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analise de custos hospitaares e seu impacto no processo de tomada de decisao

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE 
 
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAS E POLITICAS 
 
 
Licenciatura em Administração e Gestão Hospitalar 
 
 
 
Tema: Análise de apuramento dos custos hospitalares e seu impacto no processo de 
tomada de decisão, Caso Hospital Central de Quelimane (2017-2019) 
 
 
 
 
Autor: 
 
Victorino Lino Joaquim 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quelimane, Fevereiro de 2020 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE 
 
 FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAS E POLITICAS 
 
 
Licenciatura em Administração e Gestão Hospitalar 
 
 
 
 
 
Tema: Análise de apuramento dos custos hospitalares e seu impacto no processo de 
tomada de decisão, Caso Hospital Central de Quelimane (2017-2019) 
 
 
Monografia a ser entregue na Faculdade de 
Ciências Sociais e Políticas da 
Universidade Católica de Moçambique -
Quelimane como requisito para a obtenção 
de grau de Licenciatura em Administração 
e Gestão Hospitalar. 
Supervisor: 
Mestre: Aboobacar Cassimo 
 
 
Quelimane, Fevereiro de 2020 
 
ÍNDICE 
Declaração de originalidade ....................................................................................................... ii 
Agradecimentos ......................................................................................................................... iii 
Dedicatória................................................................................................................................. iv 
Lista de Abreviaturas .................................................................................................................. v 
Listas de tabelas ......................................................................................................................... vi 
Abstract .................................................................................................................................... viii 
CAPIÍTULO I: INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1 
1.2. Problematização................................................................................................................... 3 
1.3. Objectivos ............................................................................................................................ 4 
1.4. Justificativa e relevancia ...................................................................................................... 4 
1.5. Delimitação do estudo ......................................................................................................... 5 
CAPÍTULO II: MARCO TEÓRICO ..................................................................................... 7 
2.1. Revisão Conceptual ............................................................................................................. 7 
2.1.1. Hospitais ........................................................................................................................... 7 
2.1.2. Custos ............................................................................................................................... 8 
2.1.3. Gastos ............................................................................................................................... 8 
2.1.4. Investimento ..................................................................................................................... 8 
2.1.5. Planificação ...................................................................................................................... 8 
2.1.6. Custos Hospitalares .......................................................................................................... 9 
2.1.7. Importância da análise dos custos .................................................................................. 10 
2.1.8. Classificação dos custos ................................................................................................. 10 
2.1.8.1. Custos fixos (CF) ......................................................................................................... 10 
2.1.8.2. Custos variáveis (CV) .................................................................................................. 11 
2.1.8.3. Custos indirectos (CI) .................................................................................................. 11 
2.1.8.4. Custos directos (CD) ................................................................................................... 11 
2.1.9 Metodologias de custeio .................................................................................................. 12 
2.1.9.1. Método de custeio por absorção .................................................................................. 12 
2.1.10. Custeios variáveis ......................................................................................................... 13 
2.2. Literatura empírica ............................................................................................................ 14 
2.2.1. Gestão de custos em organizações hospitalares ............................................................. 14 
2.2.2. Apuração dos custos em estabelecimentos hospitalares ................................................. 15 
2.2.3. Avaliação da gestão de custos nas entidades Hospitalares ............................................. 15 
2.3. Literatura focalizada .......................................................................................................... 16 
2.3.1. Contabilidade de custos .................................................................................................. 16 
CAPÍTULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 18 
3.1. Método ............................................................................................................................... 18 
3.2. Tipos de pesquisa .............................................................................................................. 18 
3.2.1. Quanto aos objectivos ..................................................................................................... 18 
3.2.2. Quanto a natureza ........................................................................................................... 19 
3.2.3. Quanto a escolha do objecto em estudo ......................................................................... 19 
3.2.4. Técnicas e instrumentos de colecta de dados ................................................................. 20 
a) Pesquisa bibliográfica .................................................................................................. 20 
b) Pesquisa documental ................................................................................................... 20 
c) Observação participante .............................................................................................. 20 
d) Entrevista ..................................................................................................................... 21 
3.2.5.Universo .......................................................................................................................... 21 
3.2.5.1. Amostra ....................................................................................................................... 21 
a) Definição da amostra da pesquisa ................................................................................ 21 
3.2.6.Tecnicas e instrumentos de interpretação e análise dos dados ........................................ 22 
3.2.6.1. Triangulação na análise ............................................................................................... 22 
3.7. Aspectos éticos .................................................................................................................. 22 
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUÇÃO DOS RESULTADOS
 ..................................................................................................................................................24 
4.1. Apresentação e análise dos dados ...................................................................................... 24 
4.1.2. Constituição do HCQ ..................................................................................................... 24 
4.2. Discussão dos resultados ................................................................................................... 35 
4.2.1. Custos Hospitalares ........................................................................................................ 35 
4.2.3. Apuramento dos custos hospitalares............................................................................... 40 
4.2.9. Controlo dos custos no HCQ .......................................................................................... 43 
CAPÍTULO V: AS CONCLUSÕES E SUGESTÕES ......................................................... 44 
5.1. Conclusão .......................................................................................................................... 44 
Bibliografia ............................................................................................................................... 46 
Apêndice ................................................................................................................................... ix 
Anexos ..................................................................................................................................... xiv 
 
 
ii 
 
Declaração de originalidade 
Eu Victorino Lino Joaquim, do curso de Administração e Gestão Hospitalar (AGH), na 
Universidade Católica de Moçambique (FCSP), declaro que a Monografia Intitulada por: 
Análise de Apuramento dos Custos Hospitalares e Seu Impacto no Processo de Tomada de 
Decisão: Caso Hospital Central de Quelimane (2017 a 2019), é o resultado da Investigação 
por mim feita e orientado por Supervisor Mestre Aboobacar Cassimo, o seu conteúdo é 
original e todas as fontes consultadas estão devidamente referenciadas, não contendo nenhum 
plágio. 
Tenho a honra também de declarar que o presente trabalho nunca foi apresentado em 
nenhuma instituição. 
 
Autor 
___________________________________ 
( Victorino Lino Joaquim ) 
Data: _____ / ______ / ____ 
Supervisor 
___________________________________ 
( Aboobacar Cassimo ) 
Data: _____ / ______ / _____ 
 
 
 
 
iii 
 
Agradecimentos 
Em primeiríssimo lugar quero agradecer ao senhor Deus que se revela em Deus pai, Deus 
filho e Espírito Santo, que -se faz presente na vida da minha família. Por bênçãos que ele me 
da e vai continuar mi cedendo, a ele eu Agradeço. 
Em segundo lugar os meus Agradecimentos especiais vão para o meu Supervisor Mestre 
Abobacar Cassimo, pela vontade, paciência e carinho de acompanhar o processo de 
elaboração da presente monografia, o meu pai Lino Joaquim e o meu irmão Julcio Lino 
Joaquim pelo financiamento do curso, orientação e conselhos. (palavras não existem para 
agradecer vós). 
Em terceiro lugar quero Agradecer a Universidade Católica de Moçambique (Faculdade de 
Ciências Sócias e Politicas), pela qualidade dos docentes, capacidade de resolverem os 
problemas dos estudantes e o ambiente acolhedora. 
O Hospital Central de Quelimane que permitiu com que o pesquisador estagiasse e realizasse 
a pesquisa ao nível daquela instituição. 
De igual forma quero agradecer a turma de Administração e Gestão Hospitalar (2016 a 2020), 
pela união, apoio e a familiaridade que junto criamos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
Dedicatória 
Dedico especialmente aos meus pais Lino Joaquim e em memória da minha mãe Victoria 
Avelino que já não pertence ao mundo dos vivos, pela protecção, segurança, apoio moral em 
todos momentos da minha vida e por acreditarem que um dia os meus sonhos se tornariam 
realidade. 
Dedico também a todos os meus familiares e amigos pelo apoio moral e servirem um dos 
exemplos para a minha inspiração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
Lista de Abreviaturas 
HCQ Hospital Central de Quelimane 
OMS Organização Mundial da Saúde 
CF Custos fixos 
CV Custos Variável 
CI Custos Indirectos 
CD Custos Directos 
CGR Centros geradores de receita 
ABC Método de custeio baseado nas actividades 
MP Matéria-prima 
MOD Mão – de – obra direita 
MOI Mão – de – obra indirecta 
CDT Custos directos Total 
CMS Coast management system 
UGEA Unidade Gestora Executora das Aquisições 
UCI Unidade de cuidados intensivos 
UPC Unidade de prestações de conta 
DM Deposito de Medicamento 
MMC Material Medico e Cirúrgico 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
Listas de tabelas 
Tabela Nº 1: Perfil dos entrevistados .................................................................................... 24 
Tabela Nº 2: Respostas dos entrevistados em relação a primeira pergunta. ......................... 25 
Tabela Nº 3: Respostas dos entrevistados em relação a segunda questão. ........................... 27 
Tabela Nº 4: respostas dos entrevistados em relação a terceira questão. .............................. 28 
Tabela Nº 5: Respostas dos entrevistados em relação a quarta questão. .............................. 29 
Tabela Nº6: Respostas dos entrevistados em relação a quinta questão. ............................... 30 
Tabela Nº 8: Respostas dos entrevistados em relação a sétima questão ............................... 32 
 Tabela Nº 9: Respostas dos entrevistados em relação a oitava questão ............................... 33 
Tabela Nº 10: Respostas dos entrevistados em relação a nona questão ............................... 34 
Tabela Nº 11: Custos hospitalares ........................................................................................ 36 
Tabela nº 12: Custos com material médico e cirúrgico obtido através da pesquisa 
documental do ano de 2017 - 2018. ...................................................................................... 37 
Tabela nº 12: Custos com medicamentos, obtidos at ravés da pesquisa documental de ano 
de 2017. ................................................................................................................................. 38 
Tabela 13: Custos indirectos ................................................................................................. 39 
Tabela nº 14: Custos indirectos obtidos através de pesquisa documental, dados de 2017-
2018 ...................................................................................................................................... 40 
 
 
vii 
 
Resumo 
 
A presente pesquisa, intitulada por Análise de Apuramento dos Custos Hospitalares e seu Impacto 
no Processo de Planificação e Tomada de Decisão: Caso HCQ (2017 -2019), objectivou-se em 
Analisar os critérios utilizados no HCQ para o processo de apuramento dos custos hospitalares, que 
servem de base para a planificação e tomada de decisão. Para o alcance do objectivo geral adoptou se 
as seguintes estratégias: Identificação dos critérios que são utilizados no HCQ; Descreveu-se a 
importância da análise dos custos hospitalares e Caracterizou-se o método utilizado no processo de 
planificação e tomada de decisão. De acordo com a natureza do problema a pesquisa é qualitativa, 
quanto aos objectivos é uma pesquisa exploratória e quanto ao objecto do estudo é de caso. A recolha 
de dados foi feita com base na pesquisa bibliográfica, documental, entrevista e a observação. No que 
tange a análise e interpretação dos dados foi utilizado a técnica de triangulação. Os resultados mostram 
que não existe um método padronizado utilizado pelo HCQ no processo de análise e apuramento dos 
custos hospitalares; Constatou-se também que a análise dos custos hospitalares para área 
administrativa é importante, pois fornece informações que auxilia a planificação e tomada de decisão; 
Para DM, AMMC e enfermarias, a análise dos custosnão apresenta nenhuma relevância. No que 
concerne as recomendações a presente pesquisa confirma a necessidade de implantação do método de 
custeio baseado em actividades (ABC), nos seguimentos hospitalares visando à mensurar de forma 
adequada os custos ao nível do HCQ. 
 
Palavras-chave: Apuramento, Custos, métodos 
 
 
 
 
viii 
 
Abstract 
The present research, entitled by Analyses and counting of costs of providing healthcare and its 
impact in the planning and taking decision process: Case of Quelimane Central Hospital (2017-
2019). With the research, the aim was to analyze the criteria used in the Central Hospital of 
Quelimane, for the process of calculating of hospital costs that serve as a base for the planning and 
decision making process. To get the general objective, the research adopted the following strategy: 
Identified the criteria used, described the criteria used in process of found cost; described the 
importance of a analyzing and determining hospital costs and characterized the methodology used in 
the planning and decision- making process. According to the nature of the problem was used a 
qualitative research and for the objectives it used exploratory. A collection was carried out by the basis 
of documentary, bibliography, and participative observation research. By the research it was found 
that the administration area they base on the analyses and the final costs in the process of planning and 
taking decision. For the save of medicines and nursery they don’t give relevance in the analyses of 
costs for the planning and taking decision. It was found as a key that the method used in the planning 
process is participator. Also was found that the hospital it hasn’t the standard method for get the costs 
of the goods and services offered in the process of the taking healthcare. 
 
 
Key words: Costs, getting, method.
 
 
 
1 
 
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO 
Nas últimas décadas a gestão dos custos hospitalares é um dos maiores desafios para os 
gestores hospitalares, pós, a apurarão e o controle dos custos constitui uma necessidade dentro 
das instituições hospitalares, a análise e apuramento dos custos hospitalares permite a 
implantação de medidas correctivas que visem melhorar o desempenho das unidades 
hospitalares. 
Com o apuramento dos custos hospitalares, se busca a confrontação dos gastos realizados pelo 
hospital no âmbito da utilização do orçamento actual, para a previsão do orçamento futuro. O 
processo de apuramento dos custos aperfeiçoa a obtenção dos pilares para o processo de 
planificação estratégica da gestão do Hospital. Nesse contexto o tema intitulado por: Análise 
do Apuramento dos Custos Hospitalares e seu impacto no processo de Tomada de 
Decisão, Caso HCQ (2017-2019), objectivou-se em analisar os critérios que são utilizados no 
Hospital Central de Quelimane no processo de apuramento dos custos que servem de base 
para o processo de planificação e tomada de decisão, identificando os pontos fortes e as 
deficiências, bem como as práticas adequadas de gestão que são essenciais para os hospitais 
terem sucesso no processo de prestação de cuidados de saúde. 
Importa salientar que a pesquisa, encontra-se estruturada da seguinte forma: 
No primeiro capítulo, foi abordado no contexto da problematização, objectivo geral e 
específicos, que norteiam os caminhos e a linhagem da pesquisa; A justificativa que espelhou 
as razões da escolha do tema em estudo, as questões de pesquisa, relevância da pesquisa e a 
delimitação do estudo (temporal, temático e espacial). 
O segundo capítulo, é a fase da revisão bibliografia teórica, onde foram elencadas várias 
teorias dos autores ligados ao tema em estudo. Por outro lado, a pesquisa cingiu-se em buscar 
as teorias teoricamente relacionados com o apuramento dos custos hospitalares, a importância 
de análise dos custos nas instituições Hospitalares, os métodos de custeios e a respectiva 
classificação dos custos hospitalares. 
O terceiro capítulo, debruçou-se a cerca da metodologia aplicada para elaboração da presente 
monografia do ponto de vista da natureza, quanto aos objectivos, os instrumentos de recolha e 
análise dos dados, o universo, a amostra, as técnicas e instrumentos de análise e interpretação 
dos dados e os aspectos éticos. 
 
2 
 
No quarto capítulo, norteou-se a cerca da apresentação dos dados, interpretação e discussão 
dos resultados. É neste capitulo também onde descreveu-se as respostas dos entrevistados de 
forma bruta, obtidas através do questionário dirigido aos chefes dos sectores do HCQ e 
descreveu-se também, o posicionamento dos autores obtidos através da pesquisa bibliográfica, 
análise documental e a entrevista. 
Quinto capítulo, trata das conclusões tomadas com o estudo, sugestões e as referências 
bibliográficas. 
Quando feito a análise dos dados e cruzados com as informações, conclui-se que a análise e 
apuramento dos custos, que servem de base para o processo de planificação e tomada de 
decisão no hospital central de Quelimane é uma das grande necessidades, pois o processo de 
apuramento não é utilizada de forma aprofundada nos centros de custos. 
 
3 
 
1.2. Problematização 
Segundo Oliveira (2017), a gestão dos custos Hospitalares é um dos maiores desafios para os 
actuais gestores hospitalares, visto que o gestor de uma instituição de saúde precisa de 
analisar e controlar os custos hospitalares, bem como as práticas adequadas da gestão que são 
essenciais para os hospitais terem sucesso no processo de prestação de cuidados de saúde. Isto 
é, acompanhando todos os dados e conceito que tem um impacto directo sobre o orçamento. 
Tal como os valores gastos com matérias, o tempo de espera para o atendimento dos 
pacientes, os administradores hospitalares devem analisar os diferentes aspectos e actividades 
do hospital que influencia no justificativo final. 
O apuramento e o controle dos custos hospitalares constituem uma absoluta necessidade 
dentro das instituições hospitalares, pois enquanto a primeira serve de instrumento eficaz de 
gerência e acompanhamento dos serviços, a segunda permite a implantação de medidas 
correctivas que visem a um melhor desempenho das unidades hospitalares, com base na 
possível redefinição das prioridades essenciais, aumento da produtividade e racionalização do 
uso de recursos dentre outras medidas administrativas. (Abbas, 2001) 
Ao longo da realização dos estagio pré-profissional no Hospital Central de Quelimane, foi 
notório a não observância o apuramento dos custos de prestação dos cuidados de saúde, facto 
esse, que dificulta o processo de planificação e tomada de decisão na gestão do Hospital. No 
entanto chamou a curiosidade do pesquisador a realizar a presente pesquisa com o propósito 
de compreender o processo de análise e apuramento dos custos Hospitalares, que servem de 
base para a planificação e tomada de decisão. 
- Diante do pressuposto acima citado, coloca-se a seguinte questão de partida: 
 Quais são os critérios utilizados no HCQ para o processo de apuramento dos custos 
hospitalares, que servem de base para a planificação e tomada de decisão na gestão 
do Hospital? 
 
 
 
 
4 
 
1.3. Objectivos 
1.3.1. Objectivo geral 
 Analisar os critérios que são utilizados no HCQ para o processo de apuramento dos 
custos Hospitalares, que servem de base na planificação e tomada de decisão do 
hospital (2017-2019). 
1.3.2. Objectivos específicos 
 Identificar os critérios que são utilizados no processo de apuramento dos custos no 
HCQ; 
 Descrever a importância de análise e apuramento dos Custos Hospitalares; 
 Caracterizar a metodologia adoptada pelo HCQ no processo de planificação e 
tomada de decisão. 
1.4. Justificativa e relevância 
1.4.1. Justificativa 
 O maior interesse da escolha deste estudo, deriva pelo facto de não observância o processo de 
análise e apuramento dos Custos que servem de basepara o processo de planificação e tomada 
de decisão ao nível do HCQ, facto esse que dificultou o processo de planificação e tomada de 
decisão. Por outro lado, pelo facto do pesquisador ter estagiado naquela unidade sanitária e ter 
a curiosidade de compreender melhor os critérios que o hospital utiliza no processo de análise 
e o apuramento dos custos de prestação de cuidados de saúde, que servem de base para o 
processo de planificação e tomada de decisão e também por constituir um dos maiores 
desafios encarados pelos actuais gestores hospitalares. 
1.4.2. Significância ou relevância 
a) Para a instituição 
No âmbito institucional, com a realização do presente estudo, despertará a atenção dos 
gestores hospitalares sobre a necessidade de se apurar os Custos hospitalares, que servem de 
base para o processo de planificação e tomada de decisão. 
b) Para a sociedade 
Na perspectiva social, com a realização do presente estudo, fará com que os gestores do HCQ 
despertados sobre a necessidade de apurar os custos hospitalares melhorem os serviços 
prestados pelo hospital. 
 
 
5 
 
c) Para a comunidade académica 
Na perspectiva académica, o estudo encontra a sua relevância, na medida em que servirá de 
referência para a realização de pesquisas futuras, relacionadas com o tema em estudo, assim 
como servirá de material de consulta bibliográfica. 
1.5. Perguntas de pesquisa 
a) Quais são os critérios que são utilizados pelo HCQ no processo de apuramento dos custos 
hospitalares, que servem de base para a planificação e tomada de decisão? 
b) Qual é a importância de analise e o apuramento dos custos no HCQ? 
c) Como se caracteriza a metodologia que é adoptada pelo HCQ no processo de planificação 
e tomada de decisão? 
1.6. Delimitação do estudo 
a) Delimitação espacial 
Relativamente a delimitação espacial, o estudo foi realizado no Hospital Central de 
Quelimane, concretamente na Província da Zambézia. 
O Hospital Central de Quelimane, localiza-se no posto Administrativo de Namuinho a 13 Km 
da cidade de Quelimane, na avenida Juluis Nyerere estrada nacional N° 470, cuja capacidade 
total de camas é de 600, e é considerada a primeira unidade sanitária do nível quaternário 
construída após independência e equipada com tecnologias de ponta. 
b) Classificação e função dos hospitais Centrais 
Os hospitais Centrais são classificados como hospitais do nível quaternário de prestação de 
cuidados de saúde. Os Hospitais Centrais têm como função dispensar cuidados de saúde 
quaternários e constituem o nível de referência para os doentes que não encontram a solução 
dos seus problemas de saúde nos Hospitais Províncias, Hospitais Rurais / Gerais, bem como 
para os doentes provenientes dos Hospitais Distritais, e de Centros de Saúde (Nível primário), 
que se situam nas imediações do Hospital Central e que não tem Hospitais Províncias, nem 
Hospitais Rural / Hospitais Geral para onde possam ser referidos.(Serra & Cossa, 2007) 
c) Delimitação temática 
No que tange à delimitação temática, o tema em apreço enquadra-se nas cadeiras de Análise 
de Custos Hospitalar, Análise de Investimento Público Privado e Economia em Saúde. 
 
 
6 
 
d) Delimitação temporal 
Quanto a delimitação temporal, o estudo compreendeu o período de (2017-2019), por se 
considerar. Todavia, este período permitiu com que efectua-se uma compreensão exaustiva 
sobre o actual estágio de análise e apuramento dos custos nos serviços hospitalares e seu 
impacto no processo de tomada de decisão. 
 
 
7 
 
CAPÍTULO II: MARCO TEÓRICO 
Neste capítulo faz-se um percurso da principal literatura que aborda sobre o tema em estudo, a 
literatura empírica e focalizada. 
2.1. Revisão Conceptual 
2.1.1. Hospitais 
Segundo o Diploma Ministerial N° 40/ 2004 de 18 de Fevereiro, os hospitais são instituições 
de prestação de cuidados técnicos, em regime de internamento e de ambulatório a doentes que 
não encontram a solução dos seus problemas de saúde nos níveis inferiores. Oferecem sempre 
a possibilidade de diagnóstico clínico com apoio laboratorial e de outros exames 
complementares. 
Segundo o Ministério da Saúde (1977) o hospital: 
É parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em 
proporcionar à população assistência médica integral, curativa e preventiva, sob 
quaisquer regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, constituindo-se também em 
centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem 
como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os 
estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. (p. 12) 
Hospital: Hospital é um local destinado ao atendimento de doentes, para proporcionar 
diagnóstico, que pode ser de vários tipos (laboratorial, clínico, ginecológico) e o tratamento 
necessário, ou ainda pode se dizer que o hospital pode ser como hóspede, para acomodar os 
enfermos, além de enfermos, viajantes e peregrinos. 
 Funções das instituições Hospitalares 
Segundo Shaw (2003) citado por Souza, et al. (2009) as organizações hospitalares têm as 
funções de: 
 Prevenir doenças, oferecendo assistência e vigilância à população, e contribuir para a 
educação sanitária e a higiene no trabalho; 
 Restaurar a saúde, realizando diagnóstico e tratamento curativo de enfermidades em 
geral; 
 Promover a pesquisa e o ensino de graduação, pós-graduação e educação continuada. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doente
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratamento
 
8 
 
Serviço hospitalar 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) os serviços prestados pelos hospitais são de 
prevenir, diagnosticar e restaurar as doenças, educar e desenvolver pesquisa para a geração de 
saúde, o que caracteriza uma empresa prestadora de serviço. 
2.1.2. Custos 
Segundo Ferreira (2008), custos correspondem a gastos relativos a um bem ou serviço 
utilizado na produção de outros bens ou serviços. Portanto, pode se dizer também que o custo 
é um gasto, reconhecido como custo no momento da utilização dos factores de produção (bens 
ou serviço) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. 
2.1.3. Gastos 
É o sacrifício financeiro que a empresa faz para a obtenção de um produto ou serviço, 
representado por entrega ou promessa de entrega de activos. 
Custos correspondem à parcela dos gastos consumidos no ambiente fabril para a fabricação 
dos produtos na empresa industrial. Na aquisição de mercadorias para a revenda, e na 
realização de serviços nas empresas prestadoras de serviços. (Megliorini, 2012). 
Segundo Stark (2007), os custos: 
Corresponde a um gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros 
bens/ serviços. Portanto, pode se dizer que o custo é também um gasto, reconhecido 
como custo no momento da utilização dos factores de produção de (bens e serviços), 
para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Em outras palavras, é o 
somatório dos esforços físico ou financeiro despendido na produção de um bem ou 
serviço. (p.24). 
Olhando no nosso contexto os custos corresponde um sacrifício ou gasto financeiro 
consumidos no processo de produção de outros bens. Ex: aquisição de matérias, prestação de 
serviços e mão-de-obra. 
2.1.4. Investimento 
Segundo Francisco & Castilho (2002), é aquisição de algo que será utilizado na prestação de 
serviços ou na produção do bem, ou aquisição de infra-estrutura (predial ou tecnológica), 
buscando maior ganho de resultados. 
2.1.5. Planificação 
Segundo Chorny (1998) citado por Figueiredo & Noleto (2015), a planificação consiste, 
basicamente, em decidir com antecedência o que será feito para mudar condições 
 
9 
 
insatisfatórias no presente ou evitar que condições adequadas venham a deteriorar-se no 
futuro. 
Segundo Silva (2016), planificação é a forma de relacionar os objectivos com as condições 
disponíveis e determinar a melhor forma de execuçãodas operações. Através dele são 
previstas as acções concernentes a: O que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem 
deve fazer. 
A planificação consiste em definir passo a passo as metas e objectivos que se pretende atingir 
futuramente através da análise actual para se definir o futuro. 
2.1.6. Custos Hospitalares 
Para Martins (2000) citado por Santos etl, custos hospitalares 
São os gastos relativos a materiais e serviços utilizados na produção médica do 
hospital, e o custo total corresponde à soma de todos os gastos, incluindo os custos de 
produção médica e as despesas administrativas, financeiras, tributárias, comerciais e 
de pessoal. Portanto, o custo hospitalar é definido como o gasto relativo a materiais e 
serviços utilizados na produção médica (prestação de serviços médico - hospitalares). 
O custo hospitalar total é o somatório dos materiais directos (materiais médicos, 
medicamentos); mão-de-obra directa (honorários médicos); custos indirectos (mão-de-
obra auxiliar, parte dos custos dos departamentos auxiliares). A soma dos custos da 
produção médica (custos directos mais indirectos) com as despesas operacionais 
(administrativas, financeiras, tributárias, comerciais) corresponde ao custo de produzir 
e disponibilizar os serviços médicos para o mercado (p.4) 
Os custos hospitalares são originados através da necessidade de consumo de cada centro de 
custo, os valores dos bens e serviços, frutos dessa necessidade, são lançados directamente em 
contas configuradas para distribuir os custos de acordo com a utilização desses bens ou 
serviços. Essa distribuição se da através da distribuição direita ou por critério de rateio bem 
analisados e validados pela área técnica responsável. (Oliveira 2017) 
Os custos hospitalares são gastos referentes as necessidades de consumo de cada centro de 
custo, nesse contexto os custos envolvem a mão-de-obra, matérias médicas e cirúrgico, 
medicamentos, produtos de higiene e limpeza, impressos clínicos, roupas hospitalares, 
lençóis, consumo de água, energia, manutenção etc. 
Observa-se que o alcance de um desempenho eficiente nas organizações hospitalares requer 
um controle de custos e a análise de indicadores de desempenho.(Souza, Guerra, Lara, 
Gomide, Pereira, & Freitas, 2009) 
 
10 
 
2.1.7. Importância da análise dos custos 
Segundo Francisco & Castilho (2002), a análise de custos hospitalares é importante na medida 
em que: 
 Fornece informações sobre a rentabilidade e desempenho das actividades da 
organização; 
 Auxiliar no planeamento, controle e desenvolvimento das operações; 
 Fornecer informações para a tomada de decisões. 
Segundo Gersdorff (1980), citado por Abbas (2001) listou as seguintes funções que a 
Contabilidade de Custos pode desempenhar dentro da empresa hospitalar: 
 Assistência na tomada de decisões: um bom sistema de custos deve proporcionar 
segurança para o administrador tomar decisões tácticas estratégicas; 
 Controle de custos: demonstrar se os custos estão dentro dos parâmetros aceitáveis; 
 Redução de custos e eliminação de desperdícios: em virtude dos demonstrativos, o 
administrador deve montar um programa de redução de custos e eliminação de 
desperdícios; 
 Comparação de processos de produção e dos seus custos: demonstrar se é mais 
vantajoso produzir todos os serviços no próprio hospital ou repassá-los para outras 
empresas (terciarização); 
 Planeamento dos serviços hospitalares: Colaborar no estabelecimento de orçamentos, 
custos metas e custos padrão; 
 Avaliação de stocks: valorizar os stocks do hospital; 
 Separação dos custos: os dispêndios referentes a cada função do hospital (reabilitação, 
prevenção, restauração, ensino e pesquisa) devem ser controlados separadamente. 
2.1.8. Classificação dos custos 
Segundo Camargos & Gonçalves (2004) citado por Ministério da saúde (2013), dependendo 
do objectivo, os custos podem ser classificados de várias maneiras, sendo as duas abaixo as 
mais importantes neste momento. 
Em Relação ao Volume de Produtos Fabricados (Comportamento) 
 Custos fixos (CF) 
São aqueles cujos valores não se altera quando se modifica o volume produzido, em 
determinado período de tempo e em certa capacidade instalada. Existem, mesmo que não haja 
 
11 
 
produção (ex.: mão de obra indirecta, seguro da fábrica, gastos rotineiros, como pagamento de 
contas, fornecedores, funcionários, aluguer). (Ministério da saúde, 2013) 
Os custos fixos (CF), ao contrário, permanecem inalterados, apesar da variação na quantidade 
produzida, como por exemplo a energia eléctrica gasta com a iluminação do laboratório de 
análises clínicas, a depreciação e o imposto predial, dentre outros.(Abbas, 2001) 
Custos variáveis (CV) 
São aqueles cujos valores se altera na mesma proporção das oscilações nos volumes 
produzidos (ex.: mão de obra directa, matérias-primas e materiais directos).Se forem 
produzidos 10, 20 ou 30 produtos, serão consumidos, respectivamente, 10, 20 ou 30 
quantidades de matéria-prima cessarias para fazer estes produtos (Francisco & Castilho 2002) 
2.1.8. Em Relação a Sua Aplicação aos Produtos Fabricados (Aplicabilidade) 
a) Custos indirectos (CI) 
Segundo Oliveira e Perezr. (2000) Citado por Ministério da Saúde (2013), são aqueles que, 
por dificuldade de apropriação, irrelevância ou por sua própria natureza, não se identificam 
com o produto final. Necessitam de aproximações, isto é, algum critério de alocação (rateio) 
para serem atribuídos aos produtos. Exemplo: Consumo de energia eléctrica, água, gás, 
telefone, aluguer do imóvel, alimentação, lavadeira, gastos com limpeza, manutenção, 
administração, segurança e outros. 
b) Custos directos (CD) 
 São aqueles directamente incluídos no cálculo dos produtos. Apresentam a propriedade de 
serem perfeitamente mensuráveis de maneira objectiva, exigindo para isso é uma medida de 
consumo: Quilograma, hora, quilowatt, quantidade etc. Os mesmos autores anteriormente 
citados também classificam as despesas. Seguem, igualmente, Ex: Materiais de consumo: 
Agulhas, seringas, sondas, equipo, luvas, aventais, gazes, soluções, fios cirúrgicos e outros; 
Medicamentos, soros, sangue e derivados, alimentações terapêuticas e outros; Exames de 
laboratório, electrocardiograma, ecocardiograma, radiografia, etc. 
Recursos humanos específicos: Médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, 
psicólogos, farmacêuticos, técnicos, instrumentadores e outros (Ministério da Saúde, 2013) 
Segundo Ministério da Saúde (2013), A gestão de custos apresenta objectivos importantes 
como: 
 
12 
 
2.1.9. Centros geradores de receita (CGR) 
Segundo Ministério da Saúde (2013), Correspondem aos centros de custos que prestam ou 
fornecem atendimento e serviços directamente aos pacientes ou seja, representam a actividade 
fim do hospital. Ex: Centro cirúrgico, unidades de internamento, emergência, centros de 
imagem laboratórios, etc. 
2.1.10. Metodologias de custeio 
Custeio significa apropriação dos custos e sistema de custeio diz respeito à forma de calcular 
os Custos ou de apropriação dos custos aos produtos e serviços.(Dallora & Forster, 2008) 
Segundo Ferreira (2008), As metodologias mais utilizadas são: 
 Custeio ABC ou custeio por absorção; 
 Custeio Variável. 
a) Método de custeio por absorção 
O custeio ABC (método de custeio baseado na actividade), é aquele em que se analisa de 
forma mais detalhada como apropriar os custos indirectos, utiliza-se um direccionador de 
recursos/actividades. Por exemplo, para atribuir o custo de energia eléctrica para um produto 
ou serviço, analisa-se quanto tempo de energia foi consumido, calcula-se os kWh utilizados 
multiplicado pelo custo unitário para poder atribuir este custo indirecto para cada serviço. 
Esta análise é realizada para todos os custos indirectos do serviço a ser custeado. Nos custos 
hospitalares, a maioria das Instituições utiliza o custeio por absorção, sendomais indicado 
devido à complexidade das actividades de um hospital e ao volume de procedimentos, exames 
e serviços oferecidos, não sendo viável a utilização do custeio ABC. (Abbas, 2001). 
Segundo o mesmo autor o custeio por absorção considera para os custos indirectos (CIs) a 
definição de critérios de rateio para apropriá-los ao custo do serviço. 
Martins (2001), afirma que a utilidade do custeio baseado em actividades não se limita ao 
custeio de produtos, ou seja, esta utilidade vai além. O ABC é, acima de tudo, uma poderosa 
ferramenta a ser utilizada na gestão de custos. No entanto, restringe-se a uma limitação do 
conceito de actividade no contexto de cada departamento, sendo esta uma visão 
exclusivamente funcional. 
 
13 
 
Segundo Matos (2002, p. 97-98) citado por Correio & Leoncine (2012), A apropriação de 
custos por centros de custos e o custeio por procedimentos hospitalares representam as duas 
formas mais usuais de expressão do custo de um serviço gerado por uma empresa hospitalar. 
O custo gerado pela apropriação dos centros de custos corresponde às unidades de 
serviços produzidas em cada um dos centros de custos definidos para o hospital. As 
expressões de custo unitário associadas a cada um dos centros de custos 
corresponderão, portanto, a uma diária hospitalar, a uma taxa de sala cirúrgica, a uma 
consulta, a um exame, entre outros. O custo dos procedimentos hospitalares 
corresponde a uma sequência de cálculos, os quais compreenderão os custos unitários 
gerados pelos centros de custos combinados com a intensidade dos referidos bens. 
(p.97 a 98) 
Padoveze (2000) citado por Maehler, Rodrigues & Júnior (2006), o custeio por absorção é o 
mais utilizado, por ser um critério fiscal e legal em praticamente todo o mundo, incorporando 
os custos fixos (CF) e indirectos (CI) industriais aos produtos, traduzindo todos esses gastos 
em custo unitário através de procedimentos de rateio e alocação aos diversos produtos e 
serviços. 
Segundo Garrison & Noreen (2001) citado Maehler, Rodrigues & Júnior (2006) por, no 
custeio por absorção o custo de uma unidade de determinado produto será formado por 
materiais directos (MD), mão-de-obra directa (MOD) e custos indirectos fixos (CIF) e 
variáveis (CV). Neste caso, a cada unidade do produto é atribuído, além dos custos variáveis 
uma parte dos custos fixos. 
Segundo (Koliver, 2000), citado por Ministério da saúde (2013) Custeio por absorção se 
caracteriza pela apropriação de todos os custos do ciclo operacional interno aos portadores 
finais dos custos. 
b) Custeios variáveis 
Segundo Ching, Marques, & Prado (2007), citado por Ministério da Saúde (2013), este 
método apropria todos os custos variáveis (CV), custos direitos (CD) e custos indirectos (CI), 
mas como despesa do período e ligados directamente ao resultado. Nesse método, os custos 
são classificados de acordo com o seu comportamento, são deduzidos da receita de vendas, 
dando a margem de contribuição, e dessa margem são subtraídas as despesas fixas do período 
para obter o resultado 
O método do custeio variável fundamenta-se na classificação dos gastos em variáveis (CV) e 
fixos (CF), ou seja, os gastos que oscilam proporcionalmente ao volume de produção, venda e 
prestação de serviços e os gastos que se mantêm estáveis.(Maehler, Rodrigues, & Júnior, 
2006) 
 
14 
 
Crepaldi (1999) citado por Maehler, Rodrigues & Júnior (2006) defende o custeio variável 
com base em três argumentos: 
 A existência dos custos fixos, independente da fabricação ou não de determinado 
produto. No entanto, os mesmos podem ser encarados como encargos necessários às 
condições de produção da organização e não como encargos de um produto específico. 
 Os custos fixos sempre são distribuídos aos produtos por meio de critérios de rateio 
que contêm, em maior ou menor grau, a arbitrariedade. A maioria dos rateios é feita 
com a utilização de factores que, não vinculam cada custo a cada produto. Para a 
avaliação de stocks rateio é mais ou menos lógico. No entanto, para tomada de 
decisão, o rateio mais distorce do que ajuda. Isso se deve pelo fato de que a simples 
modificação de um critério de rateio pode fazer um produto não rentável passar a ser 
rentável, o que não é adequado. 
 O valor dos custos fixos a ser distribuído a cada produto depende, além dos critérios 
de rateio, do volume de produção. Por isso, o custo de um produto pode oscilar em 
função da variação de quantidade produzida de outro produto. 
2.2. Literatura empírica 
Nesta secção o autor fez um levantamento dos estudos empíricos realizados em outros países 
sobre a análise da gestão dos custos hospitalares e seu impacto no processo de tomada de 
decisão 
2.2.1. Gestão de custos em organizações hospitalares 
Segundo o autor Forster & Dallora (2008), A gestão de custos pode ser utilizada em 
organizações hospitalares como um importante instrumento de gerência na condução eficiente 
e eficaz de uma organização hospitalar. Ela é de extrema importância no processo de tomada 
de decisão através de dados obtidos durante a realização das actividades. Os hospitais devem 
ter um melhor conhecimento dos seus custos de funcionamento e dispor de sistemas com 
informações confiáveis e tempestivas para subsidiar a análise, tomada de decisão e adopção 
de medidas correctivas em todas as fases da gestão. 
Segundo Abbas (2001) Os sistemas de custeio tradicionais já não mais atendem às 
necessidades da administração; estes sistemas de alocação dos custos indirectos somente 
tinham sentido há 50 ou 80 anos (quando foram criados), pois, na época, a mão-de-obra 
directa era responsável por grande parte dos custos incorridos na fabricação por outro lado 
 
15 
 
não são mais adequadas aos controles internos dos processos. Além disto, não exploram com 
a profundidade Gerencial necessária a identificação dos componentes de custo. 
O mesmo autor afirma também que o sistema de custeamento baseado em actividades busca 
melhorar as informações, partindo do pressuposto que os recursos gastos pela organização são 
consumidos pelas actividades desenvolvidas e que os produtos ou serviços consomem estas 
actividades. 
2.2.2. Apuramento dos custos em estabelecimentos hospitalares 
Rocchi (1982, p.19-20) citado Abbas (2010) afirma que “A apuramento dos custos em 
estabelecimentos hospitalares é um trabalho complexo que exige, em outras condições, a 
perfeita delimitação dos centros de custo e um eficiente sistema de informações gerências”, 
consequência directa da diversidade dos serviços prestados. Também destaca que, em 
qualquer hospital, o controle de custos visa fundamentalmente determinar e analisar o custo 
total dos serviços prestados a cada paciente, levando-se em consideração a finalidade do 
sistema, o apuramento e a análise de um hospital, ou seja, o cômputo do custo de cada cliente 
e de cada tipo de serviço prestado. 
São apurados os custos do hospital classificando-os em custos e despesas, e posteriormente 
analisado os custos incorridos para o desenvolvimento das actividades, conforme o capítulo 
três, e a escolha por custear apenas um projecto se deu pelo fato de buscar mostrar apenas se 
existiam deficiências na elaboração do custeamento dos projectos por parte da empresa. 
Segundo Katia (2001) Com o ABC nos hospitais, o administrador pode obter informações 
operacionais valiosas para a administração dos serviços e dados de custos para o sistema de 
reembolso dos serviços prestados. Com o melhor entendimento do processo de consumo dos 
custos, o hospital pode ser reembolsado pelos serviços realmente prestados. O sistema de 
saúde ideal é aquele com o qual paga-se pelo que se usa e se usa apenas o necessário. O 
sistema ou gestão de Custos Baseado em Actividades (ABM) leva em direcção a este 
objectivo. 
2.2.3. Avaliação da gestão de custos nas entidades Hospitalares 
No custeio variável, segundo Martins (2003, p.198), só são alocadosaos produtos os custos 
variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo 
directamente para o Resultado, para os stocks só vão os custos variáveis. Esse sistema, 
mesmo sendo difundido, não é muito utilizado, visto que não é aceito pelo fisco, pois 
contraria os Princípios Fundamentais de Contabilidade – competência e confrontação, uma 
 
16 
 
vez que antecipa a ocorrência do custo indirecto de produção. Além disso, o sistema 
subestima a avaliação dos stocks, o que resulta em valores de custo e stocks mais baixos do 
que aqueles detidos pelo critério do custeio por absorção. 
De acordo com Santos (1999, p. 66), o sistema de custeio integral “caracteriza-se pela 
apropriação de todos os custos e despesas aos produtos fabricados”, ou seja, são alocados 
todos os custos e despesas fixas e variáveis e custos directos e indirectos aos produtos 
fabricados. Perez (1999, p. 227) considera o ABC é uma técnica de controlo e alocação dos 
custos envolvidos nos processos e actividade, que permite identificar os processos e as 
actividades existentes nos sectores produtivos, auxiliares ou administrativos de uma 
organização e atribuir os custos aos produtos, tendo como parâmetro a utilização dos gestores 
de custos. Além disso, o método rateia todos os custos e despesas aos produtos, bastando 
adicionar o lucro que deseja obter. Evidenciando-se a alocação mais racional de custos e 
despesas. 
O autor (Abbas, 2001), Verificou-se com a pesquisa que os gestores consideram que as 
informações de custo são importantes, mas que nas organizações hospitalares, devido à 
complexidade dos serviços prestados, a implantação de um sistema de gestão dos custos 
requer gastos elevados, além do alto nível de controlos internos que deverão ser implantados e 
avaliados, com necessidade de revisão constante. 
Percebe-se que, nas organizações que possuem informações gerências geradas a partir dos 
sistemas de custos, os gestores estarão providos de uma ferramenta que lhes proporcionarão 
vantagens e diferencial diante de um mercado inovador e competitivo. 
Nesse contexto, verifica-se que há muito a ser explorado na gestão de custos hospitalar. Os 
gestores percebem a necessidade e a importância da informação de um sistema de custos para 
que se possa subsidiar de forma eficiente e eficaz o processo decisório e buscar a 
sustentabilidade económico-financeira, mas verificou-se com a pesquisa que existe uma 
escassez na gestão de custos nas organizações hospitalares. 
2.3. Literatura focalizada 
Nesta secção faz-se um levantamento dos estudos ligados ao tema feitos no Pais do autor 
(Moçambique), ou estudos similares que possam agregar valor ao tema. 
2.3.1. Contabilidade de custos 
Segundo Horngren (2011), citado por Majone, 2018) para apoiar as melhores decisões dos 
gestores, os contabilistas vão além de apenas determinar o custo dos produtos e serviços. Eles 
 
17 
 
desenvolvem sistemas de gestão de custo (coast management system - CMS), que é um 
conjunto de ferramentas e técnicas que identificam como as decisões da gestão afectam os 
custos. Para fazer isso, o CMS primeiro mensura os custos dos recursos consumidos na 
realização das actividades da organização e, então, avalia os efeitos sobre os custos das 
mudanças naquelas actividades. Os propósitos básicos de um CMS são fornecer: 
 Medidas agregadas do valor do stocks e custos dos produtos manufacturados para 
relatórios externos para investidores, credores e outros interessados externos; 
 Informação de custo para decisões gerências estratégicas; 
 Informação de custo para controlo operacional. 
Major e Vieira (2008, p.206) apontam cinco passos a seguir para alocação dos custos aos 
objectos de custeio: 
Passo 1: formação de grupos dos custos por actividades 
As actividades são reunidas em grupos de custos mais agregados com objectivo de facilitar a 
alocação de custos para as actividades que tenham o mesmo direccionar. 
Passo 2: especificação dos leccionadores de actividades 
Devem-se procurar leccionadores que reflictam a relação entre a actividade e o objecto de 
custeio. 
Passo 3: Colecta de dados 
A colecta de dados deve ser a mais simples possível, porem representativa. 
Passo 4: execução de cálculos 
Para calcular os custos, deve-se estabelecer qual é o objectivo do custeio para que o custo seja 
calculado pela unidade correcta. 
Passo 5: Apresentação dos resultados 
Os resultados devem ser mostrados de maneira mais clara e de fácil entendimento possível, 
para facilitar a sua utilização em decisões importantes 
 
 
18 
 
CAPÍTULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS 
Nesse capítulo, pretendeu-se definir como foi realizado a pesquisa. Definiu-se o tipo de 
pesquisa, a população (universo da pesquisa), a amostra, os instrumentos de colecta de dados 
e a maneira como foram tabulados e analisados os dados. 
3.1 Método 
Segundo Garcia (1998, p44), representa um procedimento racional e ordenado (forma de 
pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a 
experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e 
alcançar os objectivos preestabelecidos na planificação da pesquisa. 
Segundo Gil (2007) pode se definir método de pesquisa como procedimento racional e 
sistemático que tem como objectivo de proporcionar respostas aos problemas que são 
propostos. 
3.1.1. Metodologia 
Segundo Carvalho (2009), afirma que: 
A metodologia corresponde a fundamentação teórica da investigação. Implica o 
desenho de uma investigação, com a indução do método de abordagem e as técnicas 
utilizadas, consubstanciadas cientificamente no percurso da investigação. É nessa fase 
que se determina a forma de abordar o problema, ou seja a estratégia a utilizar na sua 
resolução. (p.154). 
Metodologia é um conjunto de procedimentos aplicados para que se tenha uma investigação 
disciplinada das relações entre as variáveis de um problema.(Sara, 2004) 
3.2. Tipos de pesquisa 
Qualquer pesquisa que pretende ser realizada deve estar apoiada numa determinada 
metodologia adequada, para que o resultado da pesquisa esteja mais próximo da realidade. 
3.2.1. Quanto aos objectivos 
Quanto aos objectivos é exploratória tal como afirma Selltizet al. (1965) citado por Ferreira 
(2011): 
Enquadram-se na categoria dos estudos exploratórios todos aqueles que buscam 
descobrir ideias e intuições, na tentativa de adquirir maior familiaridade com o 
fenómeno pesquisado. Nem há a necessidade de formulação de hipóteses nesses 
estudos. Eles possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos, 
 
19 
 
permitindo a formulação mais precisa de problemas, criar novas hipóteses e realizar 
novas pesquisas mais estruturadas (p.20). 
Para Gil (1999), Considera que a pesquisa exploratória tem como objectivo principal 
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de 
problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Segundo o autor, 
estes tipos de pesquisas são os que apresentam menor rigidez no planeamento, pois são 
planejadas com o objectivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de 
determinado fato. 
Para Zikmund (2000), os estudos exploratórios, geralmente, são úteis para diagnosticar 
situações, explorar alternativas ou descobrir novas ideias. 
3.2.2. Quanto a natureza 
Quanto a natureza classifica-se como uma pesquisa Qualitativa, Segundo Triviños (1987) 
citado por Ferreira (2011) buscando seu significado, tendo como base a percepção do 
fenómeno dentro do seu contexto. O uso da descrição qualitativa procura captar não só a 
aparência do fenómeno como também suas essências, procurando explicar sua origem, 
relações e mudanças, e tentando intuir as consequências. 
Para Gil (1999), o uso dessa abordagem propicia o aprofundamento da investigação das 
questões relacionadas ao fenómenoem estudo e das suas relações, mediante a máxima 
valorização do contacto directo com a situação estudada, buscando-se o que era comum, mas 
permanecendo, entretanto, aberta para perceber a individualidade e os significados múltiplos. 
Segundo Bogdan & Biklen (2003), envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no 
contacto directo do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o 
produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes. 
3.2.3. Quanto a escolha do objecto em estudo 
Classifica-se como um estudo de caso que é considerado pelo autor Yin (2001, p.28) como 
uma estratégia de pesquisa que possui uma vantagem específica quando: “faz-se uma questão 
tipo como’ ou ‘por que’ sobre um conjunto contemporâneo de acontecimentos sobre o qual o 
pesquisador tem pouco ou nenhum controle. 
Segundo Yin (2001), 
Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenómeno 
contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites 
entre o fenómeno e o contexto não estão claramente definidos (p. 33). 
 
20 
 
3.2.4. Técnicas e instrumentos de colecta de dados 
a) Pesquisa bibliográfica 
Em suma, todo trabalho científico, toda pesquisa, deve ter o apoio e o embalamento na 
pesquisa bibliográfica, para que não se desperdice tempo com um problema que já foi 
solucionado e possa chegar a conclusões inovadoras (Lakatos & Marconi, 2001). 
Segundo Vergara (2000), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já 
elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científicos e é importante para o 
levantamento de informações básicas sobre os aspectos directa e indirectamente ligados à 
nossa temática. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de fornecer ao 
investigador um instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também 
pode esgotar-se em si mesma. Nesse contexto, os instrumentos que foram adoptadas para a 
elaboração da presente pesquisa são as obras literárias físicas e literaturas disponíveis na 
internet. 
c) Pesquisa documental 
Segundo Lakatos e Marconi (2001), A pesquisa documental é a colecta de dados em fontes 
primárias, como documentos escritos ou não, pertencentes a arquivos públicos; arquivos 
particulares de instituições e domicílios, e fontes estatísticas. 
Para Gil (1999) este tipo de pesquisa torna-se particularmente importante quando o problema 
requer muitos dados dispersos pelo espaço. Porém, deve-se ter atenção à qualidade das fontes 
utilizadas, pois a utilização de dados equivocados reproduz ou, mesmo, amplia seus erros. 
Nessa perspectiva os documentos que serão utilizados para o efeito da elaboração da presente 
pesquisa são os relatórios, base de dados e as guias de remessas dos anos em análise (2017 
a 2019). 
d) Observação participante 
Para Marconi & Lakatos (1996) na observação participante, o observador envolve-se com o 
grupo, transformando-se em um dos seus membros. Ele passa a fazer parte do objecto de 
pesquisa. 
Para a presente pesquisa utilizou-se o guião de observação como um dos instrumentos. 
 
21 
 
e) Entrevista 
Segundo Cervo & Bervian (2002), a entrevista é uma das principais técnicas de colecta de 
dados e pode ser definida como conversa realizada face a face pelo pesquisador junto ao 
entrevistado, seguindo um método para se obter informações sobre determinado assunto. 
De acordo com Gil (1999), a entrevista é uma das técnicas de colecta de dados mais utilizados 
nas pesquisas sociais. Esta técnica de colecta de dados é bastante adequada para a obtenção de 
informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam e desejam, assim como suas 
razões para cada resposta. 
A escolha dessa técnica deriva o facto de: O autor Gil (1999) apresentar ainda algumas 
vantagens na utilização da técnica de entrevista, tais como maior abrangência, eficiência na 
obtenção dos dados, classificação e quantificação. Além disso, com base nos questionários, a 
pesquisa não restringe aspectos culturais do entrevistado, possui maior número de respostas, 
oferece maior flexibilidade e possibilita que o entrevistador capte outros, tipos de 
comunicação não verbal. No caso da pesquisa adoptou-se o guião de entrevista como um dos 
instrumentos para a recolha de dados. 
3.2.5. Universo 
O universo ou a população alvo é o conjunto dos seres animados e inanimados que apresenta 
pelo menos uma característica em comum.(Prodanov & Freitas, 2013) 
Para a realização do presente estudo, o universo foi composto por funcionários da área 
administrativa e a área de enfermagem do Hospital Central de Quelimane. 
3.2.6. Amostra 
Amostra é parte da população ou do universo, seleccionados de acordo com uma regra ou um 
plano. Refere-se ao subconjunto do universo ou da população, por meio do qual 
estabelecemos ou estimamos as características desse universo ou dessa população(Prodanov 
& Freitas, 2013) 
Partindo do conceito do autor, A amostra é portanto, qualquer subconjunto da população 
estudada cujas características são semelhantes, que a levam a fazer parte do estudo. 
a) Definição da amostra da pesquisa 
Do ponto de vista da amostra do estudo, foi constituído por 11 responsáveis dos sectores do 
Hospital Central de Quelimane, dos quais: O director administrativo, 1 contabilística, 1 de 
estatística e planificação, 1 da nutrição, 1 de armazém de material medico e cirúrgico, 1 de 
armazém geral, 1 de armazém de depósito de medicamentos, 1 de esterilização, 1 da 
 
22 
 
enfermaria de cirurgia, 1 de recursos humanos e 1 da UGEA, que foram seleccionados através 
duma amostragem não probabilística típica ou intencional, por se tratar de um estudo 
qualitativo cuja preocupação não é representatividade através de gráficos, mas sim o 
aprofundamento e saturação das respostas. 
3.2.6. Tecnicas e instrumentos de interpretação e análise dos dados 
3.2.6.1. Triangulação na análise 
Para os efeitos da análise e interpretação dos dados ira se usar a técnica de triangulação, que é 
caracterizado pelo autor Yin (2001), como o uso de múltiplas fontes de evidências para tornar 
as conclusões do estudo de caso mais acuradas do que se utilizada apenas uma fonte única de 
informação. Para colaboração do fato investigado sugere-se o desenvolvimento da 
convergência de linhas de investigação, isto é, convergência num resultado por meio de 
triangulação de fontes de evidências. 
Segundo Creswell (2003), a técnica de triangulação pode ser usada para validar os dados por 
meio da comparação entre fontes de dados distintas, examinando-se a evidência dos dados e 
usando-os para construir uma justificativa para os temas. 
3.7. Aspectos éticos 
Para efeitos de elaboração da presente pesquisa, foi necessário observar os aspectos éticos e 
bioéticos. Nesse contexto os princípios da bioética observados foram: Os princípios da 
autonomia, Beneficência, não maleficência e justiça. 
No ponto de vista do princípio da autonomia, observou-se o respeito e a liberdade dos 
entrevistados na fase de responder das questões. Quanto ao princípio de não maleficência, no 
processo de recolha dos dados o estudo comprometeu-se a não causar maldade aos 
entrevistados e não utilizar as informações recolhidas para outras finalidades com vista a 
prejudicar o funcionamento da instituição. Por outro lado, para salvaguardar o bem-estar dos 
entrevistados foram codificados em símbolos. 
Quanto ao princípio da equidade ou justiça, a entrevista foi realizada no local do trabalho dos 
funcionários. E no que concerne o princípio da Beneficência, no processo de análise e 
discussão dos resultados, a pesquisa a apresentou os melhores resultados com vista a 
proporcionar o funcionamento das instituições hospitalares através da análise dos custos 
hospitalares e seu impacto no processo de tomada de decisão
 
23 
 
3.8. Limitações do estudo 
As abordagens de análise de custos hospitalarese seu impacto no processo de planificação e 
tombada de decisão são um dos assuntos que provoca um entusiasmos na obtenção de estudos 
realizados ao nível nacional, no desenvolvimento deste estudo, algumas limitações, 
especialmente, no que se refere ao preenchimento do questionário. A referir dificuldades devido 
a : 
 Morosidade na obtenção da resposta do comité de Bioética; 
 Impedimento no processo de recolha de dados devido a não obtenção da resposta do 
comité de Bioética; 
 
 
 
24 
 
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUÇÃO DOS RESULTADOS 
4.1. Apresentação e análise dos dados 
4.1.1. Introdução 
Nesta fase do trabalho, foram apresentados e analisados de forma bruta os dados obtidos 
através da entrevista com os chefes dos centros de custos do HCQ, contextualizando aos 
conceitos de apuramento dos custos de prestação dos cuidados de saúde, importância da 
análise dos custos nas entidades hospitalares e o método que é utilizado pelo hospital no 
processo de planificação e tomada de decisão. 
4.1.2. Constituição do HCQ 
O hospital Central de Quelimane é uma das maiores unidade sanitária do nível quaternário 
que referência os doentes que não encontram a solução dos seus problemas de saúde nos 
Hospitais Províncias, nos Hospitais Rurais, Gerais, bem como para os doentes provenientes 
de Hospitais Distritais, e de Centros de Saúde (Nível primário), que se situam nas imediações 
do Hospital Central e que não tem Hospitais Províncias, nem Hospitais Rural / Hospitais 
Geral para onde possam ser referidos. 
O hospital Central de Quelimane é constituído por: área administrativa, área de enfermagem e 
área clínica. 
Área administrativa: A área administrativa é constituída por secretária-geral, contabilidade, 
planificação e estatística, arquivos clínicos, UGEA, Recursos humanos, Controle interno, 
UPC, Acção Social, Manutenção, lavandaria, armazém de géneros alimentícios, armazém 
geral, Transportes e Consultas externas. 
Áreas de enfermagem e clínicas: é constituída por: Medicina patológica, Unidade de cuidados 
intensivos, serviços de urgências, ginecologia, maternidade, pediatria, bloco operatório, 
cirurgia, medicina geral, banco de sangue, armazém de material médico e cirúrgico, farmácia, 
nutrição, estomatologia, depósito de medicamentos, fisioterapia, esterilização etc. 
Tabela Nº 1: Perfil dos entrevistados 
 
Entrevistado 
Sexo Especialidade 
Anos de 
trabalho 
1. Depósito de Medicamento M Farmacêutico 4 Anos 
2. Armazém de material médico- M Enfermeiro 7 Anos 
 
25 
 
cirúrgico 
3. UGEA M TS: AGH 6 Anos 
4. Direcção de Recursos Humanos F TS: em GRH 6 Anos 
5. Departamento de planificação e 
estatística 
M 
Técnico de estatística 
sanitária 
4 Anos 
6. Departamento de Administração e 
finanças. 
F TS: AGH 20 Anos 
7. Lavandaria M Técnica contabilidade 4 Anos 
8. Esterilização M Técnico em esterilização 26 Anos 
9. Nutrição dietética. M Nutricionista 8 Anos 
10. Bloco operatório F Cirurgia geral 9 Anos 
11. Enfermaria de cirurgia I. M Medicina geral 14 Anos 
 
Fonte Autor em 2019 através da entrevista 
Para a análise e interpretação dos dados optou-se em codificar os nomes dos entrevistados por 
questões éticas e para preservar a imagem dos mesmos, em resumo foram entrevistados 11 
funcionários sendo três do sexo feminino, oito do sexo masculino e com experiencias 
compreendidas entre quatro anos a vinte e seis anos de trabalho. 
1. No seu ponto de vista o que são custos hospitalares? 
Tabela Nº 2: Respostas dos entrevistados em relação a primeira pergunta. 
Entrevistados Respostas 
1. " Custos com medicamentos são muito elevados, as receitas recolhidas na 
farmácia não chegam a cobrir na totalidade a aquisição dos medicamentos, 
por tanto os custos são valores gastos para aquisição de medicamentos ou 
outros bens. Ou seja, é o que o hospital tem a pagar aos fornecedores para 
a aquisição de qualquer medicamento que o hospital necessita. Ao nível do 
ministério da saúde os custos são tratados de uma forma muito especial no 
ponto de vista em que o hospital ao fazer uma requisição de medicamentos 
em falto o ministério consegue definir as quantidades requisitantes e o 
custo unitário de cada aiten". 
2. " Os Custos são gatos dos bens consumidos para aquisição de um bem ou 
 
26 
 
serviço que exige um sacrifício financeiro. Ex: aquisição de um 
equipamento, material médico e cirúrgico". 
3. " Custos são gastos consumidos no processo de aquisição de um bem ou 
serviço, para a realização de uma actividades, no acto da sua apurarão são 
feitos mediante as necessidades de cada centro de custo. Ex: pagamento de 
aluguer de imóvel, aquisição de combustível, pagamento de género 
alimentício, enchimento de extintor etc." 
4. "Custo é a razão do funcionamento das organizações, isto é, as 
organizações dependem directamente dos custos para se manterem vivas, e 
a sua ausência provoca uma paralisação total de todo o seu sistema. Falar 
de custos envolve falar de sacrifício financeiro ou gastos realizados pelo 
hospital para a aquisição de bens ou serviços para a produção de serviços 
de cuidados de saúde. Que se identificou: Pagamento de salários do 
pessoal clínico e administrativo, pagamento de ajuda de custo, aquisição 
de alimentação, material de higiene e limpeza, aquisição de equipamentos 
entre outro". 
5. "Custos São despesas pagas ao nível do hospital para aquisição de bens e 
serviços consumidos directamente ou indirectamente no processo de oferta 
de cuidados de saúde. Ex: Aquisição de computadores, pagamento de 
ajuda de custo do pessoal administrativo, contratação de serviços de 
segurança. 
6. "custos são despesas de bens e serviços bagas ao nível do Hospital no 
processo de prestação de cuidados de saúde a população". 
7. "O custo é o preço unitário que é atribuído a um determinado bem ou 
serviço que pode ser utilizado para a realização de qualquer actividade ao 
nível do hospital. Ou seja podem ser considerados como despesas 
suportadas para a prestação de cuidados de saúde, como por exemplo: 
Custos de construção, custo para aquisição de equipamentos entre outros" 
9. "Custo é o preço que é atribuído a um bem ou serviço que é utilizado para 
a execução de qualquer actividade que o hospital necessita." 
Fonte: Autor, (2019) obtida através da entrevista no HCQ 
 
27 
 
2. Na sua visão quais são os custos que são encontrados no HCQ e como é que são 
classificados? 
Tabela Nº 3: Respostas dos entrevistados em relação a segunda questão. 
Entrevistados Resposta 
1. "Não sei como é que são classificados os custos e não sei como esse 
processo ocorre. Em temo de medicamento os custos não tem muita 
relevância, porque os custos somente são determinados pelo ministério da 
saúde, aqui na farmácia somente requisitamos as quantidades, dos 
analgésicos que serão necessários para cobrir um determinado período". 
2. " Os custos que são encontrados ao nível do hospital são: Pagamento de 
energia, agua, telefone, impressos clínicos, compra de toner entre outro. 
Falar dos custos é o mesmo que falar de despesa que é paga durante o 
funcionamento do hospital. O Hospital é constituído por diversos custos 
que revoltamos o exercício na área clínica ou centros de custos ligados a 
área administrativa. No processo da sua classificação o hospital utiliza-se o 
classificador de despesas ou plano económico-social de um determinado 
período. Este plano tem a sua aplicação num período compreende-te a 1 
ano. Por outro lado o plano ilustra as principais rubricas e as actividades 
que serão executadas e os recursos que irão satisfazer a execução das 
mesmas." 
3. " Os custos que são encontrados com o pessoal ao nível do hospital são: 
Pagamento de salário, ajudas de custos, subsídios por morte, formação 
continua, trocas de experiencias, horas extras entre outros. Esses custos são 
classificados mediante o plano económico-social, neste plano descreve-seas principais actividades que serão desenvolvidas e a linhagem orçamental 
que será utilizado para o seu devido pagamento." 
4. " Os custos que são encontrados no hospital são: Energia, agua, cirurgia, 
luvas de exame, combustível, cateter… quanto a classificação não sei como 
é feito de forma científica". 
5. No caso de hospital encontram-se a aquisição de luvas, equipamentos 
médicos, cateter, salário dos enfermeiros, compra de marquesas entre outro. 
Acho que falar de custo direito é falar de material médico e cirúrgico, 
 
28 
 
medicamentos, luz para as enfermarias…. Custos indirecto são aqueles que 
não estão ligados directamente no processo de produção, no caso de 
hospital encontram se alimentação, manutenção de imóveis, aquisição de 
papel, energia para o pessoal administrativo, contratação de empresa de 
segurança, limpeza do pátio do hospital, combustível para o pessoal da área 
administrativa. Essas despesas no acto da sua execução são classificados de 
acordo com o classificador de despesas ou plano económico-social, este 
instrumento descreve todas as actividades que serão desenvolvidas e os 
recursos que fará face ao pagamento dos mesmos." 
6. "Os custos ao nível do hospital são classificados em: Custos fixos e 
variáveis. Os custos fixo são aqueles que não variam por mais que a 
produção aumente ou reduz, eles não alteram. EX: Salário, segurança, 
agua, energia, manutenção de jardim. No caso dos custos variáveis, o 
entrevistado presume que variam de acordo com o volume de 
produtividade: Ex: Se a quantidade de números de doentes internados ao 
nível do hospital variarem de 400 para 600, isso quer dizer que os custos 
com alimentação irão variar, o material também irá variar. Custos variáveis 
quanto maior for o numero de doentes atendidos maior será e quanto menor 
for o numero dos doentes atendidos menor será o custo." 
Fonte: Obtida através da entrevista com os chefes dos sectores do HCQ (2019) 
3. O HCQ apura os custos de prestação dos cuidados de saúde? 
Tabela Nº 4: respostas dos entrevistados em relação a terceira questão. 
Entrevistados Respostas 
1. " Farmácia, não apura os custos com medicamento, porque, os custos com 
medicamento são apurados ao nível do ministério da saúde". 
3. " A nível do hospital são apurados os custos de prestação de cuidados de 
saúde para saber-se quanto gastou-se para atender X pacientes, mas os 
custos não são apurados de forma aprofundada, devido a não existência 
planilha de apuramento dos custos hospitalares, para a realização desse 
processo o hospital utiliza o método de recolha de dados nos centros de 
custos, de seguida são agrupados e analisados, os dados são recolhidos 
através de relatórios produzidos Mensalmente, trimestralmente e 
 
29 
 
anualmente ao nível dos centros de custos." 
6. " A nível do hospital são apurados os custos de prestação de cuidados de 
saúde, só não é apurado com muita profundeza, devido a não existência de 
oficina de custos hospitalar. " 
11. " As enfermarias não apuram os custos dos matérias e medicamentos 
consumidos no processo de cuidados de saúde, pós os custos são definidos 
ao nível do ministério da saúde, compete a este órgão fazer a compra dos 
medicamentos e material médico e cirúrgico." 
Fonte: Obtida através da entrevista com os chefes dos sectores do HCQ (2019) 
4. Quais são os critérios que o HCQ utiliza no processo de apuramento dos custos de 
prestação dos cuidados de saúde, que serve de base para o processo de planificação e 
tomada de decisão na estão do Hospital? 
Tabela Nº 5: Respostas dos entrevistados em relação a quarta questão. 
Entrevistados Respostas 
1. "Na farmácia não existe nenhum critério adoptado para fazer se o 
apuramento dos custos de prestação de cuidados de saúde. Os serviços 
oferecidos a comunidade são concretamente gratuitos, razão pela qual o 
apuramento de custo não apresenta muita relevância. Os custos com 
medicamento são apurados ao nível do ministério da saúde, somente o 
hospital identifica as necessidades dos centros de custos em termo das 
quantidades, e envia para o ministério da saúde, de seguida o ministério 
fornece as quantidades de medicamentos requisitantes e é de competência 
do governo definir os preços ". 
2. " Não sei se existe alguns critérios que são utilizados para apurar os custos 
com material médico e cirúrgico, porque ao nível do hospital não existe 
uma Unidade de custos hospitalares, esse sector tem por competência de 
agrupar e determinar os custos dos bens e serviços adquiridos para a 
prestação de cuidados de saúde. Para si adquirir o material médico-
cirúrgico o hospital adoptou as seguintes regras: Identificação das 
necessidades das enfermarias, análise do horizonte temporal, a idade e por 
último a análise das requisições do consumo anterior. Foram adoptados de 
forma a responder as necessidades do hospital." 
 
30 
 
3. " Existem alguns critérios adoptados pelo ministério que são utilizados no 
processo de apuramento dos custos hospitalares, mas no HCQ não utiliza 
com muita profundeza, devido a não existência de unidade de custos 
hospitalar. A não existe uma planilha que possa facilitar o processo da sua 
determinação que são: Análise das guias de remessa, levantamento das 
necessitas dos centros de custos e o custo histórico. Adaptou-se esses 
métodos pós, conseguem responder as necessidades do hospital, além 
disso, permite ao hospital estimar o consumo médio, mensal e anual de 
bens e serviços." 
8. " Os critérios que são utilizados ao nível do HCQ, no processo de 
apuramento de custos de prestação de cuidados de saúde, que servem de 
base para a planificação e tomada de decisão são: Identificação das 
necessidades dos centros de custo, recolha de dados nos centros de custos, 
análise das guias de remessas e a análise do consumo histórico". 
Fonte: Obtida através da entrevista com os chefes dos sectores do HCQ (2019) 
5. No seu ponto de vista, qual é a importância de se analisar e apurar os custos 
hospitalares? 
Tabela Nº6: Respostas dos entrevistados em relação a quinta questão. 
Entrevistados Respostas 
1. " A análise dos custos não é importante pós, no processo da elaboração de 
requisições não nos baseamos com as informações dos custos porque os 
serviços prestados à comunidade são inteiramente gratuitos e portanto os 
critérios de fixação de preços são estabelecido pelos órgãos superiores ". 
2. “ No caso do material medico e cirúrgico a analise de custos não apresenta 
muita relevância porque os hospitais publico oferecem cuidados de saúde 
de forma gratuita, por essa razão os preços são definidos pelo governo.” 
3 . “O apuramento e analise dos custos hospitalares e importante para o 
hospital, na medida em que: Espelha o padrão, as dificuldades e os pontos 
fortes, que sustentam á previsão do futuro do hospital.” 
4. “ Permite saber-se quanto gastou se para atender N pacientes num 
determinado período”. 
 
31 
 
5. "O apuramento e a análise dos custos hospitalares é uma ferramenta 
fundamental para a gestão das instituições hospitalares, na medida em que 
permite utilizar os recursos escassos de forma racional e eficiente, e 
também fornece informações necessárias dos custos que servem de suporte 
para o processo de tomada de decisão das intervenções cirúrgica". 
6. “Permite os gestores a identificarem varias fontes de financiamento, medir 
o desempenho do hospital.” 
9. Permite velar sobre a racionalidade de recurso e obedecendo o princípios 
da eficiência e eficácia” 
Fonte: Obtida através da entrevista com os chefes dos sectores do HCQ (2019) 
6. Quais são os paradigmas actuais que levam os gestores a hospitalares a estarem sempre 
preocupados com a análise e apuramento dos custos hospitalares? 
Tabela Nº 7: Respostas dos entrevistados em relação a sexta questão 
Entrevistados Respostas 
4. "Os paradigmas actuais, que levam os gestores hospitalares a estarem

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