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Manual-descomplicado-para-interpretacao-de-exames-laboratoriais-na-medicina-veterinaria

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Prévia do material em texto

Por Érika Zanoni Fagundes Cunha 
Quem diz que a vida importa menos para os animais do que 
para nós nunca segurou nas mãos um animal que luta pela 
vida. O ser inteiro o animal se lança nessa luta, sem nenhuma 
reserva [...] todo o seu ser está na carne viva.
(Coetzee)
02 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
03Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
A Autora 04
1 - Apresentação ...........................................................................................................................................................................05
2 - Manual da coleta ....................................................................................................................................................................06
 Procedimentos Gerais ......................................................................................................................................................07
 Identificação do material ........................................................................................................................................07
 Dicas para uma boa coleta de sangue ...............................................................................................................07
 Exames realizados em sangue sem anticoagulante (tampa vermelha) .................................................07
 Exames realizados em sangue com anticoagulante .....................................................................................07
 Hemograma .........................................................................................................................................................................08
 Eritrograma ..................................................................................................................................................................08
 Anemias .........................................................................................................................................................................08
 Policitemias ..........................................................................................................................................................................10
 Alterações morfológicas de hemácias e inclusões .........................................................................................10
 Leucograma ........................................................................................................................................................................14
 Avaliação do leucograma combinados! .............................................................................................................16
 Exame parasitológico de sangue..................................................................................................................................17
 Hemostasia ..........................................................................................................................................................................18
 Pesquisa de ácaros.............................................................................................................................................................19
 Micológico direto e tricograma.....................................................................................................................................20
 Exame de fezes....................................................................................................................................................................21
 Citologia para diagnóstico de tumor venéreo transmissível ............................................................................22
 Urinálise .................................................................................................................................................................................23
 Derrames cavitários...........................................................................................................................................................25
 Bioquímica sanguínea ......................................................................................................................................................27
 Hemostasia ...........................................................................................................................................................................28
 Mensuração fisiológica do estresse......................................................................................................................28
 Hiperadrenocorticismo.............................................................................................................................................28
 Hipoadrenocorticismo ..............................................................................................................................................29
 Hipotiroidismo ............................................................................................................................................................29
 Hipertireoidismo .........................................................................................................................................................29
 Biomarcadores de função cardíaca..............................................................................................................................30
3 - Perfis ...........................................................................................................................................................................................31
4 - Referências.................................................................................................................................................................................32
Sumário
04 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
Possui graduação Medicina Veterinária pela 
Universidade Federal do Paraná (2003), 
especialização em Neurociência Clínica pela 
Unyleya (2019), mestrado em Ciências 
Veterinárias pela Universidade Federal do 
Paraná (2005) e doutorado em Zoologia pela 
Universidade Federal do Paraná (2019). Tem 
experiência na área de comportamento, 
atuando principalmente nos seguintes temas: 
patologia clínica, neurogestão, neurociência, 
estresse, transtornos mentais, intervenções 
assistidas por animais e meio ambiente. No 
ensino superior atua desde 2006, como 
docente. Escreveu um dos capítulos do livro 
"As vinte melhores estratégias do ensino do 
bem-estar animal” publicado pela World 
Animal Protection" em 2015. Publicou o 
capítulo “Ensaios de uma cosmovisão 
teleológica para uma elaboração de uma 
legislação específica da TAA” que foi a base do 
novo projeto de Lei do Congresso Nacional a 
respeito da Intervenção Assistida por Animais. 
É membro da Animal Behavior Society, da 
Sociedade Brasileira de Neurociência e 
Comportamento e Sociedade Brasileira de 
Etologia. Atualmente atua como diretora das 
relações institucionais do Centro Superior de 
Ensino dos Campos Gerais (CESCAGE). Na 
graduação trabalhou por 10 anos como 
docente da disciplina de Patologia clínica. No 
setor de extensão, coordena o grupo Mascotes 
da Alegria que realiza intervenções assistidas 
por animais há 9 anos. Na pós-graduação é 
coordenadora da residência de saúde coletiva. 
Atua também na gestão do Colégio Vila Militar 
CESCAGE e como docente no ensino 
Fundamental II da disciplina de Cuidar de 
animais.
A AUTORA
Contatos: (clique para acessar)
/erika.e.zanoni
erika_zanoni
erikazanbr@yahoo.com.br
https://www.facebook.com/erika.e.zanoni
https://www.instagram.com/erika_zanoni/
mailto:erikazanbr@yahoo.com.br
 Esse manual oferece aos médicos veteriná-
rios informações úteis a respeito da coleta de 
material a ser enviado ao laboratório veteriná-
rio. Contêm também, os passos a serem segui-dos, noções de armazenamento e a importân-
cia de cada exame. A confiabilidade do testes 
laboratoriais realizados e a interpretação dos 
resultados dependem, primariamente, da qua-
lidade da amostra recebida. Para cada exame 
há uma forma correta de coleta, conservação e 
envio.
1 - APRESENTAÇÃO 
06 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
referência: a autora
Existem diversos fatores que podem influenciar o 
processamento e o resultados dos exames. É impor-
tante que os médicos veterinários e auxiliares 
prestem bastante atenção nas particularidades de 
cada espécie, nos horários, no tempo de jejum, 
estado emocional do animal e com isso realizem a 
coleta mais adequada possível evitando o risco da 
amostra ser rejeitada. 
A seguir tem-se os fatores que mais interferem na 
qualidade final do resultado: 
- Coleta inadequada 
2 - MANUAL DA COLETA - Tempo prolongado entre a coleta e a realização do exame
- Stress do animal 
- Volume inadequado 
- Conservantes (físicos e químicos) inadequados 
- Medicação que o animal recebeu
- Contaminação da amostra 
- Alimentação do animal antes da colheita, provo-
cando lipemia
 - Garroteamento prolongado, provocando hemóli-
se 
 - Temperatura inadequada de armazenamento da 
amostra
07Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
Exames realizados em sangue sem anticoagu-
lante (tampa vermelha):
O soro é a porção do sangue após a separação do 
coágulo. É indicado para exames bioquímicos, soroló-
gicos e hormonais. Depois de colhido, o material deve 
ser mantido em geladeira até sua manipulação (2º - 
8ºC).
Exames realizados em sangue com anticoagu-
lante:
Amostras com anticoagulantes são indicadas para 
hemograma completo (contagem global de hemá-
cias, leucócitos, plaquetas, determinação do hemató-
crito, VCM, HCM, CHCM e dosagem de hemoglobina), 
dosagem de pH e de metabólitos sanguíneos (glicose, 
ácido láctico, amônia), presença quantitativa de 
algum metal (chumbo, zinco, manganês, molibdênio 
e cádmio), dosagem de hemoglobina glicada para 
controle do diabetes, etc.
Identi�cação do material: 
A identificação do material a ser enviado ao labora-
tório é um passo muito importante para o bom anda-
mento da rotina laboratorial. Os frascos devem estar 
rotulados com a correta identificação do paciente. 
Preencher sempre a requisição de exames fornecida 
pelo laboratório e nesta, deve constar o máximo de 
informações possíveis para facilitar à correta interpre-
tação do resultado do exame.
Os dados essências são: 
- História clínica
- Espécie
- Raça
- Nome ou número
- Sexo
- Idade
- Duração da doença
- Suspeita clínica
- Tratamento utilizado
- Exames solicitados
Dicas para uma boa coleta de sangue:
Uma boa coleta pode influenciar todo o destino do 
paciente. 
- Verificar sempre, antes da coleta, a necessidade 
ou não de anticoagulante e o anticoagulante a ser 
utilizado. Se caso tiver dúvidas, consulte o laborató-
rio. 
- Sempre que necessário depilar a região. 
- Realizar assepsia local.
- Fazer garrote ou pressionar com o dedo sobre o 
vaso sanguíneo que vai ser puncionado. Este garrote 
não deve demorar.
- Conservar em refrigeração até o horário do envio 
(NUNCA CONGELAR).
PROCEDIMENTOS GERAIS
Coleta em animais não convencionais:
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
08 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
Hemograma
Coletar aproximadamente 3 ml de sangue e adicio-
nar no tubo com EDTA, homogeneizar e manter sob 
refrigeração.
Como fazer um esfregaço e sanguíneo?
O esfregaço sanguíneo é amplamente utilizado 
para pesquisa de hemoparasitos, tais como: Anaplas-
mose, Babesiose, Filariose, Erliquiose ente outros. 
Também é importante para verificar as características 
morfológicas dos eritrócitos, contagem diferencial de 
leucócitos e de contagem de plaquetas por campo.
Para a realização deste exame é necessário colher 
sangue e seguir os seguintes passos: 
- Manter a lâmina horizontalmente entre o polegar 
e o indicador;
- Colocar uma pequena gota de sangue na extre-
midade da lâmina; 
- Com uma segunda lâmina (extensora) colocar o 
seu rebordo livre contra a superfície da primeira, em 
frente à gota de sangue, formando um ângulo de 45º; 
- Realizar um movimento para trás de modo que 
entre em contato com a gota de sangue, pressionan-
do-a até que a gota se espalhe por toda a borda da 
lâmina; 
- Secar rapidamente ao ar, e enviar em porta-lâmi-
nas fornecidas pelo laboratório.
***Observações: 
- É conveniente fazer, pelo menos, três esfregaços; 
- O esfregaço deve ser feito com sangue recém 
colhido sem anticoagulante;
- A lâmina tem que estar limpa e desengordurada;
- A gota de sangue não deve ser muito grande. 
Quanto maior for a gota, mais espesso será o esfrega-
ço, dificultando a análise;
- A distensão deve ser feita rapidamente, antes 
que comece a coagulação; 
- O esfregaço não deve cobrir toda a lâmina, 
devendo apresentar cauda ou franja.
O eritrograma é um conjunto de análises para a 
averiguação da série vermelha do animal. Compreen-
de o número total de hemácias/μl, concentração de 
hemoglobina (g/dl), volume globular (%), VCM (fl), 
CHCM (%), proteínas plasmáticas (g/dl), reticulóci-
tos(%), metarrubrícitos/100 leucócitos. Observações 
no esfregaço sanguíneo.
Fatores que afetam o hematócrito, hemoglobi-
na e contagem de eritrócitos:
- A anemia produz valores baixos que podem ser 
desproporcionais se o tamanho celular e/ou o conte-
údo de hemoglobina também estiverem alterados;
- A policitemia absoluta produz valores altos;
- A contração esplênica produz valores altos e é 
especialmente comum em animais excitados;
- Alterações na hidratação (volume plasmático) 
afetam os três parâmetros, portanto o exame deve ser 
Eritrograma
referência: a autora
interpretado conhecendo-se o estado de hidrata-
ção do animal, através do exame físico e análise de 
proteínas plasmáticas totais;
- Desidratação produz valores altos;
- Hidratação excessiva causa redução no volume, o 
que pode estimular anemia.
Hematócrito ou Volume Globular (%)
O hematócrito (ou volume globular) é a percenta-
gem de eritrócitos no sangue. O plasma normal é 
límpido e incolor (caninos e felinos) ou ligeiramente 
amarelado nos equinos e bovinos, devido ao carote-
no e à xantofila presentes na alimentação dos herbí-
voros.
Às vezes só de olhar a cor do plasma podemos 
orientar um diagnóstico. IMPORTANTE!!! 
Ex:
- Ictérico: problema hepático, anemia hemolítica, 
Leptospirose, erlichiose, etc. 
- Branco: pode ser fisiológico (lipemia após 
refeição) ou patológico (diabetes, hipotireoidismo, 
outros).
- Vermelho: pode ser erro de técnica (hemólise), 
patológico (anemia hemolítica), lúpus, babesia, 
intoxicação, etc.
Anemias
Pode ser definida como a diminuição do valor da 
contagem de hemácias, hematócrito e hemoglobina 
(dos três!!! Importante!!!).
09Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
Classi�cação das anemias:
- Relativa: Desenvolve pelo aumento do volume 
plasmático.
Ex: Fluidoterapia.
- Absoluta: Patológicas: Defeitos nas hemácias
Classi�cação Etiológica
- Perda de sangue: Hemorragia 
Sinais no laboratório: sinais de regeneração, redu-
ção da PP após anemia normocítica normocrômica a 
resposta de reticulócitos ocorre em 3 dias;
- Destruição acelerada dos eritrócitos: Clostri-
dium, Leptospira, AEAI, Lúpus anemia infecciosa 
equina;
- Sinais no laboratório: resposta regenerativa, 
proteína normal, leucocitose neutrofílica com desvio 
e hiperbilirrubinemia. 
Classi�cação Morfológica
Essa classificação é muito importante para a deter-
minação da terapêutica do animal. Vejam como fica 
fácil tratar um animal quando se conhece a classifica-
ção e a causa. 
Quanto ao tamanho:
- Macrocítica 
- Microcítica
- Normocítica
Quanto á cromaticidade 
- hipocrômica 
-normocrômica
- Anemias pseudomacrociticas: são as que podem 
ser observadas em processos hemorrágicos ou hemo-
líticos. Esses processos estimulam a liberação de 
eritrócitos jovens que são maiores que os maduros;
- Anemias macrocíticas verdadeiras: esse tipo de 
anemia se deve a deficiências de vitamina B12 e 
vitamina B9 que são importantes para síntese de DNA 
(ausência prejudica a mitose);
- Anemias normocíticas: estão geralmente 
associadas à falha da medula na produção; 
- Anemias microcíticas: estão relacionadas com 
prejuízo na síntese de hemoglobina, pois são conse-
quência da interrupção do processo de maturação. As 
principais causas são: deficiência de ferro, deficiência 
de vitamina B6, deficiência de cobre, hemorragias 
crônicas, intoxicação por cebola, hemorragias crôni-
cas, intoxicações por chumbo, inflamações crônicas 
(ocorre porque os neutrófilos utilizam ferro na produ-
ção de lactoferrinas), infecções bacterianas (seques-
tro produz efeito bacteriostático). 
Quanto a resposta medular: 
- Regenerativa: quando se observa células jovens 
ou características de regeneração no esfregaço. 
Normalmente aparece em observações no laudo de 
hemograma. Exemplo: Presença de metarrubrícitos, 
anisocitose, corpúsculo de howell Jolly, etc. 
Entre as causas mais comuns de anemia regenerati-
va: 
- helmintos hematófagos
- ectoparasitas
- coccidioses
- sangramentos diversos
- Arregenerativa: seria a hipoplasia da medula 
óssea. 
Principais causas:
- doenças metabólicas
- endocrinopatias
- deficiências
- neoplasias
- agentes químicos
- inflamações crônicas
Particularidades:
Anemia com Corpúsculo de Heinz
De�nição: Anemia hemolítica que resulta em 
acúmulo de hemoglobina oxidada e desnaturada, 
causando sequestro esplênico e lise de eritrócitos;
Prognóstico: bom;
Causas: Intoxicação por cebola, acetaminofen, 
propilenoglicol.
Anemia Imunomediada
De�nição: acelerada destruição ou remoção de 
eritrócitos devido a anticorpos anti-eritrócitos;
Prognóstico: reservado;
Causas: Anemia hemolítica autoimune, LES, 
idiopático, Haemobartonela, babesia, leptospirose, 
erlichiose, vírus da leucemia felina, dirofilariose e 
drogas.
Anemias Arregenerativa
De�nição: diminuição dos eritrócitos sem evidên-
cia de regeneração; 
Prognóstico: reservado;
Causas: Insuficiência renal, Inflamação crônica, 
Distúrbios de metabolismo, Toxicidade e Infecções.
Anemia por De�ciência de Ferro e Vitaminas
De�nição: deficiência de ferro e vitaminas do 
complexo B;
Prognóstico: bom;
Causas: hemorragias ou perda crônica, Linfomas, 
Erro nutricional, Endo e ectoparasitas. 
Anemia Aplástica 
De�nição: Quando a medula produz quantidade 
insuficiente de hemácias, plaquetas;
Prognóstico: reservado;
Causas: Erlichia e Doenças Autoimunes.
Anemia hemolítica: 
De�nição: Quando o organismo não reconhece os 
eritrócitos como sendo próprios; 
Prognóstico: reservado;
Causas: Hemoparasitas, dirofilariose (hemólise 
mecânica), leptospirose, CID, hipofosfatemia, AHAI 
(anemia hemolítica auto imune), transfusões sanguí-
neas incompatíveis, anemia hemolítica tóxica (cobre, 
cebola, repolho e couve) e anemia hemolítica congê-
nita. 
10 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
Estomatócito: Significa anemia hemolítica. 
referência: a autora
Fonte: http://biomedquest.blogspot.com/2012/03/estomatocitos.html
Esquisócitos: hemácias deformadas que podem 
indicar vasculite, CID, doenças renais esplênicas e 
anemia ferropriva. 
Fonte: http://bmd-biomedicina3l.blogspot.com/2010/09/pecilocitose-eritrocitica.html
Dacriócitos: problema na medula. 
Fonte: http://www.laborpad.xpg.com.br/hemato.htm
Fonte: https://quizlet.com/br/455723198/anemia-hematoscopia-com-poiquilocitos-�ash-cards/
Esferócitos: Normalmente indicam intoxicação 
por chumbo. 
É o aumento do número de hemácias no hemogra-
ma. Pode ser de dois tipos: verdadeira e falsa.
Policitemia falsa: é causada por hemoconcentra-
ção em consequência da desidratação. Outras causas 
são esplenocontração e estresse. 
Policitemia verdadeira: quando ocorre um aumen-
to real do número de hemácias. Pode ocorrer por 
neoplasias e oxigenação insuficiente. 
Policitemias
A avaliação dessas alterações morfológicas são de 
grande valia na arte do diagnóstico veterinário. Uma 
alteração poderá orientar um fechamento de caso ou 
até mesmo situações patognomônicas, como no caso 
do Corpúsculo de Lentz que indica cinomose. Essas 
alterações aparecem nas observações do hemogra-
ma. 
Crenação: Indica que o paciente está desidratado 
ou que a coleta foi mal feita (espirraram sangue sem o 
devido cuidado e paciência no tubo).
Alterações Morfológicas de
Hemácias e Inclusões
Metarrubrícito: É sempre bom encontrá-los, 
indicam que o animal que passou por um processo de 
anemia intenso, agora se recupera. 
Rouleaux: Indica que o paciente está desidratado. 
Ocorre também quando a proteína plasmática total 
está aumentada tanto em processos inflamatórios 
como infecciosos e até na gestação. Lembrando que 
essa alteração é comumente encontrada em equinos. 
referência: a autora
Fonte: http://biomedquest.blogspot.com/2012/03/estomatocitos.html
Fonte: http://biomedquest.blogspot.com/2012/03/estomatocitos.html
Corpúsculo de Lentz: Patognomônico da Cinomo-
se.
Corpúsculo de Heinz: Normalmente indicam 
intoxicações, principalmente por cebola. 
Policromato�lia: Presença de hemácias em 
diferentes cores. Indicam regeneração nos casos de 
anemia. Comum em cães e gatos e em bovinos só 
aparece em recuperação de anemias graves. 
referência: a autora
Fonte: http://saudeanimal-hf.blogspot.com/2011/05/x_4426.html
11Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
Hipocromia: É o aumento do halo da hemácia. 
Lembrando que é fisiológico em cães, porém em 
outras espécies pode indicar recuperação de anemia. 
Na maioria das vezes é falta de ferro. 
referência: a autora
Hemácias em alvo: Aparece em animais que foram 
esplenectomizados e em doenças hepáticas.
Anisocitose: Corresponde a diferentes tamanhos 
de hemácias. Indica anemia regenerativa. 
Howell Jolly: É a inclusão mais comum e significa 
regeneração em caso de anemia. 
Obs: Nas aves, répteis, anfíbios e peixes; todas as células possuem 
núcleo, e as plaquetas são deste modo, chamadas de trombócitos.
Esfregaço de sangue de gavião:
referência: a autora
Fonte: http://saudeanimal-hf.blogspot.com/2011/05/x_4426.html
referência: a autora
referência: a autora
Esfregaço de sangue de marreco:
12 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
referência: a autora
Esfregaço de sangue de jacaré:
Esfregaço de sangue de peixe muçum: 
referência: a autora
referência: a autora
13Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
Esfregaço de sangue de papagaio:
referência: a autora
Esfregaço de sangue de pato:
referência: a autora
Agora chegamos na interpretação das células bran-
cas sanguíneas. Como já enfatizamos, o hemograma 
completo é um exame simples, mas que contém 
muitas informações sobre todo o passado do animal, 
como ele está reagindo frente à doença e qual poderá 
ser o destino desse animal. Lembrando que para 
realizar a interpretação não se deve dar ênfase ao 
número relativo (em porcentagem-esqueça), mas sim 
o número absoluto (em relação ao número total-cor-
reto). 
Alterações quantitativas de leucócitos, alguns 
termos:
- Leucocitose: aumento do número de leucócitos;
- Leucocitose Fisiológica: quando esse aumento 
se deve a condições fisiológicas tais como excitação, 
medo, exercícios, gestação, parto e esteroides;
- Leucocitose Patológica: infecções bacterianas, 
necrose tecidual e inflamação severa, hemorragias, 
hemólise, desordens mieloproliferativas, corticoides, 
etc;
- Degeneração: o agente ou a toxina compromete 
o comportamento da maturação causando, portanto, 
a predominância de células jovens;
- Depleção: principalmente doençascrônicas que 
comprometem a multiplicação das células;
- Exaustão: Consumo agudo para o local da 
inflamação;
- Destruição: Caracterizado por pancitopenia 
(diminuição de todas as linhagens de células).
***Desvio para esquerda é o aumento de células 
jovens (bastonetes, metamielócitos, etc) no sangue e 
pode ser:
- Regenerativo: quando o aumento de células 
jovens está acompanhado de leucocitose;
- Degenerativo: quando o aumento de células 
jovens não está acompanhado de leucocitose.
Desvio para a direita é caracterizado pelo aumento 
de células excessivamente maduras (hipersegmenta-
das).
Informações Importantes Leucograma
A) Diferencial de leucócitos
- Neutrófilos
- Linfócitos
- Monócitos
- Basófilo
- Eosinófilos
- Bastonetes
- Metamielócitos
B) Alterações tóxicas dos leucócitos: significa 
inflamação grave;
- granulações tóxicas e/ou difusa basofilia citoplas-
mática;
- corpúsculos de Döhle.
C) Outras alterações
- neutrófilos multisegmentados
- presença de plasmócitos
- presença de parasitas
Neutró�los 
Neutrófilos na Corrente sanguínea: 3 a 5 dias.
Reserva de neutrófilos: 4 a 8 dias.
A depleção dos estoques da medula reflete-se 
numa neutropenia com desvio à esquerda no sangue 
periférico. A expansão do compartimento de multipli-
cação com acréscimos da granulopoiese efetiva 
ocorre em resposta ao consumo gerando uma 
neutrofilia, no entanto este fato ocorre em 3 a 4 dias 
no cão e um pouco mais nos bovinos.
Neutro�lia: Essas situações provocam aumento da 
adrenalina que age diminuindo a adesividade dos 
neutrófilos à perda do endotélio:
 - Exercícios intensos
 - Vômitos
 - Convulsões
 - Estresse
 - Excitação
 - Uso de corticoide
 - Dor
 - Trauma
 - Anestesia
 - Pós operatório 
 - Intoxicações 
 - Reação de hipersensibilidade
 - Envenenamento
 - Fase inicial da regeneração de hemorragias
 - Necrose
 - Leucemia 
 - Doenças autoimunes 
 - Queimaduras
Neutropenia: sequestro, consumo excessivo:
 - Infecções bacterianas
 - Erlichiose
 - Viroses
 - Leishmaniose 
 - Infecções graves com pacientes imunossuprimi-
dos 
 - Iatrogênica
 - Produtos químicos
 - Cirrose hepática
Leucograma
referência: a autora
14 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
Eosinó�los 
Produção em torno de 2 a 6 dias e no sangue 
periférico 2 dias após.
As principais funções dos eosinófilos são: atividade 
parasiticida e regulação das respostas alérgicas.
Eosino�lia:
 - Reações alérgicas
 - Recuperação 
 - Dermatites parasitárias
 - Doenças eosinofílicas
 - Pênfigo 
 - Envenenamentos
 - Filtração eosinofílica bronco pulmonar 
Eosinopenia:
 - Corticoides
 - Fase aguda dos processos 
 - Estresse Emocional 
 - Após exercício físico
 - Parto
 - Toxemias
 - Choque
 - Cólicas 
 - Sindrome de Cushing
referência: a autora
Fonte: https://www.plugbr.net/baso�los-resultado-exame-sangue-hemograma-o-que-signi�ca-quais-valores-normais/
Basó�los 
Raros
Pouco estudados. Função semelhante à dos 
eosinófilose também relacionada à resposta inflama-
tória e agregação plaquetária.
Monócitos 
A meia vida de sobrevida na circulação sanguínea é 
estimada em torno de 8 a 71 horas. Indica inflamações 
crônicas. 
Monocitose:
 - Restos teciduais
 - Piometras
 - Acessos
 - Desnutrição e caquexia
 - Inflamações crônicas 
 - Protozoários 
 - Parvovirose
 - Distúrbios hematológicos
 - Hemólise
 - Neoplasias 
 - Doenças imunomediadas
 - Doenças Granulomatosas 
 - Envenenamentos 
referência: a autora
15Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
16 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
Linfócitos 
Produção dos linfócitos é entre 6 e 8 horas, e em 
alguns casos podem levar menos de 2 horas. A 
linfopoiese é estimulada por exposição antigênica e 
deprimida por corticoides, hormônios sexuais e má 
nutrição.
Função: eliminação do agente e memória.
Linfocitose:
 - Vacinas
 - Idade
 - Convalescência
 - Viroses 
 - Protozoonoses 
 - Fase crônica de processos inflamatórios 
 - Subnutrição 
 - Leucemias 
 - Linfo adenopatias
Linfopenia:
 - Fase aguda de processos inflamatórios 
 - Doenças crônicas e progressivas
 - Iatrogênica 
 - Quimioterapia 
 - Enteropatias 
referência: a autora
Avaliação do Leucograma COMBINADOS!
1ª fase: Gravidade:
Leucopenia que cursa com neutro�lia e eosino�lia:
Animal em provável recuperação;
Leucocitose que cursa com neutro�lia com desvio a 
esquerda e presença de eosinó�los:
Boa resposta;
Leucocitose e neutro�lia:
Infecção severa, mas boa resposta do organismo;
Neutro�lia com linfopenia e eosinopenia:
Processo grave;
Desvio á direita:
Processo grave;
Leucocitose sem hipertermia:
Processo grave.
2ª fase: Fase
Aguda:
Neutrofilia com ou sem desvio;
Defensiva:
Neutrofilia com presença de monócito;
Curativa:
Linfocitária – desaparecimento do desvio;
Crônica:
Monocitose, sem desvio.
3ª fase: Agente
Bactérias:
Neutrofilia;
Vírus:
Linfopenia;
Eosino�lia:
Parasitas.
4ª fase Reação do paciente
Convalescência:
Eosinófilos;
Boa resposta orgânica:
Leucocitose com desvio à esquerda e eosinopenia.
5ª fase Prognóstico
Favorável:
Desaparecimento de neutrófilos tóxicos e apareci-
mento de eosinófilos;
Desfavorável:
desvio degenerativo, células velhas, pancitopenia.
• Pesquisa de Erlichia 
• Pesquisa de Mycoplasma haemofelis (anemia 
hemolítica parasitária dos gatos)
• Pesquisa de Mycoplasma haemocanis (anemia 
hemolítica dos cães)
• Pesquisa de babésia 
• Pesquisa de Hepatozoon canis 
• Pesquisa de Microfilárias 
A) Protozoários e Rickétsias:
- Esfregaço de ponta de orelha ou se não for possí-
vel colocar em um frasco com EDTA;
- Para Pesquisa de Haemobartonella é importante 
enviar o esfregaço sem o contato com EDTA, pois o 
parasita se desprende da periferia da hemácia. 
B) Micro�lárias:
- Coletar no mínimo 3ml e colocar em um tubo com 
EDTA. Realizar nos horários de “filaremia” ao amanhe-
cer ou entardecer.
Micoplasma haemophelis
Anaplasma platys
Hepatozoom canis
Exame parasitológico de sangue
17Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
referência: a autora
referência: Google, domínio público referência: Google, domínio público 
Hemostasia Primária:
- Vasos, plaquetas e fatores de adesão e agregação 
plaquetária. A duração é de segundos a minutos.
Hemostasia Secundária:
- Proteínas de coagulação, cálcio. Duração é nas 
primeiras horas.
Hemostasia Terceária (�brinólise):
Proteínas fibrinolíticas. A duração é com início 
concomitante à hemostasia primária.
Patogênese dos defeitos de hemostasia:
- Hemostasia Primária
Possíveis alterações: defeitos vasculares, alterações 
de plaquetas.
Sinais: Petéquias e equimoses.
- Hemostasia secundária (coagulação)
Possíveis alterações: deficiência nos fatores de 
coagulação, síntese defeituosa dos fatores, consumo 
excessivo.
Sinais: equimoses, hematomas, hemartroses, 
sangramentos tardio.
- Hemostasia terceária (�brinólise)
Possíveis alterações: estímulos excessivos, libera-
ção de substâncias que ativam a circulação.
Sinais: Tromboses, infarto renal, infarto cardíaco e 
etc.;
Defeitos vasculares (doenças autoimunes);
Defeitos plaquetários;
Deficiência na produção, doenças autoimunes, 
esplenomegalia ou transfusões incompatíveis;
Defeitos nos fatores de coagulação (hemofilia, 
deficiência hepática ou de vitamina k);
Consumo excessivo dos fatores de coagulação;
Heparina;
Vitamina k;
Acidentes ofídicos.
Possíveis causas:
Petéquias: alterações da hemostasia primária.
Equimoses: Alterações na hemostasia primária e 
secundária.
Testes laboratoriais:
=>Hemostasia primária
- Contagem global de plaquetas
(presença de macroplaquetas)
=>Hemostasia secundária
Tempo de coagulação
Tempo de protrombina – Avalia a via extrínseca e a 
comum
Tempo de Tromboplastina Parcial – avalia via 
intrínseca e a comum
Tempo de Trombina
Fibrinogênio
Fibrina
Tempo de coagulação:
O tempo começa a ser contado a partir daprimeira 
gota de sangue que vem na seringa de coleta
O volume da amostra será de 3,5 a 4 ml
Transferir o sangue para três tubos que deverão 
estar em banho maria a 37C.
O tempo deve ser pausado quando o sangue 
contido nos três tubos coagular.
Hemostasia
18 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
 Volume da amostra:
3,5 a 4 ml
- Raspado profundo até sangrar quando a suspeita 
for de ácaros. Raspar em áreas diferentes da pele. O 
material do raspado para pesquisa de ectoparasito 
pode ser colocado em frasco ou envelope limpo e 
seco;
- Demodex canis: agente causador da demodiciose. 
Pesquisa de ácaros
19Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
Sarcoptes scabiei: agente causador da sarna sarcóp-
tica. 
Otodectes cynotis: agente causador da sarna 
otodécica. 
Psoropts communis: Sarna coelho. 
Lesões causada pela demodiciose.
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
- Não raspar, puxar os pelos ou usar a técnica do 
cotonete, ou ainda, o método da fita adesiva.
Tricograma:
Tricograma avalia estresse, doenças parasitárias, 
endócrinas e fúngicas.
Exame micológico direto: 
Lesão macroscópica e fungos.
Micológico Direto e Tricograma
20 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
referência: a autora
referência: a autora
esporos de fungos
Citologia de Pele:
Tricograma avalia estresse, doenças parasitárias, 
endócrinas e fúngicas. (coloque isso no tricograma e 
deixe por último).
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
Lesão macroscópica na dermato�tose
Malassezia sp
Pelo com bainha aletrada
Esporos de fungos
Kit de citologia por decalque
esporos de fungos
- Pequenos animais: coletar fezes imediatamente 
após a defecação, preferencialmente a porção que 
não entrou em contato com o solo, e em quantidade 
suficiente (10 a 20g). 
Técnica de flutuação simples :
Trichuris vulpis 
Exame de fezes
21Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
referência: a autora
referência: a autora
 Exemplos de ovos encontrados:
Ancylostoma ssp.
Amostra
Água
Funil contendo
gase
(dobrado em 3)
Adicionar
NaCL
saturado
Adicionar
lamínula
depositar a lamínula
lamina
1
2
3
4
5
6
Aguardar de
15 a 30 minutos
- Grandes animais: coletar diretamente do reto. Em 
caso de rebanho pode-se fazer o O.P.G (ovos por 
gramas de fezes) que é um exame apenas quantitati-
vo. Neste caso, deve-se colher uma pequena amostra 
de alguns animais do mesmo lote e envia-las para o 
exame. Refrigerar imediatamente (2-8°C). Nunca 
congelar amostras de fezes.
Realizar imprint na região afetada e corar com a 
coloração de preferência. 
Observe nas 3 figuras os vacúolos citoplasmáticos 
característicos do TVT:
Citologia vaginal normal, sem tvt:
Lesão macroscópica de TVT:
Citologia para diagnóstico de
tumor venéreo transmissível
22 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
Exame de Urina
É também um exame muito simples que pode 
revelar muitas informações, inclusive sobre outros 
órgãos e sistemas. É composta por testes laboratoriais 
que avaliam as propriedades físicas e químicas de 
uma amostra de urina. Além disso, o sedimento da 
urina também é avaliado microscopicamente.
Formas de coleta:
- Micção espontânea - Massagem da bexiga para 
induzir a micção. Muito utilizado para grandes 
animais pela facilidade de conseguir a amostra.
- Cateterismo: Catéter estéril, lubrificado com 
antibióticos 
- Punção direta da bexiga: cada vez mais utilizada. 
Fazer tricotomia, palpar a região, introduzir uma 
agulha de fino calibre (25 a 7) seringa 20 ml. Ideal se 
for uma coleta guiada com auxílio de ultrassonogra-
fia. Não indicada em casos de animais com bexiga 
muito repleta.
- É importante após o procedimento de colheita 
armazenar em um recipiente apropriado e manter 
refrigerado até o momento da análise (que não deve 
passar de 2 horas).
Recipientes:
Limpos, transparentes e no volume mínimo de 10 
ml
Processamento:
Máximo de 2 horas (conservado em geladeira) 
senão ocorre precipitação da amostra.
Propriedades Físicas:
Incluem a cor, transparência e gravidade específica 
da urina.
Cor e transparência da urina: sem cor, amarelo 
pálido, amarelo escuro, âmbar, rosa, vermelho, casta-
nho, castanho escuro e preto.
Límpida, levemente turva, turva, floculente e 
sanguinolenta.
Gravidade específica: Pode ser avaliada pelo 
método da tira reagente, urodensímetro ou refratô-
metro. Determina a gravidade específica pela compa-
ração do peso da urina e um volume de água.
Propriedades Químicas:
Feitas com tiras reagentes:
1- Teste de Proteína
O método baseia-se no princípio da inexatidão 
proteica dos indicadores de PH. O quadradinho de 
Urinálise papel da tira reagente é tamponado em PH cons-tantemente baixo e uma alteração no Ph pode causar 
a alteração na cor indicando presença de proteína. 
Esse método é sensível para albumina e não para 
globulina e hemoglobina, proteínas e mucoproteínas.
Uma amostra alcalina pode apresentar falso positi-
vo! Cuidado!!!!
2- Teste de Cetona
O Nitroprussiato de sódio reage com a urina 
contendo ácido aceto acético para produzir uma cor 
detectável no quadrado do teste. Esse teste detecta 
ácido acético, mas não detecta acetona ou ácido beta 
hidroxibutírico. As acetonas constituem o produto 
final do metabolismo das gorduras, apesar de 
livremente tóxicas são utilizadas como energia 
quando os carboidratos não estão disponíveis. A 
avaliação das cetonas é importante para pacientes 
com diabetes para detectar o desenvolvimento da 
cetoacidose. Falso positivo: Sangue
3- Glicose
Na presença da Glicose, a oxidase catalisa a forma-
ção de ácido glucânico e peróxido de hidrogênio. A 
enzima peroxidade então catalisa a reação peróxido 
de hidrogênio gerado com um cromógeno para criar 
cor no quadradinho. Este é específico para glicose e 
não para lactose, galactose ou frutose. Não detecta 
substâncias reduzidas ou açucares reduzidos.
Falso positivo: amostra contaminada com produto 
de limpeza.
Falso negativo: se estiver gelado ((enzima não vai 
ocorrer ) e na presença de Vit C.
4-Teste de PH
Vermelho de Metila e azul de bromotimol quando 
mergulhados em uma amostra de urina, esses dois 
indicadores produzem cores claras. O Ph urinário é 
uma estimativa pura do estado ácido-base sistêmico 
porém não é muito confiável em estado patológicos e 
não deve ser usado como monitor ácido básico. A 
infecção do trato urinário pode afetar o PH várias 
bactérias (Proteus, Pseudomonas) que produzem 
uréase produzindo ambiente alcalino e inversamente 
a E.coli produz ambiente ácido.
5-Bilirrubina
Utiliza a reação química da dicloanilina diazorreati-
va e bilirrubina. O quadradinho do PH de teste está 
ácido. Quando a bilirrubina está presente o quadrado 
colore. Em cães é comum achar traços de bilirrubina e 
em gatos é totalmente patológica.
6-Teste Sanguíneo
Um indicador de cor é a peroxidade estão presen-
tes no quadradinho de teste. Na presença de hemo-
globina esse indicador de cor é oxidade por meio da 
catálise de peróxido pela atividade da peroxidase da 
hemoglobina ou mioglobina, resultando em colora-
ção.
7- Urobilinogênio
Esse método une o urobilinogênio com a para dieti-
laminobenzaldeído ou 4 metoxibenzeno-diazonio-te-
trafluoborato para formar coloração. A maioria dos 
pesquisadores concorda que não são confiáveis pois 
dá positivo em todas as amostras escuras.
23Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
referência: a autora
8-Nitrito
O Nitrato é derivado da dieta e o fato de ser conver-
tido em nitrito é pela ação de bactérias gram-negati-vas se presentes na urina.
9-Leucócitos
Se os leucócitos estiverem presentes a esterase 
catalisará a hidrólise de aminoácidos Ester em indoxil 
que reagia com sal e dá a cor.
Microscopia
- Centrifugação;
- Identificar elementos formados na amostra de 
urina: células, cilindros e cristais;
- Centrifugar por 5 minutos;
- Usando uma pipeta descartável gentilmente 
suspenda o botão de sedimento e coloque na lâmina, 
aguarde 60 segundos;
- Microscopia no aumento de 10 X;
- Leucócitos: número contado e reportado por 
campo;
- Hemácias: contados por campo;
- Gotas de gordura: se confundir com eritrócitos 
colocar gotas de ácido acético que lisam as gorduras, 
contados com raro, pouco, moderado, muito.
- Células epiteliais: são grandes, porém variam de 
acordo com a origem. As menores se originam de rim, 
ureteres, vesículas urinárias e uretra proximal. As 
maiores são da uretra distal, vagina e prepúcio. As 
células epiteliais podem ser contadas como um grupo 
ou célula presente;
- Tipos : células descamativas: eliminadas esponta-
neamente em decorrência da contaminação uretral 
ou vaginal.
Transicionais: delineiam o trato urinário desde a 
pelve até a uretra arredondada, oval, fusiforme ou 
cavidade são < que as epiteliais e > que as renais.
Tubulares renais: arredondadas;
- Cilindros: São Formados no túbulo distal e na alça 
de Henle;
Urina ácida, alta concentração de sal, reduzida taxa 
de fluxo tubular e presença de matriz muco proteica. 
Em geral os cilindros indicam graus variados de 
alterações renais: irritação, inflamação e degenera-
ção. Dois cilindros hialinos e um granular são conside-
rados normais em uma urina que está considerada 
normal.
-Cristais;
PH, gravidade, concentração e tempo.
A cristalúria pode significar urolitíase, mas não 
necessariamente. Alguns cristais são encontrados em 
certos estados patológicos, mas a cristalúria quase 
nunca tem significado clínico.
Como os cristais aparecem na lâmina?
Causas de Poliúria
- Diabetes insipidus - Diabetes Mellitus;
- Hiperinsulinismo - Diuréticos;
- Medicamentos - Glicosúria;
- Psicogênica - Aumento da ingestão de sal;
- Hiper-hidratação - IRC;
- Hiperadrenocorticismo;
- Piometra;
- Hipertireoidismo;
- Doenças hepáticas.
Insu�ciência Renal Aguda: 
- Urinálise: Densidade acima de 1030, cilindros, 
proteinúria leve, glicosúria, leucócitos, eritrócitos, 
cristais e bactérias;
- Bioquímica: Aumento de uréia e creatinina;
- Hemograma : leucograma de estresse, anemia 
arregenerativa e microhematócrito aumentado.
Insu�ciência Renal Crônica
- Urinálise: Densidade abaixo de 1020, proteinúria 
leve;
- Bioquímica: aumento de uréia, creatinina, 
hiperpotassemia e hipercalemia;
- Hemograma: anemia arregenerativa.
Glomeronefrite
- Proteínúria leve (albumina entre 1,5 a 3,0 g/dL);
- Proteínúria severa (albumina abaixo de 1,5 g/dL), 
grande perda muscular, ascite, hipercolesterolemia e 
hipercoagulabilidade;
- Hipoalbuminemia e hipercolesterolemia e 
protenúria.
Pielonefrite
- Hemograma: Leucocitose com desvio à esquer-
da;
- Bioquímica: Aumento de uréia e creatinina;
- Urinálise: bacteriúria, piúria, hematúria, cilindros 
celulares e granulares, baixa densidade.
24 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
referência: a autora
referência: a autora
O movimento do fluído e de substâncias é governa-
do pelas relações entre a pressão hidrostática e oncó-
tica. A pressão hidrostática no interior dos capilares 
move continuamente o líquido e as substâncias nele 
dissolvidas para o tecido conjuntivo.
- Problemas com a troca de fluidos:
 Doenças inflamatórias, obstruções, doenças cardí-
acas, deficiência de proteínas na dieta, etc.
Quatro mecanismos básicos provocam a formação 
excessiva de líquido tissular:
- Obstrução linfática;
- Aumento da permeabilidade vascular;
- Aumento da pressão hidrostática capilar;
- Diminuição da pressão oncótica capilar.
Passos da Coleta:
Como são classificados os derrames cavitários?
• Transudato puro 
 – Características: incolor, pouca proteína, 
células nucleadas, PH alcalino, poucos neutrófilos, 
linfócitos e raros macrófagos e hemácias.
 – Causas: deficiência alimentar e hepatopatias.
• Transudado modi�cado 
 – Característica: turvo e poucas células
 – Causas: Aumento da pressão hidrostática: 
problemas cardíacos, bloqueios e tumores 
Derrames cavitários 
25Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
referência: a autora
Etapa de avaliação 
da citologia em Micros-
cópio. Pode-se obser-
var células tumorais, 
inflamatória e bactérias 
auxiliando muito no 
tratamento.
Parâmetro
PT (g/dL)
CTCN / μL
Densidade
Bactérias
Células: 
Transudato
< 2,5
<1.500
<1017
ausentes
mesoteliais
Exsudato
> 3,0
>7.000
>1.025
variável
neutrófilos
Trans. Modificado
2,5 - 7,5
1.000 - 7.000
1.017 -1.025
ausentes
linfócitos, monócitos
e hemácias
26 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
referência: a autora
referência: a autora
• EXSUDATO 
 – Características: branco ou avermelhado, PH ácido, muitas células e ás vezes coagula. 
 – Causas: infecções bacterianas e peritonites.
Existem diversos marcadores bioquímicos que 
podem auxiliar o médico veterinário em seu diagnós-
tico. Claro que nunca analisamos um único marcador 
de forma isolada, já que possuímos uma série de 
isoenzimas que podem confundir. Para uma boa 
leitura, interpretação e conclusão, deve-se usar as 
combinações. Lembrando que as amostras de sangue 
devem ser colhidas da veia cefálica ou jugular em 
tubos sem anticoagulante. As coletas devem ocorre-
ram após captura com puçá e anestesia imediata ou 
contenção simples (menos de 10 minutos para evitar 
alterações). 
Provas de função Renal (principais marcadores)
Conceitos 
• Azotemia – Aumento de compostos nitrogenados 
no sangue 
• Azotemia pré-renal 
• Azotemia renal 
• Azotemia pós renais 
• Uremia: Aumento de compostos nitrogenados no 
sangue mais sinais clínicos Insuficiência Renal Aguda. 
• Causas: Choque, diminuição do débito cardíaco, 
anestesia profunda, agentes nefrotóxicos, agentes 
infecciosos, Doença Imunomediada, obstrução e 
serpentes.
Marcadores:
- Uréia 
- Creatinina 
- Sódio 
- Potássio 
- Fósforo
Uréia 
• Causas extra renais do aumento: alimentação, 
hemorragia gastrointestinal, febre e trauma; 
• Pré-renais: diminuição do fluxo renal, diminuição 
da pressão glomerular, choque, ICC e desidratação;
• Renais: Quando ¾ dos rins são afuncionais; 
• Pós renais: ruptura ou obstrução do trato urinário. 
 *** a diminuição pode ser cirrose hepática.
Eletrólitos 
• Sódio: hiponatremia(redução); 
• Potássio: hipercalemia(aumento);
• Cálcio: hipocalcemia (crônica);
• Fósforo: hiperfosfatemia (crônica em pequenos 
animais).
Creatinina 
• Não é afetada pela dieta ;
• Causa pré-renal: filtração ;
• Causa pós-renal: obstrução.
Provas de função hepática 
• ALT (Alanina aminotransferase): normalmente 
está relacionada à lesão hepática. Lembrar que está 
relacionada aos problemas agudos. Em 15 dias a 
enzima normaliza e apesar da lesão permanece 
inalterada. 
BIOQUÍMICA SANGUÍNEA • AST (Aspartato aminotransferase): relacionada à lesão hepática, utilizada para herbívoros;
• FA (Fosfatase alcalina): relacionada à obstrução 
hepática;
• GGT (Gama-glutamil transferase): muito utilizada 
para diagnóstico de obstrução hepática;
• Uréia: aparece aumentada nas hepatopatias;
• Fatores de coagulação: lembrar que o fígado 
produz os fatores de coagulação se tiver problemas 
deve ter essa função prejudicada;
• Proteínas Plasmáticas: albumina e globulinas 
estão abaixo dos valores de referências nas hepatopa-
tias 
Provas de Função Pancreática
• Dosagem sérica de Glicose: apresenta-se acima 
dos valores de referência; 
• Colesterol: alterado na pancreatite; 
• Teste de tolerância a glicose;
• Lipase: aumentada na pancreatite;
• Amilase: aumentadana pancreatite;
• Exame de fezes (gordura): quando há problema 
pancreático encontra-se gordura nas fezes. 
Exames Laboratoriais nos problemas ósseos e 
musculares
Causas dos problemas ósseos e musculares:
• Doenças Infecciosas: Artrite Bacteriana 
• Doenças metabólicas 
 Hiperadrenocorticismo
 Hipotiroidismo
• Doenças Imunológicas
 – Lúpus
 – Artrite Reumatóide
 – Sinovite linfo plasmocítica, poliartrite idiopática 
Marcadores de problemas ósseos e musculares:
• CK (creatina quinase) : aumentada 
• AST (aspartato aminotrasferase): aumentada 
• LDH (lactato desidrogenase): aumentada
• FA (fosfatase alcalina) : aumentada (lembrando 
que filhotes apresentam aumento relacionado ao 
crescimento).
• ANA (imunológico-anticorpo antinuclear) ou FAN 
(fator antinúcleo): positivo nas doenças auto-imunes. 
• CUIDADO COM AS ISOENZIMAS!!!!
• FA
– Fígado
– Ossos 
• AST
– Fígado 
– Músculo esquelético
• LDH
– Fígado, músculo esquelético, rim e intestino.
• CK
– Músculo esquelético 
– Músculo Cardíaco 
– Cérebro 
27Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
Mensuração �siológica do estresse
Cortisol plasmático
A concentração dos glicocorticoides pode ser men-
surada em vários líquidos corporais e excretas. A 
dosagem de cortisol plasmático é largamente utiliza-
da na psiquiatria de seres humanos já que o aumento 
desse hormônio pode resultar em comportamentos 
do tipo depressivos. Relatos de estresse e depressão 
estão associados a altos níveis plasmáticos de cortisol. 
O cortisol está diminuído nos casos de estresse 
pós-traumático. A desvantagem maior desvantagem 
da dosagem plasmática é que a contenção química 
ou física de animais, pode potencializar o aumento 
dos níveis do cortisol. Um aumento dos níveis de 
cortisol pode ser observado 20 minutos após a captu-
ra.
Metabólitos fecais 
Metabólitos fecais de hormônios esteroides estão 
se tornando cada vez mais populares como parâme-
tros para reprodução e estresse. A extração dos 
esteroides da matriz fecal representa o passo inicial 
antes da quantificação. Esses metabólitos são de 
variável polaridade e composição, então a seleção de 
um procedimento de extração é essencial. É impor-
tante também validar o imune ensaio utilizado para 
cada espécie de primata antes da técnica ser aplicada 
a populações na natureza. Existem particularidades 
de excreção inerentes de cada espécie e estas devem 
ser estudadas. A dosagem de metabólitos fecais é um 
método não invasivo também utilizado para investi-
gação de qualidade de vida animal.
Cortisol livre na saliva
As amostras de saliva são obtidas por procedimen-
to simples, não invasivo, livre de estresse, podendo 
ser realizado por tratadores. Estudos indicam que 
existe uma correlação positiva entre cortisol salivar e 
plasmático. A desvantagem é que se o animal for 
agressivo, a coleta fica prejudicada. A análise do corti-
sol salivar é muito vantajosa, pois não expõe o animal 
a qualquer estresse adicional o que influenciaria nos 
resultados, sendo efetiva tanto para a pesquisa de 
estresse agudo ou crônico.
Cortisol no pelo 
As alterações de curto prazo na atividade do siste-
ma hipotalâmico-hipofisário-adrenocortical (HPA) 
são rotineiramente avaliadas pela medição de 
concentrações de glicocorticoide ou metabólito no 
plasma, saliva, urina ou fezes como já mencionado, 
mas estas avaliam um curto espaço de tempo. Dosar o 
cortisol do pelo permite longos períodos de análise. 
HIPERADRENOCORTICISMO
• Hiperadrenocorticismo Hipó�se-Dependente:
Decorrente de um excesso na elaboração de ACTH 
pela hipófise, em decorrência de carcinomas simples 
ou múltiplos. 
• Hiperadrenocorticismo Adrenal-Dependente:
Resulta de uma hiperplasia idiopática do córtex 
adrenal, ou de neoplasias funcionais. Secretam 
grande quantidade de cortisol.
O teste de estimulação com ACTH consiste na 
administração intravenosa ou intramuscular de ACTH 
sintético na na dose de 5 μg/kg, e coleta de sangue 
ENDOCRINOLOGIA
28 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
referência: a autora
antes e após uma hora da administração da droga 
para mensuração dos níveis de cortisol.
 Níveis pós-estimulação de 2 μg/dL de cortisol 
confirmam o diagnóstico, enquanto concentrações 
de 2,1 μg/dL até 5 μg/dL são inconclusivos. Resulta-
dos superiores a 5 μg/dL descartam qualquer possibi-
lidade de insuficiência adrenal. 
HIPOADRENOCORTICISMO 
“O hipoadrenocorticismo (síndrome de Addison) é 
resultante da secreção hormonal adrenocortical 
(glicocorticóide e mineralocorticóide) insuficiente 
para manter as necessidades fisiológicas básicas do 
organismo.”
***Aldosterona (mineralocorticóide) e Cortisol 
(glicocorticóide).
Classi�cação: 
• Hipoadrenocorticismo primário: apresentam 
evidência apenas de deficiência glicocorticóide;
• Hipoadrenocorticismo secundário: resultado de 
produção inadequada de ACTH pela hipófise;
• Hipoadrenocorticismo terciário: causado por 
disfunção da secreção de CRH (hormônio liberador de 
corticotrofina) pelo hipotálamo.
Testes: 
29Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
• Teste de estimulação com ACTH;
• Hiponatremia e hipercalemia (K e Na);
• Hipoglicemia ( diminuição do cortisol) ;
• Achados hematológicos: incluem a presença de 
anemia normocítica normocrômica arregenerativa.
HIPOTIROIDISMO
De�nição:
É a produção diminuída dos hormônios tiroxina 
(T4) e triiodotironina (T3) pela glândula tireóide.
Causas:
• Destruição da glândula;
• Auto-imune;
• Malformações e neoplasias hipofisiárias que 
levam a uma deficiência do TSH (tirotropina hipofisiá-
ria) são causas de hipotireoidismo secundário (não é 
comum). 
Testes:
• Determinação de T3, T4 livre e TSH : diminuídos e 
TSH variável. 
HIPERTIREOIDISMO
De�nição:
Hipertireoidismo é um quadro clínico resultante da 
excessiva produção e secreção de tiroxina (T4) e 
triiodotironina (T3) pela glândula tireóide.
referência: a autora
A patologia clínica também pode auxiliar na cardio-
logia. Existem marcadores específicos que podem 
indicar determinada patologia. Os principais são:
- Albumina: Alterações nos níveis estão associados 
a doenças cardíacas e tumores;
- Colesterol : Utilizado para realização de diversas 
reações no organismo. Elevado nível de colesterol 
pode indicar aterosclerose;
- PCR (Proteína C reativa) : Indica predisposição à 
doença cardíaca, arteriosclerose e doenças inflamató-
rias;
BIOMARCADORES
DE FUNÇÃO CARDÍACA 
30 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
referência: a autora
- LDH (Lactato desidrogenase) O aumento está 
relacionado a doenças cardíacas.
referência: a autora
referência: a autora
• Hemograma
• ALT
• AST
• FA
• GGT
• Uréia 
• Glicose
• Proteína Total
• Albumina
• Globulina 
• Colesterol 
Check up 1
• Hemograma
• Pesquisa de hemoparasita
• ALT
• AST
• Fosfatase alcalina 
• GGT 
• Ureia 
• Creatinina
• Glicose
• Poteínas totais
• Colesterol
• Sódio
• Potássio 
• Cálcio Ionizável
Check up 2
• Hemograma completo
• Amilase
• Lipase
• Colesterol
• Glicose 
• Albumina 
• T4 livre 
• ALT 
• Ácidos biliares 
Diagnóstico de doença intestinal: 
• Hemograma completo
• Urinálise
• ALT 
• Albumina
• Creatinina 
• Uréia 
• Cálcio
• Fósforo 
• Sódio 
• Potássio 
Doença renal crônica 
• Hemograma
• ALT
• Creatinina
• Ureia
• Cálcio 
• Fósforo
• Sódio 
• Potássio 
Piometra
• Hemograma completo
• ALT
• AST
• LDH
• FA
• GGT
• Albumina e albumina 
• Glicemia 
• Lactato sérico 
Animais Atletas e de trabalho 
• Hemograma completo
• ALT
• AST
• Glicose
• Amilase
• Lipase
• FA
• TLI sérica 
• Triglicerídeos 
• Colesterol total 
• Pesquisa de gordura nas fezes 
Doenças do Pâncreas
• Hemograma completo 
• ALT
• AST
• FA
• GGT
• Albumina
• Glicose
• Uréia
• Bilirrubinas
• Fatores de coagulação
• Teste de coagulação
• Ácidos biliares 
Hepatopatias
• Hemograma completo
• Urinálise
• CK• LDH
• FA
• ANA (ou FAN- doenças autoimunes)
• Análise de líquido sinovial 
Doenças ósseas e musculares 
3 - PERFIS
31Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária
• Hemograma completo
• Urinálise
• T4 livre 
• TSH 
• Triglicerídeos
• Colesterol total
• Glicemia 
• ALT
• CK
• Frutosamina 
Hipotireoidismo
• Hemograma completo
• Urinálise
• Cortisol
• Triglicerídeos
• Colesterol total
• Glicemia 
• ALT
• Frutosamina
• Curva Glicêmica 
Diabetes Mellitus 
• Hemograma completo
• Urinálise
• T4 livre 
• Cortisol
• TSH 
• Triglicerídeos
• Colesterol total
• Glicemia 
• ALT
Obesidade
• Hemograma
• Urinálise
• Glicemia 
• Ácidos biliares
• Albumina
• ALT
• Cálcio 
• Dosagem de fenobarbital 
Convulsões 
• Hemograma 
• Urinálise
• T4 livre 
• TSH 
• Triglicerídeos
• Colesterol total
• Glicemia 
• ALT
• CK
• Uréia
• Creatinina
Hipertireoidismo
• Hemograma 
• Urinálise (com bacterioscopia)
• Triglicerídeos
• Colesterol total
• Glicemia 
• ALT
• Uréia
• FA 
• Creatinina
• Teste de estimulação com ACTH 
(não diferencia causas)
• Teste de supressão com baixa 
dose de dexametasona 
Hiperadrenocorticismo
• Hemograma 
• Urinálise
• Triglicerídeos
• Colesterol total
• Glicemia 
• ALT
• Uréia
• FA 
• Creatinina
Estresse 
• Hemograma 
• Raspado Cutâneo
• Citologia por decalque
• Tricograma 
Dermatopatias 
AZULAY, R.D. Dermatologia. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 1992. 364 p. 
BUSCH, B. M. Interpretação de Resultados Labora-
toriais para Clínicos de Pequenos Animais. São Paulo: 
Roca, 2004.
MUELLER, R.S. Dermatologia para o clínico de 
pequenos animais. São Paulo: Roca,2003. 632p. 
RASKIN, R. E.; MEYER, D. J. Atlas de Citologia de Cães 
e Gatos. São Paulo: Roca. 2003.
REBAR, A. H. et al. Guia de Hematologia para cães e 
gatos. São Paulo: Roca – 2003.
SCOTT D.W., MILLER JR. W.H. & GRIFFIN C.E. Derma-
tologia de pequenos animais. Rio de Janeiro: Interli-
vros, 2001. 
THRALL, M. A. et al. Hematologia e Bioquímica Vete-
rinária. São Paulo: Roca – 2006.
4 - REFERÊNCIAS
32 Manual descomplicado para interpretaçãode exames laboratoriais na medicina veterinária 
A Patologia clínica fala sobre a história em si do paciente, seu pas-
sado, seu presente e seu futuro. Não é necessário termos uma bola 
de "cristal", mas sim a sensibilidade para enxergar além dos valo-
res de referência.
(Dra. Erika Zanoni Fagundes Cunha)

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