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APOSTILA-SAUDE DO IDOSO

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CURSO TÉCNICO EM 
ENFERMAGEM 
 
 DISCIPLINA: SAÚDE DO IDOSO 
 
EMENTA: Ead 25h + Pres. 25h + 50h Estágio 
Política Nacional do Idoso. Abordagem do Idoso nas ações 
multidisciplinares. Vacinação do Idoso. Aspectos 
demográficos do envelhecimento. Perspectiva de quem 
cuida e é cuidado, enfatizando o indivíduo e a família. 
Sistematização da Assistência de Enfermagem ao Idoso, 
Patologias mais frequentes. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
Título Página 
O envelhecimento no Brasil ............................................................................. 03 
Estatuto do idoso ............................................................................................ 08 
Alterações anatômicas e fisiológicas do idoso ................................................ 13 
Síndrome dos maus-tratos .............................................................................. 20 
Acidente vascular encefálico ........................................................................... 22 
Pneumonia ...................................................................................................... 25 
Os gigantes da geriatria .................................................................................. 29 
Prevenção de acidentes domésticos .............................................................. 35 
A relação idoso-cuidador ................................................................................ 
37
 
Cuidados no manuseio dos medicamentos do idoso .................................. 39 
Noções de cuidados de enfermagem para o cuidador do idoso ................. 42 
Home care .................................................................................................... 49 
03 
O ENVELHECIMENTO NO BRASIL 
 
 
 
 
O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, hoje, faz parte da realidade da 
maioria das sociedades. O mundo está envelhecendo. Tanto isso é verdade que 
estima-se para o ano de 2050 que existam cerca de dois bilhões de pessoas com 
sessenta anos e mais no mundo, a maioria delas vivendo em países em 
desenvolvimento. 
 
No Brasil, estima-se que existam, atualmente, cerca de 17,6 milhões de idosos. 
O retrato e o crescimento da população idosa brasileira em um período de 50 anos 
podem ser observados na figura 1: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de 
saúde, especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o aumento da 
esperança de vida. Não é homogêneo para todos os seres humanos, sofrendo 
influência dos processos de discriminação e exclusão associados ao gênero, à etnia, 
ao racismo, às condições sociais e econômicas, à região geográfica de origem e à 
localização de moradia. 
 
O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição 
progressiva da reserva funcional dos indivíduos – senescência - o que, em 
condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em 
condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse 
emocional, pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência - 
senilidade. 
 
ASSISTA AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=M0IgGU0R0QE 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=M0IgGU0R0QE
04 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE DA PESSOA IDOSA NO 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) 
 
No final da década de 90, a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a utilizar 
o conceito de “envelhecimento ativo” buscando incluir, além dos cuidados com a 
saúde, outros fatores que afetam o envelhecimento. Pode ser compreendido como o 
processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com 
o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais 
velhas. 
 
Envolve políticas públicas que promovam modos de viver mais saudáveis e seguros 
em todas as etapas da vida, favorecendo a prática de atividades físicas no cotidiano 
e no lazer, a prevenção às situações de violência familiar e urbana, o acesso à 
alimentos saudáveis e à redução do consumo de tabaco, entre outros. Tais medidas 
contribuirão para o alcance de um envelhecimento que signifique também um ganho 
substancial em qualidade de vida e saúde. 
 
Sua implementação envolve uma mudança de paradigma que deixa de ter o enfoque 
baseado em necessidades e que, normalmente, coloca as pessoas idosas como 
alvos passivos, e passa a ter uma abordagem que reconhece o direito dos idosos à 
igualdade de oportunidades e de tratamento em todos os aspectos da vida à medida 
que envelhecem. Essa abordagem apóia a responsabilidade dos mais velhos no 
exercício de sua participação nos processos políticos e em outros aspectos da vida 
em comunidade. 
 
O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de Compromisso 
pela Saúde que agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde 
(SUS), o Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão. 
 
Destaca-se aqui o Pacto em Defesa da Vida que constitui um conjunto de 
compromissos que deverão tornar-se prioridades inequívocas dos três entes 
federativos, com definição das responsabilidades de cada um. Foram pactuadas seis 
prioridades, sendo que três delas têm especial relevância com relação ao 
planejamento de saúde para a pessoa idosa. São elas: a saúde do idoso, a 
promoção da saúde e o fortalecimento da Atenção Básica. 
 
Em relação à promoção da saúde da população idosa as implementações de ações 
locais deverão ser norteadas pelas estratégias de implementação, contempladas na 
Política Nacional de Promoção da Saúde – Portaria 687/GM, de 30 de março de 
2006, tendo como prioridades as seguintes ações específicas: 
 
a) Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde 
(PNPS); 
b) Alimentação saudável; 
c) Prática corporal/atividade física; 
d) Prevenção e controle do tabagismo; 
e) Redução da morbidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas; 
f) Redução da morbi-mortalidade por acidentes de trânsito; 
g) Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz; 
h) Promoção do desenvolvimento sustentável. 
LEIA MAIS: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001200011 
 
 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001200011
05 
 
HUMANIZAÇÃO E ACOLHIMENTO À PESSOA 
IDOSA NA ATENÇÃO BÁSICA 
 
Para a efetivação do Acolhimento da pessoa idosa, os profissionais de saúde devem 
compreender as especificidades dessa população e a própria legislação brasileira 
vigente. 
 
Para isso, deve-se: 
 
 Estar preparados para lidar com as questões do processo de envelhecimento; 
 Reconhecer que a abordagem interdisciplinar é mais eficaz que somente o 
tratamento médico 
 Facilitar o acesso dos idosos aos diversos níveis de complexidade da 
atenção; 
 Investir na qualificação dos trabalhadores; 
 Estabelecimento de uma relação respeitosa, considerando que, com a 
experiência de toda uma vida, as pessoas se tornam em geral mais sábias; 
 Chamar a pessoa idosa por seu nome e manter contato visual; 
 A utilização de uma linguagem clara, evitando-se a adoção de termos 
técnicos que podem não ser compreendidos. 
 
 
Comunicação com a Pessoa Idosa 
 
A comunicação é considerada uma necessidade fundamental, cuja satisfação 
envolve um conjunto de condições bio-psicossociais. É mais do que uma troca de 
palavras, trata-se de um processo dinâmico que permite que as pessoas se tornem 
acessíveis umas às outras por meio do compartilhamento de sentimentos, opiniões, 
experiências e informações. 
 
 
Facilitadores da comunicação com a pessoa idosa: 
 
 Use frases curtas e objetivas. 
 Chame-o pelo próprio nome ou da forma como ele preferir. 
 Evite infantilizá-lo utilizando termos inapropriados como “vovô”, “querido”, ou 
ainda, tilizando termos diminutivos desnecessários (“bonitinho”, “lindinho” etc) 
 Perguntese entendeu bem a explicação, se houve alguma dúvida. 
 Repita a informação, quando essa for erroneamente interpretada, utilizando 
palavras diferentes e, de preferência, uma linguagem mais apropriada à sua 
compreensão. 
 Fale de frente, sem cobrir sua boca e, não se vire ou se afaste enquanto fala. 
 Aguarde a resposta da primeira pergunta antes de elaborar a segunda, pois, a 
pessoa idosa pode necessitar de um tempo maior para responder. 
 Não interrompa a pessoa idosa no meio de sua fala, demonstrando pressa ou 
impaciência. 
 
Comunicação não-verbal: a comunicação não-verbal é tudo aquilo que a pessoa 
sente, pensa e expressa por meio de sua movimentação corporal, gestos e postura. 
 
06 
 
Tem por objetivo completar, substituir ou contradizer a comunicação verbal, além de 
demonstrar os sentimentos das pessoas. 
 
Reações de defesa do idoso: 
 
• desviar os olhos e virar a cabeça; 
• virar o corpo em outra direção; 
• cruzar os braços; 
• dar respostas monossilábicas às questões feitas; 
• afastar-se. 
ASSISTA AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=jUtI8OF4UbI 
 
PROMOÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS 
 
Alimentação Saudável para Pessoas Idosas 
 
Os profissionais da Atenção Básica/Saúde da família devem dar orientações gerais 
relacionadas à alimentação da pessoa idosa, em especial nas situações de doenças 
crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade e hipercolesterolemia. 
 
Atividade Física 
 
A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as doenças 
crônicas, associadas a dieta inadequada e uso do fumo. É bastante prevalente a 
inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno propicia o gasto da maior 
parte do tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo, assistir televisão. 
 
Benefícios da Prática de Atividade Física: 
 
 Melhor funcionamento corporal favorecendo a preservação da independência; 
 Redução no risco de morte por doenças cardiovasculares; 
 Melhora do controle da pressão arterial; 
 Manutenção da densidade óssea, com ossos e articulações mais saudáveis; 
 Melhora a postura e o equilíbrio; 
 Melhor controle do peso corporal; 
 Melhor utilização da glicose; 
 Melhora a enfermidade venosa periférica; 
 Melhora a função intestinal; 
 Melhora de quadros álgicos; 
 Melhora a resposta imunológica; 
 Melhora a qualidade do sono; 
 Ampliação do contato social; 
 Diminuição da ansiedade, do estresse, melhora do estado de humor e da 
auto-estima. 
ASSISTA AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=-J1eTzTLtsg 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=jUtI8OF4UbI
https://www.youtube.com/watch?v=-J1eTzTLtsg
07 
 
Trabalho em Grupo com Pessoas Idosas 
 
Um grupo é constituído a partir de interesses e temas em comum. É um espaço 
possível e privilegiado de rede de apoio e um meio para discussão das situações 
comuns vivenciadas no dia-a-dia. Permite descobrir potencialidades e trabalhar a 
vulnerabilidade e, consequentemente, eleva a auto-estima. O trabalho em grupos 
possibilita a ampliação do vínculo entre equipe e pessoa idosa, sendo um espaço 
complementar da consulta individual, de troca de informações, de oferecimento de 
orientação e de educação em saúde. 
 
 
ATRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA NO ATENDIMENTO 
À SAÚDE DA PESSOA IDOSA 
 
1. Atribuições Comuns a todos os Profissionais da Equipe 
 
a) Planejar, programar e realizar as ações que envolvem a atenção à saúde da 
pessoa idosa. 
b) Identificar e acompanhar pessoas idosas frágeis ou em processo de fragilização. 
c) Conhecer os hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos das pessoas 
idosas, de suas famílias e da comunidade. 
d) Acolher a pessoas idosas de forma humanizada, na perspectiva de uma 
abordagem integral e resolutiva. 
e) Realizar e participar das atividades de educação permanente relativas à saúde da 
pessoa idosa. 
f) Desenvolver ações educativas relativas à saúde da pessoa idosa, de acordo com 
o planejamento da equipe. 
 
2. Atribuições do Auxiliar/Técnico de Enfermagem 
 
a) Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
b) Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos 
medicamentos. 
c) Participar das atividades de assistência básica, no domicílio e/ou nos demais 
espaços comunitários. 
 
 
 ASSISTA AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=X2lqG8dXnmY 
 LEIA MAIS: https://blog.dilaoliveira.com.br/cuidador-de-idoso-e-um-tecnico-em-enfermagem/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=X2lqG8dXnmY
https://blog.dilaoliveira.com.br/cuidador-de-idoso-e-um-tecnico-em-enfermagem/
08 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDOO IIDDOOSSOO -- RREESSUUMMOO 
 
LLEEII NNºº 1100..774411,, DDEE 0011 DDEE OOUUTTUUBBRROO DDEE 22000033.. 
 
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e 
dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados 
às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, 
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei 
ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua 
saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, 
em condições de liberdade e dignidade. 
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público 
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, 
à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos 
públicos e privados prestadores de serviços à população; 
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social 
locais. 
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, 
violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou 
omissão, será punido na forma da lei. 
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso. 
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras 
decorrentes dos princípios por ela adotados. 
TÍTULO II 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
CAPÍTULO I 
DO DIREITO À VIDA 
Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito 
social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. 
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, 
mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento 
saudável e em condições de dignidade. 
 
 
 
 
09 
 
CAPÍTULO II 
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE 
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a 
liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, 
políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. 
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos: 
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços 
comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
II – opinião e expressão; 
III – crença e culto religioso; 
IV – prática de esportes e de diversões; 
 
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, 
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da 
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais. 
CAPÍTULO III 
DOS ALIMENTOS 
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. 
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicasde 
prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da 
assistência social. 
CAPÍTULO IV 
DO DIREITO À SAÚDE 
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do 
Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em 
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, 
proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que 
afetam preferencialmente os idosos. 
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a 
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas 
para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico. 
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão 
obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos 
seguintes órgãos: 
I – autoridade policial; 
II – Ministério Público; 
III – Conselho Municipal do Idoso; 
IV – Conselho Estadual do Idoso; 
V – Conselho Nacional do Idoso. 
CAPÍTULO V 
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER 
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, 
espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. 
 
10 
 
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos 
conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do 
idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a 
matéria. 
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será 
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos 
ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o 
acesso preferencial aos respectivos locais. 
CAPÍTULO VI 
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO 
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas 
condições físicas, intelectuais e psíquicas. 
 
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a 
discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, 
ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir. 
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a 
idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada. 
CAPÍTULO VII 
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência 
Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real 
dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente. 
CAPÍTULO VIII 
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme 
os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política 
Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes. 
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios 
para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o 
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da 
Assistência Social – Loas. 
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a 
firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. 
CAPÍTULO IX 
DA HABITAÇÃO 
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, 
ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em 
instituição pública ou privada. 
CAPÍTULO X 
DO TRANSPORTE 
 
 
 
11 
 
 
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade 
dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços 
seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. 
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer 
documento pessoal que faça prova de sua idade. 
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão 
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente 
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos. 
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos 
da legislação específica: 
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda 
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; 
II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das 
passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda 
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos. 
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% 
(cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais 
deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso. 
Art. 42. É assegurada a prioridade do idoso no embarque no sistema de transporte 
coletivo. 
TÍTULO V 
DO ACESSO À JUSTIÇA 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na 
execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente 
pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. 
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em 
favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, 
maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos 
assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e 
caracteres legíveis. 
TÍTULO VI 
DOS CRIMES 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES EM ESPÉCIE 
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a 
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por 
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo 
de idade: 
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 
 
12 
 
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua 
assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de 
autoridade pública: 
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa 
permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando 
obrigado por lei ou mandado: 
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa. 
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, 
submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos 
e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho 
excessivo ou inadequado: 
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. 
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
§ 2º Se resulta a morte: 
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro 
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: 
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. 
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos 
ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de 
assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida: 
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. 
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou 
imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: 
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
Art. 106.Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar 
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente: 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar 
procuração: 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus 
atos, sem a devida representação legal: 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
ASSISTA AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=CoToSqKL6TE 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=CoToSqKL6TE
13 
ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DO IDOSO 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os idosos representam um grupo especial e em crescimento, grupo este que, para 
ser melhor compreendido, gerou a necessidade da criação de uma ciência e 
especialidade médica, a Gerontologia e Geriatria, respectivamente. 
 
Conceitualmente, a Geriatria significa “medicina do idoso” e compreende, 
atualmente, a assistência médica (prevenção e tratamento), psicológica e sócio- 
econômica e envolve, portanto, um trabalho multidisciplinar. 
 
A Gerontologia significa “o estudo do envelhecimento” e das suas consequências 
biológicas, médicas, psicológicas e sócio-econômicas(1). 
 
 
Segundo o Estatuto do Idoso, idosos são todos os indivíduos com idade igual ou 
superior a 60 anos e, atualmente, representam cerca de 9% da população brasileira, 
com tendência a crescimento(1,2,3). O envelhecimento da população é uma 
tendência mundial e é reflexo de vários fatores, como a diminuição das taxas de 
mortalidade e fecundidade, progresso da medicina e avanços tecnológicos que, 
juntos, possibilitaram um aumento na expectativa de vida, que varia dependendo da 
região. No Brasil, por exemplo, a média de expectativa de vida, atualmente, é 70 
anos(1,3,4). 
 
 
A senescência resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e 
psicológicas do envelhecimento normal, enquanto a senilidade é caracterizada por 
doenças que frequentemente acometem os indivíduos idosos. As doenças são as 
causadoras da perda das reservas orgânicas e, consequentemente, da aceleração 
do envelhecimento, processo de declínio gradativo da função dos vários sistemas 
orgânicos9. 
 
 
Estima-se que o ser humano pode alcançar a idade de 120 anos ou mais, ainda 
com um mínimo de reserva, desde que não apresente, durante toda vida, qualquer 
tipo de doença ou distúrbio9. A maior idade alcançada pelo ser humano registrada 
até hoje foi 120 anos no gênero masculino e 122 anos no feminino(9). 
 
 
Fenômenos que contribuem para o envelhecimento(11): 
 
 
a) estresse – seja proveniente de cirurgias, doenças, traumatismos ou de tensão, 
sofrimento, angústia; provoca inibição do sistema imunológico; 
b) frio - como causador de estresse, reduzindo, assim, a proteção ao 
envelhecimento; 
c) radiações - causam maior formação de radicais livres; 
 
14 
 
d) luminosidade exagerada - causa depressão da glândula pineal, uma das 
responsáveis pelo controle do metabolismo; 
e) dieta - consumo exagerado de alimentos e desnutrição. 
 
f) o tabagismo - fator acelerador do envelhecimento devido suas toxinas. 
 
 
Anatomia e fisiologia do envelhecimento 
A composição e forma do corpo 
 
A partir dos 40 anos, a estatura diminui cerca de 1cm por década. Essa perda deve- 
se à redução dos arcos dos pés, aumento da curvatura da coluna vertebral, além da 
diminuição do diâmetro dos discos intervertebrais. Os diâmetros da caixa torácica e 
do crânio tendem a aumentar com o envelhecimento. Há também crescimento do 
nariz e das orelhas, dando a conformação típica facial do idoso(6,8). 
 
 
A composição do corpo também se altera, havendo um aumento do tecido gorduroso 
no tronco e diminuição nos membros inferiores. O teor total de água corpórea 
diminui por perda de água dentro das células. No geral, ocorre redução do número 
de células em todos os órgãos, sendo os mais afetados, em relação à perda de 
massa, os rins e o fígado. Os músculos também sofrem perda de peso com o passar 
do tempo(6,8,14). 
 
Pele 
 
As espessuras da pele e do subcutâneo diminuem, os vasos sanguíneos rompem-se 
com facilidade, propiciando o aparecimento de equimoses aos pequenos traumas e 
predispondo a hipotermia em condições ambientais de grande resfriamento(8,13,14). 
São também comuns manchas salientes e escuras, conhecidas como queratose 
seborréica. Essas alterações são intensificadas nas áreas de pele expostas a 
luz(8,13). 
A pálpebra inferior tende a ficar com formato de bolsa, por apresentar edema 
juntamente com acúmulo de gordura(8,13 
As glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem sua atividade, resultando em pele 
seca e áspera, mais sujeita às infecções e mais sensível às variações de 
temperatura. Há diminuição da regulação térmica pela menor sudorese, o que pode 
levar ao choque térmico em situações de grande aquecimento(8,13,14). 
 
As unhas do idoso tornam-se opacas, grossas e sem brilho. Apresentam diminuição 
da velocidade de crescimento, a partir da terceira década, e estrias longitudinais em 
67% das pessoas com mais de 70 anos. 
 
 
15 
 
Sistema Ósseo 
 
O envelhecimento modifica a atividade celular na medula óssea, ocasionando 
desequilíbrio no processo de recomposição e formação óssea, resultando em perda 
óssea. 
 
Sistemas articular e muscular 
 
No músculo, há perda de massa muscular com diminuição do peso e do número de 
células. Muitas células atrofiam e morrem; outras são substituídas por tecido 
gorduroso e conjuntivo. No tendão, há aumento do comprimento e uma redução da 
resistência com o aumento da idade. 
 
Sistema nervoso 
 
As alterações mais importantes do envelhecimento ocorrem no cérebro. O cérebro 
diminui de volume e peso. Nota-se uma redução de 5% aos 70 anos e cerca de 20% 
aos 90 anos de idade. 
 
A redução da massa encefálica está associada à perda neuronal, que não é 
uniforme em todas as áreas cerebrais(6,8,14,20). 
 
 
Sistema cardiovascular 
 
 
As principais alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento ocorrem no 
miocárdio, no nó sino-atrial, nas valvas cardíacas e vasos sanguíneos, 
caracterizando modificações tanto de ordem anatômica quanto funcional. 
 
Vasos Sanguíneos 
 
O aumento da rigidez arterial pode ser considerado o principal marcador do 
envelhecimento do aparelho circulatório. 
 
Valvas cardíacas 
 
 
As valvas cardíacas aparecem placas arterioscleróticas e espessamento das cordas 
tendíneas, além de calcificação. A calcificação valvar parece ocorrer com maior 
frequência em mulheres(21,22). 
 
Sistema respiratório 
 
Modificações estruturais do sistema respiratório 
 
 
O processo de envelhecimento causa uma série de alterações fisiológicas que 
16 
 
acometem a caixa torácica, os pulmões e a musculatura respiratória, acarretando 
prejuízo à função pulmonar de caráter. 
 
Modificações torácicas 
 
 
O envelhecimento modifica a constituição e forma do tórax. Observam-se redução 
da densidade óssea e consequente redução e achatamento das vértebras; redução 
dos discos vertebrais; calcificação das cartilagens e das articulações das costas. 
Essas modificações determinam o enrijecimento da caixa torácica, tornando mais 
importante a ação da musculatura abdominal e diafragmática na ventilação. 
 
 
O achatamento da coluna vertebral e consequente cifose torácica, mais evidente no 
gênero feminino, o que caracteriza o tórax seni. 
 
A musculatura da respiração enfraquece com o progredir da idade, assim como os 
músculos esqueléticos em geral, o que, somado ao enrijecimento da parede 
torácica, resulta na redução das pressões inspiratórias e expiratórias com um grau 
de dificuldade maior para executar a respiração. 
 
O único músculo que parece não costuma ser afetado pelo envelhecimento é o 
diafragma que, no idoso, apresenta a mesma massa muscular que indivíduosmais 
jovens. 
 
Vias aéreas e pulmões 
 
 
A traquéia e a sua bifurcação torna-se mais rígida por calcificações e aumenta de 
diâmetro, resultando em aumento do espaço morto. As vias pulmonares, 
principalmente as de menor calibre, tornam-se mais frouxas, colabando-se 
facilmente, dificultando a respiração. 
 
Sistema digestório 
 
 
O sistema digestório, assim como os demais sistemas, sofre modificações 
estruturais e funcionais com o envelhecimento. As alterações ocorrem em todo trato 
gastrintestinal da boca ao reto. 
 
Boca 
 
A perda de dentes não é uma consequência inevitável do envelhecimento. Não são 
observadas alterações na função mastigatória com o envelhecimento. 
 
 
 
 
 
17 
 
Esôfago 
 
Com o envelhecimento, a musculatura do esôfago pouco se altera, porém, há uma 
redução de sua inervação. Essa alteração é a maior responsável pelas modificações 
da motilidade observadas no idoso. 
 
Estômago 
 
Estudos mostram sinais de gastrite, com aumento da incidência com o progredir da 
idade. Tem-se notado também um declínio na produção da secreção ácida do 
estômago. 
 
Pâncreas 
 
Há redução da capacidade de secreção de lípase (destruidora de lipídios) e de 
bicarbonato e também redução de secreção de insulina. 
 
Intestino delgado 
 
É descrita redução da superfície mucosa, das vilosidades intestinais e do fluxo 
sanguíneo. 
 
Alguns estudos mostram que outros nutrientes podem ter sua absorção reduzida 
com o envelhecimento como: vitamina D, ácido fólico, vitamina B12, cálcio, cobre, 
zinco, ácidos graxos e colesterol. 
 
Cólon 
 
Nota-se, na senescência, um aumento de constipação. 
 
Reto e ânus 
 
 
As alterações do envelhecimento dessa região predispõem a incontinência fecal. Na 
musculatura do esfíncter exterior, são observadas alterações como redução de força 
muscular, que diminuem a capacidade de retenção fecal. 
 
Sistema genital feminino 
 
 
As alterações decorrentes do processo de envelhecimento no gênero feminino estão 
ligadas a alterações hormonais e iniciam-se após a menopausa. 
 
No sistema genital as mais importantes alterações são: 
 
 atrofia de útero, trompas e ovários; 
 infecções genito-urinárias, 
 atrofia da uretra; 
 redução da libido. 
18 
 
 
As glândulas mamárias atrofiam-se e são substituídas por tecido adiposo, tornando- 
as menos firmes, pendentes e flácidas, por enfraquecimento dos ligamentos de 
sustentação. 
 
Sistema genital masculino 
 
 
As alterações do envelhecimento nos órgãos genitais masculinos são menos 
evidentes do que no gênero feminino. Os testículos, embora mantenham seu peso e 
tamanho, apresentam redução na função, o número de espermatozóides caem pela 
metade, no entanto, a fertilidade, frequentemente, perdura até o extremo da vida. 
 
 
Observa-se um aumento de peso e tamanho prostático com o envelhecimento, que 
se deve à expansão da região da próstata em torno da uretra. Esse aumento pode 
tornar difícil a micção. 
 
O pênis tem seu tecido erétil alterado, com perda de elasticidade e alteração da 
circulação, resultando em dificuldades no mecanismo de ereção. 
 
Sistema urinário 
O rim 
O rim sofre modificações no seu peso, a partir da quarta década, inicia-se o 
processo do envelhecimento renal, com diminuição do seu peso, que pode atingir 
cerca de 180g, reduzindo a área de filtração e, consequentemente, das suas 
funções fisiológicas. 
 
Bexiga e uretra 
 
 
O envelhecimento da bexiga e da uretra pode resultar no desarranjo da capacidade 
de armazenamento de urina, contração da bexiga e expulsão da urina. 
 
Aspectos otorrinolaringológicos 
 
 
A senescência afeta as funções auditivas e sensoriais (equilíbrio, olfato e paladar). 
 
 
Na orelha externa, observa-se redução do número de glândulas produtoras de 
cerúmen, levando ao ressecamento e à descamação da pele, propiciando o 
aparecimento de prurido. 
 
A orelha interna é a parte mais afetada pelo processo de envelhecimento, causando 
perda auditiva irreversível no idoso, geralmente bilateral. Estima-se que 10 a 60% 
dos indivíduos com mais de 65 anos apresentem presbiacusia. 
 
 
 
19 
 
 
Aspectos oftálmicos 
 
 
As alterações observadas no envelhecimento do sistema visual são: opacidade e 
rigidez das lentes, podendo levar a formação de catarata; redução da acuidade 
visual; predisposição ao glaucoma. 
 
 
 
ASSISTA AO VÍDEO 1: https://www.youtube.com/watch?v=5OJ4HP70NKY 
ASSISTA AO VÍDEO 2: https://www.youtube.com/watch?v=CwTcn4JaF7Y 
ASSISTA AO VÍDEO 3: https://www.youtube.com/watch?v=Mg_o_uc4UCk 
 
LEIA MAIS: http://www.fonovim.com.br/arquivos/534ca4b0b3855f1a4003d09b77ee4138-
Modifica----es-fisiol--gicas-normais-no-sistema-nervoso-do-idoso.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=5OJ4HP70NKY
https://www.youtube.com/watch?v=CwTcn4JaF7Y
https://www.youtube.com/watch?v=Mg_o_uc4UCk
http://www.fonovim.com.br/arquivos/534ca4b0b3855f1a4003d09b77ee4138-Modifica----es-fisiol--gicas-normais-no-sistema-nervoso-do-idoso.pdf
http://www.fonovim.com.br/arquivos/534ca4b0b3855f1a4003d09b77ee4138-Modifica----es-fisiol--gicas-normais-no-sistema-nervoso-do-idoso.pdf
 
SÍNDROME DOS MAUS-TRATOS 
 
 
1- DEFINIÇÃO: “Aquelas situações que resultam em danos físicos, psíquicos ou 
econômicos, seja por comissão ou omissão, comprometendo a qualidade de vida do 
paciente.” (DUARTE &DIOGO,2000:121) 
 
2- FREQUÊNCIA: 2% a 4% da população idosa. 
 
3- CLASSIFICAÇÃO: 
 3.1- FÍSICOS: Atos realizados com a intenção de causar dor física ou ferimentos. 
 3.2- PSICOLÓGICOS: Atos realizados com a intenção de causar danos 
emocionais ou físicos. 
 3.3- ECONÔMICOS: Apropriação indevida de dinheiro, bens ou propriedades dos 
idosos. 
 3.4- NEGLIGÊNCIA OU ABANDONO DO IDOSO: Incapacidade de um designado 
cuidador de fornecer cuidados necessários a uma pessoa idosa dependente. 
 3.5- ABUSO SOCIAL: Violação dos direitos legais e inalienáveis dos idosos. 
 3.6- ABUSO SEXUAL: Realização de atos sexuais com uma pessoa idosa, sem o 
seu consentimento, seja pelo emprego de força, ameaça ou deterioração 
cognitiva. 
 
4- FATORES DE RISCO: 
 
4.1- Por parte do idoso: 
 Grandes incapacidades; 
 Deterioração Cognitiva; 
 Isolamento Social; 
 
4.2- Cuidador: 
 Doença mental; 
 Consumo de álcool e outras drogas; 
 Dependência do cuidador em relação à vítima; 
 Fatores estressantes externos; 
 Violência. 
 
5- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
 
Contusões; fraturas, contraturas, deformidades; má nutrição e desidratação; falta de 
higiene; mau uso da medicação; sangramento ou exudato vaginal; transtornos 
afetivos. 
 
6- DIAGNÓSTICO: 
 
 
 disparidade nas explicações ; 
 explicações vagas; 
20 
21 
 
 demora no pedido de assistência médica; 
 visitas frequentes a um serviço de emergência; 
 existência de múltiplas maneiras de ter evitado o acidente; 
 resistência do cuidador à intervenção externa. 
 
7. - PREVENÇÃO: 
 
 
 Estimular uma boa relação; 
 
 Educação a cerca dos cuidados; 
 
 Aconselhamento acerca dos recursos sociais; 
 
 Apoio ao cuidador; 
 
 Grupo de apoio local; 
 
 Evitar o isolamento social; 
 
 
8- ONDE PODEM OCORRER OS MAUS TRATOS? 
 
 • Na casa do próprio idoso 
 • Na casa do cuidador 
 • Na comunidade em que reside 
 • Nas instituições de longa permanência 
 • Nos hospitais 
 
 
9- INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL: 
 
 
 Comunicar o fato às instituições competentes; 
 
 Descrever com exatidão tudo que se relaciona ao caso; 
 
 Avaliar a atitude do idoso frente à situação de maus-tratos. 
 
LEIA MAIS: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/saiba-como-perceber-quando-um-
idoso-vitima-de-maus-tratos-23742211.html 
ASSISTA AO VÍDEO 1: https://www.youtube.com/watch?v=r_3uUVAQfuc 
ASSISTA AO VÍDEO 2: https://www.youtube.com/watch?v=SyhPPwaMSSk 
 
 
 
 
 
 
 
https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/saiba-como-perceber-quando-um-idoso-vitima-de-maus-tratos-23742211.htmlhttps://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/saiba-como-perceber-quando-um-idoso-vitima-de-maus-tratos-23742211.html
https://www.youtube.com/watch?v=r_3uUVAQfuc
https://www.youtube.com/watch?v=SyhPPwaMSSk
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ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO 
 
 
 
O acidente vascular cerebral ou acidente vascular encefálico, também chamado 
de derrame cerebral, é caracterizado pela perda rápida de função neurológica, 
decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. É uma 
doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia ou hemorragia. 
 
Encéfalo: bulbo (respiração), hipotálamo (vísceras), corpo caloso (conexão entre os 
hemisférios), cérebro, tálamo (integração), cerebelo (equilíbrio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores de risco para AVC 
 
Existem diversos fatores considerados de risco para a chance de ter um AVC, sendo 
o principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada e, além dela, também 
aumentam a possibilidade o diabete melitus, trombose, uma arritmia cardíaca 
chamada fibrilação atrial. 
 
Principais fatores de risco: 
 Hipertensão arterial 
 Doença cardíaca 
 Colesterol 
 Tabagismo 
 Diabetes 
 Idade 
 Sexo 
 Obesidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Tipos de AVE 
 
 Isquêmico: ocorre devido à falta de irrigação sanguínea num determinado 
território cerebral, causando morte de tecido cerebral - é o AVC isquêmico. 
Pode ocorrer um acúmulo gordura ou coágulo sanguíneo em uma artéria 
cerebral, reduzindo o seu fluxo sanguíneo ao mínimo e causando morte do 
cérebro. 
 Hemorrágico: é menos comum, mas não menos grave, e ocorre pela ruptura 
de um vaso sanguíneo intracraniano, levando à formação de um coágulo que 
afeta várias funções cerebrais e até a morte do indivíduo cerebral. 
 
Sinais que precedem um derrame: 
 
 Cefaléia intensa e súbita sem causa aparente 
 Dormência nos braços e nas pernas 
 Dificuldade de falar e perda de equilíbrio 
 Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna do lado 
esquerdo ou direito do corpo 
 Perda súbita de visão em um olho ou nos dois 
 Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular e expressar 
palavras ou para compreender a linguagem 
 Instabilidade, vertigem súbita e intensa e desequilíbrio associado a náuseas 
ou vômitos. 
 
Como identificar o acidente vascular cerebral: 
 
 Pedir em primeiro lugar para que a pessoa sorria. Se ela mover sua face só 
para um dos lados, pode estar tendo um AVC. 
 Pedir para que levante os braços. Caso haja dificuldades para levantar um 
deles ou, após levantar os dois, um deles caia, procurar socorro médico. 
 Dê uma ordem ou peça que a pessoa repita alguma frase. Se ela não 
responder ao pedido, pode estar sofrendo um derrame cerebral. 
 
 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico do AVC é obtido através de exames de imagem, tomografia 
computadorizada e ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a 
área do cérebro afetada e o tipo de AVC. 
 
Prevenção 
Como todas as doenças vasculares, o melhor tratamento para o AVC é a prevenção, 
identificar e tratar os fatores de risco, como a hipertensão, aterosclerose, o diabetes 
mellitus, o colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, além de reconhecer e 
tratar problemas cardíacos. 
 
 
 
 
 
 
Consequências/complicações 
 
As consequências do AVC podem afetar diversos aspectos do paciente, tais como 
paralisia e fraqueza, habilidades de comunicação, fala, capacidade de compreensão, 
sentidos, além de raciocínio, emoções e memória. 
 
Tratamento 
 
O AVC é uma emergência médica e possui tratamento se o paciente for rapidamente 
encaminhado para um hospital adequado. O tratamento do AVC isquêmico já 
utilizado em todo o mundo há pelo menos 10 anos é realizado com medicamentos 
trombolíticos, que possuem a propriedade de dissolver o coágulo sanguíneo que 
está entupindo a artéria cerebral, causando a isquemia. 
 
Reabilitação 
 
O processo de reabilitação pode ser longo, dependendo das características do 
próprio AVC, da região afetada, da rapidez de atuação para minimizar os riscos e do 
apoio que o doente tiver. A reabilitação consiste principalmente em sessões de 
fisioterapia e fonoaudiologia. 
 
 
 
 LEIA MAIS: http://www.ufrgs.br/secom/ciencia/estudo-aborda-os-cuidados-com-o-idoso-apos-o-avc/ 
 ASSISTA AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=AMEw9q0pMZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.ufrgs.br/secom/ciencia/estudo-aborda-os-cuidados-com-o-idoso-apos-o-avc/
https://www.youtube.com/watch?v=AMEw9q0pMZA
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PNEUMONIA 
 
 
 
A pneumonia é uma doença que afeta cerca de 2,1 milhões de brasileiros todos os 
anos, segundo dados do DATASUS. Esta doença é a principal causa de internação 
hospitalar (mais de 960 mil casos por ano) e a quinta causa de morte no Brasil. 
 
Dos 24.756 óbitos por pneumonia registrados no último levantamento do SUS 
(2005), 70% eram de pacientes com mais de 65 anos. 
 
Conceito: a pneumonia é uma doença infecciosa que provoca inflamação dos 
pulmões. 
 
Causas: microorganismos (bactérias, vírus, fungos e protozoários); aspiração de 
alimentos líquidos ou vômitos; inalação de substâncias tóxicas ou cáusticas, 
fumaças, poeiras ou gases. Sendo a pneumonia bacteriana a mais comum. 
 
Trata-se de uma doença que afeta mais os idosos, pessoas com doenças crônicas 
ou que tenham imunidade baixa. Mas pode afetar também crianças, jovens e adultos 
saudáveis. Nas crianças, a pneumonia é a principal causa de morte em todo o 
mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Causas e classificações da pneumonia: 
 
A pneumonia pode ser causada pela infecção de bactérias, vírus, fungos, e outros 
parasitas que geralmente são transmitidos por via respiratória. Estes 
microorganismos ultrapassam as defesas naturais do corpo e invadem o pulmão, 
causando infecção e inflamação desse órgão. 
 
Classificações da pneumonia: 
 
 Pneumonia adquirida na comunidade: é a pneumonia adquirida no 
ambiente de convívio social, seja em casa, no trabalho, academias de ginástica, 
creches, escolas ou outros locais comunitários. 
 Pneumonia hospitalar: trata-se de uma pneumonia adquirida diante de uma 
internação hospitalar. Muitas vezes é uma doença mais grave do que a pneumonia 
adquirida na comunidade, já que os germes hospitalares são mais perigosos e 
resistentes aos antibióticos. 
 Pneumonia aspirativa: esse tipo de pneumonia ocorre quando algum 
material estranho é inalado ou aspirado para dentro dos pulmões. Ocorre mais 
frequentemente quando alimentos presentes no estômago são aspirados para o 
pulmão após os vômitos. 
 Pneumonia causada por microorganismos (germes) oportunistas: é uma 
pneumonia que afeta pessoas com baixa imunidade (ou baixa defesa do organismo). 
Germes que seriam inofensivos para pessoas saudáveis, tornam-se perigosos para 
indivíduos com baixa imunidade, como é o caso de pessoas portadoras da AIDS ou 
portadores de órgãos transplantados. 
 
Sintomas da pneumonia 
 
Os sintomas da pneumonia geralmente aparecem de forma aguda ou rápida, mas 
podem se desenvolver também lentamente. No início dos sintomas, a pneumonia 
pode ser confundida com uma gripe ou resfriado forte. 
 
Os sintomas mais comuns da pneumonia são: 
 
 Febre, suor intenso ou calafrios. 
 Tosse com catarro amarelado ou esverdeado (em alguns tipos de pneumonia, 
a tosse pode ser seca ou sem catarro). 
 Dor no peito ou dor no tórax que pode piorar com a respiração. 
 Respiração rápida e curta. 
 
Nos casos mais graves pode haver ainda: 
 
 Falta de ar e maior dificuldade respiratória. 
 Cianose (coloração azulada ou arroxeada) de extremidades (dedos, nariz, 
lábios) por causa de baixa oxigenação sanguínea. 
 Confusão mental ou desorientação (observado principalmente em idosos). 
 Queda da pressão arterial. 
 Aceleração do pulso ou da frequênciacardíaca. 
 
 
27 
 
 
Fatores de risco: 
 
Idosos acima dos 65 anos e crianças muito novas têm maior risco de ter pneumonia. 
O risco de ter pneumonia também aumenta nas seguintes situações: 
 Portadores de doenças crônicas como diabetes, câncer, enfisema pulmonar 
ou doenças cardiovasculares (infarto do coração ou derrame cerebral). 
 Pessoas cuja imunidade esteja baixa (baixa defesa do organismo), como 
portadores da AIDS e pessoas que utilizam medicamentos para quimioterapia ou 
drogas imunossupressoras (no caso de câncer, transplante de órgão ou doenças auto-
imunes). 
 Fumantes ou alcoólatras. 
 Indivíduos internados em unidades de terapia intensiva (UTI). 
 Pessoas expostas a certos tipos de produtos químicos (agrotóxicos, químicas 
industriais) ou à poluição atmosférica. 
 Politraumatizados ou que tenham sofrido alguma cirurgia ou lesão cerebral 
importante. 
 
Diagnóstico da pneumonia 
 
O diagnóstico da pneumonia é baseado na história clínica e avaliação do exame 
físico do paciente. Para auxiliar no diagnóstico, o médico geralmente pede uma 
radiografia de tórax (ou raio-X de tórax) para confirmar a presença da pneumonia, 
bem como sua localização e extensão. 
 
Tratamento da pneumonia 
 
O tratamento da pneumonia depende do tipo de microorganismo (germe) causador 
da inflamação e infecção dos pulmões, da gravidade dos sintomas, da presença de 
outras doenças associadas, local de contaminação (comunidade ou hospital) e grau 
de comprometimento dos pulmões. 
 
As pneumonias mais frequentes são as bacterianas. Nestes casos é necessário o 
uso de antibióticos para combater a infecção. Após o início do tratamento, espera-se 
uma melhora dos sintomas dentro de 48 a 72 horas. 
 
Na maioria das vezes, as recomendações de tratamento são relacionadas ao 
repouso, dieta adequada e a ingesta de líquidos para melhor recuperação. 
 
Prevenção da pneumonia 
 
 Vacina contra gripe: muitas vezes uma gripe ou resfriado podem acabar 
levando a um quadro de pneumonia. Desse modo, a vacinação contra gripe, 
principalmente em idosos, é uma boa maneira de se prevenir a pneumonia. 
 Vacina contra o pneumococo: o pneumococo é a principal bactéria 
causadora de pneumonia. Esta vacina também está disponível para aplicação, 
visando prevenir a pneumonia pneumocócica. É recomendada para maiores de 65 
anos ou pessoas que tenham algum tipo de fator de risco para adquirir pneumonia: 
como doenças pulmonares crônicas, doenças cardiovasculares, doenças renais, 
 
28 
 
diabetes, anemia falciforme, alcoolismo, cirrose hepática, pessoas que tiveram o 
baço retirado por algum motivo ou caso haja alguma doença que cause queda da 
imunidade corporal (como a AIDS, linfomas, leucemias, alguns tipos de câncer, uso 
crônico de esteróides, quimioterapia ou radioterapia, transplante de órgão ou 
transplante de medula óssea). 
 Lavagem das mãos: as mãos quase sempre estão em contato com os 
microorganismos (germes) que podem causar pneumonia. Estes microorganismos 
penetram no corpo através do toque dos olhos, boca ou nariz. Desse modo, lavar 
bem as mãos com água e sabão ajuda a prevenir a pneumonia. 
 Não fumar: o cigarro causa lesões ao pulmão, reduzindo as defesas naturais 
do organismo contra infecções respiratórias. 
 Ter uma boa qualidade de vida: ter uma vida tranquila, fazer uma dieta 
adequada e praticar atividades físicas regularmente ajudam a aumentar as defesas 
do organismo, fortalecendo o sistema imune e prevenindo infecções. 
 
 
Cuidados de enfermagem: 
 
 Oferecer e encorajar a ingestão de líquidos (6 a 8 copos ao dia); 
 Estimular mudança de decúbito de 2/2 horas, quando o cliente apresentar 
bom nível de consciência; 
 Encorajar mobilização no leito e atividade física conforme tolerado; 
 Orientar ou apoiar o tórax do cliente durante a tosse; 
 Fazer avaliação respiratória pela ausculta; 
 Incentivar a prática da respiração profunda e tosse eficaz. 
 Aspirar naso e orofaringe a intervalos curtos. 
 Orientar e encorajar o cliente a repousar o máximo possível; 
 Observar alterações na FR, FC, ocorrência de dispnéia, palidez ou cianose e 
disritmia, durante a atividade; 
 cuidados com a oxigenoterapia; 
 orientar o paciente a utilizar lenços de papel e descartá-los corretamente. 
 
 
Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=6AfflegmRI4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=6AfflegmRI4
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OS GIGANTES DA GERIATRIA 
 
1. INSTABILIDADE 
 
Instabilidade postural e quedas são importantes marcadores de diminuição de 
capacidade funcional e fragilidade em pessoas idosas. Por essa razão, a referência 
da ocorrência de queda sempre deve ser valorizada. 
 
A avaliação da queda visa: 
a) Identificar a causa que levou a queda e tratá-la. 
b) Reconhecer fatores de risco para prevenir futuros eventos, implementando 
intervenções adequadas. 
 
 
Quedas 
 
A queda representa um grande problema para as pessoas idosas dadas as suas 
consequências (injúria, incapacidade, institucionalização e morte) que são resultado 
da combinação de alta incidência com alta suscetibilidade à lesões. 
 
Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. Essa taxa aumenta para 40% 
entre os idosos com mais de 80 anos. As mulheres tendem a cair mais que os 
homens até os 75 anos de idade, a partir dessa idade as frequências se igualam. 
Dos que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização e desses, apenas metade 
sobreviverá após um ano. 
 
Causas 
 
• Relacionadas ao ambiente. 
• Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha. 
• Tontura/vertigem. 
• Alteração postural/hipotensão ortostática. 
• Lesão no SNC. 
• Síncope. 
• Redução da visão. 
 
Os fatores de risco 
Fatores intrínsecos: decorrem das alterações fisiológicas relacionadas ao avançar da 
idade, da presença de doenças, de fatores psicológicos e de reações adversas de 
medicações em uso. Podem ser citados: 
 
• idosos com mais de 80 anos; 
• sexo feminino; 
• imobilidade; 
• quedas precedentes; 
• equilíbrio diminuído; 
• marcha lenta e com passos curtos; 
• fraqueza muscular de MMII e MMSS; 
• alterações cognitivas; 
• polifarmácia; 
 
30 
 
• uso de sedativos, hipnóticos e ansioliticos. 
 
Fatores extrínsecos: relacionados aos comportamentos e atividades das pessoas 
idosas e ao meio ambiente. Ambientes inseguros e mal iluminados, mal planejados e 
mal construídos, com barreiras arquitetônicas representam os principais fatores de 
risco para quedas. 
 
 
Os riscos domésticos mais comuns que devem ser objeto de atenção das equipes 
de Atenção Básica são: 
 
• Ausência de reflexos de proteção; 
• Densidade mineral óssea reduzida – osteoporose; 
• Desnutrição; 
• Idade avançada; 
• Resistência e rigidez da superfície sobre a qual se cai; 
• Dificuldade para levantar após a queda. 
 
 
Como avaliar: 
 
• Equilíbrio sentado 
• Levantar 
• Tentativas para levantar 
• Assim que levanta (primeiros 5 segundos) 
• Equilíbrio em pé 
• Olhos fechados (pessoa idosa em pé, com os pés juntos) 
• Girando 360 
 
 
2. IMOBILIDADE 
 
Incapacidade de se deslocar sem o auxílio de outra pessoa, com finalidade de 
atender às necessidades da vida diária. Pode o paciente estar restrito a uma 
poltrona ou ao leito. 
 
Fatores Predisponentes: 
 
 Osteoartrose 
 Doenças reumáticas 
 Sequelas de fraturas 
 DPOC, ICC, AVC e Infecções 
 Desnutrição e Desidratação 
 Parkinson, Demência e Depressão. 
 LONGOS PERÍODOS ACAMADOS 
 
Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=E6jeUET5dGE 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=E6jeUET5dGE
31 
Consequências: 
 
 Depressão 
 Confusão mental 
 Hipotensão e constipação intestinal 
 Incontinência e Infecção Urinária 
 Trombose Venosa e embolia pulmonar 20% das mortes em acamados. 
 Pneumonia e broncoaspiração 
 Úlcera de pressão- escaras 
 Atrofia muscular- sarcopenia 
 
Conduta: 
 
 Mudançade decúbito a cada 2h 
 Colchão de água e casca de ovo 
 Óleos e hidratantes 
 Curativos apropriados. 
 Aporte hídrico, metabólico e protéico. 
 
3. INCONTINÊNCIA URINÁRIA 
 
A Incontinência Urinária pode ser definida como “a perda de urina em quantidade e 
frequência suficientes para causar um problema social ou higiênico”. Pode variar 
desde um escape ocasional até uma incapacidade total para segurar qualquer 
quantidade de urina. Ela se deve, com frequência, a alterações específicas do corpo 
em decorrência de doenças, uso de medicamentos ou pode representar o início de 
uma doença. 
 
Estima-se que entre as pessoas idosas, a prevalência de IU é de aproximadamente 
10 a 15% entre os homens e de 20 a 35% entre as mulheres. Idosos 
institucionalizados e os providos de internação hospitalar recente, apresentem 
incontinência urinária de 25 a 30%. 
 
Ao menos que sejam investigados, as pessoas não relatam Incontinência Urinária. A 
ocorrência de Incontinência Urinária tende a aumentar à medida que aumentam o 
número de medicamentos em uso e as comorbidades. 
 
Consequências: predispõe à infecções, do trato urinário e genital; provoca 
maceração e ruptura da pele; facilita a formação de úlceras por pressão, celulites; 
contribui para disfunção sexual e para perda da função renal; afeta a qualidade do 
sono (normalmente interrompendo-o) e predispõe à ocorrência de quedas. 
 
Causas: 
 
Entre as mulheres - danos secundários à partos, cirurgias, radiação, tabagismo, 
obesidade, distúrbios neurológicos, da redução da vascularização e hipotrofia dos 
tecidos que revestem e envolvem a uretra, a bexiga e a vagina e outros. 
 
 
32 
 
 
Entre os homens - o aumento da próstata, alterações da mobilidade, da destreza 
manual (dificultando a retirada rápida das vestes), da motivação e a tendência a 
excretar maiores volumes após deitar-se (em consequência da maior filtração renal) 
também predispõem a pessoa idosa à incontinência. 
 
Outras causas: medicamentos, depressão, excesso urinário, distúrbios mentais. 
 
 
Pesquisar: 
 
 Como ocorre a perda urinária (descreva o problema)? 
 Há quanto tempo ocorre? 
 Quantas vezes ela ocorre ao dia? 
 Há consciência da necessidade de urinar antes do escape? 
 Usa fraldas ou outros absorventes para evitar acidentes? 
 Evita situações sociais por causa dessa problema? 
 Há uma infecção do trato urinário agora? 
 É mais difícil controlar a urina ao tossir, se esforçar, espirrar ou rir? 
 É mais difícil controlar a urina quando se está correndo, pulando ou 
caminhando? 
 Que cirurgias já realizou? Que lesões teve? 
 Que medicamentos usa? 
 Costuma tomar café? Quanto? 
 Ingere bebidas alcoólicas? Quanto? Com que frequência? 
 
Medidas gerais devem fazer parte da orientação de todas as pessoas com 
incontinência e incluem: 
 
• Evitar ingestão de grandes quantidades de líquidos quando não houver 
disponibilidade de banheiros acessíveis. 
• Evitar alimentos como cafeína e bebidas alcoólicas. 
• Tratar adequadamente quadros de constipação intestinal crônica. 
 
4. INSUFICIÊNCIA CEREBRAL 
Demência 
 
A demência é uma síndrome clínica decorrente de doença ou disfunção cerebral, de 
natureza crônica e progressiva, na qual ocorre perturbação de múltiplas funções 
cognitivas, incluindo memória, atenção e aprendizado, pensamento, orientação, 
compreensão, cálculo, linguagem e julgamento. 
 
A demência produz um declínio apreciável no funcionamento intelectual que interfere 
com as atividades diárias, como higiene pessoal, vestimenta, alimentação, 
atividades fisiológicas e de toalete. 
 
 
 
 
33 
 
Entre as pessoas idosas, a demência faz parte do grupo das mais importantes 
doenças que acarretam declínio funcional progressivo e perda gradual da autonomia 
e da independência. 
 
 
São causas reversíveis de demência: 
 
• Uso de medicamentos (psicotrópicos e analgésicos narcóticos). 
• Metabólica (distúrbio hidroeletrolítco, desidratação, insuficiência renal ou hepática e 
hipoxemia). 
• Neurológica (hidrocefalia de pressão normal, tumor e hematoma subdural crônico). 
• Infecciosas (Meningite crônica, AIDS, neurossífilis). 
• Endócrinas (doença tireoidiana, doença paratireoidiana, doença da adrenal e 
doença da pituitária). 
• Nutricionais (deficiência de vitamina B12, ácido fólico, tiamina e niacina). 
• Alcoolismo crônico. 
• Outras (DPOC, insuficiência cardíaca congestiva e apnéia do sono). 
 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico diferencial entre demência vascular e doença de Alzheimer pode ser 
difícil, sendo comum a coexistência das duas afecções. Geralmente, as pessoas 
com problemas vasculares apresentam déficits mais intensos em testes de 
movimentos repetitivos e dependentes de velocidade motora e de mecanismos 
corticais e subcorticais, enquanto as pessoas com Alzheimer têm pior desempenho 
em teste de memória verbal e repetição de linguagem. 
 
Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=PTt1pwJf0qs 
 
5. IATROGENIA - 
 
Conceito: patologia Provocada por Tratamento Médico. O uso indiscriminado e 
excessivo de medicamentos em idosos, podem levar a efeitos colaterais e interações 
perigosas. Com o envelhecimento, aumenta a probabilidade de ocorrência de 
doenças crônicas e os idosos tomam mais medicamentos que adultos jovens. Em 
média uma pessoa idosa toma de quatro a cinco medicamentos de receita e mais 
dois de venda livre. 
 
Alterações fisiológicas do envelhecimento, seja no sistema cardiocirculatório, 
respiratório, renal ou no próprio sistema nervoso central, são as responsáveis pela 
maior predisposição dos idosos às complicações durante a hospitalização. Essas 
complicações se dão tanto nos tratamentos clínicos, quanto durante e após cirurgias, 
inclusive determinando maior mortalidade. 
 
À medida que as pessoas envelhecem, a quantidade de água no organismo diminui, 
como certas drogas se dissolvem na água, com essa diminuição essas drogas ficam 
mais concentradas; com a alteração dos rins e da função do fígado, as drogas ficam 
mais tempo no organismo, aumentando com isso sua concentração, toxicidade e 
efeitos colaterais. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=PTt1pwJf0qs
34 
 
 
O importante é ter consciência médica ao realizar prescrição, diminuir a quantidade 
de medicamentos, melhorar a qualidade, explicar tanto para o idosos quanto para o 
cuidador as dosagens, os efeitos a observar e com isso melhorar a qualidade de 
vida, evitando a Iatrogenia. 
 
 
Assista ao vídeo 1: https://www.youtube.com/watch?v=nzTkD0yOujE 
Assista ao Vídeo 2: https://www.youtube.com/watch?v=RZ-6Ogm5zvk 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=nzTkD0yOujE
https://www.youtube.com/watch?v=RZ-6Ogm5zvk
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PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS 
 
 
 
Quando se pensa em acidentes domésticos, a preocupação mais frequente é com 
as crianças, esquecendo-nos que os idosos também correm riscos dentro de casa. 
Quanto mais avançada for a idade, maior é a propensão de estar envolvido em 
acidentes desse tipo. A explicação é simples: o processo de envelhecimento impõe 
algumas limitações de caráter físico e com o passar dos anos, os músculos perdem 
a elasticidade, os ossos ficam mais frágeis e a calcificação destes fica prejudicada 
 
A maior parte dos acidentes com idosos acontece em casa – no interior da casa, nas 
escadas, no jardim ou pátio. Esses acidentes, mesmo os menos graves, podem 
debilitar a saúde do idoso, pois o organismo já não está preparado para 
recuperações tão rápidas como as de pessoas de menor idade. Uma queda pode 
provocar, por exemplo, uma fratura de fêmur ou do quadril, que pode exigir até que o 
idoso fique imobilizado na cama por um longo período. 
 
 
Causas mais frequentes: 
 
 Uso incorreto de facas de cozinha, causando ferimentos; 
 Uso incorreto de produtos inflamáveis, causando queimaduras; Quedas de bancos ou cadeiras; 
 Andar sobre pavimentos molhados, úmidos ou com cera; 
 Andar sobre tapetes, sem superfície antiderrapante; 
 Andar somente de meias; 
 Usar chinelos ou sapatos muito soltos; 
 Mobília instável; 
 Gavetas abertas; 
 Objetos deixados no caminho, principalmente entre o quarto e o banheiro; 
 Má iluminação; 
 Escadas com degraus de tamanhos diferentes; 
 Fios elétricos ou de telefone deixados no chão; 
 Banheira ou chuveiro sem barras de apoio ou tapete antiderrapante. 
 
Recomendações 
 
 Usar sapatos de saltos largos e que tenham calcanhares reforçados, fazendo 
com que os pés não possam movimentar-se dentro dos sapatos; 
 Colocar os móveis de modo a que possa movimentar-se pela casa sem 
esbarrar em nada; 
 Não andar sobre locais escorregadios, molhados ou encerados; 
 Colocar em casa apenas tapetes com forro antiderrapante; 
 
36 
 
 Evitar comprar móveis que tenham rodas; 
 As cadeiras devem ficar a uma altura nem muito elevada, nem muito próxima 
do chão; 
 Colocar barras de apoio na banheira ou chuveiro; 
 Usar tapetes em borracha, antiderrapante, no chuveiro e na banheira; 
 A casa deve estar bem iluminada, principalmente nas vias de acesso entre 
cada uma das divisões; 
 As escadas devem ter um corrimão seguro, degraus antiderrapantes e 
estarem bem iluminadas; 
 Usar óculos sempre que não conseguir ver um local de maneira nítida; 
Não deixar gavetas abertas; 
 Não deixar no chão fios elétricos ou de telefone; 
 Manter os locais e passagens livres de buracos, fendas e outras 
irregularidades que o possam fazer tropeçar; 
 Prestar atenção aos movimentos inesperados de animais, crianças e 
bicicletas; 
 Colocar interruptores de luz próximos da cama, evitando ter que caminhar no 
escuro. 
 
Importância da alimentação e da prática de exercício físico 
 
 
A prática de exercício físico é recomendada em qualquer idade, mas sobretudo em 
idades mais avançadas. Para fortalecer os ossos e músculos, fazer caminhadas e 
outros exercícios físicos de baixo impacto auxiliam na destreza e condicionamento 
físico. 
 
A alimentação também merece atenção. Ela deve conter uma grande quantidade de 
alimentos que sejam fontes de cálcio, pois desse modo o idoso previne a 
osteoporose. 
 
 
 
 ASSISTA AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=B0cRchPnsmA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=B0cRchPnsmA
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A RELAÇÃO IDOSO-CUIDADOR 
 
 
1. Como se caracteriza o envelhecimento? 
 
O envelhecimento é um processo de diminuição progressiva de habilidades motoras, 
sensitivas e de conhecimento. Isto pode levar a: 
 
• apego aos próprios valores; 
• dificuldade de aceitar o novo; 
• supervalorização da própria história de vida; 
• conflitos com a realidade atual. 
 
2. O que ocorre com a pessoa, no aspecto emocional, no processo de 
envelhecimento? 
 
As mudanças mais encontradas são: 
 
 
Labilidade 
afetiva 
Mudança rápida de humor, explosão diante 
de estímulos insignificantes. 
Depressão Prostração, alteração do apetite e do sono, 
auto- estima baixa, falta de interesse pelo 
que se passa 
A sua volta, irritabilidade, forte sentimento de 
culpa. 
Comportamento 
de queixa 
Diminuição da capacidade em se adaptar a 
realidade e a frustrações, tendo como 
consequência queixas frequentes. 
 
3. Quais as reações mais comuns no idoso que adoece e se torna 
dependente? 
 
Nestas situações, o idoso apresenta várias reações: 
 
Reações O que ocorre? Como proceder? 
Sentimento de 
culpa 
Acha que está 
incomodando e os 
problemas da família 
são devidos a sua 
doença. 
Evite fazer queixas 
em sua presença. 
Reforce os 
aspectos 
saudáveis de sua 
personalidade. 
 
 
38 
 
 
Primitivização 
da 
personalidade 
Comportamento de 
“mimo” e resistência 
em assumir sua parte 
no tratamento. 
Reforce suas 
habilidades e 
estabeleça limites. 
Depressão Pode ser patológica 
ou reativa. 
Consulte um médico. 
Irritabilidade e 
agressividade 
Como não consegue 
lidar com as perdas 
impostas pela 
doença, “atacam” 
(verbal ou 
fisicamente). 
Procure mantê-lo 
ciente de seus 
exageros e suas 
consequências. Não 
havendo melhora, 
consulte um médico 
Inveja e ciúme Não aceita que os 
demais se divirtam, 
trabalhem e se 
interrelacionem. 
Supervalorizam sua 
impotência e 
solicitam demais do 
cuidador 
Estabeleça limites. 
Mantenha o idoso 
em atividade. 
Garanta que ele 
não está sozinho. 
 
4. Como proceder quando o idoso-dependente solicita demais do 
cuidador? 
 
Quando o idoso solicita sua presença a todo instante, sem uma necessidade clara, 
é interessante que o cuidador procure aumentar o tempo de espera a cada solicitação, 
de forma progressiva e contínua (por exemplo, 5 minutos por dia); assim, a pessoa 
dependente precisará suportar períodos cada vez mais longos entre seu pedido e a 
resposta e o aumento de sua ansiedade. 
 
ORIENTAÇÕES AO CUIDADOR SOBRE O PACIENTE 
 
Não descarregue seu estresse no paciente! Reconheça e não ultrapasse seus limites! 
Respeite a dor do paciente. Ela e subjetiva e pode ser um importante sinal. Estabeleça 
limites com o paciente. 
Observe se a tristeza do paciente assume ares de prostração e interfere em sua 
disposição. Avise o medico. 
Use o senso de humor; ria com o paciente; ria da vida, sempre com respeito. Procure 
proporcionar bem-estar e satisfação com a vida. 
Varie os estímulos; saia com o paciente; veja filmes, ouça músicas, notícias, etc. 
Mantenha o idoso integrado ao mundo. 
 
 
 
 Leia mais: https://www.escoladapaz.com.br/blog/cuidador-de-idoso 
 Assista ao Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DnNp3PCfHgw 
 
 
 
https://www.escoladapaz.com.br/blog/cuidador-de-idoso
https://www.youtube.com/watch?v=DnNp3PCfHgw
39 
 
 
CUIDADOS NO MANUSEIO DOS MEDICAMENTOS DO IDOSO 
 
 
 
1. O que o cuidador deve saber antes de administrar um medicamento 
no idoso? 
 
O cuidador deve: 
 
• conferir o nome do medicamento e a data de validade; 
 
• confirmar a dose a ser administrada; 
 
• se o medicamento for dado à noite: nunca fazê-lo com as luzes apagadas; 
 
• lavar as mãos antes de pegar no medicamento. 
 
 
2. Como conservar um medicamento? 
 
Você deve: 
 
• mantê-lo em sua embalagem original, em lugar fresco e arejado; 
 
• evitar guardar medicamentos em geladeira (a menos que seja indicado); se 
isso for necessário, coloque-o dentro de um plástico; 
• evitar guardá-lo no armário do banheiro; 
 
• ao usar bolsa de pano, carregar o medicamento dentro de um plástico; 
 
• ao viajar, não colocá-lo no porta-luvas. 
 
 
3. Como deve ser administrado um medicamento por via oral? 
 
Comprimidos 
e cápsulas 
• devem ser tomados com água; • não 
macerar o comprimido; • não abrir as 
cápsulas. 
Gotas • podem ser diluídas com pouco de água; • seguir 
o número de gotas prescrito; • não administrar 
direto na boca. 
Líquido 
(xaropes, 
solução, 
suspensão) 
• administrar sempre a medida prescrita; • 
após, pode-se dar um pouco de água. 
 
 
40 
 
4. E os colírios, como devem ser administrados? 
 
Para os medicamentos a serem aplicados nos olhos deve-se: 
 
• inicialmente, lavar as mãos; 
• aquecer o produto nas mãos; 
• instilar nos olhos o número de gotas indicado; 
• não encostar o bico do frasco nos olhos; 
• observar o prazo de validade, depois de aberto, dado pelo fabricante (se o 
(Fabricante não der o prazo de validade, não usar mais do que sete dias). 
 
5. Como administrar os medicamentos para os ouvidos? 
 
Ao instilar o medicamento no ouvido, deve-se: 
 
• inicialmente, lavar as mãos; 
• deitar a cabeça para o lado oposto ao ouvido a ser tratado; 
• instilar as gotas recomendadas sem encostar o conta-gotas na orelha; 
• não utilizar, após aberto, no prazo superior a 15 dias; 
• não colocar algodão seco para tampar; ele pode absorver o medicamento. 
 
6. Como proceder com os medicamentos para uso nasal? 
 
Ocuidador deve seguir as seguintes orientações: 
 
• inicialmente, lavar as mãos; 
• pedir ao idoso para que assue o nariz; 
• estender a cabeça para trás e manter por um minuto após aplicar o medicamento; 
• instilar nas narinas, o número de gotas indicado; 
• se o idoso sentir o gosto do remédio na boca, isto é normal; 
• não abuse do uso destes produtos; 
• depois de aberto, o medicamento não deve ser utilizado após 15 dias. 
 
7. E os produtos dermatológicos, como aplicá-los? 
 
Estes medicamentos são aplicados sobre a pele e seguem as seguintes 
observações: 
 
• lavar a região onde será aplicado o produto; 
• usar cotonete ou palito de sorvete para aplicar os cremes ou pomadas; 
• se você sentir cheiro ácido, o produto deve ser desprezado; 
 
8. Como devem ser aplicados supositórios? 
 
 
A utilização via retal de supositórios deve seguir as seguintes instruções: 
 
• inicialmente, lavar as mãos; 
• retirar o supositório do invólucro; 
• com a pessoa deitada de lado, introduzir o medicamento no ânus; 
41 
 
• juntar as nádegas por alguns instantes; 
• se o supositório sair inteiro deve-se colocar outro; 
• se o supositório estiver amolecido, pode-se colocá-lo na geladeira 
 
 
 
 
ASSISTA AO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=KO_h_MEWhcs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=KO_h_MEWhcs
42 
 
 
NOÇÕES DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O CUIDADOR DO IDOSO 
 
 
BANHO NO LEITO 
 
 
1. Quais as finalidades do banho no leito? 
 
 
O banho no leito deve ser aplicado no paciente idoso para: 
 
 
• proporcionar conforto e bem-estar; 
• remover sujidades aderidas à pele e odores desagradáveis; 
• estimular a circulação; 
• remover células mortas e microorganismos; 
• favorecer a transpiração. 
 
 
2. O que o cuidador deve saber sobre o banho no paciente idoso? 
 
 
A rotina do banho é essencial. Procure aplicar o banho sempre no mesmo horário e 
não mude a maneira de conduzir o banho. Assim, o cuidador deve: 
 
• na medida do possível, deixar que o idoso realize (quando estiver em condições) 
a tarefa de banhar-se. A melhor maneira de o cuidador agir, é na condição de 
incentivador e auxiliar; 
 
• antes de chamar o idoso para o banho, o cuidador deverá preparar tudo nos 
mínimos detalhes; se os objetos necessários não estão a Mao (sabonete, xampu, 
toalha, roupas limpas), corremos o risco de ter que deixar o idoso sozinho e 
molhado num ambiente potencialmente perigoso; 
 
 
• quando se está preparando o banho, todas as ações devem ser explicadas em 
voz alta, falando clara e pausadamente, uma a uma; 
 
• Banho de chuveiro, com água em abundância e temperatura agradável são 
requisitos indispensáveis; 
 
• ao iniciar o banho, dependendo do grau de autonomia do idoso, deve-se pedir 
que vá se despindo. As ordens devem ser bem claras: “Vamos tirar suas roupas”, 
“Entre no box”, “Passe o sabonete nas axilas”; 
 
 
• todas as ordens bem executadas devem ser acompanhadas de elogios; após o 
banho, o cuidador deve oferecer a toalha, e pedir ao idoso que se seque, 
43 
 
supervisionando principalmente entre os dedos dos pés e nas dobras do corpo. 
Depois, oferecer roupas limpas, peca por peca, explicando onde colocar (a 
camisa, as meias...) e ajudando-o se for necessário; 
 
• o banho também é um ótimo momento para realizar uma revisão sistemática da 
pele, unhas e cabelos, observando assim alguma lesão escondida, rachadura na 
pele ou nos pés, hematomas ou algum outro trauma, escaras que estão 
iniciando, micoses, etc; 
 
• as unhas devem ser cortadas semanalmente; 
 
• o cuidado com a cavidade oral (boca) é importante. A limpeza de próteses 
(dentaduras) ou mesmo dentes naturais, bem como as gengivas, devem ser 
rigorosamente observados, principalmente após as refeições; 
 
• os cabelos devem ser lavados regularmente e revisados em busca de parasitas. 
Os cortes do cabelo e da barba devem ser feitos periodicamente; 
 
• quando o idoso não quiser fazer a sua higiene e nem deixar o cuidador faze- lo, 
você deve manter postura determinada, evitando a confrontação e a discussão, 
conduzindo com firmeza, passo a passo, a execução de toda a tarefa. 
 
MUDANÇA DE DECUBITO 
 
 
Decúbito lateral 
 
 
 
• posicionar-se do lado para o qual se quer virar o idoso; 
• aproximar o paciente para a beira oposta da cama; 
• virá-lo para o seu lado, com movimentos firmes e suaves; 
• apoiar as costas do idoso com travesseiro ou rolo de cobertor; 
• colocar travesseiro sob a cabeça e pescoço; 
• posicionar travesseiro entre as pernas e dobrar o membro inferior que está por 
cima; 
• manter fletido o membro superior que está em contato com o colchão. 
 
Decúbito dorsal 
 
 
• colocar o travesseiro sob a cabeça e pescoço; 
• posicionar rolo de lençol embaixo dos joelhos e das pernas deixando os 
calcanhares livres; 
• colocar aro de borracha na região sacra; 
• colocar suporte na região plantar; 
• assegurar que os membros inferiores estejam alinhados; 
• apoiar os braços sobre travesseiros com os cotovelos levemente flexionados. 
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ARRUMAÇÃO DA CAMA 
 
 
 
• abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho; 
• utilizar lençóis limpos, secos, sem pregas e sem rugas; 
• não deixar migalhas de pão, fios de cabelos, etc, nos lençóis a serem reusados; 
• limpar o colchão, quando necessário, e deixar o estrado na posição horizontal; 
• observar o estado de conservação do colchão, travesseiros e impermeável; 
• não arrastar as roupas de cama no chão, nem sacudi-las; 
• não alisar as roupas de cama, mas ajeitá-las pelas pontas. 
 
 
CUIDADOS COM AS ELIMINAÇÕES INTESTINAIS E URINARIAS 
 
 
O cuidador nunca deve causar constrangimento ou ficar com raiva do idoso, pois, 
além de não ser culpa dele, pode deixá-lo também muito triste, pouco cooperativo e 
até muito mais agitado. Outras dicas para o cuidador: 
 
• se o idoso se perde, não sabendo onde fica o banheiro e não chega a tempo, 
uma das dicas é sinalizar bem a porta do banheiro, com palavras grandes e 
chamativas ou colocar a própria figura de um vaso sanitário. À noite, deixe a luz 
do banheiro acesa. Deixe o quarto do idoso mais perto do banheiro. Em alguns 
casos, deve-se deixar o papagaio/comadre junto à cama. Facilite o uso do vaso, 
com assentos altos e adaptados e barras laterais; 
 
• não restrinja a ingestão de líquido, apenas para o idoso urinar menos; isto pode 
provocar desidratação no idoso e piorar ainda mais seu quadro clinico; 
 
• durante a parte do dia, procure levar o idoso, em intervalos regulares, ao 
banheiro; 
 
• procure vestir o idoso com roupas fáceis de retirar ou abrir. Velcro é uma ótima 
opção, no lugar do zíper ou dos botões; 
 
• o uso de fralda descartável geriátrica pode ser útil à noite; observar se a fralda 
não amanhece muito cheia ou vazando, pois talvez seja necessária uma troca no 
meio da madrugada; 
 
• se o idoso não consegue ir até ao banheiro, para urinar ou evacuar, por 
problemas diversos e a incontinência é mais severa, impõe-se o uso de fralda 
geriátrica durante todo o dia (dia e noite). Nunca deixar fraldas molhadas no 
corpo por muito tempo, evitando assaduras e feridas na pele. Uma boa higiene, 
em cada troca, é muito importante, com o uso de água e sabonete para retirar 
resíduos de fezes e de urina. Nas mulheres, a má higiene pode, inclusive, ser 
causa de infecção urinária. Ao fazer a limpeza, sempre limpar a região anal de 
frente para trás, isto é, da vagina para o ânus, evitando levar fezes para o canal 
da uretra, contaminando a urina. 
 
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Lembre-se: 
 
 
• agitação pode ser um sinal de que o idoso quer urinar ou evacuar; se já usa fralda, 
pode ser necessário trocá-la; 
 
• evitar o estresse no idoso, manter hábitos alimentares regulares, ingestão 
suficiente de fibras e líquido e exercícios diários são fatores que ajudam no controle 
das eliminações

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