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UNIDADE II PROPAGAÇÃO DE PLANTAS Envolve: A – O conhecimento de técnicas B – habilidade manual C – conhecimento de morfologia e crescimento de plantas D – conhecimento dos diferentes tipos de planta CONCEITO DE PROPAGAÇÃO Perpetuação controlada das plantas com os seguintes objetivos: A – aumentar o número de plantas B – preservar suas características essenciais De acordo com este conceito, propagação se confunde com o melhoramento de plantas, desde que a preservação das características essenciais, diga-se superiores, é um trabalho ou processo de seleção. Muitas das plantas hoje conhecidas, em cultivo, foram desenvolvidas antes dos conhecimentos de genética obtidos por Mendell (1860) TIPOS DE PROPAGAÇÃO SEXUADA – propagação por semente a partir de um embrião zigótico (sexuado) ASSEXUADA OU VEGETATIVA – sementes apomíticas, estruturas vegetativas, órgãos de reserva, estaquia, mergulhia e enxertia. – processos envolvendo apenas regeneração de partes por divisão mitótica, sem a participação de meiose e sem a formação de gametas. CICLOS DE VIDA E A PROPAGAÇÃO Propagação envolve o controle dos ciclos sexual e assexual Ciclo sexual Ciclo assexual ZIGOTO SEMENTE FLOR ESTRUTURA VEGETATIVA ORGÃO DE RESERVA, ESTACA, GARFO, BORBULHA, EMBRIÃO APOMÍTICO FORMAÇÃO DO EMBRIÃO O + O FECUNDAÇÃO GAMETAS MEIOSE FASE JUVENIL TRANSIÇÃO MITOSE E DIFERENCIAÇÃO CICLO ASSEXUAL – Plantas são formadas através da regeneração de partes por divisão mitótica e diferenciação. - A meiose não é envolvida. - O patrimônio genético é mantido integralmente. - A precocidade etária do indivíduo vai depender da fase de desenvolvimento da planta fornecedora de propágulo. ESTRUTURA VEGETATIVA: RAIZ, CAULE, FOLHA, BORBULHAS, GARFO MEIO FAVORÁVEL OU SOBRE OUTRA PLANTA (CAVALO) DIVISÕES MITÓTICAS E DIFERENCIAÇÃO NOVA PLANTA CICLO SEXUAL – propagação a partir do crescimento (mitose) e diferenciação de um embrião sexuado. – Embrião sexuado provém de um zigoto formado pela união de gametas masculino e feminino. – Recebe a contribuição genética de ambos os pais. Espera-se certo grau de variação genética na progênie em virtude de : a) Ocorrência da meiose e recombinação genética na formação dos gametas - meiose – redução do número de cromossomos, troca de partes de cromossomos = gametas - Fecundação – restaura o número de cromossomos b) Heterozigose – Aa 1 AA, 2 Aa, 1 aa AaBb 9 A_B_, 3 A_bb, 3 aaB_, 1 aabb c) Polinização cruzada AAbb X aaBB AaBb Nas plantas homozigóticas, a propagação sexuada preserva as características integralmente – linha pura AABB AABB AABB. Mesmo nas plantas de polinização cruzada, certos métodos permitem a manutenção das características essenciais. O isolamento e a polinização controlada são usados para restringir a polinização cruzada natural aumentando a endogamia. Na propagação sexuada de plantas perenes, podem ocorrer problemas de floração tardia devido ao longo período de juvenilidade que se segue ao estágio embrionário. PROPAGAÇÃO SEXUADA VANTAGENS E USOS - Método mais usado – cereais, hortaliças, florestais - Processo mais simples e menos dispendioso - Obtenção de grande número de plantas - Às vezes, único processo viável - Conservação da planta, sob a forma de semente, por longos períodos, transporte mais fácil - Produção de porta enxertos - Obtenção de plantas livres de vírus - Melhoramento genético Na propagação sexuada, tem-se a expectativa de variabilidade genética que permite a adaptação das plantas ao ambiente, mas pode determinar problemas de preservação das características agronômicas nas plantas cultivadas. Relações entre as estruturas das flores e as do fruto e das sementes nas angiospermas: *OVÁRIOfruto (ovário ou ovário mais tecidos adicionais) *ÓVULO--- semente (às vezes, coalescente com o fruto) *TEGUMENTOS ****PRIMINA----------------- testa ****SECUNDINA------------ tégmen *NÚCLEO-------------------------------------------- perisperma ***SACO EMBRIONÁRIO--------------- gametófito feminino ***Núcleos polares + gameta masculino- endosperma (3n) ***Oosfera + gameta masculino ------------------ embrião (2n) MICROSPOROGÊNESE – Formação do grão de pólem ou gametófito masculino. – Na antera, células se diferenciam aumentando de tamanho. – Estas tornam-se as células mães do pólem ou microsporócitos (2n). – Sofre então, meiose, formando quatro microspórios. – Cada microspório (n) forma um grão de pólem. MACROSPOROGÊNESE OU MEGASPOROGÊNESE – Formação do saco embrionário ou gametófito feminino. – No núcleo, uma célula se diferencia aumentando de tamanho. – Torna-se a célula mãe do saco embrionário (2n). – Sofre, em seguida, meiose, formando quatro células (n). – Destas, três se regeneram. – A restante passa por três divisões mitóticas sucessivas, formando o saco embrionário com oito núcleos (n): 2 núcleos polares, 1 oosfera, 2 sinérgides e 3 antípodas. DESENVOLVIMENTO DO FRUTO E DA SEMENTE Para a produção de uma semente viável, a polinização e fecundação devem ocorrer. O fruto em alguns casos, pode se formar sem necessidade da fecundação – fenômeno denominado de partenocarpia. Fruto e semente se desenvolvem paralelamente. Normalmente, o crescimento do ovário está na dependência de uma ou mais sementes em desenvolvimento. Após um certo crescimento do ovário e óvulo, o endosperma cresce digerindo o núcleo. Remanescentes do núcleo na semente formam o perisperma. • O embrião desenvolve-se do zigoto como uma massa de células dentro do endosperma. • Ele cresce digerindo o endosperma. • Em certas espécies, parte do endosperma permanece na semente madura (endosperma ou albúmen). • O desenvolvimento incompleto do endosperma pode resultar em retardamento ou parada de crescimento do embrião que aborta. • O aborto do embrião constitui a esterilidade somatoplástica. • Esta é comum em híbridos de pais distantes do ponto de vista genético. • Cultura asséptica (in vitro) do embrião, antes da ocorrência do aborto, pode evitar a esterelidade. ACUMULAÇÃO DE RESERVAS Após a semente ter atingido o tamanho final, ela continua recebendo nutrientes da planta. Carboidratos simples (fotossintados), produzidos na fotossíntese de folhas próximas, são transportados para o fruto e semente, onde são transformados em carboidratos complexos, (lipídeos e proteínas). A acumulação de reservas é importante na qualidade da semente e do grão usado como alimento. Ela determina: - maior poder germinativo da semente - produção de plantas mais vigorosas - maior valor econômico do grão MATURAÇÃO DO FRUTO E DISSEMINAÇÃO DA SEMENTE Transformações físicas e químicas ocorrem durante a maturação do fruto, terminando com a sua senescência e disseminação da semente. Transformações freqüentes: - mudança na coloração, aroma e sabor do fruto; - amolecimento do fruto - alteração nos tegumentos da semente - secamento do fruto - deiscência do fruto e liberação da semente. A dispersão da semente é feita por agentes diversos: vento, água, insetos, mamíferos e pela própria planta. ESTRUTURA DA SEMENTE: Nas angiospermas, a semente é o óvulo maduro encerrado no ovário. Três tipos de tecido são considerados: I – Embrião – Cotilédones - Eixo hipocótilo-radicular Radícula Caulículo Gêmula ou Plúmula II – Tecidos de reserva– Perisperma - Endosperma - Cotilédones III – Camadas de proteção - Camadas do fruto - Tegumentos - Remanescentes do endosperma - Remanescentes do núcleo (perisperma) Sementes com endosperma desenvolvido são chamadas de albuminosas e sementes com endosperma reduzido ou ausente, de exalbuminosa. GERMINAÇÃO Reinício do crescimento ativo na semente, quebra do estado de repouso. Indicada fisiologicamente pela emissão da radícula e tecnologicamente, pela formação de uma plântula completa e normal. Etapas: Embebição d’água ativação dos sistemas enzimáticos aceleração da respiração conversão das reservas sínteses crescimento do embrião TIPOS: EPÍGEA HIPÓGEA (sem crescimento do caulículo) CONDIÇÕES PARA GERMINAÇÃO a) semente viável b) condições intrínsecas – associadas com dormência c) condições externas – água, temperatura, oxigênio e luz (em algumas sementes) – associadas com quiescência. A viabilidade é a condição de estar viva. È determinada comumente pelo teste de germinação. Pode também ser estabelecida pelo teste de Tetrazólio (cloreto de trifenil tetrazólio) . Este sal reage com uma desidrogenase do tecido vivo formando o FORMAZAN, substância que precipita e produz coloração avermelhada. A quiescência consiste na falta de germinação resultante de condições externas desfavoráveis ao processo. A dormência, por sua vez, se deve a condições intrínsecas da semente. Causas da dormência: - Físicas – tegumento duro, resistentes, impermeáveis - Fisiológicas - Embriões rudimentares – morfologia incompleta - Embriões dormentes – fisiologia incompleta - Inibidores PRODUÇÃO DE SEMENTES Importante fator de sucesso na cultura. O custo da semente é normalmente baixo em comparação com os demais, mas nenhum fator isolado é tão importante no sucesso do cultivo. FONTES Produção comercial – Principalmente para hortaliças. Trata-se de uma atividade muito especializada, exigindo tecnologia avançada e alto investimento com finalidade de produzir semente de qualidade superior. Frequentemente, é produzida em áreas especializadas. Razões: - Isolamento – manutenção da pureza genética manutenção da pureza física -Exigências climáticas – -crescimento e produção da planta -Floração -Maturação -Colheita – umidade elevada na época da colheita pode dificultar a deiscência dos frutos e aumentar a incidência de pragas e doenças. - umidade muito baixa pode aumentar excessivamente a deiscência e proporcionar danos á semente muito seca na colheita mecanizada. - Incidência de pragas, moléstias e ervas daninhas Sementes coletadas em populações naturais – processo mais empregado na silvicultura Pomares para a produção de sementes – silvicultura e fruticultura (porta enxertos) Indústria de processamento de frutos – fruticultura OBTENÇÃO E PREPARO DAS SEMENTES Envolve: - determinação do estágio apropriado de maturação - colheita do fruto e da semente - extração da semente - limpeza - secagem e seleção. O estágio apropriado de maturação é específico para cada espécie. Normalmente, a semente é mais viável quando o fruto está amadurecido, no ponto para a disseminação. No caso da colheita precoce – tem-se comumente a presença de embriões rudimentares. No caso de colheita tardia pode ocorrer: - deiscência - Queda de frutos - Perda de frutos - Germinação da semente no fruto - Contaminação das sementes com microorganismos Durante a colheita e extração da semente, deve-se evitar injúrias mecânicas à mesma, pois delas podem resultar: - perda da viabilidade - produção de plântulas anormais Procedimentos de obtenção: - Frutos secos Secagem (no campo ou após a colheita) extração (choque físico) limpeza seleção (peneiras e separadores) - Frutos carnosos Lavagemextração (cortes, maceração, peneiramento, flutuação) lavagem retirada da mucilagem (fermentação, cal, água corrente) limpezasecagemseleção ARMAZENAGEM DA SEMENTE A conservação do poder germinativo da semente depende de: a) Viabilidade inicial da semente – determinada por: - fatores genéticos - fatores de produção - métodos de colheita e produção b) Tipo de semente – As oleaginosas se conservam por menos tempo do que as amiláceas. Sementes recalcitrantes, com alto teor de umidade, perdem a capacidade de germinação rapidamente. c) Condições de armazenamento – umidade e temperatura Na maioria das espécies, a semente deve ter um baixo conteúdo de umidade (4-10%) para sobreviver a longos períodos. O conteúdo de umidade pode ser alto se a temperatura de armazenamento for baixa. A temperatura baixa reduz o efeito adverso do alto conteúdo de umidade. Sementes recalcitrantes devem manter alto conteúdo de umidade, acima de 30-35% (ex: sementes de abacate, manga, jaca, pitomba, citros) - Condições ideais de armazenamento - Baixo conteúdo de umidade da semente (4-10%) - Recipiente selado a prova de umidade - Baixa temperatura (5 – 10ºC) - Umidade relativa do ambiente reduzida (<50%) TIPOS DE ARMAZENAMENTO a) aberto, sem conrole de umidade e temperatura – regiões secas e frias b) com controle de umidade – recipientes como latas, sacos de papel alumínio e polietileno c) com controle de umidade e temperatura – câmaras 5-10ºC, <50% U.R. d) armazém a frio e alta umidade – estratificação para sementes recalcitrantes. ANÁLISE DE SEMENTES Feita considerando-se técnicas padronizadas e parâmetros para cada espécie. Itens considerados: - Fidelidade genética - % de germinação - Pureza – tipos de impureza (%) - Presença de pragas, doenças e ervas daninhas. PLANTIO DIRETO – semente campo INDIRETO - semente sementeira viveiro campo Repicagem Transplantio Semente viveiro campo I – PLANTIO DIRETO a) Usos - indicado para plantas que não toleram transplantio; - regiões com escassez de mão-de-obra - plantios extensivos - cultivos mecanizados - plantas de pequeno valor individual b) Vantagens - O plantio direto é menos trabalhoso, mais simples e mais barato; c) Problemas: - exige desbaste - uso de herbicidas - menor controle das condições ambientais quando as plantas são jovens - maior variação das plantas no campo; - dificuldade na semeadura das sementes pequenas O problema de plantio de sementes pequenas pode ser contornado com a peletização das sementes ou seu acondicionamento em fitas degradáveis. II – PLANTIO INDIRETO Vantagens - melhor controle das condições ambientais durante a germinação - melhor controle das ervas daninhas inicialmente - permite melhor seleção e padronização das mudas - menor variação das plantas no campo - maior economia de sementes CONTROLE DE MOLÉSTIAS PÓS-PLANTIO Tombamento de mudas (“damping-off”). Causado por: Fungos (Pythium, Rhizoctonia e Phytophthora) e condições ambientais desfavoráveis as crescimento da plântula e favoráveis ao das populações de fungos. CONTROLE: a) Dos organismos - desinfecção de sementes e estacas - tratamento do substrato – pasteurização, fumigação (basamid), fungicidas de solo, etc - limpeza e desinfecção de bancadas e vasos- formaldeído, clorox, vapor quente. b) Das condições ambientais - condições de água, luz, temperatura e salinidade favoráveis ao rápido crescimento da planta e desfavorável ao dos fungos. O rápido crescimento das plantas pode superar os prejuízos caudados pelo ataque dos microorganismos.SOLARIZAÇÃO PROPAGAÇÃO VEGETATIVA Vantagens e usos: a) transmissão integral do patrimônio genético – perpetuação do material heterozigótico; b) Multiplicação de plantas que não aceitam outro processo; c) multiplicação de plantas com sementes dormentes; d) precocidade de frutificação e) redução do porte da planta; f) cultivo de plantas em condições adversas de clima, solo, pragas e doenças (enxertia). Desvantagens a) comumente mais dispendiosa que a sexuada; b) todas as plantas são igualmente afetadas por condições adversas. c) Transmissão de viroses e outras doenças CONCEITO DE CLONE Material geneticamente uniforme, originado de um único indivíduo e propagado exclusivamente por meios vegetativos. Isto não implica que as plantas de um clone sejam fenotipicamente idênticas, dede que o fenótipo resulta da interação genótipo x ambiente. Diferenças fenotípicas podem resultar de: - Diferenças edafo-climáticas; - Porta-enxerto empregado - Competição com outras plantas; - Juvenilidade/maturidade - Posição do propágulo na planta matriz - Pragas e doenças (viroses) Mudanças genotípicas (permanentes) podem ocorrer, resultantes de mutações somáticas CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS I – EMBRIÕES APOMÍTICOS II – PROCESSOS NATURAIS – estruturas especializadas tais como bulbo, tubérculos, rizomas, raízes tuberosas, rebentos, filhotes, estolhos, coroa e propágulos diversos. III – PROCESSOS ARTIFICIAIS - Produção de caules e raízes adventícias estaquia mergulhia cultura in vitro – meristemas, tecidos, embriões (micropropagação) - União de partes pela regeneração de tecidos enxertia EMBRIÕES APOMÍTICOS a) Conceitos APOMIXIA: processo de multiplicação assexuada, via semente, sem a ocorrência de fecundação na formação do zigoto e que resulta no desenvolvimento de um ou mais embriões haplóides ou diplóides. Os embriões apomíticos são geneticamente idênticos à planta mãe, a menos que sejam haplóides ou tenham sofrido mutação. ANFIMIXIA: reprodução sexual normal. O oposto da apomixia. POLIEMBRIONIA: formação de mais de um embrião na semente, independente do modo como foram formados. Causas da poliembrionia: - divisão do zigoto – poliembriogênese (coníferas); - fecundação da oosfera e sinérgides ou antípodas; - formação de múltiplos sacos embrionários - apomixia - apomixia e anfimixia b) Tipos de apomixia Quanto a ocorrência Obrigatória – somente embriões apomíticos na semente Facultativa – embriões apomíticos e sexuados na semente Quanto a sua formação: - Recorrente – tem plantas que necessitam da polinização e outras não para que ocorra o desenvolvimento do embrião ou do endosperma. - Não recorrente – caso raro primariamente de interesse genético. Não ocorre consistentemente em uma certa planta, como os outros tipos de apomixia. Embrião formado é haplóide – indivíduo estéril e fraco. - Embrionia adventícia ou nucelar – sem meiose e sem formação do saco embrionário, não há alternância de gerações, embriões desenvolvem-se fora do saco embrionário, a partir de células do nucelo ou dos tegumentos, em adição ao embrião sexual normal. Citros e manga – ocorrência de fecundação Opuntia – polinização e fecundação não são necessárias - Vegetativo – bulbilhos são produzidos na inflorescência no lugar das flores c) Importância da apomixia 1 – Produção de populações de “seedlings” geneticamente uniformes. Clones juvenis – silvicultura e ornamentais; porta enxertos uniformes e de boa fixação ao solo – fruticultura; fixação de uma cultivar. 2 – Rejuvenescimento de clones velhos com viroses – obtenção de uma fonte sadia de material propagativo; apresenta problemas de juvenilidade, tratando-se de uma planta frutífera. Propagações sucessivas são necessárias até atingir a maturidade. PROCESSOS NATURAIS Utilização de estruturas especializadas que permitem às plantas sobreviverem em condições naturais adversas. Bulbos - Tunicados: Caule curto, folhas polpudas em camadas concêntricas. Ex.: Cebola - Escamosos: Folhas em forma de escamas com leve aderência ao caule. Ex.: liliáceas - Sólidos: Estrutura caulífera maciça com nós e entrenós, folhas reduzidas. Ex: Gladíolo Rizoma Caule subterrâneo que se desenvolve horizontalmente. Ex: Bananeira Tubérculo Tipo de rizoma. Caules subterrâneos que, em determinadas partes, tornam-se carnudos, cheios de reservas. Ex: batata Raiz tuberosa Estrutura de raiz, ao contrário do tubérculo. Gemas vegetativas são formadas de modo adventício para produzir a parte aérea. Ex: dália, batata-doce Estolho Caule aéreo especializado que se desenvolve na superfície do solo e enraíza em determinados pontos. Ex: Morango Coroa Brotações do colo da planta que formam um tufo. Ex: crisântemo, hemerocallis, morango, capim santo Filhote Brotação de caule sem raízes. Ex: abacaxi Rebento Brotação de caule ou de raiz com raízes. Ex: abacaxi ESTAQUIA Conceitos e tipos de estaca Qualquer parte destacada da planta capaz de regenerar as porções que lhe faltam para formar uma planta nova e completa De acordo com a origem: Caule: raízes adventícias Raiz: parte aérea adventícia Folha: raiz e parte aérea adventícia Folha-gema: raízes adventícias De acordo com a consistência Lenhosa Semi-lenhosa Não lenhosa Herbácea (planta hebácea) Características das células relacionadas com a estaquia Duas características das células tornam possível a propagação por estaquia Totipotência – o fato de uma única célula conter toda informação genética necessária para regenerar uma planta completa Rediferenciação – capacidade de retornar a condição meristemática Conceito de raiz adventícia Formada em local não pré-determinado, a partir de meristema secundário MERISTEMA PRIMÁRIO – células provenientes diretamente do embrião e que nunca cessaram a atividade meristemática MERISTEMA SECUNDÁRIO – grupo de células que diferenciaram, funcionaram como tecido maduro e, então, voltaram a atividade meristemática. BASE ANATÔMICA DO ENRAIZAMENTO Desenvolvimento de raízes e caules em estacas de caule: -A parte aérea, nas estacas de caule, desenvolve-se, normalmente, de modo primário, a partir das gemas axilares presentes. - Raízes se formam adventiciamente. O processo de formação das raízes pode ser dividido nos seguintes estágios: I – Formação dos pontos radiculares ou células iniciais. Estes consistem de meristemas secundários formados a partir da rediferenciação celular. II – Formação dos primórdios radiculares. Estes se formam a partir da diferenciação dos meristemas secundários ou pontos radiculares ou células iniciais. III – Crescimento e emergência das raízes. Crescimento dos primórdios radiculares acompanhado do rompimento de camadas e estabelecimento de conexão vascular com os tecidos condutores da estaca. LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA DOS PRIMÓRDIOS RADICULARES Caules herbáceos: Entre os feixes libero-lenhosos, um pouco para fora. Na vertical, as raízes aparecem em filas, correspondendo aos espaços entre os feixes vasculares. Caules lenhosos: No floema secundário mais novo , fora do cambio. - Raízes adventícias no caule : São consideradas: - Raízes de ferimento: se formam após o preparo da estaca como reação à cicatrização dos cortes. - Primórdios radiculares latentes ou pré-formados: se formam durante o desenvolvimentodo caule e estão presentes quando as estacas são preparadas. Sua presença é indicativa de enraizamento mais fácil. - Calo: após o preparo da estaca de caule, é comum a formação de um calo em sua extremidade basal. Este consiste de uma massa irregular de células parenquimatosas em vários estágios de lignificação. RELAÇÕES DO CALO COM O ENRAIZAMENTO - relações diretas: Na maioria dos casos, a formação do calo e das raízes são independentes. É comum ocorrerem simultaneamente, pois dependem de condições internas e externas semelhantes. Em alguns casos, as raízes se originam diretamente do calo. Nestes, a formação do calo é precursora da iniciação da raiz adventícia. - relações indiretas: Indiretamente o calo pode ser com relação a formação de raízes: - favorável: protegendo a ferida do dessecamento e da invasão de fungos - desfavorável: se excessivo, dificultando a absorção de água e a emergência das raízes DESENVOLVIMENTO DAS RAÍZES DE ESTACAS DE FOLHAS - Podem ser considerados dois tipos de estacas de folhas: De meristema primário: embriões foliares – propágulos com caules, raízes e folhas – estão presentes nos bordos das folhas. Estes se formam a partir de meristemas primários. Quando a folha completa o seu desenvolvimento, os embriões tornam-se dormentes. Quando colocada em ambiente úmido e com calor, as novas plantas se formam a partir de tais propágulos. Ex: Bryophylum De meristema secundário: As raízes e os caules se originam de meristema secundário que se localizam, comumente, na base do limbo ou no pecíolo da folha. As raízes, em geral, se formam mais prontamente que a parte aérea. Em algumas plantas, é necessário a inclusão de uma parte de ramo original, contendo uma gema, para formar a parte aérea primariamente. DESENVOLVIMENTO DE RAÍZES E CAULES EM ESTACAS DE RAIZ - A arte aérea é sempre adventícia, originando-se de células do parênquima do floema e dos raios medulares. - As raízes podem ter origem primária, de primórdios radiculares latentes ou secundária (adventícia), da própria raiz ou do caule formado adventiciamente. - A raiz adventícia, na própria raiz, se origina na região cambial vascular. BASE FISIOLÓGICA DO ENRAIZAMENTO A capacidade de enraizamento depende da planta e do tratamento dispensado à estaca. Deve-se, primariamente, à interação de fatores inerentes às células com substancias transportadas produzidas nas folhas e nas gemas: Substâncias transportadas: Carboidratos – folhas Substâncias de crescimento – auxinas, giberelinas citocininas e ácido abscísico produzidos nas gemas e folhas em crescimento Co-fatores de enraizamento – gemas e folhas Co-fatores são substancias de ocorrência natural que agem sinergicamente com a auxina (AIA) na promoção do enraizamento. Consistem de: terpenoides, compostos fenólicos ácido isoclorogênico. O enraizamento é diretamente relacionado com o nível de auxina presente ou com o balanceamento entre os reguladores de crescimento. FATORES QUE INFLUENCIAM O ENRAIZAMENTO Condições de nutrição da planta matriz Alta relação C/N, com CH2O elevado e N baixo, mas não deficiente – Cituação mais favorável ao enraizamento. Posição na planta e no ramo - caules lenhosos comreservas de CH2O Brotações laterais – melhor balanceamento C/N Porção basal do ramo lateral – melhor balanceamento C/N e mais provável presença de primórdios radiculares latentes. - caules herbáceos com poucas ou sem reservas de CH2O Porção terminal do ramo – maior concentração de auxinas e células mais novas com maior capacidade de rediferenciação. IDADE DO MATERIAL (ontogenética) - Material juvenil enraíza melhor que o adulto Razões: mais baixo nível de inibidores Mais alto nível de co-fatores FASES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO - Fase vegetativa – melhor enraizamento - Razão: mais alto nível de auxinas - Estaca com embasamento versus estaca simples - Com embasamento – enraíza melhor - Razões: maior reserva de CH2O Provável presença de primórdios radiculares latentes ÉPOCA DO ANO Pode ter uma influência marcante. As condições fisiológicas, de nutrição e balanço hormonal, variam consideravelmente com a época do ano. A época de crescimento ativo da planta parece ser mais favorável ao enraizamento. PRESENÇA DE GEMAS E FOLHAS Importante fator no enraizamento por fornecer substâncias transportadas e, no caso da gema, também dar continuidade à parte aérea. CONDIÇÕES SANITÁRIAS Viroses – inibem o enraizamento diretamente Fungos e Bactérias – causam apodrecimento da estaca Recomendações: Remoção do propágulo de plantas aparentemente sadias Desinfecção das estacas Esterilização do substrato Asseio das instalações e instrumentos – desinfecção com água quente, produtos a base de cloro ou outros agentes. CONDIÇÕES AMBIENTAIS AGUA – Atmosfera alta – a maior pressão de vapor diminui a transpiração evitando o dessecamento Substrato na capacidade de campo com boa aeração NEBLINA INTERMITENTE – Aspersão d’água em partículas finas sobre as plantas a intervalos pré-estabelecidos – proporciona umidade elevada no ambiente e, ao mesmo tempo, reduz a temperatura da folha, contribuindo assim para a sua retenção e funcionamento. As folhas retidas fornecerão CH2O e outras substâncias necessárias ao enraizamento. TEMPERATURA – Atmosfera – 21 a 26oC dia e 15 a 2oC a noite Substrato – mais elevada que a da atmosfera (>25oC) para estimular a divisão celular e o enraizamento antes do desenvolvimento das gemas da parte aérea. LUZ – Influencia a formação de carboidratos (fotossíntese) e a síntese e estabilidade das auxinas. É necessária para a formação das auxinas, mas evita a sua acumulação (auxina é instável na presença de luz). O papel da luz varia com o tipo de estaca. Estaca herbácea com folhas – não tem reservas acumuladas. A luz estimula o enraizamento, pois torna possível a produção de CH2O nas folhas. Estaca lenhosa sem folhas – o enraizamento depende de CH2O armazenado. Nestas a ausência de luz estimula o enraizamento, favorecendo um maior acúmulo de auxinas. MEIO DE ENRAIZAMENTO Características desejáveis: - Firme e denso, o suficiente para reter a estaca em posição desejável - Capacidade de retenção de água - Porosidade, aeração e drenagem - pH favorável - Baixo teor de sais - Capacidade de retenção de nutrientes TRATAMENTO DAS ESTACAS - Ferimentos na base da estaca. Proporciona: Quebra de camadas esclerenquimatosas Melhor absorção de água e reguladores aplicados Acumulação de auxinas e carboidratos Maior superfície de enraizamento - Estiolamento: maior acúmulo de auxinas - Anelamento: acúmulo de substâncias transportadas - Fungicidas: evitam o apodrecimento da estaca - Neblina intermitente: conserva as folhas nas estacas herbáceas -Aplicação de reguladores: -AIA – ácido indolacético – (natural e sintético), -AIB, ácido indolbutírico e -ANA [acido naftaleno acético (sintéticos). -AIB e ANA são mais efetivos que o AIA, quando aplicados, pois a planta a enzima para oxidá-los, ao contrário do que ocorre com o AIA, que é uma auxina natural. -O AIA é sensível à luz e é prontamente inativado em sua presença. . MERGULHIA Conceito: Enraizamento do ramo ligado à planta matriz. Usos, vantagens e desvantagens: - quando a estaquia e a enxertia não são viáveis - com plantas nas quais a mergulhia é natural - processo demorado e dispendioso - reduzido número de plantas obtidas TIPOSDe ponta Simples Composta Em vala De cepa ou tronco Aérea ou alporquia TRATAMENTOS Curvatura do ramo, ferimentos, estiolamento, anelamento, aplicação de reguladores e fungicidas. Praticamente os mesmos usados na estaquia. http://www.youtube.com/watch?v=GOk hj6t_lPA&feature=related ENXERTIA Conceito: União de partes vegetais, pela regeneração de tecidos, formando uma combinação que se desenvolve como uma planta única. - copa, enxerto, cavaleiro, epíbio – parte superior - inter-enxerto, mesóbio – parte intermediária - cavalo, porta-enxerto, hipóbio – parte inferior Razões, usos e vantagens: 1 – Perpetuação de plantas que não aceitam outro processo assexuado mais simples 2 – Produtividade e qualidade da produção 3 – Precocidade e nanismo 4 – Tolerância a pragas, doenças e condições adversas de clima e solo 5 – Correção de incompatibilidade 6 – Promoção da floração 7 – Indexação 8 – Reparo de árvores injuriadas 9 – Troca de cultivar – copa em planta estabelecida 10 – Adaptabilidade a condições de solo 11 – Ornamentação – várias plantas em uma mesma Tipos gerais de enxertia: Borbulhia (uso de borbulhas) – variantes diversas Garfagem (uso de garfos) – variantes diversas Encostia (enxerto ligado a planta mãe) TIPOS ESPECIAIS DE ENXERTIA 1 – Sobreenxertia Enxertia em árvores formadas o já enxertadas. Praticadas em brotações novas do cavalo ou do enxerto ou diretamente sobre o tronco ou ramos da planta. Finalidades: - Correção da incompatibilidade - Substituição de copa - Aproveitamento do arcabouço da árvore (economia e precocidade) 2 – Subenxertia Enxertia de cavalos novos na planta formada. Finalidades: - Substituir sistema radicular susceptível a pragas e doenças, danificados ou incompatíveis – revigorar a planta. 3 – Enxerto ponte Garfagem para substituição do floema. Recuperação de árvore com casca removida ou danificada. 4 – Braço-vivo Enxertia entre dois ramos (pernadas) da árvore. Previne quebra de bifurcações.
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