristema primário: 
embriões foliares – propágulos com caules, raízes e 
folhas – estão presentes nos bordos das folhas. 
Estes se formam a partir de meristemas primários. 
Quando a folha completa o seu desenvolvimento, os 
embriões tornam-se dormentes. 
Quando colocada em ambiente úmido e com calor, as 
novas plantas se formam a partir de tais propágulos. 
Ex: Bryophylum
De meristema secundário: 
As raízes e os caules se originam de meristema 
secundário que se localizam, comumente, na base do limbo ou 
no pecíolo da folha. 
As raízes, em geral, se formam mais prontamente que a 
parte aérea. 
Em algumas plantas, é necessário a inclusão de uma 
parte de ramo original, contendo uma gema, para formar a 
parte aérea primariamente. 
DESENVOLVIMENTO DE RAÍZES E CAULES EM ESTACAS DE 
RAIZ
- A arte aérea é sempre adventícia, originando-se de 
células do parênquima do floema e dos raios medulares.
- As raízes podem ter origem primária, de primórdios 
radiculares latentes ou secundária (adventícia), da própria raiz ou 
do caule formado adventiciamente.
- A raiz adventícia, na própria raiz, se origina na região 
cambial vascular.
BASE FISIOLÓGICA DO ENRAIZAMENTO
A capacidade de enraizamento depende da planta e do 
tratamento dispensado à estaca. 
Deve-se, primariamente, à interação de fatores inerentes 
às células com substancias transportadas produzidas nas folhas 
e nas gemas:
Substâncias transportadas:
Carboidratos – folhas
Substâncias de crescimento – auxinas, 
giberelinas citocininas e ácido abscísico produzidos nas gemas e 
folhas em crescimento
Co-fatores de enraizamento – gemas e folhas
Co-fatores são substancias de ocorrência natural que 
agem sinergicamente com a auxina (AIA) na promoção do 
enraizamento. 
Consistem de: terpenoides, compostos fenólicos 
ácido isoclorogênico.
O enraizamento é diretamente relacionado com o 
nível de auxina presente ou com o balanceamento entre os 
reguladores de crescimento.
FATORES QUE INFLUENCIAM O ENRAIZAMENTO
Condições de nutrição da planta matriz
Alta relação C/N, com CH2O elevado e N baixo, mas não 
deficiente – Cituação mais favorável ao enraizamento.
Posição na planta e no ramo
- caules lenhosos comreservas de CH2O
Brotações laterais – melhor balanceamento C/N
Porção basal do ramo lateral – melhor balanceamento C/N e 
mais provável presença de primórdios radiculares latentes.
- caules herbáceos com poucas ou sem reservas de CH2O
Porção terminal do ramo – maior concentração de auxinas e 
células mais novas com maior capacidade de rediferenciação.
IDADE DO MATERIAL (ontogenética)
- Material juvenil enraíza melhor que o adulto
Razões: mais baixo nível de inibidores
Mais alto nível de co-fatores
FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
- Fase vegetativa – melhor enraizamento
- Razão: mais alto nível de auxinas
- Estaca com embasamento versus estaca simples
- Com embasamento – enraíza melhor
- Razões: maior reserva de CH2O
Provável presença de primórdios radiculares latentes
ÉPOCA DO ANO
Pode ter uma influência marcante. As condições fisiológicas, de 
nutrição e balanço hormonal, variam consideravelmente com a 
época do ano. 
A época de crescimento ativo da planta parece ser mais 
favorável ao enraizamento.
PRESENÇA DE GEMAS E FOLHAS
Importante fator no enraizamento por fornecer substâncias 
transportadas e, no caso da gema, também dar continuidade à 
parte aérea.
CONDIÇÕES SANITÁRIAS
Viroses – inibem o enraizamento diretamente
Fungos e Bactérias – causam apodrecimento da estaca
Recomendações:
Remoção do propágulo de plantas aparentemente 
sadias
Desinfecção das estacas
Esterilização do substrato
Asseio das instalações e instrumentos –
desinfecção com água quente, produtos a base de 
cloro ou outros agentes.
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
AGUA – Atmosfera alta – a maior pressão de vapor diminui a 
transpiração evitando o dessecamento
Substrato na capacidade de campo com boa aeração
NEBLINA INTERMITENTE – Aspersão d’água em partículas 
finas sobre as plantas a intervalos pré-estabelecidos –
proporciona umidade elevada no ambiente e, ao mesmo 
tempo, reduz a temperatura da folha, contribuindo assim 
para a sua retenção e funcionamento. 
As folhas retidas fornecerão CH2O e outras substâncias 
necessárias ao enraizamento.
TEMPERATURA – Atmosfera – 21 a 26oC dia e 15 a 2oC a noite
Substrato – mais elevada que a da atmosfera (>25oC) para
estimular a divisão celular e o enraizamento antes do
desenvolvimento das gemas da parte aérea.
LUZ – Influencia a formação de carboidratos (fotossíntese) e a
síntese e estabilidade das auxinas.
É necessária para a formação das auxinas, mas evita a
sua acumulação (auxina é instável na presença de luz). O papel
da luz varia com o tipo de estaca.
Estaca herbácea com folhas – não tem reservas
acumuladas. A luz estimula o enraizamento, pois torna possível a
produção de CH2O nas folhas.
Estaca lenhosa sem folhas – o enraizamento depende de
CH2O armazenado. Nestas a ausência de luz estimula o
enraizamento, favorecendo um maior acúmulo de auxinas.
MEIO DE ENRAIZAMENTO
Características desejáveis:
- Firme e denso, o suficiente para reter a estaca em posição 
desejável
- Capacidade de retenção de água
- Porosidade, aeração e drenagem
- pH favorável
- Baixo teor de sais 
- Capacidade de retenção de nutrientes
TRATAMENTO DAS ESTACAS
- Ferimentos na base da estaca. Proporciona:
Quebra de camadas esclerenquimatosas
Melhor absorção de água e reguladores aplicados
Acumulação de auxinas e carboidratos
Maior superfície de enraizamento
- Estiolamento: maior acúmulo de auxinas
- Anelamento: acúmulo de substâncias transportadas
- Fungicidas: evitam o apodrecimento da estaca
- Neblina intermitente: conserva as folhas nas estacas 
herbáceas
-Aplicação de reguladores: 
-AIA – ácido indolacético – (natural e sintético), 
-AIB, ácido indolbutírico e 
-ANA [acido naftaleno acético (sintéticos). 
-AIB e ANA são mais efetivos que o AIA, quando aplicados, 
pois a planta a enzima para oxidá-los, ao contrário do que 
ocorre com o AIA, que é uma auxina natural. 
-O AIA é sensível à luz e é prontamente inativado em sua 
presença.
. MERGULHIA
Conceito:
Enraizamento do ramo ligado à planta matriz.
Usos, vantagens e desvantagens:
- quando a estaquia e a enxertia não são viáveis
- com plantas nas quais a mergulhia é natural
- processo demorado e dispendioso
- reduzido número de plantas obtidas
TIPOSDe ponta
Simples
Composta
Em vala
De cepa ou tronco
Aérea ou alporquia
TRATAMENTOS
Curvatura do ramo, ferimentos, estiolamento, 
anelamento, aplicação de reguladores e fungicidas. 
Praticamente os mesmos usados na estaquia.
http://www.youtube.com/watch?v=GOk
hj6t_lPA&feature=related
ENXERTIA
Conceito:
União de partes vegetais, pela regeneração de tecidos, 
formando uma combinação que se desenvolve como uma 
planta única.
- copa, enxerto, cavaleiro, epíbio – parte superior
- inter-enxerto, mesóbio – parte intermediária
- cavalo, porta-enxerto, hipóbio – parte inferior
Razões, usos e vantagens:
1 – Perpetuação de plantas que não aceitam outro processo 
assexuado mais simples
2 – Produtividade e qualidade da produção
3 – Precocidade e nanismo
4 – Tolerância a pragas, doenças e condições adversas de 
clima e solo
5 – Correção de incompatibilidade
6 – Promoção da floração
7 – Indexação
8 – Reparo de árvores injuriadas
9 – Troca de cultivar – copa em planta estabelecida
10 – Adaptabilidade a condições de solo
11 – Ornamentação – várias plantas em uma mesma
Tipos gerais de enxertia:
Borbulhia (uso de borbulhas) – variantes diversas
Garfagem (uso de garfos) – variantes diversas
Encostia (enxerto ligado a planta mãe)
TIPOS ESPECIAIS DE ENXERTIA
1 – Sobreenxertia
Enxertia em árvores formadas o já enxertadas. 
Praticadas em brotações novas do cavalo ou do enxerto 
ou diretamente sobre o tronco ou ramos da planta. 
Finalidades: 
- Correção da incompatibilidade
- Substituição de copa
- Aproveitamento do arcabouço da árvore (economia e 
precocidade)
2 – Subenxertia
Enxertia de cavalos novos na planta formada.
Finalidades:
- Substituir sistema radicular susceptível a pragas e 
doenças, danificados ou incompatíveis – revigorar a 
planta.
3 – Enxerto ponte
Garfagem para substituição do floema. Recuperação de 
árvore com casca removida ou danificada.
4 – Braço-vivo
Enxertia entre dois ramos (pernadas) da árvore. Previne 
quebra de bifurcações.

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