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ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARIA CAVALCANTE COSTA Mª JOSIANE FERNANDES DE QUEIROZ. Nº: 29 HISTÓRIA: FILME “OLGA” QUIXADÁ, (CE) 2020 O FILME “OLGA” E MINHA PERCEPÇÃO ACERCA DA OBRA O filme “Olga” traz em sua narrativa a história real de uma jovem alemã de origem judaica e militante do movimento comunista, chamada Olga Benário (1908-1942). A obra é vasta de referências históricas e rica em conteúdos relevantes para a compreensão do contexto histórico retratado nela. Tendo como pano de fundo as atrocidades cometidas pelos nazifascistas, o cenário de tensão mundial entre Guerras que ressaltava o embate entre capitalismo e comunismo e, ainda, a conjuntura política e social que se encontrava o Brasil do período varguista, ou seja, um imenso repertório de acontecimentos históricos importantes são abordados nesse filme além, é claro, da memorável trajetória da própria protagonista. Olga foi criada em Munique, na Alemanha, por seus pais Eugénie Gutmann Benário e Leo Benário, advogado e membro ativo do Partido Social-Democrata Alemão. Desde cedo ela se engajou na luta por causas sociais e políticas e com apenas 15 anos, em 1923, juntou-se à organização juvenil do Partido Comunista Alemão. Porém, seus pais, pertencentes à classe média, não aprovavam as ideias e ideias revolucionárias da filha. Perseguida pela polícia, decide fugir para Moscou, onde recebe treinamento militar. Ela é encarregada, em 1928, de proteger Luís Carlos Prestes (1898-1990) – um militar, político e revolucionário que lutava também pelos ideais comunista e havia ganhado fama internacional por comandar a Coluna Prestes na década de 20 –, que viveu exilado na Europa por certo tempo, e acompanhá-lo em sua viagem de volta para o Brasil para que ele pudesse comandar a Intentona Comunista de 1935 contra o então presidente brasileiro Getúlio Vargas. Durante a viagem eles têm que fingirem ser um casal em lua-de-mel, mas a atuação não durou muito e logo os dois se apaixonaram. Ao chegarem ao Brasil o casal, juntamente, com outros membros do Partido Comunista Brasileiro (PCB), liderado por Prestes, fracassam em sua tentativa de revolução, derrotada pelas forças repressoras do governo, e passam a ser duramente perseguidos por ele. Então, em 1936, Olga e Carlos são presos e depois disso nunca mais se verão. Nessa conjuntura, Olga descobre que está grávida, mas esse fato não impede sua deportação, ordenada por Getúlio Vargas, para Alemanha nazista, onde ela é entregue para à polícia secreta alemão (Gestapo) com apenas seus sete meses de gestação. Lá ela fica presa em uma penitenciaria feminina até dar à luz a sua filha, Anita Leocádia – nome dado em homenagem às avós – mesmo depois de relutar no Brasil e denunciar à imprensa a sua gravidez, reivindicando os seus direitos de permanecer com a criança. Ela ficou com a menina até enquanto pudesse amamentá-la, daí em diante a criança seria levada para um orfanato e Olga para um campo de concentração. Mas, felizmente, quando isso veio a acontecer – época em que Anita já tinha seus 14 meses – , Dona Leocádia, mãe de Carlos Prestes, e Lígia, sua irmã, entraram na justiça e conseguiram ficar com a tutela da bebê. A partir daí o filme passa a mostrar o sofrimento e a rotina de Olga e de outras mulheres judias no campo de concentração, sob as condições desumanas impostas a elas, as cartas feita por ela para sua filha e seu marido que continuará preso e o crescimento de Anita sob os cuidados da avó e da tia sem nunca ter conhecido sua mãe. Posteriormente, com a Lei de Anistia, Prestes é solto em 1945. Olga, entretanto, em 1942, é morta com cerca de 200 pessoas em uma câmara de gás em outro campo de concentração alemão. Um dia antes de morrer escreve uma carta ao marido e à filha, lida tempos depois. Em suas últimas palavras, Olga diz “lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo” e ao longo da o obra é justamente isso que se vê: uma mulher bondosa, acima de tudo forte e corajosa que lutou como pode contra as injustiças do mundo em busca de um futuro melhor e que morreu bravamente como uma heroína. Ainda hoje ela é uma inspiração e exemplo de mulher, apesar de sua história não ser tão contemporânea, seu legado, é e jamais poderá ser esquecido. Assim como o de muitos outros ícones que não fugiram à luta e é por causa deles, desses heróis do passado que hoje muitos de nós tem o direito à liberdade de expressão, de ir e vir, entre outros. Foi pelo sangue derramado outrora que agora podemos ser o quê e quem somos. A humanidade ainda tem muito que trilhar, muito que progredir, mas é através das lutas de ontem e desses exemplos que podemos tirar forças para ir além e continuar. Histórias como essa, apesar de dolorosas nos dão esperança para acreditar que se pode crer num futuro melhor. Olga perdeu tudo, mas a esperança morreu ao seu lado. Queria falar mais e mais sem parar sobre esse filme os diversos assuntos que nele são tratados, mas infelizmente chegou a hora de para por aqui. Obrigada pela oportunidade de apreciar esse primor da sétima arte, Eudésia! Estou encantada e triste pela história de Olga. As atrocidades que foram retratadas no campo de concentração e toda a trajetória dela são muito angustiantes. E é mais angustiante ainda por saber que tudo foi real e que não só Olga, mas milhares e milhares de pessoas passaram por coisas parecidas. Estudar história é prazeroso, mas de vez enquanto é dolorido. Mas acho que as vezes é preciso cutucar uma feridinha aqui e outra ali pra adquirirmos empatia e mais humanidade para uns com os outros. Novamente, muito obrigada, aprendi muita coisa com esse filme e a história de Olga.
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