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Características dos Fungos

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Maria Eduarda de Alencar – Odontologia 2019.2 
 
Fungos 
Introdução 
- Os fungos são organismos eucariontes, 
unicelulares – leveduras – ou pluricelulares – 
filamentosos – com parede celular contendo 
quitina e α-glucano, cosmopolitas – presentes 
em qualquer parte do planeta – são encontrados 
na água, no ar atmosférico, no solo, sobre os 
animais e vegetais vivos, na matéria orgânica 
em decomposição, nos produtos alimentícios e 
industriais; 
 
OBS.: Diferentemente dos vegetais, eles não 
possuem clorofila nem pigmentos fotossintéticos, 
obtendo sua energia por absorção de nutrientes; 
não armazenam o amido e não apresentam 
celulose na parede celular, com exceção de 
alguns fungos aquáticos inferiores. 
- São considerados seres heterotróficos, 
necessitando de materiais orgânicos já formados 
– servem como fonte de energia e como 
constituintes celulares. Devido a rigidez da sua 
parede celular, sua nutrição é por absorção de 
nutrientes solúveis simples; 
- Por não possuírem clorofila, o substrato precisa 
fornecer substâncias já elaboradas indispensáveis 
à alimentação, obrigado os fungos a viverem em 
estado de saprofitismo, parasitismo, simbiose ou 
mutualismo: 
- Saprófitas Obrigatórios: Fungos que vivem 
exclusivamente em matéria orgânica morta, não 
podendo parasitar organismos vivos; 
- Parasitas Facultativos ou Saprófitas 
Facultativos: Fungos capazes de causar doenças 
ou de viver em restos orgânicos, de acordo com 
as circunstâncias; 
- Parasitas Obrigatórios: Fungos que vivem 
exclusivamente atacando organismos vivos; 
- Realizam respiração celular ou fermentação para 
obtenção de energia, e sua reserva energética é 
sob a forma de glicogênio – como os animais; 
- A maioria dos fungos têm como necessidades 
nutricionais, os elementos C, O, H, N, P, K, Mg, S, 
B, Mn, Cu, Mg, Fe e Zn. Muitas espécies não 
necessitam de luz para seu desenvolvimento, já 
outras necessitam para formar suas estruturas de 
reprodução – fototróficas (que buscam a luz); 
- A taxonomia do Reino Fungi está em evolução e 
ainda é controversa. Os fungos de importância 
médica pertencem a quatro filos: 
- Ascomycota: Reprodução sexuada em um saco 
chamado de ascos com produção de esporos – 
ascósporos; 
- Basidiomycota: Reprodução sexuada em um 
saco chamado de basídio com a produção de 
basidiósporos; 
- Zygomycota: Reprodução sexuada por gametas 
e assexuada pela formação de zigósporos; 
- Fungos Mitospóricos (Fungi Imperfecti): Inclui 
a maioria dos fungos patogênicos. Não possui 
forma de reprodução sexuada reconhecível. 
Célula Fúngica 
- Os fungos podem ser unicelulares ou 
pluricelulares. Suas células são constituídas por: 
parede celular, membrana plasmática, citoplasma, 
núcleo e cápsula; 
→ Parede Celular 
- Responsável pela rigidez da célula fúngica; 
- Composta por: glucanas, mananas, quitina, 
proteínas e lipídios. Glucanas e Mananas + 
Proteínas = glicoproteínas, glicomanoproteínas e 
manoproteínas; 
- A parede celular pode apresentar variações em 
sua composição, dependendo da espécie e da 
idade do fungo, da composição do substrato de 
crescimento, do pH e da temperatura; 
- A quitina é o principal componente estrutural da 
parede celular dos fungos; 
→ Membrana Plasmática 
- A membrana plasmática dos fungos tem as 
mesmas funções da membrana encontrada em 
outras células; 
- Está ligada ao citoplasma e é composta de 
duas camadas de fosfolipídios revestidas por 
proteínas. Apresenta uma série de invaginações 
que dão origem a um sistema de vacúolos ou 
vesículas, responsáveis pelo contato entre o meio 
externo e o interno; 
- A membrana citoplasmática dos fungos contém 
esteróis na forma de ergosterol – nos animais é 
colesterol. Essa diferença se constitui em 
 
 
importante sítio de ação de antifúngicos – atuam 
na síntese do ergosterol tendo toxicidade seletiva 
para o fungo; 
→ Citoplasma 
- É onde ocorrem as sínteses e o metabolismo 
energético e plástico; 
- No citoplasma são encontrados: inclusões de 
glicogênio, vacúolos de alimentos e gorduras 
– são de vários tamanhos e podem ter função de 
reserva ou digestiva – mitocôndrios – tem DNA 
e, dependendo do grupo de fungos, podem ter 
várias formas, tamanho e relação com outras 
organelas – responsáveis pelos mecanismos 
energéticos, condrioma, ribossomos e retículo 
endoplasmático – sistema comunicante que se 
espalha pela célula, pode ou não ser revestido 
externamente por ribossomos – responsáveis pela 
síntese de proteínas; 
- O aparelho de Golgi é um sistema de vesículas, 
canalículos e estruturas tubulares, envolvido em 
processos de síntese e secreção, e ligado à 
química de carboidratos; 
→ Núcleo 
- Os fungos podem ter um, dois ou mais núcleos 
envoltos por uma carioteca de natureza lipídica; 
- No interior do núcleo encontra-se o nucléolo, que 
contém DNA, RNA e proteínas, e que é o local de 
produção do RNA ribossomal; 
→ Cápsula 
- Alguns fungos apresentam uma cápsula 
mucopolissacarídica com estrutura fibrilar 
composta de amilose e de um poliosídeo; 
- A cápsula é importante na patogênese do fungo, 
pois ela dificulta a fagocitose. 
Morfologia dos Fungos 
- Os fungos incluem, basicamente, as leveduras, 
os bolores ou mofos – fungos microscópicos – e 
os cogumelos – são considerados fungos 
superiores, macroscópicos; 
→ Leveduras 
- São unicelulares, esferoidais ou ovais, e podem 
se reproduzir assexuada ou sexuadamente; 
- Reprodução assexuada pode ocorrer por: 
cissiparidade ou divisão direta e brotamento 
ou gemulação; 
- Cissiparidade ou Divisão Direta: O núcleo 
das células em desenvolvimento se divide em 
dois, por amitose, e um septo divide a célula 
original em duas células filhas exatamente iguais 
à célula de origem; 
 
- Brotamento ou Gemulação: Ocorre a 
formação de um broto ou gêmula num 
determinado ponto da célula. O núcleo se divide 
em dois, por amitose, e um deles migra para o 
broto, que cresce e se separa da célula mãe; 
 
- Algumas espécies de leveduras reproduzem-
se também por processo sexuado, ocorre a 
fusão celular de duas células compatíveis – 
plasmogamia – posteriormente ocorre a fusão 
nuclear – cariogamia – seguida de meiose, como 
ocorre em Saccharomyces cerevisiae; 
- Espécies do gênero Candida, em determinadas 
condições de cultivo, reproduzem-se por 
sucessivos brotamentos em cadeia, formando 
um filamento semelhante ao dos bolores – 
pseudo-hifa ou pseudomicélio filamentoso; 
 
- Em meios de cultivo, as leveduras apresentam 
colônias pastosas ou cremosas, de cor variável 
dependendo da espécie – branca, creme, rosa, 
laranja ou preta; 
→ Bolores 
- São filamentosos, multicelulares, com células 
tubulares denominadas hifas, cujo conjunto é 
denominado micélio; 
- Em cultivo, apresentam colônias filamentosas, 
que podem ser algodonosas, aveludadas, 
pulverulentas ou com outras características e 
com os mais variados tipos de pigmentação; 
 
 
- O micélio dos bolores pode ser dividido em duas 
partes morfologicamente distintas: o micélio 
vegetativo – cumpre as funções de crescimento 
da espécie – e o micélio reprodutivo – estrutura 
morfológica diferenciada produzida em muitos 
setores do micélio vegetativo e que tem funções 
de reprodução e disseminação da espécie, 
através da formação de esporos (propágulos); 
OBS.: Qualquer fragmento do micélio vegetativo, 
desde que contenha um núcleo, pode se 
reproduzir e perpetuar a espécie. 
- Micélio Vegetativo: Pode apresentar septos 
ou não, e nesse caso é denominado cenocítico, 
dependendo da espécie fúngica, pode apresentar 
outras estruturas de propagação ou resistência 
com morfologias específicas: 
- Artrósporo ou Artroconídio: Fragmentação do 
micélio em elementos retangulares com formação 
de parede espessa ao redor; 
- Clamidósporo ou Clamidoconídio: Célula 
geralmente arredondada, de volume aumentado, 
com parede dupla e espessa, com localização 
apical ou intercalar ao micélio; 
- Esclerócio: Corpúsculo duro e parenquimatoso 
de coloração escura, formado pelo 
entrelaçamentode hifas, encontrado em várias 
espécies de fungos; 
- Rizoides: Prolongamentos semelhantes a uma 
raiz vegetal, com a função de absorver alimentos; 
- Além dessas, muitas outras estruturas 
morfológicas podem ser observadas no micélio 
vegetativo, algumas vezes caracterizando uma 
determinada espécie fúngica; 
 
- Micélio Reprodutivo 
- Importante na identificação morfológica de 
muitas espécies de fungos, cumpre as funções de 
preservação e disseminação da espécie; 
- É caracterizado por estrutura morfológica 
diferenciada, responsável pela formação de 
células especiais, os esporos – propágulos; 
OBS.: Em algumas espécies, os esporos são 
produzidos também ao longo do micélio vegetativo 
e são denominados esporos sésseis. 
- A forma como os esporos se apresentam 
varia muito, eles podem ser cilíndricos, elípticos, 
fusiformes, ovoides, baciliformes, piriformes e de 
outras formas, hialinos ou pigmentados, simples 
ou septados, com septos transversais, 
longitudinais, lisos, verrucosos ou ciliados, 
grandes, pequenos. Sua forma, muitas vezes, 
define morfologicamente um gênero ou espécie; 
- De acordo com sua origem, os esporos podem 
ser assexuados ou sexuados; 
- Esporos de Origem Assexuada: Ocorre com 
a formação de esporos endógenos ou exógenos e 
tem grande importância na dispersão dos fungos, 
pois origina um grande número de propágulos; 
- Endósporos: Esporos endógenos, formados em 
hifas especiais, esporangióforos, que aumentam 
de volume na extremidade, originando o 
esporângio. Dentro do esporângio, os núcleos 
que migraram a partir das hifas se dividem por 
clivagens sucessivas, com a formação de uma 
membrana em volta, constituindo o 
esporangiósporo; 
 
- Ectosporos: São esporos que se formam nas 
extremidades dos conidióforos – hifas especiais, 
onde as células conidiogênicas são formadas – e 
que recebem o nome de conídios – podem ser 
agrupados, simples ou catenulados, hialinos ou 
pigmentados, com parede lisa ou rugosa, com 
várias formas (esféricos, elípticos, fusiformes, 
cilíndricos, piriformes); 
 
OBS.: Em alguns fungos, o conjunto conidióforo-
conídio é formado dentro de picnídios. 
- Esporos de Origem Sexuada: Esse tipo de 
reprodução é extremamente variada e assegura a 
flexibilidade que permite a adaptação a condições 
adversas – variabilidade genética; 
 
 
- Ocorre no micélio de reprodução e inicia-se com 
a plasmogamia ou fusão de duas células 
compatíveis haploides (n). Após a plasmogamia, 
ocorre a cariogamia ou fusão dos núcleos, mas 
os cromossomos não se fundem, permanecendo 
separados. Dessa forma, a célula resultante fica 
com o dobro de cromossomos (2n) e inicia um 
processo de divisão por mitose. O bolor cresce, 
formando o micélio vegetativo e de reprodução. 
Nos órgãos de reprodução, ocorre um processo 
meiótico que reduz o número de cromossomos, 
retornando a haploidia (n). 
OBS.: A reprodução sexuada ocorre entre fungos 
filamentosos, cogumelos e também entre algumas 
espécies de leveduras. 
- Os esporos de origem sexuada também podem 
ser divididos morfologicamente em endósporos e 
ectósporos: 
- Endósporos de Origem Sexuada: São 
denominados ascósporos, formados no interior 
de células especiais, os ascos. Os ascos com os 
ascósporos são encontrados no interior de 
receptáculos, os ascocarpos: Peritécio – 
ascocarpos esférico com uma abertura, o ostíolo – 
cleistotécio – ascocarpo fechado sem ostíolo – e 
apotécio – ascocarpo totalmente aberto, em 
forma de taça; 
OBS.: A maior parte dos fungos de interesse 
médico, inclusive as leveduras, reproduz-se na 
fase sexuada pela formação de ascos com 
ascósporos, estruturas características da divisão 
Ascomycota. 
- Ectosporos de Origem Sexuada: 
Basidiósporos formados na extremidade de uma 
hifa fértil, chamada de basídio. Caracterizam 
representantes da divisão Basidiomycota, que 
engloba os cogumelos.

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