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1 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS 1. Gases Ideais Entende-se por um gás um conjunto de átomos ou moléculas com movimento permanente e aleatório. A velocidade das partículas aumenta com a elevação da temperatura. Quando as interações entre as moléculas pode ser desprezada, o gás é dito ideal. Tal comportamento pode ser alcançado quando o volume do gás tende a infinito ou a pressão exercida pelo mesmo tende a zero. 1.1. Equação de estado de um gás ideal Trata-se de uma relação matemática envolvendo a temperatura (T), Pressão (P), volume (V) e número de mols (n), válida para qualquer gás ideal no equilíbrio. TRnVP ... = Onde R representa a constante universal dos gases, sendo seu valor no SI igual a 8,31446 J.mol-1.K-1 (J.mol-1.K-1 = Pa.m³.mol-1.K-1). Dependendo das unidades envolvidas, o valor de R pode mudar apreciavelmente. Valor de R Unidade 1,987 cal.mol-1.K-1 0,08206 atm.L.mol-1.K-1 62,3637 L.mmHg.K−1.mol−1 Tabela 1. Valores da Constante Universal dos Gases (R). Considerando n constante, pode-se estabelecer algumas relações para processos termodinâmicos específicos, onde uma coordenada/variável termodinâmica é mantida constante (T, P ou V). 1.1.1. Processo Isotérmico (T é constante): O produto da pressão e volume no estado inicial ( 11.VP ) é igual ao produto das mesmas propriedades no estado final ( 22.VP ). ctenRTVPVP === 2211 .. Conhecendo-se 1V , 2V e 1P , por exemplo, a pressão final no equilíbrio pode ser calculada de forma direta. 2 11 2 . V VP P = 1.1.2. Processo Isovolumétrico ou Isocórico (V é constante): A razão entre a pressão e a temperatura no estado inicial é igual à mesma razão para o estado final. cte V nR T P T P === 2 2 1 1 Conhecendo-se 1P , 1T e 2T , a pressão final de equilíbrio pode ser calculada diretamente. 2 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS 1 1 22 . T P TP = 1.1.3. Processo isobárico (P é constante) A razão entre o volume e a temperatura no estado inicial é igual à mesma razão para o estado final. cte P nR T V T V === 2 2 1 1 Conhecendo-se, por exemplo, 1T , 2T e 1V , o volume de equilíbrio no estado final pode ser diretamente calculado. 1 1 22 . T V TV = 1.2. Misturas de Gases Ideais Toda mistura de gases ideais é um gás ideal. == i inRTTRnVP ... Onde in representa o número de mols do "i"-ésimo componente da mistura. A pressão total exercida pelo gás é o resultado da superposição (somatório) das pressões parciais ( iP ) de cada componente (Lei de Dalton). = == i i i ii i P V RTn V nRT P A pressão parcial de cada componente representa fisicamente a pressão que o mesmo exerceria enquanto puro, ocupando o mesmo volume da mistura na mesma temperatura e pode ser calculada através do produto da pressão total e da fração molar do componente ( iX ). i iii X n n V nRT V RTn P P == = / Comportamento similar é observado para o volume, sendo o volume total o somatório dos volumes parciais de cada componente (Lei de Amagat). O volume parcial ( iV ) de certo componente, representa fisicamente o volume que o componente ocuparia enquanto puro na mesma pressão e temperatura da mistura. === i i i i V P RTn P nRT V i iii X n n P nRT P RTn V V === / 3 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Mediante o emprego da equação de estado para uma mistura de gases ideais, a densidade mássica da mistura ( ), bem como de cada componente ( i ), podem ser diretamente computadas. ==== i i i ii i i i RT MP V Mn V m RT MP ii i = Onde m e iM representam, respectivamente, a massa total da mistura e a massa atômica/molecular do componente "i". Para uma mistura de gases ideais é possível definir o conceito de massa molecular média da mistura (M), que sai a partir de uma reformulação da equação para o cálculo da densidade da mistura. ( ) =→==== i iii i i i i iiii MXM RT MP MX RT P RT MPX RT MP . . . 𝑃 = 𝑅𝑇𝜌 𝑀 2. Gases Reais Quando as interações (atração e repulsão) entre as partículas constituintes não pode ser desprezada, o gás é descrito como real. O comportamento volumétrico de um gás real pode desviar apreciavelmente daquele associado a um gás ideal. O fator de compressibilidade (Z) consiste em uma medida do desvio do comportamento ideal, quando Z = 1. RT P TRn PV Z == .. Onde representa o volume molar do gás ( n V = ). Quando Z < 1, há um predomínio de interações atrativas entre as moléculas, e, consequentemente, a pressão do gás real se torna inferior àquela associada ao mesmo gás, caso as referidas interações não existissem ( *P ). Se Z >1, há um predomínio de interações repulsivas. Neste caso, a pressão exercida pelo gás real é superior à associada ao mesmo gás enquanto ideal. Z P P ZP ZRT TRn PV P =→=== * * .. 2.1. Equação de estado de Van der Waals O químico holandês, Johannes Diederik Van der Waals (1873) foi o primeiro a incluir em uma equação de estado para gases o efeito de interações atrativas e repulsivas. 4 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS 2 a b RT P − − = ( ) TRb a P .. 2 =− + Onde a e b representam, respectivamente, o parâmetro atrativo e o parâmetro repulsivo. Tratam-se de valores constantes, característicos de cada gás de Van der Waals, os quais podem ser calculados mediante o conhecimento da temperatura crítica e pressão crítica do gás. c c P RT b 8 = c c P TR a 22 64 27 = Pode-se demonstrar, que o volume crítico do gás pode ser calculado diretamente a partir do valor do parâmetro repulsivo. bc .3= A equação de Van der Waals descreve, na verdade, o comportamento de uma família de gases com características similares. Todos os "membros" desta família apresentam um fator de compressibilidade crítico (ZC) igual a 3/8 = 0,375. 2.1.1. Temperatura de Boyle Para um gás de Van der Waals qualquer, existe uma temperatura peculiar para a qual o fator de compressibilidade é igual a um. Tal temperatura é denominada Temperatura de Boyle do gás (TB). Rb a TB . = Questão 01 Determine a pressão exercida por uma amostra de 17,50 kg de argônio gasoso num vaso de 10 m3 a 75°C. a) Considere que o Ar se comporta como um gás ideal; b) Considere que o Ar é um gás de Van der Waals, sendo o parâmetro atrativo (a) igual a 1,363 atm.L2.mol-2 e o repulsivo (b) igual a 3,219.10-2 L.mol-1. Resolução a) 3 3 3 33 dm 10000 m 1 dm 1000 .m 10m 10 ... = == = V TRnVP 5 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS .atm 25,1 10000 )75273.(08206,0.5,437.. mols 5,437 40 17500 K.L.atm.mol 0,08206R 1-1 = + == === = − P V TRn P M m n Ar Ar b) Com base no volume total dado, e no número de mols de gás presente calculado no item a), o volume molar do gás pode ser prontamente calculado. ..86,22 5,437 10000 1−=== molL n V Empregando-se a equação de Van der Waals, tem-se: ( ) ( ) .247,1 25,1 )²86,22( 363,1 )75273.(08206,010.219,386,22. )²86,22( 363,1 .. 2 2 atmP P P TRb a P = = + +=− + =− + − Questão 02 a) Determine a densidade do hidrogênio gasoso em g/L, a 25°C e pressão de 1,50 atm, considerando que este se comporta como um gás ideal. b) Uma amostra de um gás ideal desconhecido, com massa igual a 190 g desloca 35,50 dm³ de ar atmosférico, medidos a 27°C e pressão de 1200 mmHg. Determine a massa molecular da referida substância. c) Certa massa de He está contida num recipiente de 8,0 L, a temperatura de 127°C, exercendo uma pressão de 2,0 atm. Se o volume dessa massa de gás se reduzisse a 75% do valor inicial, a que temperatura deveria a mesma deve sersubmetida para que sua pressão se torne também 75% inferior ao valor inicialmente estabelecido no vaso? Resolução a) O número de mols de hidrogênio ( 2H n ) pode ser calculado através da razão entre a massa de argônio existente no recipiente ( 2H m ) e a massa atômica 6 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS característica do referido gás nobre ( 2H M ). Inserindo-se este resultado na equação de estado dos gases ideais, pode-se calcular a densidade do gás. TR MP TRTR V m MP TR M m TRnVP H H H H H H Ar H . . ..... ..... 2 2 2 2 2 2 2 = = = == ( ) ..123,0 )298).(08206,0( 0,3 )25273).(08206,0( 2.50,1 1 2 −== + = LgH b) O volume ocupado pelo gás desconhecido é idêntico ao volume deslocado de ar. Considerando o gás ideal, tem-se: ( ) ..5,84 5,35. 760 1200 )27273.(08206,0.190 . .. ... ... 1−= + = = = = molgM VP TRm M TR M m VP TRnVP O gás mais próximo que apresenta esta massa molar, trata-se do gás nobre Kriptônio (Kr). c) Dado que o gás se comporta como um gás ideal, a razão entre o produto VP. e T será constante e numericamente igual ao produto do número de mols e R. 2 22 1 11 .... ... T VP T VP cte T VP Rn TRnVP =→= = = Sendo “1” o estado inicial e “2” o estado final, tem-se: =+= = = KT LV atmP 400)127273( 0,8 0,2 1 1 1 = == = == LVV atmPP 0,60,8. 4 3 . 4 3 50,10,2. 4 3 . 4 3 12 12 7 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS .225 )0,6.(50,1 400 )0,8.(0,2 2 2 KT T =→ = Questão 03 Considere que 10,0 g de gás metano foram colocadas em um recipiente com capacidade de 1 dm³ a 25°C. a) Calcule a pressão exercida pelo gás, considerando que o mesmo se comporta como ideal; b) Calcule a pressão exercida pelo gás, considerando que o mesmo é um gás de Van der Waals, com parâmetros a e b respectivamente iguais a 2,25 L².atm.mol-1 e 0,0428 L.mol-1 Resolução a) Uma vez que o gás se comporta como ideal, tem-se: .28,15 )25273.(08206,0. 16 10 1. ... atmP P TRnVP = + = = b) Considerando que o gás apresenta um comportamento volumétrico descrito pela equação de Waals, convém calcular inicialmente o volume molar do gás nas condições termodinâmicas de interesse. Este, por sua vez, pode ser determinado através da razão entre o volume ocupado pelo gás e o número de mols. mol 625,0 16 10 === M m n 1L.mol 6,1 625,0 1 −=== n V Substituindo-se, , T, a e b na equação de Van der Waals, tem-se: ( ) atm 82,14 )²6,1( 25,2 0428,06,1 )25273.(08206,0 2 =− − + =− − = a b RT P Questão 04 a) A explosão da nitroglicerina, C3H5(NO3)3(l), ocorre segundo a seguinte equação química balanceada: 4 C3H5(NO3)3(l) → 12 CO2(g) + 10 H2O(g) + 6 N2(g) + O2(g) A temperatura dos gases no momento exato da explosão é de aproximadamente 3000C. Determine a pressão exercida quando 10,0 g de nitroglicerina explodem em um cilindro com capacidade de 3,0 L. 8 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS b) Foram misturados 1500 g de dióxido de carbono, 150 g de gás nitrogênio e 275 g de oxigênio, colocados em um recipiente de 85,0 L de capacidade a 27°C. Determine a pressão total do sistema e a pressão parcial de cada um dos componentes da mistura. c) A 10°C e a uma pressão de 75 atm, o fator de compressibilidade do gás nitrogênio é igual a 0,933. Calcule a massa de nitrogênio necessária para encher o cilindro de 89 L de capacidade. Resolução a) O número de mol de gases produzidos (n) a partir de 10,0 g de nitroglicerina pode ser diretamente calculado a partir do conhecimento da estequiometria da reação de explosão. 4 mol de nitroglicerina ----------------------------- (12 + 10 + 6 + 1) mol de gases −1.227 10 molg g mol de nitroglicerina ------------ n n = 0,319 mol de gases (número de mols total de gases produzidos após a decomposição de 10 g de nitroglicerina). Admitindo-se que a fase gasosa se comporta como ideal, a pressão final no equilíbrio pode ser calculada: atmP P nRTVP 56,28 3 )2733000.(08206,0).319,0( )2733000.(08206,0).319,0(0,3. . = + = += = b) A pressão parcial de cada componente pode ser calculada mediante o produto da pressão total sua fração molar característica na mistura. As frações molares, por sua vez, demandam o conhecimento do número de mols de cada componente, que podem ser calculados mediante a razão entre a massa dada e a massa molar característica. mol 09,34 44 1500 2 2 2 === CO CO CO M m n mol 36,5 28 150 2 2 2 === N N N M m n mol 59,8 32 275 2 2 2 === O O O M m n O número de mols total de mistura ( Tn ) pode ser calculado mediante a soma dos números de mol de cada componente. 9 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS mol 04,4859,836,509,34 222 =++= ++= T ONCOT n nnnn Substituindo-se Tn , V e T na equação de estado dos gases ideais, tem-se: atm 92,13 )27273.(08206,0).04,48(0,85. ... = += = P P TRnVP T Logo, as frações molares podem ser enfim determinadas: atm 42,1 92,13. 04,48 36,5 . . atm 9.89 92,13. 04,48 09,34 .. atm 49,292,13. 04,48 59,8 . . 2 22 2 22 2 22 = = == = = == = = == P n n PXP P n n PXP P n n PXP T O NN T O COCO T O OO c) Tendo em vista a definição do fator de compressibilidade, tem-se: 𝑍 = 𝑃𝑉 𝑛𝑅𝑇 = 𝑃𝑉 (𝑚𝑀)𝑅𝑇 Onde m e M representam, respectivamente, a massa de e a massa molecular do N2. A equação acima pode ser resolvida para a massa de N2: 𝑚 = 𝑃𝑉 (𝑍𝑀)𝑅𝑇 = 75.89 (28.0,933).0,08206. (273 + 10) = 8626 g Questão 05 Um volume de 20 L de monóxido de carbono, medidos nas CNTP, foram colocados em um reator de 10 L. Neste mesmo reator são introduzidos 26,6 L de gás hidrogênio, medidos a 1,5 atm e 25°C. A mistura obtida ficou mantida em uma temperatura constante de 27°C. A partir desta informação, determine a pressão em que o reator está sendo operado, considerando que a mistura gasosa se comporta como ideal nas condições impostas. Resolução Como a mistura de gases é considerada ideal, a pressão total, dados T (300 K) e V (10 L) pode ser calculada a partir do conhecimento do número de mols total da mistura (n). 𝑃 = 𝑛𝑅𝑇 𝑉 10 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS O valor de n pode ser encontrado, somando-se os valores do número de mols de H2 e CO, que podem ser calculados mediante as condições dadas em cada caso (pressão e temperatura). mol 893,0 )273.(08206,0.)0,20.(1 .. = = = CO CO COCO n n TRnPV .63,1 )25273.(08206,0.)6,26.(50,1 .. 2 2 22 moln n TRnPV H H HH = += = Logo, a pressão total no vaso do reator após a mistura ter atingido o equilíbrio é dada por: atm 2,6 )27273.(08206,0).63,1893,0()10.( .).( 2 = ++= += P P TRnnPV HCO O mesmo cálculo poderia ter sido realizado mediante a determinação das pressões parciais do H2 e CO, somando-se os valores encontrados para determinar a pressão total do gás. 𝑃 = 𝑃𝐶𝑂 + 𝑃𝐻2 = 𝑛𝐻2𝑅𝑇 𝑉 + 𝑛𝐶𝑂𝑅𝑇 𝑉 Onde, V é igual a 10 L e T igual a 300 K. Questão 06 a) Calcule a densidade em g.L-1, de brometo de hidrogênio, que apresenta 757 mmHg a 57°C, assumindo que este assume um comportamento ideal. b) Considere que 2,00 g de uma amostra de carbonato de cálcio impuro foram aquecidas em um recipiente fechado, produzindo-se 0,767 L de dióxido de carbono, a 32°C e pressão de 310 mmHg. Determine a pureza da amostra, sendo esta definida pelo percentual mássico de CaCO3 presente. Resolução a) Sabendo que o H2 secomporta como ideal, a pressão do mesmo pode ser relacionada facilmente com a sua densidade (𝜌𝐻2). 11 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS RTTR V m MPTR M m VP TRnVP H H H H H H 2 2 2 2 2 2 ...... ... ==→= = Portanto, a densidade pode ser calculada conhecendo-se a temperatura e a pressão do gás. 𝜌𝐻2 = 𝑃. 𝑀𝐻2 𝑅𝑇 1g.L 97,2 )57273).(08206,0( 9,80. 760 757 2 −= + =H Convém observar a necessidade de conversão da pressão dada em mmHg para atmosfera, uma vez que o valor de R usado é dado em L.atm.mol-1.K-1. b) A reação de decomposição térmica do carbonato de cálcio pode ser representada pela equação química baixo. CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g) Como na fase gasosa, considerada ideal, somente CO2 se encontra presente, o número de mols de CO2 pode ser calculado a partir dos valores de T, P e V fornecidos. Como todo o CO2 advém da decomposição do carbonato, e, sabendo pela estequiometria que um mol de CO2 é produzido para cada mol de CaCO3 decomposto, a quantidade de carbonato presente em gramas pode ser diretamente obtida. g 25,1100.10.25,1. mol 10.25,1 )32273.(08206,0 )767,0.( 760 310 . . ... 2 2 333 2 2 2 2 === = + = = = − − CaCOCaCOCaCO CO CO CO CO Mnm n n TR VP n TRnVP A pureza do carbonato de cálcio usado no experimento pode então ser calculada como a razão entre a massa encontrada e a massa total da amostra. %50,62625,0(%) 00,2 25,1 (%) 3 3 →= = CaCO CaCO 12 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Questão 07 Uma mistura gasosa é constituída por três gases distintos: 450 g de etano, 250 g de argônio e 350 g de dióxido de carbono. A pressão parcial do argônio, a 300 K, é 8000 Pa. Calcule: a) Frações molares de cada componente; b) Pressão total da mistura; c) Volume ocupado pela mistura. Resolução mol 95,7 44 350 mol 25,6 40 250 mol15 30 450 2 2 2 62 62 62 === === === CO CO CO Ar Ar Ar HC HC HC M m n M m n M m n Onde 𝑀𝑖 representa a massa molecular da espécie gasosa “i”. Desta forma, o número total de mols da mistura pode ser determinado. mol 2,29 95,725,615 262 = ++= ++= T T COArHCT n n nnnn a) As frações molares de cada componente podem ser determinadas através da razão entre o número de mols calculado e o número de mols total. O somatório das frações molares calculadas deve ser obrigatoriamente igual a um. 272,0 2,29 95,7 214,0 2,29 25,6 514,0 2,29 15 2 2 62 62 === === === T CO CO T Ar Ar T HC HC n n X n n X n n X b) Por definição, a pressão parcial de um componente qualquer em um gás ideal é o resultado do produto da sua fração molar característica e a pressão total exercida pelo gás. atm 38,0 .21,0 10 1 .8000 . 5 = = = P P Pa atm Pa PXP ArAr 13 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS c) Como a mistura se comporta como um gás ideal, o volume ocupado pode ser calculado a partir do conhecimento da pressão, temperatura e número total de mols. L 7,1891 )300).(08206,0.(2,29.38,0 ... = = = V V TRnVP T Questão 8 Considere três esferas de 200 mL cada, a 27°C, contendo cada uma um gás distinto e conectadas através das válvulas representadas na figura abaixo. Ao abrirmos as válvulas os gases se misturarão. Determine a pressão total e as pressões parciais dos gases na mistura formada após a abertura das válvulas. Resolução O número de mols de cada gás pode ser determinado a partir da pressão, temperatura e volume de cada recipiente de forma simples, uma vez que os gases são ideais. mol 10.62,1 )27273.(0826,0.)2,0.(2 .. 2−= += = A A AAA n n TRnVP mol 10.25,3 )27273.(0826,0.)2,0.(4 .. 2 3 −= += = B BBB n n TRnVP mol 10.87,4 )27273.(0826,0.)2,0.(6 ... 2−= += = C C CCC n n TRnVP O número de mols da mistura formada a partir do momento em que as válvulas são abertas pode ser calculado a partir do somatório dos números de mols de A, B e C. mol 10.74,9 10.87,410.25,310.62,1 2 222 − −−− = ++= ++= T T CBAT n n nnnn 14 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Portanto, a pressão total da mistura pode ser calculada, e, com base na mesma e nas frações molares de cada componente, a pressão parcial de A, B e C na mistura final. atm 996.3 )2,02,02,0( )27273).(08206,0).(0974,0( .. ... = ++ + = = = P P V TRn P TRnVP T T T atm 00,200,4. 10.74,9 10.87,4 .. atm 33,100,4. 10.74,9 10.25,3 .. atm 66,000,4. 10.74,9 10.62,1 .. 2 2 2 2 2 2 = === = === = === − − − − − − T T C TCC T T B TBB T T A TAA P n n PXP P n n PXP P n n PXP Questão 9 Em um laboratório de síntese existe um reator que é preenchido com 0,25 kg de argônio a uma temperatura de 450°C. Sabendo-se que o volume interno do reator é de 30 L, calcule o que se pede. a) Pressão exercida pelo gás enquanto ideal. b) Pressão exercida pelo gás considerando que o mesmo se comporta de acordo com a equação de Van der Waals, sendo o parâmetro atrativo igual a 1,4 atm.L2.mol-2 e o repulsivo igual a 0,032 L.mol-1. c) Fator de compressibilidade do gás nas condições dadas. Resolução a) Se o gás é ideal, pressão, volume, número de mols e temperatura se relacionam no equilíbrio através da equação abaixo. TRnVP ... = Inserindo-se os valores dados, tem-se: * atm 36,12 )450273.(08206,0. 40 250 30. PP P == + = b) Para o cálculo da pressão do gás de acordo com o modelo de Van der Waals se faz necessário o conhecimento do volume molar do gás. Como a massa do gás é conhecida, o número de mols é calculado dividindo-se a mesma massa atômica do argônio. O volume molar é então obtido dividindo-se o volume ocupado pelo número de mols obtido. 15 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS mol 25,6 40 250 = = n n Logo: 1-L.mol 8,4 25,6 30 === n V Substituindo-se o volume molar na equação de estado de Vander Waals, juntamente com o conhecimento da temperatura e dos valores de a e b característicos para o argônio, a pressão pode ser diretamente computada. ( ) ( ) realPP P TRb a P == +=− + =− + atm 38,12 )450273.(08206,0032,08,4. )²8,4( 4,1 .. 2 c) A razão entre o fator de compressibilidade do gás real e aquele do mesmo gás na ausência de interações interatômicas (comportamento ideal – Z = 1), em verdade é a razão entre as pressões no equilíbrio nas referidas condições. Cabe ressaltar, que, no presente problema, os volumes molares do gás na presença e na ausência de interações são ambos iguais ao volume molar calculado anteriormente – 4,8 L/mol. 𝑍𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑍𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 . 𝜗𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑅𝑇 𝑃𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 . 𝜗𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 𝑅𝑇 = 𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑃𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 12,38 12,36 = 1,002 → 𝑍𝑟𝑒𝑎𝑙 = 1,002 O valor encontrado para Z do gás real sugere que o argônio deve se comportar de forma muito similar ao comportamento esperado para o mesmo, caso não houvessem interações entre seus átomos. Questão 10 Hidrazina é um composto químico muito utilizado como propelente para satélites artificiais, apresentando fórmula molecular como N2H4. Este composto reage com o oxigênio conforme definido pela equação abaixo. N2H4(g) + O2(g) → N2(g) + 2H2O(g) Considere que 1,50 Kg de hidrazina são misturados com quantidade estequiométrica de oxigênio em um tanque fechado de 250 L a uma temperatura de 24,5oC, que permanece constante durante todo o processo. Calcule a pressão inicial no vaso, assumindo que a fase gasosa se comporta como ideal. 16 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Resolução O número de mols de O2 requerido, admitindo-se uma alimentação estequiométrica pode ser calculado mediantea consideração da estequiometria da reação em questão. 1 mol de N2H4(g) ---------- 1 mol de O2(g) −1.32 1500 molg g ------------ nO2 nO2 = 46,9 mols A pressão total no vaso pode ser calculada a partir do somatório das pressões parciais de O2 e N2H4. Como os números de mols de ambos os componentes são idênticos, a pressão total será dada por: 242 42 242 ,577atm4 )50,24273).(08206,0.( 32 1500 250. ... OHN HN OHN PP P TRnVP == + = = 𝑃 = 𝑃𝑂2 + 𝑃𝑁2𝐻4 = 9,154 atm Questão 11 Seja uma mistura nitrogênio, oxigênio e hélio, contida em um recipiente de 25,0 L, sendo a pressão total igual a 10 atm e a temperatura 27oC. Sabendo que o número de mols de N2 e a fração molar de He apresentam valores respectivamente iguais a 2 mol e 0,20, calcule as pressões parciais dos componentes na mistura. Resolução O número de mols total de mistura pode ser calculado com base no volume, pressão e temperatura. .15,10 )27273).(08206,0.()25.(10 ... moln n TRnVP T T T = += = Sabendo que o número de mols é o somatório do número de mols das espécies químicas presentes no gás, tem-se: 15,10 22 22 =++ ++= He He nnn nnnn NO NOT Sabendo que o número de mol de nitrogênio é igual a dois, pode-se calcular o somatório entre os números de mols de H2 e O2. 17 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS 15,8 15,100,2 15,10 2 2 22 =+ =++ =++ He He He nn nn nnn O O NO 15,8 2 =+ HennO (Equação I) Sabendo que o somatório das frações molares é igual a um, tem-se: .12,6 80,0197,0 15,10 80,0 15,10 0,2 15,10 0,120,0 0,1 2 2 2 22 22 moln n n n n n n XXX O O O T N T O NO He = =+ =+ =++ =++ Através da equação I, pode-se calcular o número de mol de gás hélio. .03,2 15,812,6 15,8 2 moln n nn He He HeO = =+ =+ Sendo a pressão parcial de cada componente o produto da fração molar e a pressão total no vaso, tem-se: .97,110. 15,10 2 . .03,610. 15,10 12,6 . .0,210. 15,10 03,2 . 22 22 atmPXP atmPXP atmPXP TotalNN TotalOO TotalHeHe = == = == = == Questão 12 Hematita (Fe2O3) pode ser produzida mediante oxidação da pirita (FeS2). 4 FeS2(s) + 11 O2(g) → 2 Fe2O3(s) + 8 SO2(g) Determine o volume de ar atmosférico necessário para reagir com 100 g de sulfeto de ferro a 2,5 atm e 225C. Considere que o ar atmosférico contém 21% em bases molares de O2, e que a alimentação do processo é estequiométrica. 18 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Resolução Para o cálculo do volume de ar requerido na reação, deve-se inicialmente determinar o número total de mols de FeS2 que reagem, e a partir deste a quantidade de O2 requerida pela estequiometria da reação. 𝑛𝐹𝑒𝑆2 = 100 𝑔 119,98 𝑔.𝑚𝑜𝑙−1 = 0,834 mols 𝑛𝑂2 = 11 4 . 𝑛𝐹𝑒𝑆2=2,292 mols No a atmosférico, a quantidade de O2 em mols equivale a 21%, portanto, o número total de mols de ar requerido pode ser calculado diretamente: 𝑛𝐴𝑟 = 𝑛𝑂2 0,21 = 10,915 mols Como a pressão e a temperatura foram dadas no enunciado, o volume de ar requerido pode ser calculado, uma vez considerando-se que o mesmo se comporta como um gás ideal. L 59,179 50,2 )225273).(08206,0.(915,10 .. ... = + = = = ar ar ar ar V V P TRn V TRnVP ar ar Questão 13 Em um reator, 4,10 mol de gás propano é queimado na presença de oxigênio em excesso, formando CO2 e H2O, conforme a reação química representada abaixo. C3H8(g) + 5O2(g) → 3CO2(g) + 4H2O(g) O dióxido de carbono é isolado dos outros gases da mistura gasosa gerada, sendo então armazenado em um recipiente de volume igual a 2,25 L a 0°C. a) Determine pressão exercida pelo CO2 assumindo que o mesmo se comporta como ideal. b) Repita o cálculo do item (a), porém considerando que o CO2 se comporta de acordo com a equação de estado de Van der Waals, sendo a e b respectivamente iguais a 3,592 atm. L2.mol-2 e 0,04267 L.mol-1. c) Calcule o fator de compressibilidade do CO2 nas condições dadas, e faça uma apreciação da relevância, ou não de se considerarem a presença de interações intermoleculares para o cálculo da pressão no vaso. 19 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Resolução a) Como a quantidade de CO2 presente no recipiente em questão é totalmente gerada a partir da oxidação do propano, seu valor pode ser determinado a partir da informação de que todo o propano admitido no reator será consumido, dado que a queima é realizada em presença de um excesso de O2. 1 mol de C3H8(g) ----------------------------------- 3 mols de CO2(g) 4,10 mols de C3H8(g) nC3H8 ------------------------ nCO2 nCO2 = 12,30 mols Assumindo-se que o CO2 se comporta como ideal, a pressão exercida pelo mesmo no interior do vaso pode ser facilmente computada. .47,122 25,2 273).08206,0.(30,12 .. ... 2 2 atmp p V TRn p TRnVp ideal ideal vaso ideal vaso ideal CO CO = = = = b) Considerando a presença de interações entre as moléculas de CO2 de acordo com a equação de estado de Van der Waals, é necessário determinar inicialmente o volume molar do CO2, que é encontrado a partir da razão entre o volume do vaso e a quantidade em mols de CO2 contido no mesmo. V=2,25/12,3=0,183 L/mol Inserindo-se o volume molar encontrado na equação de estado de Van der Waals, tem-se: ( ) ( ) atm 38,52 )273.(08206,004267,0183,0. )²183,0( 592,3 .. = =− + =− + P P TRb a P c) O fator de compressibilidade pode ser calculado a partir da razão entre as pressões calculadas nos dois itens acima. 20 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS 𝑍𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑍𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 . 𝜗𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑅𝑇 𝑃𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 . 𝜗𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 𝑅𝑇 = 𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑃𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 52,38 122,47 = 0,43 O valor encontrado indica a presença de significativas interações de natureza preponderantemente atrativa (Z < 1). Questão 14 Sabe-se que 1,50 mols de gás metano ocupam 1700 dm³ a 0°C e pressão de 0,9 atm. Considerando que o metano se comporta de acordo com a equação de Van der Waals (a = 2,25 L².atm.mol-1 e b = 0,0428 L.mol-1), calcule o que se pede. a) Fator de compressibilidade do gás. b) Pressão, temperatura e volume crítico do CH4. c) Temperatura de Boyle do CH4. Resolução a) Pela definição do fator de compressibilidade, tem-se: 𝑍 = 𝑃𝑉 𝑛𝑅𝑇 = 1700.0,9 1,5.0,0826. (0 + 273) = 45,233 b) A temperatura de Boyle pode ser calculada através da seguinte relação: Rb a TB . = Logo: K 63,640 )08206,0.(0428,0 25,2 ==BT c) O volume crítico é numericamente igual ao triplo do valor de b, logo: 1-L.mol 1284,0 )0428,0.(3 .3 = = = c c c b Os valores de a e b podem ser calculados através das seguintes relações: c c P RT b 8 = 21 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS c c P TR a 22 64 27 = Com base nas equações acima, a temperatura crítica pode ser diretamente calculada a partir do valor encontrado para a temperatura de Boyle do gás. 𝑇𝑐 = 8.𝑇𝐵 27 =189,82 K A partir do valor encontrado para a temperatura crítica, a pressão crítica pode ser encontrada, uma vez substituindo-se o valor calculado em uma das equações empregadas anteriormente. Por exemplo, empregando-se a relação para cálculo de b, tem-se: ==→= b RT P P RT b cc c c .88 45,49 atm Questão 15 a) Certo gás apresenta um fator de compressibilidade igual a 0,8, quando submetido a uma temperatura de 280 K e pressão igual a19 atm. Calcule o volume ocupado por 0,006 mols do referido gás. b) Considere a decomposição térmica do carbonato de cálcio, que apresenta 45% de pureza e conversão de 75%. O gás formado é colocado em um reservatório de 500 mL, a 37°C e 1,50 Mpa, e pode ser considerado ideal nessascondições. Determine a massa de gás produzido e a massa de amostra utilizada. CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g) Resolução a) A partir da definição do fator de compressibilidade, tem-se: 𝑍 = 𝑃𝑉 𝑛𝑅𝑇 → 𝑃𝑉 = 𝑍𝑛𝑅𝑇 L 1080,5 19 280.08206,0).10.6.(80,0 ... 3 3 − − = = = xV V p TRnZ V b) O número de mols de CO2 produzido pode ser calculado a partir da quantidade em mols de CaCO3 que de fato foram transformados em CaO. 22 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Denominando-se de x a massa de amostra do carbonato usado no experimento, tem-se: 𝑛𝐶𝑂2 = 𝑥. 0,45.0,75 𝑀𝐶 Onde Mc representa a massa molar do carbonato (Mc = 100 g/mol). O valor de x pode ser calculado tendo em vista o volume, pressão e temperatura do vaso utilizado para a coleta do CO2 produzido (admite-se que não há perdas). Sendo R = 0.0826 atm.L/mol.K, deve-se transformar a unidade de pressão para atm e da temperatura para K. 𝑥. 0,45.0,75 𝑀𝐶 . 𝑅. 𝑇 = 𝑃𝑉 → 𝑥 = 𝑃𝑉. 𝑀𝐶 𝑅𝑇. 0,45.0,75 𝑃 = 1,5.106𝑃𝑎 1,013.105 𝑃𝑎 𝑎𝑡𝑚 = 14,81 atm 𝑇 = 37 + 273 = 310 K Logo: 𝑥 = 14,808.0,5.100 0,0826.310.0,45.0,75 = 85,67 g A massa de CO2 pode ser calculada a partir da equação para a determinação do seu número de mols. Para tanto deve-se utilizar a massa molar do CO2 (44 g/mol). 𝑛𝐶𝑂2 = 𝑥.0,45.0,75 𝑀𝐶 = 𝑚𝐶𝑂2 𝑀𝐶𝑂2 → 𝑚𝐶𝑂2 = 44.85,67.0,45.0,75 100 = 28,27 g Questão 16 Seja um volume de 10 m³ de ar a uma pressão 5 atm e temperatura 327°C é injetado em um reservatório de 90 m³ e que continha ar sob pressão de 2,50 atm e 36,50°C. Determine a pressão no reservatório quando tiver sido alcançado o equilíbrio, sendo a temperatura ao final do processo igual a 27°C. Resolução Deve-se calcular inicialmente o número de mols de ar injetado, em como o número de mols de ar contidos no reservatório. Considerando o ar um gás ideal, tem-se. 23 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS mols 52,1015 )327273.(08206,0 )10000.(5 . . ... 1 1 1 = + = = = ar ar ar n TR VP n TRnVP Como o ar contido no reservatório também é um gás ideal, tem-se: mols 63,8859 )50,36273.(08206,0 )90000.(50,2 . . ... 2 2 2 = + = = = ar ar ar n TR Vp n TRnVP Finalmente, dado que a mistura final também se comporta como um gás ideal, tem-se: atm 70,2 90000 )27273).(08206,0).(63,885952,1015( .).( .. ... 21 = ++ = + = = = r arar r Total r Totalr P V TRnn P V TRn P TRnVP Questão 17 Considere uma mistura constituída por 1,50 x 1021 átomos de gás oxigênio, 0,44 g de dióxido de carbono e 0,33 mol de monóxido de carbono. Considerando que esta mistura apresenta comportamento ideal, calcule a pressão parcial de cada gás, quando esta mistura encontra-se em um reservatório de 15 L a uma temperatura de 27°C. Resolução Deve-se inicialmente calcular o número de mols de cada componente da mistura. Munidos desta informação, é possível calcular as frações molares dos componentes, além da pressão total da mistura. mols 10.50,2 10.02,6 10.50,1 3 23 21 2 −==On mols 10.67,3 12 44,0 2 2 −==COn Logo, o número de mols total será dado por: mols 369,033,010.67,310.50,2 23 22 =++= ++= −− T COCOCOT n nnnn 24 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Empregando-se a equação de estado dos gases ideais, pode-se calcular a pressão de equilíbrio no reservatório diretamente a partir do conhecimento do valor de 𝑛𝑇 calculado, temperatura e volume do enunciado. atm 606,0 15 )27273).(08206,0).(369,0( .. ... = + = = = T T T TT P V TRn P TRnVP As pressões parciais dos componentes são então obtidas a partir do produto das respectivas frações molares e a pressão total da mistura. atm 542,0606,0. 369,0 33,0 .. atm10.07,6606,0. 369,0 10.67,3 .. atm10.10,4606,0. 369,0 10.50,2 .. 2 2 3 3 2 22 2 22 = = == = = == = = == − − − − T T CO TCOCO T T CO TCOCO T T O TOO p n n PXP P n n PXP P n n PXP Questão 18 Uma mistura gasosa é constituída por: 0,65 mol de dióxido de carbono, 1,75 mol de oxigênio e 0,95 mol de nitrogênio, cuja densidade é igual a 1,80 g.L-1, a 47°C. Com base nessas informações calcule o que se pede. a) O volume da mistura gasosa; b) Os volumes parciais dos gases; c) As pressões parciais de cada componente. Resolução a) A fração molar de cada componente pode ser calculada a partir da razão entre os respectivos números de mols e o número de mols total da mistura (𝑛𝑇). 𝑛𝑇 = 𝑛𝑂2 + 𝑛𝑁2 + 𝑛𝐶𝑂2 = 1,75 + 0,95 + 0,65 = 3,35 mols A massa molecular média da mistura (M) pode ser calculada mediante a média ponderada das massas moleculares de cada componente e suas respectivas frações molares (Xi). 1-g.mol 20,33 35,3 95,0 .28 35,3 75,1 .32 35,3 65,0 .44 ... ... 2 2 2 2 2 2 222222 = + + = + + = ++= M n n M n n M n n MM XMXMXMM TOTAL N N TOTAL O O TOTAL CO CO NNOOCOCO 25 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS A pressão da mistura pode ser então diretamente calculada mediante o emprego da equação de estado dos gases ideais. atm 42,1 20,33 )47273).(08206,0.(80,1 = + == T T P M RT P Como o número de mols total é conhecido, o volume da mistura pode ser calculado também pela equação dos gases ideais. L 95,61 42,1 )47273).(08206,0).(35,3( .. ... = + = = = T T T T TTT V p TRn V TRnVP b) Como a mistura é um gás ideal, vale a equação de Amagat, onde o volume total é a média ponderada dos volumes parciais de cada componente. ==== I i i i i i VVX P RTn P nRT V Onde iV representa o volume parcial de cada componente. Logo: L 57,1795,61. 369,0 33,0 . 35,3 95,0 . L 36,3295,61. 369,0 10.67,3 . 35,3 75,1 . L 02,1295,61. 369,0 10.50,2 . 35,3 65,0 . 22 22 22 2 3 = = == = = == = = == − − TTNN TTOO TTCOCO VVXV VVXV VVXV c) As pressões parciais de cada componente podem ser também diretamente calculadas, uma vez realizando-se o produto entre a pressão total e as respectivas frações molares. atm 403,042,1. 35,3 95,0 .. atm 742,042,1. 35,3 75,1 .. atm 275,042,1. 35,3 65,0 .. 2 22 2 22 2 22 = = == = = == = = == T T N TNN T T O TOO T T CO TCOCO p n n pXp p n n pXp p n n pXp 26 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Questão 19 Considere os seguintes dados referentes ao gás cloro apresentados na tabela abaixo. m (g) 550 Volume em L de Cl2 no recipiente 25 T (°C) 125 a (atm.L².mol-2) 6,49 b (L.mol-1) 5,62 x 10-2 a) Calcule a pressão do gás, considerando que o mesmo se comporta como ideal. b) Calcule a pressão do gás considerando que o mesmo segue a equação de estado de Van der Waals. c) Determine o fator de compressibilidade. d) Com base no valor calculado, comente sobre a predominância na média de forças de natureza atrativa ou repulsiva, no que tange às interações entre as moléculas de Cl2 presentes. e) Calcule a pressão do gás partir do fator de compressibilidade. f) Calcule a pressão, temperatura e volume crítico característicos do Cl2. g) Determine a temperatura de Boyle do gás e discuta seu significado físico. Resolução O número de mols de Cl2 presentes no vaso pode ser diretamente calculado. .75,7 71 550 2 2 mol MM m n Cl Cl == = De posse do número de mols, o volume molar também pode ser calculado. ..22,3 0,1 0,2 75,7 25 1−=== molLVm a) Considerando o gás como ideal, a pressão podeser calculada como função do volume, temperatura e número de mols de Cl2. atm 12,11 )125273(08206,0)75,7()25( ... = += = ideal ideal ideal P xxP TRnVP b) Admitindo-se que o gás segue a equação de Van der Waals, a pressão pode ser calculada, inserindo-se os valores do volume molar, temperatura, a e b. 27 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS ( ) RTb a Preal =−+ )( 2 ( ) ( ) atm 70,9 )125273.(08206,01062,522,3 22,3 49,6 2 2 = +=− + − realp xP real c) Como o volume molar é o mesmo, a razão entre Z do gás real e a unidade (Z de um gás ideal), é numericamente igual à razão entre as pressões calculadas. 958,0 12,10 70,9 === ideal real P P Z d) Como o valor de Z é inferior a um, pode-se dizer que as interações são predominantemente de natureza atrativa. e) A partir da definição do fator de compressibilidade, pode-se deduzir a seguinte relação: TRnZVPreal .... = Logo: 72,9 )125273).(08206,0.(958,0)22,3.( ... ... = += = = real real m real real P P TRZVP TRZ n V P f) O volume crítico é calculado diretamente a partir do valor de b. 1- 2 L.mol 169,0 )10.62,5.(3 .3 = = = − c c c b A temperatura crítica pode ser calculada a partir dos valores de a e b. 𝑇𝑐 = 8.𝑎 27.𝑅.𝑏 =414,24 K Com base no valor da temperatura crítica, o valor da pressão crítica pode ser diretamente encontrado. 28 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS atm 10,76 .88 ==→= b RT P P RT b cc c c g) A temperatura de Boyle representa fisicamente a temperatura na qual há um balanço entre as forças intermoleculares repulsivas e atrativas, de modo que o fator de compressibilidade, e o comportamento volumétrico se tornam idênticos ao associado a um gás ideal (ausência de interações). K Rb a TBOYLE 29,1407 )08206,0.(10.62,5 49,6 . 2 === − Questão 20 a) A temperatura de 280 K e pressão igual a 19 atm, o fator de compressibilidade é igual a 0,80. Calcule o volume ocupado deste gás que apresenta 6,0 mmol. b) Considere a decomposição térmica do carbonato de cálcio, que apresenta 45% de pureza e rendimento de 75%. O gás formado é colocado em um reservatório de 500 mL, a 37°C e 1,50 Mpa. A partir desta informação, determine a massa de gás produzido e a massa de amostra utilizada. c) A 600 K e sob pressão de 0,50 atm, a reação de dissociação do pentacloreto de fósforo, PCl5(g) = PCl3(g) + Cl2(g), resulta em mistura gasosa que apresenta massa específica igual a 1,42 kg/m3. Determinar o grau de dissociação do pentacloreto de fósforo, nesta temperatura. Resolução a) Cálculo do volume do gás (V), a partir da utilização dos gases ideais: ).80,5(1080,5 19 280.08206,0).10.6.(80,0 ... .... 3 3 mLLxV V p TRnZ V TRnZVp − − = = = = b) A reação de decomposição térmica do carbonato de cálcio pode ser representada pela seguinte equação química. CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g). 29 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Sabendo que uma atmosfera corresponde aproximadamente 105 Pascal, tem-se: 1 atm ----------- 105 Pa pCO2 ------------- 1,50 x 106 Pa pCO2 = 15 atm. Considerando que o dióxido de carbono apresenta comportamento ideal, tem-se: 𝑃𝑉𝐶𝑂2 = 𝑛𝐶𝑂2𝑅𝑇 A massa de dióxido de carbono pode então ser determinada a partir da equação acima, inserindo-se os valores para a pressão, volume e temperatura conhecidos. g 97,12 )37273.(08206,0 44.50,0.15 . .. ... 2 22 2 2 2 2 = + = = = CO COCO CO CO CO CO m TR MMVP m TR MM m VP Como para cada mol de CaCO3 decomposto, um mol de CO2 são produzidos, a massa de CaCO3 que reagem inicialmente, considerando a pureza do mesmo e o rendimento do processo pode ser calculada mediante uma regra de três simples. 1 mol de CaCO3 --------- 1 mol de CO2 100 g de CaCO3 --------- 44 g de CO2 x (0,75) 0,45.mCaCO3 -------------- 12,87 g mCaCO3 = 87,34 g. b) Para este item será necessário o uso da tabela de equilíbrio. Considerando-se n mols de PCl5 como base de cálculo, tem-se: PCl5(g) PCl3(g) Cl2(g) Início n 0 0 Reage nα nα nα Equilíbrio n - nα nα nα Somando-se os números de mols no equilíbrio se pode obter o número de mols total associado à fase gasosa do processo. Logo: nT = n - nα + nα + nα nT = n + nα 30 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Colocando o termo n em evidência: nT = n.(1 + α) Considerando que os componentes gasosos apresentam comportamento ideal, a relação entre a densidade e o grau de dissociação é dada pela seguinte equação matemática: TR MM m VP TRnVP TRnVP PCl T .).1.(. .).1.(. ... 5 + = += = TRd MMp TRdMMP TR V m MMP PCl PCl PCl .. . )1( .).1.(. .).1.(. 5 5 5 =+ += + = TRd MMp PCl .. . )1( 5 =+ Sabendo que a densidade proposta pelo problema é igual a 1,42 kg.m-3, o que equivale a 1,42 g.L-1, grau de dissociação (α) pode finalmente ser determinado. %)49(49,0 49,1)1( 53,46 5,65 )1( )600).(08206,0.(42,1 )5,208.(50,0 )1( = =+ =+ =+ Questão 21 – Determine a massa de gás oxigênio, que se encontra em um reservatório de 15,0 L medidos sobre a água a 25°C e a uma pressão de 740 torr. Informação para a resolução do problema: pressão de vapor da água a 25°C = 24 torr. Resolução Sabendo que a pressão total do sistema é o somatório das pressões parciais, temos: 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑃𝑂2 + 𝑃𝐻2𝑂 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑃𝑂2 = 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝑃𝐻2𝑂 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 = 740 torr – 24 torr = 716 torr. 31 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS O cálculo da massa de oxigênio pode ser realizado, uma vez considerando- se a equação dos gases ideais: 𝑝𝑂2 . 𝑣 = 𝑛𝑂2 . 𝑅. 𝑇 𝑝𝑂2 . 𝑣 = 𝑛𝑂2 . 𝑅. 𝑇 𝑝𝑂2 . 𝑣 = ( 𝑚𝑂2 < 𝑀𝑀 >𝑂2 ) . 𝑅. 𝑇 < 𝑀𝑀 >𝑂2= ( <𝑀𝑀>𝑂2 .𝑝𝑂2 .𝑣 𝑅.𝑇 ) = 32.(716 740⁄ ).15,0 (0,08206).(25+273) = 32.(0,967).15,0 (0,08206).(298) = 18,98 𝑔 Questão 22 – Considere 12 kg de gás nitrogênio puro confinados em um cilindro com capacidade de 125 L a 45°C. Através de um manômetro acoplado no cilindro, calcule: a) A pressão utilizando a equação dos gases ideais; b) A densidade do referido gás; c) A pressão do gás utilizando a equação de van der Waals; d) O fator de compressibilidade (Z) e diga se as forças dominantes são do tipo atrativas ou repulsivas. e) Calcule o volume crítico. Informação para a resolução do problema: considere que a temperatura crítica seja igual a 120 K e a pressão crítica igual a 35 atm. Resolução a) Considerando que o gás apresenta comportamento ideal, temos: 𝑝𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙. 𝑉 = 𝑛. 𝑅. 𝑇 𝑝𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝑛.𝑅.𝑇 𝑉 = ( 12000 28 ).(0,08206).(45+273) 125 = 89,47 𝑎𝑡𝑚. b) Cálculo da densidade do gás (d): 𝑑 = 𝑝.<𝑀𝑀>.𝑅.𝑇 𝑅.𝑇 = 89,47 𝑥 (28) (0,08206).(45+273) = 96 𝑔. 𝐿−1. c) Para calcular a pressão de van der Waals será necessário calcular o volume molar (Vmolar) e as constantes de van der Waals (a e b): 𝑉𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 = 𝑉 𝑛 = 125 𝐿 ( 12000 28 ) = 0,292 𝐿. 𝑚𝑜𝑙−1. Os parâmetros de Van der Waals podem ser determinados diretamente a partir dos valores das propriedades críticas (Tc e Pc). 32 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS 𝑇𝐶 = 120 8𝑎 27. 𝑏. 𝑅 = 120 𝑎 = 27. (120). 𝑏. 𝑅 8 𝑎 = 3240.𝑏.𝑅 8 (Equação 1) 𝑃𝐶 = 35 𝑎 27. 𝑏² = 35 𝑎 = 945. 𝑏² (Equação 2) Igualando-se as equações (1) e (2), pode-se determinar o valor do parâmetro repulsivo (b): 3240. 𝑏. 𝑅 8 = 945. 𝑏² 3240. 𝑅 8 = 945. 𝑏 𝑏 = 3240 𝑥 (0,08206) 8 𝑥 945 = 3,52 𝑥 10−2 𝐿. 𝑚𝑜𝑙−1. A partir da equação (1), pode-se determinar o valor da constante a (parâmetro atrativo). 𝑎 = 3240. 𝑏. 𝑅 8 = 3240. (3,52 𝑥 10−2). (0,08206) 8 = 1,17 𝑎𝑡𝑚.𝐿². 𝑚𝑜𝑙−2. Finalmente, conhecendo-se o volume molar e os parâmetros a e b, pode-se calcular a pressão do gás, inserindo-se os valores na equação de estado de Van der Waals. (𝑝𝑟𝑒𝑎𝑙 + 𝑎 𝑉𝑚2 ) . (𝑉𝑚 − 𝑏) = 𝑅. 𝑇 (𝑝𝑟𝑒𝑎𝑙 + 1,17 (0,292)² ) . (0,292 − 3,52 𝑥 10−2) = (0,08206). (45 + 273) (𝑝𝑟𝑒𝑎𝑙 + 13,72). (0,2568) = (0,08206). (318) (𝑝𝑟𝑒𝑎𝑙 + 13,72) = 101,62 𝑝𝑟𝑒𝑎𝑙 = 87,89 𝑎𝑡𝑚. 33 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS c) A razão entre as pressões medidas considerando-se o efeito das interações (𝑝𝑟𝑒𝑎𝑙) e na ausência de interações (𝑝𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙), mantendo-se o volume e a temperatura constantes, permite a determinação de Z. 𝑍 = 𝑝𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑝𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 87,89 𝑎𝑡𝑚 89,47 𝑎𝑡𝑚 = 0,982 Como o valor encontrado é inferior a um, pode-se dizer que há um predomínio de interações de natureza atrativa. Cabe observar, no entanto, que o valor de Z é próximo de um, o que sugere que as referidas interações não devem ser muito intensas. Isso faz sentido em se tratando do nitrogênio (N2), que é uma molécula apolar. d) O volume crítico pode ser calculado diretamente a partir do valor de b: 𝑉𝑐 = 3. 𝑏 = 3. (3,52 𝑥 10 −2) = 0,1056𝐿. 𝑚𝑜𝑙−1. Questão 23 Considere um gás A inserido em um reator com volume igual a 50 L, mantido a 2,0 atm e 127°C. Um outro gás B, encontra-se em um outro reator, com volume de 100 L, temperatura de 227°C e pressão de 4,0 atm. Esses dois reatores estão interligados a um tanque de armazenagem com capacidade de 80 L, sendo controlado a 45°C. A partir destas informações, determine: a) A pressão da mistura. b) As pressões parciais de cada componente. c) Os volumes parciais de cada componente. Resolução Inicialmente será necessário calcular o número de mol para cada gás. Número de mol do gás A, utilizando a equação dos gases ideais: 𝑝. 𝑉 = 𝑛𝐴. 𝑅. 𝑇 𝑛𝐴 = 𝑝. 𝑉 𝑅. 𝑇 = 2 𝑥 100 0,08206. (127 + 273) = 3,05 𝑚𝑜𝑙. Número de mol do gás B, utilizando a equação dos gases ideais: 𝑝. 𝑉 = 𝑛𝐴. 𝑅. 𝑇 𝑛𝐵 = 𝑝. 𝑉 𝑅. 𝑇 = 4 𝑥 100 0,08206. (227 + 273) = 9,75 𝑚𝑜𝑙. a) Cálculo da pressão da mistura, pressão total (PT): 𝑝𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 . 𝑉 = 𝑛𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 . 𝑅. 𝑇 𝑝𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 . 𝑉 = (𝑛𝐴 + 𝑛𝐵). 𝑅. 𝑇 34 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS 𝑝𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = (𝑛𝐴 + 𝑛𝐵). 𝑅. 𝑇 𝑉 = (3,05 + 9,75).0,08206. (47 + 273) 80 = 4,20 𝑎𝑡𝑚. b) Cálculo das pressões parciais: 𝑃𝐴 = (𝑛𝐴) (𝑛𝐴 + 𝑛𝐵) . 𝑝𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿. = (3,05) (3,05 + 9,75) . (4,20 𝑎𝑡𝑚) = 1,00 𝑎𝑡𝑚. 𝑃𝐵 = (𝑛𝐵) (𝑛𝐵 + 𝑛𝐴) . 𝑝𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿. = (9,75) (9,75 + 3,05) . (4,20 𝑎𝑡𝑚) = 3,20 𝑎𝑡𝑚. c) Cálculo dos volumes parciais: 𝑉𝐴 = (𝑛𝐴) (𝑛𝐴 + 𝑛𝐵) . 𝑉𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿. = (3,05) (3,05 + 9,75) . (80 𝐿) = 19,06 𝐿. 𝑉𝐵 = (𝑛𝐵) (𝑛𝐵 + 𝑛𝐴) . 𝑝𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿. = (9,75) (9,75 + 3,05) . (80 𝐿) = 60,94 𝐿. Questão 24 – Uma mistura gasosa composta de monóxido de nitrogênio e gás hidrogênio, apresenta a seguinte relação, PNO = 3/5.(PH2), ou seja, a pressão parcial de monóxido de nitrogênio é igual a 3/5 da pressão parcial de gás hidrogênio. Sabendo que a massa total do sistema é igual a 20 g, determine a massa de cada composto, além da pressão total do sistema, sabendo que a mistura encontra-se confinada em um reservatório com capacidade igual a 100 L, a 27°C. Resolução Primeira informação do problema: 𝑃𝑁𝑂 = 3 5 . 𝑃𝐻2 Desenvolvendo a informação fornecida pelo problema, temos: 𝑋𝑁𝑂. 𝑝𝑇 = 3 5 . (𝑋𝐻2 . 𝑝𝑇) 𝑛𝑁𝑂 𝑛𝑁𝑂+ 𝑛𝐻2 = 3 5 . ( 𝑛𝐻2 𝑛𝐻2 + 𝑛𝑁𝑂 ) 𝑚𝑁𝑂 < 𝑀𝑀 >𝑁𝑂 = 3 5 . ( 𝑚𝐻2 < 𝑀𝑀 >𝐻2 ) 𝑚𝑁𝑂 30 = 3 5 . ( 𝑚𝐻2 2,0 ) 𝑚𝑁𝑂 = 9. 𝑚𝐻2 (Equação 1) Segunda informação do problema: 𝑚𝐻2 + 𝑚𝑁𝑂 = 20,0 𝑔 (Equação 2) Resolvendo o sistema de equações, temos que: 𝑚𝐻2 = 2,0 𝑔 𝑒 𝑚𝑁𝑂 = 18,0 𝑔. 35 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS Os números de mols de cada componente podem ser determinados a partir das massas encontradas: 𝑛𝐻2 = 𝑚𝐻2 < 𝑀𝑀 >𝐻2 = 2,0 2,0 𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 = 1,0 𝑚𝑜𝑙 𝑛𝑁𝑂 = 𝑚𝑁𝑂 < 𝑀𝑀 >𝑁𝑂 = 18,0 30,0 𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 = 0,60 𝑚𝑜𝑙 𝑛𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 𝑛𝑁𝑂 + 𝑛𝐻2 = 1,0 𝑚𝑜𝑙 + 0,60 𝑚𝑜𝑙 = 1,60 𝑚𝑜𝑙 Como a mistura se comporta como um gás ideal, a pressão total pode ser então determinada, uma vez substituindo-se os valores para o número de mols total, temperatura e volume do sistema na equação de estado dos gases ideais. 𝑝𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙. 𝑉 = 𝑛. 𝑅. 𝑇 𝑝𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝑛.𝑅.𝑇 𝑉 = 1,60.(0,08206).(27+273) 100 = 0,394 𝑎𝑡𝑚 36 CAPÍTULO II – GASES IDEAIS E GASES REAIS SOBRE O AUTOR Alexandre Vargas Grillo é Doutor em Engenharia de Materiais e Processos Químicos e Metalúrgicos pela PUC-Rio, Mestrado em Engenharia de Materiais e Processos Químicos e Metalúrgicos pela mesma instituição (PUC-Rio), pós-graduação em licenciatura de ensino fundamental e médio em química pela Cândido Mendes e Engenheiro Químico pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente atua como Professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ – Campus Nilópolis, lecionando Físico-Química Avançada e Nanotecnologia para os cursos de Bacharelado, Licenciatura e Técnico. Na pesquisa atua como professor colaborador em Engenharia de Processos Químicos e Metalúrgicos em Síntese de Nanopartículas pela PUC-Rio e também no laboratório de Modelagem, Automação e Controle (LaMaC) da mesma instituição. Revisor do Journal of Materials Science e consultor Ad Hoc Faperj e membro da coordenação de Olimpíadas de Química do Estado do Rio de Janeiro – OQRJ, atuando na área científica no preparo para a IChO e Iberoamericana. Coordenador da turma olímpica de Química do Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus Nilópolis. Área de atuação: Nanoparticles, Titanium Nitride, Characterization, Physical Chemistry, Chemical Kinetics, Artificial Intelligence, Neural networks.
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