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FINANÇAS-CORPORATIVAS faveni

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 FINANÇAS CONCEITOS ............................................................................ 4 
2.1 Finanças empresariais e o administrador financeiro ............................ 6 
3 PROJETOS ................................................................................................. 8 
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PROJETOS ................................................ 10 
4.1 Análise de investimentos .................................................................... 10 
4.2 Valor presente líquido e taxa interna retorno ...................................... 13 
4.3 Custo de Oportunidade ...................................................................... 16 
4.4 Payback Simples e Payback Descontado .......................................... 18 
4.5 Análise do risco .................................................................................. 21 
5 ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL ..................................................... 27 
5.1 Custo de capital próprio...................................................................... 28 
5.2 Custo de capital de terceiros .............................................................. 31 
6 FUSÕES E AQUISIÇÕES ......................................................................... 32 
6.1 Motivos para Fusões e Aquisições ..................................................... 35 
7 EFICIÊNCIA DE MERCADO ..................................................................... 37 
8 GOVERNANÇA CORPORATIVA ............................................................. 40 
8.1 Os quatro pilares da Governança Corporativa ................................... 41 
8.2 Origens da governança corporativa ................................................... 42 
9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 45 
10 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 47 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 FINANÇAS CONCEITOS 
Fonte: images.endeavor.org.br 
Considerando a definição apresentada no dicionário Aurélio o termo Finanças 
se refere a “Ciência e a profissão do manejo do dinheiro, particularmente do dinheiro 
do Estado”. 
Finanças representa a arte e a ciência da gestão do dinheiro. 
O termo finanças pode ser definido como “a arte e a ciência de administrar o 
dinheiro”. Praticamente todas as pessoas físicas e jurídicas ganham ou 
levantam, gastam ou investem dinheiro. Finanças diz respeito ao processo, 
às instituições, aos mercados e aos instrumentos envolvidos na transferência 
de dinheiro entre as pessoas, empresas e órgãos governamentais. 
Gitman,2010 
Corresponde à área preocupada com os processos, as instituições, os 
mercados e os instrumentos associados à transferência de dinheiro entre indivíduos, 
empresas e órgãos governamentais. 
Em nível macro, finanças pode ser definida como campo de estudo de 
instituições financeiras e mercados financeiros e retrata o funcionamento destes 
agentes dentro do sistema financeiro. 
No nível micro, finanças é o estudo do planejamento e controle financeiro, da 
gestão de ativos e da captação de fundos por empresas e instituições financeiras. 
Finanças está dividida em: Mercado financeiro, finanças corporativas e finanças 
pessoais. O mercado financeiro estuda os comportamentos dos mercados, seus 
vários títulos e valores mobiliários negociados e as instituições financeiras 
 
 
 
 
5 
 
participantes. Finanças corporativas estuda os processos e as tomadas de decisões 
nas organizações. 
De uma forma mais abrangente, dizemos que ela trata do processo, 
instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre 
pessoas, empresas e governos. Todos os indivíduos e organizações obtêm receitas e 
possuem bens, gastam ou investem. Sendo assim podemos dizer que finanças é a 
arte e a ciência de administrar fundos. 
Apesar de parecer algo coisa um pouco distante do nosso dia a dia, estamos 
constantemente envolvidos com as finanças, tomando decisões financeiras a todo o 
momento. Seja a escolha pelo produto mais caro ou mais barato, na matrícula em um 
curso, no parcelamento de alguma dívida, negociação salarial, escolha de um fundo 
de aposentadoria mais adequado e assim por diante. Assim, precisamos entender de 
assuntos financeiros e tomar as decisões financeiras corretas. 
 “A definição dos objetivos organizacionais de uma empresa ou grupo 
empresarial é competência de sua administração. Ou seja, é dela a 
incumbência de traçar os objetivos e também de idealizar ferramentas que 
venham fazer cumprir esses objetivos. ” OLIVEIRA, Peres (2002 apud 
Barbosa, 2016 p. 05). 
A Administração Financeira está diretamente ligada à Economia e à 
Contabilidade, dessa forma pode ser vista como uma forma de Economia aplicada, 
que se baseia amplamente em conceitos econômicos e em dados contábeis para suas 
análises. No ambiente macro a Administração Financeira engloba o estudo das 
instituições financeiras e dos mercados financeiros e ainda, de como eles operam 
dentro do sistema financeiro nacional e global. A nível micro aborda o estudo de 
planejamento financeiro, administração de recursos, e capital de empresas e 
instituições financeiras. 
É necessário conhecimento de Economia para se entender o ambiente 
financeiro e as teorias de decisão que constituem a base da Administração Financeira 
contemporânea. A Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma visão 
clara das políticas do Governo e instituições privadas, através da quais a atividade 
econômica é controlada. Operando no “campo econômico” criado por tais instituições, 
o Administrador Financeiro vale-se das teorias Microeconômicas de operação da firma 
e maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa 
 
 
 
 
6 
 
enfrentar não só outros concorrentes em seu setor, mas também as condições 
econômicas vigentes. 
As teorias microeconômicas fornecem a base para a operação eficiente da 
empresa. São extraídos daí os conceitos envolvidos nas relações de oferta e demanda 
e as estratégias de maximização do lucro. A composição de fatores produtivos, níveis 
ótimos de vendas e estratégias e determinação de preço do produto são todas 
afetadas por teorias do nível Microeconômico. 
A mensuração de preferências através do conceito de utilidade, risco e 
determinação de valor está fundamentada na teoria Microeconômica. As razões para 
depreciar ativos derivam dessa área da Economia. A análise marginal é o princípio 
básico que se aplica em Administração Financeira; a predominância desse princípio 
sugere que apenas se deve tomar decisões e adotar medidas quando as receitas 
marginais excederem os custos marginais. Quando se verificar essa condição,é de 
se esperar que uma dada decisão ou ação resulte num aumento nos lucros da 
empresa. 
2.1 Finanças empresariais e o administrador financeiro 
Fonte: megri.com 
A administração financeira cuida da viabilidade financeira da empresa, portanto 
da sua existência. A maioria das decisões tomadas dentro da empresa é medida em 
termos financeiros, desta forma o administrador financeiro desempenha um papel-
chave na operação da empresa. É esse profissional quem administra os negócios 
 
 
 
 
7 
 
financeiros de qualquer tipo de empreendimento, seja privado ou público, grande ou 
pequeno, com ou sem fins lucrativos. 
A compreensão básica da função financeira é necessária aos executivos 
responsáveis por decisões em todas as áreas, como administração, contabilidade, 
pesquisa, marketing, produção, pessoal, etc. 
Dentre as funções características do administrador financeiro estão: 
 Análise, planejamento e controle financeiro: Baseia-se em coordenar as 
atividades e avaliar a condição financeira da empresa, por meio de relatórios 
financeiros elaborados a partir dos dados contábeis de resultado, analisando a 
capacidade de produção, tomando decisões estratégicas com relação ao rumo 
total da empresa. O objetivo é alavancar as operações da mesma para se obter 
retorno financeiro e oportunidades de se investir mais nos negócios para o 
alcance das metas da empresa. 
 Tomada de decisões de investimento: Consiste em decidir sobre a destinação 
dos recursos financeiros para aplicação em ativos correntes (circulantes) e não 
correntes (realizável em longo prazo e ativo permanente). O administrador 
financeiro estuda a situação procurando apresentar os níveis desejáveis de 
ativos circulantes, determinam quais ativos permanentes devem ser adquiridos 
e quando os mesmos devem ser substituídos ou liquidados, buscando sempre 
o equilíbrio e a otimização entre os ativos correntes e não-correntes. Ou seja, 
deve decidir quando, como e quanto investir; se valerá a pena adquirir um bem 
ou direito, sempre com o intuito de evitar desperdícios e gastos 
desnecessários; e também decidir sobre a imobilização dos recursos correntes, 
que se ocorrer com altíssimos gastos na aquisição de imóveis e bens que trarão 
pouco retorno positivo e muita depreciação no seu valor, poderá inviabilizar o 
capital de giro imprescindível para a sobrevivência da empresa. 
 Tomada de decisões de financiamentos: Dizem respeito à captação de 
recursos diversos para o financiamento dos ativos correntes e não correntes, 
no que tange todas as atividades e operações da empresa e necessite de 
capital ou de qualquer outro tipo de recurso para a execução de metas ou 
planos da empresa. Levando em conta a combinação dos financiamentos a 
curto e longo prazo com a estrutura de capital, ou seja, não se emprestará mais 
do que a capacidade da empresa tem para pagar e ser responsável pelas suas 
 
 
 
 
8 
 
exigibilidades. Para isso, é preciso pesquisar fontes de financiamento 
confiáveis e viáveis, sempre balanceando juros, benefícios e formas de 
pagamento. 
Dependendo do tamanho e necessidade da empresa, o administrador 
financeiro pode exercer essas funções típicas ao atuar em cargos específicos. Todo 
administrador financeiro deve levar em conta os objetivos dos acionistas e donos da 
empresa, pois conduzindo financeiramente os negócios, de maneira correta, 
proporcionará o desenvolvimento e prosperidade da empresa, de seus proprietários, 
sócios e stakeholders em geral. 
3 PROJETOS 
Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço 
ou resultado exclusivo. 
O projeto é temporário; por ter uma data prevista para iniciar e uma data 
prevista para terminar e gera entregas exclusivas que podem ser serviços ou produtos 
ou resultados específicos. 
O ato de gerenciar projetos existe desde o início dos tempos, sendo modificado 
e aprimorado pela utilização de ferramentas e técnicas conhecidas nos dias de hoje. 
Os projetos em que o gerenciamento era necessário podiam ser dos mais diversos 
tipos, desde construções até projetos administrativos. 
Com o passar do tempo, foi crescendo a necessidade de se seguir um 
planejamento, detalhando uma sequência de atividades, para a realização de 
um projeto, de modo a garantir seu sucesso. Entre as décadas de 50 e 60, 
essa necessidade era mais aparente em empresas realizavam tarefas 
complexas em um ambiente dinâmico, como as aeroespaciais, de defesa e 
de construção. Já as empresas envolvidas com tarefas mais simples 
geralmente mantinham um Gerenciamento de Projetos informal, em que o 
gerente de projetos tinha pouca autoridade e a comunicação informal era 
predominante. Exemplos de aplicação do Gerenciamento de Projetos entre 
as décadas de 50 e 60 foram os programas Polaris, da Marinha Norte-
Americana, e Apollo, da NASA. (KERZNER, 2001; WIDEMAN, 2001 apud 
GAUER, Ermano Leopoldino). 
Durante as décadas de 70 e 80 muitas empresas aderiram ao Gerenciamento 
de Projetos formal, frente ao aumento da complexidade de suas atividades. A partir 
da década de 90, o Gerenciamento de Projetos deixou de ser uma escolha, passando 
a ser uma necessidade, para continuidade da mesma. 
 
 
 
 
9 
 
Nas últimas décadas, os projetos têm se tornado cada vez mais complexos, 
dinâmicos e com maiores riscos envolvidos. Isso se deve à globalização do 
mercado, ao maior fluxo de informações e ao crescimento tecnológico, os 
clientes se tornaram mais exigentes quanto à qualidade de produtos e 
serviços, ao mesmo tempo em que seus projetos se tornaram mais 
complexos. Neste ambiente de crescente competitividade, as empresas 
são pressionadas a trabalhar com maior eficiência, desenvolvendo 
produtos melhores a cada nova tendência de mercado. 
CASAROTTO (2004 apud GAUER, Ermano Leopoldino) 
As características principais dos projetos são unicidade, ou seja, cada projeto 
apresenta peculiaridades que o diferenciam dos demais, e temporariedade, que 
significa que os projetos apresentam um início e um fim bem definidos. (PMI, 2000; 
VARGAS, 2005 apud GAUER, Ermano Leopoldino). 
Os projetos são desenvolvidos sob diversas condições, mas três delas se 
destacam por serem suas restrições: tempo, custo e desempenho técnico, sendo 
desenvolvimento e qualidade. Essas restrições costumam ser representadas através 
de um triângulo, onde cada uma se encontra em um dos vértices (ou lados). 
Essa representação mostra a dependência entre as restrições, ou seja, a 
alteração de uma delas irá afetar as demais. Podemos citar como exemplo, um projeto 
realizado em um prazo muito curto afeta o custo, devido à necessidade de horas 
extras, e pode afetar também seu desempenho devido à pressa para a conclusão. 
Uma figura muito importante no ambiente de gerenciamento de projetos é o 
gerente de projetos. As atividades do gerente de projetos envolvem todo o projeto, 
incluindo seu planejamento e implementação, com constante coordenação das áreas 
funcionais da empresa. Assim, ele é responsável pelo sucesso do projeto. Ao mesmo 
tempo, os demais membros da equipe devem reconhecer a competência do gerente 
de projetos no que diz respeito ao entendimento geral. 
Assim, o trabalho do gerente de projetos envolve muitas responsabilidades, 
mas pouca autoridade, ou seja, ao longo do processo de desenvolvimento do 
Gerenciamento de Projetos, foram criadas diversas associações dedicadas a esse 
assunto. Atualmente, existem inúmeras delas, que representam os interesses em 
Gerenciamento de Projetos em seus respectivos países. 
Entre todas as associações existentes, uma merece destaque por seu alcance 
mundial: o PMI – Project Management Institute. 
O PMI é uma associação sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento do 
Gerenciamento de Projetos. Fundada em 1969 na Pensilvânia, EUA, possui hoje mais 
 
 
 
 
10 
 
de 150.000 associados em todo o mundo. Os trabalhos do PMI incluem publicações 
como revistas, livros e boletins informativos.O PMI também certifica profissionais em 
Gerenciamento de Projetos (Project Management Professional, PMP) e mantém um 
Programa de Desenvolvimento Profissional. 
Uma importante contribuição do PMI para o Gerenciamento de Projetos foi o 
estabelecimento de padrões para a sua prática. O principal documento feito com esse 
objetivo é o PMBOK Guide, A Guide to the Project Management Body of Knowledge, 
que descreve as áreas de conhecimento envolvidas no Gerenciamento de Projetos. 
O PMBOK é reconhecido mundialmente e também aprovado como um Padrão 
Nacional Americano (ANS). 
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PROJETOS 
4.1 Análise de investimentos 
A análise de investimentos envolve decisões de aplicação de recursos com 
prazos longos, ou seja, maiores que um ano, com o objetivo de propiciar retorno 
adequado aos proprietários desse capital. 
Orçamento de capital é um processo que envolve a seleção de projetos de 
investimento e a quantificação dos recursos a serem empregados e busca responder 
a questões como: 
 O projeto vai se pagar? 
 O projeto vai aumentar a riqueza dos acionistas ou vai diminuí-la? 
 Esta é a melhor alternativa de investimentos? 
O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que 
serão obtidos com o projeto de análise. As previsões de investimentos em ativos, de 
vendas, também de preços, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma 
mais realista a acurada possível. 
De qualquer modo, a incerteza em orçamentos de capital é elevada, pois 
envolve cenários econômicos e políticos de longo prazo. 
Os métodos mais comuns de avaliação de projetos de investimento são: 
 Valor presente líquido – VPL; 
 Taxa interna de retorno – TIR. 
 
 
 
 
11 
 
 Payback; 
 Payback descontado; 
 
Análise de riscos financeiros 
A análise de riscos financeiros consiste na avaliação das incertezas 
relacionadas às operações financeiras de uma empresa, que incluem da gestão do 
fluxo de caixa até a alocação de recursos em investimentos. 
O objetivo da análise de riscos financeiros é auxiliar na tomada de decisões 
pelo gestor da companhia no sentido de evitar riscos indesejáveis ou criar planos para 
minimizar seu impacto sobre as contas da empresa. 
Fonte: pilulaempreendedora.com.br 
Na análise dos riscos financeiros, as incertezas são mensuradas por meio da 
avaliação da probabilidade de que determinado evento ocorra, utilizando métodos de 
contabilidade e estatística. 
Riscos financeiros têm relação com as operações financeiras de uma 
organização. Eles incluem os riscos provocados por uma má administração dos fluxos 
de caixa e os riscos ligados a retornos abaixo do esperado nas transações financeiras 
e nos investimentos. Entre as possíveis causas desses riscos podemos citar: 
 Administração financeira inadequada 
 Endividamento elevado 
 Exposição a variações de câmbio ou de taxas de juros 
 
 
 
 
12 
 
 Operações de mercado ou investimentos com alto grau de incerteza 
sobre seus retornos 
 Baixa qualidade das informações que pautam a tomada de decisão 
O risco financeiro pode ser dividido em risco de mercado, risco de crédito, risco 
de liquidez e risco operacional. 
Riscos de mercado 
São os riscos provocados por possíveis oscilações em preços e cotações. É o 
risco a que está exposto, por exemplo, um industrial que importa os seus insumos, 
pagando em dólar, mas vende o produto final no mercado nacional. Esse empresário 
pode ter prejuízos, por exemplo, no caso de uma queda brusca na cotação na moeda 
local, que poderá afetar sua capacidade de pagar seus fornecedores. 
Riscos de crédito 
São os riscos relativos à possibilidade de o credor não receber um dinheiro que 
lhe é devido ou de o pagamento ser feito com atraso. 
O exemplo mais comum é o dos bancos que emprestar dinheiro ou fazem 
financiamentos para seus clientes. Esses consumidores costumam ser avaliados 
antecipadamente de acordo com o risco de não pagarem o que devem. Riscos 
maiores costumam ser compensados com taxas de juros mais altas. 
Além dos bancos, esse risco também atinge indústrias, comércios e outros 
negócios que vendem a prazo. Um pequeno distribuir que recebe por meio de boletos, 
por exemplo, está exposto ao risco de o comprador de seus produtos não pagar a 
mercadoria após o recebimento. 
Riscos de liquidez 
O risco de liquidez corresponde à possibilidade de a empresa não conseguir 
arcar com os seus compromissos. Uma das causas possíveis é a má gestão do fluxo 
de caixa. 
Contas com prazos não casados com as previsões de entrada de caixa, por 
exemplo, podem fazer com que a empresa não tenha dinheiro para pagar o que deve 
no momento do vencimento. 
Riscos operacionais 
O risco operacional corresponde a perdas geradas por falhas provocadas, por 
exemplo, por funcionários, processos, sistemas e eventos externos que afetem as 
 
 
 
 
13 
 
operações da companhia. É o caso dos defeitos em equipamentos, do uso de 
sistemas de informática obsoletos e da baixa qualificação de funcionários. 
Esse é um dos riscos mais difíceis de medir com objetividade. Conseguir 
calculá-lo de forma confiável depende de a empresa ter criado um bom banco de 
dados com o registro de falhas dessa natureza. 
Ao tomar conhecimento dos riscos financeiros a que está exposta, a empresa 
pode decidir por evitá-lo ou assumi-lo, podendo tomar as medidas necessárias para 
minimizar ou anular os efeitos adversos. As opções de tratamento após a identificação 
e análise de um risco financeiro são: 
Evitar o risco: A empresa pode não entrar na situação que gera esse risco ou 
decidir se retirar dela, por exemplo, se desfazendo de um investimento. 
Aceitar o risco e retê-lo: A empresa assume o risco tal como ele se apresenta. 
Por exemplo, mesmo sabendo que sua frota de veículos está obsoleta, decide não a 
renovar agora, por considerar que o risco que ela representa é tolerável. 
Aceitar o risco e reduzi-lo: A empresa toma medidas para minimizar a chance 
de problemas. Se há um risco alto de assaltos, por exemplo, a companhia poderá 
optar por adquirir um sistema de alarme e vigilância eletrônica, reduzindo as chances 
de o evento ocorrer. No caso dos investimentos, a empresa também pode optar por 
protegê-los por meio de uma operação de hedge. 
Aceitar o risco e transferi-lo ou compartilhá-lo: Nesse caso, a empresa 
reconhece o risco, mas transfere suas possíveis consequências para um terceiro. O 
exemplo mais simples é a contratação de um seguro que a indenize no caso de o risco 
se verificar. 
Aceitar o risco e explorá-lo: Nesse caso, não apenas a empresa sabe dos riscos 
a que está sujeita como ainda aumenta seu grau de exposição. É o caso dos 
investimentos agressivos no mercado financeiro, que têm possibilidades de ganhos 
proporcionais aos riscos inerentes. 
4.2 Valor presente líquido e taxa interna retorno 
O Valor Presente Líquido (VPL) é a ferramenta muita utilizada por grandes 
empresas na análise de investimentos, sendo avaliada como o somatório do valor 
presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa. Ou seja, 
 
 
 
 
14 
 
desconta os fluxos de caixa do projeto que está sendo avaliado a uma determinada 
taxa, estipulada pelos shareholders1. Essa taxa, usualmente chamada de taxa de 
desconto, é o retorno mínimo que deve ser esperado para que o projeto seja aceito. 
Se o fluxo de caixa do projeto, após ser descontado ao valor da taxa de 
desconto, for maior ou igual a zero significa que executar o projeto é viável, pois este 
remunera o capital investido a uma taxa igual ou maior que a taxa mínima de retorno. 
Quando o VPL for menor do que zero, via de regra, o projeto é rejeitado. 
A fórmula de cálculo do VPL é representada da seguinte forma: 
 
Onde: FC: Fluxo de caixa de cada período 
I: É a taxa de desconto escolhida e 
 j = 1. 
Assim, como observado, cada fluxo de caixa é dividido pela taxa de desconto 
elevada ao seu respectivo período, observandoque os juros, neste caso, são 
compostos. Para a taxa de desconto, normalmente aplica-se a Selic. 
Segundo, Ross, Westerfield e Jordan 2002 (Apud SEBBEN Jéssica, 2018). O 
valor presente líquido é uma medida de quanto valor é criado ou adicionado hoje por 
realizar um investimento 
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é definida como a taxa de desconto que iguala 
ao valor atual líquido dos fluxos de caixa de um projeto a zero. Em outras palavras, a 
TIR é a taxa de desconto que anula o VPL. 
A fórmula de cálculo da TIR é representada da seguinte forma: 
 
 
1 Shareholder: É uma palavra em inglês bastante comum no contexto empresarial, que em 
português significa acionista, ou seja, é uma pessoa que possui pelo menos uma ação de uma 
organização ou empresa. Os acionistas (shareholders) podem obter algum lucro se a empresa tem 
algum sucesso no mercado. 
 
 
 
 
15 
 
Onde, F significa o fluxo de caixa de cada período e o t é o período em questão. 
Ao observar a fórmula, notamos que cada fluxo de caixa é dividido pela (TIR) elevada 
ao seu respectivo período, sendo que os juros, neste caso, são compostos. E tudo 
isso deve ser igual a zero. 
Segundo Souza (2014, p. 153, apud SEBBEN Jéssica, 2018), a taxa interna de 
retorno: 
Representa a taxa que iguala o valor presente das entradas de caixa do 
investimento com o desembolso inicial, ou seja, a TIR é a taxa de desconto 
que iguala o valor presente líquido do investimento a zero. O processo 
decisório, utilizando esse método de análise, dá-se em decorrência do 
investimento que apresenta a maior taxa. 
No processo decisório, os projetos que tiverem a TIR maior ou igual à taxa 
mínima de retorno, definida pelos shareholders, podem ser executados. Já os projetos 
que tiverem a TIR menor que a taxa mínima de retorno exigida, via de regra, são 
recusados. 
O princípio fundamental da TIR é que as entradas líquidas de caixa 
intermediárias são reinvestidas à própria TIR. O VPL, por sua vez, supõe que as 
entradas líquidas de caixa intermediárias são reinvestidas ao custo de capital da 
empresa. 
O conflito de avaliação entre estes dois métodos acontece sob certas condições 
onde cada um deles classifica alternativas de projeto de forma diferente. Isso pode 
acontecer por diversos fatores. 
Em casos de conflito sugere-se o método do VPL para escolher qual projeto 
deverá ser executado, pois indica o projeto que gerou maior riqueza aos shareholders. 
Enfim, pode-se perceber que nenhum método é suficiente para analisar e 
comparar projetos, principalmente os mais complexos e com diferentes horizontes de 
tempo. 
É importante ressaltar que as metodologias devem ser utilizadas como suporte 
à tomada de decisão, porém estas devem ser confrontadas e analisadas por 
diferentes aspectos que levem em consideração a visão estratégica da empresa. 
Como calcular a VPL na calculadora financeira HP 12c: 
A função correspondente nesta calculadora aparece de cor laranja com a sigla 
NPV, que quer dizer o VPL em inglês (Net Present Value). Esta função se torna ativa 
quando pressionamos o botão " f ". 
 
 
 
 
16 
 
O cálculo é feito preenchendo cada valor do fluxo de caixa nas funções de cor 
azul ativadas com a tecla "g". Os passos são os seguintes: 
Digitar o valor de investimento inicial - CHS - g - CFo; 
Preencher com os valores do fluxo de caixa - g - CFj; 
Caso algum valor preenchido em "CFj" se repita, basta digitar a quantidade 
desta repetição - g – Nj. 
Digitar a Taxa Mínima de Atratividade - i; 
Descobrir a VPL pressionando: f - NPV. 
Exemplo 
Considerando um VPL para um investimento inicial de R$ 40.000,00 com um 
retorno esperado de R$ 5.000,00 ao fim de cada ano e por um período de 12 anos e 
uma taxa de 4%. Os passos para este cálculo são: 
40.000 - CHS - g - CFo ; 
5.000 - g - CFj ; 
12 - g - Nj ; 
4 - i ; 
Ao final, as teclas: f - NPV 
O VPL resultante é o de R$ 6.925,37. Se quisermos também saber qual a TIR 
deste investimento basta pressionar "f" e a tecla "IRR" e o resultado é de 6,865% 
para este investimento. 
4.3 Custo de Oportunidade 
É a rentabilidade da melhor opção existente, ao invés do projeto. 
Sendo assim, um investidor ao comparar projetos de investimento, sempre 
considera como alternativa o investimento cuja remuneração é igual ao custo de 
oportunidade do capital investido. 
Um critério para a decisão de fazer ou não um investimento é comparar TIR e 
Custo de Oportunidade. 
Se: TIR > Custo de Oportunidade = vale a pena investir no negócio 
 TIR < Custo de Oportunidade = não vale a pena investir no negócio 
Custo de capital é o valor da taxa de juros que pagamos para ter acesso aos 
recursos necessários para efetivar nosso negócio. Podemos citar como exemplo, a 
 
 
 
 
17 
 
realização de um empréstimo. Ele deve ser inferior ao rendimento proporcionado pelo 
negócio, que é dado pela TIR. 
Desta forma, temos um outro critério de decisão: 
Se: TIR > Custo de capital = compensa investir no negócio 
 TIR < Custo de capital = não compensa investir no negócio 
A taxa mínima de atratividade é aquela taxa de juros mínima para que o 
investidor prefira investir no negócio ao invés da aplicação financeira. 
Sabendo-se qual é a taxa mínima de atratividade para um determinado 
investidor ou empresa, temos que: 
Se: TIR > Taxa mínima de atratividade = vale a pena investir no negócio. 
 TIR < Taxa mínima de atratividade = não vale a pena. 
Investimentos Independentes 
São aqueles cujos fluxos de caixa não se relacionam, sendo independentes 
entre si, de modo que a aceitação ou rejeição de um projeto 
não influencia na aceitação ou rejeição do outro. 
Investimentos mutuamente excludentes 
São os projetos que competem entre si, por restrições de ordem técnica ou 
financeira, de modo que a aceitação de um inviabiliza a aceitação do outro. 
Na existência de investimentos mutuamente excludentes, o investidor deve 
buscar o investimento que: 
Tenha maior VPL; 
Apresente maior TIR; 
Análise Incremental (Fluxo Incremental) 
Se forem fornecidas as informações sobre VPL e TIR de projetos mutuamente 
excludentes (ou seja, for preciso escolher apenas um deles), deve-se lançar mão da 
análise incremental. 
Calcula-se a TIR do fluxo de caixa incremental entre dois projetos. 
É a diferença entre o fluxo de caixa entre os 2 projetos, calculada em diversos 
pontos no tempo. 
A partir destas diferenças calcula-se a rentabilidade desta diferença. 
O resultado é o cálculo da rentabilidade do adicional investido no projeto mais 
“caro”. 
 
 
 
 
18 
 
 Faz-se uma análise sobre esta TIR (Taxa Interna de Retorno) é maior do que 
a TMA (Taxa Mínima de Atratividade), custo de capital ou custo de oportunidade, 
conforme o caso. 
 Neste caso deve-se dar preferência ao projeto com maior investimento, desde 
que ele tenha TIR maior que o mínimo exigido, e o fluxo incremental também tenha 
TIR maior que o mínimo exigido. 
4.4 Payback Simples e Payback Descontado 
Fonte:wrprates.com 
Payback, ou “retorno do investimento” é uma técnica utilizada para calcular o 
prazo de recuperação do capital investido. É o tempo de retorno do investimento inicial 
até o momento no qual o ganho acumulado se iguala ao valor deste investimento. 
Normalmente este período é medido em meses ou anos. 
Segundo BRUNI e FAMÁ (2007, p.67 apud MATTE, Djessica Karoline) O 
método do payback é uma forma simples, fácil e direta, que estima o prazo necessário 
para se recuperar o investimento realizado”. 
O método de período payback determina o número de períodos necessários 
para recuperar o investimento realizado. Quanto mais rápido a aplicação recuperar o 
investimento, melhor será o resultado. Para que isso aconteça, a soma acumulada de 
entrada caixa deve ser igual ao investimento realizado. 
Para determinar a aceitação do investimento, o avaliador deve estipular um 
prazo máximo para o retorno do investimento.Esse prazo máximo de retorno é o 
tempo que o investidor estipula para ter de volta o dinheiro investido. 
 
 
 
 
19 
 
O payback pode ser calculado de duas formas: 
Payback Simples: Não considera o custo de Capital da empresa; 
Payback Descontado: Considera o custo de Capital da empresa. 
Payback simples 
É definido como o número de períodos (anos, meses, semanas etc.) para se 
recuperar o investimento inicial. Para se calcular o período de payback de um projeto 
basta somar os valores dos fluxos de caixa auferidos, até que essa soma se iguale ao 
valor do investimento inicial. 
Uma vez que o período de payback é encontrado quando os fluxos de caixa 
“pagam” o investimento, então basta somar os fluxos de caixa ao valor do investimento 
inicial. Observe a tabela a seguir: 
n FC Saldo 
0 -1500 -1500 
1 150 -1350 
2 1350 0 
3 150 
4 -80 
5 -50 
 
No exemplo, o payback é de 2 anos. 
Vantagens: Simplicidade e rapidez; é uma medida de risco do investimento, 
pois quanto menor o período de payback, mais líquido é o investimento e, portanto, 
menos arriscado. 
Desvantagens: Não considera o valor do dinheiro no tempo, não considera os 
fluxos de caixa após o período de payback; não leva em conta o custo de capital da 
empresa. 
Para obter o Payback Simples de um projeto de investimentos, basta verificar 
o tempo necessário para que o saldo do investimento (soma dos fluxos de 
caixa colocados e gerados pelo investimento) seja igual a zero. Como o 
payback simples não considera o custo de capital, a soma do saldo do 
investimento pode ser feita com base nos valores nominais (nas datas 
futuras) BRUNI e FAMÁ (2007, p.67 MATTE, Djessica Karoline). 
Payback descontado 
 
 
 
 
20 
 
Quando o custo de capital é considerado na análise, o método do payback 
passa a ser denominado payback descontado (BRUNI e FAMÁ, 2007, p. 72 
apud MATTE, Djessica Karoline) 
Este método é semelhante ao payback simples, mas com o adicional de usar 
uma taxa de desconto antes de se proceder à soma dos fluxos de caixa. Em geral 
esta taxa de desconto será a TMA. 
Neste método, todos os fluxos de caixa futuro deverão ser descontados por 
esta taxa em relação ao período ao qual o fluxo está atrelado. 
Por exemplo: Se desejássemos trazer a valor presente (VP) um fluxo que 
estivesse a 5 períodos futuros, o procedimento seria o seguinte: 
 
Suponha que o valor desse fluxo é R$500 e a TMA é 12%: 
 
Logo, o payback descontado é igual ao payback simples, com a diferença de 
que considera os fluxos descontados (trazidos a valor presente) para encontrar 
quando os fluxos de caixa pagam o investimento inicial. 
Confira o que ocorre com o payback descontado aplicado ao mesmo fluxo de 
caixa utilizado para exemplificar o payback simples, agora utilizando uma TMA de 
10%: 
n FC VP VP Acumulado 
0 -1500 -1500 -1500 
1 150 136,36 -1363,64 
2 1350 1115,70 -247,93 
3 150 112,70 -135,24 
4 -80 -54,64 -189,88 
5 -50 -31,05 -220,92 
 
No caso deste exemplo, o investimento nunca irá se pagar! Isto ocorre porque 
o valor presente acumulado não chega a zero. 
 
 
 
 
21 
 
n FC VP VP Acumulado 
0 -1500 -1500 -1500 
1 0 0 0 
2 0 0,00 0 
3 450 338,09 -1161,91 
4 1050 717,16 -444,74 
5 1950 1210,80 766,05 
 
Percebe-se que desta vez o investimento terá, sim, um período de payback 
descontado, e este valor estará entre o fluxo de caixa 4 e o fluxo 5. Mas como 
encontrar o valor exato do momento em que ocorrerá o período de payback? 
Basta dividirmos o último fluxo de caixa negativo pela soma do último fluxo 
negativo com o primeiro fluxo positivo, em valor absoluto, da seguinte forma: 
 
Podendo concluir assim: Além dos 4 anos, ainda será necessário mais 37% de 
um ano para que ocorra o período de payback descontado, isto é, 4,37 anos! 
Vantagens do payback descontado: Continua simples e prático, como o 
payback simples, resolve o problema de não considerar o valor do dinheiro no tempo. 
Desvantagens do payback descontado: Apesar de considerar uma taxa de 
desconto, continua sem levar em conta os fluxos de caixa após o período de payback. 
O período de payback é um dos métodos mais simples para analisar a 
viabilidade econômica e financeira de um projeto de investimento. O payback simples 
é uma medida muito utilizada no dia a dia, principalmente quando precisamos fazer 
contas rápidas e não temos tempo para uma análise mais detalhada. 
4.5 Análise do risco 
Segundo o PMI (2000), “os riscos são eventos ou condições incertas que, caso 
ocorram, provocam um efeito positivo ou negativo nos objetivos do projeto”. 
 
 
 
 
22 
 
O PMI sugere que os riscos possam ter efeitos positivos ou negativos sobre o 
projeto, porém, esses riscos com efeitos positivos nada mais são do que as 
estimativas positivas do projeto, e as novas oportunidades que surgiriam poderiam 
exigir tal contingência de recursos que isso implicaria na realização de um novo 
projeto, o que, consequentemente, exigiria uma outra análise. E também, essa 
semelhança das estimativas positivas de algumas das variáveis relacionadas ao 
projeto não dão a entender que sejam necessariamente riscos. 
Fonte: Riscos em projetos: Fiocruz (2007) 
Normalmente, as organizações reconhecem a existência do risco quando ele 
significa uma ameaça para o sucesso do projeto, podendo ser aceito se estiver em 
equilíbrio com o benefício que pode ser ganho ao se aceitar o risco. Se por um lado 
um pequeno risco não irá pressionar as barreiras técnicas, de cronograma e custos 
do projeto, por outro, assume-se um grande risco quando não há a compreensão 
necessária dos elementos que podem levar o projeto ao fracasso. Em geral, os riscos 
se opõem às metas técnicas, de cronograma e de custos, podendo haver outras metas 
como a satisfação do cliente, por exemplo. 
Todos os projetos terão um risco associado a eles ou então não seriam 
projetos. É impossível eliminar um risco por completo. 
Antes de avançar, é necessário fazer um paralelo entre risco e incerteza. A 
incerteza é aquela situação em que não se tem um conhecimento perfeito quanto ao 
futuro. Ela deriva da impossibilidade de se contar com todas as informações 
necessárias para avaliar o projeto, seja pelo fato de não ser possível coletá-las, seja 
pelo fato de o futuro por natureza ser incerto. A incerteza pode ser atribuída a diversas 
causas além da falta de informações: excesso de informações, informações de 
veracidade duvidosa, fontes sem credibilidade, dados contraditórios, entre outros 
fatores. 
 
 
 
 
23 
 
Segundo CLELAND e IRELAND (2002 apud NOBREGA, Newton Carlos 
Medeiros) a incerteza, em geral, responde pelas previsões do projeto, pois, uma vez 
que não há informações suficientes para a tomada de decisão, as previsões 
preenchem esse vazio. Realizar previsões é razoável, porém existe a possibilidade de 
fracasso caso elas não se concretizem. A essas incertezas chamam de risco. 
O risco pode ser definido então como a medida da incerteza dos eventos que, 
se ocorrerem, terão algum impacto sobre os resultados previstos para o projeto. Essa 
medida é mensurada em função da probabilidade de ocorrência desses eventos. 
Em relação a sua origem, os riscos são divididos em duas fontes, e são 
classificados como internos ou externos ao projeto. 
É possível determinar que um risco possui três componentes: um evento, a 
probabilidade de ocorrência do evento e o impacto do evento. 
Riscos internos ou endógenos: São aqueles associados às estimativas e/ou 
hipóteses internas e são inerentes ao projeto. Sobre esses riscos a organização pode 
exercer um maior grau de controle sendo que eles podem ser reduzidos mediante 
ações diretas. Os riscos internos estão relacionados à parte técnica, ao 
gerenciamento ou à organização. São exemplos de riscos internos: utilização de 
tecnologias complexas, metas de desempenho não realistas, alocação inadequada de 
tempo e custos, qualificação da mão-de-obra e inadequação dos recursosfinanceiros. 
Riscos externos ou exógenos são aqueles associados às estimativas e/ou 
hipóteses externas, sobre as quais a organização tem pouco ou nenhum controle, 
portanto, não há um controle direto sobre sua ocorrência. São exemplos de riscos 
externos: a legislação de um país, os problemas trabalhistas e a política econômica. 
Podemos mencionar outras formas de risco como por exemplo: Conhecidos ou 
desconhecidos. 
Riscos conhecidos são aqueles aos quais é possível se antecipar. 
Riscos desconhecidos são aqueles não planejados ou então que não eram 
conhecidos até então. 
Numa outra classificação os riscos são classificados como de negócio ou puros. 
Riscos de negócio são aqueles normais a qualquer tipo de atividade como 
greve ou falta de materiais. 
Risco puro é aquele que representa somente uma chance de perda, por 
exemplo, terremoto. 
 
 
 
 
24 
 
 
 Fonte: CLELAND e IRELAND (2002 apud NOBREGA, Newton Carlos Medeiros) 
A avaliação de riscos vem se constituindo em importante ferramenta na 
avaliação de projetos; seu objetivo é subsidiar o processo decisório, oferecendo ao 
tomador de decisão os elementos necessários para o estabelecimento de estratégias 
de gerenciamento de riscos. 
A avaliação de riscos é fundamental para a determinação de retornos de projeto 
de investimento porque constitui uma forma de aprofundamento para a compreensão 
dos problemas que afetam um projeto, ocasionando efeitos negativos sobre seus 
resultados. Como todo e qualquer projeto está sujeito a forças e fatores que podem 
de alguma maneira afetá-lo e, assim, influir no seu resultado final, surge então a 
necessidade de compreensão dessas forças e fatores que se ocorrerem, provocarão 
um efeito negativo nos objetivos do projeto. 
A aplicação da avaliação de riscos passa pela identificação de perigos, 
probabilidades de ocorrência, desenvolvimento de cenários e análise de 
consequências dos eventos adversos para, a partir daí estabelecer as estratégias de 
gerenciamento dos riscos. 
A evolução da avaliação de riscos se deu pela formalização de técnicas de 
identificação, qualitativas e quantitativas, com o objetivo de avaliar as causas e 
consequências dos eventos adversos. Esse movimento partiu de grupos de estudos 
com interesse na área de gerenciamento de projetos, e a partir daí surgiram 
organizações e manuais que tinham por objetivo padronizar e formalizar conceitos, 
diretrizes e técnicas. Esse tipo de avaliação formal difere muito daquela intuitiva, a 
Riscos internos 
do projeto 
Riscos externos 
do projeto 
 
 
 
 
25 
 
qual acaba por ser incompleta, por alguns riscos não serem identificados ou 
subestimados. 
Esses grupos dividiram o processo de avaliação de riscos em três etapas: 
identificação dos riscos, análise qualitativa dos riscos e análise quantitativa dos riscos 
na avaliação, então, os riscos são identificados, classificados e quantificados segundo 
a probabilidade de ocorrência dos eventos associados a esses riscos e o impacto que 
terão caso os mesmos se concretizem. Os métodos de avaliação de risco de projetos 
de investimentos que serão apresentados neste trabalho têm a vantagem de abarcar 
todo o conjunto de resultados possíveis e de permitir a efetiva medida do risco. 
 
Identificação dos Riscos → Qualificação dos Riscos → Quantificação dos Riscos 
 
 
Na maioria dos projetos os riscos são tão numerosos que não é possível tratar 
todos eles com o mesmo rigor. Portanto, uma vez que os dados foram obtidos, é 
preciso aplicar uma metodologia de análise de riscos que seja eficaz e rápida na sua 
utilização, sob pena de atrasar as atividades do projeto. O propósito da avaliação de 
riscos é priorizá-los. Um exemplo disso é a matriz de classificação da 
probabilidade/impacto de riscos, ela fornece uma orientação para os esforços, 
distinguindo os riscos toleráveis e os intoleráveis. 
A finalidade da avaliação de riscos pode ser resumida até aqui como sendo, 
prover o responsável pelo projeto do embasamento que lhe permita tomar as melhores 
decisões, realizar os ajustes necessários e montar planos de contingência a partir da 
compreensão das consequências do risco ao projeto nas dimensões técnicas, de 
tempo e de custos. 
Avaliação qualitativa dos riscos 
O PMI (2000) define a análise qualitativa dos riscos como o processo por meio 
do qual se avalia o impacto dos riscos e a probabilidade de que eles venham a ocorrer, 
com o objetivo de reduzir os efeitos negativos dos riscos. 
Numa análise qualitativa se determinam quais são os riscos mais importantes 
ao sucesso do projeto, colocando-os numa ordem de prioridade. As consequências 
associadas a esses riscos prioritários são aquelas já mencionadas, as que podem 
impedir que o projeto atinja os resultados e desempenho desejados, o que se refletiria 
em maior duração do cronograma e custos adicionais. 
 
 
 
 
26 
 
A análise qualitativa utiliza palavras ou escalas explicativas para descrever a 
magnitude das consequências potenciais e a probabilidade subjetiva dessas 
consequências ocorrerem. Essas escalas podem ser adaptadas ou ajustadas de 
acordo com as circunstâncias, podendo se utilizar descrições diferentes para riscos 
diferentes. 
A análise qualitativa de riscos é normalmente uma maneira rápida e econômica 
de estabelecer prioridades para o planejamento de respostas a riscos, e estabelece a 
base para a análise quantitativa de riscos, se esta for necessária. A análise qualitativa 
de riscos deve ser reexaminada durante o ciclo de vida do projeto para acompanhar 
as mudanças nos riscos do projeto. A análise qualitativa de riscos exige saídas dos 
processos de planejamento do gerenciamento de riscos e identificação de riscos. Este 
processo pode levar à análise quantitativa de riscos ou diretamente ao planejamento 
de respostas a riscos (PMI, 2000). 
Análise quantitativa dos riscos 
Está é a última etapa da avaliação de riscos, definida pelo PMI (2000) como o 
processo de análise numérica da probabilidade de ocorrência de cada risco e suas 
implicações para os objetivos do projeto, assim como a extensão do risco para o 
projeto em geral. Ainda de acordo com o PMI (2000) os objetivos da análise 
quantitativa de riscos são: 
 Determinar a probabilidade de atingir um objetivo específico do projeto; 
 Quantificar a exposição do projeto a riscos e determinar a quantidade de 
reservas de contingência necessárias em termos de cronograma e custos; 
 Identificar os riscos que requerem mais atenção através da quantificação de 
sua contribuição relativa aos riscos do projeto; 
 Identificar metas realistas e alcançáveis de escopo técnico, cronograma e 
custo. 
A maneira pela qual são expressas a probabilidade e as consequências, e os 
modos como são combinadas para fornecer o nível de risco irá variar de acordo com 
o tipo de risco e com o contexto no qual é utilizado o nível de risco. 
Os processos de análise qualitativa e quantitativa podem ser utilizados em 
separado ou em conjunto. Para que ambas as análises sejam efetuadas, é necessário 
que seja observada a disponibilidade de recursos do projeto, de maneira que as 
exigências para proceder tais análises não venham a pressionar de maneira excessiva 
 
 
 
 
27 
 
as barreiras de cronograma e custos do projeto. Também tem de ser observada a 
necessidade de se realizar tais análises e suas relevâncias em termos de avaliação 
dos riscos. Isso não só determina se é viável ou não proceder tanto à análise 
qualitativa quanto à análise quantitativa de riscos como também aponta que métodos 
devem ser utilizados para isso (PMI, 2000). 
5 ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL 
Fonte: planourbanismo.com.br 
O Custo de Capital é uma taxa de juros que reflete a remuneração mínima 
exigida por um investidor, uma expectativa de ganho ao escolher uma decisão de 
investimento ao invés de outra. Equivale ao ganho mínimo que tornaria uma 
alternativa financeira atraente aos investidores.Pode se dizer que é fundamental para alavancar os investimentos de uma 
companhia. Em um negócio que possui bom planejamento, o empreendedor sabe o 
quanto precisa ter de lucro para que a empresa se pague. E esta taxa de retorno, 
essencial para manter o valor de mercado do empreendimento, é chamada de custo 
de capital. 
O custo de capital é importante para novos empreendimentos, e também 
quando uma empresa já estabilizada no mercado decide ampliar suas atividades e 
investir em um novo projeto, e para isso precisa capitar dinheiro. 
Nestes casos, há algumas formas mais comuns de conseguir este dinheiro: 
Usando as reservas de lucros do negócio; empréstimos; Contratos de leasing; ou 
atraindo novos investidores, que pode ser feita com a oferta de novas ações ou com 
novas injeções de capital. 
 
 
 
 
28 
 
Há duas formas de abordar a estrutura de capital. A primeira é verificar a 
estrutura atual de financiamento da empresa. Neste caso, em geral, o capital 
próprio da empresa é o seu patrimônio líquido e como capital de terceiros o 
total de empréstimos e financiamentos deduzidos dos caixas e equivalentes 
de caixa. (Estudo Técnico 05 Custo de Capital, FOZ SANEATINS Companhia 
de Saneamento do Tocantins, p.23, 2013) 
O empreendedor precisa estar atento para, “não dar um passo maior do que a 
perna”. Isso porque todo investimento demanda um custo, seja com o pagamento de 
novos dividendos, para os que optarem por distribuir ações, ou com a possibilidade 
de pagamento de juros, para empréstimos. Levando em consideração a possibilidade 
de perda de reservas financeiras para quem utilizar os lucros que foram guardados. 
Por esse motivo, a empresa precisa ter certeza de que aquela opção é 
vantajosa para o seu negócio, tanto quanto o investidor precisa saber se obterá as 
vantagens que deseja com tal transação. Dessa forma, é preciso calcular o Custo 
Médio Ponderado de Capital, também conhecido como Weighted Average Cost of 
Capital (WACC). Esta é uma ferramenta utilizada para descobrir o custo de capital 
nestas transações e o quanto a empresa é atrativa, de acordo com o retorno mínimo 
que o empreendimento deve alcançar. 
 
 
 
Onde: 
E = Valor do capital próprio; 
D = Valor do capital alheio; 
 rE = Taxa de custo do capital próprio; 
 rD = Taxa de custo do capital alheio; 
 T = É a taxa de imposto. 
5.1 Custo de capital próprio 
Como o nome diz, o capital próprio é o que provém (em um primeiro momento) 
dos fundadores da entidade. É o aporte para dar início aos negócios, complementado 
por lucros futuramente e as reservas. 
 
 
 
 
29 
 
O custo de capital próprio dispõe sobre o retorno desejado pelos acionistas de 
uma empresa em suas decisões de aplicação de capital próprio. Constitui o segmento 
de estudo mais complexo das finanças corporativas, assumindo diversas hipóteses e 
abstrações teóricas em seus cálculos. 
Pode se definir como retorno mínimo que os acionistas exigem de seu capital 
investido na empresa. Equivale ao rendimento mínimo que a empresa deve obter para 
remunerar seus acionistas e manter o preço de mercado de suas ações. 
O custo de capital próprio (Ke) é calculado com base em taxas de juros de 
mercado e no risco. Pode ser entendido como a remuneração mínima que viabiliza 
economicamente um investimento, ou seja, a que produz um retorno capaz de cobrir 
o custo de oportunidade do capital investido. Apesar de outras abordagens disponíveis 
na literatura financeira para estimar o custo de capital próprio, será utilizado o modelo 
de precificação de ativos (CAPM), mais utilizado no mercado e que possui 
fundamentação econômica. 
Para esse modelo de precificação, o custo de oportunidade de capital próprio é 
estimado considerando a remuneração de ativos livres de risco, acrescido do prêmio 
pelo risco de mercado ponderado pelo risco da empresa. 
Se a empresa apresenta um risco igual ao da carteira de mercado, definido por 
risco sistemático, o custo de capital próprio é igual à taxa livre de risco acrescida do 
ágio de risco de mercado. 
O modelo do CAPM aceita que os acionistas sejam investidores bem 
diversificados, convivendo somente com a parcela do risco sistemático. A taxa de 
retorno esperada deve remunerar o risco que não foi eliminado, com o qual o acionista 
deve conviver, denominado de risco sistemático. 
A formulação básica da taxa de retorno esperada (custo de capital próprio) de 
uma companhia pelo método do CAPM é: 
 
Onde: 
 
 
 
 
30 
 
Ke = Custo de capital próprio; 
RF= Taxa de juro livre de risco; 
β= Coeficiente beta da ação; 
RM = Retorno da carteira de mercado; 
RM – RF = Prêmio pelo risco de mercado; 
βx (RM – RF) = Prêmio pelo risco do ativo 
 
Uma abordagem bastante utilizada para cálculo do coeficiente beta de uma 
empresa é desenvolvida através de dados históricos de mercado. A técnica estatística 
empregada é a regressão dos retornos da ação em confronto com os retornos da 
carteira de mercado. Os índices Ibovespa e NYSE ou S&P são geralmente usados 
para representar a carteira de mercado no Brasil e nos EUA, respectivamente. 
É conceitualmente aceito que o risco de um ativo é composto pelo risco de 
mercado e pelo risco específico do próprio ativo. O risco de mercado, mais 
especificamente, mede o risco não diversificável de um ativo, que corresponde à 
influência de fatores não controláveis do mercado em que esse se insere. O risco 
específico, por sua vez, relaciona-se às peculiaridades do próprio ativo analisado. 
O risco de um ativo depende do valor do β: 
 β > 1 ⇒ indica que o ativo sofre impacto acima da média no que se refere ao 
risco de mercado. Quando o mercado se valoriza, o ativo em questão valoriza-
se ainda mais, e vice-versa; 
 β = 1⇒ indica que o investidor aloca seus recursos em um ativo que apresenta 
os mesmos riscos e rentabilidade da carteira de mercado; 
 β < 1 ⇒ caracteriza um ativo defensivo, uma vez que amortece as variações 
verificadas com a carteira de mercado. Assim, o ativo em questão segue a 
mesma tendência do mercado, porém em uma magnitude menor. 
 
O modelo pode assumir várias formas, com a incorporação de outros riscos. 
No caso de países emergentes, há o risco soberano, ou risco de que os países não 
paguem pelos títulos públicos que venderam no mercado. Quanto maior este risco 
para o país, maior o prêmio de risco envolvido. 
 
 
 
 
31 
 
5.2 Custo de capital de terceiros 
Fonte: e-diariooficial.com 
O Capital de Terceiros é empréstimos ou financiamentos. Os empréstimos são 
utilizados pelas empresas para capital de giro, refinanciamento ou qualquer outra 
finalidade. Já os financiamentos possuem um destino específico. 
A maioria dos problemas administrativos em muitas empresas vem da 
dificuldade de alguns empresários entenderem a diferença entre o capital próprio e o 
de terceiros, e quais são os custos de cada um desses modelos. 
O Capital de terceiros: é o dinheiro que entra na empresa por meio de recursos 
de entidades externas, principalmente advindo de empréstimos. Esse valor está 
relacionado ao passivo real do negócio e precisa ser devolvido em conformidade com 
o contrato de crédito assinado. 
Quando se fala em capital de terceiros, significa que o capital vem de outras 
fontes, que não seja interna da empresa, isto é, recursos externos. Nesse caso, se 
trata de empréstimos, financiamentos e recursos de fornecedores. 
O capital de terceiros possibilita o aumento dos recursos, do quadro de 
funcionários, da atividade em si e, por consequência, do lucro, que pode ficar cada 
vez maior na medida que o capital de terceiros é utilizado. Essa é uma excelente 
forma, por exemplo, para a realização de projetos com potencial de sucesso. 
No entanto, há algumas desvantagens, como a ausência da autonomia e 
liberdade obtida com o capital próprio. Mas a principal preocupação está, na verdade, 
 
 
 
 
32 
 
na necessidade de a empresa conseguir lucro suficiente paracobrir a “dívida” feita. 
Todos os riscos, devem ser levados em conta! 
O custo de capital de terceiros, em sua maioria tem seu custo explicito nos 
contratos que a empresa assina quando recebe o empréstimo. Esse mesmo contrato 
tem cláusulas que garantem ao emprestador que o credor deve devolver o capital e 
os juros acordados independentemente do resultado da empresa devedora. 
Até por conta dessa “garantia de recebimento independente do resultado”, os 
recursos de terceiros têm um risco menor para quem está emprestando e por isso um 
custo menor para a empresa que está pedindo emprestado. 
6 FUSÕES E AQUISIÇÕES 
Fonte: capitalinvest-group.com 
Mergers and Acquisitions (M&A), ou Fusões e Aquisições (F&A), é um termo 
geral que se refere à consolidação de empresas ou ativos. Falando de cada conceito 
separadamente, temos que: Fusão é uma estratégia corporativa na qual duas ou mais 
empresas se juntam para formar uma nova empresa. 
Os processos de F&A’s são inerentes à concorrência capitalista. Acumulação 
de capital, inovações, ganhos de produtividade e acirramento da competição, 
levando a pressões pela eliminação de concorrentes ou pela abertura de 
novos mercados, são processos que marcaram a história do capitalismo 
desde o seu início. Tais fatores foram potencializados pelo surgimento do 
capital financeiro monopolista organizado na forma de sociedade anônima, 
pelo aumento da intervenção estatal na economia e pelo desenvolvimento do 
mercado bancário de capitais, o que impulsionou as F&A’s. Cano (2002, p. 
151 apud ANTÔNIO DE CAMARGOS; VIDAL BARBOSA, 2009). 
 
 
 
 
33 
 
Fusões e aquisições, é um tipo de atividade empresarial, e assim como todas 
as outras atividades elas afetam a sociedade. As atividades das grandes empresas, 
nacionais ou multinacionais, têm relação direta com a qualidade de vida das pessoas 
através de uma complicada rede de inter-relacionamentos. Se as ações e atividades 
das empresas geram resultados positivos, as pessoas são beneficiadas pela 
prosperidade econômica. O oposto ocorre quando negativamente afetadas quando 
tais ações e atividades geram prejuízos. 
As fusões e aquisições afetam os aspectos de uma empresa: estrutura, 
processo, controles, administração e até mesmo no gerenciamento de pessoas como 
a motivação e carreiras. Estas atividades empresariais envolvem bilhões de reais, 
causam desgastes na área trabalhista, por exemplo, deslocando trabalhadores. No 
Brasil e no exterior também são afetadas, com boatos e notícias de fusões e 
aquisições. Estes rumores e notícias acarretam aumento no valor das ações e nos 
índices das bolsas de valores, as pessoas são beneficiadas pela valorização das 
ações e do mercado. No entanto, há casos em que ocorre o oposto, ou seja, são 
negativamente afetadas. 
Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar 
uma nova, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. 
A diferença entre fusão e incorporação é que na incorporação desaparecem as 
sociedades incorporadas, mas a incorporadora, uma sociedade preexistente, 
permanece com a sua vida normal, enquanto na fusão desaparecem todas as 
sociedades fusionadas e surge uma sociedade nova. 
Para uma contabilização adequada, partimos do princípio de que o resultado 
do exercício apurado individualmente pelas duas empresas extintas o foi de forma 
completa: com depreciações, provisões ajustadas, receitas e despesas alocadas por 
regime de competência etc. 
Prevista no art. 225 da LSA e art 1.119 do CC, essa ferramenta permite que 
duas ou mais empresas se unam para dar origem a uma nova organização, que 
sucederá todos os direitos e obrigações das originais. Assim, as empresas anteriores 
deixam de existir, permanecendo somente a recém-criada. 
Na maioria dos casos, a administração da nova empresa fica a cargo dos 
gestores das originais ou da que era maior entre elas. A fusão ainda se subdivide em 
cinco subtipos: 
 
 
 
 
34 
 
 Horizontal: as empresas fundidas são do mesmo setor; 
 Vertical: são de negócios diferentes, mas se complementam; 
 Conglomeração: as atividades das empresas são totalmente distintas; 
 Extensão de mercado: produzem o mesmo produto, mas operam em mercados 
diferentes; 
 Extensão de produto: as empresas têm produtos relacionados e operam no 
mesmo mercado. 
O sucesso de uma transação de F&A (Fusões e Aquisições) é o resultado direto 
da experiência do comprador na identificação, análise e execução do negócio. 
O Processo pode ocorrer em sete etapas, como segue: 
1) Desenvolvimento do plano de execução: Essa é a hora de estabelecer os 
objetivos principais, identificar produtos e tecnologias alvo, identificar fatores 
críticos de sucesso, aprofundar o conhecimento da empresa, definir pessoas 
envolvidas e prazos. 
2) Avaliação da empresa: Nesta etapa, a posição financeira da empresa deve ser 
avaliada, respondendo às seguintes perguntas: Quais são os benefícios 
prováveis dessa transação? Quais são os riscos? 
Deve-se também avaliar a empresa de acordo com sua posição financeira 
(incluindo projeções financeiras). A avaliação se concentra em questões como 
volume de vendas, receita, custo e balanço. 
3) Valuation: estimar o valor da empresa alvo de forma sistematizada, usando um 
modelo quantitativo. Além de avaliar o valor do alvo, deve-se identificar 
alternativas para estruturar as transações de fusão ou aquisição, avaliá-las e 
selecionar aquela que melhor permita à organização alcançar seus objetivos e 
desenvolver uma oferta. 
4) Tomada de decisão: a liderança corporativa deve determinar os benefícios e 
as desvantagens da aquisição ou fusão proposta e tomar uma decisão. 
5) Negociação e estruturação: nesta etapa, o objetivo dos envolvidos é entrar em 
acordo sobre o preço e a estrutura da transação. 
 
 
 
 
35 
 
6) Execução do processo de Due Diligence2: uma vez que a proposta for aceita, 
os líderes da organização adquirente devem assegurar uma revisão completa 
e abrangente de due diligence da entidade alvo, a fim de compreender 
completamente as questões, oportunidades e riscos associados à transação. 
A Due Diligence (falamos sobre isso neste artigo) envolve uma revisão da 
posição financeira, jurídica e operacional da empresa alvo para garantir a 
precisão das informações obtidas anteriormente. 
7) Conclusão: passada a fase de due diligence, segue uma etapa de ajustes finais 
e, em alguns casos, alguns termos são negociados. Por fim, redige-se um 
contrato de venda e, após assinado, conclui-se a transação financeira, a qual 
é anunciada para o mercado. 
6.1 Motivos para Fusões e Aquisições 
Fonte: Movimentos e Características das Fusões e Aquisições no Brasil 
Na maioria das vezes, F&A está relacionado com: 
 Estratégia de mercado; 
 Necessidade de obter sinergia; 
 Ganho de eficiência com a obtenção de recursos; e 
 
2 A expressão inglesa “Due Diligence” em tradução literal significa “diligência prévia”, seu 
procedimento se trata de uma avalição de risco prévia a uma contratação, uma aquisição, uma 
celebração de parceria, a formação de um consórcio de empresas enfim, sempre que se tenha um 
relacionamento jurídico e comercial relevante entre partes. 
 
 
 
 
36 
 
 Oportunidade de comprar uma empresa por um valor inferior ao seu real valor. 
Existe todo um plano de negócios com definição de estratégias, metas e 
objetivos que devem ser seguidos antes de um processo de M&A iniciar. É de suma 
importância, que as unidades de negócios envolvidas numa fusão, ou a compradora 
(no caso de aquisição), analisem o planejamento orçamentário. Assim, será possível 
que todos os envolvidos façam os ajustes necessários. 
Por isso, o ideal é que como controller você avalie a Gestão Orçamentária da 
empresa. Quanto mais madura a Gestão Orçamentária de uma empresa, mais bem 
avaliada ela é pelo mercado. 
Exemplos de fusões e aquisições no mercadobrasileiro: 
 A fusão da Sadia com a Perdigão, concorrentes históricas, originando a Brasil 
Foods (BRF), uma das maiores do ramo alimentício no mundo. 
 A fusão da Azul e a Trip que formaram o grupo Azul Trip, que já superou 15% 
de marketshare. 
 A fusão do Itaú e Unibanco, que se juntaram para formar o Itaú Unibanco. 
 As empresas educacionais Kroton e Estácio, que se tornaram líder do mercado 
brasileiro, no segmento. 
 No ramo de varejo, entre o Pão de Açúcar e as Casas Bahia. Por meio da 
Globex, as duas empresas se transformaram em uma só, mas as marcas foram 
mantidas. 
Alguns exemplos de aquisições de empresas mais conhecidas: 
 Aquisição da GVT pela Telefônica/Vivo. 
 A Ultrapar adquiriu a rede Ale de postos de combustíveis 
 A conhecida marca de bebidas e sucos Ades, foi adquirida pela Coca Cola 
 No mesmo ramo a “do bem” foi adquirida pela Ambev 
 No ramo financeiro, a XP Investimentos foi adquirida pelo Itaú Unibanco 
 No mesmo segmento, o Bradesco adquiriu HSBC e BBVA, o Itaú Citibank, 
Redecard e Bank Boston e o Santander Banespa. 
 Facebook comprou o Whatsapp 
 Microsoft comprou Skype e Linkedin 
 Google comprou Waze 
 
 
 
 
37 
 
7 EFICIÊNCIA DE MERCADO 
Fonte: oppag.com.br 
Um dos pilares centrais da moderna Teoria de Finanças, e certamente um dos 
mais controversos desde sua formulação, a Hipótese dos Mercados Eficientes (HME) 
tem sido matéria de inúmeros estudos visando a sua comprovação e até mesmo 
rejeição desde a década de 70. Tal teoria descarta a possibilidade de ganhos 
consistentes com sistemas de negociação que se baseiem apenas nas informações 
disponíveis. 
Um investidor médio, seja ele indivíduo, fundo de pensão ou fundo mútuo, 
não deve esperar superar o mercado consistentemente, e os recursos que 
tais tipos de investidores utilizam para analisar e negociar ativos são 
desperdiçados, sendo melhor manter, passivamente, a carteira de mercado, 
esquecendo a gestão ativa de carteiras. Pode-se afirmar, seguramente, que 
o campo acadêmico das finanças em geral e, especificamente, o campo de 
análise e precificação de ativos foi construído com base na HME. Shleifer 
(2000, apud SARAIVA RABELO JUNIOR; HIRATA IKEDA, 2004) 
A questão é: Se os mercados são eficientes e, em caso oposto, qual o fator 
leva a ineficiências, estes dados são base para a avaliação de investimentos. Pois se 
os mercados forem, de fato, eficientes, o preço do mercado fornece a melhor 
estimativa de valor, e o processo de avaliação se torna o de justificar o preço de 
mercado. 
Se os mercados não forem eficientes, o preço de mercado pode se desviar do 
valor real, e o processo de avaliação é direcionado para a obtenção de uma estimativa 
razoável de seu valor. Aqueles que fazem boas avaliações, então serão capazes de 
obter retornos “maiores” que outros investidores, devido a sua capacidade de 
 
 
 
 
38 
 
identificar empresas super e subavaliadas. Para obter maiores retornos, no entanto, 
os mercados têm de realizar correções de seus erros, ou seja, tornarem-se eficientes 
com o tempo. Dessa forma o investidor escolherá o horizonte de tempo necessário ao 
seu sucesso. 
Também há muito que pode ser aprendido com os estudos de eficiência de 
mercado que destacam segmentos em que o mercado parece ser eficiente. Essas 
“ineficiências” podem fornecer a base para a análise do universo de ações que permita 
colher uma subamostra que mais provavelmente tenha ações subvalorizadas. 
Considerando-se o montante de ações, isso não apenas poupa tempo para o analista 
como também aumenta significativamente as probabilidades de se encontrarem ações 
super e subvalorizadas. 
Podemos citar como exemplos, alguns modelos de eficiência sugerem que 
ações “negligenciadas” por investidores têm mais chances de estarem subvalorizadas 
e de obter retornos adicionais. Uma estratégia que procure empresas com baixo nível 
de investimentos institucional (como uma percentagem das ações em circulação) 
pode render uma subamostra de empresas negligenciadas, que podem então ser 
avaliadas utilizando modelos de avaliação para se chegar a uma carteira de empresas 
subvalorizadas. 
A teoria para a HME consiste em três argumentos básicos: 
 Investidores são assumidos como racionais e, consequentemente, avaliam e 
precificam ativos de forma racional; 
 À medida que alguns investidores não são racionais, suas participações no 
mercado (negociações) são assumidas como aleatórias, cancelando-se e não 
produzindo efeitos nos preços praticados pelo mercado; 
 À medida que esses investidores irracionais o são de maneira similar entre si, 
a presença de uma maioria de arbitradores racionais, no mesmo mercado, 
elimina sua influência nos preços. 
 
O argumento da racionalidade dos investidores implica que os mesmos 
precificam cada ativo pelo seu valor fundamental, ou seja, o valor presente de seus 
fluxos de caixa futuros descontados pelo seu risco. Adicionalmente, quando qualquer 
informação que implique alteração dos fundamentos desse ativo é descoberta, os 
investidores respondem imediatamente, aumentando o preço do ativo se as 
 
 
 
 
39 
 
informações forem positivas e diminuindo-o se forem negativas. Logo, os preços dos 
ativos incorporam todas as informações quase que imediatamente, ajustando-se a 
novos níveis correspondentes aos novos valores presentes dos fluxos de caixa. 
Em sua forma extrema, a teoria de mercados eficientes diz que todos os 
títulos sempre são corretamente precificados, o que significa que o mercado 
como um todo é realmente sábio. Ross (2002 apud SARAIVA RABELO 
JUNIOR; HIRATA IKEDA, 2004) 
Os fundamentos teóricos como as provas empíricas propostas como base da 
HME vêm sendo contestados. A base que sustenta os mercados como eficientes, 
quanto a arbitragem, têm-se revelado mais fracos do que poderiam supor os teóricos 
da eficiência de mercado. Ao mesmo tempo, uma série de recentes estudos tem 
revertido algumas das evidências iniciais que deram sustentação à hipótese. 
Diante destes questionamentos que surgem as Finanças Comportamentais 
propondo uma visão alternativa dos mercados financeiros. 
Nessa visão, a teoria econômica não leva a esperar um mercado financeiro 
eficiente, pelo contrário: desvios significativos e sistemáticos da eficiência são 
esperados e passíveis de continuidade por longos períodos de tempo. 
As Finanças Comportamentais podem ser definidas resumidamente como o 
estudo da falibilidade humana nos mercados competitivos. Shleifer (2000, 
apud SARAIVA RABELO JUNIOR; HIRATA IKEDA, 2004) 
De forma simplificada, pode dizer que as Finanças Comportamentais focam seu 
campo de atuação exatamente nos supostos pilares da HME: racionalidade do 
investidor e arbitragem como ferramenta eficaz de correção de possíveis desvios da 
eficiência. Como diz Thaler & Barberis (2002 apud SARAIVA RABELO JUNIOR; 
HIRATA IKEDA, 2004), seus dois principais componentes de pesquisa são: 
 Limites à arbitragem: argumenta que pode ser difícil para os investidores 
racionais desfazerem os desvios causados por investidores menos racionais; 
 Psicologia do Investidor: cataloga os tipos de desvios da pura racionalidade 
passíveis de verificação nos mercados reais. Aborda como os investidores, no 
mundo real, formam suas crenças e avaliações e, mais genericamente, como 
formam sua demanda por títulos. 
A HME, é antes de tudo, uma consequência de equilíbrio entre mercados 
competitivos, compostos por investidores totalmente racionais. Mas, notavelmente, a 
HME não é sustentada apenas na total racionalidade dos investidores. Pela HME, o 
mercado tende a ser eficiente mesmo com a presença de investidores não totalmente 
 
 
 
 
40 
 
racionais, assumindo-se, em uma proposição clássica, que estes negociam de forma 
aleatória. Quando há um grande número desses tipos de investidores e quando suas 
estratégias de negociação são não correlacionadas, suas operações tendem a 
cancelar-se,não afetando, significativamente, os preços dos ativos, que tendem a 
manter-se próximo de seus valores fundamentais. 
8 GOVERNANÇA CORPORATIVA 
Fonte: cdlniteroi.com.br 
Segundo o IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, é o sistema 
pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e 
incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de 
administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes 
interessadas. 
As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em 
recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e 
otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a 
recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade 
e o bem comum. 
 
 
 
 
41 
 
8.1 Os quatro pilares da Governança Corporativa 
Baseia-se na criação de um sistema para direção das empresas. Os sócios, 
membros do conselho, fiscalização interna e controle participam do processo de 
criação de regras para a gestão dos processos administrativos. 
Os interesses devem estar alinhados para não gerar choques dentro da 
empresa e todos entenderem claramente a hierarquia interna durante as tomadas de 
decisões. 
É importante que todos saibam claramente o seu papel na empresa. Os 
processos de Governança Corporativa contribuem para a organização dos 
empreendimentos, de forma a otimizar a gestão da organização. 
Embora haja muitas definições de governança corporativa, é possível agrupá-
las em duas categorias. A primeira caracteriza-se pelas definições da 
governança como um conjunto de padrões comportamentais referentes às 
ações das companhias em termos de eficiência, desempenho, estrutura 
financeira e tratamento de acionistas e de outros stakeholders. A segunda 
categoria, por sua vez, centra suas conceituações na estrutura normativa a 
que as companhias estão sujeitas, cujas fontes são os sistemas legais, os 
mercados financeiros e os vários órgãos regulatórios. CLAESSENS (2003 
apud CELIA VILELA RIBEIRO, 2009) 
A Governança Corporativa se apoia em quatro pilares principais: transparência, 
equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa de acordo com o IBGC 
– Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. 
Transparência: Consiste no desejo de disponibilizar para as partes 
interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas 
impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao 
desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores 
(inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação 
e à otimização do valor da organização; 
Equidade: Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios 
e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos, 
deveres, necessidades, interesses e expectativas; 
Prestação de contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar 
contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, 
assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com 
diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis; 
 
 
 
 
42 
 
Responsabilidade corporativa: Os agentes de governança devem zelar pela 
viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades 
negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em 
consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, 
manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional, etc.) no curto, 
médio e longo prazos. 
Os comportamentos adotados pela governança corporativa refletem benefícios 
internos e externos dentro de uma organização. Empresas extremamente 
estruturadas e com alto valor de mercado utilizam das práticas para mostrar seus 
valores de forma clara. A eficiência administrativa para resolução de conflitos internos 
e a transparência agregam valor à empresa, pois a adoção de boas práticas beneficia 
o interesse do mercado como um todo. 
As empresas mais estruturadas são consideradas de baixo risco para os 
investidores. Os conceitos adotados pela Governança Corporativa são essenciais 
para avaliar retornos de investimento e garantir a melhor opção no mercado. 
A aplicação dos conceitos de Governança Corporativa contribui efetivamente 
para o funcionamento adequado dos processos, maior eficiência e, portanto, melhores 
resultados. 
8.2 Origens da governança corporativa 
De acordo com o IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa Ao 
longo do século 20, a economia dos diferentes países tornou-se cada vez mais 
marcada pela integração aos dinamismos do comércio internacional, assim como pela 
expansão das transações financeiras em escala global. Neste contexto, as 
companhias foram objeto de sensíveis transformações, uma vez que o acentuado 
ritmo de crescimento de suas atividades promoveu uma readequação de sua estrutura 
de controle, decorrente da separação entre a propriedade e a gestão empresarial. A 
origem dos debates sobre governança corporativa remete a conflitos inerentes à 
propriedade dispersa e à divergência entre os interesses dos sócios, executivos e o 
melhor interesse da empresa. 
Na primeira década do século 21, o tema governança corporativa tornou-se 
ainda mais relevante, a partir de escândalos corporativos envolvendo empresas norte-
 
 
 
 
43 
 
americanas como a Enron, a WorldCom e a Tyco, desencadeando discussões sobre 
a divulgação de demonstrações financeiras e o papel das empresas de auditoria. O 
congresso norte-americano, em resposta às fraudes ocorridas, aprovou a Lei 
Sarbanes-Oxley (SOx), com importantes definições sobre práticas de governança 
corporativa. 
Com o passar do tempo, verificou-se que os investidores estavam dispostos a 
pagar um valor maior por empresas que adotassem boas práticas de governança 
corporativa e que tais práticas não apenas favorecessem os interesses de seus 
proprietários, mas também a longevidade das empresas. Ademais, as discussões 
internacionais foram fortalecidas pelas iniciativas da Organização para a Cooperação 
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que criaram um fórum para tratar 
especificamente sobre o tema, o Business Sector Advisory Group on Corporate 
Governance. Diretrizes e princípios internacionais passaram a ser considerados na 
adequação de leis, na atuação de órgãos regulatórios e na elaboração de 
recomendações. 
Em paralelo, no Brasil, o movimento por boas práticas mostrou-se mais 
dinâmico a partir das privatizações e a da abertura do mercado nacional nos anos 
1990. Neste interim, em 1995, ocorreu a criação do Instituto Brasileiro de Conselheiros 
de Administração (IBCA), que a partir de 1999 passou a ser intitulado Instituto 
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), almejando influenciar os protagonistas 
da nossa sociedade na adoção de práticas transparentes, responsáveis e equânimes 
na administração das organizações. Ainda, em 1999, o IBGC lançou a primeira edição 
do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. 
No Terceiro Setor, organizações sem fins lucrativos que buscam contribuir para 
uma sociedade melhor e mais justa. Conforme o Guia das Melhores Práticas de 
Governança para Fundações e Institutos Empresariais, “o aprimoramento da 
governança é um esforço contínuo que, no Brasil, não findou com a lei das OSCIP”, é 
preciso expandir “as boas práticas de governança para todas as organizações da 
sociedade civil, estabelecendo assim as bases do que poderá ser o sistema de 
autorregulação do terceiro setor”. Ainda segundo o guia, “seus principais agentes - 
sejam eles financiadores ou executores de projetos - podem e devem adotar práticas 
que sirvam de exemplo para os demais, reforçando a legitimidade do setor”. Os 
princípios básicos de governança corporativa permeiam, em maior

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