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SEMIOLOGIA DO EXAME FÍSICO DO APARELHO CARDIOVASCULAR MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR: 1. Inspeção 2. Palpação 3. Percussão 4. Auscultação Recomendações iniciais básicas: · Tentar manter o paciente confortável, em um ambiente bem iluminado; · Higienização das mãos antes e depois do exame · Uso de luvas caso haja possibilidade de contato com sangue ou secreções; · Informar ao paciente o que está examinando e quais próximos passos; · Tentar manter o paciente sempre na mesma posição; · Despir o paciente conforme forem sendo avaliadas, vestindo-o novamente ao termino da avaliação; 1 – Inspeção Geral: Analise da forma do tórax Procura por abaulamentos, retrações torácicas e precordiais: difusas ou localizadas; Estática ou dinâmica; Verificar se há sinais de instabilidade hemodinâmica, baixa perfusão: · Sensório rebaixado · Sudorese · Pele fria · Cianose Perfusão periférica: apertar uma das polpas digitais do paciente e ver o tempo de enchimento. O normal é até 3 segundos. Acima de 3 segundos, significa um enchimento capilar lentificado. 2 – Exame vascular periférico, exame percorrido: · Simetria dos pulsos arteriais; · Turgência jugular, que é um indicativo de congestão cardíaca; · Edema; Passo a passo: · Avaliação da simetria dos pulsos arteriais; · Pulsos arteriais periféricos (temporal superficial, braquial, radial, poplíteo, tibial posterior, artéria dorsal do pé ou artéria piedosa) · Pulsos arteriais centrais: carotídeos, femoral. Obs: Existem pacientes que tem assimetria de pulsos radiais, o que pode ser indicativo de estreitamento da aorta. Obs2: Em pacientes diabéticos, o pulso pedioso é ruim de palpar. A analise do pulso pode ser feita unilateralmente ou os dois ao mesmo tempo. Avalie se o pulso está: · Normal · Diminuído · Ausente · Não foi possível verificar · Ritmo · Simetria · Amplitude · Frequência PULSO CAROTIDEO: Deve ser feito uma inspeção para avaliar seu batimento; Deve ser palpado a região baixa do pescoço para se evitar pressão sobre o seio carotídeo, já que uma pressão no seio carotídeo causa uma queda reflexa da pressão arterial e na frequência cardíaca. · Cada artéria carótida é avaliada em separado, nunca pressione ao mesmo tempo, especialmente em pacientes idosos. PULSO FEMORAL: Faz-se uma palpação com o dedo indicador e médio (compressão profunda da região abaixo do ligamento inguinal, aproximadamente a meio caminho entre a crista iliaca anteroposterior e a sínfise púbica) e ausculte. AVALIAÇÃO DA TURGÊNCIA JUGULAR: Com o paciente em decúbito dorsal, com tronco a 45°, trace uma linha reta imaginária da fúrcula esternal até o pescoço; após, verifique se a visibilidade da jugular supera esse nível, caso positivo, significa comprometimento – Hipertensão venosa. Obs: Refluxo hepatojugular: com o paciente deitado e com cabeça fletida para o lado esquerdo, faz-se uma compressão na região epigástrica ou do hipocôndrio direito. É mais cômodo a compressão da região epigástrica, Nesse caso, observa-se se há realmente uma presença de uma turgência jugular sustentada, acima de 3 cm da sua posição basal. EDEMAS: É o acumulo de liquido no espaço intersticial por alterações nas forcas de frank-starling. · Pele lisa e brilhosa · Sinal de cacifo: também chamado de sinal de Godet, que é um sinal clinico o qual submete a pele do paciente a uma pressão por pelo menos 5 segundos, com objetivo de constatar o edema. · Simetria ou unilateralidade · Sinais de flogose: calor, rubor, edema. Categorização dos edemas: · Maleolar (+): região do tornozelo · 1/3 médio da perna (++) · Nível do joelho (+++) · Raiz da coxa (++++) · Generalizado: anasarca · Determinação do grau do edema. Exploração do sistema cardiovascular: Região precordial: área que está na frente do coração. Condições ambientais: · Lugar silencioso, privado e confortável; · Iluminação adequada atras do observador. · Luz tangencial, como a de uma lâmpada de pescoço de ganso, pois essa luz é eficaz e causa sombras na parede torácica, tornando os batimentos cardíacos mais visíveis. Exposição: · Deixar a região que será explorada visível; · Em mulheres, deixar a mama parcialmente descoberta, exceto durante a inspeção, que é necessário observar toda a área. Posições: · O médico deve está posicionado à direita do paciente; · O paciente deve está deitado na maca, em decúbito dorsal, o que lhe permitirá mudar de posição durante a avaliação, para decúbito lateral esquerdo e sentado inclinado para frente. · O objetivo dessas mudanças de posição do paciente é aproximar as estruturas cardíacas, possibilitando uma avaliação mais completa. A posição em decúbito lateral esquerdo (posição de pachon) permite que a ponta do coração se aproxime da parede torácica, o que favorece uma melhor ausculta de sopros da valva mitral. Há o deslocamento do ictus cordis. A posição sentada inclinada aproxima a base do coração da parede torácica, sendo mais eficaz para avaliar: Thrills, atritos, sopros. 1 – Inspeção/ palpação: o paciente deve estar em decúbito dorsal com inclinação de 45°; · Verifica-se a localização do coração: Ictus cordis. Ictus cordis: “choque de ponta”, é onde está o ápice do coração. Tem extensão de 1,5 a 2 de uma polpa digital. · É o cruzamento da linha hemiclavicular e o 5° espaço intercostal, sua localização. · O ictus normal pode ser visto, principalmente em crianças e em pessoas magras, como um impulso suave e abruto no encontra da linha hemiclavicular esquerda e o 5° espaço intercostal. · É ainda melhor visto na posição de pachon, mas lembrar que nessa posição o ictus cordis desloca de dois cm, o que mostra a mobilidade. · Repousa a palma da mão e analisa a intensidade; Analise: 1. Verificar o deslocamento com o decúbito lateral esquerdo (posição de pachon) 2. Palpação das bulhas, com caracterização da intensidade. 3. Frêmitos: fase do ciclo cardíaco (sístole ou diástole), foco ou área de palpação, duração, intensidade e irradiação. 4. Realizar a inspeção e palpação de outras pulsações precordiais: paraesternais, epigástrica, supra-esternal, na área pulmonar. 5. Inspeção e palpação da região cervical: estase venosa a 45°, pulsações venosas(jugulares) e arterial(carótida), frêmito carotídeo. 6. Verificar manifestações pleuro-pulmonares, atrito pleural, atrito pericárdico. 7. Inspeção e palpação de pulsações abdominais artérias e hepáticas. Pulsação da aorta. Pulso hepático. PERCUSSÃO: está em desuso. · Normalmente, a percussão não é utilizada, sendo substituída com a palpação para determinar o tamanho do coração, seus limites e maciez cardíaca. · No entanto, quando não se consegue limitar o espaço ocupado pelo coração no mediastino através da palpação, faz uso da percussão. · A percussão inicia no hemitórax esquerdo, do terceiro ao quinto espaço intercostal, as vezes o sexto espaço, onde é possível distingue o som timpânico do pulmão destoando do som maciço do coração. AUSCULTA CARDIACA: · O objetivo da ausculta é identificar os sons cardíacos normais, as bulhas cardíacas, sopros e frêmitos. Valva mitral: ictus cordis Valva pulmonar: segundo espaço intercostal esquerdo Valva aórtica: segundo espaço intercostal direito, exatamente ao lado da borda direita do esterno // foco aórtico acessório ou foco de Erb: terceiro espaço intercostal esquerdo. Valva Tricúspide: quarto espaço intercostal esquerdo, próximo ao apêndice xifoide. BULHAS CARDIACAS: são sons correspondentes ao fechamento das valvas cardíacas; B1: fechamento das valvas atrioventriculares, tricúspide e mitral. Então é sístole. B2: fechamento das valvas semilunares. Então é diástole. B3: é observada habitualmente em crianças e em adolescentes, raramente em adultos. Ocorre na fase de enchimento rápido, no terço inicial da diástole. · Som protodiastolico; é de baixa frequência, grave. · Sons produzidos pela entrada rápida de sangue nas paredes ventriculares; · Relaciona-se com sobrecarga de volume: insuficiência do VE, insuficiência mitral. · Melhor audível com campanula do foco mitral, em decúbito lateral esquerdo; · Som onomatopeico:TU · B1, B2, B3 B4: fase de contração atrial; · Som tele diastólico ou pré-sistólico · Antes da sístole; · Sobrecarga de pressão: cardiopatias, miocardiopatias, hipertensão arterial sistêmica e estenose aórtica; · Pode ser fisiológico em crianças e em adultos jovens; · Som grave e de baixa intensidade · Ocorre milissegundos antes da primeira bulha, e pode se confundida com o desdobramento da primeira bulha. · B4 B1 B2, B4 B1B2 DESDOBRAMENTOS DA BULHA: na inspiração, ocorre um desdobramento, porém ele é fisiológico. Na inspiração, ocorre um aumento da caixa torácica, provocando uma diminuição da pressão, o que atrai todo sangue para o coração- aumento do retorno venoso. Como o AD enche mais de sangue, ele fica momentaneamente com mais sangue que o AE, o que demora um pouco mais de tempo para ocorrer o fechamento da valva pulmonar. TUM TA TA ou TUM TRÀ RITMOS DA AUSCULA: · Ritmo binário: presença da primeira e da segunda bulha; · Ritmo tríplice: presença associada de terceira ou de quarta bulha; · Ritmo de galope: são indicativos de patologias a) Ventricular b) Atrial c) De Soma: as 4 bulhas estão presentes. SOPROS: são quando ocorre má fechamentos das valvas; ou quando elas estão insuficientes. São manifestações habituais das valvolopatias e das cardiopatias congênitas. A ausculta de um soro implica auscultar sempre: intensidade, frequência, timbre, configuração, cronologia, duração, localização e irradiação. Como saber se a valva está doente? Pelos focos de ausculta. Quando você sente o pulso radial, significa que aquele som é a sístole, ou seja, b1. Então, caso você escute algum sopro nesse momento, significa que o problema está nas valvas atrioventriculares. Como identificar, qual das valvas átrio ventriculares? Tricúspide ou mitral???? Quando o individuo inspira, vai chegar mais sangue no lado direito do coração, se o som ficar ainda mais audível, o problema está no lado direito, e dessa forma, será problema na valva tricúspide. Se o som aumenta na expiração, o problema está na valva mitral. De modo geral, considera: 1 – Inspiração: Mais sangue no lado direito do coração, portanto, o som ficará ainda mais audível. Isso evidencia que o problema está na tricúspide ou na valva pulmonar. 2 – Expiração: Mais sangue no lado esquerdo, o som irá aumentar. Isso evidencia que o problema está na mitral ou na aórtica. Posições preferenciais: A) Pendência de tronco para frente: isso fara com que o coração se aproxime mais do tórax, dando melhor som para ausculta das valvas semilunares. B) Decúbito lateral esquerdo, ou posição de pachon, ausculta melhor a valva mitral. C) Posição neutra é valva tricúspide. Resumindo: Manobras para sensibilização de sopros: 1. Mitral: decúbito lateral esquerdo em expiração; 2. Aórtico: sentado com tronco inclinado para frente em expiração; 3. Tricúspide: decúbito dorsal em inspiração; 4. Pulmonar: sentado com tronco inclinado para frente em expiração; Sopros Patologias Sístole Insuficiência das valvas atrioventriculares/ estenose das semilunares. Diástole Estenose das valvas atrioventriculares/ insuficiência das semilunares. Só da para confirmar com o ecocardiograma. Descrição da ausculta cardíaca: B R NF 2T, S/S Bulhas rítmicas, normofonéticas, 2 tempos, sem sopro. AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: Sons de korotkoff Orientações quanto às condições ideais do paciente para aferição de pressão arterial: · Ambiente confortável, temperatura agradável, repouso mínimo de pelo menos 5 minutos, confirme não haver tido ingestão de alimentos ou fumo de pelo menos 30 minutos; · O paciente não pode está com a bexiga cheia, não pode ter ingerido bebidas alcoólicas, café ou alimentos, não pode ter praticado exercícios físicos pelo menos 60 minutos; · Mantenha o cliente sentado, com costas apoiadas confortavelmente, e braço apoiado sobre uma superfície ao nível do coração; · Braço relaxado, sem levantar a cabeça e não falar durante o processo; · Não pode estar sentindo dor; · Perna desdobrada; · Posicionar a campanula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial; 1 – Método palpatório 2 – Método auscultatório: deve ser feito 30s após o método palpatório. · Inflar rapidamente, 10 em 10 mmHg até que o valor referido no esfigmo ultrapasse de 20 a 30 do valor estimado pelo método palpatório. · Deflação de 2 a 4 mmHg/ minuto. AFERIÇÃO DA FREQUENCIA CARDIACA: · Colocar as polpas digitais dos dedos médios e o indicador sobre uma artéria superficial, comprimindo-a levemente. · A artéria escolhida irá depender do estado do paciente, mas as mais comuns são: carótida, femoral, radial, braquial, poplítea, piedosa. · Higienização das mãos; IDADE BPM Lactante 120-160 Criança 90 – 140 Pré-escolar 80 - 110 Idade escolar 75 – 100 Adolescente 60 – 90 Adulto 60 – 100 Nomenclatura e valores de referência: Bradicárdico: bpm <60 Normocárdico: bpm entre 60 e 100 Taquicárdico: bpm>100 2
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