Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Piaget Anotações Piaget – Vídeo “Grandes Pensadores” Disciplina: Pensamento e Inteligência Obra de Jean Piaget • Obra Volumosa: 70 livros, 200 artigos… • Tema da obra dele: desenvolvimento da inteligência e construção do conhecimento • Epistemologia genética: Campo que estuda o fenômeno da Ciência, do conhecimento • Epistemologia: filosofia da ciência • Genética: sentido de gênese, da construção do conhecimento Visa responder à pergunta: Como os homens constroem conhecimento? Quais processos e etapas? INTELIGÊNCIA • Inteligência para Piaget: deve ser definida enquanto função e enquanto estrutura. • Enquanto função é uma adaptação: sobreviver e se adaptar ao meio, modificá-lo. • Enquanto estrutura, inteligência é uma organização de processos que permitem, se for complexa, um nível de conhecimento mais complexo, e se for menos complexa, um nível de conhecimento inferior. • Desenvolvimento não é acúmulo de informações, mas uma reorganização. • Crescer é reorganizar a própria inteligência. CONCEITO IMPORTANTES DA OBRA DE PIAGET ASSIMILAÇÃO • Conceito retirado da Biologia • Na Psicologia significa interpretação • Quando a pessoa entra em contato com um objeto de conhecimento, ela retira desse objeto algumas informações, retém essas informações e torna seus alguns elementos do mundo. • Isso implica em assimilar umas informações e deixar outras de lado. ACOMODAÇÃO • A estrutura mental que a pessoa possui para conhecer o mundo é capaz de se modificar para dar conta das singularidades do objeto. • Após a assimilação (conhecer o objeto), o objeto oferece resistências ao conhecimento e a organização mental se modifica. • Essa modificação é chamada acomodação. EQUILIBRAÇÃO • O sujeito quando entra em contato com o objeto novo de conhecimento pode ficar em conflito, no sentido de “desequilibrado”. • O objeto não se deixa conhecer facilmente pois tem singularidades. • Para conhecer o objeto ele deve acomodar-se a esse objeto, isto é, mudar para se adaptar a esse objeto. Esse processo é a busca por equilíbrio. • Equilíbrio é a estabilidade da organização mental que dá conta do conhecimento. • Crescimento da inteligência se dar por equilibração e desequilíbrio, e assim sucessivamente. • É um conceito dinâmico. • Por isso Piaget preferia equilibração em vez de equilíbrio. Equilíbrio da ideia de algo estável. Equilibração sugere algo mais móvel e dinâmico. ABSTRAÇÃO EMPÍRICA E REFLEXIVA: processos de obtenção do conhecimento. Abstração empírica: são informações que retiro do objeto de conhecimento. olho pro quadro e abstraio algumas informações, é uma abstração empírica porque estou retirando informações do objeto de conhecimento. Abstrações reflexivas: Pensar sobre o próprio agir Nesse processo eu também posso pensar na minha maneira de me relacionar com esse objeto. Com as ações que eu faço sobre esse objeto. É justamente as informações que eu retiro, não do objeto, mas da minha ação sobre o objeto. Desenvolvimento da inteligência: se dá pelo partir do processo da criança pensar sobre o mundo e sobre sua ação sobre o mundo. ESTÁGIOS • O desenvolvimento da inteligência não é linear (só por acúmulo de informação), mas se dá por saltos, rupturas • O estágio é a lógica da inteligência que será superada radicalmente por um estágio superior apresenta umas outras lógicas do conhecimento • A inteligência dá saltos, muda de qualidade, cada estágio é uma qualidade dessa inteligência • A sequência do desenvolvimento da inteligência passa por esses estágios 1. SENSÓRIO-MOTOR (0-24 MESES): INTELIGÊNCIA PRÁTICA Fase do desenvolvimento da inteligência onde a criança não emprega a linguagem, apenas suas ações (motor) e percepções (sensório). • Fase extremamente rica • A inteligência é anterior a linguagem (fala) • Conquistas diárias preparam a possibilidade de a criança falar • Quando a criança começa a falar quando faz 2 anos porque ela construiu esse mundo anteriormente. Caso contrário ela não teria sobre o que falar. • Existe uma inteligência pré-verbal, sem linguagem verbal. • Noção de objetividade do universo • Construção do universo, do real lidando com esse real a partir das percepções e das ações. A evolução cognitiva da criança nesse período pode ser descrita em seis sub estágios nos quais estabelecem-se as bases para a construção das principais categorias do conhecimento que possibilitam ao ser humano organizar a sua experiência na construção do mundo: objeto, espaço, causalidade e tempo. CONCEITOS ESSENCIAIS: OBJETO: noção construída nessa fase. Ao nascer a criança não sabe que no mundo tem objeto, nem que ela inclusive é um objeto. OBJETO PERMANENTE: embora eu não o veja, sei que ele ainda existe. Atribuição de existência do objeto apesar de ele estar fora do campo perceptivo. Construído aos 9 meses de idade. A princípio a criança acha que só existe as coisas que ela vê, que ela é o centro do universo e que o mundo existe em função da sua percepção. Em um segundo momento, ela percebe que o universo tem uma objetividade própria e que independe da sua percepção Daí a compreensão de que embora não seja visto esse objeto ainda existe e, portanto, eu posso procurá-lo. Exemplo: A brincadeira do “cadê a mamãe?” “achou” · Fase sensório motor · A criança não sabe o que ocorre com o objeto quando ele sai do seu campo de visão, daí a cara de espanto quando a mãe esconde o rosto · A mãe desaparece e reaparece no campo de visão do bebê · Para o bebê o objeto só existe enquanto está no seu campo de visão · Começa a se formar o conceito da permanência do objeto: Durante o primeiro ano, na transição para o pré-motor a criança começa a aprender que os objetos permanecem mesmo quando não estão no seu campo de visão · Ela percebe que o universo tem uma objetividade própria e que independe da sua percepção · Daí a compreensão de que embora não seja visto esse objeto ainda existe e, portanto, ela pode procurá-lo. CAUSALIDADE: Entender que os objetos do mundo (a criança como objeto nesse mundo) interagem entre si e causam efeitos entre si. A tendência do pensamento até 1 ano é a de mágica, de pensar que o objeto se move de acordo com as suas próprias ações ou desejos. Acham que são suas ações que causam as transformações no universo. Depois ela entende que o universo tem leis e regras objetivas. Se situa no universo e passa a entender objetivamente quais efeitos ela causa e o que ela não causa. obs: Freud - conceito de onipotência infantil DIFERENCIAÇÃO ENTRE MEIOS E FINS: entre 9-10 meses Mostra uma bola para a criança, mas coloca em atrás de uma almofada. A criança quer a bola, mas não pode acessá-la diretamente. Não ocorre a ela tirar a almofada para pegar a bola que está atrás. Retirar a almofada é o meio, pegar a bola é o fim. Não falta para a criança saber pegar a almofada, nem pegar a bola (ela já sabe isso) e sim hierarquizar essas duas condutas, associá-la. Estabelecer essa diferenciação é uma nova organização da inteligência. NOÇÃO DE ESPAÇO: A criança perceber que um determinado objeto tem três dimensões. Situar o objeto no espaço Exemplo da mamadeira em ângulos diferentes. Transição da fase sensório-motora para a pré-operatória · Começa a desenvolver o pensamento simbólico que é a capacidade de pensar objetos ausentes, então ela adquire uma capacidade de imaginar e planejar com objetos mentais, que são as representações · Um estágio compreende, ao mesmo tempo, um nível de preparação e um nível de acabamento; · Sub estágio: Representação (1 Ano E Meio A 2 Anos): Neste sub estágio ocorre a transição entre a inteligência sensório-motora e a inteligência representativa, que começa em torno dos dois anos, com o aparecimento da função simbólica · Nessa fase a criança começa a ser capaz de representar o mundo exterior mentalmente em imagens, memórias e símbolos, é muito utilizada a atividade lúdica ela é capaz de “fingir”, “fazer de conta”, etc. · O objeto agora já está definitivamente constituído: há a representação dos deslocamentos invisíveis de objetos ocultos, a partir da ideia da permanênciado objeto. 2. PRÉ-OPERATÓRIO (2-7 ANOS): ESTÁGIO DA REPRESENTAÇÃO A criança trabalha com representações, mas agora tem o trabalho de assimilação, acomodação e equilibração de organizar essas representações num todo coerente. As coisas são prováveis • A criança se reconhece no espelho • Implica pensar na imagem que vejo sou eu, mas não sou eu ao mesmo tempo, estou duplicado. Sou eu porque me representa, mas estou aqui e não do outro lado. • Começar a pensar o mundo através das imagens desse mundo. • Qualidade da inteligência muda • A representação e a capacidade de pensar um objeto através de outro objeto. Pensar o mundo através de imagens desse mundo. Nesse estágio a criança gosta de brincar de faz de conta e de imitar. • Comportamentos: desenho, brincar de fazer de conta, imitação, se reconhecer no espelho, empregar a linguagem. • Para Piaget a passagem da inteligência sensório-motora para a inteligência representativa se realiza pela imitação. Imitar, no sentido estrito, significa reproduzir um modelo. • A inteligência tem acesso ao nível da representação, pela interiorização da imitação • Interiorizando-se a imitação, as imagens elaboram-se e substituem os objetos dados à percepção. • Lacunas e dificuldades • Coisas positivas A capacidade de representação vai possibilitar o desenvolvimento da função simbólica, que assume as suas diferentes formas — a linguagem, a imitação, a imagem mental, o desenho, o jogo simbólico . INTRODUÇÃO À LINGUAGEM: competência discursiva • Socialização da inteligência pois a linguagem permite a comunicação • A linguagem oferece palavras que são usadas como símbolos para a criança pensar objetos e eventos ausentes • Entrada da criança no mundo da moralidade (valores, regras, virtudes, certo e errado) • A partir +/- 4 anos EGOCENTRISMO: a criança tem dificuldade de perceber o ponto de vista do outro. Ela vê o ponto de vista do outro centrado no seu próprio ponto de vista Uma criança conta uma história como se a outra criança já soubesse a história Cadê o meu carrinho? (Não específica, pois, para ela é claro que todos sabem qual é Dificuldade do próprio ponto de vista e se colocar em outro ponto de vista. SENTIMENTO DE NECESSIDADE: • Fase transitória • Uma criança pode aprender, decorar que "De São Paulo até Campinas dá 100 km" e decorar o inverso "De Campinas até São Paulo dá 100 km" • Mas esse conhecimento para ela é apenas provável, não é uma certeza • Se alguém questionar, ela pode mudar de ideia OPERAÇÃO: ação interiorizada reversível Ação = manipular o mundo, trabalhar o mundo, agir sobre o mundo interiorizada = ação, mexer no mundo através da representação desse mundo. Imaginar que vai fazer algo se de fato fazê-lo. Através das imagens da representação Reversível = possibilidade de imaginação, pensar a ação e a anulação dessa mesma ação. Posso pensar o que eu fiz e voltar ao ponto de partida sem cometer, contradições. Uma criança de 5 anos (pré operatório) não consegue isso Exemplo: perguntar " daqui até Campinas tem quantos km?" "100 km" Pergunta a reversibilidade "de campinas até aqui tem quantos km?" ela dirá "não sei" PARTE DO TODO: Uma criança pequena entende que mora num bairro, exemplo Butantã, numa cidade chamada São Paulo, mas é difícil para ela entender que Butantã fica dentro de São Paulo. Quando ela pensa um ela não pensa em outro. Pré-operatório: ação sinterizada, mas ainda não reversível, sem a organização lógica dessas representações. DESENVOLVIMENTO MORAL: construção ativa da criança na construção da própria moral. • Livro “O juízo moral da criança” • Assim como a inteligência evolui, a moral evolui • Tem um desenvolvimento moral da criança, há estágios: 1. Anomia: criança está fora do universo moral 2. Heteronomia: entrada no mundo moral. A moral é baseada no respeito pela autoridade e pela obediência 3. Autonomia: legitimação da moral não se dá mais pelo respeito a autoridade e a obediência e sim pelo contrato, respeito mútuo, relações de reciprocidade. 3. OPERATÓRIO (7 ANOS EM DIANTE): ação interiorizada reversível As coisas são necessárias • Conquista da organização lógica do pensamento que permite chegar à verdade sem contradições. • Ela já tem algumas certezas 4. OPERATÓRIO CONCRETO (7 A 11 ANOS) • Criança faz uso da capacidade operatória apenas em cima de objetos que ela possa manipular ou de situações em que ela pode vivenciar ou lembrar a vivência OPERATÓRIO FORMAL (12 ANOS-EM DIANTE): consegue pensar sem cometer contradições através de hipóteses • Trabalhar com puras hipóteses • Se capaz de aplicar a lógica a objetos com textos puramente hipotéticos e totalmente estranhos a sua vivência • Um foguete na lua, expressões matemáticas, átomos • Conseguir pensar de maneira lógica, reversível, operatória em cima de puras proposições, hipóteses PIAGET E EDUCAÇÃO: A obra dele não é pedagógica, o interesse dela é entender como a criança constrói o conhecimento. A teoria dele é sobre desenvolvimento infantil, cabe aos educadores traduzir isso para a pedagogia. Porque é tão lido na educação? 1. Todas as teorias que falam de crianças interessam a pedagogia, como a obra dele é fundamentada no desenvolvimento da inteligência infantil. 2. Ele é autor em pedagogia que dá base teórica para movimentos pedagógicos anteriores a ele. CONSTRUTIVISMO: Ele diz que a sua psicologia é construtivista. MITOS: Interpretação errada • Piaget negaria a influência do social no desenvolvimento: ele não escreveu sobre mas ele nunca afirmou isso. (Sem social não tem desenvolvimento) MÉTODO DE PESQUISA • Ele cria situações problemas, coloca crianças de diferentes faixas etárias para resolver e verifica se elas conseguem resolver e quais são as dificuldades para resolver. • Fez estudos com seus próprios filhos até os 2 anos de idade. A OBRA DE PIAGET É HEGEMÔNICA? • Tem Vigotsky hoje • Fase de difusão de ideias INDICAÇÃO DE LEITURA • "O nascimento da inteligência na criança" • "A construção do real na criança" • "A formação do símbolo na criança" • "Da lógica da criança à lógica do adolescente" • "O juízo moral na criança" • "A psicologia da criança" (+ didático) • "Seis estudos de psicologia"(+ didático)
Compartilhar