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O sistema cardiovascular tem como função básica garantir a circulação para todos os órgãos e tecidos, para transportar e distribuir substancias essenciais aos tecidos e células, como ofertar os nutrientes e oxigênio e retirar os catabólicos e dióxidos de carbono, além de permitir outras atividades das células sanguíneas. Participa, também, de mecanismos homeostáticos como a comunicação hormonal e o controle térmico. Por apresentar automatismo próprio, independe da ação central para o seu funcionamento, apesar dos processos de regulação momento-a- momento. Assim, os constituintes do sistema circulatório são: coração, vasos sanguíneos (artérias, capilares e veias) e sistema linfático. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA 1. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA E PULMONAR 2. SANGUE OXIGENADO E NÃO OXIGENADO 3. REGULAÇÃO LOCAL E AUTONÔMICA (SNA) 4. DÉBITO CARDÍACO (repouso: 6 litros/min e máximo 20 litros/min) 5. DISTRIBUIÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO (fluxo muscular no repouso é cerca de 1,2 litros/min (20 % do DC); no exercício intenso de 12 litros/min (65 % do DC máx.)). Ritmo cardíaco: mecanismos especiais do coração que promovem a sucessão continua de contrações cardíacas, que por sua vez transmiti potenciais de ação pelo musculo cardíaco, causando os batimentos rítmicos do coração. ANATOMIA FUNCIONAL DO CORAÇÃO Coração humano adulto pesa cerca de 250-400g, é um órgão único, muscular e fibroso cuja função é bombear o sangue. No repouso o coração bombeia cerca de 5 a 6 litros/min de sangue ou 7.500 litros/dia; o valor máximo bombeado durante alguns minutos pode chegar de 20 a 25 litros/min; e se for mantido um exercício moderado por todo o dia, teríamos um bombeamento cardíaco de 17.000 litros/dia. Com relação ao número de pulsações, a frequência cardíaca (FC) varia entre 65 a 90 bat/min no repouso, podendo chegar a uma FC de até 200 bat/min. Assim, no repouso o coração pulsa cerca de 4.200 vezes por hora ou 100.000 por dia; num exercício mantido (120 bpm) durante todo o dia, teríamos 7.200 pulsações/hora ou 170.000/dia. Para fins didáticos, o coração pode ser dividido por duas bombas distintas: o coração direito, que bombeia o sangue para o pulmão, e o coração esquerdo, que bombeia o sangue para os órgãos periféricos (circulação sistêmica). Cada uma desses corações é uma bomba pulsátil de duas câmaras, composta por um átrio (bomba auxiliar ou aurícula de reforço), e um ventrículo (bomba principal). Cada átrio é fraca bomba de escova (primer pump) para o ventrículo, ajudando a propelir o sangue para seu interior. Os ventrículos, por sua vez, fornecem a força de bombeamento principal que propele o sangue através (1) da circulação pulmonar, partindo do ventrículo direito, ou (2) da circulação periférica, do ventrículo esquerdo. Apresenta, também 4 válvulas que mantém o fluxo sanguíneo intracardíaco unidirecional, duas válvulas atrioventriculares (separando os átrios dos ventrículos) e duas válvulas semilunares (separando os ventrículos das artérias que deixam o coração). Localização: fica localizado logo abaixo do osso esterno, entre a 3º e 7º costelas, em forma de cone truncado, no adulto com cerca de 12 cm de comprimento e 9 de largura, apoiado sobre o musculo diafragma, próxima a linha media do tórax (mediastino), com cerca de 2/3 de sua massa para o lado esquerdo. O ápice dirige-se para a frente, para baixo e para a esquerda; a base dirige-se para trás, para cima e para direita. Pericárdio: é uma membrana delgada que envolve o coração, tem uma função de proteção, e, em parte, delimita a posição anatômica do coração; pode ser dividido em pericárdio fibroso (tecido conjuntivo superficial irregular, denso e inelástico) e o seroso (profundo, junto ao coração e com camada fina). Endocárdio: camada mais interna. Miocárdio: camada intermediária, espessa é o músculo cardíaco. Epicárdico: camada mais externa (parte visceral do pericárdio seroso). *o sangue tem um único sentido → unilateral Ventrículo direito → sua parede possui uma pequena espessura, com as fibras orientadas longitudinalmente. Sua contração é tipo sanfona, com baixa força contrátil Ventrículo esquerdo → sua parede possui uma grande espessura, suas fibras são organizadas na forma elíptica, sua contração também. Possui alta força contrátil, com altos valores pressóricos. Cito esqueleto, ou esqueleto fibroso, apresenta alta resistência elétrica entre átrios e ventrículos e aloja as válvulas. o processo contrátil da fibra muscular cardíaca (miócito cardíaco) é idêntico ao da fibra esquelética, possuindo as mesmas proteínas contrateis, no entanto, a disponibilidade de cálcio para a indução do coração provém de 3 fontes, sendo retículo endoplasmático, mitocôndrias e do liquido extracelular (LEC). A organização histológica das fibras cardíacas não permite identificar claramente o contorno total da célula, pois apresenta uma estrutura denominada discos intercalares (elas são na verdade membranas celulares que separam as células miocárdicas umas das outras. Assim, as membranas se fundem entre si, de modo a formarem junções “comunicantes” permeáveis que permitem rápida difusão, quase totalmente livre, dos íons. Assim, do ponto de vista funcional, os íons se movem com facilidade pelo fluido intracelular, ao longo do eixo longitudinal das fibras miocárdicas, com os potenciais de ação se propagando facilmente de uma célula muscular cardíaca para outra, através dos discos intercalados), que oferece baixa resistência elétrica. Desta maneira, a atividade elétrica de uma fibra se propaga para as vizinhas, e todas se contraem ao mesmo tempo. Devido a isso, dizemos que o coração é um sincício funcional, e essa característica é fundamental para elevar a pressão cardíaca dentro da câmara cárdica, para que assim aja a ejeção de sangue desta câmara para a estrutura seguinte. O coração tem 5 propriedades importantes: ➢ CRONOTROPISMO: frequência das pulsações cárdicas (automatismo) ➢ INOTROPISMO: força de contração cardíaca (contratibilidade) ➢ DROMOTROPISMO: velocidade da contração nervosa no coração (condutibilidade) ➢ BATMOTROPISMO: excitabilidade do coração(excitabilidade) ➢ LUSITROPISMO OU DISTENSIBILIDADE: capacidade de relaxamento do coração, permite o maior enchimento de sangue no coração durante o período diastólico. (distensibilidade) *A adrenalina tem cronotropismo positivo, assim aumenta a FC. Já a acetilcolina tem efeito de cronotropismo negativo. ATIVIDADE ELÉTRICA DA FIBRA CARDÍACA A distribuição iônica dos LIC e do LEC na fibra muscular cardíaca é idêntica ao do neurônio ou da fibra muscular esquelética (não totalmente igual, mas muito parecido), o que faz a bioexcitabilidade da célula cardíaca se assemelhar ao do neurônio. Ela não é totalmente igual, devido ao fluxo iônico de cálcio, além do sódio e potássio e ao tempo dos eventos da despolarização e repolarização. No neurônio mielinizado estes eventos ocorrem em cerca de 1 a 3 mseg, enquanto que na fibra cardíaca pode variar entre 500 a 1000 mseg (para a FC de 120 a 60 bpm, respectivamente), tal fato é importante para garantir tempo suficiente para o enchimento de sangue nas câmaras cardíacas. Para conhecer os eventos elétricos da despolarização e repolarização e seus fluxos iônicos nestes dois tipos de células cardíacas, insere-se um microelétrodo exploratório no LIC e um eletrodo no LEC para a mensuração das correntes elétricas. No coração há dois tipos diferentes de células (fibras): FIBRAS DE TRABALHO: desempenham o processo contrátil, geram grande tensão contrátil, tem baixo automatismo e apresentam despolarização rápida (fibras rápidas); estão localizados em átrios e ventrículos, com grande abundancia nos ventrículos. FIBRAS NODAIS: são fibras cardíacas que perderam as proteínas contrateis e asso, nãocontraem, mas ganharam a propriedade de gerar e propagar potenciais de ação, apresentam alto grau de automatismo, despolarização lenta (fibras lentas) e estão localizadas nos nódulos sinusal, atrioventricular; feixe de His e rede de Purkinje → ATIVIDADE ELÉTRICA DA FIBRA CARDÍACA- TRABALHO Fase 0: há o influxo de sódio pelos canais rápidos, devido ao gradiente de concentração do sódio, que é maior que o LEC, e ao gradiente elétrico, interior da fibra carregado negativamente; é assim em gradiente eletroquímico. A proteína “M” → a proteína M de um canal se abre e, por ser voltagem dependente, outros canais nas suas proximidades também se abrirão e assim sucessivamente, promovendo um fluxo muito grande e rápido de sódio para o interior da fibra cardíaca (retroalimentação positiva). Até a o ponto 0 mV (“overshoot”) o influxo de sódio é pelo gradiente de concentração, após o overshoot, a força atuante para o influxo de sódio é o gradiente de concentração. o O veneno nefrotóxico tetradotoxina (TTX) inibe a ação dos canais de sódio, tornando esta fase muito lenta, levando a uma IC, o que ocasiona o óbito. Fase 1: quando os canais de sódio se fecham, a celula começa a se repolarizar á medida que o potássio deixa a celula pelos canais de potássio abertos Fase 2 (fase de platô): ocorre o influxo lento de sódio e cálcio, pelos canais lentos de sódio e cálcio, ao mesmo tempo, ocorre o efluxo lento de potássio, promovendo poucas variações na ddp. Essa fase é tempo dependente e nada a altera, nem a presença de novo estimulo (está em período refratário) ou drogas farmacológicas. Ela é importante para GARANTIR O ADEQUADO ENCHIMENTO DAS CAMARAS CARDICAS. Fase 3: ocorre o efluxo rápido de potássio a favor do gradiente eletroquímico, tornando a célula ligeiramente polarizada. Fase 4: ação da Bomba de sódio-potássio, o que permite a volta do potencial de ação à -85mV (é denominada também de pré- potencial ou potencial diastólico final). Esta fase sofre grandes influencias da ação autonômica, da temperatura, das variações iônicas e de drogas farmacológicas, e tem a capacidade de alterar/ajustar a FC rapidamente. → ATIVIDADE ELÉTRICA DA FIBRA CARDÍACA- NODAL FASE 0: ocorre o influxo lento de sódio, pelos canais lentos. A proteína “M” → a proteína M está sempre parcialmente aberta, promovendo o influxo de sódio (aos poucos, de maneira lenta) e esta propriedade garante a estas células a capacidade de auto gerar potenciais de ação (automatismo próprio). o A tetrodotoxina não altera esta fase do potencial de ação (despolarização lenta). NAS FIBRAS NODAIS NÃO EXISTE A FASE 1 E 2 (PLATÔ), OBSERVADAS NA FIBRA DE TRABALHO. FASE 3: ocorre o efluxo lento de potássio, apenas pelo seu gradiente de concentração (sua repolarização acontece de forma lenta). Fase 4: ocorre a ação da Bomba sódio-potássio (regula a concentração do LIC e do LEC→retira excesso de sódio que entrou, e de potássio que saiu). Durante essa fase a velocidade do efluxo de sódio é superior a seu influxo (observada na fase 0). o pré- potencial ou potencial diastólico final, pela sua “inclinação”, irá determinar a FC a cada momento (essa inclinação demora mais para chegar no limiar, demorando, assim, para recomeçar as fases novamente). A região do nódulo sinusal ou sinoatrial, por ter a maior taxa de disparo (alto disparo, despolarização), com uma frequência intrínseca de 110 bpm, é denominada de MARCA PASSO CARDÍACO. Se este nó não auto despolarizar- se, assume o comando o nódulo átrio-ventricular (AV), porem com uma frequência de disparos menor, na faixa de 50 bpm (ainda compatível com a vida, porém com algumas limitações) Considerando-se que a FC de repouso no adulto é na faixa de 65 a 90 bpm (média de 80 bpm), isto significa inferir que, no repouso, a sistema parassimpático (nervo vago) reduz a frequência de disparo sinusal. *o marca passo, nódulo sinusal, é modelado (regulado pelo SNA vegetativo, momento a momento) *no exercício predomina a ação simpática A comunicação elétrica do coração começa comum potencial de ação em uma célula autoexcitavel. A despolarização se espalha rapidamente para as células adjacentes através das junções comunicantes nos discos intercalares. A onda de despolarização é seguida por uma onda de contração que passa para o átrio e depois para o ventrículo. A despolarização começa no nó sinoatrial (nó AS → células autoexcitáveis localizadas no átrio direito, que atuam como principal marca passo do coração). A onda de despolarização se propaga rapidamente por um sistema especializado de condução, constituído por fibras autoexcitáveis não contrateis. Uma via intermodal ramificada conecta o nó AS ao nó atrioventricular (nó AV → um grupo de células autoexcitáveis localizadas próximo ao assoalho átrio direito). Do nó AV, a despolarização move-se para os ventrículos. As fibras de Purkinje (células de condução especializadas) transmitem sinais elétricos muito rapidamente a partir do feixe de His (também chamado de fascículo atrioventricular, fascículo AV), localizado no septo intraventricular. Percorrido um curto caminho no septo, o fascículo se divide em ramo esquerdo e direito. Esses ramos continuam se deslocando para o ápice do coração, onde se dividem em vários ramos menores chamados rede de Purkinje O SINAL ELETRICO para a contração começa quando o nó AS dispara um potencial de ação e a despolarização se propaga para as células adjacentes pelas junções comunicantes. A comunicação elétrica é rápida pelas vias de condução intermodais, mas mais lentamente através das células contrateis do átrio. Quando os potenciais e ação encontram o esqueleto fibroso do coração na junção entre átrios e ventrículos. Esta barreira impede que os sinais elétricos sejam transferidos dos átrios para os ventrículos. Consequentemente, o nó AV é o único caminho através do qual os potenciais de ação podem alcançar as fibras contrateis dos ventrículos. O sinal elétrico passa do nó AV para o fascículo AV e seus ramos até o ápice do coração. As fibras de Purkinje transmitem os impulsos muito rapidamente, com velocidade de até 4ms, de modo que todas as células contrateis do ápice se contarem quase ao mesmo tempo. Como o sangue é bombeado para fora dos ventrículos através das aberturas localizadas na parte superior dos ventrículos, se o impulso elétrico vindo dos átrios fosse conduzido diretamente para os ventrículos, estes iniciariam a contração pela parte superior. Logo, o sangue seria impulsionado para baixo e ficaria represado na parte inferior dos ventrículos. A contração do ápice para a base empurra o sangue pelas aberturas das artérias situadas na base do coração (a ejeção de sangue dos ventrículos é ajudada pelo arranjo em espiral dos músculos nas paredes. Quando esses músculos se contraem, eles aproximam o ápice da base, impulsionando o sangue para fora através das artérias. A segunda função do nó AV é atrasar um pouco a transmissão dos potenciais de ação, permitindo que os átrios completem sua contração antes que os ventrículos comecem a se contrair. O retardo do nó AV é causando pela diminuição na velocidade de condução através das células do nó AV (1º NA, 2º N, 3º NV). A ultima parte a se despolarizar, é a primeira à se repolarizar. Quando esta repolarizando os ventrículos, está despolarizando os átrios CICLO CARDÍACO CONCEITOS FUNCIONAIS DO CORAÇÃO FREQUENCIA CARDÍACA (FC): número de contrações (pulsações) cardíacas por minuto (valor previsto no repouso: 80 bpm) VOLUME SISTÓLICO (VS) OU DE EJEÇÃO: volume de sangue que o ventrículo lança na circulação arterial (pulmonar ou sistêmica) a cada batimento (da ordem de repouso médio 70ml) DEBITO CARDÍACO (DC) OU VOLUME MINUTO CARDÍACO (VMC): volume de sangue bombeado pelo ventrículono período de um minuto (5/6 litros por minuto) DC= VS x FC DUPLO PRODUTO (DP): produto da FC e PAS (pressão arterial sistólica), indica o trabalho cardíaco, ou seja, quanto o coração está gastando para conseguir bombear o sangue (9500 mmHg x bat/min) DP= FC x PAS VOLUME DIASTÓLICO FINAL (VDF) OU PRÉ CARGA: volume de sangue contido no ventrículo imediatamente antes da sístole ventricular, ou seja, volume no momento final da diástole (valor médio 130ml) VOLUME SISTOLICO FINAL (VSF) OU RESIDUAL: volume de sangue contido no ventrículo no final da sístole ventricular, ou seja, volume de sangue presente no coração quando termina a sístole (valor médio 50ml). VOLUME SISTOLICO (VS) OU DE EJEÇÃO: volume de sangue que o ventrículo lança na circulação arterial em cada batimento cardíaca, ou seja, volume de sangue que o coração lança na artéria/ circulação (valor médio 80ml) * volume da pré carga – o volume residual= volume de ejeção, assim, 130-50= 80ml FRAÇÃO DE EJEÇÃO (FE): fração do VDF que é ejetado num batimento cardíaco, ou seja, capacidade que o ventrículo de bombear para a circulação, sendo de 50- 60% do volume de sangue contido no ventrículo. PÓS-CARGA: valor da pressão arterial que deve ser vencido pela contração ventricular, ou seja, para que o volume de sangue sistólico seja ejetado para a circulação a pressão gerada pelo ventrículo tem que ser superior a pressão diastólica mínima (VD > 10 mmHg e VE> 80mmHg – pressão arterial diastólica é por volta de 10 mmHg) → FASES DO CICLO CARDÍACO DIÁSTOLE: é o período de relaxamento do coração; a pressão nas câmaras cardíacas neste momento é baixa e a câmara (átrios e ventrículos) encontram-se enchendo de sangue. Logo após esse período há a contração cardíaca. SÍSTOLE: é o período de contração do coração, a pressão nas câmaras cardíacas é elevada e, num dado momento, pela abertura das válvulas cardíacas, ocorre a ejeção de sangue (expulsão). Durante a sístole o sangue vai do local de maior pressão para o de menor pressão, quando houver comunicação entre as estruturas. Durante o ciclo cardíaco há uma sucessão entre os períodos de diástole e sístole. EX: o sangue passa do VE para a artéria aorta por que em um determinado momento a pressão no ventrículo é maior que na artéria. O contrário não acontece, devido as válvulas semilunares, impedindo o sangue de refluir. LEMBRE-SE a atividade mecânica (contração) vem sempre após a atividade elétrica. Primeiro ocorre a despolarização, observada pelo traçado eletrocardiográfico e depois contrátil. Como a onda de despolarização atrial apresenta um retardo na propagação pelo nódulo AV (e função das 3 camadas NA, N, NV), primeiro ocorre a despolarização dos átrios e sua contração e depois (nunca junto) a despolarização e contração ventricular. Essa propriedade permite o adequado enchimento ventricular antes de sua contração. AS FASES DO CILCO CARDIACO SÃO: 1- DIÁSTOLE ÁTRIO-VENTRICULAR (átrios e ventrículos, esquerdo e direito, estão relaxados) 2- SÍSTOLE ATRIAL 3- SÍSTOLE VENTRICULAR (não é ao mesmo tempo que na atrial, retardo nódulo AV) 3.1- FASE ISOVOLUMETRICA (o ventrículo está em contração, mas ainda não há ejeção de sangue pelas artérias, ou seja, o volume não se altera) 3.2- FASE EJEÇÃO (o volume contido no ventrículo está sendo ejetado) 4- DIÁSTOLE VENTRICULAR 4.1- FASE ISOVOLUMETRICA (o ventrículo está relaxado, mas não há alteração do seu volume) 4.2- FASE DE ENCHIMENTO (momento que o sangue chega no ventrículo e começa a se encher. Enchimento rápido no início, assim que a válvula de abre, e enchimento lento após a abertura da válvula). 1- DIÁSTOLE ÁTRIO-VENTRICULAR O sangue que chega pelas veias cavas, desagua no átrio direito (AD), neste momento, como a válvula tricúspide está aberta, o sangue que chega no AD passa direto para o ventrículo direito (VD), uma vez que o indivíduo está em ortostase (ereto), o sangue escoa pela ação da gravidade (de todo o sangue que chega no ventrículo direito, cerca de 70% é pela ação da gravidade). Com a chegada do sangue, pela propriedade de lusitropismo (distensibilidade), o VD vai cedendo, sem aumentar a pressão interna. No lado esquerdo, sangue que chega das artérias pulmonares, desaguam no átrio esquerdo (AE), ocorrendo, em seguida, o mesmo processo descrito no lado direito. No momento AV as pressões nos átrios e nos ventrículos são baixas. As válvulas tricúspide e bicúspide estão abertas, mas as semilunares estão fechadas, pois a pressão nas artérias está maior que nos ventrículos. 2- SÍSTOLE ÁTRIAL A despolarização dos átrios (pelo nódulo sinusal) se propaga pelos dois átrios promovendo a contração atrial. Isso faz com que aja um aumento na pressão no interior dos átrios, assim, o sangue contido nos átrios tem dois caminhos. No lado direito, parte do sangue reflui para as veias cavas, pois não existe válvula entre as veias cavas e o átrio direito; e no lado esquerdo, parte do sangue reflui para as veias pulmonares (esse sangue que reflui para as veias é o primeiro a chegar nos átrios no próximo batimento cardíaco). O segundo caminho é a passagem do átrio para o ventrículo. Isso, agora em função da contração atrial, elevou a pressão no interior dos átrios (é pressão assume o valor de +/- 8 mmHg). Nesse ponto as válvulas AV estão abertas, recendo 30% do sangue restante nos átrios (lembrando que 70% foi recebido pela ação da gravidade), e as válvulas semilunares permanecem fechadas. 3- SÍSTOLE VENTRICULAR A despolarização dos dois ventrículos (complexo QRS) e começa a contração ventricular (direito e esquerdo). Assim que os ventrículos começam a sua contração, a pressão interna aumenta rapidamente, ficando maior que a pressão nos átrios. Como o sangue vai de maior pressão para menor pressão, a tendencia do sangue é refluir para os átrios, porém, isso é impedido pelas válvulas AV (tricúspide e bicúspide) que se fecham. O fechamento dessas válvulas provoca um ruído cardíaco (ou primeira bulha cardíaca). Devido à pressão nos ventrículos ser maior que nos átrios, e como as válvulas AV estão orientadas no sentido átrio-ventricular, um fluxo contrário (sentido ventrículo- átrio) promove o fechamento rápido e adequado (sem gasto de energia) das dessas válvulas (a densidade das válvulas e a mesma que a do sangue, então, o que faz as valvas abrirem e fecharem é a variação de pressão nos dois lados, nas duas câmaras). Como ainda a pressão nos ventrículos é menor que nas artérias, as válvulas semilunares permanecem fechadas. Apesar da contração ventricular e o aumento da pressão interna dos ventrículos, o sangue não sai, denominando a SÍSTOLE VENTRICULAR FASE ISOVOLUMÉTRICA. A pressão nos ventrículos continua a aumentar até ficar superior à das artérias (acima de 18-25 mmHg), deste modo, a válvula semilunar pulmonar se abre, permitindo a passagem de sangue do VD para as artérias pulmonares. No VE, quando a pressão fica superior à da artéria aorta (acima de 80-90 mmHg), a válvula semilunar aórtica se abre e o volume de sangue é ejetado para a artéria. Nesse ponto as válvulas AV estão fechadas e as válvulas semilunares estão abertas, denominando a SÍSTOLE VENTRICULAR FASE DE EJEÇÃO. 4- DIÁSTOLE VENTRICULAR Neste momento os átrios já estão relaxados, e começa a diástole ventricular, e como consequência, sua pressão começa a cair, e rapidamente a pressão nos ventrículos se torna menor que nas artérias, assim, a tendência do sangue era refluir, mas é impedido pelo fechamento das válvulas semilunares. Esse fechamento promove o segundo ruido cardíaco (segunda bulha cardíaca). Apesar da pressão estar menor que nas artérias. Os ventrículos ainda estão com a pressão maior que nos átrios, portanto,as válvulas AV permanecem fechadas. Nesse momento as 4 válvulas estão fechadas. Não há o enchimento ventricular, assim como não há ejeção, apesar dos ventrículos estarem relaxados, denominando DIÁSTOLE VENTRICULAR FASE ISOVOLUMÉTRICA. Contudo, a pressão continua caindo, até que fica inferior ao dos átrios, promovendo a abertura das válvulas AV, e o sangue contido nos átrios passa rapidamente para os ventrículos, denominando DIÁSTOLE VENTRICULAR FASE DE ENCHIMENTO. Reinicia outro ciclo cardíaco. → As válvulas atrioventriculares e as semilunares têm o papel importante em manter o fluxo sanguíneo unidirecional e impedir o retorno de sangue para uma estrutura anterior (regurgitação). A contração dos músculos papilares puxa as cordas tendíneas para o ventrículo, impedindo que entre nos átrios e passe a ter um fechamento inadequado (esse fechamento inadequado promove o sopro cardíaco ou até mesmo a regurgitação). Denominamos de valvulopatias um grupo de doenças que se caracterizam pela presença de lesões nas válvulas cardíacas, são eles: ESTENOSE: quando as válvulas não conseguem abrir totalmente, pode ser devido a espessamento fibroso ou calcificação das valvas, assim, forma uma resistência para sangue ao passar por ela. INSUFICIENCIA OU REGURGITAÇÃO: quando a válvula não consegue fechar totalmente, pode ser devido a febre reumática ou disfunção dos músculos papilares; com isso há retorno de sangue para a cavidade anterior (regurgitação). PROLAPSO: é o deslocamento de um ou mais folhetos das válvulas AV (mitral em especial) para dentro de maneira acentuada, ou seja, quando as válvulas AV se fecham elas entram parcialmente dentro do átrio, o que é normal, mas em alguns indivíduos esse deslocamento é anormal, muito aumentado. → AORTA: expansão sistólica e recolhimento diastólico. Considerando que as artérias podem ser consideradas como uma mola, quando há contração do VE, o sangue é bombeado sob pressão para artéria aorta, e quando ela recebe esse volume com pressão, a mola se distende, em um mecanismo chamado de expansão sistólica (aumenta o diâmetro da artéria aorta). No entanto, quando a válvula semilunar aórtica se fecha, essa mola tende a voltar, sendo denominado de Recolhimento diastólico. Se não existisse esse mecanismo, e as artérias fossem rígidas, nos só iriamos ter fluxo nesta artéria durante a sístole. Esse mecanismo permite, que mesmo na diástole, a artéria continua tendo fluxo sanguíneo. → CURVAS DE PRESSAO INTRA-CARDÍACAS Curvas de pressão intra-cardíacas: coloca o cateter dentro da estrutura que deseja e registra o ciclo cardíaco e o que está acontecendo, reunindo todos os registros em um único gráfico. ➢ Curva de pressão atrial (cateter posicionado no AE, mas o mesmo acontece no AD) no momento inicial da curva, a sístole atrial ainda não começou, portanto está em diástole atrioventricular, deste jeito, a pressão em ambos os átrios se aproxima de zero (1-2 mmHg), essa pressão se deve somente a chegada de sangue na cavidade intra-atrial. Em seguida, tem a despolarização atrial seguida da contração atrial, elevando a pressão (primeira onda do gráfico), o aumento da pressão não é muito acentuado (10-15 mmHg). Essa pressão se elevou graças a sístole atrial, e o sangue que estava no átrio passa para as veias (a parcela que reflui) ou para os ventrículos, e logo a pressão cai. Neste momento a curva de pressão intraventricular, curva azul, ficou ligeiramente superior a curva de pressão atrial (em preto). Quando isso ocorre o sangue tende a refluir e ao fechamento da válvula mitral (a prova disso é a curva fonocardiograma, no qual nota-se a primeira bulha cardíaca, ou seja, o ruido causado pelo fechamento das válvulas AV). Após, há uma pequena elevação não curva de pressão intra-atrial, que leva o nome de onda C. Essa onda se deve a entrada normal das válvulas AV no átrio, elevando sua pressão interna (discreta, cerca de 5 mmHg), em resumo, a onda C representa a protofusão valvar, das válvulas AV, e, direção aos seus átrios. A curva que antecede a onda C, é denominada de onda A, contração atrial. Quando a o escoamento de sangue, a pressão no átrio (D e E) vem próximo a zero, ocorrendo a enchimento atrial, em seguida, obtendo uma discreta elevação da pressão intra-atrial, que é o sangue que chega no átrio e encontra as válvulas AV fechadas, e lá permanecem (esse volume de sangue provoca uma discreta elevação da pressão, no máximo 6 mmHg, nos dois átrios). E seguida permanece constante, logo após tem uma queda, dada pela abertura das válvulas AV, e o sangue que estava nos átrios passa para os ventrículos (a pressão intra-atrial se aproxima e se mantem próximo de zero, podendo chegar no zero), até que tenha no próximo batimento uma nova sístole atrial (formando onda A, onda C...). ➢ Curva de pressão ventricular (cateter posicionado no ventrículo) Na diástole ventricular, a pressão intraventricular esquerda está próxima de zero, pois, mesmo que o ventrículo está recebendo sangue, ele tem a propriedade de lusitropismo (distensibilidade). Logo após a uma pequena elevação (4-5 mmHg) no ventrículo, no qual, forma uma onda de pressão idêntica a atrial. Essa pequena elevação da pressão intraventricular, significa a chegada de um volume adicional de sangue durante a sístole atrial. Ate esse momento a curva e os valores pressóricos em VD e VE são iguais. Em seguida ocorre a despolarização ventricular (complexo QRS), seguido da sístole ventricular. A curva cresce muito rapidamente, ficando maior que a pressão intra-atrial (tanto que temo fechamento da válvula AV), observando a primeira bulha cardíaca. Essa pressão continua crescendo rapidamente, e durante um certo tempo o volume ventricular permanece constante. A pressão intraventricular está maior que nos átrios e menor que nas artérias, isso significa que está em sístole ventricular fase isovolumétrica. Após esse ponto, a pressão ventricular passa a ser maior que na aorta, abrindo a válvula semilunar aórtica (algo semelhante acontece com o lado direito, mas com valores menores). Esse sangue está sendo ejetado para a artéria aorta (pico da onda maior), ao redor de 120 mmHg, chamado de pressão arterial máxima, ou, como ocorre durante a sístole ventricular, também é chamado de pressão arterial sistólica. A partir do pico máximo, no qual, já ouve a ejeção do sangue, assim como já está ocorrendo a onda T no ECG, a pressão começa a cair. Ate um certo ponto, a pressão ventricular está inferior na artéria aorta, isso leva ao fechamento da válvula semilunar aórtica (idem no lado direito), promovendo a segunda bulha cardíaca. Em um determinado momento, a pressão ventricular esta menor na artéria e maior que no átrio, esta etapa é a diástole ventricular fase isovolumétrica. Em um determinado ponto, a pressão no ventrículo fica menor nos átrios, ocorrendo a abertura da válvula AV. a partir desse ponto, o ventrículo esta recebendo sangue, sem alteração da pressão, que esta próximo a zero. Para o ventrículo esquerdo, o menor valor pressórico é próximo a zero (ate mesmo zero), e o maior valor é 120 mmHg (pode ser maior), já no ventrículo direito, a curva é semelhante, mas o valor máximo é aproximadamente 25mmHg (tanto no VE, quanto no VD o individuo esta em repouso). ➢ Curva de pressão aórtica Na diástole atrioventricular a pressão na aorta está caindo lentamente. Em um determinado tempo, chega no seu menor valor, é exatamente no momento antes de iniciar a sístole ventricular, isso é denominado de pressão arterial mínima, ou pressão arterial diastólica (em torno de 80 mmHg). Quando ocorre a contração ventricular e a abertura da válvula semilunar, a artéria recebe o volume de sangue sob pressão (pela contração do ventrículo), e a pressão intra-aorticase eleva rapidamente, em um crescimento da curva semelhante a do ventrículo. No momento em que atinge o maior valor, o ponto é chamado de pressão arterial máxima, ou pressão arterial sistólica. Após o valor máximo, começa a haver uma queda lenta de pressão (fase lenta de ejeção ventricular. Em um determinado tempo, a pressão ventricular fica menor que na aorta, assim, a tendencia do sangue era refluir, o que não acontece devido o fechamento da válvula semilunar aórtica, formando a segunda bulha cardíaca. No momento em que a curva desce, sobe um pouco, sobe novamente e volta a descer, provoca um entalhe na curva, que só é observado na pressão intra- aortica, é denominado de incisura dicrótica, ou seja, é um artefato que ocorre na curva de pressão intra-aortica, devido a cinética do fechamento da válvula semilunar aórtica. Essa pressão continua a caindo, devido à ocorrência do fluxo do cajado da aorta para toda a circulação sistêmica. Em seguida os eventos voltam a se repetir. ➢ Volume ventricular Na diástole AV, chega sangue no ventrículo, chega sangue nos ventrículos, nesse momento vai estar com um volume de mais ou menos 100 ml. Em seguida, com a sístole atrial, promove a chegada de 30% adicionais de sangue no ventrículo, chegando a ficar com volume máximo de aproximadamente 120-130 mmHg. Na contração isovolumétrica, o volume não se altera, assim é chamado de volume diastólico final, ou Pré-carga, sendo o maior volume contido nos ventrículos (no VD o volume é igual). Com a abertura da válvula semilunar, o sangue escoa para a aorta, diminuindo o volume nos ventrículos (ejeção rápido no primeiro momento, e ejeção lenta no segundo momento). Na fase isovolumétrico, o volume permanece constante, sendo o menor volume contido nos ventrículos (aproximadamente 50-55 ml), este é chamado de volume diastólico final, ou volume residual. Com a abertura da válvula AV, o sangue contido nos átrios promove o enchimento rápido dos ventrículos, crescendo rápido seu volume, após a abertura, temo enchimento lento (enchimento médio de 70%), e recomeça tudo novamente. → BULHAS CARDÍACAS As BULHAS ou RUIDOS CARDÍACOS são sons produzidos pelo fechamento das válvulas cardíacas. Com o auxílio do estetoscópio ausculta-se facilmente a primeira (TUM) e a segunda (TÁ) bulha. PRIMEIRA BULHA: um som agudo gerado pelo brusco fechamento das válvulas atrioventriculares. SEGUNDA BULHA: um som mais grave gerado pelo brusco fechamento das válvulas semilunares. TERCEIRA BULHA: raramente audível com o estetoscópio, mas pode ser identificada pelo fonocardiograma e representa a vibração das paredes dos ventrículos durante o enchimento ventricular rápido ou a vibração dos músculos papilares, ou seja, quando esta chegando rapidamente sangue para os ventrículos, esse sangue choca-se nas paredes dos ventrículos e dos músculos papilares. Existe uma região como se fosse um cone de projeção no precórdio, porem esse cone não guarda uma relação direta da localização da valva e do ponto de ausculta. Foco aórtico (ponto marrom): segundo espaço intercostal direito justo a margem direita do esterno (3 cm do esterno). Foco pulmonar (ponto azul): segundo espaço intercostal esquerdo justo a margem direita do esterno. → segunda bulha cardíaca. Foco tricúspide (ponto em amarelo): quinto espaço intercostal esquerdo, junto ao apêndice xifoide do esterno. Foco mitral (ponto vermelho): quinto espaço intercostal esquerdo na linha mamilar. → MECANISMO DE FRANK-STARLING Já vimos que o coração tem a propriedade da distensibilidade (ou lusitropismo) e, assim, quando o sangue chega nos ventrículos vai haver distensão no comprimento de suas fibras ventriculares, posicionando o tamanho do sarcômero mais próximo do tamanho ideal, onde se tem a maior força contrátil e o maior volume de ejeção. Quando o volume diastólico final (VDF) é baixo e o coração se contrai, o faz com baixa pressão e baixo volume sistólico (VS); a medida que aumenta o VDF, posiciona o sarcômero em seu comprimento ideal e tem-se a maior força contrátil e maior VS. Se houver ainda maior elevação do VDF, fora dos valores de normalidade, a interação actina-miosina no sarcômero reduz-se e assim a força contrátil e o VS. *mecanismo que ajusta força contrátil e, portanto, o volume sistólico, é independente do SNA, ação local da actina e miosina • Se experimentalmente for diminuindo o valor de VSF, o volume sistólico vai diminuindo, pois no nível ascendente da curva, a interação actomiosinico não está ideal, o sarcômero já está parcialmente contraído, não gerando uma força muito grande. • Individuo com ICC apresenta uma distensibilidade tão grande, que o volume SF diminui, prejudicando a interação actomiosinico, ou seja, o volume sistólico está muito baixo. Assim, pelo posicionamento dos sarcômeros, não consegue gerar VS e debito cardíaco normal, promovendo vários prejuízos sistólicos periféricos, levando a insuficiência mecânica do coração e morte do indivíduo. HEMODINÂMICA HEMODINÂMICA é o ramo da fisiologia cardiovascular que estuda as leis reguladoras da circulação sanguínea. Muitas dessas leis aplicadas à circulação sanguínea tiveram origem inicialmente na hidrodinâmica, que são validas em todos os fluidos, com algumas correções. Estes fluidos são a água, ar e sangue, entre outros, sendo o grande diferencial entre elas as suas densidades. Densidade mercúrio> densidade sangue> densidade água> densidade ar O fluxo sanguíneo vai sempre da região de maior pressão para a de menor pressão. A força motriz (que move o fluxo) deste fluxo é a diferença de pressão (P) entre dois pontos considerados do sistema e, quando maior o P, maior será o fluxo sanguíneo, expresso em litros/minutos. Já a pressão no sistema cardiovascular é expressa em mmHg. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA: da artéria aorta para as veias cavas CIRCULAÇÃO PULMONAR: da artéria pulmonar para as veias pulmonares. • Tudo que rege a circulação sanguínea é estudado pela hemodinâmica • Fluxo é volume por tempo. → CARACTERISTICAS DOS VASOS SANGUÍENOS Na circulação temos, numa sequência anatômica, as artérias de grande calibre, depois as de médio e pequeno calibre, os esfíncteres pré-capilares, os capilares, as vênulas e, finalmente, as veias de médio e grande calibre. Pode-se conhecer os gradientes pressóricos (P), os volumes sanguíneos, áreas, de secção transversa dos conjuntos de vasos no mesmo segmento vascular e a velocidade de fluxo nos diferentes leitos vasculares. • O primeiro elemento a ser observado é a espessura da parede: Aa. Aorta: espessura 2mm Aa. Media: 1mm Aa. Pequena (arteríola): 20µ Esfíncter pré-capilar: 30 µ (é maior q a anterior, pois vai fazer o controle do fluxo capilar, e tem uma quantidade de musculatura lisa muito grande, que vai permitir através de uma vasodilatação ou vasoconstrição desses esfíncteres controlar o fluxo sanguíneo para os capilares) Capilar verdadeiro: 1 µ (espessura muito pequena, só uma camada de células, isso é importante, pois nessa estrutura dos capilares é que acontece as trocas entre o que está dentro dos capilares com o que está no interstício e na célula desse tecido (e o mesmo em sentido contrário). Isso permite o processo de transporte pela membrana endotelial do capilar de maneira bem fácil) Vênula: 2 µ Veia: 0,5mm Veia cava: 1,5mm Assim, a espessura é maior nas artérias, vai diminuindo, há uma elevação no esfíncter pré-capilar, atinge o menor valor no capilar (apenas uma camada endotelial de células). A partir desse ponto, vai aumentando, ate a espessura da veia cava. Se compara a artéria de maior calibre (aorta), com a veia de maior calibre (cava), observa-se que na artéria a espessura é um pouco maior q na veia (2mm e 1,5mm respectivamente), poisna veia as pressões são muito baixas, sendo assim, não precisa uma parede com espessura muito grande para suportar o sangue venoso. Na artéria há um volume sob uma pressão elevada (artéria submetida a uma pressão elevada é denominado de RESERVATORIO DE PRESSAO) • Segundo parâmetro é a luz do vaso: AA. aorta: 2,5cm AA. media: 0,4 cm Arteríolas: 30 µ Esfíncter pré-capilar: 35 µ Capilar: 8 µ Vênula: 20 µ Veia media: 0,5cm Veia cava: 3cm Assim, a luz do vaso diminui da artéria ate o capilar, e em seguida, aumenta ate a veia cava. Ao se comparar o lado arterial, com o lado venoso, a luz da veia cava é maior que na artéria aorta, ou seja, na veia cava possui um volume de sangue maior, isso é denominado de RESERVATORIO DE VOLUME. O capilar é a estrutura mais diminuta, mas antecedendo a ele, existe uma estrutura importante responsável por controlar o fluxo sanguíneo do capilar, chamado de esfíncter pré-capilar (existe muito deles, e se houver uma dilatação desses esfíncteres, o fluxo sanguíneo dos capilares aumenta, por exemplo, se esse tecido está com uma alta taxa metabólica. Agora se ocorrer uma vasoconstrição, o fluxo sanguíneo para o capilar diminui, por exemplo, se o tecido estiver com uma baixa taxa metabólica). • Quantidade de tecido elástico: É maior na artéria de grande calibre, vai diminuindo, chega a ser zero (nada de tecido elástico no capilar), depois começa a aumentar. No entanto o lado arterial é bem maior que no lado venoso, pois o lado arterial é um reservatório de pressão (tem q conter o sangue sob uma alta pressão). • Em relação a fibra muscular lisa: Na artéria aorta até a arteríola as fibras se mais ou menos iguais. No esfíncter elas aumentam, apesar de ter um diâmetro pequeno (sua parede é composta por muito musculo liso), pois é esse musculo que quando se contrai promove vasoconstrição, baixo fluxo, e quando relaxa vasodilatação, aumenta o fluxo). Nos capilares não possui musculatura lisa, e no lado venoso, possui pouco tecido muscular liso. RESERVATORIO DE PRESSÃO: artéria aorta é submetida a uma pressão elevada, desta maneira, possui a espessura de parede maior que na veia cava. RESERVATORIO DE VOLUME: veia cava possui a luz maior que a artéria aorta, logo, possui um volume sanguíneo maior. • Nas artérias de grande e médio diâmetro praticamente não há alteração na pressão, essa pressão é elevada (reservatório de pressão). A partir das artérias de pequeno diâmetro e arteríolas, essa pressão começa a cair rapidamente. Lado venoso, a pressão é muito baixa, próximo a zero. • O lado arterial está oscilando entre 80-120 mmHg (oscilando= curva de pressão intra-aortica e grandes artérias. É possível ver no gráfico a incisura dicrótica). O mesmo acontece no lado venoso, contudo não há mais flutuações, e a pressão e muito baixa (5-10 mmHg) • O LADO ARTERIAL É UM RESERVATORIO DE PRESSÃO, COM FLUTUAÇÕES. • No lado arterial, o volume de sangue (de toda volemia) tem 20%, já o lado venoso possui 75%. Nos capilares apenas 5%, pois eles são bem fininhos. • Se for necessário aumentar o volume circulante ocorre uma constrição venosa, chamado de venoconstrição, e o sangue que estava estagnado no lado venoso volta para a circulação. • Força motriz da circulação → PRESSÃO • O sangue circula da artéria de maior calibre para a artéria de menor calibre, pois a primeira possui pressão mais elevada que a segunda. Assim, é um P que faz a circulação. • A pressão nas artérias e esfíncter é maior que nos capilares, por isso, tem circulação nos capilares. Há uma P entre os capilares e a veia cava, só que muito menor. • Quando eu somo todas os capilares, eu observo uma secção transversa muito alta (500-600 cm²), faz o mesmo no lado venoso. Observa-se que no lado arterial a secção transversa, das artérias de grande calibre, é muito pequena (menor que 10 cm²), não aparecendo no gráfico, contudo, quando chega nos capilares, a secção transversa aumenta muito. Em seguida, ao passar para vênulas e veias, diminuía a secção novamente, mas o valor é um pouco maior que no lado arterial, pois a luz do vaso é maior que nas artérias. • Relacionando a secção transversa com a velocidade de fluxo, no lado arterial, com as grandes artérias, a velocidade do fluxo é alta (50-55 cm/s). Assim, a velocidade do fluxo é alta devido a secção transversa ser baixa. Próximo aos capilares, a secção transversa aumenta, e a velocidade do fluxo diminui (se aproximando de zero, sendo 1-2 cm/s). Essa baixa velocidade é fundamental, pois é o local onde ocorre as trocas com o tecido (se o fluxo fosse muito rápido não daria tempo suficiente para as trocas). No lado venoso, a secção transversa volta a ficar pequena, e a velocidade do fluxo sobe (40-42 cm/s). • A diferença de aproximadamente 10 cm/s entre o lado arterial e o lado venoso é devido a luz das veias serem maiores que as das artérias, obtendo uma secção transversa maior, diminuindo a velocidade. ✓ Capilares tem secção transversa alta, mesmo com a luz pequena, devido a existência de muito e muitos capilares. ✓ Artérias de maior calibre possui secção transversa baixa, mesmo com a luz do vaso alta, devido a sua menor quantidade Assim, pode-se definir secção transversa como a área da somatória da luz dos vasos sanguíneos (sendo elas as artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias. A secção transversa possui relação inversa com a velocidade do fluxo Sendo: V= F/A (v= fluxo sanguíneo; F= volume de sangue; A= secção transversa vascular). → LEIS DE POISEUILLE-HAGEN E WOMERSLEY Dois pesquisadores, Jean L. Marie Poiseuille e Gotthief Heinrich Ludwig Hagen propuseram leis da hemodinâmica (Poiseuille) e da hidrodinâmica (Hagen), válidas até hoje. Jean L.M. Poiseuille (1797- 1869), médico e físico francês, foi um estudioso da circulação e dos regimes de fluxos circulatórios (laminares e turbilhonares); descreveu em seu livro” O movimento dos líquidos em tubos de pequenos diâmetros” (1844) e baseou-se em parte nos trabalhos de Gotthief H.L. Hagen (1797-1884), engenheiro hidráulico alemão. Apesar de terem trabalhados de forma independentes, os estudos se completaram e gerou-se a importante Lei ou Equação de Poiseuille-Hagen. LEI DE OHN → i= fluxo de elétrons no fio ddp= força motriz (U) i= U/r r= resistência ✓ 8 é uma constante ✓ n= em condições normais, também é considerado uma constante (visto que a viscosidade do sangue não se altera, a não ser em casos de patologias) ✓ l= praticamente uma constante (visto que o comprimento dos vasos não se altera, a não ser no crescimento da criança para o adulto, contudo leva muito tempo para alterar) ✓ o coração atua no P, pois é uma bomba pulsátil ✓ o raio é controlado pelas metarteríolas (esfíncter pré-capilar). Posso determinar o fluxo sanguíneo para um determinado órgão, conhecendo as variações de pressão (P) e o raio do vaso, em função dos esfíncteres pré- capilares. A lei de Poiseuille- Hagen se aproxima muito do valor correto, mas tem um pequeno erro, pois essa equação só é válida nas condições de tubos rígidos e fluxos contínuos, o que não se aplica nos vasos sanguíneos, que são distensíveis e o fluxo sanguíneo é pulsátil, pois o coração é uma bomba pulsátil. Para evitar esses erros de fluxo pulsátil, utiliza-se a equação de Womersley. John Ronald Womersley (1907-1958), um matemático e físico inglês, atuando em modelos matemáticos na área de hemodinâmica publicou em 1955 o trabalho” Métodos de cálculos da velocidade, taxa de fluxo e viscosidade em artérias quando o gradiente pressórico é conhecido” para fluxos variáveis com o tempo (fluxosinstantâneos). ✓ Essa equação é exatamente o fluxo pulsátil e não contem erros, contudo, é uma formula difícil de trabalhar e varia com o tempo (justamente por ser pulsátil). Diante disso, é mais usual a equação de Poiseuille-Hagen, pois seu erro é baixo (cerca de 2-5%), e é mais fácil de se trabalhar. Aqui mostra que a circulação é pulsátil, contudo, a forma pulsátil varia um pouco com o diâmetro da artéria. → CIRCULÇÃO ARTERIAL Definições matemáticas PA= DC. RVP (mmHg) DC= VE. FC DP= PAS. FC (mmHg. bat/ min) → o duplo produto representa o trabalho cardíaco RVP (resistência vascular periférica) = não dá para ser medido diretamente, mas seria a somatória da resistência ao fluxo do sangue ao passar por todos os vasos sanguíneos. Pulso arterial ou Pulsação arterial É o ciclo de expansão e retração das grandes artérias em função da distensibilidade da artéria. Pode ser medido pelas artérias de maiores calibres e mais superficiais, sendo identificado na pulsação braquial, radial, ulnar, poplítea, tibial posterior, pedial, femoral e carotídea. Como a expansão arterial deve-se à sístole ventricular, o pulso arterial permite também mensurar a frequência cardíaca (já que possui o mesmo ritmo do coração) quando se conta o número de pulsos em 15 segundos e multiplica-se por 4. O exame da pulsação permite-se determinar o ritmo, a frequências, a forma e a amplitude do pulso. Assim, o pulso arterial é diferente da FC, mas pelo pulso é possível determinar a FC. RITMO: determina-se a regularidade dos batimentos cárdicos. FREQUÊNCIA: permite-se calcular o valor da FC naquele momento. FORMA: apresenta um ramo ascendente (expansão) que é brusco e rápido e um ramo descendente (retração) que é mais lento. AMPLITUDE E MAGNITUDE: é o valor subjetivo (ou seja, não tem valor, é representado em numero de cruzes) da movimentação da artéria. Pode ser classificado como forte (ampla, ou na escala de cruzes +++/3), média (mediana, intermediaria ou ++/3), fraca (pequena, ou +/3) e finalmente ausente (nula ou -/3), quando não se percebe o pulso (apesar do indivíduo estar vivo); as possíveis causas do pulso ausentem são: obesidade, artérias profundas (!), hipotensão, hipovolemia, parada cardíaca ou técnica incorreta. As variações individuais da amplitude da pulsação arterial podem-se dever a: grau de enchimento da artéria na sístole, alterações da volemia ou da pressão arterial, obesidade ou magreza e certas doenças. vendo a circulação como um todo (pulmonar e sistêmica), posso verificar o gradiente de pressão para que ela ocorra. Na circulação arterial, esse seu valor é em torno de 24-25mmHg, vai diminuindo e a pressão venosa é em torno de 8mmHg, o que da a diferença, para que haja a circulação pulmonar, de 16mmHg. Para circulação sistêmica na artéria aorta, observa-se 120mmHg, que vai caindo, e volta a pressão nas veias cavas em media 2mmHg, dando um P=118mmHg. Eventualmente, essa pressão nos átrios pode se tornar negativa, pela ação de sucção dos ventrículos. A circulação pulmonar é uma circulação de baixa pressão, primeiro pela distancia percorrida ser pequena, e os vasos e artérias apresentarem menor RVP, devido a possuírem maior distensibilidade. Já a circulação sistêmica, que pé longa, possui muitos vasos, e sua distensibilidade não é tão grande, então, o gradiente pressórico é bem maior. As oscilações pressóricas apresentam valor máximo, chamado de pressão arterial máxima, ou pressão sistólica. Apresenta também valor menor, chamado de pressão arterial mínima, ou pressão arterial diastólica. Finalmente apresenta valor pressórica medico, chamado de pressão arterial media. Se a primeira curva das pressões fosse uma senoide, a PA media seria o PA= maior valor – o menor valor / 2. Mas a curva de pressão não é uma senoide. O tempo sistólico é bem menor q o tempo diastólico, devido a isso não é senoidal (sístole mais rápida que a diástole). Para que possa determinar, em um processo de flutuação da pressão, a pressão arterial media, é necessário saber a área sobre a curva. Assim, é determinada diretamente, por uma integral, à área sobre a curva, processo que não é fácil de ser identificado. Desta maneira, é usado uma formula que é possível inferir esse valor (possui um erro pequeno 2-3mmHg). A partir das artérias menores (médio e pequeno calibre) se perde a flutuação presente nas artérias de grandes calibres, levando a um amortecimento (perco o valor sistólico, diastólico, e a flutuabilidade, ficando só com a PA média). O mesmo acontece na pressão venosa. Esse gráfico permite mensurar 4 pressões. - PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA (PAS) ou Máxima: Valor de pressão durante o pico sistólico (120 mm Hg, valor médio considerando um homem adulto, jovem, no momento do repouso) - PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA (PAD) ou Mínima: Valor de pressão durante o final da diástole (80 mm Hg)→ capacidade de se manter o regime de fluxo sanguíneo durante a diástole. - PRESSÃO ARTERIAL DE PULSO (PP) ou Diferencial: Diferença de pressão entre PAS – PAD (120-80 = 40 mm Hg) - PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM): Valor médio da pressão ao longo de um batimento cardíaco (93 mm Hg) → mensura pela integrada da curva. PAM = PAD + 1/3 PP Na circulação pulmonar: o pulmão está mais alto que o coração, assim, há a ação da gravidade, devido a isso, a passagem de sangue é facilitada, com isso a pressão é baixa. Na circulação sistêmica: dos pés ao coração o fluxo vai contra a gravidade, assim, sua pressão é maior. O P= 8mmHg (venosa) pode ser muito pequena, sendo assim, não vence a energia potencial da gravidade, dificultando o retorno venoso. → NÚMERO DE REYNOLDS Osborne Reynolds (1842-1912), matemático, físico e engenheiro hidráulico irlandês apresentou em 1883 seu trabalho sobre a mecânica de fluidos para o cálculo do tipo de regime de fluxos em tubos. O chamado Número de Reynolds (Re) é adimensional e leva em consideração a velocidade de fluxo de um fluido em um tubo, o diâmetro deste tubo, a viscosidade e massa específica (densidade) deste fluido e caracteriza os regimes de fluxos em laminar (não audível), transitório e turbilhonar (audível). No escoamento de um fluido (água, ar, sangue, etc.) na forma laminar, a maior velocidade de fluxo ocorre no centro do tubo e esta vai diminuindo em direção às bordas do mesmo, sendo a menor velocidade junto à parede, devido a perda cinética das moléculas do fluido. Este tipo de fluxo não produz sons. No fluxo turbilhonar, as moléculas do fluido têm velocidades e direções aleatórias. Um fluxo turbilhonar produz sons (ruídos). As moléculas que estão na parede do tubo se chocam com a própria parede, e perdem energia cinética, então, sua velocidade é menor. Exatamente no centro do tubo, a velocidade é máxima, por que a perda de energia cinética é maior. Isso na forma lâminas, no fluxo laminar. Substituindo o cano por um cano de formato cônico (no qual o tubo vai se estreitando). No inicio do tubo, com o diâmetro grande, o fluxo ainda é laminar. Em um dado momento, com a diminuição do diâmetro, o fluxo passa a ser transitório, e após, passa a ser um fluxo turbilhonar (a diminuição do diâmetro, promoveu aumento na velocidade do fluxo). No fluxo turbilhonar, as moléculas possuem velocidade e direção aleatórias. Fluxo transitório= entre 1500- 2000. Este princípio de fluxos laminar (não audível) e turbilhonar (ruídos audíveis), baseado no Número de Reynolds (Re), possibilitou a mensuração da pressão arterial pelo método auscultatório. → AJUSTES DA PRESSÃO ARTERIAL NO EXERCÉCIO Quando um indivíduo saí da condição de repouso para um exercício dinâmicocrescente até o máximo (numa esteira, por exemplo), ocorre uma série de ajustes fisiológicos para a manutenção do exercício, em especial no Sistema Cardiovascular. A frequência cardíaca (FC) apresenta um crescimento linear na mesma proporção ao crescimento da intensidade do esforço, podendo chegar à FC máxima na carga máxima do esforço. FC máxima prevista = 220 – idade O Volume Sistólico ou de ejeção (VS) cresce de maneira mais acentuado nas intensidades iniciais do exercício e depois (acima de 70% da carga máxima) este crescimento é mais lento, atingindo o volume sistólico que poderá ser um pouco menor do esperado (por exemplo, era para ser 130, foi 122 mmHg), devido à taquicardia pronunciada (pode não haver tempo para o enchimento adequado do ventrículo). Debito Cardíaco (DC), desta forma, apresenta uma elevação linear em função da intensidade crescente do exercício dinâmico; em geral, o fator limitante de um exercício máximo é o coração como bomba (DC insuficiente para aumentar ainda mais o exercício), ou seja, o coração deveria manter o DC maior, mas não consegue. A bomba cardíaca chega ao limite, antes de outros fenômenos, como bomba respiratória. Isso, significa que ele para o exercício quando não consegue mais aumentar o DC. A Resistência Vascular Periférica (RVP) tem um comportamento ambíguo. Nos leitos vasculares ativos no exercício (músculos esqueléticos, coração) há redução da RVP (devido à vasodilatação), favorecendo o fluxo sanguíneos à aqueles leitos vasculares. Nos leitos vasculares inativos no exercício (TGI, rins) há elevação do RVP (vasoconstrição) e redução do fluxo sanguíneo (deslocamento sanguíneo para as áreas arteriais). Se considerarmos a RVP global (em todos os leitos vasculares) há uma redução moderada deste parâmetro (vasodilatação nos tecidos ativos são maiores que a vasoconstrição nos inativos). O comportamento da Pressão Arterial (PA) é interessante. A Pressão Arterial Sistólica (PAS) eleva-se de maneira linear com a intensidade do exercício (quanto mais se eleva a intensidade do exercício, mais se eleva a PAS. Isso é fundamental pela equação de Poiseuille-Hagen, isso é importante pois a demanda metabólica naqueles músculos ativos é maior) podendo atingir na carga máxima valores superiores a 200 mm Hg; isto é uma hipertensão fisiológica para facilitar o fluxo sanguíneos aos músculos ativos. A Pressão Arterial Média (PAM) tem comportamento semelhante à PAS, porém com crescimento mais discreto (não cresce tão rápido). A Pressão Arterial Diastólica (PAD) no exercício dinâmico (esteira/ ciclo) mantem-se constante apesar da intensidade crescente do exercício e pode chegar em alguns casos a ter uma redução normal de até 15 mm Hg para indivíduos treinados ou elevação de até 15 mm Hg para não treinados (se for superior a 15 mmHg, interromper o exercício, monitorizar a pressão ate a normalidade e encaminhar a um especialista). A Pressão de Pulso (PP) eleva-se com a intensidade do exercício (elevação da PAS, mas não da PAD) e este comportamento facilita a manutenção do regime de fluxo sanguíneo também durante o período diastólico cardíaco. O Consumo de Oxigênio (VO2) tem crescimento linear com o esforço, atingindo o VO2 máx. na carga máxima do exercício. Duplo produto elevado no repouso significa que o trabalho cardíaco esta aumentando em função de alguma coisa, por exemplo, hipertensão. Quando um indivíduo realiza agora um exercício resistido ou também chamado de musculação, há diferenças nos ajustes cardiovasculares em relação ao exercício dinâmico em esteira. A intensidade do exercício resistido é, em geral, expressa em percentual relativo a Uma Repetição Máxima (1 RM) (máximo de peso que posso colocar para que o indivíduo consiga executar aquele determinado exercício corretamente uma vez, mas sem força para uma repetição), quando o voluntário tem a capacidade para executar uma vez o gesto motor, mas não tem forças para executar outras vezes aquele movimento. O treinamento é realizado na forma de circuitos de exercícios, com algumas séries e a intensidade do treino, em função dos objetivos, oscila entre 50 a 80 % de 1 RM. A frequência Cardíaca (FC), durante as séries dos diferentes exercícios não se eleva linearmente e raramente atinge a FC máxima (não há tempo para isso, normalmente é maior entre as series e não durante); o mesmo ocorre com o Débito Cardíaco (DC) e o Volume Sistólico (VS) aumenta muito pouco apesar do aumento da intensidade do exercício. Durante exercícios de musculação há compressão dos vasos sanguíneos pelos músculos esqueléticos ativos no exercício e este “colabamento” gera resistência adicional ao fluxo sanguíneo (aumenta a RVP, em função desse aumento, o DC não cresce tanto, o volume também não chega ao seu valor máximo). A pressão Arterial Sistólica (PAS) eleva-se de maneira mais abrupta em exercícios de maior intensidade e a Pressão Arterial Diastólica (PAD) acompanha a elevação da PAS, porém em ritmo um pouco menor. Lembre- se que no exercício dinâmico havia manutenção da PAD independente da intensidade do esforço. A Pressão de Pulso (PP), ou seja, PP = PAS – PAD, eleva-se de maneira não tão acentuada e a Pressão Arterial Média (PAM) apresenta elevação considerada devido ao aumento da Resistência Vascular Periférica (RVP), motivada pelo colabamento vascular. → CIRCULAÇÃO CAPILAR Na posição que se encontra organizados esses músculos lisos, quando há uma contração desses músculos, há uma redução da luz do vaso, portanto, uma constrição. O esfíncter pré-capilar vai controlar o fluxo distalmente ao musculo liso, ou seja, controla o fluxo sanguíneo capilar. Relaxamento → vasodilatação → aumento o fluxo sanguíneo nesse leito capilar Contração do musculo liso → constrição → redução do fluxo sanguíneo distalmente a esses esfíncteres pré-capilar. O controle da circulação nos diferentes leitos vasculares, não ocorre a níveis das artérias e veias, mas sim nos esfíncteres pré-capilares na circulação capilar. Existem forças que promovem a saída de liquido e substancia do capilar para o interstício, e do interstício para a célula desse tecido onde se encontra o capilar. O mesmo ocorre no sentido contrário, ou seja, interstício → capilar. As forças envolvidas com a saída de liquido e subst. Chamamos de forças de filtração. No sentido contrário chamamos de força de reabsorção. São ao todo 4 forças, que possuem um vetor, e, portanto, tem uma soma vetorial. Essa soma caracteriza a pressão efetiva de filtração e reabsorção. Na extremidade arterial do capilar, temos duas forças que predominam, que vão levar a filtração (saída de liq e subst. Do capilar para o interstício. Essas duas forças são pressão capilar (PC), sendo semelhante a PA; e a segunda é a chamada de pressão coloidosmótica intersticial (PCI), no interstício existem proteínas (poucas), que puxam água para si por uma ação coloidosmótica. Por sua vez, as duas forças que predominam na extremidade venosa, promove a reabsorção de água e subst. No interstício. Essas duas forças são, primeiro, chamada de pressão hidrostática intersticial (PHI), que é a pressão da água no interstício, promovendo um vetor na direção do capilar. Já a segunda, dentro dos capilares existem muitas proteínas (albuminas, globulinas) que exercem força na reabsorção, chamada de pressão coloidosmótica plasmática (PCP), possuindo um valor pressórico muito elevado (devido as muitas proteínas). As 4 forças têm uma formação vetorial que promovem ou a filtração ou a reabsorção. Na extremidade arterial as forças de filtração são maiores que as de reabsorção, então temos um vetor de uma pressão de filtração, promovendo a saída de líq. e subst. À medida que vamos da extremidade arterial, para a extremidade venosa essas forçasde filtração vão diminuindo. Em um dado momento, elas se anulam, e a partir daí, as forças de reabsorção ficam maiores do que as de filtração (a medida que vai para a extremidade venosa, vai aumentando). Assim, o capilar garanti plenas trocas de substancias e líquidos com o interstício, e desse com a célula no local onde as células estão localizadas. Essa imagem é a representação de 2 leitos capilares distintos, no qual no primeiro caso, os esfíncteres pré-capilares (rico em musculatura lisa) estão relaxados (diâmetro do vaso é alto), isso mantem um fluxo sanguíneo grande. Esse fluxo vem pelo canal preferencial e pelos capilares verdadeiros. Esse tecido, portanto, necessita de um alto fluxo sanguíneo, em geral por estar com uma taxa metabólica alta. No controle para manter a vasodilatação e o fluxo sanguíneo alto nos capilares, é feito dois mecanismos distintos, o primeiro é o mecanismo local, que são responsáveis por 60% dos ajustes; e em segundo, os ajustes autonômicos simpáticos responsáveis por 40% (SN parassimpático não inerva a musculatura lisa das metarteríolas, só possui estimulação simpática). No segundo caso, possui uma redução do fluxo acentuado, pois esse tecido não está precisando de um fluxo sanguíneo adequado, em geral por que está em baixa taxa metabólica. Nessa condição, as metarteríolas estão em contração da musculatura lisa, promovendo vasoconstrição, com sensível redução da luz do capilar. Assim, tem um fluxo baixo pelos canais preferenciais, para manter o tecido vivo, e o fluxo para os capilares verdadeiros é praticamente zero. FATORES VASODILATADORES a) Atividade Simpática colinérgica - 40% (essa é uma exceção, o simpático libera como neurotransmissor a acetilcolina → vasodilatador) b) Fatores Locais – 60%: potássio extracelular, ácido lático, pH (íons hidrogênio), óxido nítrico (NO), Fator de Relaxamento Endotelial e elevação da temperatura. FATOR VASOCONSTRITOR c) Atividade Simpática Adrenérgica (liberação de noradrenalina, ou adrenalina, pela circulação, vai levar a uma vasoconstrição → diminuição do fluxo sanguíneo. Também contribuí, os níveis baixos dos fatores locais). → CIRCULAÇÃO VENOSA O P da circulação venosa é muito pequeno. O papel fundamental das veias é promover o retorno venoso (RV) ao coração, porém elas também servem como um reservatório de sangue; a estimulação simpática promove venoconstrição, aumentando o volume de sangue circulante (volemia). As veias oferecem baixa resistência ao fluxo sanguíneo devido a seus elevados diâmetros. A quantidade de sangue que retorna ao coração é bombeada pelo coração, então, o valor do RV afeta o valor do DC. → se houver alteração da RV altera o DC naquele momento, e por consequência, altera a PA. O gradiente pressórico médio para o retorno venoso dos pés de volta ao coração é de apenas 8 mm Hg, e a direção deste fluxo vai contra a ação da gravidade. ✓ A circulação venosa de leitos vasculares acima do nível cardíaco, ou seja, vindo pela veia cava, estando o individuo em ortostase, é a favor da gravidade. Agora, vindo da veia cava inferior, que está abaixo do nível do coração, para subir é mais difícil. RV DC PA Todo fluido tende a permanecer no local de menor energia potencial (perto do solo → pés), ou seja, tende a permanecer abaixo da linha cardíaca. pode ser visto pela pressão hidrostática. O retorno venoso é influenciado por 5 fatores distintos, a saber: a) Aumento do volume sanguíneo total (uma infusão, por exemplo, o que favorece o RV). b) Aumento do tônus simpático sobre as grandes veias → venoconstrição. c) Dilatação das arteríolas, reduzindo ainda mais a resistência ao fluxo. d) Posição do indivíduo: em ortostase estática há redução do RV; em ortostase dinâmica (deambulando) há elevação do RV e na posição invertida há grande elevação do RV de maneira muito rápida. e) O valor da pressão no átrio direito é chamado de pressão venosa central (PVC). Esta pressão varia de – 3 a + 4 mm Hg, porém o usual é 0 (zero) mm Hg; uma PVC acima de + 20 mm Hg já é uma situação patológica. Um aspecto importante que dificulta o retorno venoso da linha abaixo do coração é o valor da pressão hidrostática dada pela coluna líquida. Nas mãos este valor é de 35 mm e nos pés de 90 mm, já no seio sagital é de – 10 mm (fluxo a favor da gravidade). → depende da altura do indivíduo. Esta é uma força importante a ser vencida para o adequado retorno venoso, pois pela ação da gravidade (menor energia potencial) a tendência do sangue é permanecer nas partes mais baixas do corpo, com a formação de edemas. ✓ A pressão hidrostática é a pressão que a gravidade exerce sobre a coluna liquida. Se pega a circulação no córtex, possui uma pressão hidrostática negativa (-10 mm), ou seja, a tendencia é do sangue retornar ao coração. Se pegar em nível abaixo do coração, na região do antebraço, por exemplo, a pressão hidrostática está em torno de +8 mm), um fluxo contra a gravidade. Se pegar nos pés, +90 mm). Então, essa pressão precisa ser vencida, pois a tendencia do sangue é permanecer nos pés. FORÇA QUE DIFICULTA O RETORNO VENOSO: a) Pressão hidrostática (abaixo da linha cardíaca) FORÇAS QUE FACILITAM O RETORNO VENOSO: a) Gradiente de pressão venosa → no final da extremidade do capilar venoso, pressão 10mmHg, no átrio é entre 2mmHg, dando uma diferença P de 8mmHg, pouco → sozinho não basta. b) Bomba muscular c) Pressão negativa inspiratória → não é muito forte, mas tem uma ação. d) Sistema linfático → sistema adicional de RV os dois mais importantes, são A e B, na ordem. ✓ Vai no banco para pagar uma conta e tem uma fila enorme, que não anda, pode observar que algumas pessoas podem passar mal e desmaiar, pois está parado na fila, ortostático (e a fila não anda), esse gradiente de pressão (P) de apenas 8mmHg não vence a força de pressão hidrostática isso compromete retorno venoso, diminuindo. Com a diminuição do RV, menos sangue chega ao coração, menos sangue é bombeado, há como consequência redução do DC, mas havendo redução do DC, há tbm redução da PA, uma vez que matematicamente a PA= DC x RVP, assim, se cai o DC cai a PA. Desta maneira se cair a PA, pela lei de Poiseuille- Hagen cai o fluxo. Reduz o DC, reduz a oferta de O2 para o cérebro, levando a hipoxia, assim o indivíduo passa mal e desmaiar. Quando o indivíduo cai no chão, o coração passa a ficar no mesmo nível dos pés, agora essa pressão hidrostática caiu, por que a altura de pés e coração são iguais, então o P de 8mmHg é suficiente para o retorno venoso (em relação a condição q ele desmaiou, o indivíduo tem uma aumento de RV).Assim, mais sangue chega ao coração, mais sangue é bombeado, aumenta o DC, que por consequência aumenta PA, levando a um maior fluxo sanguíneo, aumenta a oferta de O2, restabelecendo-o, fazendo que este indivíduo acorde da sincope. Se essa fila estiver grande, mas andando, isso não acontece. No ato de deambular, existe a ação da bomba muscular, que quando parado não existia. Essa bomba muscular é o principal fator, mais o gradiente de pressão venosa, e uma contribuição menor do sistema linfático, e menor ainda da pressão negativa inspiratória, garante uma adequado RV. GRADIENTE DE PRESSÃO VENOSA: o ∆P para a circulação venosa é cerca de 8 mm Hg, o que não é suficiente para garantir adequado RV das partes mais baixas do corpo humano (pernas e pés). BOMBA MUSCULAR: as veias apresentam válvulas e elas correm junto aos músculos esqueléticos, então quando da contração muscular há um aumento da pressão intravenosa e o sangue segue em direção ao coração (fluxo anterógrado); não há fluxo retrógrado devido ao fechamento das válvulas venosas. Lesões nestas válvulas venosas levam a formação de variz, com a presença de trombose venosa importante. A contração do musculocomprime a veia. Nesse sangue a 2 possibilidades, um fluxo retrógrado para os pés (mas isso leva, em condições normais, o fechamento das válvulas venosas, impedindo-o); e outro em direção ao coração. O fluxo anterógrado ocorre devido ao fechamento e abertura das válvulas venosas, promovendo a passagem do sangue em direção ao coração. PRESSÃO NEGATIVA INSPIRATÓRIA: durante o ato inspiratório gera-se uma pressão intrapulmonar subatmosférica (negativa), o que favorece a passagem do sangue da região abdominal para a torácica, favorecendo o retorno venoso. → quando inspiramos, na região toráxica (acima do diafragma), a pressão nesse momento é negativa (menor que a ambiente). Assim, o sangue contido na região abdominal (infra diafragmática) sofre variação de pressão, assim, o sangue passa da região abdominal para a toráxica (de maior pressão para menor pressão), facilitando o RV. SISTEMA LINFÁTICO: este sistema favorece o RV uma vez que drena o excesso de líquido intersticial e de macromoléculas (incluindo as proteínas) de volta para o sistema vascular. Os 4 mecanismos acima citados, atuando conjuntamente, permitem um adequado retorno venoso, com a manutenção do débito cardíaco, da pressão arterial e do fluxo sanguíneo aos diversos órgãos. → CIRCULÇÃO LINFÁTICA Sistema Linfático é uma via acessória no qual parte do líquido intersticial (LEC) e seus constituintes retornam ao sistema circulatório. Toda a linfa volta à circulação na altura da veia subclávia; o fluxo linfático, em condições normais, é de 2 a 3 litros/dia (em condições de edema, pode chegar a 5-10l por dia) e evita a gênese de edemas periféricos. → se não voltasse a circulação, não sobreviveríamos a 1 dia, pois haveria uma queda muito grande na volemia, e por consequência da PA. A linfa além de carrear a água e íons do LEC também carreira substâncias grandes que não passam pelos poros dos capilares sanguíneos, como as proteínas, restos celulares e até bactérias. A circulação linfática apresenta 3 funções: a) controlar a concentração proteica no LEC → quando as proteínas saem do interstício, elas retornam a circulação sanguínea pelo sistema linfático. Assim, o sistema linfático impede a concentração de proteínas no interstício (LEC), evitando o edema. b) controlar o volume de líquido no interstício → se tiver elevação, parte disso não volta pelo capilar sanguíneo, mas volta pelo sistema linfático através do terminal linfático. c) controlar a pressão coloidosmótica intersticial → à medida que retira as proteínas do interstício (LEC). A linfa apresenta a mesma composição iônica do LEC, porém acrescida de proteínas. A concentração proteica no LEC é cerca de 2 g/dl (ou 2g %) e a concentração na linfa é muito maior, cerca de 6 g % na linfa vinda do fígado ou de 4 g % da proveniente do trato gastrointestinal (TGI). A linfa também é uma via importante na absorção de nutrientes do TGI, em especial dos lipídeos na forma de quilomícrons. A linfa pode também conter bactérias, porém estas são destruídas quase que totalmente ao passarem pelos linfonodos devido a presença de leucócitos. ✓ Ao fazer um corte no dedo, por exemplo, e se contaminou com uma bactéria. A bactéria é uma célula que não passa pelo capilar sanguíneo, mas é englobado pelo terminal linfático, e ao longo do trajeto linfático ele apresenta algumas estruturas chamadas de linfonodos (ou gânglios linfáticos). Nos linfonodos há presença de muitos leucócitos, que atuam destruindo, lisando, essas bactérias. Portanto, é um sistema de defesa do organismo. O excesso do líquido intersticial força a abertura das válvulas no terminal linfático, promovendo o fluxo do líquido em direção ao terminal; este líquido não sai mais pois, se houver uma elevação da pressão no interior do terminal linfático, estas válvulas se fecham fortemente. O líquido, já no capilar linfático, segue de maneira unidirecional em direção ao ducto linfático, devido a presença das válvulas linfáticas e a força que o move é o peristaltismo do capilar (contração de células musculares lisas logo abaixo da válvula) e a ação da bomba muscular (igual ao retorno venoso). O terminal linfático é constituído por células de sustentação com filamentos fixadores e células endoteliais. Uma célula endotelial se sobrepõe a sua vizinha, e essa estrutura de sobreposição parcial, forma o que chamamos de válvula linfática. Se a pressão no interstício estiver alta, empurra e abre a válvula e o liquido entra no capilar linfático. Contudo, se houver uma elevação na pressão no capilar irá ocorrer o contrário, vai levar ao fechamento dessas válvulas. As válvulas favorecem a entrada de liquido do interstício para o capilar linfático, mas nunca em sentido contrário, pois as válvulas se fecham nessa condição. Ao longo dos capilares linfáticos também existem válvulas linfáticas, que impedem o fluxo retrogrado. Também ele conta com um pequeno peristaltismo, e da ação da bomba muscular. os linfonodos se concentram em algumas regiões, como virilha, região abdominal, axilar, toráxica. Nessas regiões o sangue é filtrado, e tem muitos leucócitos, que vão atacar esse invasor, os linfonodos fica edemaciado, infartado, com dor ao apertar, isso é chamado de íngua. Nos linfonodos devido a canalículos estreitos e a presença de leucócitos, há a destruição e fagocitose de restos celulares ou de agentes patogênicos, bactérias ou vírus, por exemplo. Estes gânglios linfáticos estão aglomerados nas seguintes regiões: cervicais anteriores e profundos, submandibulares (pescoço); pulmões e mediastinais (tórax); mesentérico, do baço e timo, epigástrico e ilíacos (abdômen); superiores e profundos do braço e axilares (braços); poplíteo e inguinais superficiais e profundos (pernas). REGULAÇÃO CARDIOVASCULAR → REGULAÇÃO CENTRAL E AUTONÔMICA O controle da função cardiovascular, com ajustes cardíacos e vasculares (em especial da pressão arterial) é realizada centralmente pelo chamado CENTRO VASO MOTOR (CVM), uma área localizada no bulbo e parte inferior da ponte. Esta área recebe várias aferências, periféricas e centrais, modula estas informações e promove os ajustes, ativando o ramo parassimpático (vago) ou simpático (nervos medulares simpáticos). Em função das informações q o centro vaso motor recebe, em diferentes áreas, se naquela condição for necessário diminuir atividade cardíaca e pressórica, a o predomínio da ação parassimpática vagal que deprimi o coração, por sua vez, se for necessário, naquele momento, um aumento da atividade cardiovascular, vai ser aumentado o recrutamento de tônus simpáticos, que vai aumentar a FC e outros parâmetros cardíacos O CVM controla a contração da musculatura lisa das metarteríolas, promovendo elevação da RVP, e assim da pressão arterial, e também a função cardíaca, em especial o cronotropismo e inotropismo cardíaco. A sua porção lateral excita o simpático (SNS) promovendo cronotropismo e inotropismo positivo; já a porção medial excita os núcleos dorsais do vago (SNPS), promovendo agora efeitos cronotrópicos e inotrópicos negativos, ou seja, reduzindo a FC e a força de contração, diminuindo, assim, o volume de ejeção. o CVM recebe as informações, modular, e atua estimulando o tônus na sua porção lateral, daí a simpática, e media, daí o parassimpático. CVM apresenta 3 áreas distintas no controle da pressão arterial: a) Área Vasoconstritora, na porção anterolateral e bilateral do bulbo superior. b) Área Vasodilatadora, na porção anterolateral e bilateral do bulbo inferior. c) Área Sensorial, localizada no núcleo do trato solitário (NTS), na região póstero-lateral do bulbo e ponte. Alguns autores denominam essa área como cardioinibidora, ou região sensorial, pois recebe informações
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