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Manual de Lingua Portuguesa IV

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
ENSINO DE PORTUGUÊS 
2 Ano 
Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA IV 
Código: 
Total Horas/1o Semestre: 140 
Créditos (CFG): 6 
Número de Temas: 4 
 
 
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED 
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS 
 
 
2 
 
 
 Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED), e 
contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste 
manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, 
fotocópia ou outros), sem permissão expressa da entidade editora (Instituto Superior de Ciências 
e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado, é passível à aplicação de processos judiciais em vigor no 
País. 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 211 Ponta – Gêa Beira - Moçambique 
Beira - Moçambique 
Fax: +23323501 
O email: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced. ac.mz 
 
3 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED) e o autor 
do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos 
e instituições na elaboração deste manual: 
Pela Coordenação Direcção Académica do ISCED 
Pelo design Direcção de Qualidade e Avaliação 
do ISCED 
Financiamento e 
Logística 
Instituto Africano de Promoção da 
Educação a Distância (IAPED) 
Pela Revisão XXXXXXXX 
Elaborado Por: António Chimuzu 
 
Revisto por 
 
 Andrade Henrique 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Índice 
 
VISÃO GERAL DO Módulo 6 
Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Língua Portuguesa IV 6 
Quem deveria estudar este Módulo 6 
Como está estruturado este Módulo 6 
Ícones de actividades 8 
Objectivos do Módulo 8 
Resultados do Módulo 9 
Prazo 9 
Habilidades de Estudo 9 
Precisa de ajuda? 12 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 14 
Avaliação 14 
Os objectivos e critérios de avaliação constam no regulamento de avaliação. 15 
TEMA-I: TEXTOS DESCRITIVOS 16 
UNIDADE Temática 1.1: Definição dos textos descritivos 16 
Introdução 16 
Função da descrição 19 
Estrutura e características dos textos descritivos 20 
Linguagem empregada em textos descritivos 20 
Sumário da unidade 21 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 21 
TEMA-II: GRAMÁTICA DO TEXTO 23 
UNIDADE Temática 2.1: Definição do conceito “ Gramática do texto” e apresentação das 
propriedades de textualidade (a Conectividade, a Intencionalidade e a Aceitabilidade, as 
Inferências, a Situacionalidade, a Intertextualidade, a Informatividade e Focalização) 23 
Introdução 23 
Gramática do texto 24 
Propriedades de textualidade (a Conectividade, a Intencionalidade e a Aceitabilidade, as 
Inferências, a Situacionalidade, a Intertextualidade, a Informatividade e Focalização) 24 
5 
 
Relação entre coesão e coerência textuais 30 
Sumário da unidade 30 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 30 
TEMA-III: FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA (ADJECTIVOS, ADVÉRBIOS E 
LOCUÇÕES ADVERBIAIS) 31 
UNIDADE Temática 3.1: Conceito de “Adjectivo” e Flexão adjectival 31 
Introdução 31 
Flexão adjectival: 32 
Relação entre adjectivo e outras classes gramaticais (Nome e Verbo ou particípio passado) 42 
Classe dos adjectivos 46 
Adjectivos pátrios 50 
Locuções adjectivais 52 
Flexão adverbial 59 
Classificação dos advérbios e os respectivos critérios 60 
Locuções adverbiais 68 
Sumário da unidade 68 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 69 
TEMA-IV: CATEGORIA GRAMATICAL (O VERBO-MODO INDICATIVO/TEMPO 
PRESENTE E PRETÉRITO IMPERFEITO) 71 
UNIDADE Temática 4.1: Definição dos conceitos gramaticais (Verbo, Indicativo, Presente e 
Pretérito imperfeito) 71 
Introdução 71 
Verbo 72 
Modo Indicativo 73 
Presente do Indicativo 73 
Pretérito Imperfeito do Indicativo 75 
Presente do Indicativo e a sua Estrutura Flexional 77 
Pretérito Imperfeito do Indicativo e a sua Estrutura Flexional 78 
Sumário da unidade 79 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 79 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 81 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
VISÃO GERAL DO Módulo 
Bem-vindo à Disciplina/Módulo 
de Língua Portuguesa IV 
A elaboração do Módulo de Língua Portuguesa IV visa desenvolver 
a compreensão e expressão oral e escrita, para que o estudante 
tenha as competências linguística e comunicativa bem como de 
ferramentas linguísticas que o ajudem a descrever a gramática da 
língua portuguesa e produzir distintos géneros textuais à luz das 
respectivas especificidades. 
Assim, este Módulo é uma mais-valia para que os estudantes e os 
demais interessados adquiram um domínio eficaz e eficiente de 
algumas técnicas do uso da língua portuguesa. 
Quem deveria estudar este 
Módulo 
 
 
 
8 
 
 
O presente Módulo foi elaborado para os estudantes do 2º ano do 
Curso de Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa do ISCED, I 
Semestre. No entanto, o uso do mesmo não está exclusivamente 
direcionado ao leitor anteriormente referido, podendo haver, 
porém, leitores que queiram actualizar e consolidar os seus 
conhecimentos nesta disciplina. 
 
Como está estruturado este 
Módulo 
O Módulo de Língua Portuguesa IV, destinado aos estudantes do 2º 
ano do Curso de Licenciatura em Ensino de Português, à 
semelhança dos restantes do ISCED, apresenta-se do seguinte 
modo: 
 
❖ Páginas introdutórias 
 
● Um índice; 
 
● Uma visão geral detalhada dos conteúdos do Módulo, resumindo 
os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. 
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes 
de começar o seu estudo, como componente de habilidades de 
estudos. 
 
 
❖ Conteúdo desta Disciplina/Módulo 
Este Módulo está estruturado em Temas. Cada tema comporta 
certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades. 
Cada unidade temática caracteriza-se por conter uma introdução, 
objectivos, conteúdos e sumário. 
9 
 
Porém, no final de cada unidade temática, são incorporados antes 
do sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que 
aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: 
Exercícios de natureza teóricos/práticos, e actividades práticas 
algumas incluindo estudo de caso. 
 
 
❖ Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio 
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didáticos adicionais ao seu Módulo 
para você explorar. 
Para tal, o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de 
recursos diversos materiais de estudo relacionado com o seu curso 
como: Livros e/ou Módulos, CD, CD-ROM e DVD. Para além deste 
material físico ou eletrónico disponível na biblioteca, pode ter 
acesso à Plataforma digital Moodle para alargar mais ainda as 
possibilidades dos seus estudos. 
 
Comentários e sugestões 
 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc., sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças às suas observações que, em gozo da confiança 
que temos em si, caro estudante, classificamo-las como úteis na 
elaboração do próximo módulo. 
 
 
10 
 
Ícones de actividades 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes 
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela 
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança 
de actividade, etc. 
 
Objectivos do Módulo 
Ao fim do estudo deste Módulo de Língua Portuguesa IV, o 
estudante deve ser capaz de: 
 
 
Objectivos Específicos 
▪ Compreender discursos orais e escritos 
▪ Expressar-se com coerênciae correcção de acordo com as 
diferentes finalidades e situações comunicativas; 
▪ Utilizar a Língua como instrumento para a aquisição de 
novas aprendizagens. 
 
 
 
 
 
 
Resultados do Módulo 
Após o uso deste manual, você será capaz de: 
 
▪ Compreender discursos orais e escritos. 
11 
 
 Resultados ▪ Expressar-se com coerência e correcção de acordo com as 
diferentes finalidades e situações. 
▪ Utilizar a Língua como instrumento para a aquisição de 
novas aprendizagens. 
 
 
 Prazo 
 
No total, são 10 horas de contacto, equacionadas de acordo com a 
duração da respectiva unidade temática. 
 
 
 
Habilidades de Estudo 
 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. 
Aprender aprende-se. 
 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, exigirá 
do estudante, empenho, dedicação e disciplina no estudo. Ou 
seja, os bons resultados serão alcançados através de estratégias 
eficientes e eficazes, apenas. 
 
 
Razão pela qual, torna-se demasiado importante saber como, 
onde e quando estudar. 
12 
 
 
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que o 
caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, 
procedendo como se segue: 
 
1º Praticar a leitura e aprender à Distância exige alto domínio de 
leitura. 
 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
 
4º Participar em seminários (debates em grupos), para comprovar 
se a sua aprendizagem se aproxima ou não da aprendizagem dos 
colegas e do padrão esperado. 
 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existir. 
 
 
IMPORTANTE 
 
É importante observar o ambiente de estudo para uma 
aprendizagem proveitosa, ou seja, reflicta e organize o espaço 
ideal para o seu estudo. Em observância ao triângulo modo-
espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando… estudar, 
como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus 
momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que 
seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro 
lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-
semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num 
sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em 
cada 30 minutos/ em cada hora? Etc. 
 
 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; Deve 
13 
 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao 
seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos os 
conteúdos de cada tema, no Módulo. 
 
Não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a 
uma hora. Estude por uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 
(quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de 
actividades). 
 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. 
 
Porque o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em 
termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre o 
conhecimento, perde sequência lógica, por fim, ao perceber que 
estuda tanto, mas não aprende, cai em insegurança, depressão e 
desespero, por se achar injustamente incapaz! 
 
Não estude na última hora quando se trata de fazer alguma 
avaliação. 
 
Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estude apenas para responder às questões 
de alguma avaliação, mas estude para a vida, sobretudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em 
que se está a formar. 
 
Organize na sua agenda um horário onde define que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Decida como utilizar 
produtivamente o tempo livre, decidindo quanto tempo será 
dedicado ao estudo e a outras actividades. 
 
14 
 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas e nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar seus comentários relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
 
 Preciso de ajuda? 
 
Socorro 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, fraca visibilidade, páginas trocadas ou 
invertidas, etc. Nestes casos, contacte os serviços de atendimento 
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
SMS ou via correio electrónico e se tiver tempo, escreva mesmo 
uma carta participando a preocupação. 
 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo) é monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da 
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TICs 
torna-se incontornável: entre estudantes/ estudante – Tutor/ 
estudante –CR/ estudante. 
 
As sessões presenciais são um momento em que você, caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com o staff 
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste 
15 
 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
 
 
 
16 
 
 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muito importante, na medida 
em que o permite situar em termos do grau de aprendizagem, em 
relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa 
de apoio ou precisa de apoiar os colegas. 
Desenvolver o hábito de debater assuntos relacionados com os 
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e 
unidade temática, no Módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar 
todas as tarefas (exercícios, actividades e auto−avaliação), contudo 
nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam 
realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das 
sessões presenciais seguintes. 
 
 
17 
 
 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. 
Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta 
e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/Módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues no Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor1. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
 
As tarefas de auto-avaliação para este Módulo encontram-se no 
final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: 
● Primeiro, apresentam exercícios resolvidos com detalhes. 
Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação, 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescentede 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir às outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo 
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção 
e subsequente atribuição de nota que também constará do exame 
do fim do Módulo. Razão pela qual, fazer todos os exercícios é uma 
grande vantagem. 
 
1
 O plágio é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras 
do texto de um autor, sem o citar é considerado plágio. 
18 
 
Avaliação 
 
Para as seguintes perguntas: Como é possível avaliar estudantes à 
distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor? A resposta é: Sim é possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu Módulo. O tempo de contacto presencial perfaz 
os restantes 10% de tempo do Módulo. A avaliação do estudante 
consta detalhadamente do regulamento de avaliação. 
 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
 
Os exames são realizados no final da cadeira, disciplina ou Módulo 
e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) exame. 
 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam no regulamento de 
avaliação. 
 
19 
 
 
20 
 
TEMA I: TEXTOS DESCRITIVOS 
UNIDADE Temática 1.1: Definição dos textos descritivos 
UNIDADE Temática 1.2: Estrutura dos textos descritivos 
UNIDADE Temática 1.3: Linguagem empregada em textos descritivos 
UNIDADE Temática 1.3: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
UNIDADE Temática 1.1: Definição dos textos descritivos 
 
Introdução 
Nesta unidade temática, vamos abordar profundamente sobre o 
texto descritivo, dando alusão às especificidades que dizem 
respeito a este género textual, designadamente: estrutura 
constitutiva e as características linguísticas, respectivamente. 
 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
Objectivos específicos 
▪ Identificar a estrutura constitutiva do texto descritivo; 
▪ Mostrar as características linguísticas do texto descritivo; 
▪ Produzir um texto descritivo, ponderando as respectivas 
especificidades e a competência comunicativa. 
 
 
21 
 
 
 
“A descrição é a representação de alguém ou de algo que, 
oralmente ou por escrito, fixa a sua atenção em características, 
qualidades ou circunstâncias do que se descreve e que se pode 
concretizar de um modo preciso ou generalizado. Apesar da 
técnica, esta explicação coincide com uma definição mais 
tradicional da descrição “descrever é pintar com palavras” Álvarez 
(1998). 
De acordo com Rossana (2015), citando Álvarez (1998), descrever 
é assim uma forma de expressão utilizada para expor qualidades e 
características de uma pessoa ou qualquer outro ser vivo, de um 
objecto, de uma paisagem, de uma sensação ou de um sentimento 
cuja finalidade é a de provocar no receptor sensações ou 
sentimentos similares aos percepcionados pelo emissor quando 
confrontado com qualquer realidade. 
Numa outra visão, de forma sucinta, 2Descrever é enumerar as 
características que distinguem um determinado objecto, paisagem 
 
2 HERDADES, Mendes Márcio. Novo Manual de Redação: básico, concursos, vestibulares, técnica. 
Campinas, SP: Pontes, 2000. 
22 
 
ou ser de todos os outros. Ademais, alguns autores distinguem três 
fases de descrição: 
● Observação (qualquer descrição parte de uma observação, ou seja, 
o autor do texto descritivo deve ter uma imagem física ou abstrata 
por observar); 
 
● Reflexão (depois de observar, o autor cria um retrato da imagem, 
pessoa, ideia ou objecto, apresentando aspectos relativos ao que é 
descrito e atribuindo um significado à imagem que será expressa 
no texto); 
 
● Expressão (é a fase em que se expressa o sentimento ou 
significado da imagem que é descrita, havendo fundamentalmente 
uma relação entre o objecto e a linguagem patente na descrição 
textual). 
 
Na óptica de Herdades (2000), a descrição pode ser: 
a) de pessoas: características físicas e/ou psicológicas; 
b) de objectos; 
c) de paisagens; 
d) técnica ou informativa 
Pode a descrição ser objectiva (aponta características físicas exteriores) e/ou psicológica (aponta 
características interiores, subjectivas). 
 
Exemplos ilustrativos 
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, 
nasceu Iracema. 
Iracema, virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais 
negros que a asa de graúna, e mais longos que seu talhe de 
palmeiras. O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a 
baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. 
23 
 
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão 
e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande 
nação tabajara. O pé ágil e nu, mal roçando, alisava a verde pelúcia 
que vestia a terra com as primeiras águas. 
“Iracema”, José de Alencar 
 
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao título, tão 
facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, 
era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes 
lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para 
maometana; aceitaria um harém, com aparências salvas. Deus me 
perdoe se julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio 
rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamávamos 
uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. 
Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. 
“Missa do Galo”, Machado de Assis 
 
Suicidou-se anteontem o meu triste amigo Boaventura da Costa. 
Pobre Boaventura! Jamais o caiporismo encontrou asilo tão 
cômodo para suas traiçoeiras manobras como naquele corpinho 
dele, arqueado e seco, cuja exiguidade física, em contraste com a 
rara grandeza de sua alma, muita vez me levou a pensar na injustiça 
dos céus e na desequilibrada desigualdade das coisas cá da terra. 
Não conheci ainda criatura de melhor coração, nem de pior estrela. 
Possuía o desgraçado os mais famosos dotes morais de que é 
suscetível um animal da nossa espécie, escondidos, porém, nas 
mais ingrata e comprometedora figura que até hoje viram meus 
olhos por entre o intérmina cadeia dos tipos ridículos. 
O livro era excelente, mas a encadernação detestável. Imagine-se 
um homenzinho de cinco pés de altura sobre um largo, com uma 
grande cabeça feia, quase sem testa, olhos fundos, pequenos e 
descabelado; nariz de feitio duvidoso, boca sem expressão, gestos 
vulgares, nenhum sinal de barba, braços curtos, peito apertado e 
24 
 
pernas arqueadas; e ter-se-á uma ideia do tipo do meu malogrado 
amigo. 
“Polítipo”, Aluísio Azevedo 
 
 
Função da descrição 
 
 
Neste sentido, a função da descrição é informar as características 
de um objecto, pessoa, ideia, fenómeno, etc. que se pretende 
apresentar. Pela descrição, o autor do texto cria um retrato na 
mente do leitor sobre o que é descrito. Assim, a descriçãopode ser 
encontrada em textos de livros didácticos, enciclopédicos, revistas 
científicas, textos literários (romances, contos, poemas, crônicas 
para a descrição dos personagens, do espaço, etc.) de entre outros 
géneros textuais. 
 
Estrutura e características dos textos descritivos 
 
Estrutura do Texto descritivo 
O texto descritivo organiza-se em três etapas, designadamente: 
● Introdução-etapa onde é apresentada a situação ou objecto que se 
vai descrever; 
 
● Desenvolvimento-é descrito de forma pormenorizada, os 
diferentes elementos da situação ou problema; por exemplo, se for 
a descrição de uma pessoa, são apresentados os seus aspectos 
físicos (idade, altura, traços do rosto), seguidamente, os traços 
psicológicos; 
 
● Conclusão- é feito um comentário geral sobre o que foi descrito. 
 
 
25 
 
Linguagem empregada nos textos descritivos 
 
Este tipo de texto é específico por informar as características de 
alguém ou de algum estado de coisas. Linguisticamente, segue uma 
sequência predominantemente construída por: 
● Verbo ser e outros verbos caracterizadores de propriedades, de 
qualidades e de aspectos de seres e de coisas; 
 
● O presente e o pretérito imperfeito como os tempos verbais 
dominantes; 
 
● Os adjetivos qualificativos e advérbios com valor locativo, que 
completam ou modificam a informação do substantivo, 
adicionando características específicas a ele. 
 
● Em textos descritivos, predominam as estruturas justapostas, veja 
em (9a) – geralmente separadas por vírgulas ou pontos; e 
estruturas coordenadas (9b) – comumente separadas por 
conjunções coordenadas (e, mas, ou, portanto, pois): 
 
a) Estruturas justapostas A Maria é uma mulher interessante, cheia 
de humildade, um físico que não conhece a obesidade, etc. (as 
características da Maria foram separadas por vírgulas, isto é, foram 
justapostas, colocadas uma após a outra, em sequência.) 
b) Estruturas coordenadas: Ela trazia um vestido de gala, mas o seu 
rosto não condizia com o evento. 
 
26 
 
Sumário da unidade 
 
 
 
Sumário 
 
 
Nesta unidade temática estudamos e abordamos em volta dos 
textos descritivos, uma forma de expressão utilizada para expor 
qualidades e características de uma pessoa ou qualquer outro ser 
vivo, de um objecto, de uma paisagem, de uma sensação ou de um 
sentimento cuja função é informar as características do retrato que 
se pretende apresentar. Destacamos a sua estrutura tanto como a 
respectiva linguagem predominante. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
 
 
1. Tendo em conta as especificidades do texto descritivo 
(observação, reflexão e expressão, sua estrutura e 
características linguísticas), elabore uma descrição da imagem a 
sua escolha. De entre as opções abaixo. 
27 
 
 
 Fonte: Fotografia extraída do Núcleo de Artes (Tsemane) 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
29 
 
2. Descreva física e psicologicamente seu (sua) melhor amigo 
(a).________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
3. O que entende por Texto Descritivo. 
4. Não se esqueça de apresentar a respectiva estrutura ou 
característica, função da descrição e a linguagem predominante. 
 
 GRUPO 2 (Com Respostas sem detalhe) 
As respostas dos números 1 e 2 devem ir de encontro as 
especificidades do texto descritivo. 
3. Texto Descritivo é aquele que visa descrever ou expor qualidades 
e características de uma pessoa ou qualquer outro ser vivo, de um 
objecto, de uma paisagem, de uma sensação ou de um sentimento 
cuja finalidade é a de provocar no receptor sensações ou 
sentimentos similares aos percepcionados pelo emissor quando 
confrontado com qualquer realidade. 
4. O texto descritivo organiza-se em três etapas, designadamente: 
Introdução-etapa onde é apresentada a situação ou objecto que se 
vai descrever; Desenvolvimento-é descrito de forma 
pormenorizada, os diferentes elementos da situação ou problema; 
por exemplo, se for a descrição de uma pessoa, são apresentados 
os seus aspectos físicos (idade, altura, traços do rosto), 
30 
 
seguidamente, os traços psicológicos; Conclusão- é feito um 
comentário geral sobre o que foi descrito. A Função da descrição é 
informar as características de um objecto, pessoa, ideia, fenómeno, 
etc. que se pretende apresentar. 
Relativamente a Linguagem empregada nos textos descritivos 
destacam-se 
 
● Verbo ser e outros verbos caracterizadores de propriedades, de 
qualidades e de aspectos de seres e de coisas; 
 
● O presente e o pretérito imperfeito como os tempos verbais 
dominantes; 
 
● Os adjetivos qualificativos e advérbios com valor locativo, que 
completam ou modificam a informação do substantivo, 
adicionando características específicas a ele. 
 
GRUPO-3 (Exercícios de Gabarito) 
1. Apresente as características específicas dos elementos que 
podem ser identificados no texto descritivo. 
2. Descreva física e psicologicamente seu (sua) parceiro, 
encarregado de educação, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
TEMA II: GRAMÁTICA DO TEXTO 
 
UNIDADE Temática 2.1: Definição do conceito “ Gramática do texto” 
UNIDADE Temática 2.2: Relação entre coesão e coerência textuais 
UNIDADE Temática 2.3: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
UNIDADE Temática 2.1: Definição do conceito “ Gramática do texto” e apresentação das 
propriedades de textualidade (a Conectividade, a Intencionalidade e a Aceitabilidade, as 
Inferências, a Situacionalidade, a Intertextualidade, a Informatividade e Focalização) 
 
Introdução 
 
A gramática do texto é um sistema que aborda em torno dos 
parâmetros ou propriedades de textualidade, nomeadamente: 
conectividade (coesa e coerência textual), a intencionalidade, as 
inferências, a situacionalidade, a intertextualidade, a 
informatividade e a focalização. É sobre isso que esta unidade vai 
falar. 
 
Ao fim desta unidade, deve ser capaz de: 
 
 
Objectivos específicos 
▪ Identificar as propriedades referentes à gramática do texto; 
▪ Distinguir coesão textual de coerência textual; 
▪ Elaborar um texto que respeite às regras de produção textual 
apontadas nesta unidade. 
 
 
32 
 
Gramática do texto 
 
 
 
A Gramática do texto consiste na abordagem da gramática a partir 
da consideração do texto como objecto e pressuposto de ensino e 
aprendizagem, onde se destaca o sistema de regras que gere as 
frases e o discurso como productos coesos internamente e 
coerentes com o mundo relativamente ao qual devem ser 
interpretados. Ou seja, tais produtos são designados textos. 
 
Propriedades de textualidade (a Conectividade, a 
Intencionalidade e a Aceitabilidade, as Inferências, a 
Situacionalidade, a Intertextualidade, a Informatividade e 
Focalização) 
 
Partindo do pressuposto segundo o qual o conceito de texto é um 
sistema de orações que têm ligação e que para que seja 
considerado um texto, um segmento do discurso deve, entre 
outras coisas, ter as seguintes propriedades: a conectividade, a 
33 
 
intencionalidade e a aceitabilidade, a situacionalidade, a 
intertextualidade, a informatividade e focalização. 
 
a) 3Conectividade é uma propriedade relacional que pode ser 
definida nos seguintes termos: existe conectividade entre uma 
ocorrência textual que resulta de processos linguísticosno domínio 
exclusivamente do texto (Coesão textual) e a conectividade entre 
uma interdependência semântica das ocorrências textuais que 
resulta dos processos mentais de apropriação do real, e da 
configuração e conteúdo dos esquemas cognitivos que definem o 
saber sobre o mundo (Coerência textual). Daí que, falar-se de 
conectividade implicar fazer alusão aos conceitos como coesão e 
coerência textuais. 
 
Coesão textual 
 
 
Também se pode conceituar a coesão como o fenómeno que diz 
respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes na 
superfície textual se encontram interligados, entre si, por meio de 
recursos linguísticos, formando sequências veiculadoras de 
sentidos. Ora, segundo Marcuschi (1983), os factores da coesão são 
aqueles que dão conta da sequenciação superficial do texto, isto é, 
os mecanismos formais de uma língua que permitem estabelecer, 
entre os elementos linguísticos do texto, relações de sentido. Por 
isso, podemos ter coesão por remissão e por sequenciação. 
 
A Coesão por remissão tem a ver com a reativação de referentes 
que se realiza por meio da referenciação anafórica e catafórica. Em 
outras palavras, a referenciação anafórica designa qualquer tipo 
 
3 Brito (2003) 
 MATEUS et all. Gramática da Língua Portuguesa. 6.ed. Lisboa: Caminho (SA), 2003. 
 
34 
 
de retomada de uma unidade de um texto por um outro recurso 
linguístico gramatical (pronomes possessivos, demonstrativos, 
indefinidos, interrogativos, relativos, advérbios pronominais) e por 
meio de outros recursos de natureza lexical (sinónimos, 
hiperónimos, nomes genéricos), onde o termo que retoma segue o 
termo retomado. Assim, ela pode retomar um termo em suas 4três 
dimensões: 
-como tendo o mesmo referente: um cavalo…ele…; 
 
-como tendo o mesmo significado: o livro de Paulo…o meu…Aqui, é 
o significado de “Livro” que está anaforizado, e não o referente 
(Não se trata do mesmo livro); 
-como tendo o mesmo significante: “flor” é uma bela palavra; ela 
tem quatro letras. O pronome ela não retoma nem o referente, 
nem o sentido de flor, mas a própria palavra. 
 
Em paralelo, a referenciação catafórica designa qualquer tipo de 
retomada também através de elementos linguísticos, porém numa 
posição em que o termo que retoma precede o termo retomado. 
Ex: “Vocês o entenderão.” Desejo, por esta carta, falar-lhes sobre a 
França. François Mitterrand. 
(“Carta a Todos os Franceses”, 1998) 
 
No exemplo acima, o pronome o cataforiza toda a frase seguinte: 
Por seu turno, a coesão sequenciadora é aquela através da qual se 
faz o texto avançar, garantindo-se, porém, a continuidade dos 
sentidos. O sequenciador de elementos textuais pode ocorrer 
como expressões de conteúdo semântico (paráfrase) e de tempos 
verbais. Ex: Hoje não fui à escola, em outras palavras, ausentei-me. 
Nesta frase, a expressão em outras palavras é uma paráfrase que 
funciona como sequenciador da coesão. 
 
4 KOCH, V. G.I. O texto e a construção de sentidos. 8.ed. São Paulo: Contexto, 2005. 
 
35 
 
 
Coerência textual 
 
A coerência textual diz respeito ao modo como os elementos 
subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na mente dos 
interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos. Ela, 
portanto, longe de constituir mera qualidade ou propriedade do 
texto, é resultado de uma construção feita pelos interlocutores 
numa situação de interação dada, pela actução conjunta de uma 
série de factores de ordem cognitiva, situacional, sociocultural e 
internacional (cf. Koch e Travaglia, 1989 e 1990). 
Se, todavia, for verdade que a coerência não está no texto, é 
verdade também que ela deve ser construída a partir dele, 
levando-se, pois, em conta os recursos coesivos presentes na 
superfície textual, que funcionam como pistas ou chaves para 
orientar o interlocutor na construção do sentido. 
 
Logo, a coerência é algo que se estabelece na interação, na 
interlocução, numa situação comunicativa entre dois usuários. 
Assim, faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo 
ser vista, pois, como um princípio de interpretabilidade do texto. 
Com efeito, ela pode ser vista também como ligada à 
inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à 
capacidade que o receptor do texto (que o interpreta para 
compreendê-lo) tem para calcular o seu sentido. 
Neste âmbito, Van Dijk e Kintsch (1983) falam de coerência local 
(de parte do texto ou de frases ou sequência de frases dentro do 
texto) e em coerência global (do texto como um todo), aludindo 
aos diversos tipos de coerência, nomeadamente: 
 
● Coerência semântica: que diz respeito à relação entre significados 
dos elementos das frases em sequência em texto (local) ou entre 
os elementos do texto como um todo (macroestrutura semântica); 
 
36 
 
● Coerência sintáctica: que se refere aos meios sintácticos para 
expressar a coerência semântica (Por exemplo, o uso de pronomes 
e SN’s definidos); 
 
● Coerência estilística: que significa que um usuário em seu texto faz 
uso do mesmo estilo ou registro na escolha lexical, comprimento e 
complexidade da frase, etc. Esta noção parece necessária para 
explicar fenómenos de quebras estilísticas; 
 
● Coerência pragmática: que caracteriza o discurso quando estudado 
como uma sequência de actos de fala, desde que estes em 
sequência sejam condicionalmente relacionados e satisfaçam às 
mesmas condições das propriedades que se mantém para um 
contexto pragmático dado (uma sequência de pedido polido 
seguida por uma ordem séria pragmaticamente incoerente). 
 
 
 
 
a) A intencionalidade e a aceitabilidade, na óptica de Koch e Travaglia 
(2011), citando Beaugrande e Dressler “para que uma 
manifestação linguística constitua um texto, é necessário que haja 
a intenção do emissor de apresentá-la e a dos receptores de aceitá-
la como tal. As noções de intencionalidade e aceitabilidade são 
introduzidas para dar conta, respectivamente, das intenções dos 
emissores e das atitudes dos receptores. 
 
Ou seja, a intencionalidade trata “da intenção do emissor de 
produzir uma manifestação linguística coesiva e coerente, ainda 
que essa intenção nem sempre se realize integralmente, podendo 
mesmo ocorrer casos em que o emissor afrouxa deliberadamente 
a coerência com o intuito de produzir efeitos específicos. No 
entanto, a aceitabilidade diz respeito às atitudes dos receptores 
“de aceitar a manifestação linguística como um texto coesivo e 
coerente, que tenha para eles uma utilidade ou relevância”. 
 
 
37 
 
 
b) As inferências, na perspectiva de Koch e Travaglia (2005), são um outro 
factor importante para a compreensão de um texto, ligado ao 
conhecimento do mundo. Basicamente se entende por inferência 
aquilo que se usa para estabelecer uma relação, não explícita no 
texto, entre dois elementos desse texto. 
 
Ou seja, ela é a operação que consiste em suprir conceitos e relações 
razoáveis para preencher lacunas (vazios) e descontinuidades em 
um mundo textual. Para os autores, o inferenciamento busca, pois, 
sempre resolver um problema de continuidade de sentido. 
 
 
 
 
c) “5A situacionalidade designa os factores que fazem com que o texto seja 
relevante para uma dada situação, explícita ou recuperável. A 
situacionalidade de um texto pressupõe os participantes: 
locutor/escritor e alocutário/ouvinte/leitor como sujeitos situados, 
como lugares ou papéis sociosimbolicamente regulados, bem 
como todos os factores reguladores da interação verbal” (Brito, 
2003). Tem a ver com a influência do pragmático na coerência. 
 
d) A intertextualidade, conforme Beaugrande e Dressler, compreende as 
diversas maneiras pelas quais a produção e a recepção de dado 
texto depende do conhecimento de outros textos por parte dos 
interlocutores, isto é, diz respeitoaos factores que tornam a 
utilização de um texto dependente de um ou mais textos 
previamente existentes. Tais maneiras incluem factores relactivos 
ao conteúdo, factores formais e ligados aos tipos de textos. Por 
isso, é notória a manifestação de citações, remissões, comentários, 
reformulações ou relatos de fragmentos de textos relevantes 
considerados modelos textuais. 
 
5 Koch e Travaglia chamam isso de Factores pragmáticos. 
 KOCH, V. G.I; TRAVAGLIA, C. L. O texto e a coerência 13.ed. São Paulo: Cortez, 2011 
 
38 
 
 
e) A informatividade designa o grau de incerteza das ocorrências textuais. 
O grau de informatividade é tanto maior quanto mais “inesperada” 
for uma dada ocorrência textual, ou por outra, quanto mais 
numerosas forem as alternativas a essa ocorrência textual e, por 
consequência, quanto mais improvável for a ocorrência textual 
efectivamente selecionada. 
 
Como é natural, um texto com um baixo grau de informatividade tem 
efeitos negativos sobre a atenção do alocutário/ouvinte/leitor, 
enquanto um texto com um elevado grau de informatividade 
potencia, em geral, a concentração de recursos de processamento 
do alocutário/ouvinte/leitor na sua interpretação. 
 
f) Finalmente, a focalização, que para Grosz (1981), é um aspecto 
importante para a compreensão de um texto. Uma vez que, no 
diálogo, escrito ou oral, o falante e ouvinte focalizam a sua atenção 
em pequena parte do que sabem e acreditam, razão pela qual este 
aspecto tem uma relação directa com a questão do conhecimento 
do mundo e do conhecimento partilhado. 
 
 
Relação entre coesão e coerência textuais 
 
 
Vamos, neste capítulo, elencar, de forma sintética, as relações que 
existem entre os conceitos “coesão” e “coerência” textuais. Estes 
conceitos são um par opositivo/distintivo um do outro. Não 
obstante, a contribuição da coesão para a coerência é apenas 
parcial, por isso Charolles (1987) afirma que “os elementos 
linguísticos de coesão e conexão ajudam a estabelecer a coerência, 
mas não são nem suficientes, nem necessários para que a 
coerência seja estabelecida, sendo preciso contar com os 
conhecimentos exteriores ao texto. Na verdade, a coesão ajuda a 
perceber a coerência na compreensão dos textos, porque é 
resultado da coerência no processo de produção desses mesmos 
39 
 
textos. Essa ideia é proposta por alguns estudiosos como Bernárdez 
(1982). 
 
Sumário da unidade 
 
 
Sumário 
 
 
 
Nesta unidade temática, debruçamos minuciosamente em torno da Gramática 
do texto que é um conjunto de regras que regem e que trazem toda a 
abordagem relativa ao texto provido de frases e discursos internamente 
coesos e coerentes com o mundo pelo qual são interpretados. Para tal, 
estudamos as propriedades da textualidade, pois o texto é pressuposto da 
aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
 
 
1. Identifique as propriedades da textualidade. 
2. Distinga coesão de coerência textuais. 
3. Elabore um texto breve descrevendo os principais 
problemas que apoquentam o processo de ensino e 
aprendizagem em Moçambique à luz das propriedades textuais 
como coesão e coerência. 
 
 
41 
 
GRUPO 2 (Com Respostas sem detalhe) 
1. As Propriedades de textualidade são: a Conectividade, a 
Intencionalidade e a Aceitabilidade, as Inferências, a 
Situacionalidade, a Intertextualidade, a Informatividade e 
Focalização. 
2. A coesão diz respeito ao modo como os elementos linguísticos 
presentes na superfície textual se encontram interligados, entre si, 
por meio de recursos linguísticos, formando sequências 
veiculadoras de sentidos, ao passo que a coerência textual diz 
respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície 
textual vêm a constituir, na mente dos interlocutores, uma 
configuração veiculadora de sentidos. 
 
3. No processo de elaboração do texto deve incorporar todas as 
propriedades da textualidade. 
 
GRUPO 3. (Exercícios de Gabarito) 
 
1. Diferencie textualidade de intertexualidade. 
2. Quando é que se considera uma frase gramatical e aceitável. 
3. Diferencie com base em exemplos coesão textual de coerência 
textual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
TEMA III: FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA 
(ADJECTIVOS, ADVÉRBIOS E LOCUÇÕES 
ADVERBIAIS) 
 
UNIDADE Temática 3.1: Conceito de “Adjectivo” e Flexão adjectival 
UNIDADE Temática 3.2: Relação entre adjectivo e outras classes gramaticais (Nome e Verbo) 
UNIDADE Temática 3.3:Classe dos adjectivos 
UNIDADE Temática 3.4: Funções sintácticas do adjectivo 
UNIDADE Temática 3.5:Conceito de “Advérbio” e Flexão adverbial 
UNIDADE Temática 3. 6: Classificação dos advérbios e os respectivos critérios 
UNIDADE Temática 3.7: Locuções adverbiais 
UNIDADE Temática 3.8: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
UNIDADE Temática 3.1: Conceito de “Adjectivo” e Flexão adjectival 
 
Introdução 
 
Nesta unidade, trazemos uma definição do adjectivo, advérbio e 
locuções adverbiais e, acima de tudo, descrevemos o 
comportamento morfo-sintáctico destas duas classes gramaticais. 
 
Ao fim desta unidade, deve ser capaz de: 
 
 
 
Objectivos específicos 
▪ Definir o conceito de adjectivo, advérbio e locuções adverbiais; 
▪ Identificar o comportamento morfo-sintáctico dos adjectivos e 
dos advérbios; 
▪ Identificar a classificação dos adjectivos e advérbios; 
▪ Apontar a relação do adjectivo com outras classes gramaticais 
(Nome e Verbo). 
43 
 
 
 
 
 
O conceito de “adjectivo” diz respeito a uma categoria gramatical 
ou 6palavra variável em número, género e grau e é, geralmente, um 
modificador do nome. Isto é, uma palavra que tem como finalidade 
precisar o significado do substantivo, com o qual sempre que 
possível, concorda em género e número gramaticais atribuindo-lhe 
características. 
Flexão adjectival: 
Género (Uniformes e Biformes) 
 
Geralmente, o adjectivo varia em género a partir da concatenação 
de um morfema ou índice temático à base adjectival. Sendo que, 
quando a palavra varia neste sentido pode ser 7biforme, ou seja, se 
tiver uma forma para o masculino e tiver outra para feminino tem 
essa designação, como se pode ver seguidamente: bonito(a); 
lindo(a), gordo(a). No entanto, pode-se constatar igualmente a 
existência de adjectivos uniformes cuja característica morfológica 
culmina com uma forma única da palavra, sem variar 
 
6 MATOS, C. João. Gramática Moderna da língua portuguesa. 2.ed. Lisboa: Escolar, 2012. 
7 ROCHA, Ana. Termos básicos de literatura, linguística e gramática. Europa-América, 1997. Pg.5. 
44 
 
morfologicamente nem para o masculino nem para feminino. Veja-
se a seguir: virgem, indígena, fiel, forte. 
 
Como se pode verificar, os adjectivos não alteram a sua forma 
morfológica, apenas permitem a anteposição do artigo para 
determinar o género e número gramaticais. 
Logo, existem adjectivos que não dependem do morfema a/o 
concatenado à base adjectival, tal como sucede com os uniformes 
que na sua estrutura interna não veiculam a informação relativa ao 
género, para identificar se a palavra está no masculino ou feminino. 
Entrementes, na óptica de Cavacas e Gomes (2006) os adjectivos 
qualificativos e numerais são suscetíveis de variar em género 
seguindo de resto o modelo de nomes. 
 
Em síntese, a variação em género enquadra-se nos seguintes 
princípios: 
a) Adjectivos terminados em –a. 
São uniformes. 
Como: agrícola Islamista Nazista 
 Comunista Islamita Patarata 
 Congressista Janota Patriota 
 Cosmopolita Mariola Peralta 
 Idealista Marista Socialista 
 
 
 
b) Adjectivos terminados em –ão. 
São biformes. Seguem três vias no feminino: 
 
Ou: Aldeão/ aldeã Ancião/anciã Pagão/pagã 
 Alemão/alemã Charlatão/ charlatã São/sã 
 Anão/anã Cristão/cristã Vão/vã 
45 
 
 
 
Ou: Chorão/chorona Poltrão/poltronaBeirão/beiroa Tabelião/tabelioa 
 Toleirão/toleirona 
 
 
c) Adjectivos terminados em –e. 
São uniformes. 
 
Como: Breve Eminente Poluente 
 Celeste Forte Recente 
 Contente Iminente Saliente 
 Doce Inteligente Suave 
 Dolente Leve Valente 
 
 
d) Adjectivos terminados em –l. 
São uniformes. 
 
Como: Amável Fiel Incrível 
 Azul Flébil Notável 
 Cruel Frugal Possível 
 Débil Fútil Sensacional 
 Fácil Gentil Terrível 
 Fatal Geral Verosímil 
 
e) Adjectivos terminados em –m. 
São uniformes na maioria dos casos. 
 
Como: Afim Comum Jovem 
 Ruim 
 
f) Adjectivos terminados em –o. 
São biformes. Mudam –o em –a, no feminino. 
 
Como a maioria dos nomes: 
 Alto/a Curto Etéreo/a 
46 
 
 Baixo/a Doido/a Fraco/a 
 
Ou: obrigado/a, agradecido/a 
 (Estou muito obrigado/a!) 
 
g) Adjectivos terminados em –o, com vogal tónica o fechada (ô). 
São biformes. 
 
Mas: uns seguem o caminho geral, outros mudam também a vogal tónica 
para o aberto (ó). 
 
Assim: mas: 
Balofo/balofo (ô) Curioso (ô) /curiosa (ó) 
Oco/oca (ô) Fabuloso (ô)/ fabulosa (ó) 
Roto/rota (ô) Morto (ô)/ morta (ó) 
Tosco/tosco (ô) Torto (ô)/ torta (ó) 
 
Verifica-se ainda uma tendência geral para o segundo processo, o qual, 
aliás, origina por vezes cacofonias: 
 
Rei morto, rei posto./ Rainha morta, rainha posta. 
 
h) Adjectivos terminados em –r. 
Uns são biformes: acrescentam –a ao masculino. 
 
Como: Amador (a) Detentor (a) Sedutor (a) 
 Criador (a) Encantador (a) Teorizador (a) 
 
Outros, em número apreciável, são uniformes. 
 
Como: Anterior Inferior Maior 
 Posterior Superior Menor 
 Esmoler Interior Melhor 
 Exemplar Exterior Pior 
 Modelar Incolor Regular 
 Ímpar Multicolor Sem-par 
 Par Particular Sem-sabor 
 
47 
 
Mas atenção: as palavras inferior e superior podem ser nomes com 
femininos a inferior, a superiora. 
 
 A técnica superior chegou. 
 É a nossa superiora. 
 
Observação: Nos adjectivos terminados em -or, biformes, 
ocorrem algumas variações: 
 
Gerador-geratriz ou Lavrador-lavradeira 
Motor-motriz Vendedor-vendedeira 
 
 
i) Adjectivos terminados em –s. 
Uns são biformes, acrescentando –a ao masculino. 
 
Como na generalidade dos gentílicos em –ês. 
 Francês Inglês Português 
 Dinamarquês Finlandês Norueguês 
 
Outros são uniformes. 
Como: 
 
 Cortês Pedrês Reles 
 Descortês Pires Simples 
 
Mas lembrando que no português antigo (ainda no século XVI), as 
terminações –ês, -or e –ol eram sinal de invariabilidade. Por isso 
ainda agora dizemos portuguesmente e não portuguesamente. 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 É uma referência aos quantificadores numerais dois/duas e às 
centenas entre duzentos/duzentas e novecentos/novecentas. 
j) Adjectivos terminados em –u. 
Uns são biformes: acrescentam –a ao masculino. 
 
Como: cru/crua nu/nua 
 
Mas: mau/má (reduz o u no feminino) 
E um apenas é uniforme: hindu. 
 
k) Adjectivos terminados em –eu e –éu. 
São biformes. 
 
Se terminam em –eu ( e fechado) mudam –eu em –eia, por vezes em –ia. 
 
Como: Ateu/ateia Galileu/galileia 
 
Santa cruz, o teu sinal 
Me defenda os sentidos; 
Ta bandeira vencedor 
Faça seer sempre abatidos 
Meus amigos e contrairos,?????????? 
Per ta graça destruydos. 
 
D. Duarte (Século XV) 
49 
 
 Cananeu/cananeia Hebreu/hebreia 
 Eritreu/eritreia Pigmeu/pigmeia 
 Europeu/europeia Plebeu/plebeia 
 
Ou: Judeu/Judia Sandeu/Sandia 
 
50 
 
(Com uma referência para os determinantes meu/minha, teu/tua, 
seu/sua) 
 
Se terminam em –éu (e aberto) mudam 
-éu em -éia: incréu/increia 
 
Ou: 
 
-éu em –oa: ilheu/ilhoa 
 
l) Adjectivos terminados em –z. 
São uniformes. 
 
Como: Atroz Eficaz Feroz 
 Capaz Feliz Lapuz 
 
Mas: Andaluz/andaluza. 
Número 
 
A flexão adjectival em número não tem novidades no que concerne 
a sua estrutura morfológica, uma vez que geralmente contém o 
afixo flexional que funciona como marca de número gramatical –s, 
assumindo ou o singular ou o plural . Ex: bonito(s); lindo(s), 
gordo(s). 
 
● Plural do Substantivo com valor de Adjectivo 
 
Quando determinada qualidade, a flexão é expressa por um 
substantivo que assume o valor de 
adjetivo, este deve permanecer no singular: blusas rosa, calças 
creme, etc. 
 
● Plural dos adjectivos compostos 
Via de regra, apenas o segundo elemento do composto varia em 
número. Veja-se os exemplos abaixo: 
Acordos anglo-germânicos 
Amizades luso-brasileiras 
51 
 
Culturas afro-brasileiras 
Olhos azul-claros 
 
Ou seja, “8para a formação do plural, os adjectivos seguem as 
mesmas regras dos nomes. Ora, vejamos: 
 
a) Luso-francês (singular) / lusos-franceses (plural) 
e) Surdo-mudo (singular) / surdos-mudos (plural) 
Em a) e nos exemplos anteriores tangentes à flexão em número, 
tratando-se de adjectivos compostos, flexiona-se o último 
elemento linguístico, mas em b), por excepção, tanto como sucede 
em adjectivos compostos que designam cores (como azul-
marinho/azuis-marinhos), flexionam-se ambas as formas para o 
plural.” 
 
OBSERVAÇÃO: 
Os adjetivos compostos podem ser divididos em três tipos: 
 
a) Os que são formados por dois adjetivos, como verde-escuro e 
médico-dentário - nesses casos, é o segundo elemento que 
varia para indicar gênero e número (verde escura, verde-
escuros, verde escuras; médico-dentária, médico-dentários, 
médico dentárias); 
 
b) Os que apresentam como um segundo elemento um 
substantivo, como amarelo-ouro e verde-mar - adjetivos desse 
tipo são invariáveis em gênero e número; 
 
 
c) Os que indicam cores e são formados expressão cor + substantivo 
- adjetivos desse tipo são invariáveis, mesmo quando a expressão 
cor de estiver subentendida (papel cor de rosa, papéis cor-de-rosa; 
giz (cor de ) laranja; gizes ( cor de) laranja, carro (cor de ) creme, 
 
8 MATOS, C. João. Gramática Moderna da língua portuguesa. 2.ed. Lisboa: Escolar, 2012. 
52 
 
carros ( cor de ) creme; camisa ( cor de ) cinza, camisas ( cor de ) 
cinza, etc. ) - fim do quadro de destaque. 
Grau 
 
A categoria de grau estabelece uma gradação no significado de 
uma palavra ou na relação entre termos de comparação. Por esta 
razão, o grau dos adjectivos varia entre normal, comparativo e 
superlativo. Por exemplo: 
 
1. Grau normal (o adjetivo modifica o nome sem gradação): 
 
O Marcos é simpático. 
 
2. Grau comparativo 
 
2.1 De superioridade (compara duas entidades e atribui a uma 
qualidade superior): 
 
O Marcos é mais simpático do que a Vânia. 
 
2.2 De igualdade (compara duas entidades, atribuindo-lhes uma 
qualidade igual): 
 
O Júnior é tão sagaz quanto a Amélia. 
 
2.3 De inferioridade (compara-se duas entidades e atribui a uma 
qualidade inferior): 
 
A Joana é menos trabalhadora do que a Flávia. 
 
3. Grau superlativo 
 
3.1 Absoluto (apresenta um elevado grau de uma determinada 
qualidade): 
 
3.1.1 Sintético (concatena-se o sufixo – íssimo/-érrimo à base adjectival): 
 
53 
 
 O Jorge é altíssimo/paupérrimo. 
 
 
3.1.2 Analítico (modifica-se por uma expressão de grau “muito”): 
 
O Jorge é muito alto. 
 
 
3.2 Relativo (salienta uma qualidade em relação a um todo e 
geralmente antepõe-se o artigo definido) 
 
3.2.1 De Superioridade (a mais): 
 
A Gina é a mais popular da turma. 
 
3.2.2 De inferioridade (a menos): A Gina é a menos vaidosa da 
turma. 
 
 Formas do superlativo absoluto sintético dignas de nota 
 
acre acérrimo doce dulcíssimo 
 
ágil agílimo eficaz eficacíssimo 
 
fácil facílimo feliz felicíssimo 
 
agudo acutíssimo amável amabilíssimo 
 
amigo amicíssimo fiel fidelíssimo 
 
frio frigidíssimo antigo antiquíssimo 
 
grande máximo humilde humílimo incrível incredibilíssimolivre libérrimo célebre celebérrimo 
 
cruel crudelíssimo magro macérrimo 
54 
 
 
próspero prospérrimo pulcro pulquérrimo 
 
salubre salubérrimo 
 
 
 
 
9Relação entre adjectivo e outras classes gramaticais (Nome e 
Verbo ou particípio passado) 
 
Adjectivos ou Nomes? 
 
Observe que é necessário apresentar a relação que se estabelece 
entre o substantivo e o adjectivo para poder conceituar este 
último. Na realidade, substantivos e adjectivos apresentam muitas 
características semelhantes e, em muitas situações, a distinção 
entre ambos só é possível a partir de elementos fornecidos pelo 
contexto: 
 
O jovem brasileiro tomou-se participativo. 
 
 
9 Brito (2003), in Mateus et al. 
55 
 
 O brasileiro jovem enfrenta dificuldades para ingressar no 
mercado de trabalho. 
 
 Na primeira frase, jovem é substantivo, e brasileiro é adjectivo. 
Na segunda, invertem-se esses papéis: brasileiro é substantivo, e 
jovem passa a ser adjectivo. Ser adjectivo ou ser substantivo não 
decorre, portanto, de características morfológicas da palavra, mas 
de sua actuação efectiva numa frase da língua. 
O adjectivo concorda em gênero com o substantivo a que se refere: 
 
 Um comportamento estranho 
 
 Uma atitude estranha 
 
Um jornalista activo 
 
Uma jornalista activa 
 
 
Deveras, os adjectivos e os nomes partilham propriedades 
gramaticais comuns, o que cria uma alvoroço em volta destas duas 
categorias morfológicas no seio da comunidade acadêmica, ou 
seja, quer o adjectivo quer o nome aceitam a flexão, onde se pode 
ter, por exemplo, o/s rico/s, o/s pobre/s, o/s português(e)/s. 
Perante a estes itens lexicais torna-se difícil saber se estamos 
diante de adj. ou de N. Entretanto, estes itens lexicais aceitam o 
recurso aos critérios de adjectivação por forma a distingui-los. 
Critérios de adjectivação 
 
1. Podem surgir em posição de atributo de um nome, embora nem 
todos ocorram nas posições pré e pós-nominal: 
 
a) Os parentes ricos, os ricos parentes 
b) O amigo velho, o velho amigo 
c) A mulher racista, *a racista mulher 
d) O cidadão moçambicano, *o moçambicano cidadão 
56 
 
 
2. Podem ocorrer em posição predicativa e ter por isso a função 
sintáctica de predicativo de sujeito: 
 
a) Os parentes são ricos. 
b) O amigo é velho. 
c) A mulher é racista. 
d) O cidadão é moçambicano. 
 
 
3. Nem todos os adjectivos podem ser modificados por expressões de 
grau, porque nos exemplos abaixo apresentados há diferença entre 
palavras graduáveis (rico, velho, racista) e não graduáveis 
(moçambicano, solteiro e verde). 
 
a) Os parentes muito ricos. 
b) O amigo muito velho. 
c) A mulher muito racista. 
d) *O cidadão muito moçambicano. 
e) * O senhor muito solteiro. 
f) *Os políticos muito verdes. 
 
Estes testes ou critérios mostram que, como atributos nominais, os 
itens lexicais em causa são verdadeiros adjectivos, pertencentes a 
dois grupos, os graduáveis e não graduáveis. 
 
Adjectivos ou verbo (particípio passado)? 
 
Muitos particípios verbais funcionam sintaticamente como 
adjectivos, surgindo em posição predicativa (4a) ou atributiva (4b) 
e podendo ser modificados por expressões de grau (4c): 
 
4. a) Ele está preocupado com a filha. 
 b) Uma pessoa preocupada. 
57 
 
 c) Ele está muito preocupado com a 
filha. 
 
Embora partilhem com os adjectivos (e até com N) as propriedades 
apontadas, a particípios que são verdadeiras formas verbais. A 
prova da natureza verbal desses particípios é a possibilidade de 
serem acompanhados de advérbios temporais/aspectuais (5a) e a 
impossibilidade de surgirem em posição pré-nominal (5b); quando 
aparentemente os V não admitem esses Adv (5c) e quando ocupam 
a posição pré-nominal (5d) são, verdadeiramente, adjectivos. Tal 
como consta abaixo: 
 
5. a) Uma casa ocupada/ uma casa recentemente ocupada 
(Particípio, pois aceita ser acompanhado de advérbio temporal-
aspectual). 
 
 
b)Uma reunião autorizada/ *uma autorizada reunião (Particípio, 
porque não admite surgir na posição pré-nominal, ou seja, antes 
do nome). 
 
 
f) Uma mulher preocupada/ *Uma mulher recentemente 
preocupada (Adjectivo, uma vez que não admite ser acompanhado 
de advérbio temporal-aspectual). 
 
 
g) O homem arruinado/ O arruinado homem (Adjectivo, pelo 
facto de aceitar ocorrer na posição pré-nominal). 
 
 
A partir do teste acima, onde se aplicou critérios de adjectivação 
que consistem no emprego do advérbio temporal-aspectual e na 
colocação do adjectivo na posição pré-nominal para ver se a 
58 
 
palavra em itálico é um particípio passado ou um verdadeiro 
adjectivo, verificou-se que as palavras ocupada e autorizada são 
particípios e não adjectivos pelo facto de aceitarem o emprego do 
Adv e não ocorrem antes do nome; paralelamente a essas palavras 
em destaque, por uma razão oposta, as formas preocupada e 
arruinado são verdadeiros adjectivos. 
 
Classe dos adjectivos 
 
Na perspectiva de Brito (2003), é costume classificar os adjectivos 
em duas grandes subcategorias, nomeadamente: 
 
- Os adjectivos modificadores ou qualificativos, que exprimem 
qualidades, estados, modos de ser de entidades denotadas pelos 
nomes (menino lindo/casa grande/vestido vermelho, etc.). 
 
- E os adjectivos relacionais, também designados adjectivos 
temáticos e referenciais, geralmente denominais, que apresentam 
argumentos dos nomes com os quais são combinados e que por 
isso recebem relações temáticas diversificadas: de Agente (a 
revolta estudantil, a destruição romana da cidade, a recusa 
presidencial, a aprovação ministerial); de Experienciador 
(preocupação popular, amor paternal); de Tema (crítica musical, 
balanço empresarial); de Possuidor (trânsito urbano). 
 
Estes dois adjectivos são marcados por diferentes 
comportamentos sintácticos. Ora, os adjectivos modificadores 
podem surgir em posição atributiva, pré-nominal e pós-nominal, e 
predicativa, como adjectivos adnominais (6.a,b,c) e são geralmente 
graduáveis, mas os relacionais não aceitam nenhuma construção 
referida anteriormente (6d,e,f): 
Adjectivos modificadores 
 
6. a) O menino lindo/ O lindo menino (posição atributiva). 
 b)O menino é lindo (posição predicativa). 
 c) O menino muito lindo (modificada pela expressão de grau/graduável). 
59 
 
 
Adjectivos relacionais 
 
d)A população portuguesa/ *a portuguesa população (Não admite 
ocorrer na posição pré-nominal). 
 
 
 
h) *A revolta é estudantil. (Não surge em posição predicativa). 
 
i) O amor muito paternal (Não pode ser graduável). 
 
 
Para além disso, os adjectivos modificadores têm antônimos, 
todavia os relacionais não. Veja-se: Lindo/feio, grande/pequeno 
(modificadores); trânsito urbano/*não-urbano, crítica 
musical/*não-musical (relacionais). 
 
Refira-se ainda que os adjectivos modais, como possível, provável 
(7.a) e os temporais-aspectuais (7b,d), como frequente, 
permanente, súbito, que admitem as posições pré e pós-nominais 
e ambos os adjectivos aceitam a posição predicativa: 
 
Adjectivos Modais 
 
7. a) Uma possível/provável derrota do povo. 
 Uma derrota do povo possível/provável (posições pré e pós-nominais). 
 A derrota do povo é possível/provável. (Posição predicativa). 
 
 
 
Adjectivos Temporais-aspectuais 
 
 b)Uma frequente/súbita/permanente violação dos direitos 
humanos. 
60 
 
 
 A violação frequente/súbita/permanente dos direitos humanos 
(Admitem as posições pré e pós-nominais). 
 
 A violação dos direitos humanos é 
frequente/permanente/súbita (Posição predicativa). 
 
 
Adjectivos numerais 
 
Segundo Cavacas e Gomes (2006), os adjectivos especificam um 
atributo importante dos nomes, o da ordemem que se inserem no 
plano da comunicação. Corresponde aliás à classe tradicional de 
numerais ordinais. 
 
Isto é 
 
Se: a quarenta quilómetros, temos um quantificador numeral, que 
nos indica a quantidade relactiva ao nome a que está 
referenciando, em termos gerais ou de estimativa. 
 
Ao quadragésimo quilómetro temos um adjectivo numeral, que 
nos indica que o nosso ponto de referência num conjunto contável 
fica em lugar do número quarenta. 
 
Lembrando de novo a poesia inicial, poderíamos dizer: 
 
● É a quarenta quilómetros, corresponde à uma caminhada pelo 
mato (porventura o corta-mato), em distância estimada com base 
em pontos de referência. 
 
● É no quadragésimo quilómetro, será presumivelmente por 
caminho urbano ou estrada inter—urbana com distâncias 
previamente ponderadas. 
 
Afinal, dirá um estudante: 
 
61 
 
● São doze anos de estudos.- Quantificador; 
 
● Mas o décimo segundo ano pode ser o último.- Adjectivo numeral. 
Regista-se que os adjectivos numerais se encontram sempre antes 
do nome; de outro modo perdem a sua qualidade de adjectivos 
numerais: 
 
O primeiro livro foi “A menina do Capuchinho”. 
A minha segunda árvore foi uma cerejeira. 
Este terceiro filho é muito curioso. 
 
Estes exemplos lembram ainda que os adjectivos numerais podem 
ser precedidos por determinantes. 
 
 
Recordam-se os adjectivos numerais correspondentes às dezenas 
e centenas, por menos usuais, e ainda os referentes ao milhar e aos 
primeiros valores sequentes, por vezes esquecidos, ou 
deficientemente referidos: 
grafia dos ordinais, e sua expressão oral, quando se trate de 
palavras compostas, nunca é entrecortada por elementos de 
conexão ou de pontuação. Por isso, o número décimo milésimo 
quadringentésimo nonagésimo nono (10499o.) não apresenta 
qualquer vírgula nem e intermédios. 
 
 
Aliás, verifica-se que correctamente só são usados adjectivos 
ordinais até trinta, pontualmente até cem. Os restantes, 
considerados cultos ou afectados (é visível a sua semelhança com 
formas latinas), são substituídos pelo cardinal correspondente: 
 
O ciclista A chegou em vigésimo lugar, mas o ciclista B só cortou a 
meta em lugar setenta e dois. 
 
 
 
 
10.o Décimo 200.o Ducentésimo 
62 
 
 
 
A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20.o Vigésimo 300.o Tricentésimo 
30.o Trigésimo 400.o Quadringentésim
o 
40.o Quadragésimo 500.o Quingentésimo 
50.o Quinquagésimo 600.o Seiscentésimo 
60.o Sexagésimo 700.o Septingentésimo 
70.o Septuagésimo 800.o Octingentésimo 
80.o Octogésimo 900.o Nongentésimo 
90.o Nonagésimo 1000.o Milésimo 
100.o Centésimo 10000
00.o 
Milionésimo 
1001.o Milésimo primeiro 2000.o Segundo milénio 
1010.o Milésimo décimo 6000.o Sexto milénio 
1015.o Milésimo décimo quinto 10000.o Décimo 
milésimo 
1200.o Milésimo ducentésimo 10010.o Décimo 
milésimo 
décimo 
1900.o Milésimo nongentésimo 300000
0.o 
Terceiro 
milionésimo 
63 
 
 
 
 
 
 
 
Adjectivos pátrios 
 
Os adjectivos referentes a países, estados, regiões, cidades ou 
localidades são conhecidos como adjectivos pátrios. Conhecê-los é 
importante para evitar erros e construir frases mais concisas. Por 
isso, leia com atenção as relações de adjectivos pátrios colocadas a 
seguir. 
 
Açores – açoriano 
 
 Alentejo – alentejano 
 
Algarve - algarvio ou algarviense 
 
Angola - angolano ou angolense 
 
Aveiro - aveirense 
 
Beira - beirão ou beirense 
 
Beja – bejense 
 
 Braga - bracarense, brácaro ou braguês 
 
 Bragança - bragantino, bragançano, branganção, brigantino ou 
bragancês 
 
Cabo Verde - cabo-verdiano ou cabo-verdense 
 
 Castelo Branco – albicastrense 
 
64 
 
 Coimbra - coimbrão, conimbricense, conimbrigense ou 
colimbriense 
 
Dio – dioense 
 
Guiné-Bissau - guineense Leiria - leiriense 
Lisboa - lisboeta, lisbonense, lisboês, lisbonino, lisbonês, 
olissiponense ou ulissiponense 
 
Luanda – luandense 
 
Macau - macaense ou macaísta 
 
Madeira – madeirense 
 
Minho - minhoto 
 
Moçambique – moçambicano 
 
Portalegre - portalegrense 
 
Setúbal - setubalense 
 
Porto - portuense 
 
Timor - timorense 
 
Ribatejo - ribatejano 
 
Trás-os-Montes - trasmontanos ou transmontanos 
 
Santarém - santareno, escalabitano 
 
Viana do Castelo - vianense ou vianês 
 
São Tomé e Príncipe - são-tomense ou são-tomeense 
 
Vila Real - vila-realense 
 
 Viseu – visiense 
Locuções adjectivais 
 
65 
 
Há conjuntos de palavras que têm o valor de um adjectivo: são as 
locuções adjectivais. Essas locuções são normalmente formadas 
por uma preposição e um substantivo ou por uma preposição e um 
advérbio; para muitas delas, existem adjectivos equivalentes: 
 
de abdômen abdominal de abelha apícola 
 
de águia aquilino de aluno discente 
 
de asno asinino da audição ótico, auditivo 
 
de bispo episcopal de boca bucal ou oral 
 
de ano anual de boi bovino 
 
de cabelo capilar de lebre leporino 
 
de cabra caprino de leite/lácteo láctico 
 
do campo rural, campesino, bucólico de lobo lupino 
 
de lua lunar, selênico de cão canino 
 
de macaco simiesco de cavalo equino, equídeo 
 
de mãe maternal, materno de chumbo plúmbeo 
 
de manhã matinal de chuva pluvial 
 
de marfim ebúrneo, ebóreo de cidade citadino, 
urbano 
 
de mármore marmóreo de cinza cinéreo 
 
de mestre magistral de cobra ofídico 
 
de monge monacal de coração cardíaco, cordial 
 
de morte mortal, letal de crânio craniano 
 
de nádegas glúteo de criança pueril 
 
de diamante diamantino, adamantino de neve níveo, nival 
66 
 
 
de noite noturno de estômago estomacal 
 
de nuca occipital de estrela estelar 
 
de olho ocular de homem viril, humano 
 
de face facial de orelha auricular 
 
de fera ferino de osso ósseo 
 
de fígado figadal, hepático de ouro áureo 
 
de filho filial de ovelha ovino 
 
de fogo ígneo de pai paternal, paterno 
 
de frente frontal de paixão passional 
 
de garganta gutural de pedra pétreo 
 
de gato felino de pele epidérmico, cutâneo 
 
de gelo glacial de pescoço cervical 
 
de gesso gípseo de porco suíno, porcino 
 
de guerra bélico de prata argênteo 
 
Funções sintácticas do adjectivo 
 
Ao rigor, o adjectivo só existe referido a um substantivo. Conforme 
se estabeleça a relação entre os dois termos da frase, o adjectivo 
desempenhará as funções sintácticas de Adjunto Adnominal ou de 
Predicativo. 
Adjectivo em função de adjunto adnominal 
 
Neste caso, segundo Cunha (1969), o Adjectivo refere-se, sem 
intermediário, ao substantivo, a que pode vir posposto ou 
anteposto. Formam ambos um conjunto significativo, marcado 
67 
 
pela unidade de acento e entoação e pela identidade da função 
sintáctica. 
Assim, no exemplo: 
 
Seus olhos negros encantam-me, 
 
O sujeito da oração é não apenas olhos, mas toda a unidade 
significativa e acentual: Seus olhos negros. 
 
É dentro deste conjunto que o adjectivo desempenhará a função 
sintáctica acessória, portanto secundária, de Adjunto Adnominal 
do substantivo olhos, núcleo do sujeito. 
 
 
Adjectivo em função predicativa 
 
Neste caso, na perspectiva do mesmo autor, a qualidade expressa 
pelo adjectivo transmite-se ao substantivo por intermédio de um 
verbo, que pode estar explícito ou implícito na oração. 
 
Temos o adjectivo em função predicativa nas seguintes 
construções: 
 
1. Predicativo do sujeito, com verbo de ligação explícita: 
 
A realidade é descomunal. 
 
 
2. Predicativo do sujeito, com verbo de ligação implícita: 
 
Descomunal este país. 
 
 
 
3. Predicativo do objecto directo, com verbo nocional transitivo: 
 
Encontrei meu pai pensativo. 
 
68 
 
 
 
4. Predicativo do objecto indirecto, com verbo nocional transitivo: 
 
Chamaram-lhe de medroso. 
 
 
 
5. Predicativo do sujeito, com verbo nocional intransitivo: 
 
O menino dorme tranquilo. 
 
Nesta últimaconstrução, o adjectivo encerra sempre, mais ou menos 
acentuada, uma noção adverbial. 
 
 
 
Diferença fundamental 
 
A diferença entre o adjectivo em função de Adjunto Adnominal e o 
adjectivo em função de Predicativo se baseia, principalmente, em 
dois pontos: 
 
1o.) O primeiro é termo acessório da oração, parte de um termos 
essenciais ou integrante dela; o segundo é, por si próprio, um 
termo essencial da oração. Se disséssemos, por exemplo: 
 
 
O campo é imenso, 
 
O adjectivo predicativo não poderia faltar, pois, sendo termo 
essencial, sem ele a oração não teria sentido. Se disséssemos, no 
entanto: 
 
O campo imenso está alagado. 
 
69 
 
O adjectivo imenso seria parte do sujeito, uma dispensável 
qualificação do substantivo que lhe serve de núcleo, um termo, por 
conseguinte, acessório da oração. 
 
2o.) A qualidade da expressão por um adjectivo em função 
predicativa vem marcada no tempo, e por essa razão cronológica 
entre a qualidade e o ser é responsável o verbo que liga o adjectivo 
ao substantivo. Comparem-se estas frases: 
 
O bom aluno estuda. 
 
Ele está nervoso, mas era calmo. 
 
Na primeira, acrescentamos a noção de bom à de aluno sem 
termos em mente qualquer referência à ideia de tempo. Já na 
segunda, as noções expressas pelos adjectivos nervoso e calmo são 
por nós atribuídos ao sujeito com a situação de tempo marcada 
pelo verbo: nervoso, no presente; calmo, no passado. 
 
Conceito de “Advérbio” e Flexão adverbial 
 
 
 Conceito de “Advérbio” 
 
 
Segundo Brito (2003), o advérbio é o núcleo do sintagma adverbial 
(SADV), podendo apresentar-se como uma única palavra ou como 
70 
 
uma locução adverbial (formada por preposição + 
advérbio/adjectivo/nome, como em por aqui, de novo, com 
certeza, ou com uma estrutura mais complexa como de onde em 
onde, de vez em quanto, etc. 
 
 Na palavra advérbio, assim como na palavra adjectivo, existe o 
prefixo latino ad, que indica ideia de "proximidade", 
"contiguidade". Portanto o nome praticamente já diz o que é o 
advérbio: é palavra capaz de caracterizar o processo verbal, 
indicando circunstâncias em que esse processo se desenvolve. 
 
 O papel básico dos advérbios é, por isso, relacionar-se com os 
verbos da língua, caracterizando os processos expressos por eles. 
Essa caracterização pode ter finalidade descritiva, procurando 
representar objectivamente os dados da realidade. 
 
 Advérbio é a palavra que caracteriza o processo verbal, exprimindo 
circunstâncias em que esse processo se desenvolve. 
 
 Observe: 
 
"Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo." (circunstâncias de 
tempo, negação e tempo, respectivamente). 
 
 
 "Todos os maridos funcionam regularmente." (circunstância de 
modo). 
 
 
Além disso, na visão da mesma autora, muitos advérbios são 
derivados de adjectivos com um sufixo –mente: felizmente, 
corajosamente; alguns, poucos, apenas são bem formados na 
forma negativa, por parassíntese ou circunfixação, como 
inevitavelmente/ *evitavelmente, ininterruptamente/ 
*interruptamente. 
 
Tanto como existem advérbios que funcionam como conectores 
frásicos: consequentemente, assim, agora, etc. Entretanto, esse 
71 
 
conceito também pode ser visto como 10uma palavra invariável em 
género e número que se junta a um verbo, a um adjectivo ou a 
outro advérbio para lhe precisar, modificar ou reforçar o sentido, 
ou seja, a função principal é ser modificador da frase ou do grupo 
verbal. Veja abaixo: 
 
Sinceramente, não acredito. 
 
A prova correu bem. 
 
Gosto bastante de gelado 
Flexão adverbial 
Grau 
 
A categoria de grau estabelece uma gradação no significado de 
uma palavra ou na relação entre termos de comparação. Assim, o 
grau dos advérbios varia entre normal, comparativo e superlativo. 
 
Formação dos graus dos advérbios (Adv.) Exemplos: 
Comparativo de 
superioridade 
mais Adv. que ou 
do que 
Corro mais depressa 
que tu. 
Comparativo de 
igualdade 
tão Adv. Como 
ou quanto 
Canto tão bem 
quanto o João. 
Comparativo de 
inferioridade 
menos Adv. que 
ou do que 
Beira é menos longe 
que Tete. 
Superlativo absoluto 
sintético 
Adv. + sufixo -
íssima 
A prova correu 
lindissimamente. 
Superlativo absoluto 
analítico 
Muito/muitíssi
mo + Adv. 
A prova correu muito 
bem. 
Superlativo relativo de 
superioridade 
o mais Adv. 
Possível 
 
Vou o mais rápido 
possível. 
Superlativo relativo de 
inferioridade 
o menos Adv. 
Possível 
Cheguei o menos 
rápido possível. 
 
10 MATOS, C. João. Gramática Moderna da língua portuguesa. 2.ed. Lisboa: Escolar, 2012. 
Rocha, Ana. Termos básicos de literatura, linguística e gramática. Europa-América, 1997. Pg.7. 
72 
 
 
 
Atenção: 
 
Antes dos Adj. formados pelo particípio do verbo, ou graus 
comparativo e superlativo sintético dos advérbios bem e mal são: 
O mais bem e o mais mal. Exemplos: 
 
Quero o trabalho o mais bem feito possível. 
 
O jogador mais bem conhecido de Moçambique é Dominguês. 
 
Foi o livro mais mal escrito que li. 
Classificação dos advérbios e os respectivos critérios 
 
Eis a tabela elucidativa da classificação dos advérbios, segundo 
Matos 2012: 
 
Classificação dos advérbios 
 Locução adverbial 
Advérbio 
de 
predicado 
Valor locativo: abaixo, 
acima, adiante, aí, além, ali, 
aquém, aqui, atrás, cá, 
defronte, dentro, detrás, 
fora, junto, lá, longe, etc. 
Valor temporal: agora, 
ainda, amanhã, 
anteontem, antes, breve, 
cedo, jamais, sempre, 
outrora, tarde, etc. 
Valor de modo: assim, 
bem, debalde, depressa, 
mal, melhor e uma grande 
parte de palavras 
terminadas em -mente, etc. 
 
À direita, à distância, 
de dentro, para onde, 
para li, de cima, etc. 
 
À noite, de dia, de vez 
em quanto, em breve, 
pela manhã, etc. 
 
À toa, à vontade, ao 
contrário, às avessas, 
com gosto, de cor, em 
geral, em silêncio, por 
acaso, etc. 
73 
 
Advérbio 
de frase 
Advérbios formados em –
mente, modificadores da 
frase (podem estar isolados 
por vírgula), etc. 
 
Advérbio 
conectivo 
Nomeadamente, 
designadamente, 
especificamente, 
consequentemente, 
primeiramente, porém e 
contudo (ocorrem entre 
vírgulas entre sujeito e o 
predicado. 
Pelo contrário, em 
consequência, em 
particular, em síntese, 
por um lado, por 
conseguinte, por fim, 
etc. 
Advérbio 
de negação 
Não, jamais, 
negativamente, nunca. 
De forma alguma, de 
modo nenhum, etc. 
Advérbio 
de 
afirmação 
Sim, certamente, 
efectivamente, realmente, 
positivamente, etc. 
Com certeza, por 
certo, etc. 
Advérbio 
de 
quantidade 
e grau 
Assaz, bastante, demais, 
demasiado, mais, menos, 
tão, pouco, muito, etc. 
De muito, de pouco, 
de todo, etc. 
Advérbio 
de inclusão 
e exclusão 
Até, inclusive, mesmo, 
também, igualmente, etc. 
Apenas, excepto, salvo, 
senão, somente, só, etc. 
 
Advérbio 
interrogati
vo 
Porquê? onde?, como?, 
quando? 
 
Advérbio 
relativo 
Onde. 
Advérbio 
de dúvida 
Acaso, porventura, quiçá, 
talvez, possivelmente. 
 
 
Não obstante, Cavacas e Gomes (2006) apresentam uma 
classificação de advérbios com a seguinte designação: 
 
1. Advérbios adjuntos 
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Trata-se de advérbios que se constituem como núcleo de grupos 
adverbiais, com a função de: 
 
● Complementos adverbiais 
Ou 
 
● Modificadores adverbiais. 
Como: 
 
O Vesúvio com a sua imponência fica além. 
 
Felizmente o vulcão adormeceu além. 
 
Observa-se que estes advérbios podem sofrer mudanças de 
posição quando integrados em processos de interrogação ou de 
negação: 
 
É além que fica o Vesúvio? 
 
Felizmente o vulcão não adormeceu além…mas na outra encosta. 
 
Ainda: O mesmo item adverbial pode representar subclasses 
diferentes: 
 
O Vesúvio entrou em acção naturalmente- advérbio adjunto.

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