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Drogas e sistema nervoso

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Drogas e Sistema Nervoso
Para sabermos como as Drogas psicotrópicas, interferem na função do Sistema Nervoso Central (SNC), é importante lembrarmos de como ele funciona.
Pois quando o indivíduo recebe um estimulo, através do sentido, a “mensagem” é enviada ao Sistema Nervoso Central, onde ocorre o processamento de informações, interpretação, elaboração, memorização, associações, entre outros. Como veremos, as Drogas psicotrópicas são, portanto, aquelas que atuam sobre o nosso cérebro, alterando nossa maneira de pensar, sentir ou agir.
Drogas lícitas: são aquelas permitidas por lei, as quais são compradas praticamente de maneira livre, e seu comércio é legal. 
Drogas ilícitas: são as cuja comercialização é proibida pela justiça, estas também são conhecidas como “drogas pesadas” e causam forte dependência.
Algumas definições:
Drogas: qualquer substancia capaz de modificar a função de organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. Também são chamadas de entorpecentes ou narcóticos.
Drogas Psicoativas: são aquelas que alteram o comportamento, humor e cognição, significado que estas drogas agem diretamente nos neurônios, afetando o Sistema Nervoso Central.
Drogas Psicotrópicas: são aquelas que, agem no Sistema Nervoso Central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora sendo, portanto, passíveis de auto-adminstraçao.
Drogas de Abuso: qualquer substância que altera o humor, o nível de percepção ou funcionamento do Sistema Nervoso Central.
Drogas Psicotrópicas
As Drogas Psicotrópicas: estão classificadas em três grupos: o das depressoras, das estimulantes e o das perturbadoras da atividade do Sistema Nervoso Central.
Drogas depressoras: como o próprio nome indica, diminuição da atividade do Sistema Nervoso Central, ou seja, esse sistema passa a funcionar mais lentamente, tornando o usuário “menos ligado”.
Exemplos: Álcool Etílico (Etanol), Heroína, Morfina, Benzodiazepínicos, etc.
Drogas Estimulantes: são as que estimulam as atividades do Sistema Nervoso Central, fazendo com que o estado de vigília fique aumentado, “mais ligado”. Em dose mais elevadas chega a produzir alucinações.
Drogas Perturbadoras: são aquelas que produzem uma mudança qualitativa no funcionamento do Sistema Nervoso Central apresentando alterações mentais como por exemplo, delírios, ilusões e alucinações, as mais usadas são, maconha e alguns medicamentos anticolinérgicos.
Mostraremos com mais detalhes a respeito das drogas mais consumidas.
Álcool (bebidas alcoólicas)
	Apesar do conhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, como um depressor do Sistema Nervoso Central, o álcool é apreciado por produzir um conjunto de efeitos que podem resultar em sensação de bem-estar, relaxamento e desinibição. O álcool é uma das poucas drogas que é incentivada pela sociedade. Sendo este um dos motivos que ele é encarado de forma diferenciada pela sociedade, comparado as demais drogas. 
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes, como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a surgir os efeitos depressores, como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.  
 	Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada a outra que não está acostumada a beber. Outro exemplo está relacionado à estrutura física: a pessoa com estrutura física de grande porte terá maior resistência aos efeitos do álcool. 
 	O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubescimento da face, dor de cabeça e mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, têm maior probabilidade de sentir esses efeitos.
	A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um período de consumo crônico. Cerca de 5% dos que entram em abstinência leve evoluem para síndrome de abstinência severa ou delirium tremens que, além da acentuação dos sinais e sintomas, caracteriza-se por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e no espaço.
O abuso do álcool causa 350 doenças físicas e psíquicas.
Alcoolismo é a 3º doença que mais mata no mundo.
No Brasil, 90% das internações em hospitais psiquiátricos por dependência de drogas acontecem devido ao álcool.
O álcool é a droga que mais detona o corpo (tanto como cocaína e crack), é a que mais faz vítimas e é a mais consumida entre os jovens no Brasil.
O usuário de álcool não sente muita, ou nenhuma, fome, por isso não come. Acontece uma diminuição da oferta de substancias usadas na constante reconstituição dos tecidos. E assim o corpo do alcoólatra começa a se consumir. Esse processo leva a desnutrição.
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação, podem prejudicar o feto, trazendo assim consequências para o recém-nascido, como por exemplo a Síndrome Fetal pelo Álcool (SAF).
ANTICOLINÉRGICOS
Um dos principais anticolinérgicos utilizado é o triexifenidil, um medicamento comercializado com o nome Artane®, nome popular: aranha, artemis, buque, (medicamento usado para o mal de Parkinson). 
Essas substâncias bloqueiam os efeitos da acetilcolina, um neurotransmissor que atua no sistema colinérgico e, por esse motivo, são denominadas anticolinérgicas. Em doses elevadas, além dos efeitos no corpo, são capazes de alterar as funções psíquicas, produzindo delírios e alucinações. Absorvido em quantidades maiores do que a dose terapêutica, o produto provoca alterações mentais como alucinações e delírios, com duração de 48 horas. Consumido junto com outras drogas, como inalantes e maconha, o efeito pode durar mais tempo ainda, iniciando pela sensação de "barato" na cabeça ou no corpo todo, seguida de alterações na percepção de cores/sons, terminando com sensações de estranheza, medo, confusão mental, idéias de perseguição, dificuldades de memória - síndrome que adota a forma de um surto psicótico agudo.
As drogas anticolinérgicas são capazes de produzir muitos efeitos periféricos. Assim, as pupilas ficam muito dilatadas, a boca seca e o coração dispara. Os intestinos ficam paralisados - tanto que são usados medicamentosamente como antidiarreicos - e a bexiga fica "preguiçosa" ou há retenção de urina. 
Os anticolinérgicos podem produzir, em doses altas, grande elevação da temperatura - que chega, às vezes, até a 40-41 graus. Nestes casos, não muito comuns, a pessoa apresenta-se com a pele muito seca e quente com vermelhidão principalmente no rosto e pescoço. Esta temperatura elevada pode provocar convulsões. São, por isto, bastante perigosas. Existem pessoas que, também, descrevem ter "engolido a língua" e quase se sufocarem por causa disto. Ainda, em casos de dosagem elevada, o número de batimentos do coração sobe exageradamente, podendo chegar acima de 150 batimentos por minutos. Estas drogas não desenvolvem tolerância no organismo e não há descrição de síndrome de abstinência após a parada de um uso contínuo.
BENZODIAZEPÍNICOS
	São medicamentos que têm a propriedade de atuar quase que exclusivamente sobre a ansiedade e tensão, sendo por esse motivo, denominados ansiolíticos. 
Hoje há mais de 100 medicamentos no País à base desses benzodiazepínicos (BDZ). Estes têm nomes químicos que terminam geralmente pelo sufixo pam. Alguns exemplos de benzodiazepínicos: diazepam, bromazepam, clobazam, clorazepam, estazolam, flurazepam, flunitrazepam, lorazepam, nitrazepam. A exceção éa substância chamada clordizepóxido que também é um benzodiazepínico. Por outro lado estas substâncias são comercializadas pelos laboratórios farmacêuticos com diferentes nomes "fantasia", existindo assim dezenas de remédios com diferentes denominações: Noan®, Valium®, Aniolax®, Calmociteno®, Dienpax®, Psicosedin®, Frontal®, Frisium®, kiatrium®, Lexotan®, Lorax®, Urbanil®, Somalium®.
Os Benzodiázepinicos (BZD) possuem receptores específicos no Sistema Nervoso Central (SNC), ligados a receptores gabaérgicos tipo A (GABA-A), com os quais regula a abertura e o fechamento dos canais de íon cloreto, responsáveis pela propagação dos estímulos para os neurônios pós-sinápticos. 
A ação dos BZD e do GABA inibe diversos sistemas de neurotransmissão, funcionando como um depressor do Sistema Nervoso Central.
COCAÍNA, CRACK E MERLA
A cocaína é extraída das folhas de uma planta encontrada exclusivamente na América do Sul, chamada Erythroxylon coca, conhecida como coca ou epadu, este último nome dado pelos índios brasileiros. Nos países onde é encontrada (Bolívia, Peru e Colômbia), suas folhas são mascadas ou tomadas em forma de chá para melhorar a adaptação à alta altitude, diminuindo a fome e o cansaço e melhorando a disposição das pessoas.
	Formas de apresentação da cocaína
	Pasta Base
	Macerado das folhas, cal, solvente (querosene ou gasolina) e ácido sulfúrico
	Pó
	A pasta é tratada com ácido hipoclorídico, produzindo o Cloridrato de Cocaína (pó branco e sem cheiro)
	Crack
	Pasta de coca ou pó, bicarbonato de sódio ou amônia, água e aquecimento. A pasta é transformada em pedras por meio deste processo
	Merla
	Pasta de coca ou pó, ácido sulfúrico, querosene ou gasolina
 	O mecanismo de ação da cocaína no Sistema Nervoso Central é aumentar a liberação e prolongar o tempo de atuação dos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina, os quais são atuantes no cérebro.   
A dopamina é o neurotransmissor que se relaciona à dependência, visto que é este responsável pela sensação de prazer associada ao consumo da droga, bem como a outros comportamentos naturalmente gratificantes como comer, fazer sexo e saciar a sede. Além disso, está relacionada ao comportamento motor fino (atividades que demandam maior precisão e coordenação motora, como escrever) cognição/percepção e controle hormonal.
Tanto o crack e a merla são cocaína, portanto, todos os efeitos provocados pela cocaína também ocorrem com o crack e a merla. Porém a via de uso dessas duas formas (via pulmonar, já que ambas são fumadas), faz toda a diferença do crack e da merla com o “pó”.
Assim que o crack e a merla são fumados alcançam o pulmão, que é um órgão intensivamente vascularizado e com grande superfície, levando a uma absorção instantânea. Através do pulmão, cai quase imediatamente na circulação cerebral chegando rapidamente ao cérebro. Com isto, pela via pulmonar o crack e a merla "encurtam" o caminho para chegar no cérebro, aparecendo os efeitos da cocaína muito mais rápido do que outras vias. Em 10 a 15 segundos os primeiros efeitos já ocorrem, enquanto que os efeitos após cheirar o "pó" acontecem após 10 a 15 minutos e após a injeção, em 3 a 5 minutos. Essa característica faz do crack uma droga "poderosa" do ponto de vista do usuário, já que o prazer acontece quase que instantaneamente após uma "pitada".
Porém a duração dos efeitos do crack é muito rápida. Em média duram em torno de 5 minutos, enquanto que após injetar ou cheirar, em torno de 20 e 45 minutos, respectivamente. Essa pouca duração dos efeitos faz com que o usuário volte a utilizar a droga com mais frequência que as outras vias (praticamente de 5 em 5 minutos) levando-o à dependência muito mais rapidamente que os usuários da cocaína por outras vias (nasal, endovenosa).
Logo após a "pitada" o usuário sente uma sensação de grande prazer, intensa euforia e poder. É tão agradável, que logo após o desaparecimento desse efeito (e isso ocorre muito rapidamente, em 5 min), ele volta a usar a droga, fazendo isso inúmeras vezes até acabar todo o estoque que possui ou o dinheiro para consegui-lo. A essa compulsão para utilizar a droga repetidamente, dá-se o nome popular de "fissura" que é uma vontade incontrolável de sentir os efeitos de "prazer" que a droga provoca. A "fissura" no caso do crack e merla é avassaladora, já que os efeitos da droga são muito rápidos e intensos.
 
Maconha e ThC
A maconha (haxixe, erva, baseado) é o nome dado a uma planta conhecida cientificamente como Cannabis sativa. Em outros países é conhecida por diferentes nomes como: THC, Hashishi, Bangh, Ganja, Diamba, Marijuana, Marihiana. 
O THC é uma substância química produzida pela planta da maconha, sendo essa a principal responsável pelos efeitos psíquicos da droga no organismo. Atualmente, a quantidade de THC encontrada na maconha é de aproximadamente 4,5%. A concentração de THC na maconha pode variar de acordo com o solo, o clima, a estação do ano, época de colheita, tempo decorrido entre a colheita e o uso (no México existe uma variação genética da maconha, a “sinsemilla” – sem sementes – que pode ter entre 7,5 e 24% de THC). 
Assim, a potência da droga pode variar muito, produzindo mais ou menos efeitos. A variação dos efeitos também se dá de acordo com a pessoa usuária, considerando que a reação à droga depende da sensibilidade do organismo do usuário.
As folhas e inflorescências secas da planta podem ser fumadas (por meio de cigarros feitos artesanalmente) ou ingeridas (comumente misturadas em bolos e doces). A maconha também pode ser consumida por meio de uma pasta semi-sólida conhecida como haxixe, obtida a partir de uma grande pressão nas inflorescências, sendo esta forma mais concentrada de THC (até 28%).
	O mecanismo de ação da maconha ainda não esta bem esclarecido. Recentemente foram descobertas substâncias endógenas (que o nosso próprio organismo produz) no Sistema Nervoso Central que atuam de forma semelhante à maconha. Elas fora denominadas anandamidas. É a partir dessa descoberta que o mecanismo de ação da maconha está começando a ser elucidado.
Sua forma de consumo é, via de regra, na forma de cigarros, mas pode ser fumada de outras formas ou mesmo ingerida. De qualquer forma, suas substâncias ativas agem sobre o cérebro do usuário. O THC se liga aos receptores do cérebro, afetando neurônios que liberam neurotransmissores como a dopamina (ligada às sensações de prazer) e a serotonina (ligada ao humor, à atividade sexual e ao sono). Essa alteração causa sensações de prazer e letargia.
 	Os efeitos de seu consumo se classificam como físicos e psíquicos. Os efeitos físicos mais comuns são: olhos vermelhos, boca seca e taquicardia. Os usuários costumam relatar aumento exacerbado do apetite algum tempo depois do consumo da droga. O uso prolongado pode causar problemas como bronquites e, no caso dos homens, redução da produção de espermatozoides. Apesar de não estar provado que o consumo constante da maconha possa causar câncer, os cientistas sabem que a fumaça produzida pela droga tem alto teor de alcatrão, no qual existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente cancerígeno.
 	Já os efeitos psíquicos não são completamente conhecidos. Os cientistas ainda não sabem se a maconha provoca danos irreversíveis ao cérebro, mas pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam sérios prejuízos na capacidade cognitiva - consumidores frequentes da droga apresentam dificuldade para compreender informações complicadas. No momento em que é fumada, a maconha pode causar efeitos variados, que vão desde calma e relaxamento até angústia ou tremores. Também podem ocorrer perturbações na capacidade de calcular o tempo e medir o espaço, além da perda de atenção e alucinações auditivas e visuais
SOLVENTES OU INALANTES
A palavra solvente significa substância capaz de dissolver coisas, e inalante é toda substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou pela boca. 
Em geral, todo solvente é uma substância altamente volátil, ou seja, evapora-senaturalmente, por esse motivo pode ser facilmente inalado. Outra característica dos solventes ou inalantes é que muitos deles (mas não todos) são inflamáveis.
Um número enorme de produtos comerciais, como esmaltes, colas, tintas, tíneres, propelentes, gasolina, removedores, vernizes etc., contém esses solventes. Eles podem ser aspirados de forma involuntária (por exemplo, trabalhadores de indústrias de sapatos ou de oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar contaminado por essas substâncias) ou voluntariamente (por exemplo, crianças em situação de rua que cheiram cola de sapateiro, o menino que cheira em casa acetona ou esmalte, ou o estudante que cheira o corretivo Carbex® etc.).
Um produto muito conhecido no Brasil é o “cheirinho” ou “loló”, também conhecido como “cheirinho da loló”. Trata-se de um preparado clandestino à base de clorofórmio e éter, utilizado somente para fins de abuso. 
Mas já se sabe que, quando esses “fabricantes” não encontram uma daquelas duas substâncias, eles misturam qualquer outra coisa em substituição. Assim, em relação ao “cheirinho da loló” não se conhece bem sua composição, o que complica quando se tem casos de intoxicação aguda por essa mistura. 
É importante chamar a atenção para o lança-perfume. Esse nome designa inicialmente aquele líquido que vem em tubos e que se usa no carnaval. À base de cloreto de etila ou cloretila, é proibida sua fabricação no Brasil e só aparece nas ocasiões de carnaval, contrabandeada de outros países sul-americanos. Mas cada vez mais o nome lança-perfume é também utilizado para designar o “cheirinho da loló”. 
Assim como ocorre com o álcool, os solventes são substâncias que têm efeito bifásico, ou seja, causam uma excitação inicial, seguida por depressão do funcionamento cerebral, que dependerá da dose inalada.
Após a inalação, os solventes alcançam os alvéolos e capilares pulmonares e são distribuídos pelas membranas lipídicas do organismo. O pico plasmático é atingido entre 15 a 30 minutos. O metabolismo é variável: nitratos e hidrocarbonetos aromáticos são metabolizados pelo sistema hepático microssomal. Alguns solventes possuem metabólitos ativos mais potentes que a substância inicial. A eliminação pode ser renal ou pulmonar.
Praticamente todos os inalantes, com exceção dos nitritos, produzem efeitos prazerosos e depressores do Sistema nervoso central. O Tolueno, substância encontrada em produtos como tintas, colas e removedores, parece agir ativando o sistema dopaminérgico. Este sistema neural se relaciona à dependência. É responsável pela sensação de prazer associada ao consumo da droga, bem como a outros comportamentos naturalmente gratificantes como comer, fazer sexo e saciar a sede.
O início dos efeitos, após a aspiração, é bastante rápido – de segundos a minutos no máximo – e em 15 a 40 minutos já desaparecem. Assim, o usuário repete as aspirações várias vezes para que as sensações durem mais tempo.
De acordo com o aparecimento desses efeitos, após inalação de solventes, foram divididos em quatro fases:
 
Primeira fase: a chamada fase de excitação, que é a desejada, pois a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, sentindo tonturas e tendo perturbações auditivas e visuais. Mas podem também aparecer náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas.
 Segunda fase: a depressão do cérebro começa a predominar, ficando a pessoa confusa, desorientada, com a voz meio pastosa, visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez; ela começa a ver ou a ouvir coisas.
 Terceira fase: a depressão aprofunda-se com redução acentuada do estado de alerta, incoordenação ocular (a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos objetos), incoordenação motora com marcha vacilante, fala “enrolada”, reflexos deprimidos, podendo ocorrer processos alucinatórios evidentes.
Quarta fase: depressão tardia, que pode chegar à inconsciência, queda da pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões (“ataques”). Essa fase ocorre com freqüência entre aqueles “cheira dores” que usam saco plástico e, após certo tempo, já não conseguem afastá-lo do nariz e, assim, a intoxicação torna-se muito perigosa, podendo mesmo levar ao coma e à morte. 
Finalmente, sabe-se que a aspiração repetida, crônica, dos solventes pode levar à destruição de neurônios (células cerebrais), causando lesões irreversíveis no cérebro. Além disso, pessoas que usam solventes cronicamente apresentam-se apáticas, têm dificuldade de concentração e déficit de memória.
Sabe-se que a aspiração repetida, crônica, dos solventes pode lever a destruição de neurônios (as células cerebrais), causando lesões irreversíveis do Sistema Nervoso Central.
Os solventes quando inalados cronicamente podem levar a lesões da medula óssea, dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os músculos. Por exemplo, verificou-se, em outros países, que em fábricas de sapatos ou oficinas de pintura, os operários, com o tempo, acabavam por apresentar doenças renais e hepáticas. Em decorrência disso, nesses países passou a vigorar uma rigorosa legislação sobre as condições de ventilação dessas fábricas, e o Brasil também tem leis a respeito.
Em alguns casos, principalmente quando existe no solvente uma impureza, o benzeno, mesmo em pequenas quantidades, pode levar à diminuição de produção de glóbulos brancos e vermelhos pelo organismo. 
Um dos solventes mais utilizados nas nossas colas é o n-hexano. Essa substância é muito tóxica para os nervos periféricos, produzindo degeneração progressiva, a ponto de causar transtornos no andar (as pessoas acabam andando com dificuldade, o chamado “andar de pato”), podendo até chegar à paralisia. Há casos de usuários crônicos que, após alguns anos, só podiam se locomover em cadeira de rodas.
A dependência entre aqueles que abusam cronicamente de solventes é comum, sendo os componentes psíquicos da dependência os mais evidentes, tais como desejo de usar a substância, perda de outros interesses que não seja o solvente. 
A síndrome de abstinência, embora de pouca intensidade, está presente na interrupção abrupta do uso dessas drogas, sendo comum ansiedade, agitação, tremores, cãibras nas pernas e insônia. 
Pode surgir tolerância à substância, embora não tão dramática em relação a outras drogas (como as anfetaminas, que os dependentes passam a tomar doses 50-70 vezes maiores que as iniciais). Dependendo da pessoa e do solvente, a tolerância instala-se ao fim de um a dois meses.
TABACO
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é extraída uma substância de efeito estimulante chamada nicotina. Além desta, o tabaco possui mais de 4.700 substâncias. 
O tabaco pode ser usado de diferentes formas: inalado por meio de cigarro, charuto, cigarro de palha e cachimbo; aspirado por meio de rapé; mascado por meio de fumo-de-rolo. Todas as formas de consumo geram algum tipo de prejuízo ao organismo do usuário 
Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao cérebro aproximadamente em nove segundos. Os principais efeitos da nicotina no sistema nervoso central consistem em: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite. 
A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes relatar sensação de relaxamento quando fumam. Essa sensação é provocada pela diminuição do tônus muscular. Menciona-se, também, aumento de concentração e de atenção
O uso intenso e constante de tabaco pode provocar ainda o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que, originalmente, eram produzidos por doses menores.
Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo intenso de fumar), irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas.A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso do tabaco.
O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de algumas doenças, como: pneumonia, câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, boca, estômago), infarto de miocárdio, bronquite crônica, enfisema pulmonar, derrame cerebral e úlcera digestiva. 
Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar, ainda, náuseas, dores abdominais, diarreia, vômitos, cefaléia, tontura, braquicardia, fraqueza e impotência sexual nos homens.
Quando uma mulher fuma durante a gravidez, “o feto também fuma”, recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução de peso no recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebê pelo leite materno.
Os fumantes não são os únicos expostos à fumaça do cigarro, pois os não-fumantes também são agredidos por ela, tornando-se fumantes passivos quando expostos a fumaça. Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não fumantes próximos ou distantes dos fumantes inalem também as substâncias tóxicas. 
Existem evidências de que os fumantes passivos têm risco maior de desenvolverem doenças relacionadas aos usuários de tabaco. Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam incidência três vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não-fumantes.
 
Resultados nacionais
Consumo de drogas
O uso pelo menos uma vez na vida de qualquer droga (exceto álcool e tabaco) foi de 19,4% (quadro 3 & figura 1). A maconha foi a droga mais citada. Os solventes e anorexígenos (estimuladores do apetite) vêm logo depois. Ambas são drogas de venda livre. Os benzodiazepínicos ou calmantes vêm em quarto lugar, com 3,3% de usuários. A cocaína já foi usada pelo menos uma vez por 2,3% dos brasileiros. O crack, por 0,4%. Dessa maneira, observou-se que das cinco drogas utilizadas no Brasil, três podem ser obtidas pela via legal. 
		
	
	
	
			Quadro 3: Porcentagem e população estimada com uso na vida de diferentes drogas psicotrópicas.
	Droga
	%
	População Estimada (em milhares)
	Qualquer droga
	19,4
	9.109
	Maconha
	5,8
	3.249
	Solvente
	5,8
	2.710
	Orexígenos
	4,3
	2.015
	Benzodiazepínicos (calmantes)
	3,3
	1.536
	Cocaína
	2,3
	1.076
	Xaropes (codeína)
	2,0
	931
	Estimulantes
	1,5
	704
	Opiáceos
	1,4
	604
	Anticolinérgicos
	1,1
	495
	Alucinógenos
	0,6
	295
	Barbitúricos 
	0,5
	220
	Crack
	0,4
	189
	Esteróides
	0,3
	149
	Merla
	0,2
	92
	Heroína
	0,1
	25
	
	
	
	
	 
		
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
FIGURA 1: Porcentagem de uso na vida das diferentes drogas psicotrópicas, nas 107 maiores cidades do Brasil.
ReferÊncias bibliográficas
DROGAS PSICOTRÓPICAS <http://www.imesc.sp.gov.br/pdf/artigo%201%20-%20DROGAS%20PSICOTR%C3%93PICAS%20O%20QUE%20S%C3%83O%20E%20COMO%20AGEM.pdf>
OBID - observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas <http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11287&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS%2FTipos+de+drogas/Tabaco>
OBID - observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas <http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11289&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS%2FTipos+de+drogas/Solventes+ou+Inalantes>
Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein

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