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Ligação química e estrutura das moléculas Objectivos • Identificar os tipos de ligação química e as causas da sua ocorrência. • Interpretar as ligações químicas de acordo com a teoria de ligação de valência. • Interpretar a ligação química de uma molécula diatómica com base na teoria de orbitais moleculares. • Identificar as propriedades da molécula com base na sua ligação. 2021/05/04 2 Conteúdos • Teoria do octeto • Ligação iónica • Ligação covalente • Ligação metálica • Ligações intermoleculares • Teoria de orbitais moleculares 2021/05/04 3 Introdução • Para ganhar estabilidade os átomos combinam-se formando moléculas • Teoria do octeto – os átomos combinam-se para alcançar a configuração de um gás nobre • o átomo pode ganhar ou perder electrões (ligação iónica) • partilhar com um outro átomo um ou mais pares de electrões (ligação covalente). 2021/05/04 4 Ligação Iónica • tem lugar normalmente entre elementos electropositivos e elementos electronegativos • ligação entre os metais e não-metais - diferença de electronegatividades igual ou superior a 1.7 • Exemplos NaCl, KCl, Na2S 2021/05/04 5 Ligação Covalente • Ligação covalente - o par de electrões a ser partilhado pertence a ambos os átomos • ligação covalente dativa - o par de electrões a ser partilhado é cedido por um dos átomos • ligação covalente polar • ligação covalente não-polar ou apolar 2021/05/04 6 Ligação Metálica • Ocorre entre átomos de metais • Os tipos de ligação descritos não aparecem normalmente como formas puras de ligação 2021/05/04 7 Ligação iónica Ligação iónica • Elementos com um ou dois electrões de valência – • perdem-nos para ganhar a configuração de um gás nobre • Elementos com seis ou sete electrões de valência – • aceitam-nos para ganhar a configuração de um gás nobre 2021/05/04 9 Ligação iónica • Exemplo – formação de NaCl • Na - 1s2 2s2 2p6 3s1 • Perde um para adquirir a configuração de um gás nobre - o néon Na → Na+ + 1e- • Cloro - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 • Precisa de ganhar um electrão para adquirir a configuração de um gás nobre – árgon Cl + 1e- → Cl – 2021/05/04 10 Ligação iónica • transforma-se num anião com carga -1 • Quando o sódio e o cloro reagem • o sódio perde o seu electrão de valência para o cloro • Os iões Na+ e Cl- formados são mantidos juntos por forças de atracção electrostática, • num arranjo regular designado rede cristalina. Na + Cl → Na+ + Cl - 2021/05/04 11 Ligação iónica •O número de átomos de cada espécie depende do número de electrões cedidos e ganhos •No caso de Ca e Cl por exemplo temos CaCl2 •No caso de um elemento do grupo III (elemento A) e um do grupo VI (elemento B) teríamos a fórmula A2B3 2021/05/04 12 Ciclo de Born-Haber • Cálculo da energia de rede de um composto iónica sempre que não existam dados experimentais • O cálculo do calor de formação é feito então com base na lei de Hess, segundo a qual “o calor de formação é igual a soma dos calores das diferentes etapas” 2021/05/04 13 Ciclo de Born-Haber (cont.) • Calculo do calor de formação de NaCl Na(s) + ½ Cl2(g) → Na +Cl- (s) ΔfH = ? • A equação é decomposta nas seguintes reacções: • sublimação do átomo de sódio Na(s) → Na(g) ΔHsubl= + 108,4 kJ/mol • ionização do átomo de sódio Na(g) → Na+(g) + 1e- ΔHion= + 496,0 kJ/mol • dissociação da molécula de cloro ½ Cl2(g) → Cl(g) ½ ΔHdis= + 121,1 kJ/mol 2021/05/04 14 Ciclo de Born-Haber (cont.) •adição de um electrão ao átomo de Cl no estado gasoso Cl(g) + 1e- → Cl-(g) ΔHel afin= - 348,0 kJ/mol • interacção dos iões Na+ e Cl- formando a rede cristalina do NaCl, • durante este processo liberta-se energia • chamada energia de rede ou energia reticular Na+(g) + Cl-(g) → Na+Cl- (s) ΔHrede= - 788,5 kJ/mol 2021/05/04 15 Ciclo de Born-Haber (cont.) • O calor de formação do NaCl é então igual a: ΔfH = ΔHsubl + ΔHion + ½ ΔHdis + ΔHel afin + ΔHrede ΔfH = -471,55 kJ/mol 2021/05/04 16 Ciclo de Born Haber 2021/05/04 17 Estrutura dos compostos iónicos • Como consequência da interacção entre iões de carga contrária, • os compostos iónicos formam arranjos tridimensionais regulares e repetitivos, • conhecidos como estruturas cristalinas • Algumas propriedades dos compostos iónicos dependem largamente da estrutura cristalina que apresentam • Alguns compostos podem, • em alguns casos e sob condições diferentes (pressões e temperaturas diferentes), 2021/05/04 18 Estrutura dos compostos iónicos (cont.) •exibir diferentes estruturas cristalinas - polimorfismo • O grupo dos compostos iónicos inclui • sais, óxidos, hidróxidos, sulfuretos e grande parte dos compostos inorgânicos • Apresentam elevados pontos de fusão e ebulição • Quando fundidos ou em determinadas soluções - comportam-se como electrólitos 2021/05/04 19 Estrutura dos compostos iónicos (cont.) • A sua solubilidade em água e outros solventes polares • deve-se a sua ionização e consequente interacção dos iões formados com as moléculas polares do solvente • As energias envolvidas na destruição da rede cristalina • são compensadas pela energia libertada na interacção com as moléculas do solvente, • no caso da água se chama energia de hidratação 2021/05/04 20 Célula unitária • As estruturas cristalinas são a estrutura básica que se repete indefinidamente no espaço • são denominadas células unitárias •A estrutura cristalina é determinada por difracção de raios X •Também pode ser determinada pelo método da razão dos raios com base em cálculos de natureza geométrica 2021/05/04 21 Redes de Bravais 2021/05/04 22 Ligação Covalente • G.N. Lewis (1916) - a configuração electrónica do gás nobre pode ser alcançada por partilha de electrões • Consoante o número de electrões partilhados a ligação covalente pode ser: • simples, caso da molécula Cl2: Cl – Cl • dupla, caso da molécula O2 O = O • ou tripla, molécula N2 N ≡ N • a configuração estável é obtida quando o átomo tem a sua volta oito electrões - Regra do Octeto 2021/05/04 24 • Existem compostos que violam a regra do octeto Exemplos: BF3, PCl5 e SF6 • elementos que têm à disposição orbitais d livres, com energia próxima a das orbitais p - podem usar as orbitais d na ligação • Apesar destas violações, a regra do octeto consegue explicar bem as valências • no caso de sistemas simples, mas não dá uma indicação da forma da molécula 2021/05/04 25 Desenho de estruturas de Lewis (1) Colocar os átomos nas suas posições conhecidas e ligar por meio de ligações simples. • Quando não se conhecem as posições relativas dos átomos, • deve-se então escrever todas as posições possíveis. (2) Calcule a diferença entre o nº total de electrões de valência e o nº de electrões usados no passo anterior. • Esta diferença dá o nº de electrões que ainda devem ser acomodados na estrutura, • na forma de pares não-ligantes ou de ligações múltiplas.2021/05/04 26 (3) Os electrões do passo anterior são incorporados inicialmente como electrões não-ligantes, • associados aos átomos externos (não-centrais). (4) Inspeccione a estrutura para verificar se a regra do octeto é cumprida ou não por todos os átomos. • Se esta for violada tente movimentar alguns pares de electrões para solucionar o problema. • P.ex. se o átomo central apresenta uma deficiência de electrões 2021/05/04 27 • tente deslocar alguns pares não-ligantes para formar ligações múltiplas entre estes átomos e o átomo central. (5) Se a molécula contém pelo menos três átomos e uma ligação múltipla, • há uma grande probabilidade de estarmos perante um caso de ressonância. • escreva as diferentes estruturas de ressonância que podem ocorrer. (6) Atribua cargas formais a cada átomo na molécula. 2021/05/04 28 • As estruturas com maior probabilidade de ocorrer são aquelas que têm cargas formais mínimas para um dado átomo. (7) Se duas estruturas ressonantes tiverem a mesma carga formal, a estrutura mais provável seráa que tiver menor número de electrões não ligantes. • A carga formal é calculada usando a relação: 2021/05/04 29 • Exemplos: H2O e SO4 2- 2021/05/04 30 Teoria de Sidgwick-Powell • previsão da forma aproximada de uma molécula com base no • nº de pares de electrões na camada de valência do átomo central, • no caso de moléculas que contêm somente ligações simples. • O método tem como base a minimização da repulsão dos pares de electrões, • a orientação das orbitais é tal que as distâncias entre elas sejam o maior possível 2021/05/04 31 • dois pares de electrões mostram um máximo no seu afastamento quando as respectivas orbitais se dispõem linearmente, formando um ângulo de 180o, • moléculas onde o átomo central tem 3 pares de electrões na sua camada de valência têm estrutura triangular-planar com ângulos de 120o, 2021/05/04 32 • 4 pares de electrões - a estrutura de um tetraedro • O ângulo de ligação é de 109o, • átomo central apresenta 5 pares de electrões, • a molécula tem uma estrutura trigonal bipiramidal, • pode ser vista como resultando a junção de duas pirâmides triangulares pelas bases 2021/05/04 33 • ângulos de 120o no plano e 90o nas posições perpendiculares, • onde ficam os 2 átomos que formam os vértices da pirâmide dupla 2021/05/04 34 • 6 pares electrónicos - estrutura octaédrica • ângulos de 90o • pode ser descrita como uma junção pela base de duas pirâmides quadradas 2021/05/04 35 Teoria da repulsão dos pares de electrões na camada de valência (VSEPR) • VSEPR – valence shell electron-pair repulsion • Gillespie e Nyholm (1957) melhoraram a teoria de Sidgwick e Powell (1) O arranjo das ligações à volta de um átomo central depende do número de electrões existentes (2) A forma da molécula é determinada pela repulsão entre todos os pares de electrões presentes na camada de valência.2021/05/04 36 • O arranjo preferencial adoptado, é aquele que minimiza a repulsão entre as diferentes orbitais (maximização da distância entre elas) - já observado por Sidgwick e Powell. (3) O par de electrões livres ocupa maior espaço que um par de electrões ligantes • este último está sujeito a acção de 2 núcleos enquanto o par de electrões livres tem uma maior liberdade. • A repulsão entre 2 pares de electrões livres é maior que a repulsão entre 1 par de electrões livres e um par ligante ou mesmo entre 2 pares ligantes.2021/05/04 37 ➢ a presença de pares de electrões livres na molécula força os pares ligantes a ocuparem um menor espaço, aspecto que causa uma distorção dos ângulos de ligação ideais. ➢Na presença de pares de electrões livres o ângulo entre pares ligantes passa a ser menor. (3) A magnitude da repulsão depende da diferença de electronegatividade entre o átomo central e o átomo a ele ligado. 2021/05/04 38 (4) As ligações triplas causam maior repulsão que as duplas e estas por sua vez causam uma maior que as simples. • Para perceber o efeito de um par não ligante observemos a seguinte série: • O CH4 forma um tetraedro regular com 4 pares de electrões ligantes - O ângulo H-C-H é de 109° • Na molécula de NH3 teríamos o caso da substituição no tetraedro de um par ligante por um par de electrões livres - O ângulo H-N-H tem nesta molécula o valor de 107º 2021/05/04 39 • A molécula da água pode ser também derivada da molécula do tetraedro regular • por substituição de dois pares ligantes por 2 pares de electrões livres. • Devido a maior repulsão causada pelos 2 pares de electrões livres o ângulo decresce até o valor 104o 2021/05/04 40 Teoria da ligação de valência • proposta por Linus Pauling • os átomos usam as suas orbitais com electrões não- emparelhados para a formação de ligações • Ao formar-se uma ligação tem lugar o emparelhamento dos electrões e os átomos ganham uma configuração de gás inerte • O nº de ligações que cada átomo forma, deveria ser igual ao nº de electrões desemparelhados 2021/05/04 41 • Há casos onde o número de ligações é maior que o número de electrões desemparelhados no estado fundamental • Para explicar tais casos introduziu-se o conceito de promoção: • Desemparelhamento de um par de electrões por passagem de um dos electrões para uma orbital vazia de energia muito próxima • Os dois electrões desemparelhados adicionais permitem a formação de duas ligações adicionais.2021/05/04 42 • A energia libertada durante o processo é superior a energia necessária para a promoção do electrão. • seria de esperar que as orbitais s e p levassem a formação de ligações diferentes e que alguns ângulos de ligação fossem iguais a 90o (ângulo entre as orbitais p) Hibridização • Mistura de orbitais atómicas para a formação de igual número de orbitais híbridas equivalentes 2021/05/04 43 Relação entre o n° de orbitais atómicas, tipos de hibridização e forma geométrica da molécula N° de orbitais atómicas Tipo de hibridização Forma geométrica da molécula 1 s + 1 p sp linear 1 s + 2 p sp2 triangular planar 1 s + 3 p sp3 tetraedro 1 s + 3 p + 1 d sp3d trigonal bipirâmidal 1 s + 3 p + 2 d sp3d2 octaedro 1 s + 3 p + 3 d sp3d3 pentagonal bipirâmidal 2021/05/04 44 • As orbitais híbridas formam normalmente ligações mais fortes que as formadas pelas orbitais s e p, • devido a melhor sobreposição durante a formação da ligação Força de ligação relativa de diferentes tipos de orbitais Tipo de orbital Força de ligação relativa s 1,0 p 1,73 sp 1,93 sp2 1,99 sp3 2,00 2021/05/04 45 • Para uma hibridização efectiva é importante que a energia das orbitais atómicas seja da mesma ordem de grandeza • a sua participação das orbitais d é controversa, • estas têm energias muito maiores que as orbitais s e p do mesmo nível • há dúvidas se a mistura de orbitais d com orbitais s e p é efectiva • Este tipo de hibridização é usado para explicar as ligações na 2021/05/04 46 • molécula de PCl5 • molécula de SF6 • quando o átomo central se liga a átomos fortemente electronegativos (Cl, O, F) • há uma contracção das orbitais d, aspecto que provoca um abaixamento da sua energia, • a qual se aproxima da das orbitais s e p 2021/05/04 47 Ligações σ e π • Nas ligações simples a densidade electrónica é maior entre os dois átomos, • ao longo da linha que liga os dois núcleos • Nas ligações duplas e triplas os electrões também se concentram entre os dois átomos, • não ao longo da linha que os une mas sim acima e abaixo dessa linha 2021/05/04 48 • Numa ligação dupla ou tripla temos sempre uma ligação σ e 1 ou 2 ligações π, respectivamente Ligação metálica • Os metais apresentam propriedades peculiares • a elevada condutividade térmica e eléctrica; • a elevada resistência mecânica e a ductilidade dos metais. • Apesar de a resistência à deformação ser pequena, existem no metal forças de coesão fortes que se opõem a fractura completa; 2021/05/04 49
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