Resenha filme Olga

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Pró Reitoria Acadêmica 
Centro de Teologia e Ciências Humanas 
Licenciatura em História 
 
 
História do Brasil III
Relatório Filme Olga
 
  
  
Aluna: Clara Maria Luna Varjão Schettini
Professor: Newton Darwin de Andrade Cabral
 
 
 
 
 
 
 Recife, 2020
Introdução
	
	Olga é um filme brasileiro de 2004, o primeiro dirigido por Jayme Monjardim, ele é inspirado na biografia escrita por Fernando Morais, levou oito anos para chegar aos cinemas, os cenários, como campos de concentração, foram reconstruídos em estúdio no Brasil e algumas locações foram na cidade do Rio de Janeiro. Ganhou alguns prêmios e várias categorias como o ABC de cinematografia, Festival de Havana, Prêmio Qualidade Brasil. 
Desenvolvimento
O filme se inicia com o episódio onde Olga e outras pessoas “resgatam” um homem, chamado de Otto, em um tribunal. Esse início visa mostrar como ela é engajada na causa antinazista e comunista, Olga participa de uma manifestação de operários contra o nazismo e é repreendida pelos pais que tem uma boa condição financeira e não aceitam que a filha participe dos protestos, ela decide sair de casa e ir morar em Berlim. Ela discursa em reuniões onde defende o fim do fascismo e das desigualdades e vai para a luta armada e durante esse período ela ouve falar da coluna Prestes e através do partido comunista é designada para uma missão para cuidar da proteção de Luiz Carlos Prestes durante seu retorno para o Brasil saindo de Moscou. 
No trajeto de navio os dois precisam mantém o disfarce de um casal recém casado, durante a viagem os dois se envolvem amorosamente. Chegam ao Brasil e se instalam em uma casa com nomes falsos, começam reuniões e treinamentos. O presidente Vargas desconfia dessas reuniões, esse grupo se autodenomina de Aliança Nacional Libertadora. Vargas mantém o chefe da polícia federal atento a todos os movimentos que têm Prestes como nome de fundo, apesar de na época se acreditar que Prestes ainda estava em Moscou. 
Depois de se perceber envolvida demais com Prestes Olga resolve enviar uma carta para solicitar uma nova missão, Luiz Carlos Prestes pede para ela reconsiderar, sem sucesso. Ela fica aguardando uma resposta enquanto continua participando do movimento no Brasil. 
A inteligência inglesa suspeita de levantes comunistas e informa o governo brasileiro e isso faz com que Vargas imponha ações mais violentas, em contrapartida, as ações revolucionárias aumentam. A Aliança Nacional Libertadora acredita que a população irá aderir ao movimento, e, só assim ela teria êxito em seus objetivos, isso não acontece e eles são derrotados nos levantes que acontecem, especialmente em um que se passa na marinha do Rio. Muitos são presos, Vargas instala o estado de sítio e quer prender Prestes e os estrangeiros que, segundo informações da inteligência, foram enviados de Moscou. Eles prendem alguns desses estrangeiros e depois disso Olga e os aliados da revolução vão atrás de destruir todos os documentos que os comprometeria, o cofre que tinha no esconderijo tem um explosivo que destruiria tudo caso aberto, depois das providencias eles fogem. A polícia encontra alguns documentos de Prestes na casa de onde fugiram, pois, a bomba de segurança do cofre não explode. Ao receber a notícia de que os documentos não foram destruídos e que a explosão do cofre não aconteceu Olga decide ficar com Prestes ao invés de voltar para outra missão do partido, muitos são presos, torturados e até mesmo mortos. 
Olga e Prestes ficam foragidos por um tempo e o governo começa uma caçada ao casal, pois um dos presos acaba falando que Prestes tem uma esposa, a polícia acaba encontrando o casal e os leva presos. Durante a prisão Olga descobre que está grávida e é levada para interrogação, no caminho para ser interrogada declara para o público que está grávida e que quer ter esse filho no Brasil e escreve um bilhete para ser entregue a Prestes informando da sua gravidez. Porém, o casamento de Prestes e Olga não é oficial e isso dificultam a defesa dela, o governo brasileiro decide deportá-la de volta para a Alemanha, onde o Nazismo está no poder. Levam Olga da prisão, alegando que ela será levada para um hospital onde será cuidada, entretanto ela é levada para um navio que a levará para a Alemanha Nazista, o governo brasileiro sabe que Olga é judia. Ela tem sua filha enquanto presa na Alemanha, os bebês são separados das mães aos seis meses, mas como havia uma campanha contra o estado alemão devido a prisão de Olga eles permitem que ela fique com o bebê enquanto ela amamentar. A mãe de Carlos Prestes faz campanha para libertar seu filho, Olga e sua neta, Anita. Leocárdia, sogra de Olga, encontra-se com a mãe de Olga para pedir que ela ajude a libertar a filha em Berlim, mas ela se recusa. Chega o tempo em que Olga não tem mais leite para amamentar Anita e ela é separada da filha. A sogra de Olga e sua filha, Lígia Prestes, conseguem a guarda da menina e criam a criança, pedem para que entreguem um bilhete para Olga saber que sua filha está bem, mas ela não recebe esse bilhete. Depois disso ela é levada para um campo de concentração onde excuta trabalhos forçados, lá ela recebe uma carta de Luiz Carlos Prestes com uma foto de sua filha e consegue enviar uma carta para sua sogra ler para Anita. Depois de algum tempo presa e sofrendo em um campo de concentração Olga morre em uma câmara de gás. 
Dona Leocádia morre sem voltar a ver o filho, a mãe de Olga morre em um campo de concentração, Prestes foi um dos primeiros presos a ser libertado pela anistia e foi quando recebeu a notícia de que Olga estava morta, Anita Leocádia cresceu com a tia e a avó, na época em que o filme foi lançado vivia com sua tia Lígia Prestes no Rio de Janeiro, e era professora universitária.
 O filme narra de maneira rápida a vida de Olga, na época em que foi feito não se tinha acesso a todos os documentos que se tem hoje, obras cinematográficas possuem diálogo e cenas que são imaginados e criados para que o filme tenha uma narrativa interessante e lógica, entretanto, de maneira geral podemos ver no filme como era a vida das pessoas desse período tão tormentoso no mundo.
Em 2019 Anita Leocárdia Prestes escreveu um livro, “Olga Benário Prestes: Uma comunista nos arquivos da Gestapo” e falou dele em uma entrevista onde conta sobre os documentos que a GESTAPO tinha sobre Olga, que eram mais de duas mil páginas e através desses documentos se tem uma descrição melhor de como era o comportamento dela, já que as cartas que se tinham escritas pela líder comunista eram censuradas, Anita também fala sobre a campanha internacional Prestes, liderada por sua vó paterna e que exigia a libertação de Luiz Carlos Prestes, Olga Benário, Elise Ewert (que foi deportada do Brasil junto com Olga) e dela (Anita), a pressão foi tanto que três países ofereceram asilo político pra eles. O primeiro campo de concentração que Olga ficou tinha trabalhos forçados para a Siemens, empresa que existe até hoje, e foi no segundo campo onde Olga viria a morrer em uma câmara de gás. Cerca de 900 cartas foram guardadas por Ligia Prestes e foram publicadas no livro Anos Tormentosos, mas assim que teve acesso aos arquivos da GESTAPO Anita encontrou as cartas que não foram enviadas por terem sido censuradas, em uma delas Olga descreve o seu parto.