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trabalho ética

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO 
Alunas: Lorena Herculano Gomes - 14946856633@estudante.ufjf.br; 
Luiza de Marillack Machado - 07815615660@estudante.ufjf.br;
 Marcella Rinco da Silveira -marcellarinco2001@gmail.com;
Mariana do Nascimento Luiz - 15046908697@estudante.ufjf.br
Resenha crítica dos três primeiros livros da obra: Ética a Nicômaco (Aristóteles)
Juiz de fora
2021
O primeiro livro Ética a Nicômaco de Aristóteles aborda sobre a investigação para a busca do bem supremo, bem como os requisitos necessários para o seu alcance. A obra introduz o conceito de bem, sendo o mesmo o fim de todas as coisas, ou seja, toda ação que realizamos visa um bem específico e que dentre esses diversos bens, existe um bem maior que não necessita de outro, sendo assim, autossuficiente e exclusivo. 
O bem supremo remete a felicidade, e a busca pela mesma é possível através da ciência política, dispondo-se dela aqueles que deterem de uma boa educação e almejando sempre o constante conhecimento, não sendo acessíveis para todos e tornando-se mais difícil para os jovens, visto que não possuem experiências suficientes para debates éticos, envoltos ainda em muitas paixões.
Entretanto, segundo o autor, muitos homens utilizam-se de meios julgando ser um fim para se chegar à felicidade, não a alcançando de fato. Posto isto, aqueles que dispõe de uma vida de prazer, a mesma representa uma vida precária, comparada no livro a vida de um escravo. A vida política, que se baseia na honra e na virtude, o seu bem é depositado nas mãos de terceiros, resultando em uma vivência sem autonomia. Já a vida consagrada ao ganho, ao acúmulo de riquezas, representa uma vida forçada. Portanto, estilos de vidas fundamentadas nas riquezas, honras, prazeres e amizades, não demonstram consideráveis relevâncias para o verdadeiro caminho que leva à felicidade. 
A felicidade depende igualmente dos bens exteriores para realizar atos nobres e tais atos são possíveis mediante a ética, que se dedica para que os homens sejam bons e capazes de realizar nobres ações. Mediante a isto, a felicidade pode ser identificada com a virtude, visto que se manifesta como o bem mais aprazível e nobre existente no mundo, e sua conquista parte do agir correto das ações virtuosas. As ações virtuosas muitas vezes são confundidas com os estilos de vida que visam o prazer, riquezas ou até mesmo atitudes nobres mal-intencionadas, sendo assim, os homens que realizam tais ações encontram-se em conflito no alcance da verdadeira felicidade.
O sumo bem é possível ser alcançado através da única e exclusiva função do homem, que se dá pela atividade da alma. Essa atividade pressupõe o uso da razão e toda vez que a mesma for praticada com virtude e excelência, o homem estará cada vez mais próximo das coisas nobres e boas da vida. A felicidade é um modo de vida e é permanente, um homem feliz não pode torna-se miserável, visto que não pratica ações ruins, dessa maneira, qualquer que for o obstáculo que enfrente, suporta com hombridade e tirando o maior proveito das circunstâncias.
Portanto, quando a busca pela felicidade é acompanhada de atividades nobres, virtuosas e baseadas na razão, o estilo de vida não adquiri função fundamental para a conquista desse bem, apenas contribui para ser alcançável.
O livro II menciona o conceito sobre virtude na visão aristotélica. A virtude é distinguida em: virtude moral e virtude intelectual. A virtude moral é aquela no qual é alcançável através do hábito e não pela natureza. A virtude intelectual, por sua vez, é aquela no qual é alcançável através do ensino e do tempo.
O hábito não pode modificar o que é, por natureza, do homem. A natureza nos mostra a possibilidade de sermos morais e podermos aperfeiçoar-nos através da consequência do hábito. A virtude é tangível mediante a prática. A boa legislação se confere a partir de virtudes boas tomadas pelo homem, portanto, a prática da justiça leva a indivíduos mais justos, caso contrário, o homem será invirtuoso.
O homem virtuoso deve ser aquele que reflexiona sobre seus atos e pondera sobre os efeitos na prática. Também, deve ser aquele que tenha pensamentos coerentes. A citação de Aristóteles sobre a navegação e a medicina diz que devemos saber nos orientarmos e fazermos escolhas coerentes em direção aos melhores rumos. Assim, algumas ações como matar, roubar e assassinar são atitudes desprezíveis que não se enquadram ao homem prudente.
A virtude pode ser destruída pelo excesso ou pela falta, portanto, o meio termo é considerado uma característica fundamental da virtude moral. Deve-se evitar os extremos e seguir em direção ao meio termo. O equilíbrio das emoções deve ser constante a fim de se desviar dos extremos, dessa forma, é possível conservar a vida. Aqueles que se desviarem um pouco da virtude não devem ser julgados, mas sim aqueles que cometem ações consideravelmente miseráveis. Esses são os que desviam muito da virtude, por excesso ou pela falta, e não conseguem passar despercebidos. 
A teoria da mediania é aquela que explica sobre a virtude e a ideia do equilíbrio entre o exagero e a falta. Nessa, é necessário dosear as energias, em especial, as prazerosas, para que o equilíbrio seja alcançável mais facilmente. 
A excelência moral é conceituada pelas disposições de caráter e não pelas paixões e faculdades, envolvendo escolhas racionais que determinam pessoas boas ou ruins através de algumas ações. Assim, para alcançar a disposição moral é necessário a experiência. 
O homem prudente é outro conceito aristotélico que está mencionado no livro, no qual define que o homem que tem ciência é sábio sobre o que é certo ou errado, assim sendo, um homem racional. Desse modo, o homem é orientado por si mesmo a seguir leis gerais que são impostas de maneira adequada a uma determinada situação. A prudência é a razão de todas as virtudes, ou seja, a prudência regula as outras virtudes.
No livro III nos mostra que para entender a virtude, é de extrema importância saber distinguir o que é voluntário do que é involuntário, visando responsabilizar os indivíduos da sociedade sobre seus atos, seja eles bons ou ruins, além de analisar sobre a liberdade de escolha para cada atitude. De acordo com o texto, as ações involuntárias são caracterizadas como aquelas em que ao serem realizadas, não haverá benefício nenhum para quem a fará, sendo na maioria das vezes de forma forçada, ou por ignorância, sem saber o que está sendo feito, devendo gerar arrependimento e dor. Sendo assim, a partir do texto, é possível dizer que as pessoas que agem por ignorância e se arrependem são classificadas como agentes involuntários, enquanto as pessoas que agem por ignorância, mas não se arrependem dos seus atos são classificadas como agentes não voluntários. 
Quando se trata de atitudes em que nenhum homem a faria em consciência, sem ser pressionado e está sendo praticamente obrigado a realiza-la em determinada situação contra a sua vontade, não é possível discutir se é voluntário ou não, porque tal ato será feito em prol de um bem maior, com grande e nobre propósito e para evitar problemas maiores, mesmo que de alguma forma seja voluntário por ter sido feita uma escolha no momento. Já com relação às ações voluntárias, aquela em que o princípio motor está no autor, se caracteriza pela compreensão do agente sobre o que irá fazer, e apenas estas, sejam boas ou más poderão ser julgadas, pelo fato de que se o homem tem completa liberdade de escolha, e ele a pratica, consequentemente será um alvo a ser julgado. 
De acordo com a interpretação do texto, podemos dizer que o desejo e o apetite são muito diferentes da escolha pois, muitas das vezes o que queremos e desejamos pode não acontecer, simplesmente por não depender de nós o que deve ou não ocorrer. No que se refere as escolhas, tais são feitas quando podem ser realizadas pelo autor, elas envolvem o pensamento e são racionais, exemplificando, assim como dito no texto, você pode até desejar ser imortal, porém não pode escolhervisto que tal situação não depende de você. 
Quanto à deliberação, é realizada quando objetivos ´´possíveis`` podem ser alcançados por meio de nossos próprios esforços, quando há dúvidas sobre determinadas coisas, sendo esta contestável, diferentemente da ciência por exemplo, por se tratar de fatos exatos e comprovados, os quais não há muitas dúvidas que levem à deliberação, assim como diversos outros assuntos que já foram estudados, e por se tratar de fatos são inquestionáveis e fora de deliberação. 
Sendo assim, podemos dizer que a escolha e a deliberação são ações do meio, e o desejo são ações do fim, concluindo que, se nós escolhemos agir e ser bom ou mau, e o praticamos, é porque temos esse poder e somos voluntários. Logo, por possuirmos esse poder e liberdade, e a oportunidade de realizar atos nobres ou vis, sermos indivíduos bons ou ruins, concluímos que somos donos de nossos atos, e por isso responsáveis por tudo que fazemos e pelas consequências geradas.
Aborda-se ainda sobre a coragem, caracterizada como um meio-termo em relação aos sentimentos de medo e confiança, porém, o mesmo é dado em virtude de uma semelhança, através da relação feita com alguns que ´´são covardes diante dos perigos da guerra mostram-se liberais e corajosos em face da perda de dinheiro``, mostrando como esse conceito pode alterar-se de acordo com cada indivíduo. Sobre os que reagem de forma excessiva no destemor não tem termo que os defina, mas são caracterizados como loucos ou de homens insensíveis se não possuíssem temor a nada, uma vez que o temor é algo não selecionável.
É entendido que a covardia, a temeridade e bravura giram ao redor de sentimentos comuns, o que muda são as formas de relacionarem com eles, uma vez que são sentimentos específicos para cada qual. Cita-se o fato de os chamados cidadãos-soldados temerem apenas aquilo que poderia lhes fazer, de alguma forma, afligir a lei, ou de modo que afete suas ´´honras``.
Mostra-se então exemplificações com a finalidade de demonstrar como a capacidade varia de acordo com a situação, uma vez que cada uma leva em conta um ´´objeto`` que leva ao seu acontecimento, utilizando de atletas e guerreiros para fazer a alusão a situação, ainda assim fala sobre os que agem por honra e os que agem apenas quando se sentem ameaçados (fera e bravo), para com o bravo a coragem aparece como algo mais orgânico. Existem os chamados pugnazes que são levados pela emoção. 
O excerto fala ainda obre os prazeres, contando corpo e além dele, os outros citando os mexeriqueiros. As variações também são presentes com aqueles que apreciam músicas e artes. Os sem limites também são associados a exemplificação dos odores, em que por cheiros mais ´´doces`` não são os apreciados por eles e sim os dos molhos e acepipes que lembram objetos de seu apetite, o homem sem limite ainda excede por sofre demais, principalmente quando diz respeito a algo que não possui o que lhe agrada, levando em conta que o que é agradável torna-o mais saudável. 
Diz então que aquele que não atende a essas condições ama tais prazeres mais do que eles merecem, mas o homem temperante não é uma pessoa dessa espécie, e sim da espécie prescrita pela regra justa. 
Conclui-se que a não ser o homem não existe nenhum outro animal que possua prazer relacionado a esse sentido, mas a intemperança e a temperança visam a a espécies e os prazeres aos quais são compartilhados com os outros animais como os do paladar e as pessoas sem limite só interessa o gozo do objeto em si, exemplificando com glutão que rogou aos deuses que sua garganta se tornasse mais longa que a de um grou, donde se infere que todo o seu prazer vinha do contato.
A relação feita frisa ainda que a intemperança é involuntária e passível de censura pois seus objetos são oferecidos em grade escala pela vida, porém a covardia parece ser voluntaria em grau diferente de suas manifestações particulares, os moderados são envoltos de obediência e disciplina.
Em suma o terceiro livro gira em torno da moral, aplicando sobre atitude falando sobre o que é e o que não é voluntario, sendo o que é involuntário o que ocorre através da coação ou ignorância com a finalidade evitar algo mais grave, uma vez que e moral possibilita a escolha de fazer ou não fazer algo, porem quando e dada a possibilidade ao indivíduo, o qual por algum motivo tende a decidir de uma determinada forma a ação que tem característica involuntária, pode ocorrer também atos involuntário e impulsivos, que não tem intensão, mas pratica-se sem o auxílio de algo maior que force então quem está agindo.
Referências:
http://www.uel.br/projetos/acropolis/pages/arquivos/Resumo%20sistem%C3%A1tico%20da%20%C3%89tica%20a%20Nicomaco.doc

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