Buscar

Sífilis congênita - resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SÍFILIS CONGÊNITA
DEFINIÇÃO: A sífilis congênita é resultado da
transmissão do Treponema pallidum presente na
corrente sanguínea da gestante para o concepto
via transplacentária ou, ocasionalmente, por
meio de contato direto com a lesão sifilítica no
momento do parto (transmissão vertical).
RESERVATÓRIO: O homem.
AGENTE ETIOLÓGICO: O T. pallidum é uma bac-
téria gram-negativa.
MODO DE TRANSMISSÃO: A transmissão ver-
tical pode ocorrer em qualquer fase da gestação
ou estágio clínico da infecção materna e durante
o parto, se houver lesões genitais maternas. Fre-
quentemente, ocorre devido à não realização do
pré-natal ou tratamento inadequado da gestante.
AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: O quadro clí-
nico é variável, a depender do tempo de exposição
fetal ao treponema (duração da sífilis na gestação
sem tratamento); da carga treponêmica materna;
da virulência do treponema; do tratamento da in-
fecção materna; da coinfecção materna pelo HIV
ou outra causa de imunodeficiência. Esses fatores
poderão acarretar aborto, natimorto ou óbito ne-
onatal, bem como sífilis congênita “sintomática”
ou “assintomática” ao nascimento. Atualmente,
predominam as formas oligo ou assintomáticas. Di-
daticamente, divide-se a sífilis congênita em pre-
coce ou tardia, conforme a manifestação clínica
tenha surgido antes ou depois dos dois primeiros
anos de vida.
Sífilis congênita precoce - É aquela em que os si-
nais e sintomas surgem logo após o nascimento ou
nos primeiros dois anos de vida. Mais da metade
das crianças podem ser assintomáticas ao nascer
ou ter sintomatologia discreta ou pouco específi-
ca. Além da prematuridade e do baixo peso ao
nascer, os principais sinais e sintomas são: hepa-
tomegalia, esplenomegalia, lesões cutâneas (como
por exemplo, condiloma lata, rash maculopapular),
periostite, anormalidades radiográficas, pseudo-
paralisia dos membros, sofrimento respiratório
com ou sem pneumonia, rinite sero-sanguinolenta,
febre, icterícia, anemia e linfadenopatia generali-
zada. Outras características clínicas incluem: pe-
téquias, púrpura, fissura peribucal, síndrome
nefrótica, hidropsia, edema, convulsão e meningi-
te.
- Sífilis congênita tardia É definida como aquela
em que os sinais/sintomas surgem após os dois
anos de idade da criança, geralmente devido à in-
fecção por treponemas menos virulentos ou infec-
ção materna de longa duração. Essa fase da doen-
ça caracteriza-se pelo aparecimento de estigmas
que, em geral, resultam da cicatrização das lesões
iniciais produzidas pelo treponema. As principais
manifestações clínicas são: tíbia em “lâmina de sa-
bre”, articulações de Clutton, fronte “olímpica”,
nariz “em sela”, dentes incisivos medianos supe-
riores deformados (dentes de Hutchinson), mola-
res em “amora”, mandíbula curta, arco palatino
elevado, ceratite intersticial, perda auditiva sen-
sorial e dificuldade no aprendizado.
PERÍODO DE INFECÇÃO: O tempo de evolução é
extremamente variável, geralmente interrompido
com o tratamento.
DIAGNÓSTICO: O diagnóstico representa um
processo complexo, devido ao fato de que aproxi-
madamente 60 a 90% dos recém-nascidos com sí-
filis congênita são assintomáticos ao nascimento
e, mesmo naquelas com alguma expressão clínica,
os sinais e sintomas costumam ser discretos ou
inespecíficos. Não existe uma avaliação comple-
mentar que determine com alta especificidade e
sensibilidade o diagnóstico da infecção na criança.
Deve ocorrer a associação de critérios epide-
miológicos, clínicos e laboratoriais.
- Pesquisa direta; Testes não treponêmicos; Tes-
te treponêmico.
TRATAMENTO: O medicamento para tratamento
de crianças com sífilis congênita é a benzilpenici-
lina (cristalina, procaína ou benzatina), a depen-
der do tratamento da mãe durante a gestação
e/ou titulação de teste não treponêmico da crian-
ça comparado ao materno e/ou exames clínicos/la-
boratoriais da criança. Todas as crianças expos-
tas a sífilis (crianças nascidas assintomáticas e
de mãe tratada de forma adequada e com resulta-
do de teste não treponêmico até uma diluição mai-
or que a materna) ou com sífilis congênita devem
seguir o monitoramento clínico e laboratorial na
Atenção Básica, durante consultas de puericultu-
ra de rotina. Algumas crianças com sífilis congêni-
ta devem ser referenciadas também para serviço
especializado, conforme avaliação de cada caso.
É DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: (regu-
lar); A notificação é registrada no Sistema de In-
formação de Agravos de Notificação (Sinan) me-
diante o preenchimento e envio da Ficha de Noti-
ficação/Investigação de Sífilis Congênita
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE: Rea-
lizar abordagem centrada na pessoa e suas práti-
cas sexuais; Realizar testagem para sífilis em mu-
lheres em idade fértil e sua(s) parceria(s) sexu-
al(is); Contribuir para que a pessoa a reconheça e
minimize o risco de infecção por uma IST; Infor-
mar a pessoa sobre a possibilidade de realizar
prevenção combinada para IST/HIV/Hepatites
Virais; Realizar testagem para sífilis na 1ª consul-
ta de pré-natal, idealmente no 1º trimestre, no
início do 3º trimestre (a partir da 28ª semana),
no momento do parto ou em caso de aborto, expo-
sição de risco e violência sexual; Vacinar contra
hepatite B, de acordo com o calendário de vacina-
ção do PNI do Ministério da Saúde; Orientar para
que a gestante conclua o tratamento, mesmo se
ossinais/sintomastiverem desaparecidos; Agendar
o retorno para seguimento e controle de cura;
Oferecer preservativos(feminino/masculino) e
orientarsobre técnicas de uso emtodas asrela-
çõessexuais; Tratar, acompanhar e orientar par-
cerias sexuais; as parcerias sexuais de casos de
sífilis recente (primária, secundária ou latente
precoce) podem estar infectadas, mesmo apre-
sentando testes imunológicos não reagentes e,
portanto, devem ser tratadas presumivelmente
com apenas uma dose de penicilina intramuscular;
Realizar o manejo adequado de crianças expostas
à sífilis ou com sífilis congênita; Notificar à vigi-
lância epidemiológica todos os casos de sífilis
em gestante e de sífilis congênita;
REFERÊNCIA:
Guia de Vigilância em Saúde : volume único [recurso eletrôni-
co] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em
Serviços. – 3ª. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2019.

Continue navegando