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1 *Discente do Curso do curso de Medicina Veterinária da instituição Centro Universitário Octavio Bastos- UNIFEOB **Docente do Curso do curso de Medicina Veterinária da instituição Centro Universitário Octavio Bastos- UNIFEOB INJEÇÃO INTRACITOPLASMATICA DE ESPERMATOZOIDE EM EQUINOS ÉRICA DASDORES SOUSA, THAYNÁ DA CRUZ PADUAN SILVA*; KARINA ALBERTI** RESUMO Ao longo dos anos várias biotecnologias reprodutivas foram criadas ou estudadas e melhoradas para atender a demanda de criadores em melhorar a qualidade genética de seu rebanho colaborando com a evolução das raças. Diversas pesquisas são realizadas na área da reprodução, e a produção in vitro de embriões em equinos vem crescendo a cada dia mais, porém com a limitação da espécie, foi se necessário um aprimoramento da técnica FIV, que seria a injeção intracitoplasmática de espermatozoide. A ICSI é uma técnica de fertilização in vitro, que se baseia na aspiração e injeção de um único espermatozoide no interior de um oócito, consequentemente possuindo um grande potencial de utilizar um sêmen de baixa qualidade, ou sêmen congelado que tenha poucas doses disponíveis. E também é indicada para éguas que não respondem as outras técnicas convencionais, como a transferência de embriões, sendo assim, podemos afirmar que está tecnologia reprodutiva, só veio para acrescentar. PALAVRAS-CHAVE: Oócito. In vitro. Doadoras. Embrião. Aspiração folicular. INTRACYTOPLASMATIC INJECTION OF SPERMATOZOIDS IN HORSES ABSTRACT Over the years, several reproductive biotechnologies have been used or studied and improved to meet the demands of breeders and veterinarians, in a herd with a higher genetic quality, both in their stallions and in their females because of their high zootechnical value, as well as collaborating with the improvement of breeds. Several researches are carried out in the reproduction area, and the in vitro production of embryos in horses has been growing every day, however, with the limitation of the species, it was necessary to improve the IVF technique, which would be an intracytoplasmic sperm injection. An ICSI is an in vitro fertilization technique, which is based on the respiration and injection of a single sperm into an oocyte, therefore, it allows a great potential for using low quality or frozen semen with few doses available. And it is also indicated for waters that do not respond as other applied techniques, such as embryo transfer, so we can indicate that it is reproductive technology, so it came to add. KEYWORDS: Oocyte. In vitro. Donors. Embryo. Ovum pick up. 2 1. INTRODUÇÃO O Brasil possui o quarto maior rebanho de cavalos do mundo, atualmente conta com cerca de 5,5 milhões de animais de diversas raças (IBGE, 2016). Segundo dados da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), os equinos geram uma rentabilidade aproximadamente de 16 bilhões de reais por ano e emprega 3 milhões de pessoas. O avanço das biotecnologias da reprodução foi um ponto importante para o aumento da produção, que facilitou a exploração mais ampla dos animais que possuem uma qualidade genética elevada, assim como a conservação do material genético de indivíduos superiores. (MORAIS, 2011). As biotecnologias da reprodução vêm evoluindo a dezenas de anos. Acredita-se que a inseminação artificial (IA) teve seu primeiro relato no ano de 1332, segundo uma lenda, um sheik árabe roubou o sêmen de um cavalo promissor da tribo rival com a ajuda de uma esponja e inseminou sua égua, e 11 meses após nasceu um potro, porém sem comprovação científica. O primeiro registro cientifico de uma IA bem sucedida foi em 1780 quando Lazzaro Spallanzani inseminou uma cachorra obtendo 3 filhotes deste experimento (FOOTE, 1982). A maior propagação da utilização da IA deu-se a partir da década de 1930 (BRINSKO; VARNER, 1993). Segundo Squires (2005) a inseminação artificial, foi inicialmente utilizada com a finalidade de diminuir contaminação e/ou transmissão de doenças sexualmente transmissíveis entre garanhões e éguas. As biotecnologias da reprodução evoluíram em passos largos nos últimos anos, motivada pela necessidade dos criadores em incrementar a eficiência reprodutiva e a evolução genética dos plantéis. Com isso novas técnicas reprodutivas foram desenvolvidas, obtendo um melhor uso das biotecnologias disponíveis para elevar o número de potros obtidos por ano com uma carga genética melhor (GOMES; GOMES, 2009). A inovação e avanço das biotecnologias da reprodução, busca privilegiar a utilização de reprodutores, garanhões e matrizes geneticamente superiores que permitam alcançar bons resultados de fertilidade, visando obter um maior número de descendentes que colaborem com a evolução genética da raça. Dentre as biotecnologias mais utilizadas em equinos são a inseminação artificial, transferência de embriões e a manipulação de sêmen para transporte e criopreservação (GONÇALVES et al., 2001). Outra biotecnologia de destaque é a fertilização in vitro (FIV) comumente utilizada em animais de produção como bovinos, caprinos e ovinos. Nos equinos a técnica não é tão eficiente sobretudo pela dificuldade de realizar a superovulação nas éguas (RIERA, 2009; CARNEIRO, 2012). Então para suprir essa deficiência foi 3 desenvolvida a técnica in vitro, para ser utilizada em equinos, que é a Injeção Intracitoplasmática em equinos (ICSI). A primeira prenhez gerada de oócitos maturados in vitro, utilizando a ICSI foi realizada com sucesso (SQUIRES, 1999), e sendo documentado por Choi (2002), mostrando que a ICSI ultrapassou as dificuldades da FIV, atingindo taxas de prenhes de aproximadamente 60%. Em vista disso, o presente trabalho objetiva descrever a técnica de ICSI na espécie equina, e abordar aspectos relacionados ao uso e seus benefícios que justifiquem ou limitem sua utilização nos rebanhos. 2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA 2.1 Seleção de doadoras As éguas selecionadas para serem doadoras de oócitos devem ser geneticamente superiores para a sua finalidade. O histórico reprodutivo não influencia na escolha das éguas já que a técnica não exige que elas sejam férteis, embora precisem ter os ovários ativos para produzir oócitos. Muitas éguas elegíveis para ser utilizadas nessa técnica possuem alta ocorrência de falhas de ovulação, má conformação da vulva e podem possuir patologias do útero, corpo, cornos uterinos e cérvix (ALVARENGA; CARMO, 2007). Os oócitos também podem ser provenientes de éguas que já morreram e tiveram seus ovários removidos e preservados para a realização da coleta. (CARNEVALE, 2004). É importante que os oócitos coletados sejam processados com menos de uma hora post mortem pois apresenta um resultado de 36 % comparado com os processados com 26 horas post mortem que tem 10% (BRINSKO, 2011). Segundo Carnevale e Ghinter (1995), a taxa de gestação após a transferência de oócito de éguas jovens apresentam um melhor resultado dos oócitos de éguas mais velhas. Pois as éguas mais jovens (6 a 10 anos) apresentam um maior desenvolvimento de vesículas embrionárias. 2.2 Hormônios Para a obtenção de oócitos é necessária a aplicação de hormônios exógenos. Habitualmente os mais utilizados são: o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), hormônio hCG, e o hormônio luteinizante (LH) ( SQUIRES et al., 2003). 4 O GnRH não apresenta bons resultados na indução da ovulação por causa de sua vida curta (SAMPER, 2008). Porém, os análogos do GnRH, como a deslorelina, que demonstra uma grande eficácia em acelerar o tempo da ovulação de folículos pré-ovulatorios, devido a liberação de LH e FSH proveniente da glândula hipófise anterior (CAMPBELL, 2012). A deslorelina quando utilizada na forma injetável, a indução da ovulação ocorre de 40 a 46 horas após a aplicação (MCCUE et al., 2007). No entanto,é relatado a ausência de resposta do fármaco em vários ciclos estrais, ocorrendo em éguas jovens e idosas (MCKINNON, 2011). O hormônio hCG atua na estimulação da progesterona pelo corpo lúteo (KELLY; HOYER; WISE, 1988), ele diminui o tempo entre o recrutamento do folículo dominante e a ovulação, sendo assim reduz os custos e economiza tempo (CARNEVALE et al., 1995). A ovulação com a aplicação de hCG por via intravenosa em éguas que tenham folículo pré- ovulatório, ocorre em 48 horas (BRINSKO, 2002). Utilizando este protocolo, essas éguas apresentam uma maior concentração de progesterona pós ovulação, aumentando a taxa de prenhez (KELLY; HOYER; WISE, 1988). Dentre estes o hCG é o mais empregado com o objetivo de promover na maturação folicular, acelerar a ovulação e diminuir o período de estro. O uso deste hormônio pode permitir a ovulação em torno de 40 horas. (FLEURY, 2007). No entanto, segundo Duchamp (1987), as aplicações sucessivas de hCG pode provocar uma formação de anticorpos, resultando em ineficiência da resposta ovulatória. 2.3 Aspiração folicular Para Pieterse (1988), entre todas as técnicas desenvolvidas para a coleta de oócitos, a aspiração transvaginal guiada por ultrassom é a mais eficiente, com ela é possível recuperar oócitos e consequentemente possibilita a produção de um número maior de embriões produzidos in vitro.Com a aspiração folicular por via transvaginal é possível a realização, de várias coletas, no mesmo animal em diferentes ciclos, por não ser um método muito invasivo (CARNEIRO, 2012). Para a realização da técnica, é preciso que a doadora seja colocada em um tronco de contenção para a retirada de fezes do reto, higienização perianal e sedação o animal (RODRIGUES, 2006). O protocolo anestésico é utilizado xilazina intra venosa a 0,3 mg/kg associado ao butorfanol endovenoso a 0,01 mg/kg (CARNEVALE, 2010). Cada ovário deve ser manipulado e posicionado no fundo da parede vaginal, pela palpação transretal. Após serem posicionados essas estruturas serão aspiradas com uma probe ultrassonográfica acoplada com 5 uma agulha de aspiração de tamanho 14G ou 16 G, de calibre duplo para elevar a taxa de recuperação dos oócitos (CARNEVALE et al., 2004). Logo após, com a agulha perfura-se a parede vaginal para que o folículo seja atingindo. Sendo assim, o liquido folicular é aspirado, com o uso de uma bomba de vácuo com pressão de 150 mmHg (CARNEVALE, 2010). O próximo passo é lavar o folículo, utiliza-se solução tamponada com heparina a 37º C, para evitar a coagulação do material aspirado, em seguida o fluido folicular é acondicionado em um copo coletor. Outra opção para o lavado uterino tem sido o uso de Ringer Lactato (RODRIGUES et al., 2006). Após esse processo, o fluido folicular é depositado na placa de Petri, que deve estar com riscas feitas anteriormente, para auxiliar na busca pelo oócitos, com a ajuda de um estéromicroscópio binocular (lupa). Localizados os oócitos, são classificados pelos padrões da IETS (International Embryo Transfer Society), segundo Mckinnon (1997). Em recuperações de oócito entre 6 e 8 dias após ovulação, normalmente são encontrados mórula (Mo), blastocisto inicial (Bi), blastocisto (Bl) e/ou blastocisto expandido (Bx). É atribuído um escore de 1 a 5, avaliando-o quanto ao formato, simetria, coloração, extrusão celular e integridade de zona pelúcida (CARNEVALE et al., 2010). É importante que realizem essa avaliação e classificação, pois a qualidade do oócito tem relação direta sobre as taxas de prenhez. Embriões com escores baixo, anormalidades morfológicas ou que apresentam um tamanho menor do que o normal para sua idade, resultam em baixa taxa de prenhez (SQUIRES et al., 2003). A seguir, o oócito é passado por um processo de lavagem, em até 10 gotas de meio para lavagem de embrião (FLEURY et al., 2001). Comercialmente encontra-se diversos meios de lavagem de embrião , como a solução de fosfato tamponada modificada por Dulbeco(DPBS®), Embriocare®,Ham’s F10®, TQC Holding Plus® e o Botuembryo Holding®, e cada uma dessas soluções contém em sua composição três elementos que são, o tampão de bicarbonato, fosfato e switteriônico (GOMES et al, 2016). Em um estudo realizado por Gomes et al (2016), avaliou a taxa de recuperação embrionária de acordo com o meio holding, no primeiro grupo, de 80 embriões coletados, 44 deles foram colocados no meio TQC Holding Plus® , e 33 éguas receptoras ficaram gestantes ( 75%). Em um segundo grupo foi utilizado o BotuEmbryo®, de 36 embriões, obtendo um resultado de 30 éguas receptoras gestantes (83,3%). Em outras pesquisas realizadas obtiveram resultados de recuperação embrionária, com o Embriocare® de 65%, Ham´s F10® um total de 70% e em meio DPBS de 73,3%. Essa lavagem proporciona eliminar impurezas existente na zona pelúcida antes de aspira-lo na palheta de inovulação (DAELS, 2007). Sendo assim os oócitos estão prontos para 6 serem transferidos imediatamente, maturados in vitro ou serem criopreservados (CARNEVALE et al., 2001). 2.4 Maturação de oócitos in vitro O primeiro relato sobre uma maturação in vitro com sucesso em equinos, foi realizada por Fulka e Okolski (1981), primeiramente coletaram oócitos dos ovários em abatedouro e maturaram in vitro, e em seguida realizaram a transferência para o oviduto de éguas inseminadas. Devido à escassez de abatedouros em equinos, que tenham disponíveis ovários para uso em estudos e pesquisas, o que limita a técnica em equinos. Para que aconteça o desprendimento do cumulus do oócito é necessário que faça lavagens excessivas do folículo, o que demanda tempo e cuidado, necessitando de profissionais adequados para a coleta. Com todos esses problemas, acaba afetando as pesquisas para as tecnologias de fertilização in vitro e para Injeção intracitoplasmática (ICSI) (GALLI et al., 2007). A maturação in vitro em equinos é feito em meio de cultivo de tecido denominado TCM- 199, com suplementação de soro bovino fetal, gonadotrofinas e estradiol (CURCIO, 2005; PEREIRA et al., 2006). Há disponível outros materiais para a maturação como fluído folicular (BOGH et al., 2002), fator de Crescimento semelhante a Insulina-I (IGF-I) (CARNEIRO et al., 2001; CURCIO, 2005) e Interleucina-1β (IL-1β) (CAILLAUD et al., 2006) e o hormônio de Crescimento equino ( eGH) (PEREIRA et al., 2006). 2.5 Injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) A ICSI é um método de fertilização in vitro, no qual é realizado uma injeção mecânica de um único espermatozoide inteiro, ou do núcleo espermático isolado(cabeça) no interior do citoplasma do oócito com a assistência de micromanipuladores (GALLI et al., 2007). Além do espermatozoide inteiro ou do núcleo, a ICSI possibilita a utilização de células espermáticas redondas e alongadas, visto que apresentam uma capacidade fecundante. (HINRICHS, 2005). Essa biotecnologia proporciona a utilização de sêmen de baixa qualidade ou que tenham um número limitado de doses disponíveis (HEUWIESER et al., 1992). E também pode ser o caso de um garanhão de alto valor, porém que morreu recentemente ou que vai ser eutanasiado, sendo utilizado os espermatozoides do epidídimo (MARTINS et al., 2001). Choi (2002) obteve com a utilização de ICSI 60 % de taxas de prenhez. 7 É preciso que o oócito seja maturo, em metáfase II. Os oócitos podem ser provenientes da aspiração folicular transvaginal ou de ovários coletados post-mortem, e a última alternativa são os maturados in vitro (HINRICHS et al., 1999). Na ICSI, pode se utilizar o sêmen fresco ou criopreservado. A porção de sêmen é lavada, e inserida em meio polivinilpirrolidona (PVP). O PVP, melhora a viscosidade do meio, diminui a aderência, motilidade dos espermatozoides, o que colabora com a aspiração do espermatozoide pela pipeta e seu caminho até o citoplasma do oócito (MATOS, 2004). Posteriormente umagota da solução é deslocada para a placa de Petri, que irá ser utilizada como câmara de micro injeção (KUROKAWA et al., 2003). É necessário um microscópio invertido com micromanipuladores acoplados para o manuseio das células (CRUZ, 2014). Os micromanipuladores, contam com um sistema denominado Piezo. Esse sistema faz com que a pipeta de injeção espermática produza pulsos mecânicos, que auxiliam na perfuração da zona pelúcida e membrana plasmática sem danificar o oócito. (CRUZ, 2014). Segundo Kimura et al., (1995) e Kurokawa et al., (2003), descreveu que o espermatozoide é transportado até o oócito, o mesmo é fixado por sucção por uma pipeta holding. E com os pulsos piezos, ocorre a penetração da zona pelúcida e a cabeça do espermatozoide é injetada. Para um sucesso maior na ICSI, é necessário que as pipetas holding tenham um espaço interno inferior ao oócito, uma vez que poderá desfigurar o mesmo. O diâmetro externo ter um tamanho maior que o oócito. Caso ocorra de o diâmetro externo possuir um tamanho inferior, o mesmo não conseguirá imobilizar o oócito para a introdução na zona pelúcida (MARTINS et al., 2001). O estimulo causado pelas micro injeções de espermatozoides e a estimulação mecânica é insatisfatório, na ICSI é preciso que os oócitos sejam ativados artificialmente. (KEEFER et al., 1990). Essa ativação pode ser causada por muitos incentivos, como o ionomicina, corrente elétrica, etanol e entre vários outros estimulantes (HORIUCHI et al., 2000). Os oócitos fertilizados são cultivados in vitro de 7 a 8 dias, quando estão na fase de blastócisto, e em seguida pode ser transferido para a receptora selecionada (GALLI et al., 2007). 2.6 Vantagens da ICSI As vantagens em utilizar a técnica de ICSI são inúmeras, a principal delas é a possibilidade de usar espermatozoides com pouca fertilidade ou imóveis, desde que seu núcleo esteja intacto. Além disso, pode ser utilizado as células germinativas masculina, como por exemplo, as espermátides arredondadas e alongadas (GRACIANO, 2014). 8 Segundo Martins (2001) o uso desta técnica viabiliza usar o sêmen de um garanhão que está prestes a ser eutanasiado ou que morreu a poucas horas e poderá ser coletado o sêmen da cauda do epidídimo. Outra vantagem para os criadores é o fato de que com a ICSI, os espermatozoides podem ser sexados, portanto, é um excelente recurso na reprodução (GRACIANO, 2014). A ICSI adianta várias etapas da fertilização, assim como a fusão da membrana, penetração e ligação da zona pelúcida (DELL’AQUILA et al., 1997). Além disso, é utilizado apenas 1/5 de uma palheta de sêmen, potencializando seu uso. Também possibilita sua execução em éguas doadoras que não apresentam uma boa resposta as técnicas convencionais reprodução (OLIVEIRA; FERREIRA, 2019) 3. CONCLUSÃO A técnica de ICSI está na vanguarda das biotecnologias reprodutivas, sua utilização beneficia sobretudo o aproveitamento de animais importantes que estejam, por quaisquer motivos, infértil ou subfértil e possam reproduzir e colaborar com a evolução genética dos rebanhos. Está biotecnologia trouxe muitos benefícios como a produção de embriões provenientes de oócitos de uma égua doadora que não obtinham respostas eficientes com técnicas convencionais, por problemas reprodutivos em útero, oviduto e cérvix, que impossibilitem a mesma de fecundar ou manter a gestação. Da mesma forma a técnica é benéfica para a utilização de garanhões geneticamente superiores que possuam sêmen de baixa qualidade ou que já tenham morrido e possuem pouca reserva genética criopreservada. 4. REFERÊNCIAS ALVARENGA, M. A; CARMO, M. T. Biotecnologia em Reprodução Equina: o que há de novo para o veterinário de campo? Revista Brasileira de medicina mais equina. Ano 2, n 14, 2007. BØGH, I. 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