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FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA e Ciência dos Materiais William F. SMITH Javad HASHEMI S663f Smith, William F. Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais [recurso eletrônico] / William F. Smith, Javad Hashemi ; tradução: Necesio Gomes Costa, Ricardo Dias Martins de Carvalho, Mírian de Lourdes Noronha Motta Melo. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2012. Editado também como livro impresso em 2012. ISBN 978-85-8055-115-0 1. Engenharia. 2. Ciência dos materiais. I. Hashemi, Javad. II. Título. CDU 62 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 582 Fundamentos de Engenharia e Ciência dos Materiais 15.3 ReFRAçãO dA luz 15.3.1 índice de refração Quando fótons de luz são transmitidos através de um material transparente, eles perdem parte de sua energia e, como consequência, a velocidade da luz é reduzida e o feixe de luz muda de direção. A Figura 15.3 mostra esquematicamente como um feixe de luz vindo do ar é desacelerado ao penetrar em um meio mais denso, como o vidro de janela comum. Logo, o ângulo de incidência para o feixe de luz é maior do que o ângulo de refração. A velocidade relativa da luz atravessando um meio é expressa pela propriedade óptica chamada índice de refração n. O valor de n para um meio é definido como a razão entre a velocidade da luz no vácuo, c, e a velocidade da luz no meio considerado, v: Índice de refração n c 1velocidade da luz no vácuo2 n (velocidade da luz no meio) (15.2) Valores médios típicos do índice de refração para alguns vidros e sólidos cristalinos são relacionados na Tabela 15.1. Estes valores vão de cerca de 1,4 a 2,6, sendo que a maioria dos vidros silicatos apre- senta valores entre 1,5 e 1,7. O diamante, altamente refrativo (n = 2,41), propicia a cintilação de joias multifacetadas devido às suas múltiplas reflexões internas. O óxido de chumbo (litargírio), com um valor de n = 2,61, é adicionado a alguns vidros silicatos a fim de aumentar os seus índices de refração de maneira a serem usados em peças decorativas. Deve-se observar também que os índices de refração dos materiais são ainda uma função do comprimento de onda e da frequência. Por exemplo, o índice de refração do vidro de sílex leve varia de aproximadamente 1,60 para 0,40 µm a 1,57 para 1,0 µm . Capítulo 15 Propriedades Ópticas e Materiais Supercondutores 583 15.3.2 A lei de snell de refração da luz Os índices de refração para a luz passando de um meio com índice de refração n para outro com índice de refra- ção n' se relacionam com o ângulo de incidência φ e o ângulo de refração φ' pela equação n n¿ sen f¿ sen f 1Lei de Snell) (15.3) Quando a luz passa de um meio com alto índice de refração para outro com baixo índice de refração, há um ângulo crítico de incidência φc que, se ultrapassado, re- sultará na reflexão interna total da luz (Figura 15.4). Este ângulo φc é definido para φ' (refração) = 90º. tabela 15.1 Índices de refração de alguns materiais importantes. Material Índice de refração médio Composições do vidro: Vidro de sílica Vidro soda-cal-sílica Vidro borossilicato (pyrex) Vidro de sílex denso Composições cristalinas: Coríndon, Al2O3 Quarzto, SiO2 Litargírio, PbO Diamante, C Plásticos ópticos: Polietileno Poliestireno Metacrilato de polimetila Politetrafluoretileno 1,458 1,51–1,52 1,47 1,6–1,7 1,76 1,555 2,61 2,41 1,50–1,54 1,59–1,60 1,48–1,50 1,30–1,40 Feixe incidente Feixe refratado Interface ar-vidro por exemplo, fr 5 19,3 por exemplo, fi 5 30n 5 1 Vácuo ou ar n9 5 1,51 Vidro de solda-cal-sílica fi fr Figura 15.3 Refração do feixe de luz ao ser transmitido do vácuo (ar) para o vidro de soda-cal-sílica. f9 fc f2 Raio 1 Raio 1 Raio 2 Raio 2 n9 (baixo) n n9 n (alto) Figura 15.4 Diagrama indicando o ângulo crítico φc para reflexão interna total da luz passando de um meio com alto índice de refração n para outro com baixo índice de refração n'. Observar que o raio 2, que tem ângulo de incidência φ2 maior do que φc, é totalmente refletido de volta para o meio com alto índice de refração. Qual é o ângulo crítico φc para a luz ser totalmente refletida ao deixar uma placa plana de vidro de soda-cal- -sílica (n = 1,51) e penetrar no ar (n = 1)? � Solução Usando a lei de Snell (Equação 15.3), 1,51 1 sen 90° sen fc n n¿ sen f¿ sen fc exeMplo 15.2 584 Fundamentos de Engenharia e Ciência dos Materiais Observação: Na Seção 15.7, será visto sobre fibras ópticas que, usando-se um revestimento de um vidro com baixo índice de refração e envolvendo-se um núcleo com alto índice de refração, uma fibra óptica pode transmitir a luz por longas distâncias porque a luz é continuamente refletida internamente. 15.4 ABsORçãO, tRAnsmissãO e ReFlexãO dA luz Todo material absorve luz até certo ponto em virtude das interações dos fótons de luz com as estrutu- ras eletrônica e de ligações dos átomos, íons ou moléculas que compõem o material (absortividade). A fração de luz transmitida por um dado material depende, portanto, da quantidade de luz refletida e absorvida pelo material. Para um dado comprimento de onda λ, a soma das frações, com relação à luz incidente, da luz refletida, absorvida e transmitida é igual a 1. (Fração refletida)λ + (fração absorvida)λ + (fração transmitida)λ = 1 (15.4) Será visto agora como estas frações variam para alguns tipos importantes de materiais. 15.4.1 metais Excetuando-se lâminas metálicas muito finas, os metais refletem e/ou absorvem fortemente a radiação incidente desde comprimentos de onda longos (ondas de rádio) até a região intermediária da faixa do ultravioleta. Uma vez que a banda de condução se superpõe à banda de valência nos metais, a radiação incidente facilmente faz os elétrons subirem para níveis de energia mais altos. Ao cair para níveis de energia mais baixos, os fótons possuem baixa energia e longos comprimentos de onda. Esse processo resulta em feixes de luz intensamente refletidos de superfícies lisas, conforme se pode observar para muitos metais como ouro e prata. A quantidade de energia absorvida pelos metais depende da estrutura eletrônica de cada metal. Por exemplo, para o cobre e para o ouro ocorre uma maior absorção dos com- primentos de onda mais curtos do azul e do verde e uma maior reflexão dos comprimentos de onda do vermelho, amarelo e laranja, o que faz com que superfícies lisas desses metais adquiram as cores refle- tidas. Outros metais, como a prata e o alumínio, refletem fortemente toda a porção visível do espectro, exibindo, por conseguinte, uma cor branca “prateada”. 15.4.2 vidros silicatos Reflexão da luz em uma das superfícies de uma placa de vidro A proporção da luz incidente refle- tida por uma das superfícies de uma placa de vidro polido é muito pequena. Essa quantidade depende principalmente do índice de refração do vidro, n, e do ângulo de incidência da luz que atinge o vidro. Para incidência normal da luz (isto é, φi = 90º), a fração de luz refletida R (chamada refletividade) por uma única superfície pode ser determinada da relação R a n 1 n 1 b 2 (15.5) onde n = índice de refração do vidro n′ = índice de refração do ar φ′ = 90° para reflexão total φc = ângulo crítico para reflexão total fc 41,5° nes fc 1 1,51 1sen 90°2 0,662 Capítulo 15 Propriedades Ópticas e Materiais Supercondutores 585 A luz incidente comum atinge uma placa de vidro polida com 0,50 cm de espessura e com índice de refração de 1,50. Que fração da luz é absorvida pelo vidro enquanto a luz percorre a distância entre as superfícies da placa? (α = 0,03 cm–1) � Solução Usando a Equação 15.5 e n = 1,46 para o vidro, I 11,002e 0,015 0,985 I 1,00 e 10,03 cm 12 10,50 cm2 I ? t 0,50 cm I I0 e at I0 1,00 a 0,03 cm 1 Logo, a fração da luz perdida por absorção pelo vidro é 1 – 0,985 = 0,015 ou 1,5%. ◄ Calcule a refletividade da luz incidente comum na superfície polida e plana de um vidro silicato com índice de refração de 1,46. � Solução Usando a Equação 15.5 en = 1,46 para o vidro, Refletividade percentual R1100% 2 0,035 100% 3,5% Refletividade a n 1 n 1 b 2 a 1,46 1,00 1,46 1,00 b 2 0,035 onde n é o índice de refração do meio óptico refletor. Essa fórmula pode também ser usada em boa aproximação para ângulos da luz incidente de até cerca de 20º. Usando a Equação 15.5, um vidro silicato com n = 1,46 possui um valor de R igual a 0,035 ou uma refletividade percentual de 3,5% (ver Exemplo 15.3). Absorção de luz por uma placa de vidro O vidro absorve energia da luz transmitida por ele de modo que a intensidade da luz decresce à medida que a sua trajetória aumenta. A relação entre a fração de luz que chega, I0, e a fração de luz que sai, I, de uma folha ou placa de vidro isenta de espalhamento e de espessura t é I I0 e at (15.6) A constante α nesta relação é denominada coeficiente de absorção linear e tem unidades cm–1 se a espessura for medida em centímetros. Conforme mostrado no Exemplo 15.4, a perda de energia por absorção em um vidro silicato claro é relativamente pequena. Refletância, absorção e transmitância da luz por uma placa de vidro A quantidade de luz incidente transmitida através de uma placa de vidro é determinada pela quantidade de luz refletida de suas su- perfícies superior e inferior, bem como pela quantidade de luz absorvida em seu interior. Com relação à transmissão da luz através de uma placa de vidro, considere a Figura 15.5. A fração da luz incidente exeMplo 15.3 exeMplo 15.4 586 Fundamentos de Engenharia e Ciência dos Materiais que chega à superfície inferior da placa é (1 – R)(I0e–αt). A fração da luz incidente refletida da superfície inferior será, portanto, (R)(1 – R)(I0e–αt). Logo, a diferença entre a luz que chega à superfície inferior da placa de vidro e a luz que é refletida desta mesma superfície é a fração de luz transmitida, I, dada por 11 R2 1I0e at2 11 R2 11 R221I0e at2 I 3 11 R2 1I0e at2 4 3 1R2 11 R2 1I0e at2 4 (15.7) A Figura 15.6 mostra que perto de 90% da luz incidente são transmitidos pelo vidro de sílica se o comprimento de onda da luz incidente for maior do que 300 nm, aproximadamente. Para a luz ultravio- leta, cujos comprimentos de onda são menores, ocorrerá uma absorção muito mais intensa e a transmi- tância será diminuída consideravelmente. 15.4.3 Plásticos Muitos plásticos não cristalinos como o poliestireno, metacrilato de polimetila e policarbonato possuem excelente trans- parência. Contudo, em alguns materiais plásticos há regiões cristalinas com índi- ce de refração mais alto do que a matriz não cristalina. Se estas regiões forem de tamanho maior do que o comprimento de onda da luz incidente, as ondas lu- minosas serão espalhadas por reflexão e refração e, portanto, a transparência do material diminuirá (Figura 15.7). Por exemplo, uma folha fina de polietileno, que possui uma estrutura em cadeia ra- mificada e, por esta razão, um grau de cristalinidade mais baixo, possui uma transparência maior do que o polieti- leno de cadeia linear mais cristalino e mais denso. A transparência de outros plásticos parcialmente cristalinos pode variar de turvo a opaco, dependendo principalmente do grau de cristalinida- de, conteúdo de impurezas e conteúdo de enchimento (matriz). 15.4.4 semicondutores Em semicondutores, os fótons de luz po- dem ser absorvidos de várias maneiras (Figura 15.8). Em semicondutores intrín- secos (puros) como o Si, Ge e GaAs, os fótons podem ser absorvidos de modo a criar pares elétron-lacuna ao impulsionar elétrons a superar a falha de energia da banda de valência à banda de condução (Figura 15.8a). Para que isto ocorra, o fóton de luz incidente deve possuir ener- gia igual a ou maior do que a energia da falha, Eg. Se a energia do fóton for maior do que Eg, a energia excedente será dissi- Primeira reflexão Absorção I0 (raio incidente) I0 R (raio refletido) Expessura da placa de vidro Segunda reflexão Superfície inferior da placa de vidro Superfície superior da placa de vidro (1 – R)I0 (1 – R)I0e 2at (R)(1 – R)I0e 2at I 5 (1 – R)2I0e 2at t Figura 15.5 Transmitância da luz através de uma placa de vidro na qual ocorre refletância nas superfícies inferior e superior e absorção no interior da placa. 100 Ultravioleta Visível 80 60 40 20 0 200 T ra ns m itâ nc ia ( % ) 300 400 Comprimento de onda (nm) 500 600 700 Vidro claro, 96% sílica Vidro fundido claro Vidro borosilicato claro Figura 15.6 Transmitância percentual versus comprimento de onda para vários tipos de vidros claros. Luz difusa Luz incidente Luz refletida Regiões cristalinas Matriz não cristalina Figura 15.7 Múltiplas reflexões internas nas interfaces das regiões cristalinas reduzem a transparência de termoplásticos parcialmente cristalinos. Capítulo 15 Propriedades Ópticas e Materiais Supercondutores 587 Calcule o comprimento de onda mínimo para os fótons serem absorvidos pelo silício intrínseco à temperatura ambiente (Eg = 1,10 eV). � Solução Para absorção neste semicondutor, o comprimento de onda mínimo é dado pela Equação 15.1: 1,13 10 6 m ou 1,13 mm lc hc Eg 16,62 10 34 J # s2 13,00 108 m/s2 11,10 eV2 11,60 10 19 J/eV2 Logo, os fótons devem ter um comprimento de onda mínimo de 1,13 µm para serem absorvidos e poderem impulsionar os elétrons a saltar a falha de energia de 1,10 eV. pada sob a forma de calor. Para semiconduto- res contendo impurezas doadoras e receptoras, fótons com muito menos energia (e, logo, comprimentos de onda muito maiores) são absorvidos ao impulsionar elétrons a saltar da banda de valência para os níveis dos recepto- res (Figura 15.8b) ou dos níveis dos doadores para a banda de condução (Figura 15.8c). Os semicondutores são, por conseguinte, opacos a fótons de luz de energia alta e intermediária (comprimentos de onda pequenos e interme- diários) e transparentes a fótons de baixa ener- gia e comprimentos de onda muito longos. e� e�Eg Banda de condução Banda de valência (a) Intrínseca Eg Ea Banda de condução Banda de valência Nível do receptor (b) Tipo p Eg Ed Banda de condução Nível do doador Banda de valência (c) Tipo n e� Figura 15.8 Absorção óptica de fótons em semicondutores. A absorção ocorre em (a) se hy > Eg, (b) se hy > Ea e (c) se hy > Ed. 15.5 luminescênciA Luminescência pode ser definida como o processo pelo qual uma substância absorve energia e então, espontaneamente, emite radiação visível ou quase visível. Neste processo, a energia introduzida excita os elétrons do material luminescente da banda de valência para a banda de condução. A fonte da ener- gia introduzida pode ser, por exemplo, elétrons de alta energia ou fótons de luz. Os elétrons excitados no processo de luminescência caem para níveis de energia mais baixos. Em alguns casos, os elétrons podem se recombinar com lacunas. Se a emissão ocorrer dentro de 10–8 s após a excitação, a lumines- cência é chamada fluorescência e, se a emissão ocorrer decorridos mais de 10–8 s, ela é denominada fosforescência. A luminescência é produzida por materiais chamados fósforos, que possuem a capacidade de absorver radiação de pequeno comprimento de onda e alta energia e, espontaneamente, emitir radiação luminosa de longo comprimento de onda e baixa energia. O espectro da emissão de ma- teriais luminescentes é controlado industrialmente pela adição de impurezas chamadas ativadores. Os ativadores geram níveis discretos de energia na falha de energia entre as bandas de valência e de condução do material anfitrião (Figura 15.9). Um mecanismo postulado para o processo de fosfo- rescência é que os elétrons excitados são presos em armadilhas de altos níveis de energia e devem sair destas armadilhas antes de cair para níveis de energia mais baixos e emitir luz com uma faixa espectral característica. O processo de aprisionamento é usado para explicar o atraso na emissão da luz pelos fósforos excitados. Os processos de luminescência são classificados de acordo com a fonte de energiapara a excitação dos elétrons. Dois tipos importantes industrialmente são fotoluminescência e catodoluminescência. exeMplo 15.5 588 Fundamentos de Engenharia e Ciência dos Materiais 15.5.1 Fotoluminescência Na lâmpada fluorescente comum, a fotoluminescência converte a radiação ultravioleta de um arco de vapor de mercúrio de baixa pressão em luz visível pelo emprego de um fósforo de halofosfato. O ha- lofosfato de cálcio, com composição aproximada Ca10F2P6O24 e com cerca de 20% dos íons F– substi- tuídos por Cl–, é usado como material fosfórico anfitrião na maioria das lâmpadas. Íons de antimônio (Sb3+) promovem a emissão de luz azulada ao passo que íons de manganês (Mn2+) promovem a emissão de luz na faixa do vermelho-laranja. Variando-se a quantidade de Mn2+, vários tons de luz azul, laranja e branca podem ser obtidos. A luz ultravioleta de alta energia dos átomos de mercúrio excitados faz com que o revestimento fosfórico da superfície interna do tubo da lâmpada fluorescente emita luz visível de longo comprimento de onda e baixa energia (Figura 15.10). 15.5.2 catodoluminescência Esse tipo de luminescência é produzido por um cátodo energizado que gera um feixe de elétrons de bombardeio de alta energia. As aplicações deste processo incluem o microscópio eletrônico, o osci- loscópio de raios catódicos e a tela do televisor em cores. Esta última é particularmente interessante. O televisor moderno possui listras verticais muito estreitas (cerca de 0,25 mm de largura) de fósforos emissores de luz vermelha, verde e azul depositados na superfície interna da tela do televisor (Figura 15.11). Por meio da máscara de sombreamento de aço com pequenas perfurações alongadas (cerca de 0,15 mm de largura), o sinal de televisão que chega é feito percorrer a tela inteira 30 vezes por segundo. O pequeno tamanho e o grande número de áreas de fósforo expostas consecutivamente pela varredura rápida de 15.750 linhas horizontais por segundo e o efeito prolongado do estímulo luminoso no olho humano tornam possível uma imagem clara e visível de boa resolução. Os fósforos comumente usados para a obtenção de cores são o sulfureto de zinco (ZnS) com Ag3+ como receptor e Cl– como doador para a cor azul; (Zn,Cd)S com Cu+ como receptor e Al3+ como doador para a cor verde, e oxisulfureto de ítrio (Y2O2S) com 3% de európio (Eu) para a cor vermelha. Os materiais fosfóricos devem reter o brilho até a varredura seguinte pelo canhão, mas não excessivamente, de modo a não manchar a imagem. A intensidade da luminescência, I, é dada por ln I I0 t τ (15.8) onde I0 = intensidade inicial da luminescência e I = fração da luminescência decorrido o tempo t. A quantidade τ é a constante de tempo de relaxamento para o material. Lacuna Excitação Emissão Banda de conduçãoArmadilhasElétron Banda de valência Nível do ativador Estado doador do nível do ativador Falha de energia Estado receptor do nível do ativador Emissão1 2 3 3 Figura 15.9 Variações de energia durante a luminescência. (1) Pares elétron-lacuna são criados pela excitação de elétrons até a banda de condução ou para dentro de armadilhas. (2) Os elétrons podem ser excitados termicamente de uma armadilha a outra ou para o interior da banda de condução. (3) Os elétrons podem cair para níveis superiores de ativadores (doadores) e, em seguida, para níveis mais baixos de receptores, emitindo luz visível. Capítulo 15 Propriedades Ópticas e Materiais Supercondutores 589 O fósforo de um televisor em cores possui tempo de relaxamento igual a 3,9 × 10–3 s. Quanto tempo demorará para a intensidade luminosa deste material fosfórico diminuir para 10% de sua intensidade original? � Solução Usando a Equação 15.8, ln(I/I0) = – t/τ ou t 1 2,32 1 3,9 10 3 s2 9,0 10 3 s nl 1 10 t 3,9 10 3 s Eletrodo Elétrons Luz visível Radiação ultravioleta Átomos de mercúrio Átomos de gás inerte Revestimento fosfórico Figura 15.10 Vista em corte de uma lâmpada fluorescente mostrando a geração de elétrons em um eletrodo e a excitação dos átomos de mercúrio que fornecerão a luz UV para excitar o revestimento de fósforo na superfície interna do tubo da lâmpada. O revestimento de fósforo excitado então gera luz visível por luminescência. R G B R RG GB Canhão de elétrons Máscara de sombreamento Matriz de listras verticais Figura 15.11 Esquema mostrando a disposição das listras verticais de fósforos vermelha (R), verde (G) e azul (B) na tela de um televisor em cores. Também são mostradas várias das aberturas alongadas da máscara de sombreamento em aço. (Cortesia da RCA.) exeMplo 15.6 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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