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Apostila - 2 Curso de Cuidadores - versao Site

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CURSO DE CUIDADORES 
PARA PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA FÍSICA 
 
 
 
PARCERIA 
 
 
2 
 
 
 
Sumário 
 
1. PSICOLOGIA ............................................................................................................................... 6 
Orientações Gerais .................................................................................................................... 6 
Orientações Específicas ao Paciente Amputado ....................................................................... 7 
Orientações Específicas ao Paciente Lesado Medular .............................................................. 9 
Orientações Específicas ao Lesado Medular na Esfera Sexual ................................................ 10 
Orientações Específicas ao Paciente com Lesão Encefálica Adquiridas.................................. 11 
Diante de Sequelas Cognitivas ................................................................................................ 11 
2. ASPECTOS CLÍNICOS INFANTIS ................................................................................................ 13 
Paralisia Cerebral – PC ............................................................................................................. 13 
Amputações e Malformações (M.F.C.) .................................................................................... 14 
Doenças do Sistema Nervoso .................................................................................................. 16 
Lesão Medular ......................................................................................................................... 17 
Mielomeningocele ................................................................................................................... 19 
3. PARTICULARIDADES DAS PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS ........................................................ 21 
Lesão Encefálica Adquirida ...................................................................................................... 21 
Lesão Medular ......................................................................................................................... 21 
Poliomielite ............................................................................................................................. 21 
Amputações de Membros Inferiores ...................................................................................... 22 
Doenças Neuromusculares ..................................................................................................... 22 
Complicações Secundárias a Lesão Neurológica ..................................................................... 22 
4. “CUIDADOS DE ENFERMAGEM” .............................................................................................. 24 
Queda – Impacto no cuidar ..................................................................................................... 24 
Crise convulsiva ou epilepsia - O que Fazer? .......................................................................... 25 
O que é a Crise convulsiva? ................................................................................................. 25 
O que causa? ....................................................................................................................... 25 
Quais os sinais e sintomas? ................................................................................................. 25 
Como Tratar? ....................................................................................................................... 26 
Recomendações .................................................................................................................. 26 
Banho- “Banho é um momento de prazer, bem estar, que o Cuidador pode proporcionar” 26 
Queimaduras ........................................................................................................................... 28 
3 
 
 
Cuidados com Traqueostomias ............................................................................................... 29 
Cuidados com a Gastrostomia ................................................................................................ 29 
Cuidados com Sonda Nasoenteral .......................................................................................... 30 
Cuidados com Sonda Vesical de alívio e demora (Cateterismo vesical) ................................. 31 
Cateterismo de alívio - Técnica Limpa ..................................................................................... 31 
Curativo ................................................................................................................................... 32 
Prevenção de lesões de pele e úlceras por pressão................................................................ 32 
5. FISIOTERAPIA APLICADA AOS CUIDADOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – MÓDULO INFANTIL
 ..................................................................................................................................................... 33 
Manutenção das estruturas músculo-esqueléticas: ............................................................... 33 
Alongamento muscular ....................................................................................................... 33 
Fortalecimento muscular .................................................................................................... 33 
Posicionamento ................................................................................................................... 33 
Órteses/Próteses ................................................................................................................. 33 
Equipamentos ..................................................................................................................... 34 
Deslocamento ..................................................................................................................... 34 
Transferência ....................................................................................................................... 34 
Transporte ........................................................................................................................... 34 
Desenvolvimento motor ..................................................................................................... 35 
Considerações importantes ................................................................................................ 35 
6. FISIOTERAPIA APLICADA AOS CUIDADOS DA PESSOA ADULTA COM DEFICIÊNCIA ................ 39 
Introdução ............................................................................................................................... 39 
Tratamento Fisioterapêutico .................................................................................................. 39 
Posicionamentos ................................................................................................................. 39 
Mobilizações articulares ...................................................................................................... 40 
Alongamentos musculares .................................................................................................. 40 
Treino de equilíbrio de tronco ............................................................................................ 41 
Push-up................................................................................................................................ 41 
Atividades motoras ............................................................................................................. 42 
Atividades de vida diária ..................................................................................................... 42 
Transferências tipos: ........................................................................................................... 43 
Tábua de Transferência .......................................................................................................44 
Equipamentos para andar ....................................................................................................... 44 
Adaptação do Ambiente ......................................................................................................... 45 
4 
 
 
7. TERAPIA OCUPACIONAL .......................................................................................................... 46 
Atividades da Vida Diária ........................................................................................................ 46 
Banheiro .............................................................................................................................. 46 
Banho .................................................................................................................................. 47 
Uso do Vaso Sanitário, Fralda e Asseio ............................................................................... 48 
Auto cuidado ........................................................................................................................... 51 
Barba ................................................................................................................................... 51 
Depilação ............................................................................................................................. 51 
Maquiagem ......................................................................................................................... 51 
Cozinha ................................................................................................................................ 51 
Vestuário ............................................................................................................................. 53 
Brincar ................................................................................................................................. 54 
8. FONOAUDIOLOGIA .................................................................................................................. 56 
O que é disfagia? ..................................................................................................................... 56 
Quais são as causas mais comuns da disfagia? ................................................................... 56 
Quais são os principais sinais e sintomas da disfagia? ........................................................ 56 
Sinais esperados para um paciente disfágico: .................................................................... 57 
Quais são as conseqüências da disfagia? ............................................................................ 57 
Quem devo procurar ? ........................................................................................................ 57 
Quais são os objetivos fonoaudiológicos no tratamento com o paciente disfágico? ......... 57 
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM ............................................................................................... 58 
Como e quando estimular a linguagem de uma criança? ................................................... 59 
O que é importante observar no paciente adulto? ............................................................. 60 
O que é afasia? ........................................................................................................................ 60 
Quais as alterações de linguagem que um paciente com afasia pode apresentar ? .......... 60 
Como facilitar a comunicação da pessoa com afasia? ........................................................ 60 
O que é disartria ou disartrofonia? ......................................................................................... 61 
Quais as queixas mais comuns dos pacientes com disatria? .............................................. 61 
O que não se deve fazer? .................................................................................................... 61 
O que é Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA)? ....................................................... 62 
O que são pranchas de comunicação ? ............................................................................... 62 
Para quem indicar ? ............................................................................................................. 63 
9. A ODONTOLOGIA NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO............................................................... 64 
FATORES DE RISCO PARA DESENVOLVIMENTO DAS DOENÇAS BUCAIS ................................. 65 
5 
 
 
Dieta .................................................................................................................................... 65 
Uso de Medicações ............................................................................................................. 65 
Higiene Bucal Deficiente ..................................................................................................... 65 
Função Muscular ................................................................................................................. 65 
Prevenção ............................................................................................................................ 66 
10. Cuidados respiratórios básicos .............................................................................................. 68 
Posicionamento correto .......................................................................................................... 68 
Higienização das Vias aéreas ................................................................................................... 70 
11. CUIDANDO DO CUIDADOR .................................................................................................... 72 
12. ÉTICA ..................................................................................................................................... 74 
13. NUTRIÇÃO E SAÚDE – IMPORTÂNCIA DA BOA ALIMENTAÇÃO ............................................ 80 
 
 
6 
 
 
1. PSICOLOGIA 
 
Orientações Gerais 
 
• Procure não tocar no assunto em um primeiro momento 
• permita a expressão de sentimentos (não dá pra fazer de conta que não 
aconteceu); 
• Faça o paciente ocupar seu tempo (ler, tocar um instrumento musical, se 
distrair, voltar a estudar...) 
• Ajudar a pensar questões de acessibilidade (redistribuir mobiliários, louças, 
roupas, material de higiene, altura de cama/colchão – transferência, lençois bem 
esticados...) 
• Processo de enfrentamento é muito doloroso – dê tempo ao tempo 
• Dispense sentimentos de dó, encoraje 
• Não agir como „mãezona‟ ou „ paizão‟ ; 
• Fomentar a independência desde o início 
• Habilidades devem ser aprendidas 
• Estimule o convívio com outros deficientes; é encorajador 
• Estimule o retorno à prática de cuidados com a beleza (pintar o cabelo, as 
unhas, fazer a barba, cortar cabelo...) 
• tentar transmitir a idéia de higiene vinculada a saúde 
• Orientar na adequação do vestuário a nova condição física, primar por 
conforto, comodidade, praticidade 
• Desencoraje o uso das mantas/cobertores de bebê em adultos (idosos) 
• Estimule uso de calça comprida no inverno (amputados, lesados medulares) e 
uso de bermuda no verão 
• Esteja preparado para confidências sobre vida sexual 
• Tentar agir com naturalidade nunca com diferenciação (levar mimos, agrados, 
gracinhas, passar a mão na cabeça, oferecer frequentemente a comida que mais 
gosta...) 
• Não responda por ela 
7 
 
 
• Uma pessoa com deficiência quer o “direito a igualdade. Não o direito de ser 
igual, mas a possibilidade de, sendo diferente, ter acesso aos mesmos direitos” 
(cartilha de orientação) 
• O paciente também tem o direito de tomar suas próprias decisões 
• Promover a integração – deixe que ela mesma se defenda às vezes; saia de perto 
quando as condições forem favoráveis à integração social 
• Crie um ambiente que favoreça a participaçãosocial em casa - sair da cama, 
receber visitas na sala, desestimular uso da cama hospitalar 
• Cadeira do papai nem sempre é o melhor 
• Não isolar a pessoa com deficiência na casa 
• É esperado alguma resistência a reinserção social 
• Oriente as pessoas a se sentarem quando conversar com um cadeirante 
• Planeje os momentos sociais com algum intervalo (para cateterismo, por 
exemplo) 
• Desencoraje a comparação (do presente com passado, da sua marcha com a dos 
outros pacientes, do desempenho) 
• Não precisa dar resposta a todas as questões 
• Alinhar o cuidado prestado com os objetivos da reabilitação 
• Não subestime a capacidade do paciente nem superestime as dificuldades 
• Oferecer ajuda é melhor do que intervir, pergunte e espere que ele responda. 
Se ele aceitar ajuda pergunte como você pode fazê-lo 
• Haja com naturalidade se ocorrer situações imprevistas (com delicadeza, com 
sensibilidade). Não finja que nada aconteceu. Dê a devida importância ao 
sucedido nem demais nem de menos. 
• Bom humor é um ótimo recurso 
 
 
Orientações Específicas ao Paciente Amputado 
 
 Dar uma perspectiva esperançosa mas realista, nunca otimista demais 
 Fale acerca do profissional de psicologia, psiquiatria 
8 
 
 
 Não repreenda os sonhos e devaneios do paciente quando estes não contemplam 
a amputação; 
 Quando a realidade da perda é assimilada assegure-se de que o paciente não fique 
só nesta fase; 
 Não subestime o sofrimento que advém em se perder uma parte do corpo 
 Oriente a família a não menosprezar esse sofrimento 
 Podem existir sentimentos de revolta sobretudo em situações de descuido, 
negligência, imprudência ou ato maldoso 
 Fique atento aos sinais de depressão nestas situações 
 Transtornos mentais mistos são frequentes 
 Permita ao paciente ajudar ativamente na administração do dia, da casa, da rotina 
 Dor fantasma não é fantasia 
 Transmita a ideia de que nem tudo paciente poderá fazer da forma como fazia 
antes 
 Desencoraje o isolamento social 
 Contribua para uma representação social da Cadeira de rodas mais positiva 
 Protetização não é uma certeza para o paciente amputado 
 Adeque as expectativas 
 Paciente oscila no humor ao longo da reabilitação (fases otimistas e pessimistas) 
 ESPERANÇA - é a palavra-chave 
 Pode haver projeção de sentimentos negativos sobre os outros, incluindo você 
 Conscientize o paciente acerca da necessidade de intensificar os cuidados com o 
corpo 
 Levá-lo a compreender que muitas das suas reações emocionais são normais; 
 
 Focar pontos fortes do paciente 
 
 Desencorajar a dependência 
 
 No início ajudar na resolução de aspectos práticos 
 
 Ajudar em uma formulação realística de planos 
 
 Sinalizar sentimentos de vitimização ou diminuição do controle pessoal 
 
 Percepção de controle sobre eventos de vida e sentido da vida 
9 
 
 
 
 Levá-lo a ter uma atitude ativa na resolução de problemas 
 
 Incentivar a confrontação com evento representativo do trauma 
 
 Identificar os resultados positivos, melhoras 
 
 Você pode ajudar na identificação de fatores desencadeadores de ansiedade, 
reações esperadas. 
 
 Incentive-o a planejar-se e ser proativo 
 
 
 
Orientações Específicas ao Paciente Lesado Medular 
 
 
 Respeite o paciente, sobretudo numa fase recente 
 Sinalize aos poucos o comportamento agressivo 
 Estimule a participação do paciente (presença de sentimentos de inutilidade) 
 O paciente precisa muito de informações corretas 
 Negativas devem ser dadas com muita delicadeza 
 Desencoraje uma vinculação muito forte 
 Estimule a participação do paciente no processo decisório 
 Faça o que puder para que ele sinta que está no controle de sua vida; 
proporcione estes momentos 
 
 Incentive-o a ser o mais independente possível (tentar, testar, treinar) 
 
 Não pressuponha que dificuldade de mobilidade é o mesmo que falta de 
autonomia 
 
 Tenha paciência – rever objetivos demanda tempo necessário 
 
 Estimular a proatividade 
 
 Transmitir a idéia de flexibilidade como recurso importante para melhor 
ajustamento 
10 
 
 
 
 Treinar habilidades sociais e de comunicação ajudam 
 “o suporte social tem sido o fator mais fortemente relacionado ao 
enfrentamento bem-sucedido à lesão medular” encoraje-o a engajar-se em 
atividades sociais 
 
 Sensibilize-o para retomar seus papéis sociais, em casa e na sociedade 
 
 Ajude-o a reorganizar sua rotina (dia X noite) 
 
 Estimule-o a pensar na possibilidade de trabalhar um dia, ou assumir 
determinadas situações 
 
 
Orientações Específicas ao Lesado Medular na Esfera Sexual 
 
 As confidências na esfera sexual devem ser acolhidas, ouça-o não mude de 
assunto 
 
 Aja com naturalidade, sem fazer brincadeiras 
 
 Pode ajudá-lo com perguntas que o leve a pensar 
 
 Apresente a figura do urologista como especialidade em disfunção sexual e 
existência de tratamentos 
 
 Situe o lugar da reabilitação sexual no processo de reabilitação (UP, controle 
dos esfíncteres, espasticidade, dor) 
 
 Encoraje o paciente a conversar com parceira sobre isso 
 
 Desfaça os mitos 
 
 Estimule mudanças em relação a atitude com seu corpo já que não pode mudar 
seu corpo 
 
 Incentivá-lo a usar os recursos de personalidade de que dispõe 
 
 Lembrá-lo de que leva tempo para desenvolvimento de segurança interior 
 
 Lembre-o de que não vai agradar a todos 
 
11 
 
 
 Estimule-o a ser criativo, planejar o encontro, adequar expectativas em relação 
aos encontros 
 
 Existem questões que não tem a haver com a lesão medular 
 
 lembrá-lo de que muitas pessoas tem problemas nesta área 
 
 Desafiá-lo a desfrutar de mais interações sociais, de lazer, se inserir em outras 
atividades 
 
 Lembrá-lo de que o desejo e frequência das relações sexuais dependem de 
estímulos e situações que variam ao longo da vida 
 
 Relembrar sempre o direito do outro na relação 
 
 
Orientações Específicas ao Paciente com Lesão Encefálica Adquiridas 
 
 Considerar que o paciente atendido não seja exatamente o mesmo referido pela 
família 
 
 Adequar expectativas da família quanto à recuperação 
 
 Favorecer a participação social, nas tarefas doa dia-a-dia; 
 
 Dinâmica familiar é profundamente afetada, o clima pode ser estressante 
 
 Considere a possibilidade de existir sequelas cognitivas e/ou comportamentais 
 
 
Diante de Sequelas Cognitivas 
 
 Leve-o a executar tarefas em ambientes calmos; 
 
 Uma atividade por vez; 
 
 Tempo de execução da tarefa reduzido; 
 
 Evitar outros estímulos no ambiente da estimulação cognitiva 
 
12 
 
 
 Treino de repetição; 
 
 Uso de estratégias auxiliares de memória (despertador, celular, agenda, caderno 
de notas); 
 
 Fale devagar, não fale alto; 
 
 Dê uma informação por vez; 
 
 Avise quando mudar o assunto; 
 
 Espere o paciente falar; 
 
 Peça para repetir quando não entender. 
 
 Faça perguntas dissertativas não do tipo sim ou não apenas. 
 
 Estimule a iniciativa não dê tudo na mão; 
 
 Ajude no planejamento, na organização dos passos, direcione a realização 
efetiva, e o auto-monitoramento 
 
 Considere a possibilidade do paciente não perceber seus déficits 
 
 Considere a possibilidade de heminegligência, permaneça neste campo para 
estimular o paciente a se voltar para esse lado 
 
 Dê tempo ao paciente, organize horários de maneira que ele tenha tempo para se 
vestir, comer...... 
 
 Evitar fazer pelo paciente o que ele consegue fazer mesmo que precise treinar 
habilidades para isso; 
 
 Não recrime atos como deixar comida cair, sujar a mesa, sujar a roupa...no treino 
de habilidades 
 
 Nunca se esqueça de que o paciente tem sentimentos. 
 
 Não desista do paciente. Ele pode surpreender! 
13 
 
 
2. ASPECTOS CLÍNICOS INFANTIS 
 
Paralisia Cerebral – PC 
 
1. Conceito: 
Definido como um grupode desordens motoras não progressivas, porém sujeitas a 
mudanças, resultante de lesão do cérebro nos primeiros estágios do seu 
desenvolvimento. As alterações motoras são frequentemente acompanhadas por 
distúrbios sensoriais, cognição, percepção, comunicação, comportamento, epilepsia e 
problemas musculoesqueléticos secundários. 
2. Incidência: 
RN < 1000g : possibilidade de um distúrbio neurológico próximo a 50% 
RN < 1500g : a incidência é 25 a 31 vezes menor que entre os nascidos a termo 
3. Etiologia: 
- Pré-natal ( genética, vascular, infecciosa, tóxico-metabólica, traumática, por 
irradiação, etc.) 
- Peri-natal (prematuridade, anóxia, kernicterus) 
- Pós-natal ( infecciosas, traumáticas, anóxicas, tumorais ) 
4. Classificação: 
Por localização anatômica das regiões afetadas: 
- Tetraparesia – comprometimento nos membros superiores e membros inferiores. 
- Triparesia – comprometimento predominante de três membros. 
- Diparesia – o comprometimento dos membros inferiores é maior do que dos membros 
superiores. 
- Hemiparesia – é o lado direito ou esquerdo do corpo comprometido. 
5. Problemas Associados: 
- Retardo no Desenvolvimento Neuro Psicomotor – RDNPM – atrasos no 
desenvolvimento da criança. 
- Espasticidade – alteração no tônus muscular 
- Movimentação involuntária 
- Deformidades 
14 
 
 
- Dor ( luxação quadril ) 
 - Déficits Mental / Visual / Auditivo 
 - Convulsões 
- Estrabismo / Baixa Acuidade Visual 
- Disfagia e alterações nutricionais – a dificuldade de engolir (deglutir) influencia o 
estado nutricional (desnutrição), pode causar problemas respiratórios, engasgos 
 - Alterações respiratórias – pneumonia por repetição 
- Alterações da fala 
- Problemas odontológicos – geralmente acontecem por consequência do tônus 
aumentado dos músculos responsáveis pela mastigação e deglutição (exemplo: más 
oclusões 
 - Incontinência esfincteriana 
6. Recursos no processo de reabilitação: 
- Comunicação Suplementar Alternativa (C.S.A.) – para crianças com alterações da fala. 
Seu objetivo é compensar e ampliar as possibilidades de comunicação. Utiliza-se 
símbolos, recursos tecnológicos, estratégias e técnicas (pastas ou álbuns, comunicadores 
com voz sintetizada, computadores portáteis...) 
- Órteses e Acessórios – dispositivos que auxiliam na postura do membro e/ou 
favorecem a função da criança. 
7. Resumo do Acompanhamento 
O diagnóstico precoce é importante. 
A avaliação e a indicação do tratamento da equipe multiprofissional é essencial. O 
tratamento pode englobar: terapias, medicamentos e cirurgias. 
O acompanhamento deve ser periódico, de acordo com as necessidades do dia a dia da 
criança. 
Na paralisia cerebral não há tratamento de cura! 
 
Amputações e Malformações (M.F.C.) 
 
 Amputações: 
1. Causas: 
- Traumáticas (acidentes de trabalho, automobilístico e motociclístico, fogos de 
artificio), Alterações vasculares, Tumores, Queimaduras. 
15 
 
 
2. Cuidados com o coto: 
- Higiene local 
- Observar pontos por pressão ou feridas 
- Quando orientado – manter o uso adequado do enfaixamento do coto 
Malformações: 
1. Conceito: 
Defeito morfológico de um órgão ou parte dele, resultante de um processo 
intrinsicamente anormal. 
Quando possível a correção é cirúrgica. Exemplo: fenda labial. 
2. Causas: 
- Maternas: Diabetes, endocrinopatias, deficiências nutricionais, uso de drogas, 
álcool, tabagismo, etc. 
- Infecções maternas: rubéola, toxoplasmose, sífilis, herpes, varicela. 
- Agentes químicos, medicamentos, irradiação, hipertermia. 
- Alterações genéticas. 
- Causas desconhecidas. 
As M.F.C. mais frequentes: Artrogripose, Osteogênese Imperfeita, Deficiência 
congênita do fêmur, Bridas Amnióticas, Gigantismo / hipoplasias, Hemimelias/ 
Amelias, Duplicação. 
- Artrogripose Múltipla Congênita – Consiste de uma síndrome clínica caracterizada por 
diversas contraturas articulares presente ao nascimento (mais de 3 articulações). 
- Osteogênese Imperfeita – Consiste de um grupo de distúrbios genéticos que afetam os 
tecidos conjuntivos de forma generalizada e a manifestação clínica predominante é a 
maior susceptibilidade para fraturas generalizadas. 
- Deficiência Congênita do Fêmur – presença de deformidade e deficiência do fêmur 
(osso da coxa) presente no nascimento. 
 
Doenças Musculares - Miopatias 
Alterações motoras: progressivas 
Distrofia Muscular Progressiva – Duchenne: 
Doença genética que afeta musculatura genética e cardíaca – somente acomete meninos. 
O início das manifestações fica evidente por volta de 3 a 5 anos de idade. 
Incidência de 1:4000 nascimentos masculinos. 
16 
 
 
Marcha miopática – perda da marcha por volta dos 13 anos 
Distrofia Muscular Progressiva – Becker: 
Doença genética que afeta musculatura genética e cardíaca – somente acomete meninos. 
A distrofia de Becker manifesta-se mais tardiamente, depois de 5 anos de idade) 
Semelhante a DMP de Duchenne 
Mais rara: 1: 30 000 
Inteligência preservada 
Óbito na vida adulta 
Strumpell Lorrain – Paraparesia espástica familiar: 
Presença de espasticidade e fraqueza progressiva dos membros inferiores. Nas formas 
mais complexas outras manifestações podem aparecer. 
Herança variada; 
Dificuldade progressiva na marcha; 
Incoordenação e disartria (dificuldade motora da fala). 
 
Doenças do Sistema Nervoso 
 
Lesões Encefálicas Adquiridas - TCE: 
1. Definição: 
É uma lesão encefálica que ocorre após o nascimento. 
As alterações congênitas, doenças degenerativas e trauma de parto devem ser excluídas 
do grupo de lesões encefálicas adquiridas. Brain Injury Association – USA (1997) 
2. Alterações: 
Motoras – paresia (diminuição da movimentação voluntária em determinado 
segmento do corpo). Podemos também observar: espasticidade, rigidez ou hipotonia. 
Cognitivas – dificuldade para abstração, raciocínio lógico, déficit de atenção, 
dificuldade de memória... 
Sensitivas – alterações da sensibilidade. 
Sensoriais – deficiência visual, auditiva. Outras alterações: percepção (por 
exemplo: dificuldade de organizar as informações do ambiente ou de si mesmo), 
sistema vestibular (equilíbrio). 
3. Causas: 
17 
 
 
- Traumáticas: acidentes automobilísticos, atropelamentos, quedas (laje, escada, beliche, 
etc.), violência (ferimentos por arma de fogo, agressões físicas). 
- Não Traumáticas: Hipóxia, Acidente Vascular Encefálico (AVC, “derrame”), 
Tumores, Encefalites, Meningites, Mal convulsivo 
Hipóxia: 
 Afogamento (piscina, lagoa, rio, balde, etc); Choque elétrico; Aspiração de corpo 
estranho (semente de fruta, brinquedo miúdo, etc); Sufocação (saco plástico), etc.. 
Fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH) / Isquêmico 
(AVCI): 
Malformações vasculares intracranianas, Aneurismas arteriais, Doenças Cardíacas, 
Vasculites, Anemia Falciforme, Coagulopatias (hipercoagulabilidade). 
4. TCE em crianças: 
Responsável por 50% das mortes em crianças nos EUA 
- 2 Picos de Incidência: 
Crianças menores de 5 anos de idade e adolescência. 
- Possíveis consequências pós L.E.I.A.: 
- Alterações Comportamentais: apatia, impulsividade, irritabilidade, depressão, etc. 
- Disartria – dificuldade motora da fala. 
- Problemas de linguagem: dificuldade para nomear objetos, organizar pensamentos, 
respostas lentas, dificuldade para entender múltiplos comandos e abstrair - 
ATENÇÃO: Pode não ser notado em crianças pequenas. 
- Sequelas Cognitivas: impacto para o prognóstico social, educacional e vocacional. 
Inclui, falta de atenção, concentração, alteração de memória, dificuldade em raciocínio 
lógico. 
- Alterações motoras: espasticidade, distonia, paresias, apraxia, ataxia. 
Obs. Com o tempo, a melhora motora geralmente é muito melhor que a cognitiva. 
 
Lesão Medular 
 
1. Conceito: 
É uma lesão na coluna do indivíduo podendo apresentar alterações: motoras, sensitivas, 
vesicais, intestinais, vesicais e autonômicas. Alterações da funçãosexual podem estar 
presentes. 
2. Incidência: 40 pessoas / milhão / ano 
18 
 
 
Predominante no adulto jovem do sexo masculino. 
3. Causas: 
Traumática = 80 % (Ferimento por arma de fogo, acidentes de transito, quedas, 
mergulho) 
Não traumática = 20 % (tumores, infecciosas) 
4. Prevenção de Traumatismos: 
RESPEITE AS CAMPANHAS DE SEGURANÇA NO TRÂNSITO 
USE SEMPRE O CINTO DE SEGURANÇA. 
NÃO DIRIJA APÓS CONSUMIR ÁLCOOL OU DROGAS. 
NÃO ULTRAPASSE OS LIMITES DE VELOCIDADE PERMITIDA. 
 NÃO USE ARMAS 
CUIDADO AO MERGULHAR 
- Não mergulhe em locais desconhecidos; 
- Não mergulhe em águas turvas; 
- Antes, verifique a profundidade do local; 
- Não consuma alcool/drogas antes de mergulhar; 
- Não brinque de empurrar para dentro das águas. 
5. Alterações: 
- Motoras – paraplegia (comprometimento dos membros inferiores) ou tetraplegia 
(comprometimento dos membros inferiores e superiores) 
 - Sensitivas – diminuição ou ausência da sensibilidade. 
 - Autonômicas – hipotensão ortostática (mudanças bruscas de postura levam a 
hipotensão gerando quadro de mal estar, palidez e desmaio); crise autonômica 
hipertensiva ( bexiga ou intestino cheio, roupas ou órteses apertadas ou qualquer outro 
estímulo ruim abaixo do nível da lesão podem desencadear rubor, sudorese facial, 
taquicardia, dor de cabeça e pressão alta) 
- Emocionais 
6. Níveis de Lesão: 
 Segmentos: Cervicais - Tetraplegia 
 Torácicos, Lombares e Sacrais- Paraplegia 
 
19 
 
 
Mielomeningocele 
É um Defeito do Fechamento do Tubo Neural (DFTN) - falta fusão arcos, displasia 
medular, com ou sem protrusão. O defeito acontece durante a 3ª e 5ª semana da 
gestação e ao nascimento, a criança apresenta comprometimento funcional de vários 
órgãos e sistemas. 
A Mielomeningocele é a alteração mais frequente de DFTN. Outras formas de DFTN: 
Mielocele, Spina Bifida Oculta, Lipomeningocele, Agenesia lombossacro, 
Meningocele. 
1. Alterações: 
Motoras – paraplegia (comprometimento dos membros inferiores) ou tetraplegia 
(comprometimento dos membros inferiores e superiores) 
 - Sensitivas – diminuição ou ausência da sensibilidade. 
2. Problemas associados: 
- Urológicos: Incontinência, Infecções, Refluxo, Cálculos. 
- Sexualidade 
- Neurológicos: hidrocefalia (necessidade de uso de válvula, podendo acontecer trocas 
ocasionais desta válvula), infecções. 
- Úlceras por pressão (fatores que favorecem o surgimento das úlceras: Pele anestésica 
& Apoio prolongado, Saliências Ósseas, Higiene Precária). 
Obs. Pacientes deambuladores que possuem deformidades nos pés e alteração da 
sensibilidade, podem desenvolver Mal Perfurante Plantar. 
- Alergia ao Látex - Incidência população geral < 1% 
Causa: Imaturidade mecanismo defesa das mucosas quando do início de exposição ao 
alérgeno 
CUIDADO: o quadro clínico é variável: urticária, asma, rinite, conjuntivite, diarreia e 
até choque anafilático podendo ir a óbito. O paciente não deve ter contato com 
equipamentos/ produtos que tenham látex. 
- Obesidade: a hidrocefalia pode causar uma disfunção do centro da fome, causando um 
apetite insaciável; problemas emocionais também podem conduzir a uma alimentação 
exagerada. 
3. Nível Funcional: (HOFFER ET AL, 1973) 
TORÁCICO – não apresenta movimentação ativa de membros inferiores, prognóstico 
de marcha ruim. 
 LOMBAR ALTO – poucos músculos dos membros inferiores presentes, prognóstico de 
marcha reservado. 
20 
 
 
LOMBAR BAIXO – presença de vários músculos dos membros inferiores, prognóstico 
de marcha bom. 
SACRAL – o prognóstico de deambulação é o melhor possível.
21 
 
 
3. PARTICULARIDADES DAS PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS 
 
Lesão Encefálica Adquirida 
 
- Ocorre uma lesão no encéfalo, pode ter como causa: Acidente Vascular Encefálico 
(Hemorrágico ou Isquêmico), Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), Neuro 
infecções ou Encefalites, Encefalopatia Anóxica, Tumores Cerebrais e Doença de 
Parkinson. 
- Resultam na maioria das vezes, em alterações motoras, sensorias, cognitivas e 
comportamentais. Sua manifestação normalmente com paralisia ou paresia em lado 
ou ambos os lados do corpo. Dependem da localização e extensão. 
- Suas principais manifestações são: alterações do tônus muscular, sensibilidade, 
déficit na contração muscular e com isso um desequilíbrio na ação dos músculos e 
consequentemente imobilidade, aprendizado do não uso e o desenvolvimento de 
alterações secundárias. 
 
Lesão Medular 
 
- A Lesão Medular (LM) caracteriza- se pelo acometimento da medula espinhal e 
suas raízes nervosas, pode ocorrer por etiologia traumática ou não traumática como 
as tumorais ou infecciosas. Acarreta alterações da motricidade, sensibilidade, 
distúrbios neurovegetativos e alterações esfincterianas. A lesão poderá ser completa 
ou incompleta. 
A fisioterapia na LM atuará de acordo com o nível da lesão e terá ainda a presença 
de fatores que interferiram no tratamento, tais como: a espasticidade, automatismos, 
dor central, alterações osteomioarticulares. Visará maior independência possível de 
acordo com o potencial residual e para evitar as complicações secundarias. 
 
Poliomielite 
 
- É uma doença infecciosa aguda, causada por vírus, acomete o corno anterior da 
medula espinhal e como consequência uma paralisia flácida. 
Comprometimento puramente motor, ou seja, a sensibilidade totalmente preservada. 
Quadro clínico de paralisia flácida parcial ou total dos músculos. Acometimento é 
22 
 
 
irregular e por isso é importante identificar quais os grupos musculares foram 
comprometidos. Com esta identificação é que iremos trabalhar para minimizar as 
complicações secundárias. 
 
Amputações de Membros Inferiores 
 
- A amputação de um membro ocorre após todas as tentativas de salvar este 
seguimento serem esgotadas. As causas podem ser: vascular, traumática, tumoral ou 
por infecção. Como principal etiologia a doença vascular acomete na sua grande 
maioria a população idosa. Já a amputação traumática é mais comum em indivíduos 
mais jovens e, portanto o tratamento será diferente. O Tratamento fisioterapêutico 
deverá levar em consideração alguns aspectos como: nível da amputação, 
comprimento do seguimento amputado (coto), forma do coto, cicatriz, presença de 
dor e neuroma doloroso. O Tratamento não constitui apenas da fase protética, que é 
a fase de confecção e treino com a prótese, mas também da fase pré-protética onde o 
paciente será trabalhado para receber sua prótese e para ter maior independência e 
minimizar as complicações secundárias. 
 
Doenças Neuromusculares 
 
- Grupo de desordens, hereditárias ou adquiridas, que afetam a unidade motora. 
Pode ocorrer lesão no corpo do neurônio motor no corno anterior da medula 
espinhal, ao longo do nervo periférico, na junção neuromuscular e no tecido 
muscular. Também as doenças que afetam o trato cortiço- espinhal na medula 
espinhal, no cerebelo e nas vias espinocerebelares. 
Todas com comprometimento motor e característica progressiva. 
È muito Importante o diagnóstico da doença, conhecimento da doença, reconhecer 
fatores externos que possam interferir no tratamento e minimizar a progressão da 
doença e suas possíveis complicações. 
 
 
Complicações Secundárias a Lesão Neurológica 
 
- Encurtamentos musculares 
- Retrações Tendineas 
- Deformidades articulares 
- Ossificação Heterotópica 
- Ulceras de Pressão 
23 
 
 
- Complicações Respiratórias 
- Complicações Circulatórias 
- Complicações Cardíacas 
- Dor 
- Atitudes Antálgicas 
- Alterações da Biomecânica 
- Alterações do tônus/ espasticidade 
- Desequilíbrio muscular 
- Alteração do equilíbrio 
 
Para alcançar os objetivos propostos na reabilitação é fundamental a participação do 
paciente, dos profissionais de reabilitação e dos familiares e/ou cuidadores. 
 
 
 
 
 ASPECTOS 
IMPORTANTES 
 
PACIENTE 
PARTICIPAÇÃO E 
COLABORAÇÃO 
FAMILIARES E24 
 
 
4. “CUIDADOS DE ENFERMAGEM” 
 
Queda – Impacto no cuidar 
 
É definida como o evento não planejado que levou a pessoa ao chão, com ou sem 
lesão. 
 
Existem riscos podem facilitar ou predispor uma pessoa à queda, como: 
Riscos Externos: 
 Piso Molhado e escorregadio 
 Desnível do piso 
 Tapetes de tecido 
 Tipos de calçados 
 Roupas inadequadas 
 Corrimão 
 Grades de proteção 
 Transferências 
 
Riscos Internos: 
 Distúrbios Neurológicos (crise convulsiva, mal de Parkinson hemiplegias); 
 Pacientes diabéticos; 
 Lesão Medular; 
 Doenças degenerativas. 
 
O que Fazer em caso de queda? 
Verificar o nível de consciência – Caso a pessoa esteja acordada: 
 Sinalizar onde dói; 
 Verificar se apresenta movimentos; 
 Verificar possíveis ferimentos; 
 Se for necessário mantenha a pessoa imobilizada; 
 Encaminhá-lo ao Serviço de saúde e em caso de impossibilidade de 
movimentação chamar atendimento de emergência. 
 
Verificar o nível de consciência – Caso a pessoa esteja desmaiado: 
 Chamar, verificar pulso e respiração 
 Não movimentar 
25 
 
 
 Solicitar o Serviço de Emergência 
Crise convulsiva ou epilepsia - O que Fazer? 
 
O que é a Crise convulsiva? 
Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária de 
todo o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da atividade elétrica em 
determinadas áreas cerebrais. 
As convulsões podem ser de dois tipos: parciais, ou focais, quando apenas uma parte do 
hemisfério cerebral é atingida por uma descarga de impulsos elétricos desorganizados, ou 
generalizadas, quando os dois hemisférios cerebrais são afetados. 
Emoções intensas, exercícios vigorosos, determinados ruídos, músicas, odores ou luzes 
fortes podem funcionar como gatilhos das crises. Outras condições – febre alta, falta de 
sono, menstruação e estresse – também podem facilitar a instalação de convulsões, mas 
não são consideradas gatilhos. 
O que causa? 
Em alguns casos, não é possível identificar a causa da convulsão. Nos outros, entre as 
causas prováveis, podemos destacar: 1) febre alta em crianças com menos de cinco anos; 
2) doenças como meningites, encefalites, tétano, tumores cerebrais, infecção pelo HIV, 
epilepsia, etc; 3) traumas cranianos; 4) abstinência após uso prolongado de álcool e de 
outras drogas, ou efeito colateral de alguns medicamentos; 5) distúrbios metabólicos, 
como hipoglicemia, diabetes, insuficiência renal, etc; 6) falta de oxigenação no cérebro. 
Quais os sinais e sintomas? 
Os sinais e sintomas dependem do tipo de convulsão, da região do cérebro envolvida e da 
função que ela desempenha no organismo. 
Nas convulsões parciais, podem ou não ocorrer alterações do nível de consciência, como 
movimentos involuntários em alguma parte do corpo, comprometimento das sensações 
de paladar, olfato, visão, audição e da fala, alucinações, vertigens, delírios. Algumas 
vezes, essas manifestações são leves e podem ser atribuídas a problemas psiquiátricos. 
Existem diversos tipos de convulsões generalizadas. Os dois mais frequentes são a crise 
de ausência, ou pequeno mal, e a convulsão tônico-clônica, ou grande mal. 
No primeiro grupo, incluem-se as pessoas que, durante alguns segundos, ficam com o 
olhar perdido, como se estivessem no mundo da lua, e não respondem quando chamadas. 
Quando a ausência dura mais de dez segundos, o paciente pode manifestar movimentos 
automáticos, como piscar de olhos e tremor dos lábios, por exemplo. Essas crises chegam 
a ser tão breves que, às vezes, ele nem sequer se dá conta do que aconteceu. 
Já as convulsões tônico-clônicas estão associadas à perda súbita da consciência. O 
quadro dura poucos minutos. Na fase tônica, todos os músculos dos braços, pernas e 
26 
 
 
tronco ficam endurecidos, contraídos e estendidos e a face adquire coloração azulada. Em 
seguida, a pessoa entra na fase clônica e começa a sofrer contrações rítmicas, repetitivas 
e incontroláveis. Em ambas as situações, a saliva pode ser abundante e ficar espumosa. 
Mordida pelos dentes, a língua pode sangrar. 
Como Tratar? 
O risco de novas crises diminui nos pacientes com convulsões provocadas por álcool, 
drogas, pelo efeito colateral de alguns medicamentos e por distúrbios metabólicos, 
quando são retiradas essas substâncias ou corrigido o problema orgânico. Nos outros 
casos, existem vários medicamentos que devem ser indicados de acordo com o tipo de 
convulsão para evitar a recorrência e assegurar o controle das crises. 
Recomendações 
Diante de um quadro de convulsão: 
 Deite a pessoa de lado para que não engasgue com a própria saliva ou vômito; 
 Remova todos os objetos ao redor que ofereçam risco de machucá-la; 
 Afrouxe-lhe as roupas; 
 Erga o queixo para facilitar a passagem do ar; 
 Não introduza nenhum objeto na boca nem tente puxar a língua para fora; 
 Leve a pessoa a um serviço de saúde tão logo a convulsão tenha passado. 
Observação importante: 
Convulsão não é sinônimo de epilepsia. Epilepsia é uma doença específica, que 
predispõe a pessoa a convulsões, mesmo na ausência de problemas como febre alta, 
pancadas na cabeça, derrames ou tumores cerebrais 
 
Banho- “Banho é um momento de prazer, bem estar, que o Cuidador 
pode proporcionar” 
Higiene íntima – É a prática de higiene das regiões genital do homem e da mulher com 
finalidade de proporcionar conforto e segurança, prevenir infecções e manter a boa 
imagem corporal. 
Higiene íntima masculina – Levantar delicadamente e segurar o pênis, retrair o prepúcio 
e lavar com água e sabonete, enxaguar e secar bem, voltar o prepúcio a posição natural, 
limpar o períneo na região do ânus, após enxaguar e secar bem. Utilizar luvas de 
procedimento e colocar fraldas após a higiene caso o paciente necessite. 
Higiene íntima feminina - Umedecer os pelos pubianos, lavar os grandes lábios em 
direção do períneo para o ânus (frente para trás), separar e lavar os pequenos lábios, 
meato uretral, enxaguar e secar muito bem. Utilizar luvas de procedimento e colocar 
fraldas após a higiene caso o paciente necessite. 
27 
 
 
Banho no leito - O banho no leito é necessário nos casos de pessoas acamadas que 
estejam impossibilitadas de irem até o banheiro ou sentarem em cadeira de banho. 
Material utilizado: 
Panos de banho; 
Toalha de banho, 
Material para higiene oral, 
Pente, 
Sabonete, 
Comadre e/ou papagaio do proprio paciente, 
Roupa para o paciente (pijama ou camisola), 
Roupa de cama (02 lencois, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01 para fralda S/N, 01 
forro S/N) 
Luvas de procedimento, 
01 bacia, 
01 balde, 
 
Como fazer? 
 Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos; 
 Explicar para a pessoa o que vai ser feito; 
 Fechar as portas e janelas; 
 Proteger a unidade do paciente com biombos; 
 Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procurar saber se tem clister prescrito. 
Se houver, faze-lo em primeiro lugar; 
Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde permanecer; 
Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeca, se necessario; 
Trocar a agua do banho, obrigatoriamente, apos a lavagem da cabeca; 
Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usando gaze; 
Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoco; 
 
Remover a camisola ou camisa do pijama, mantendo o torax protegido com o lençol, 
descansando os braços sobre o mesmo; 
Lavar e enxugar os bracos e maos do lado oposto ao que se esta trabalhando, depois o 
mais proximo, com movimentos longos e firmes, do punho a axila; 
Trocar a agua; 
Lavar e enxugar o torax e abdome, com movimentos circulares, ativando a circulacao, 
observando as condicoes da pele e mamas; 
Cobrir o torax com lencol limpo, abaixando o lencol em uso, ate a regiao genital; 
Lavar, enxaguar e enxugar as pernas e coxas, do tornozelo ate a raiz da coxa, do lado 
oposto ao que se esta trabalhando, depois o maisproximo; 
Colocar bacia sob os pes e lava-la, principalmente nos interdigitos, observando as 
condicoes dos mesmos e enxugar bem; 
Trocar a agua da bacia e a luva de pano, obrigatoriamente; 
Encaixar a comadre no paciente; 
Fazer higiene intima do paciente, de acordo com a técnica; Trocar, obrigatoriamente, a 
agua da bacia e a luva de banho, retirando a comadre, 
28 
 
 
deixando-a ao lado do leito; 
Virar o paciente em decubito lateral, colocando a toalha sob as costas e nadegas, 
mantendo esta posicao com o auxilio de outra pessoa; 
Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluindo nadegas e coccix do paciente; 
Deixar o paciente em decubito lateral, empurrando a roupa umida para o meio do leito, 
enxugando o colchao; 
Trocar de luvas; 
Proceder a arrumacao do leito, com o paciente em decubito lateral; 
Virar o paciente sobre o lado pronto do leito; 
Retirar a roupa suja e despreza-la no hamper; 
Calcar outras luvas; 
Fazer os cantos da cama: cabeceira e pes; 
Vestir o paciente; 
Pentear os cabelos do paciente; 
Trocar a fronha; 
Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decubito mais adequado; 
Limpar balde, bacia, comadre com agua e sabao; 
Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar; 
Retirar as luvas e lavar as maos; 
Queimaduras 
É uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e causada por agentes 
térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação etc. 
A queimadura pode ser a mais simples lesão de pele, como também pode envolver 
estruturas abaixo da pele, incluindo músculos, ossos, nervos e vasos sanguíneos. 
Tipos de queimadura: 
1º grau - Superficiais ou epidérmicas 
2º grau - Comprometimento parcial ou reticular da derme 
3º grau - Comprometimento de toda a espessura da derme e parte do subcutâneo. 
 
Cuidados: 
Queimadura de 1º grau – 
 
 Aplicar água corrente fria sobre a área afetada por 
 15 minutos 
 Não aplicar nada no local 
 Procurar o serviço de saúde 
 
Queimadura de 2º grau - 
 Aplicar água corrente fria por 15 minutos 
 Não fure as bolhas 
29 
 
 
 Cubra com gaze ou pano limpo umidecido com água fria 
 Procure o serviço de saúde 
 
Queimadura de 3º grau - 
 Coloque a lesão sobre água fria corrente por 15 minutos 
 Não passe nada no local 
 Cubra com gaze ou pano limpo umidecido 
 Encaminhe com urgência ao serviço de saúde. 
 
 Queimadura - “O que não fazer”- 
 Nunca Aplicar: 
 Pasta de dente 
 Manteiga ou Margarina 
 Pomadas 
 Outras substâncias de conhecimento popular 
 
Cuidados com Traqueostomias 
 
Traqueostomia é uma pequena abertura feita na traquéia, que fica na parte anterior 
do pescoço, onde é introduzido um tubo de metal (chamado cânula traqueal) para 
facilitar a entrada de ar. 
Cuidados: 
 
 Higienizar as mãos; 
 Utilizar luva de procedimento; 
 Retirar a fixação e remover o conjunto da traqueostomia; 
 Lavar com água e sabão neutro, esfregando por dentro e por fora utilizando 
uma esponja; 
 Enxague com água corrente para retirar todo o resíduo do sabão; 
 Limpe o intermediário 3 vezes ao dia para evitar obstrução; 
 Mantenha uma boa higiene na área ao redor da traqueostomia, limpando-a 
cuidadosamente com água e sabonete neutro, 3 vezes ao dia; 
 Conserve a região ao redor da traqueostomia com a pele bem hidratada; 
 Utilize um acolchoado (com duas gazes dobradas) entre a cânula e a pele; 
 Use material macio para o cadarço e não o coloque muito apertado, de forma 
que não o machuque. 
 
Cuidados com a Gastrostomia 
 
Gastrostomia é uma cirurgia realizada para existir a comunicação do estômago 
com parede abdominal, por onde é inserida uma sonda com a finalidade de 
30 
 
 
alimentar o paciente sem que o mesmo tenha que passar pelos processos de 
mastigação e deglutição, podendo ser temporária ou definitiva. 
Cuidados: 
 
 Higienizar as mãos; 
 Troca diária do curativo; 
 Realizar movimento de rotação e anti-horário; 
 Observar aspecto da pele ao redor da gastro; 
 Observar a fixação da sonda/botom; 
 Higienizar a conexão da sonda/botom; 
 Puxar o resíduo gástrico com uma seringa antes da administração da dieta; 
 Manter sentado ou cabeceira elevada durante administração da dieta e 
medicação. 
 Administrar medicamentos separadamente um a um; 
 Dissolver de forma adequada comprimidos; 
 Instalar dieta gota a gota ou utilizar a seringa porém administrar lentamente; 
 Lavar a sonda/botom após dieta e medicação com água filtrada; 
 Não deixar a extensão acessível; 
 Parar administração da dieta em caso de vômito, desconforto, distensão 
abdominal; 
 Procurar o serviço de saúde. 
 
Cuidados com Sonda Nasoenteral 
 
A sonda nasoenteral é um tubo de silicone usado para alimentação quando o 
alimento não pode passar pelo trajeto normal é instalado por via nasal ou 
oral (nariz ou boca) e chega até o intestino. 
Cuidados: 
 Higienizar as mãos 
 Verificar fixação da sonda e trocá-la sempre que necessário 
 Não deixar acessível 
 Não reintroduzir em caso de exteriorização 
 Observar sinais de lesão na pele 
 Aspirar para verificar resíduo gástrico 
 Sentar ou manter cabeceira elevada 30º grau durante dieta e medicação 
 Lavar com água filtrada após dietas e medicações 
 Atenção durante a manipulação 
 Parar a administração da dieta em caso de vômito, distensão ou desconforto 
abdominal e procurar o serviço de saúde 
 Em caso de obstrução lavar com água filtrada morna 
 Troca somente por profissional capacitado (Enfermeiro). 
31 
 
 
 
Cuidados com Sonda Vesical de alívio e demora (Cateterismo vesical) 
É a introdução de uma sonda até a bexiga a fim de retirar a urina. 
Indicações: Quando o paciente está impossibilitado de urinar, coleta de urina asséptica, 
exames, preparo pré-parto, pré-operatório, incontinência urinária. 
Para o cateterismo vesical de alívio existe a técnica estéril usada em ambientes 
hospitalares e a técnica limpa utilizada em ambiente domiciliar. 
Cuidados: 
 Higienização das mãos a manipulação. 
 Higienização da região genital. 
 Fixação correta. 
 Manter bolsa coletora sempre abaixo do nível da cintura. 
 Estimular a hidratação se não houver contra indicação médica. 
 Troca a cada 30 dias ou conforme indicação médica em um Serviço de 
Saúde. 
 
Cateterismo de alívio - Técnica Limpa 
 
 Higienizar as mãos 
 Separar o material necessário: (sonda, xylocaína, lenço umedecido, 
recipiente próprio). 
 Higienizar a genitália, destacando a limpeza entre os lábios nas mulheres e 
na glande nos homens; 
 Higienizar as mãos 
 Pegar a sonda e fechar na extremidade que contém o orifício de drenagem. 
 Na ponta da sonda passar um pouco de xylocaína gel. 
 Posicionar a pessoa de forma confortável e realizar a introdução do cateter 
no meato urinário; 
 Após o esvaziamento completo da bexiga em um recipiente próprio, retire a 
sonda. 
 Jogue fora a sonda e a gaze que foi utilizada, higienizar o recipiente que foi 
colocado a urina e esterilizar com água fervente. 
 Guarde a xilocaína e o recipiente em local apropriado para o próximo horário do 
procedimento. 
. 
 Higienizar as mãos 
 
 
32 
 
 
Curativo 
 
 É um procedimento utilizado para a limpeza, proteção e tratamento das lesões. 
Existem vários tipos de lesões e a forma de realização do curativo pode mudar 
dependendo da lesão. 
Finalidades principais do curativo: 
 Remover corpos estranhos; 
 Limpar a lesão; 
 Evitar o aparecimento de infecções; 
 Manter a umidade da superfície da ferida; 
 Fornecer isolamento térmico; 
 Proteger e isolar a ferida do meio externo e contra trauma mecânico. Favorecer a 
cicatrização da ferida; 
 Proporcionar maior conforto físico e psicológico aos clientes; 
 Diminuir a intensidade da dor. 
 
A limpeza deverá ser realizada sempre da área mais limpa para a área mais 
contaminada. 
 
Prevenção de lesões de pele e úlceraspor pressão 
 
A úlcera de pressão pode ser definida como uma lesão de pele causada pela 
interrupção sangüínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma 
pressão aumentada por um período prolongado, ou seja quando a pessoa fica muito 
tempo em uma mesma posição. 
Como prevenir? 
 Observar integridade da pele 
 Hidratar a pele com hidratante a base de óleos graxos 
 Estimular se possível ingesta hídrica e alimentar 
 Mudança de decúbito ( Mudança de posição) a cada 2 horas, verificar 
tolerância de cada pessoa 
 Manter roupa de cama limpa e seca 
 Lençóis esticados 
 Observar sinais de hiperemia (vermelhidão na pele) 
 Manter proeminências ósseas livres, calcanhares e regiões ósseas que ficam 
em contato com a cama ou cadeira; 
 Posicionamento adequado ( Posicionar de uma forma que a pessoa se sinta 
confortável e que não aumente a pressão na posição). 
 
33 
 
 
5. FISIOTERAPIA APLICADA AOS CUIDADOS DA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA – MÓDULO INFANTIL 
Ft Debora S F Campos 
Manutenção das estruturas músculo-esqueléticas: 
 
Alongamento muscular 
Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade do 
músculo. Quanto mais alongado um músculo, maior será o movimento desta articulação 
e isso pode tornar mais fácil a execução das funções. Portanto, realizar os alongamentos 
alguns dias na semana ajuda a relaxar o corpo, proporciona maior consciência corporal, 
deixa os movimentos mais soltos e leves; previne lesões; e ativa a circulação. 
Fortalecimento muscular 
 
O fortalecimento muscular melhora a capacidade de geração de força e é 
importante para as transferências, marcha, atividades de vida diária e em algumas 
patologias melhora o desempenho funcional sem aumento da espasticidade (condição 
patológica do músculo ser mais tenso que o normal). 
Muitas vezes o paciente não é capaz sozinho de realizar os exercícios tanto de 
alongamento quanto de fortalecimento em sua totalidade e o cuidador necessita auxiliá-
los em maior ou menor grau. 
 
Posicionamento 
 
 O posicionamento correto do paciente é um importante aliado para preservar a 
integridade muscular e articular. Para isso, em alguns casos se faz necessário o uso de 
mobiliários e equipamentos específicos considerando as necessidades do paciente e a 
capacidade funcional. A postura correta continua o tratamento, facilita as atividades 
diárias e melhora a interação do paciente com o meio em que vive. 
Órteses/Próteses 
 
34 
 
 
 Órteses são dispositivos externos que aplicados a algum segmento do corpo 
coloca este segmento em uma postura mais adequada possível e auxilia na função. As 
próteses são dispositivos que substituem um membro ou uma parte do corpo. 
 Alguns pacientes conseguem realizar certas funções somente com uso das 
órteses/próteses, por isso a necessidade de uma correta avaliação para que o potencial 
do paciente não seja subutilizado. A colocação e utilização erradas das órteses/próteses 
podem ser tão ruins quanto uma indicação incorreta. 
 O encaixe de ambas precisa ser correto para que haja uma adequada função e 
não machuque. 
Equipamentos 
 
 O equipamento pode ser entendido como um objeto que é inserido no dia a dia 
do paciente com o objetivo de melhorar a postura e facilitar uma função específica. Ele 
pode facilitar, o sentar, o ortostatismo, o deslocamento, etc. 
Deslocamento 
 
 A locomoção é a capacidade de se mover de um ponto até outro. E a marcha que 
é o deslocamento rítmico de partes do corpo é a locomoção comumente realizada pelo 
humano. Porém, alguns indivíduos realizam os deslocamentos de outras formas, com 
auxílio de aditamentos para marcha e/ou uso de equipamentos. 
Transferência 
 
 A mudança do paciente entre superfícies deve ser estimulada da maneira mais 
independente possível. O paciente é treinado a realizar as transferências entre cadeira de 
rodas e leito, vaso sanitário, carro, tablado, etc, sozinho ou com o mínimo de ajuda 
possível. Em alguns casos se faz necessário o uso de facilitador ou mesmo adaptações 
no ambiente para que a transferência seja eficiente e segura. 
Transporte 
 
 O transporte do paciente está relacionado com o movimento do mesmo entre 
locais. As crianças na maioria das vezes são transportadas no colo e isto demanda de um 
35 
 
 
desgaste do cuidador. É preferível que o transporte seja realizado com cadeira de rodas 
adaptada ou outro equipamento, porém, nem sempre isso é possível. Por isso, o carregar 
precisa ser o mais ergonômico possível para preservar a integridade física do cuidador e 
a criança não seja privada de se relacionar com o meio durante o transporte. 
Desenvolvimento motor 
 
 A aquisição das etapas motoras de uma criança acontece respeitando uma ordem 
cronológica, emocional, maturacional e psicológica. De uma maneira simplificada um 
bebê inicia o sentar por volta de 6 meses, o engatinhar por volta de 9 meses e inicia a 
troca de passos por volta de 1 ano de idade aproximadamente. A depender da 
deficiência da criança algumas etapas motoras podem acontecer de maneira diferente do 
habitual, podem não aparecer no momento cronológico esperado e infelizmente em 
alguns casos não acontecem. 
 Existe uma expectativa alta entre os familiares, cuidadores e até mesmo os 
terapeutas envolvidos na reabilitação para que estas crianças atinjam o mais rápido 
possível o andar como forma de deslocamento. Porém, às vezes, ao estimular o andar 
há um prejuízo funcional desta criança que ainda não está pronta para a função e 
recrutam de musculatura não habitual para desempenhá-la e isso contribui na aquisição 
de vícios de posturas e deformidades. 
Considerações importantes 
 
A cadeira de rodas é um equipamento muito difícil de ser aceito. Muitas vezes os 
familiares interpretam a cadeira de rodas como uma condenação, uma incapacidade 
permanente de andar. Porém, quando a criança não possui uma cadeira de rodas, 
adaptada, a postura sentada é inadequada o que traz conseqüências ruins e atrapalha na 
sequência do tratamento. 
Associado as alterações motoras é comum encontrar outros distúrbios em 
crianças com Paralisia Cerebral como visuais, auditivos, cognitivos, oftalmológicos, 
perceptuais, comunicação, comportamento, epilepsia que devem ser investigados e 
abordados para que a criança tenha todo o seu potencial alcançado. As deformidades 
ortopédicas em coluna e membros são freqüentes e precisam ser acompanhados para 
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que seja tratado no momento certo. A subluxação/luxação de quadril é monitorada pelo 
médico com o Raio-X de bacia. O uso do parapodium ou qualquer outro recurso para 
ortostatismo nas crianças a partir de aproximadamente 1 ano de vida deve ser 
considerado. 
No tratamento da discrepância dos membros, em alguns casos, é utilizado o 
fixador externo que é um aparelho que parte dele aparece por fora do membro e parte 
dele está fixado no osso. É um aparelho do tipo “gaiola de ferro”. São necessários 
cuidados especiais de higiene e seguimento rigoroso das orientações médicas quanto à 
manipulação do mesmo. 
As fraturas na osteogênese imperfeita fazem parte da patologia interrompem 
momentaneamente a reabilitação por causa da imobilização e são fontes de grandes 
preocupações. Porém, é uma condição inerente e imutável. É preciso encontrar um 
equilíbrio entre o proteger e o permitir. As escolas devem estar bem orientadas a 
respeito da possibilidade de fratura, mas sem pânico para não privar a criança do 
convívio saudável com seus colegas e amigos. 
As recidivas de deformidades pós cirúrgicas na artrogripose múltipla congênita 
são muito frequentes é necessário seguir rigorosamente todas as orientações de 
alongamentos, posicionamento e nunca retirar as órteses nem mesmo para dormir. 
Crianças com distrofias neuromusculares na grande maioria das vezes 
necessitam de um cuidado especial na parte respiratória. Devido a fraqueza muscular 
global estaárea é bem atingida levando a complicações. A procura de profissional 
especializado se faz necessário. Outro aspecto importante a ser considerados são as 
transferências. Normalmente os cuidadores/familiares carregam, pois estas crianças não 
tem força suficiente nos braços para ajudar. Para facilitar é necessário que a cadeira de 
rodas tenha braços e pés removíveis, que as superfícies de transferências tenham alturas 
semelhantes, que segure a criança em pontos específicos do corpo, ou usem lençóis, 
pranchas e em alguns casos equipamentos como o “lift” (elevadores). Por fim, nunca 
puxar estes pacientes pelos braços para não causar lesões sérias em ombro devido a 
fraqueza da musculatura nesta região. 
 A sensibilidade nas crianças com Mielomeningocele é alterada em algum grau, 
portanto as escaras (úlceras de pressão) devem sem monitoradas observando áreas 
37 
 
 
avermelhadas em especial no bumbum e pés. Para evitar escaras no bumbum orientar 
que paciente faça de tempos em tempos na cadeira de rodas o “push up” (suspender o 
bumbum apoiando as mãos no apoio de braço da cadeira). Quando a criança estiver no 
chão permanecer sempre de roupa (calça, meia e goteiras) para que não se machuque ao 
arrastar. O uso das órteses tornozelo-pé é essencial para não machucar os pés 
principalmente para os pacientes que andam, pois não é incomum pacientes com 
mielomeningocele sofrer amputações de membros inferiores devido complicações de 
machucados. Caso haja machucado (escaras) nos pés precisa parar de andar até que 
cicatrize. Uso do enfaixamento em “8” para posicionar membros inferiores e evitar 
deformidades e fraturas é importante para pacientes com nível de lesão torácico. 
Cuidado com a parte urinária, pois estes pacientes não controlam corretamente o 
esvaziamento da bexiga e apresentam infecções urinárias de repetição podendo evoluir 
para complicações mais sérias. Na grande maioria dos casos usarão fralda sempre e em 
alguns casos o médico orientará a sondagem. Revezar a postura sentada na cadeira com 
a postura deitada de barriga para baixo é muito importante para evitar escara no 
bumbum e alongar a musculatura flexora de quadril prevenindo deformidades. Estes 
pacientes fazem uso de válvula de derivação que é um tratamento utilizado para a 
hidrocefalia. Observar mudanças de humor, comportamento, agitação, sonolência, dor 
de cabeça persistente, vômito em jato e caso ocorra um desses sintomas se dirigir à um 
posto de atendimento de emergência. É comum que estas crianças tenham queimaduras 
graves, devido à falta de sensibilidade. Portanto, cuidado com prato de comida quente, 
aparelhos eletrônicos (computadores, jogos, etc), água de chuveiro, etc). 
 Os cuidadores e familiares das crianças com lesão encefálica adquirida precisam 
passar por um processo de desconstrução deste indivíduo que em algum momento da 
vida não apresentava a lesão. Esta criança não é mais aquela de antes do incidente. E 
este é um passo importante para a reabilitação. Estas crianças frequentemente 
apresentam inadequação no comportamento (agressividade, irritação, não aceitação dos 
manuseios, etc) o que dificulta o tratamento. As atitudes não são frutos de deboche, falta 
de interesse ou o que quer que seja. É um problema comportamental e ás vezes 
dificuldade de atenção. O tempo de resposta é muito mais lento. A conversa precisa ser 
“olho no olho” trazer a atenção da criança para a atividade o tempo todo. É preciso 
paciência e a escola, precisa ser orientada quanto a este aspecto. 
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 Por fim, acima de qualquer patologia, alteração, etc, etc etc...são crianças... e 
crianças brincam.... 
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6. FISIOTERAPIA APLICADA AOS CUIDADOS DA PESSOA ADULTA 
COM DEFICIÊNCIA 
 
 
Introdução 
 
A Fisioterapia na Reabilitação de pacientes com lesões de origem neurológica tem 
como objetivo o desenvolvimento de habilidades funcionais, proporcionar maior 
independência, bem estar e Inclusão social. 
Promover maior independência possível de acordo com o potencial de cada 
paciente. 
O potencial dependerá: 
- patologia 
- tipo de lesão 
- extensão da lesão 
- intervenção precoce/ tempo de lesão 
- idade e sexo 
- comorbidade ou doença de base 
- fator sócio- econômico 
 - alteração da sensibilidade 
 - alterações comportamentais 
 - alterações visuais e auditivas 
 - alterações cognitivas 
 - complicações secundárias à lesão 
 
Tratamento Fisioterapêutico 
 
Posicionamentos 
 
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Para que serve? 
• Prevenir deformidades articulares 
• Diminuir espasticidade 
• Melhorar o retorno venoso 
• Aliviar a pressão 
 
 
 
Mobilizações articulares 
 
Devem ser feitos sempre de forma lenta e respeitando a amplitude de movimento da 
articulação. 
Para que serve? 
• Prevenir deformidades articulares 
• Diminuir espasticidade 
• Auxiliar no retorno venoso 
 
Alongamentos musculares 
 
Devem ser feitos sempre de forma lenta e respeitando a amplitude de movimento da 
articulação. 
Para que serve? 
• Prevenir deformidades articulares 
• Ganhar maior mobilidade 
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• Diminuir espasticidade 
 
Treino de equilíbrio de tronco 
 
• Melhorar o desempenho em atividades como: 
 Tocar a cadeira de rodas 
 Transferências 
 Atividades de autocuidado 
 Dirigir 
 Praticar esportes 
 Melhorar o padrão de marcha 
 
 
Push-up 
 
É o ato do paciente se suspender da sua cadeira. 
Para que serve? 
• Aliviar as áreas de pressão 
• Facilitar as transferências 
• Fortalecer o músculo tríceps 
42 
 
 
 
 
 
Atividades motoras 
 
Rolar: 
Independência nas mudanças de decúbito e trocas posturais 
Sentar: 
Execução das atividades de vida diária 
Ortostatismo ou posição em pé 
Execução quando possível de atividades do dia a dia e transferência de peso para MMII 
 
Atividades de vida diária 
 
Tocar a Cadeira de Rodas 
 
43 
 
 
 
Transferências tipos: 
 
• Transferência totalmente dependente 
• Transferência semi-independente: tábua + acompanhante 
• Transferência independente com tábua 
• Transferência independente 
 
 
 
44 
 
 
 Mobiliário e Acessórios 
 
São todos os matérias ou recursos utilizados para facilitar e favorecer uma 
função da melhor forma possível e com maior segurança e qualidade. 
Envolve o uso da Cadeira de Rodas (CR), cadeira de banho, tábua de 
transferência, andadores, muletas ou bengalas para facilitar a marcha. O uso de 
almofadas e colchões próprios para evitar ulcera de pressão, orteses para 
posicionamento ou que facilitem uma função. 
Equipamentos de tecnologia para facilitar maior independência do individuo 
com alguma dificuldade motora. 
 
Tábua de Transferência 
 
 
 
 
 
Equipamentos para andar 
 
 
45 
 
 
 
Auxiliares de marcha
Órteses
 
 
 
 
Adaptação do Ambiente 
 
A adaptação do ambiente facilitará a independência, participação e inclusão do 
individuo acometido por qualquer patologia. Um ambiente adequado favorecerá 
a acessibilidade, conforto, higiene e segurança. É para nos da reabilitação um 
ponto fundamental e sempre buscamos adequar e orientar para que seja um 
ponto a favor no processo de reabilitação. 
Quando pensamos na adaptação do ambiente levamos em consideração a 
segurança, a estimulação do quadro, mas sabemos que alguns aspectos 
interferem para que esse ambiente seja o mais adequado, tais como o econômico. 
Nesta adaptação pensamos no posicionamento do leito para receber maior 
estimulo do ambiente ou facilitar o acesso da CR ou de Banho, retirada de 
tapetes que podem levar a quedas frente à marcha ou dificultar o deslocamento 
de cadeiras rodas ou de banho. 
Também na colocação de barras pra facilitar a realização de algumas atividades 
funcionais, tais como: transferências ou a marcha. Na iluminação, o uso de 
dispositivo que acedem com sensor ou sonoros para que se perceba a 
movimentação do indivíduo caso este tenha dificuldadepara falar e ou risco de 
realizar alguma tarefa sem a presença de alguém para supervisionar ou dar 
apoio. 
Um ambiente adaptado oferece oportunidade para que o indivíduo com alguma 
dificuldade motora possa ser mais atuante, é um agente facilitador do 
aprendizado e também mais motivador. 
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7. TERAPIA OCUPACIONAL 
 
 Antes de começar com as orientações sobre os cuidados, podemos pensar e nos 
questionar: 
De quem estamos cuidando? 
Quem é esta pessoa e quais são seus sonhos (prévios e futuros)? 
Como podemos facilitar e tentar deixar o cotidiano mais normal possível? 
A doença e/ou o aumento da idade podem trazer dificuldades na compreensão e 
na execução das atividades diárias. Para incluir este indivíduo em sua própria rotina é 
importante: 
 Antes de realizar as tarefas, explicar o que e o porquê realizá-las. 
 Usar palavras e comandos simples pode facilitar. 
 Realizar o estímulo para maior participação do paciente aguardar sua 
resposta estimular novamente (se necessário) mostrar como ele pode 
realizar esperar. 
 A manutenção de uma rotina é importante para maior participação. 
 
Atividades da Vida Diária 
 
Banheiro 
 
Escovar os Dentes: 
 Estimular a organizar os objetos necessários e usar cada um corretamente (pasta, 
escova e toalha); 
 Verificar se há possibilidade para realizar em pé. Caso demonstre ser perigoso, 
realizar sentado; 
 Apoiar os braços na pia pode facilitar a realização; 
 Uma dica pode ser o uso de escova de dente elétrica e no momento do enxágue, 
podemos levar a água à boca com o auxílio de um copo; 
 Se a dificuldade estiver em segurar o cabo da escova de dente, podemos pensar 
em engrossar o cabo com E.V.A., ou algum outro tipo de adaptação. 
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*Lembrar de sempre estimular o paciente para realizar de forma independente, mas com 
segurança. 
 Em caso de crianças a escovação deve ser monitorada e/ou refeita pelo cuidador, 
visto que ainda podem não apresentar coordenação motora e noção de higiene 
adequadas para realização desta atividade. 
 Paciente que faz uso de prótese dentária: retirar a prótese e escovar 
separadamente. 
 Se o paciente estiver acamado e não responsivo, DEVEMOS verificar junto com 
a Fonoaudiologia e com a Odontologia a maneira mais adequada para a 
escovação, evitando assim qualquer tipo de complicação clínica (ex.: engasgo). 
 
Banho 
 
O momento do banho NÃO é para fazer Exercícios! O banheiro pode ser um local 
muito perigoso! Devemos estimular a participação do paciente, mas SEMPRE com 
Segurança! 
Para que possamos estimular a participação, quem sabe começar o banho antes do 
horário programado ajude. Dessa forma não precisamos ter pressa para que ele realize 
logo. 
 Se houver a possibilidade, estimular para que o próprio sujeito tire a roupa. 
Podemos apenas dar o comando verbal (falar) para que ele possa lembrar a 
ordem, até conseguir memorizá-la; 
 Ensaboar as partes do corpo sempre na mesma ordem pode facilitar para que ele 
decore e depois consiga realizar; 
 Enxaguar, estimular a perceber se falta alguma parte do corpo; 
 Secar-se, estimular a perceber se falta alguma parte do corpo; 
 Em alguns momento a participação do paciente está em escolher qual sabonete 
quer usar, o shampoo de sua preferência. Ou então, segurar o chuveirinho. 
Dicas para facilitar e ter mais segurança durante o banho: 
 Barras de apoio no banheiro; 
 Tapete antiderrapante; 
 Não tomar banho com sandálias abertas na parte de trás (calcanhar); 
 Realizar sentado, com supervisão se necessário; 
 Para evitar queda do sabonete podemos utilizar sabonete líquido na esponja; 
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 Ou então podemos colocar o sabonete dentro de uma meia calça e amarrá-la no 
registro da torneira do chuveiro, caso o sabonete escorregue da mão fica fácil 
puxá-lo; 
 Podemos utilizar escova de cabo longo para lavar as costas, pernas e/ou pés; 
 Esponja com alça, para deixar presa no braço; 
 Cuidado ao entrar e ao sair do box; 
 Para realizar sentado podemos utilizar cadeira de banho, cadeira de plástico com 
apoio de braços. Evitar que o paciente tome banho sentado no chão. Em caso de 
cadeira plástica infantil, é importante colocar peso nos pés da cadeira, pois existe 
o risco da criança virá-la. Outro recurso que também pode ajudar é o uso de 
flutuador de piscina como cinto e/ou apoio de cabeça. 
 
Temos que lembrar que o banho é um momento de muita intimidade. Para nós, 
adultos, como será que iríamos nos sentir se outra pessoa tivesse que nos dar banho? 
Uso do Vaso Sanitário, Fralda e Asseio 
 
 
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 Para aqueles pacientes que ainda estão utilizando fralda, mas que estamos 
tentando tirá-la aos poucos, podemos organizar horários fixos durante o dia para levá-lo 
ao banheiro. E regularmente seguir os horários estipulados. Além disso, no caso das 
crianças, podemos fazer uso dos tapetes absorventes para forrar o carrinho do carro e/ou 
o bebê conforto. 
 Também podemos estimulá-los para que nos diga o momento de trocar a fralda. 
Para que comece a se conscientizar. Ou caso ele consiga sentir que vai ao banheiro, 
solicitar que avise. Assim conseguimos estimular o uso do papagaio/comadre ou levá-lo 
ao banheiro. 
É importante que o paciente esteja bem posicionado/sentado no vaso sanitário 
com segurança. 
 Para isso podemos sentá-lo na cadeira de banho e posicioná-la sobre o vaso 
sanitário. Ou também existem assentos para a privada com apoio de braços para que ele 
possa segurar. Ou até mesmo podemos pensar nas barras fixas de apoio do banheiro 
para esse momento. O apoio dos pés em algo fixo irá ajudá-lo. 
 
 Para os pequenos, o uso do penico e/ou redutor de assento também é indicado, 
ressaltando que é muito importante que os pés da criança estejam apoiados neste 
momento. 
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 Se houver possibilidade por parte do paciente, estimular o auxílio durante a 
limpeza. Enrolar o papel higiênico em sua mão, para que ele não se suje pode ser uma 
alternativa. Até que consiga realizar da melhor forma. O uso do lenço umidecido e/ou 
ducha higiênica também facilitam o asseio. 
 
 
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Auto cuidado 
 
Barba 
 Se o paciente tem a possibilidade de auxiliar para a realização, podemos fazer 
juntos, com Segurança. 
 Realizar sentado pode ser uma maneira mais segura. 
Podemos treinar antes de começar a realizar de verdade. Pedindo para ele passar 
o creme de barbear no rosto. Colocando por exemplo uma fita crepe na lâmina e 
realizando os movimentos junto com ele, para treino, evitando assim qualquer ferimento 
na pele. Até que ele consiga realizar da melhor forma. 
 
Depilação 
 Para as mulheres que tem possibilidade motora para realizar, podemos usar o 
exemplo da “barba” para treino. Também sentada e com segurança. 
 
Maquiagem 
 Estimule para que ela tente te contar o que gostava de usar, passar no rosto, em 
qual ordem, quais cores mais gosta. 
 Se houver a possibilidade motora também pode tentar realizar com ela. 
Lembrando que sentada e com os braços apoiados pode ser mais fácil. 
 
Cozinha 
 
 Na cozinha podemos pensar em algumas etapas: desde a preparação da comida; 
organização dos objetos na mesa; colocar a comida no prato; o momento da refeição; 
lavar a louça. 
 Tudo é importante: dizer quais alimentos são necessários para fazer algum tipo 
de comida; quais alimentos estão faltando no armário, fazer uma lista de supermercado; 
pensar no cardápio da semana. 
 Podemos estimular o paciente em todas as etapas e tarefas na cozinha. Podendo 
ele participar falando ou então fazendo junto. O momento da refeição é um momento 
social, em que as pessoas sentam juntas à mesa, comem, conversam, contam do dia. 
Então, sempre que possível, temos que estimular para que o paciente participe. 
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 O que você percebe que para ele é mais difícil durante a alimentação? Levar o 
alimento à boca? Cortar? Ou então ele não consegue segurar

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