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A IMPORTÂNCIA DO SUS NA PANDEMIA
O Sistema Único de Saúde (SUS), é considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde existentes no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, o SUS exerce um papel fundamental e representa “um sistema ímpar no mundo, que garante acesso integral, universal e igualitário à população brasileira, do simples atendimento ambulatorial aos transplantes de órgãos”. A Constituição Federal, promulgada em 1998, instituiu o SUS com a finalidade de cumprir a prerrogativa constitucional que classifica a saúde como um direito de todos e dever do Estado, regulado pela Lei nº. 8.080/1990. Esse importante órgão passou, a partir de então, a atender toda a população brasileira, garantindo o direito à saúde universal gratuita, financiada com recursos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, em conformidade com o artigo 195 da Constituição. O atendimento pelo SUS é feito por intermédio de centros e postos de saúde, hospitais públicos, laboratórios e hemocentros (bancos de sangue), serviços que atuam na Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e científica. É inegável a necessidade da atuação do SUS dentro do cenário brasileiro, pois sua funcionalidade consegue abranger uma enorme quantidade de serviços de atendimento de saúde e prevenção. Segundo dados disponibilizados pelo Portal da Saúde do Governo Federal em 2013, 152 milhões de pessoas dependem exclusivamente do SUS para ter acesso aos serviços de saúde (80% do total da população brasileira). São realizados cerca de 2,8 bilhões de procedimentos ambulatoriais, anualmente, 9,7 milhões procedimentos de quimioterapia e radioterapia, 236 mil cirurgias cardíacas e 19 mil transplantes.
Em 2020, com o advento da pandemia do Covid-19, a atuação de um sistema gratuito de saúde no Brasil se tornou imprescindível. Segundo a análise feita por Angélica Fonseca, professora-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fiocruz, seria ingênuo nós acreditarmos que o enfrentamento dessa epidemia no Brasil poderia se dar fora de um sistema público, fora de um Sistema Único de Saúde como é o SUS. Isso se dá porque, segundo a pesquisadora, o “sofrimento coletivo” que marca um momento como o atual não é suficiente para, “de uma hora para outra”, inverter a lógica dos interesses particulares. Um exemplo? Mesmo com uma demanda coletiva, o preço de um produto como o álcool gel, importante para a higienização das mãos e ambientes para o controle da transmissão do Covid-19, simplesmente disparou no mercado. “É preciso que haja estruturas estáveis que atuem reconhecendo a saúde como um bem comum”, explica. Um sistema de saúde gratuito, nesse caso, seria a garantia de que as pessoas, principalmente as de baixa renda, possam ter acesso a elementos básicos que auxiliaram no processo de higiene diária no combate ao coronavírus, e é por conta dessa garantia que hoje ninguém por aqui precisa, por exemplo, pagar para fazer o teste de coronavírus nem para ser internado nos casos mais graves. “O fato de o Sistema Único de Saúde se organizar em torno das diretrizes de universalidade e de integralidade e, sobretudo, o fato de partir de um princípio constitucional da saúde como dever do Estado e direito de todos é extremamente importante no momento do enfrentamento de uma epidemia como essa do coronavírus”, destaca Cristiani Machado, pesquisadora e atual vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz. 
Por outro lado, a existência do SUS não garante que haja testes disponíveis para toda a população a qualquer momento, nem garantir que haja leitos disponíveis para todos, caso haja uma superlotação dos ambientes de internação. No entanto, mesmo com essa limitação, pesquisadores não têm dúvida do saldo positivo de se ter um sistema público e universal de saúde antes, durante e depois de uma crise sanitária, principalmente quando se destaca a pouco condição financeira que grande parte da população brasileira detém. Para a secretária de Estado da Saúde, Mércia Feitosa, sem o SUS, a pandemia teria instalado o caos social e o Estado contabilizaria um enorme prejuízo com muito mais vidas perdidas. “Fica claro, nesta pandemia, o quanto o SUS é importante. Não só aqui em Sergipe, mas em todo o país é visível o quanto nós crescemos, principalmente na mobilização e construção de leitos de UTI, tornando a oferta maior na rede pública. No Estado, registramos um avanço de mais de 400% no número de leitos, considerando os próprios e os contratualizados pelo SUS para garantir a assistência à população”, observou a secretária. Além disso, ela destaca que o fornecimento de medicamentos, as inovações obtidas em parceria com as universidades públicas, os testes rápidos e a vigilância laboratorial foram fundamentais para superar a pandemia e reforçam o papel do SUS na sociedade brasileira.“A rede hospitalar cresceu, a vigilância laboratorial trabalhou com um tempo resposta ágil e eficaz, implementamos ações de monitoramento e avaliação, implantamos centros operacionais e estratégicos, ampliamos o corpo clínico, enfim, mobilizamos a rede SUS e conseguimos dar uma resposta satisfatória à sociedade diante de um cenário de crise”, ponderou a secretária.
O cenário de pandemia evidenciou o nível de eficácia e sua capacidade de dar respostas quando o SUS completa 32 anos de criação. Desde então, os avanços vão acontecendo e tecendo um cenário de atenção ao usuário cada vez mais qualificado e integral. Segundo a secretária, o SUS é o maior e mais complexo sistema de saúde pública do mundo e trouxe no nascedouro o grande desafio da universalidade e equidade. “Ser um sistema universal, que dá direto a todos, é algo grandioso quando se considera que 80% da população é SUS dependente”, enfatizou. A secretária salientou que o sistema vem sendo construído ao longo dos anos, sempre tentando melhorar, corrigir falhas existentes em seu funcionamento e aprimorar seu atendimento de assistência para cumprir a base dos seus princípios e cita, entre tantos avanços, a ampliação do Programa de Imunização, que hoje conta com mais de 20 tipos de vacinas que previnem de doenças como paralisia infantil, Influenza, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose, hepatite, HPV e tantas outras. Para a presidente do Conselho Estadual de Saúde, Sheyla Andrea dos Santos, este ano de 2020 o SUS foi testado da forma mais cruel, com a pandemia. “E o que constatamos é que ele é um sistema excelente, eficaz e que dá conta, apesar de todas as dificuldades. No entanto, precisamos, cada vez mais, fortalecê-lo, fomentando a sua capacidade real de proporcionar um atendimento de qualidade. Vimos profissionais, gestão e usuários se unirem ao SUS. Infelizmente aconteceram as mortes, mas o que seria de nós se não tivéssemos o SUS?”, reflete. É possível que, caso não tivéssemos um sistema tão abrangente, de fácil acesso e gratuito, a realidade poderia ser muito diferente. Muitos não conseguiriam ter acesso à assistência médica por conta da falta de uma política pública de saúde que poderia garantir a inclusão social. Nesse sentido, o SUS garante a existência de ferramentas para a redução da desigualdade no país, mostrando, durante o enfrentamento a covid-19, a importância da existência de um sistema de saúde público, gratuito e universal. Segundo Eugênio Vilaça, consultor do Conass, Conselho Nacional de Secretários de Saúde, a importância e a necessidade do sistema, que desempenha um papel extremamente exigido no período da pandemia, será ainda maior quando a curva de casos e de mortes começar a se reduzir. “É preciso pensar numa agenda pós pandemia”, alertou o consultor do Conass, Eugênio Vilaça. Para ele,no entanto, qualquer mudança deve ter como objetivo o reforço do sistema.  “O SUS foi importante durante a pandemia e continuará sendo. Qualquer alteração que represente seu enfraquecimento trará morte e sofrimento. Quem defender um sistema mais frágil, deverá assumir a responsabilidade pelas consequências trágicas”, afirmou o consultor em saúde, RenatoTasca. Vilaça detectou que o SUS terá uma grande demanda por conta da terceira onda e, consequentemente, com o aumento da procura por serviços de saúde. A expectativa é que ocorra um considerável aumento nessas buscas que, com a necessidade de evitar o crescimento expressivo de infecções pelo  novo coronavírus e dar assistência para os casos de covid mais graves, num primeiro momento, o atendimento de saúde ficou restrito a casos mais urgentes. Cirurgias agendadas foram adiadas e os próprios pacientes, com receio de se contaminar, desmarcaram atendimentos. Os números já mostram o impacto desse comportamento. O País realizou até junho menos da metade dos transplantes, a cobertura vacinal foi 60% menor do que era esperado, 390 mil cirurgias e exames complexos deixaram de ser feitos. Assim, com essa sobrecarga, o SUS não consegue atender a toda essa demanda imediatamente. No entanto, é inegável que seu papel é de fundamental importância no combate ao coronavírus, na assistência que ele oferece a toda a população, de maneira gratuita. Assim, em um contexto de pandemia, a população encontra-se assistida e com a garantia de um atendimento hospitalar.
REFERÊNCIAS: 
https://www.saude.se.gov.br/sus-tem-papel-fundamental-durante-a-pandemia/
http://www.conass.org.br/o-sus-foi-importante-para-pandemia-
https://www.femama.org.br/site/br/noticia/entenda-a-importancia-e-funcionamento-do-sistema-unico-de-saude-sus-
psjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/a-importancia-de-um-sistema-de-saude-publico-e-universal-no-enfrentamento-a

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