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AULA 1 
CERTIFICAÇÃO E ACREDITAÇÃO 
AMBIENTAL 
Prof. Klaus Dieter Sautter 
2 
TEMA 1 – CERTIFICAÇÃO E ACREDITAÇÃO 
No mercado de hoje temos à disposição diversos mecanismos ligados à 
gestão da qualidade de atividades, produtos e, até mesmo, serviços. Para a 
aplicação efetiva desses mecanismos, devemos levar em conta vários aspectos 
da empresa, como tipo de negócio, mercado, exigências dos clientes, e outros. 
Entre esses mecanismos, dois deles assumem grande importância, sendo 
considerados chaves para uma empresa, uma atividade. São os mecanismos de 
certificação e acreditação. 
Porém, muitos profissionais ainda confundem estes dois conceitos. O que 
é certificação e o que é acreditação? 
1.1 Certificação 
Consideramos a certificação como um processo em que todas as 
atividades da empresa são comparadas a um padrão predeterminado. A empresa 
escolhe, a partir de seus próprios interesses – sejam estes comerciais, legais, em 
relação a seus clientes, ou, até mesmo, interesses ambientais – qual padrão quer 
seguir. Ela implementa as atividades previstas nesse padrão, testa a sua 
efetividade, e então solicita ao órgão certificador uma auditoria. Essa auditoria é 
considerada como de terceira parte, em que um auditor especialista naquele tipo 
de certificação e independente à empresa auditada verifica se esse cumpre, de 
forma correta, todos os itens previstos nesse padrão predeterminado, isto é, nessa 
certificação. Podemos dizer que a empresa deve provar que atende todos os 
requisitos previstos nesse padrão de qualidade escolhido, provendo evidências 
desse cumprimento. Ao final do processo, se o auditor concluir que a empresa 
segue todos os requisitos, ele concede a certificação requerida. 
Podemos concluir que a certificação nada mais é que uma declaração 
emitida por uma parte especializada, independente e que tenha fé pública para 
tal, de que a empresa segue os padrões solicitados. O certificado é o documento, 
digital ou impresso, que comprova a certificação. 
A certificação pode ser concedida a um profissional (certificação 
profissional) ou a uma empresa (certificação de produtos, processos e/ou 
serviços). 
A certificação profissional atesta o nível de qualificação de um profissional 
em uma determinada área, declarando-o como especialista, competente e 
 
 
3 
qualificado nessa área. Pode ser obtida a partir de cursos em instituições 
credenciadas, universidades, conselhos profissionais, entre outros. As 
certificações profissionais podem incentivar promoções no local de trabalho, 
proporcionar aumento no salário, facilitar as recolocações profissionais, melhorar 
o currículo do profissional, e agregar valor à capacidade ao indivíduo. Entre as 
certificações profissionais, podemos citar: Especialista em Gestão de Qualidade, 
Gestão de Processos, Tecnologia da Informação, Gestão de Equipes, Gestão 
Ambiental, entre outros. 
Já a certificação de uma empresa atesta que ela segue padrões 
predeterminados de qualidade e funcionalidade, nos seus produtos, processos 
e/ou serviços. Essas certificações são obtidas em órgãos padronizadores 
nacionais e internacionais, por meio de suas certificadoras autorizadas. Entre as 
certificações mais utilizadas e importantes no mundo inteiro, podemos citar: ISO 
9001: 2015, que promove um sistema de gestão de qualidade nas atividades da 
empresa; ISO 45001: 2018, que é uma norma internacionalmente reconhecida, 
visando a implantação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança 
Ocupacional (SGSSO); ISO 2600: 2010, norma para a gestão da responsabilidade 
social dentro de uma empresa; SASSMAQ (Sistema de Avaliação de Saúde, 
Segurança, Meio Ambiente e Qualidade), para a avaliação de empresas que 
compõem a cadeia logística prestadoras de serviço para Indústrias Químicas; 
ISSO 14001, norma para atestar a qualidade ambiental de uma organização; entre 
outras. 
1.2 Acreditação 
Na acreditação atesta-se se uma empresa é tecnicamente competente em 
relação à prestação de um serviço ou fornecimento de um produto. É claro que 
também, assim como na certificação, deve-se atender a uma série de requisitos 
predeterminados. Porém, na acreditação, a avaliação das conformidades é 
realizada muito mais profundamente, realizando-se testes chamados de testes de 
capacidade técnica, comprovando que a empresa tem a capacitação de realizar 
uma atividade com baixo índice de desvios, ou mesmo nenhum desvio. Esses 
testes têm a função de determinar a competência técnica da empresa, 
identificando inconsistências e problemas específicos dentro de sua área de 
atuação. 
 
 
4 
Um exemplo de acreditação é a ISO IEC 17025: 2015. Essa norma foi 
criada com o intuito de auxiliar na obtenção da qualidade e melhoria do 
desempenho de laboratórios de análises. A norma considera a calibração, o 
ensaio e a amostragem seguida de ensaio. Um laboratório acreditado com a ISO 
IEC 17025: 2015 comprova que este possui um sistema de gestão, que está de 
acordo com ela, mas também demonstra competência (capacidade), técnica para 
realização das análises oferecidas, com o menor índice de erros. 
Um outro tipo de acreditação é a acreditação hospitalar, da Organização 
Nacional de Acreditação (ONA). A acreditação hospitalar tem como principais 
objetivos reduzir os desperdícios de recursos, gerenciar de forma mais eficiente 
as instituições de saúde, proporcionar processos e serviços de excelência, 
garantindo a segurança dos pacientes. Essa acreditação é concedida em três 
níveis diferentes e crescentes, conforme a capacitação da instituição: Nível 1 
(Acreditado); Nível 2 (Acreditação Plena) e Nível 3 (Acreditação por Excelência). 
Quadro 1 – Diferenças e semelhanças entre certificação e acreditação 
Certificação Acreditação 
Verificar se a empresa segue padrões 
predeterminados. 
Verificar se a empresa é competente 
para a prestação de um serviço ou 
fornecimento de um produto. 
Auditoria de terceira parte, 
especializada e independente. 
Auditoria de terceira parte, 
especializada e independente. 
 Teste de Capacidade Técnica. 
Fonte: elaborado pelo autor. 
TEMA 2 – HISTÓRICO DA CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL 
O ser humano, ao longo de sua evolução, foi desenvolvendo cada vez mais 
sua capacidade intelectual. Esse desenvolvimento proporcionou que nós 
pudéssemos aproveitar melhor os recursos ambientais à nossa volta, por 
exemplo, caçando mais, produzindo fogo, aproveitando peles de animais, 
dominando a agricultura, criando animais para diversos fins, desenvolvendo mais 
instrumentos que facilitassem nossas vidas, e assim por diante. Só que isso trouxe 
um preço a ser pago, tanto para a humanidade, quanto ao próprio Planeta: os 
danos que infringimos ao meio em que vivemos. 
 
 
5 
Talvez um dos marcos mais importantes tenha sido o advento da 
Revolução Industrial. Começamos a produzir mais, em economia de escala. Isso 
proporcionou um barateamento dos produtos, fazendo com que mais pessoas 
tivessem acesso a eles. Porém, produzindo em maior quantidade e mais barato, 
começamos a aumentar a demanda de recursos naturais, tanto renováveis quanto 
não renováveis, produzindo uma quantidade muito maior de resíduos. Assim, 
destruindo e poluindo os diversos compartimentos ambientais (água, ar e solo). 
Ao longo do tempo, alguns fatos marcantes foram responsáveis pelo 
aumento da percepção crítica de especialistas e da própria sociedade, quanto ao 
impacto que o ser humano está provocando ao Planeta. Entre esses fatos, 
podemos citar o exposto na Tabela 1. 
Tabela 1 – Incidentes/acidentes ambientais 
Ano Incidente/Acidente Descrição 
1952 Londres (Inglaterra) 
– smog (poluição do 
ar) 
Devido à queima de carvão para 
aquecimento das casas no inverno de 1952, 
e à inversão térmica, formou-se uma camada 
de poluição, chamada de smog. Acredita-se 
que 8 mil pessoas morreram devido a essa 
poluição. 
1956 Baía de Minamata 
(Japão) – poluição 
por mercúrioPoluição por uma indústria química, na Baía 
de Minamata, por mercúrio, contaminando 
toda a cadeia alimentar e provocando mortes 
e doentes crônicos na população. 
1978 Love Canal (EUA) – 
depósito de 
resíduos químicos 
Área residencial contaminada por resíduos 
químicos, atingindo principalmente crianças. 
1986 Chernobyl (União 
Soviética) – 
acidente nuclear 
(Figura 1) 
Explosão de um reator nuclear. Calcula-se 
que 80 pessoas morreram rapidamente e 
mais de 135 mil pessoas tiveram ou ainda 
terão câncer. 
2000 Araucária (PR – 
Brasil) – vazamento 
de petróleo 
Vazamento de 4 milhões de litros de óleo nos 
rios Iguaçu e Barigui, na região 
metropolitana de Curitiba; 60% dos animais 
atingidos morreram. 
Fonte: elaborado pelo autor. 
 
 
 
6 
Figura 1 – Chernobyl 
 
Crédito: Lux3000/Shutterstock. 
2.1 Histórico da certificação ambiental 
A partir desses e outros incidentes/acidentes ambientais, uma nova 
consciência começou a surgir dentro das diferentes sociedades. Filósofos e 
naturalistas, já dos séculos XVII, XVIII e XIX, como Spinoza, Malthus, Darwin e 
Humboldt, alertavam para os danos gerados pela exploração desenfreada do 
meio ambiente. As décadas de 1950 e 1960, principalmente pelos seus grandes 
problemas ambientais, foram chamadas de Décadas da Conscientização, em que 
as pessoas começaram a perceber mais intensamente os problemas causados 
pela poluição. Foram nessas décadas que se iniciaram os movimentos 
ambientalistas pelo mundo, preocupados primordialmente com a contaminação 
da água e do ar. 
Em 1972, ocorreu em Estocolmo, na Suécia, a primeira grande conferência 
mundial sobre o meio ambiente. Aqui concluiu-se que o ser humano não tinha 
mais o direito de poluir indiscriminadamente. A partir desse momento poluir seria 
considerado crime. Por isso, muitos países tornaram mais rígida sua legislação 
ambiental. A década de 1970 foi chamada de Década da Regulamentação e 
Controle Ambiental. 
A década de 1980 foi marcada especialmente por grandes acidentes 
ambientais, como Bhopal (1984, Índia), Chernobyl (1986, União Soviética), Exxon 
Valdez (1989, Alasca). Decidiu-se que, a partir desse momento, deveria ser feita 
uma legislação ambiental que previsse os impactos ambientais das empresas, 
 
 
7 
antes mesmo de elas serem construídas. Surgiu daí o EIA-RIMA (Estudo de 
Impactos Ambientais – Relatório de Impacto no Meio Ambiente). O Brasil foi um 
dos primeiros países do mundo a adotar essa ideia. Ainda na década de 1980, foi 
assinado o Protocolo de Montreal (1987), com o intuito do banimento dos CFCs 
(Clorofluorcarbono), que eram os responsáveis pela diminuição da camada de 
ozônio da nossa atmosfera. Em 1989, foi assinado o Acordo da Basileia, que 
regulamenta o Movimento Transfronteiriço de Resíduos, tendo como grande 
objetivo diminuir a exportação de resíduos perigosos de países ricos para países 
pobres. 
Mas a grande virada na proteção ambiental ocorreu na década de 1990. 
Foi em 1992 que foi realizada a Rio-92, no Rio de Janeiro, até então o maior 
encontro sobre meio ambiente já realizado na história da humanidade. Chegou-
se à conclusão, nessa conferência, que o ser humano deveria passar de ações 
isoladas e localizadas de proteção ambiental, para pensar o sistema como um 
todo. Finalmente o meio ambiente era considerado uma preocupação de toda 
humanidade. As pessoas e as empresas começaram a assumir custos maiores, 
visando menor impacto ambiental. Começamos a rever o uso de matérias-primas 
escassas, uso parcimonioso de energia, reciclagem e desperdício. As relações 
entre empresas, ONGs (organizações não governamentais) e órgãos 
fiscalizadores começaram a mudar, visando a chamada responsabilidade 
solidária, a fim de recuperar a imagem das empresas na sociedade. 
Foi a partir da Rio-92 que discussões intensas foram realizadas, não só na 
própria conferência, mas em muitos países, à procura de soluções para a 
implementação do chamado desenvolvimento sustentável. Essas discussões 
tiveram um papel decisivo para a criação, tanto por governos, órgãos multilaterais, 
quanto por empresas privadas, de normas e padrões de qualidade ambiental. 
Essas regras e normas foram desenvolvidas com o intuito de se introduzir um 
padrão de gestão ambiental, com a finalidade de reduzir desperdícios e minimizar 
os impactos causados pelo ser humano ao meio ambiente. As empresas e a 
sociedade poderiam, assim, produzir mais, com melhor qualidade e utilizando 
menos recursos ambientais. 
Começaram então a surgir as primeiras certificações (rotulagens) 
ambientais. 
Talvez o primeiro programa de certificação (rotulagem) a ser criado tenha 
sido o Blauer Engel (Anjo Azul), em 1977, na Alemanha. Esse programa serviu de 
 
 
8 
exemplo para diferentes programas que surgiram após e contém a descrição do 
motivo pelo qual o produto recebeu o rótulo, como matéria-prima 100% reciclada 
ou reciclável, entre outros. 
O Ecolabel surgiu na União Europeia, em 1987, e tinha como intuito 
promover a produção e o consumo de produtos que tivessem o menor impacto 
ambiental possível, durante todo o seu ciclo de vida (da produção da matéria-
prima original, até a destinação final pós-uso pelo consumidor). 
Em 1992, a British Standards Institution (BSI – Instituto Britânico de 
Padronização), publicou a norma de Gerenciamento Ambiental BS 7750. Esse foi 
o início da uma nova visão sistêmica das certificações ambientais, em que não 
deveríamos mais analisar somente processos isolados, mas a empresa como um 
todo, em que um processo pode impactar outro. 
TEMA 3 – TIPOS DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL 
A fim de contemplar diferentes setores da sociedade e da atividade 
produtiva, com suas exigências e peculiaridades, respectivamente, diferentes 
tipos de certificação ambiental foram desenvolvidos. Todas as certificações 
ambientais têm como objetivo principal, orientar o consumidor sobre quais 
produtos, processos e/ou serviços são menos impactantes ao meio ambiente. 
Quais desses contribuem para a diminuição do impacto sobre o meio ambiente. 
Podemos dividir as certificações ambientais em três grandes grupos: (a) 
certificações ambientais gerais, que podem ser utilizadas para qualquer tipo de 
atividade, mas principalmente indústrias; (b) certificações socioambientais 
agrícolas; (c) certificações socioambientais florestais. 
3.1 Certificações ambientais consideradas de cunho geral 
Neste grupo de certificações colocamos aquelas que podem ser utilizadas 
em diferentes tipos de atividades humanas, inclusive de forma geral. Entre elas, 
podemos citar: 
 Atuação Responsável: criada em 1980 pela Canadian Chemical Producers’ 
Association (Associação Canadense da Indústria Química), a Atuação 
Responsável hoje alcança mais de 40 países. No Brasil ela é administrada 
pela Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM). Visa diminuir 
os impactos ambientais desse ramo industrial, tanto na produção quanto 
 
 
9 
no transporte e no uso de seus produtos. A Atuação Responsável é 
constituída por Códigos Gerenciais. São eles: Segurança de processos, 
Saúde e segurança do trabalhador, Proteção ambiental, Transporte e 
distribuição (SASSMAQ), Diálogo com a comunidade e Gerenciamento de 
produto; 
 SASSMAQ (Sistema de Avaliação de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e 
Qualidade): certificação criada pela ABIQUIM, para dar base a um dos 
códigos gerenciais preconizados pela Atuação Responsável – Transporte 
e Distribuição. Empresas químicas que tenham Atuação Responsável, 
devem contratar basicamente empresas de logística que tenham a 
certificação SASSMAQ, visando a redução dos riscos no transporte de 
produtos perigosos; 
 LEED (Leadership in Energy and Environmental Design – Liderança em 
Energia e Design Ambiental): criada para certificar aquelas edificações que, 
durante a fase de projeto, construção e manutenção, diminuam seus 
impactos ambientais, por meiodo uso de matéria prima sustentável, 
eficiência energética, controle da poluição, uso consciente da água. No 
Brasil e controlada pelo GBC (Greenbuilding Council Brasil) (Figura 2). 
Figura 2 – LEED 
 
Crédito: Holly Guerrio/Shutterstock. 
 AQUA: Controlado pela Fundação Vanzolini, de São Paulo, a certificação 
AQUA (Alta Qualidade Ambiental), foi baseada na certificação francesa 
 
 
10 
HQE (Haute Qualité Environnementale), que visa atestar a alta qualidade 
ambiental de uma construção. Visa obter economia de água e energia no 
uso da construção, redução de custos, valorização do patrimônio, menores 
custos de operação e de manutenção durante a vida útil do 
empreendimento; 
 PROCEL: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica 
coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, que visa promover o uso 
sustentável de energia elétrica, indicando ao consumidor final os aparelhos 
elétricos disponíveis no mercado que sejam o mais eficiente possível no 
uso de energia, além de divulgar e desenvolver hábitos sobre o consumo 
eficiente de energia elétrica no Brasil; 
 ISO 14001: Certificação ambiental criada inicialmente em 1994, já foi 
revista em 2004 e em 2015. A intenção básica da ISO 14001, e toda a série 
ISO 14000, é a de fornecer uma abordagem sistêmica da questão 
ambiental dentro de uma empresa. Estudaremos a ISO 14001 
detalhadamente mais tarde. 
3.2 Certificações socioambientais agrícolas 
Sabemos que a agricultura, quando feita sem critérios, pode causar uma 
série de danos ao meio ambiente, como degradação do solo, da vegetação, e dos 
recursos hídricos, assim como ameaças à vida dos trabalhadores e das 
comunidades em sua área de influência. A certificação socioambiental agrícola 
provê ao consumidor final um indicativo que o produto agrícola que ele consome, 
vem de áreas manejadas de forma correta, contribuindo para a preservação dos 
recursos naturais, destacando agricultores que praticam a agricultura sustentável. 
O conceito das certificações socioambientais agrícolas está baseado no tripé de 
uma produção agrícola realizada de maneira ambientalmente menos impactante, 
socialmente justa e economicamente viável. Entre as certificações 
socioambientais agrícolas mais utilizadas no mundo, podemos destacar: Rede de 
Agricultura Sustentável, Fair Trade, Global Gap, UTZ, IBD, Ecocert, entre outras. 
Estudaremos com mais detalhes algumas dessas certificações. 
 
 
 
 
 
11 
3.3 Certificações socioambientais florestais 
Assim como a agricultura, a Silvicultura, cultivo de florestas plantadas, 
também pode causar sérios danos ao meio ambiente, se for feita de forma 
descontrolada. Para tentar minimizar esses danos, certificações socioambientais 
florestais foram criadas, tendo como pilar a produção florestal feita de maneira 
ambiental menos impactante, socialmente justa e economicamente viável. Os 
programas de certificação socioambiental florestal mais difundidos e importantes 
do mundo são o FSC (Forest Stewardship Council) e o PEFC (Program for the 
Endorsement of Forest Certification Schemes). Analisaremos com mais detalhes 
ambos os programas. 
TEMA 4 – CERTIFICAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS AGRÍCOLAS 
Podemos notar ao longo dos anos uma preocupação muito grande da 
população em ter uma alimentação saudável, e que provoque menores impactos 
ambientais. A procura por alimentos com certificações socioambientais, entre 
elas, alimentos considerados orgânicos, tem aumentado exponencialmente, 
principalmente pela ascensão da chamada classe média e o aumento do poder 
aquisitivo de países em desenvolvimento. 
Para suprir esse mercado e introduzir um novo comportamento entre os 
produtores agrícolas, diferentes certificações e rótulos ambientais foram 
desenvolvidos para o setor agrícola. E todos eles têm um lado em comum. São 
baseados no tripé: produção agrícola ambientalmente menos impactante, 
socialmente justa, e economicamente viável. 
Vamos analisar alguns deles. 
4.1 Norma Rainforest Alliance para Agricultura Sustentável (RAS) 
 A Norma Rainforest Alliance para Agricultura Sustentável (RAS) tem como 
objetivo básico dar apoio ao produtor agrícola visando implementar um processo 
de melhoria contínua da qualidade ambiental dentro da propriedade, aumentar a 
produtividade e a eficiência do processo produtivo, dar apoio no cumprimento de 
toda legislação ambiental e trabalhista, atuar na conservação e na preservação 
dos recursos naturais renováveis e não renováveis. Essa certificação pode ser 
aplicada tanto em propriedades individuais quanto em grupos ou mesmo em 
cooperativas. O produtor que detém essa certificação possui um diferencial no 
 
 
12 
mercado nacional e internacional, mostrando ao seu cliente que produz de forma 
menos impactante ao meio ambiente, respeitando toda a legislação vigente. 
A RAS possui alguns princípios que devem ser seguidos pelas 
propriedades certificadas. São eles: 
 Princípio 1 – Sistema eficaz de planejamento e gestão; 
 Princípio 2 – Conservação da biodiversidade; 
 Princípio 3 – Conservação dos recursos naturais; 
 Princípio 4 – Melhores meios de vida e bem-estar humano; 
 Princípio 5 – Produção de pecuária sustentável – aplicado somente no caso 
de certificação pecuária. 
Ainda, para fins de auditoria e concessão da certificação, a RAS possui 
Critérios Críticos e Critérios de Melhoramento Contínuo. 
Os Critérios Críticos colocam a linha fundamental que o postulante à 
certificação deve seguir. São relacionados com as questões ambientais, 
trabalhistas e sociais, que possuem maior risco e, portanto, maior prioridade 
dentro da propriedade a ser certificada. 
Já os Critérios de Melhoramento Contínuo formam a base de um sistema 
de melhoramento contínuo que deve ser implementado dentro da propriedade, ao 
longo de um período de seis anos, após a sua certificação. Esse melhoramento 
contínuo é baseado em alguns pontos básicos: 
1. Sistemas eficazes de planejamento e gestão; 
2. Vegetação nativa; 
3. Manejo de vida silvestre; 
4. Manejo e conservação de solos; 
5. Conservação da água; 
6. Qualidade da água; 
7. Manejo integrado de pragas; 
8. Manejo de pesticidas; 
9. Manejo de resíduos; 
10. Energia e emissões de gases efeito estufa; 
11. Condições de emprego e salariais; 
12. Salário decente e necessidades essenciais; 
13. Saúde e segurança ocupacional; 
14. Relações com a comunidade. 
 
 
13 
A Certificação RAS ainda permite a Certificação em Cadeia de Custódia. 
Nessa Certificação indústrias e outros que utilizem como base produtos 
certificados pela RAS podem solicitar a certificação em cadeia de custódia de seus 
produtos. E, assim, mesmo não sendo produtores, comprovam a seus clientes 
que utilizam somente matéria-prima com certificação socioambiental agrícola. 
4.2 IBD – Instituto Biodinâmico 
O Instituto Biodinâmico é uma certificadora agrícola, especializada em 
produtos orgânicos, isto é, produzidos sem o uso de agrotóxicos e adubação 
mineral. A certificação socioambiental agrícola do IBD possui credenciamento 
IFOAM (mercado internacional), ISO/IEC 17065 (mercado europeu-regulamento 
CE 834/2007), Demeter (mercado internacional), USDA/NOP (mercado norte-
americano) e aprovado para uso do selo SISORG (mercado brasileiro). O que 
torna essa certificação orgânica de grande valia ao produtor, pois tem grande 
alcance internacional. 
4.3 UTZ 
Criada em 2002 com sede em Amsterdam, na Holanda, a certificação UTZ 
(Bom café, em maia), é especializada em certificação de plantações de café, 
cacau, chá e amêndoas. É baseada em um código de ética que prega o uso de 
práticas agrícolas responsáveis e eficiência no gerenciamento da propriedade. O 
código de Ética é composto pelas seguintes categorias: Gerenciamento da 
Propriedade; Práticas Agrícolas; Condições sociais e de moradia dos 
trabalhadores; Meio ambiente. 
Ainda é possível obter a Certificação em cadeia de Custódia.4.4 RTRS – Associação Internacional de Soja Responsável 
A RTRS (Associação Internacional de Soja Responsável), tem como 
missão principal certificar propriedades produtoras de soja, que produzem de 
forma ambiental menos impactante, socialmente justo e economicamente viável. 
A certificação RTRS é válida por cinco anos e está baseada no padrão RTRS: 
Cumprimento Legal e Boas Práticas Empresariais; Condições de Trabalho 
Responsáveis; Relações Comunitárias Responsáveis; Responsabilidade 
Ambiental; Práticas Agrícolas Adequadas. É possível a certificação de pequenos 
 
 
14 
agricultores, certificação em grupos e certificações multissites, isto é, quando o 
mesmo produtor possui diversas propriedades. A certificação RTRS possibilita 
ainda a chamada entrada progressiva, incluindo requisitos, ao longo do tempo, de 
melhoria contínua. Para isso, foram criados indicadores em categoria de 
relevância. Assim o produtor pode adotar progressivamente os critérios, dentro de 
prazos planejados, a fim de obter a certificação. 
4.5 Bonsucro 
A Bonsucro foi criada a fim de proporcionar ao consumidor final uma 
alternativa de produção de cana-de-açúcar com menor impacto socioambiental e 
viabilidade econômica. Essa certificação pode ser utilizada tanto por usinas de 
álcool e açúcar, quanto pelas propriedades que fornecem às usinas. É constituída 
por cinco princípios, sendo: 1. Obediência à legislação em vigor no local de 
instalação; 2. Respeito aos direitos humanos e condições de trabalho; 3. 
Administração e rastreabilidade da produção, com intuito de aumentar a 
sustentabilidade; 4. Conservação da biodiversidade e serviços ambientais; 5. 
Melhoria contínua. Esses cinco princípios ainda são subdivididos em 28 critérios 
e 69 indicadores. 
TEMA 5 – CERTIFICAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS FLORESTAIS 
As certificações socioambientais agrícolas têm o intuito de promover a 
atividade florestal sustentável, isto é, com menor impacto ambiental, socialmente 
justo e economicamente viável. As certificações mais difundidas no mundo 
atualmente são o FSC e o PEFC. Vamos discorrer um pouco sobre cada 
certificação. 
5.1 FSC (Forest Stewardship Council) 
O Forest Stewardship Council (FSC), ou Conselho de Manejo Florestal, é 
uma organização de cunho mundial, que visa a conservação ambiental e o 
desenvolvimento sustentável de florestas. É formada por ambientalistas, 
pesquisadores, engenheiros florestais, empresários, trabalhadores e grupos 
indígenas, assim como instituições certificadoras. 
O FSC tem como objetivo básico disseminar o bom manejo florestal, 
harmonizando benefícios sociais e viabilidade econômica. 
 
 
15 
O processo de certificação do FSC é formado pelas seguintes etapas: 
1. Contato inicial – a operação florestal entra em contato com a certificadora; 
2. Avaliação – consiste em uma análise geral do manejo, da documentação e 
da avaliação de campo. O seu objetivo é preparar a operação para receber 
a certificação. Nessa fase são realizadas as consultas públicas, quando os 
grupos de interesse podem se manifestar; 
3. Adequação – após a avaliação, a operação florestal deve adequar as não 
conformidades (quando houver); 
4. Certificação da operação – a operação florestal recebe a certificação. 
Nessa etapa, a certificadora elabora e disponibiliza um resumo público; 
5. Monitoramento anual – após a certificação é realizado pelo menos um 
monitoramento da operação ao ano. 
O FSC possui três modalidades de certificação: Manejo Florestal, Cadeia 
de Custódia, Madeira Controlada. A Certificação de Manejo Florestal dá a certeza 
ao consumidor final que a floresta, tanto plantada, quanto nativa, é manejada de 
forma responsável, seguindo os critérios do próprio FSC. A Certificação em 
Cadeia de Custódia (CoC) permite a rastreabilidade do produto utilizado, desde a 
produção da matéria-prima até o consumidor final. Na prática, permite que o 
consumidor final tenha controle total de onde vem a matéria-prima que é utilizada 
na produção dos diferentes produtos. Já a Certificação de Madeira Controlada, 
visa orientar as empresas certificadas pela FSC a evitar que consumam produtos 
considerados inaceitáveis pela FSC, como: Madeira explorada ilegalmente; 
Madeira explorada em violação de direitos tradicionais e humanos; Madeira 
oriunda de florestas nas quais altos valores de conservação estejam ameaçados 
por atividades de manejo; Madeira oriunda de florestas sendo convertidas em 
plantações ou uso não florestal; e Madeira de florestas nas quais árvores 
geneticamente modificadas sejam plantadas. 
Em 2019, a FSC possuía mais de sete milhões de hectares certificados 
dentro da categoria de Manejo Florestal, com 131 operações florestais. Já na 
categoria Cadeia de Custódia, contava com 1050 certificados. 
5.2 PEFC (Pan European Forest Certification) 
O PEFC foi criado em 1999, tendo sede em Genebra, na Suíça. 
Inicialmente era considerada uma certificação somente de cunho europeu, como 
 
 
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mostra o nome, mas hoje é considerada uma certificação mundial com dominância 
de boa parte do mercado internacional. O diferencial do PEFC é que não é 
formado por um único tipo de certificação, mas sim um sistema, conforme cada 
país participante, não possuindo um único procedimento a nível mundial, como o 
FSC. Permite certificar o manejo florestal e cadeia de custódia. A nível mundial, 
os critérios a serem seguidos nacionalmente são: respeito à legislação vigente no 
local de instalação; conservação da biodiversidade; proteção de áreas 
consideradas de interesse ecológico; proibição das chamadas conversões 
florestais; proibição do uso de agrotóxicos considerados perigosos e de 
organismos geneticamente modificados; respeito aos direitos dos indígenas; 
respeito aos direitos trabalhistas e respeito ao direito de propriedades e às 
comunidades tradicionais. 
O Brasil é integrante do sistema PEFC, por meio do Programa Cerflor, que 
é apoiado, aqui no Brasil, pelo Instituto nacional de Metrologia, Normatização e 
Qualidade Industrial (INMETRO). 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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<https://www.abiquim.org.br/programas>. Acesso em: 11 fev. 2020. 
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<https://vanzolini.org.br/aqua/>. Acesso em: 11 fev. 2020. 
BONSUCRO. Guia para o padrão de produção. Bonsucro, 2017. Disponível em: 
<https://www.bonsucro.com/wp-content/uploads/2017/04/bonsucro-ps-gdc-
portuguese.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2020. 
FSC. FSC Brasil, s.d. Disponível em: <https://br.fsc.org/pt-br>. Acesso em: 11 fev. 
2020. 
IBD. IBD Certificações, s.d. Disponível em: <https://www.ibd.com.br/>. Acesso 
em: 11 fev. 2020. 
MOURA, L. A. B. de. Qualidade e gestão ambiental. 4. ed. São Paulo: Juarez 
de Oliveira, 2004. 
ONA. Organização Nacional de Acreditação, s.d. Disponível em: 
<https://www.ona.org.br/>. Acesso em: 11 fev. 2020. 
PEFC. PEFC, s.d. Disponível em: <https://www.pefc.org/>. Acesso em: 11 fev. 
2020. 
PROCEL. Procel, s.d. Disponível em: <http://www.procelinfo.com.br/main.asp>. 
Acesso em: 11 fev. 2020. 
RAS. Rainforest Alliance. Imaflora, s.d. Disponível em: 
<https://www.imaflora.org/certificacao-socioambiental_agricola.php>. Acesso em: 
11 fev. 2020. 
RTRS. Round Table Responsible Soy. RTRS, s.d. Disponível em: 
<http://www.responsiblesoy.org/?lang=pt>. Acesso em: 11 fev. 2020. 
SEIFFERT. M.E. B. Gestão Ambiental: instrumentos, esferas de ação e 
educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2007. 
UTZ. Programa De Certificação Rainforest Alliance 2020. UTZ, s.d. Disponível em: 
<https://utz.org/language-landingpage/portuguese/>. Acesso em: 11 fev. 2020.

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