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MÓDULO 2
ECONOMiA DAS DROGAS, 
DiNÂMiCA DO NARCOTRÁFiCO 
E CRiMES CONEXOS
GOVERNO FEDERAL 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 
SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS 
 
SECRETÁRIO NACIONAL 
Luiz Roberto Beggiora 
 
DIRETOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
E ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL 
Gustavo Camilo Baptista 
 
COORDENADOR-GERAL DE PESQUISA E FORMAÇÃO
Carlos Timo Brito
 
CONTEUDISTAS 
George Felipe Lima Dantas
Isângelo Senna da Costa 
 
REVISÃO DE CONTEÚDO 
Carlos Timo Brito
Fernanda Flavia Rios dos Santos 
 
APOIO 
Ana Carolina Pastorino Magalhães
Daphne Sarah Gomes Jacob
Eurides Branquinho da Silva
Maria Aparecida Alves Dias
Maria de Fatima Pinheiro de Moura Barros
Tatiana Almeida Santos
EXPEDIENTE
Baixe o aplicativo Zappar no seu celular ou tablet
REALIDADE AUMENTADA (RA) 
Nas páginas deste material encontram-se códigos como este ao lado 
que dão acesso a conteúdos extras. Para visualizá-los, baixe o aplicativo 
Zappar no seu celular ou tablet e enquadre os códigos no aplicativo (você 
precisa ter conexão à internet).
Todo o conteúdo do Curso FRoNt - Fundamentos para Repressão ao Narcotráfico e ao 
Crime Organizado, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), Ministério 
da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Governo Federal - 2021, está licenciado sob 
a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial- Sem Derivações 
4.0 Internacional.
BY NC ND
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD)
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Luciano Patrício Souza de Castro
labSEAD
COORDENAÇÃO GERAL
Luciano Patrício Souza de Castro
FINANCEIRO
Fernando Machado Wolf
SUPERVISÃO TÉCNICA EAD
Giovana Schuelter 
SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL
Francielli Schuelter 
SUPERVISÃO DE MOODLE
Andreia Mara Fiala 
SECRETARIA ADMINISTRATIVA
Caroline da Rosa 
Gabriela Cassiano Abdalla
DESIGN INSTRUCIONAL
Supervisão: Milene Silva de Castro
Danrley Mauricio Vieira
Márcia Melo Bortolato
Marielly Agatha Machado
DESIGN GRÁFICO
Supervisão: Fabrício Sawczen
Heliziane Barbosa
Juliana Jacinto Teixeira
Luana Pillmann de Barros
Vinicius Alves Jacob Simões
REVISÃO TEXTUAL
Supervisão: Cleusa Iracema Pereira Raimundo
Isadora da Silveira Calônico
PROGRAMAÇÃO
Supervisão: Alexandre Dal Fabbro
Cleberton de Souza Oliveira
Thiago Assi
AUDIOVISUAL
Supervisão: Rafael Poletto Dutra
Fabíola de Andrade
Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira
Renata Gordo Corrêa
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Dalmo Tsuyoshi Venturieri
Wilton Jose Pimentel Filho
SUMÁRIO
Unidade 1 | LÓGICa de MeRCadO (nÍVeL 
MaCRO): PROdUÇÃO, dISTRIBUIÇÃO e 
COnSUMO de dROGaS
Unidade 2 | LÓGICa de MeRCadO 
(nÍVeL MICRO)
1.1 Economia das drogas
2.1 Abordagens psicossociais sobre os atores do 
varejo de drogas ilícitas
1.2 Produção, distribuição e consumo de drogas
2.2 Influência social: Teoria do Comportamento 
Planejado (atitude, norma subjetiva e controle 
comportamental percebido)
7
7
26
aPReSenTaÇÃO 6
Unidade 3 | RedUÇÃO da deManda e 
da OFeRTa de dROGaS
3.1 Redução da demanda
3.2 Redução da oferta
57
17
2.3 Vulnerabilidades socioeconômicas e outros 
preditores do envolvimento com o tráfico de 
drogas e o crime organizado
26
40
48
57
61
2.4 Subculturas criminais 53
Unidade 4 | LaVaGeM de dInHeIRO e 
FInanCIaMenTO de ORGanIZaÇÕeS 
CRIMInOSaS
4.1 Financiamento de organizações criminosas
4.2 Lavagem de dinheiro
69
69
73
ReFeRÊnCIaS 80
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 6
aPReSenTaÇÃO
Olá, cursista!
O presente módulo tem por objetivo abordar a dinâmica do mercado 
das drogas, com ênfase nos aspectos macroestruturais e também 
nos aspectos ligados às trajetórias dos indivíduos que nele desempe-
nham ao menos três papéis elementares: ofertante, demandante ou 
demandante-ofertante. Dessa maneira, você vai ter a oportunidade 
de transitar por conhecimentos produzidos em áreas como o Direito, 
Criminologia, Economia e a Psicologia. 
Este módulo foi pensado para que você possa caminhar por essas e 
outras áreas do conhecimento. Mas, acima de tudo, vai levá-lo a uma 
espécie de passeio entre os diferentes níveis de análise exigidos pelos 
complexos temas: crime organizado e tráfico de drogas.
OBjeTiVOS dO MÓdULO
 � Descrever as noções e os conceitos essenciais à temática da 
“economia das drogas”.
 � Discutir fatores psicológicos, sociais, culturais e econômicos 
relevantes para a identificação de fatores que preveem o 
envolvimento dos indivíduos com a violência, o crime e as drogas.
 � Apontar características gerais do perfil do demandante por drogas 
e descrever o perfil do ofertante de drogas.
 � Discutir os aspectos legais e operacionais relacionados à lavagem 
de dinheiro e ao financiamento das organizações criminosas.
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar 
para assistir ao vídeo de 
apresentação do módulo.
RA
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 7
UnIdade 1
LÓGICa de MeRCadO (nÍVeL 
MaCRO): PROdUÇÃO, dISTRIBUIÇÃO 
e COnSUMO de dROGaS
A partir daqui, vamos percorrer nossa jornada pelo caminho do co-
nhecimento, mas você sabe por onde seguir?
Vamos iniciar nossa caminhada navegando pela lógica de mercado 
do consumo de drogas. Assim, nesta unidade, a proposta didático-
-pedagógica é apresentar os aspectos macroestruturais do mercado 
das drogas, bem como sua lógica econômica. Você também vai 
estudar alguns aspectos relevantes sobre o cultivo, a produção e a 
distribuição das drogas.
COnTexTUaLiZandO 
1.1 eCOnOMia daS dROGaS
Tyler Cowen, professor de Economia da Universidade George Mason, 
em Fairfax, Virgínia, diz que a economia está presente em toda parte e 
“entendê-la pode ajudar você a tomar melhores decisões, levando-o 
a ter uma vida mais feliz.” 
Sabendo disso, considere que o termo também está presente nos 
aspectos macroestruturais do mercado das drogas, conhecido como: 
“economia das drogas”. A expressão pode ser entendida tanto como 
gênero quanto como espécie. Enquanto gênero, trata-se de uma ati-
vidade que envolve agentes econômicos. Entre esses agentes estão: 
 � Os produtores
São aqueles que plantam Cannabis sativa (genericamente conhecida 
como “maconha”), erythroxylum coca (genericamente conhecida, 
depois de ter suas folhas processadas, como cocaína, sendo 
apresentada em pó, pasta ou merla e cristais ou crack), bem como 
os produtores de outras drogas de uso lícito.
 � Os transportadores
Na linguagem própria do narcotráfico, são as “mulas”, ou “aviões”, 
quando é pequena a quantidade a ser transportada. 
 � Os vendedores
Os chamados narcotraficantes (desde os atacadistas até os 
retalhistas).
glossáRio
A cocaína, benzoilmetilecgonina, ou éster 
do ácido benzoico, também conhecida 
por coca, é um alcaloide, estimulante 
e com efeitos anestésicos, utilizado 
fundamentalmente como uma droga 
recreativa. Pode ser aspirada, fumada ou 
injetada. Os alcaloides são uma classe de 
substâncias orgânicas nitrogenadas com 
características básicas (encontradas em 
plantas vasculares e em alguns fungos, 
também podem ser obtidas por síntese, e 
muitas delas possuem ação terapêutica, 
caso da morfina, atropina etc.).
A merla é a pasta resultante do 
processamento de folhas de coca com 
ácido sulfúrico, querosene e cal virgem 
(óxido de cálcio) entre outras substâncias 
precursoras, do qual resulta uma 
concentração de 40 até 70% de cocaína.
Retalhistas são os vendedores do varejo.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 8
 � Os compradores
Os usuários de drogas. Algumas vezes, dependentes químicos 
(eventualmente adoecidos e ao menos temporariamente 
incapazes). 
Também é importante que você saiba que nessa economia existem 
mercados consumidores, que podem ser mercados de drogas abertos, 
semiabertos ou fechados. Tudo isso sob sistemas de precificação e 
regulamentação que muitas vezes não visíveis, porém fortemente 
reforçadospelas leis da oferta e da procura, incluindo a influência 
da própria legislação vigente, seja ela proibitiva ou não.
Enquanto espécie, a economia das drogas é uma vertente de pesquisa 
econômica encabeçada por Gary Becker (2004). Resumidamente, 
podemos entender que Becker, seus colaboradores e seguidores es-
tabeleceram, teoricamente, que a proibição legal da venda ou do uso 
de drogas teria custos maiores e piores que os resultantes de políticas 
públicas de liberação. Vale destacarmos que os custos das políticas 
de liberação também foram previstos pelos autores.
Nesse caso, os extratos sociais mais privilegiados seriam os menos 
afetados pela liberação, enquanto a base da pirâmide socioeconômica 
(os mais pobres) sofreria mais com as consequências das políticas 
liberacionistas (adoecimento, desemprego, empobrecimento, vio-
lência etc.). Essa discussão, fora das equações de Becker, ainda não 
produz conclusões definitivas.
glossáRio
Políticas Públicas são um sistema de 
linhas de ação, medidas regulatórias, 
leis e prioridades de financiamento, 
levando em conta um determinado tema 
definido politicamente como prioridade. 
As políticas públicas são materializadas 
pela constituição, pelas leis ou pelas 
decisões judiciais.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 9
Gary Becker (1930-2014). 
Foto: © [Songman Kang] / Future Lear. 
Gary Becker (1930-2014), ganhador do Prêmio Nobel de Economia 
de 1992, é considerado fundador da literatura sobre economia do 
crime. Seu estudo de 1968, “Crime e Castigo: Uma Abordagem Eco-
nômica”, foi a primeira análise rigorosa sobre o crime feita por um 
economista e inspirou muitos outros economistas a seguirem o 
exemplo de Becker (FUTURE LEARN, 2021).
As contribuições de Becker e seus colaboradores são ainda mais 
significativas, dado que o modelo econômico tradicional é baseado 
na relação direta de oferta e demanda. Isso porque estabelece bases 
econômicas para a formulação de políticas de combate e prevenção às 
drogas mundo afora. Os esforços para fornecer modelos econômicos 
de mercados ilegais envolvendo as drogas remontam há, pelo menos, 
cinco décadas (por exemplo, Becker, em 1968). 
Contudo, é importante entendermos que o modelo econômico ortodoxo 
apresenta limitações quando o assunto é a explicação do funcionamento 
dos mercados de drogas ilegais. (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2010).
Uma questão óbvia que muitas vezes passa despercebida é 
o fato de que os mercados ilegais, como o das drogas, não 
obedecem estritamente às mesmas regras dos mercados legais. 
As características implícitas de muitos mercados legais nas 
economias modernas, como a certificação de qualidade e os 
mecanismos legais disponíveis para proteção contra fraude, 
simplesmente estão ausentes nos mercados de drogas ilegais. 
Outro fator fortemente presente no mercado de drogas é o fato de 
que o consumidor pode estar sendo constantemente enganado, 
apesar de existirem kits de teste de identificação, pureza e cortes de 
cocaína. Ou seja, o usuário não possui recursos (de mercado) que lhe 
garantam que a cocaína comprada possui o grau de pureza informado 
pelo traficante. Por isso mesmo, não há mecanismo de “segurança 
do consumidor” entre os agentes desse mercado ilegal.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 10
presença de cocaína muito baixa
presença de cocaína baixa
média presença de cocaína
alta presença de cocaína
altíssima presença de cocaína
Kits de teste de identificação, pureza e cortes de cocaína. 
Fonte: Adaptado de CNBS (2020). Além disso, muitas variáveis-chave da lógica dos mercados ilegais 
e suas complexas características usualmente escapam às possi-
bilidades de análises racionais sistematizadas pela ciência e/ou 
pelo poder público. Entre essas características, está a dependência 
de fatores que, muitas vezes, não são mensuráveis, explícitos ou 
mesmo determináveis.
Isso significa, por exemplo, que as respostas dos consumidores 
de drogas aos aumentos e diminuições de preços podem ser 
diferentes por conta da multiplicidade de variáveis peculiares 
aos mercados ilegais e mesmo por questões intrínsecas aos 
indivíduos que as adquirem (com diferentes níveis de compulsão 
pela droga, por exemplo). 
Diante da falta de dinheiro para comprar a droga de uso, os depen-
dentes químicos podem ter diferentes reações, a depender do grau 
de comprometimento de sua saúde física ou mental. É muito comum 
esses indivíduos cometerem delitos que a literatura norte-americana 
trata como “aquisicionais” (usualmente contra o patrimônio).
Esses delitos são compulsivamente praticados por dependentes quí-
micos na ânsia de aplacar a drogadição, o que pode resultar em vio-
lência interpessoal. Infelizmente, crimes mais graves também são 
corriqueiros, como o exemplo de um indivíduo que matou a própria 
mãe a facadas, em São João da Boa Vista (SP), em 2019. 
O autor do crime, de 32 anos, há sete anos dependente químico, co-
meteu o crime para se apoderar do cartão de crédito da mãe e comprar 
drogas. Na ocasião, ele negou a autoria do crime e tentou incriminar 
o namorado da mãe. No entanto, não podendo mais esconder o crime, 
o drogadito terminou confessando tudo.
glossáRio
O termo drogadito deriva do nome em inglês 
drug addict, em português: droga adicto. 
Adicto significa pessoa viciada em droga.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 11
Você pode entender de maneira dinâmica como funciona 
esse mercado de drogas assistindo aos vídeos a seguir, 
que trazem os seguintes temas:
A colheita de coca: 
https://www.youtube.com/watch?v=9MRd7DDLGjk
A preparação da cocaína: 
https://www.youtube.com/watch?v=NxVKm6v8nEM
O tráfico de drogas:
https://www.youtube.com/watch?v=-E7rQs5Ly7U
O uso de drogas:
https://www.youtube.com/watch?v=ddYJ5kQffLE 
Dica DE MíDia
Existem também aplicativos relacionados ao mercado das drogas.
Veja uma matéria sobre um brasileiro que criou 
um aplicativo para encontrar parceiros usuários de 
maconha, disponível em: https://www20.opovo.
com.br/app/maisnoticias/tecnologia/2015/05/24/
noticiastecnologia,3442980/brasileiro-cria-app-para-
encontrar-parceiros-de-maconha.shtml
Saiba MaiS
Outra característica complexa dos mercados das drogas é o alto nível 
de dificuldade na pesquisa do consumidor sobre o produto que pre-
tende adquirir. Ao contrário dos percalços enfrentados por alguém que 
pesquisa sobre drogas, alguém que procura um quarto de hotel para 
se hospedar em qualquer grande cidade do mundo democrático pode 
recorrer a dezenas de plataformas de pesquisa, por exemplo, onde é 
possível verificar detalhes e características das instalações e comen-
tários de usuários que já utilizaram as acomodações.
Porém, se esse alguém é dependente químico e pretende fazer uso de 
cocaína, não poderá contar com sites legais anunciando o produto e 
muito menos acessar comentários de outros consumidores. Nesse ponto, 
vale considerar que a cocaína é uma droga controlada em quase todos 
os países que são membros da Organização das Nações Unidas (ONU), 
a fim de usos medicinais. 
https://www.youtube.com/watch?v=9MRd7DDLGjk
https://www.youtube.com/watch?v=NxVKm6v8nEM 
https://www.youtube.com/watch?v=-E7rQs5Ly7U
https://www.youtube.com/watch?v=ddYJ5kQffLE
https://www20.opovo.com.br/app/maisnoticias/tecnologia/2015/05/24/noticiastecnologia,3442980/brasileiro-cria-app-para-encontrar-parceiros-de-maconha.shtml
https://www20.opovo.com.br/app/maisnoticias/tecnologia/2015/05/24/noticiastecnologia,3442980/brasileiro-cria-app-para-encontrar-parceiros-de-maconha.shtml
https://www20.opovo.com.br/app/maisnoticias/tecnologia/2015/05/24/noticiastecnologia,3442980/brasileiro-cria-app-para-encontrar-parceiros-de-maconha.shtml
https://www20.opovo.com.br/app/maisnoticias/tecnologia/2015/05/24/noticiastecnologia,3442980/brasileiro-cria-app-para-encontrar-parceiros-de-maconha.shtml
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS,DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 12
Uma regra econômica que parece se amoldar bem à complexidade 
do mercado das drogas é a elasticidade no preço de seus produtos. 
Mankiw (2009) entende elasticidade como uma medida do 
quanto compradores e vendedores respondem a mudanças nas 
condições de mercado. 
Nos mercados legais existem produtos conhecidos por sua alta sen-
sibilidade na demanda em relação às variações de preço. Os produtos 
de luxo são um exemplo dessa categoria, também conhecida por sua 
demanda elástica (a demanda diminui com preços maiores).
Por outro lado, produtos de primeira necessidade continuam sendo 
demandados, mesmo com consideráveis altas de preço. Nesse caso, 
trata-se de produtos de demanda inelástica. Por meio da elasticidade, 
é possível analisar tanto a oferta quanto a demanda de drogas com 
maior precisão. Por exemplo, os brasileiros não deixaram de consumir 
arroz, mesmo com altas de preços bastante significativas em 2020.
O fenômeno da elasticidade pode ser resumido nos gráficos constantes 
da imagem a seguir.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 13
DEMANDA 
PERFEiTAMENTE 
iNELÁSTiCA
P2
Q1
P1
DEMANDA DE 
ELASTiCiDADE 
UNiTÁRiA
P2
Q2 Q1
P1
DEMANDA 
iNELÁSTiCA
P2
Q2Q1
P1
DEMANDA 
ELÁSTiCA
Q2 Q1
P1
P2
DEMANDA 
PERFEiTAMENTE 
ELÁSTiCA
Q2 Q1
P1
YY
YY Y
XX
X X X
No eixo Y, encontram-se o preço de um item de consumo. No eixo 
X, tem-se a quantidade desse mesmo item. Observe que a demanda 
é perfeitamente inelástica quando permanece igual mesmo com a 
mudança no preço do item. No caso da demanda inelástica, ocorre 
uma sutil alteração na demanda, caso haja alteração no preço ou na 
quantidade demandada. Já no caso da elasticidade unitária, o valor 
absoluto da elasticidade é 1; em outras palavras, o preço aumenta 
e a demanda aumenta proporcionalmente na mesma quantidade. 
Por sua vez, perceba que, quando a demanda é elástica, o preço 
muda e a demanda se altera em uma proporção maior. No caso da 
demanda perfeitamente elástica, mesmo uma ínfima alteração no 
preço causa uma mudança radical na demanda.
Um trabalho publicado pela Organização dos Estados Americanos 
(OEA) expressa em números o fenômeno da elasticidade no mer-
cado das drogas.
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar para 
assistir ao vídeo animado 
sobre o fenômeno da 
elasticidade no mercado 
das drogas.
RA
ElaSTiciDaDE Da OfERTa E DEMaNDa|
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 14
Segundo o conteúdo, intitulado “O problema das drogas nas Amé-
ricas: estudos, a economia do tráfico de drogas”, a quantidade 
consumida é influenciada por mudanças nos preços das drogas. 
Mais ainda, a quantidade de consumidores também seria afetada 
pela variação no preço das drogas. O trabalho traz um importante 
parâmetro para uma melhor compreensão do tema. A elasticidade 
da demanda seria expressa pelo percentual total de mudança no 
consumo (demanda) de um determinado produto diante da variação 
de 1% em seu preço. Para a cocaína e a maconha, a elasticidade da 
demanda seria estimada em aproximadamente -0,5%. Ou seja, 
a demanda por essas drogas tende a cair 0,5% quando o preço au-
menta em 1%. Tal elasticidade seria semelhante ao que se observa 
com a relação ao preço-demanda do tabaco.
Organização dos Estados Americanos (OEA) 
e Comissão Interamericana para o Controle 
do Abuso de Drogas (CICAD). 
Fonte: OEA (2020).
O mesmo documento da OEA informa que há poucos estudos envol-
vendo a elasticidade da heroína (droga ilícita derivada da papoula, 
assim como a morfina, e de baixa prevalência no Brasil). Porém, no 
caso dessa droga, seria razoável estimar que a elasticidade seria em 
torno de -0,3%; ou seja, um aumento de 1% no preço da heroína 
levaria a uma redução de 0,3% em seu consumo. Isso significa que, 
de maneira geral, os preços da cocaína, da maconha e da heroína 
aumentam sem necessariamente haver uma redução equivalente 
da demanda. Em outros termos, os traficantes acabam tendo lucros 
ainda maiores quando os preços aumentam.
Cultivo de papoula no Afeganistão – a heroína é 
derivada do ópio, produzido a partir da papoula. 
Foto: © [AP] / G1. 
Um caso emblemático, também reportado pela OEA, é o da metanfe-
tamina (droga sintética (ilícita), ou seja, uma substância psicoativa 
de ação estimulante do sistema nervoso central. Entre os usuários, 
a metanfetamina é conhecida como ice, Tina, meth, cocaína de 
pobre, speed ou cristal). Os esforços do governo norte-americano 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 15
para reduzir o suprimento dos insumos químicos da metanfetamina 
teriam triplicado temporariamente seu preço, causando impacto 
inclusive na sua pureza, reduzida de 90% para 20%. Ademais, as 
ocorrências de internações hospitalares envolvendo metanfetaminas 
diminuíram cerca de 50%, e o uso dessa substância entre presos caiu 
em média 55%. Contudo, nos quatro meses que se seguiram depois 
das operações governamentais, os índices retornaram aos patamares 
anteriores tão logo os preços caíram e a pureza da droga se elevou 
(ORGANIZATION OF AMERICAN STATES, 2013, tradução nossa).
Leonardo Raffo López (2010), professor titular do Departamento 
de Economia da Universidad del Valle, em Cali, Colômbia, também 
destaca os efeitos colaterais das políticas de repressão da oferta de 
drogas ilícitas como a cocaína e a heroína. Veja o que diz o autor, 
que se inspira nos trabalhos de Becker e colegas:
OS PREÇOS DAS DROGAS 
AUMENTAM E A ELASTiCiDADE DOS 
PREÇOS É MENOR QUE 1%
OS LUCROS DOS 
NARCOTRAFiCANTES CRESCEM, 
BEM COMO O AUMENTO DA MÃO 
DE OBRA USADA NA LOGÍSTiCA 
DA PRODUÇÃO E DA 
DiSTRiBUiÇÃO DAS DROGAS
Nesse sentido da sequência apresentada, podemos considerar que, 
ao menos no curto prazo, a repressão contra a oferta de drogas poderia, 
ao contrário do que se propõe, fomentar as atividades criminosas.
López sintetiza que o fator-chave na análise dos mercados de drogas 
ilegais é justamente a elasticidade da relação preço-demanda, cuja 
razão depende dos impactos de políticas de repressão, do progresso 
técnico da produção e da distribuição de drogas, bem como da 
flutuação da quantidade de terras agricultáveis para o cultivo da 
coca. A análise dessas variáveis individualmente e das relações 
que estabelecem entre si poderia explicar os resultados do Plano 
Colômbia de repressão à oferta de drogas.
Por meio do referido plano, nas últimas décadas, a superfície do 
território colombiano coberta por plantações de coca tem caído 
juntamente com o preço da cocaína. Por outro lado, a disponibilidade 
da droga para o mercado consumidor interno e externo não parece 
ter sido alterada. Para López, esse enigma pode ser explicado pelo 
aumento da produtividade do mercado da droga. 
Uma vez que um aumento de 1% no preço da Cannabis (maconha) 
não produz a esperada redução de, ao menos, igual percentual na 
demanda, é preciso investigar a razão pela qual ocorre esse descom-
passo na elasticidade da demanda. Para isso, é importante buscar 
glossáRio
A produtividade, em geral, está sempre 
conectada a um equilíbrio de dois 
“indicadores”, se podemos chamar assim: 
a quantidade/qualidade de trabalho feito 
e os recursos gastos para realizar esse 
mesmo trabalho.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 16
explicações, inclusive, para os principais fatores que determinam 
as escolhas voluntárias ou mesmo a “rendição” dos indivíduos ao 
consumo de drogas. 
A plataforma on-line Addiction Center é um guia informal 
na internet para quem está enfrentando problemas com 
dependência química e existe desde 2014. A plataforma pertence 
à Recovery Worldwide, organizada pela associação de várias casas 
de recuperação nos Estados Unidos e especialistas.
É importante que você saiba que, à medida que a maconha temsido 
legalizada para propósitos medicinais em mais estados americanos, 
mais pessoas têm se disponibilizado a experimentar essa droga 
(BEZRUTCZIK, 2019).
Cannabis para uso medicinal e a disponibilidade 
para experimentação. 
Foto: © [Roxxyphotos] / Adobe Stock.
Enquanto existe uma tendência no discurso de especialistas e mi-
litantes em prol da liberação da venda drogas, sob o argumento de 
que o risco de uma pessoa se viciar em maconha é baixo, a possibi-
lidade de desenvolvimento de dependência psicológica dessa pessoa 
é inquestionável. Isso não é de hoje.
PodcAst TRaNScRiTO
Em 1975, o jornal “The New York Times” publicou um 
artigo intitulado “Preços da maconha sobem com pessoas 
mais ricas começando a usar a droga”. Naquele momento, 
estudantes universitários pagavam entre 15 e 60 dólares 
por cerca de 28 gramas de maconha (algo em torno de 71 a 
285 dólares, em valores atualizados em setembro de 2020). 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 17
Atualmente, a plataforma informa que o custo médio 
da Cannabis tem aumentado mais rapidamente do 
que a inflação. Os preços da maconha nas ruas norte-
americanas alteram de acordo com variáveis econômicas, 
como oferta, demanda e qualidade. Porém, os aspectos 
legais também produzem impacto nesse mercado. 
Por exemplo, alguém com uma recomendação médica que 
lhe autorize a adquirir Cannabis legalmente, em estados 
como o Colorado, paga em média entre 10 e 60 dólares 
por cada grama da droga. Já em estados em que a droga 
não foi legalizada, como é o caso do Texas, os valores 
da maconha adquirida às margens da lei variam 
 entre 5,75 e 11,75 dólares. 
Veja a seguir algumas reflexões acerca da produção e consumo de 
drogas no Brasil.
1.2 PROdUÇÃO, diSTRiBUiÇÃO e 
COnSUMO de dROGaS
Neste tópico, vamos estudar mais detalhadamente como os processos 
de produção, distribuição e consumo de drogas acontecem.
1.2.1 cUlTivO E PRODUçãO
Na origem da cadeia de suprimento das drogas estão o cultivo e a 
produção. Sobre esse assunto, inclusive com rico detalhamento, se 
posiciona o Relatório Global sobre Drogas (World Drug Report) do 
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). As in-
formações abaixo são um sumário do relato do Livreto 3, do Relatório 
Global sobre Drogas, elaborado pelo referido órgão da ONU.
Em relação ao ópio, iniciamos sabendo que é produzido ilegalmente 
em mais de 50 países, seu cultivo global somou algo em torno de 
240.800 hectares em 2019, uma redução de 30% em relação ao ano 
anterior. Ainda assim, a área cultivada atualmente equivale a 337.325 
campos de futebol (um campo de futebol tem 8.250 metros quadrados, 
logo, 337.325 campos totalizam 2.782.931.250 metros quadrados ou 
278.293 hectares). São necessárias, em média, 3.000 plantas para 
obter um quilo e meio de ópio.
glossáRio
O ópio, composto pela morfina, codeína 
e heroína, é obtido através da realização 
de uma incisão na cápsula da papoula 
(Papaver Somniferum) de onde sai um 
líquido de aspecto leitoso que se solidifica 
com facilidade. 
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 18
A maior parte desse volume (84%) foi cultivada no Afeganistão, onde 
a tendência de cultivo permaneceu estável. Outrora responsáveis pelo 
aumento na área cultivada de ópio, em 2018 e 2019, Mianmar e Afega-
nistão lideraram a queda global em sua produção. Entretanto, em que 
pese a redução da área cultivada, a quantidade produzida de opioides 
ilegais permaneceu estável em 7,610 toneladas em 2019. Isso significa 
que os traficantes estão atingindo ganhos maiores em produtividade.
Cápsula da papoula, de onde se extrai o ópio. 
Foto: © [Pyty] / Adobe Stock.
Em relação ao cultivo de coca, a área global está estimada em 244.200 
hectares em 2018. Trata-se de uma queda marginal de -0,5% com 
relação a 2017. Também houve um declínio significativo na pro-
dução de cocaína, refletindo uma queda na produção de cocaína 
colombiana (-1,2%) e no Estado Plurinacional da Bolívia (-5,7%). 
Esses dois países, juntamente com o Peru, respondem por 90% da 
área cultivada de coca no mundo. 
A Colômbia, de longe, é a maior líder mundial na produção de coca 
(70%). No país, tal qual ocorreu com o ópio na Ásia, o aumento de 
produtividade na produção de cocaína compensou a queda da área 
cultivada de sua planta de origem. Ou seja, mesmo com a queda da 
área cultivada, nos últimos anos não houve queda significativa na 
produção da folha de coca. Estima-se que foram produzidas mais de 
1.723 toneladas de cocaína pura em 2018.
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1,200
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240,000
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120,000
60,000
0 0
Cultivo total de coca (estimativa)
Cultivo de coca na Bolívia
Cultivo de coca no Peru
Cultivo de coca na Colômbia
Fabricação de cocaína
869
Fonte: World Drug Report (2020).
Em relação à Cannabis, é importante saber que faltam dados quanti-
tativos disponíveis suficientes para atualizar a estimativa global de 
seu cultivo, porém é sabido que o cultivo dessa erva ocorre na maioria 
dos países. Ou seja, isso a difere de plantas que dão origem a outras 
drogas e estão limitadas a regiões específicas do planeta. 
Já informações qualitativas de alguns países mostram que a plantação 
externa de Cannabis é mais difundida pelo mundo do que a plantação 
em ambientes fechados (como estufas). Por outro lado, aparentemente 
o cultivo em ambientes internos parece crescer mais rapidamente 
que o cultivo em ambientes externos.
Cultivo interno de Cannabis. 
Foto: © [Claude Jin] / Adobe Stock.
cUlTivO glObal DE cOca E fabRicaçãO DE cOcaíNa (1998-2018)|
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 20
Ainda há que se destacar o fato de que, ao contrário do que ocorre com a 
planta de coca, o cultivo da erva Cannabis já foi liberado em vários países. 
Porém, em relação à liberação do cultivo de Cannabis, há um caso 
emblemático que acabou ganhando atenção em nível internacional: 
um incêndio na Austrália.
Incêndio na Austrália iniciado para proteger 
plantação de maconha. 
Foto: © [Getty] / Metro.
Segundo a imprensa local e internacional, um dos maiores incêndios 
florestais da história da Austrália, que varreu boa parte da costa 
leste daquele país em 2019, foi iniciado por um homem que tentava 
proteger sua plantação de maconha.
Você pode conferir a matéria completa sobre esse 
incêndio na Austrália aqui, disponível em: https://metro.
co.uk/2019/11/18/australian-bushfire-started-man-
wanted-protect-cannabis-crop-11175202/
Saiba MaiS
1.2.2 DiSTRibUiçãO
Os mercados de drogas, que podem ser abertos, semiabertos e fe-
chados, e o uso de drogas estão constantemente associados a lugares, 
coisas e determinados indivíduos.
 � Lugares – muitas vezes regiões inteiras, bairros, ruas, 
esquinas etc.
 � Coisas – simbologias visuais como tatuagens, pichações, 
palavras-código etc.
https://metro.co.uk/2019/11/18/australian-bushfire-started-man-wanted-protect-cannabis-crop-11175202/
https://metro.co.uk/2019/11/18/australian-bushfire-started-man-wanted-protect-cannabis-crop-11175202/
https://metro.co.uk/2019/11/18/australian-bushfire-started-man-wanted-protect-cannabis-crop-11175202/
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 21
 � Determinados indivíduos – pessoas com alguma caracterização 
pessoal ou de padrão gestual típico do uso ou do tráfico de 
drogas ilícitas.
Distribuir, adquirir e consumir drogas pode ser algo bastante fluido aos 
olhos de um desavisado que não conhece a trilogiasimbólica evocativa 
de “lugares, coisas e pessoas”. Essa trilogia é citada na doutrina da 
organização “Narcóticos Anônimos” como algo a ser evitado. 
O “Guia Introdutório para Narcóticos Anônimos” diz que, “quando 
nos permitimos aproximar de velhos conhecidos e lugares, estamos 
nos preparando para recair. Em relação à doença da adicção, somos 
impotentes. Estas pessoas e lugares nunca nos ajudaram a nos 
mantermos limpos. Seria tolice pensar que as coisas pudessem ser 
diferentes agora.” 
Tal problemática parece ter passado a um nível ainda complexo com 
o advento da internet. (popularizada no início da década de 1990) 
e, depois dela, da universalização da telefonia móvel (com os cha-
mados “celulares”, o primeiro deles tendo sido comercializado no 
Brasil também na década de 1990). Nesse passo, também surgiram 
as redes sociais e seus aplicativos como o WhatsApp, que desde 2009 
é o aplicativo de smartphone (aparelho que que alia as tecnologias de 
informação com as de comunicações) mais disseminado no Brasil, 
tendo hoje milhões de usuários.
Foto: Adaptado de © [ameko_suki] / 
Adobe Stock.
Atualmente, drogas são amplamente comercializadas on-line em 
várias plataformas. A venda de drogas através dos mercados da cha-
mada Darknet é uma ameaça significativa e continua a se expandir. 
Você pode entender Darknet como nome genérico de tecnologias 
de informação, estudo, investigação e comunicações que permitem 
comunicação anônima na internet com a utilização de navegadores 
específicos. Utiliza criptografia na comunicação entre seus membros, 
protegendo o anonimato deles. Funciona como um “apêndice”, parte 
da internet, mas desconectado dela. Não há uma única Darknet para 
diferentes usuários, mas várias delas, tantas quantas sejam estabe-
lecidas por seus usuários.
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 22
Ainda assim a distribuição de drogas manteve seus canais clássicos 
(associados a lugares, coisas e pessoas), aos quais foram acrescidas 
redes cujos usuários estão protegidos (tal qual a cidadania inteira) 
pelos mais diversos instrumentos legais, resguardados por uma 
série de institutos do Direito em geral, mais particularmente no 
que concerne às garantias e direitos individuais. Surge assim uma 
“criminalidade em rede”.
Em um desdobramento lógico e sequencial, esse tipo de expressão 
do crime se exacerba ao ser instrumental para os “criminosos por 
excelência”, muitas vezes contumazes, aqueles que se encontram 
nos estabelecimentos prisionais. No Brasil, já resta provado que 
organizações criminosas foram estabelecidas a partir das prisões, 
estando fortemente conectadas com o narcotráfico e com o mundo 
exterior a elas, não obstante o cometimento de vários outros delitos 
por elas, caso de extorsões e justiçamentos, por exemplo.
As Tecnologias de Informação e Comunicações (TIC) passaram 
a ter a criminalidade em rede como objeto em prol da persecução 
penal. Várias gerações de ferramentas de visualização de redes cri-
minosas complexas foram concebidas, como podemos identificar 
na imagem a seguir:
glossáRio
Tecnologias de Informação e 
Comunicações (TIC) é uma expressão 
que corresponde ao conjunto tecnológico, 
incluindo equipamentos físicos (hardware) 
e programas (software) devidamente 
integrados, para a automação da pesquisa 
sobre redes (entre outras funções).
Característica complexa dos mercados de drogas – 
criminalidade em rede. 
Fonte: Adaptado de Xu e Schen (2005).
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 23
A NCA (National Crime Agency – Agência Nacional contra o 
Crime) trabalhou com forças em toda a Europa na operação 
‘maior e mais significativa’ de aplicação da lei no Reino 
Unido. Os principais números do crime estavam entre mais 
de 800 prisões em toda a Europa depois que mensagens 
no EncroChat foram interceptadas e decodificadas. Mais 
de duas toneladas de drogas, várias dezenas de armas e 
£54 milhões em dinheiro suspeito foram apreendidos, diz 
a NCA. Embora a NCA fizesse parte da investigação, ela foi 
iniciada e liderada pela polícia francesa e holandesa, 
e também envolveu a Europol – a Agência da União 
Europeia para a Cooperação Policial.
(BBC, 2020)
Há expressões no mundo inteiro para representar o fenômeno da 
criminalidade em rede, veja a notícia veiculada pela rede BBC britânica 
intitulada “Centenas de pessoas presas durante o cracking da rede de 
bate-papo sobre crime”.
A matéria, de autoria de Danny Shaw, correspondente de assuntos 
internos, foi publicada em 2 de julho de 2020.
Você pode conferir a matéria na íntegra disponível em: 
https://www.bbc.com/news/uk-53263310
Saiba MaiS
https://www.bbc.com/news/uk-53263310
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 24
Veja os principais fluxos do tráfico de Cannabis na Europa:
Fonte: Adaptado de Europol (2017).
Em um relatório de análise recente das tendências globais, o National 
Intelligence Council (EUA) incluiu uma pequena seção sobre organi-
zações e redes criminosas prevendo algumas ações futuras em relação 
a essas organizações e rede criminosas. O relatório observou que as 
organizações e redes criminosas sediadas na América do Norte, Europa 
Ocidental, China, Colômbia, Israel, Japão, México, Nigéria e Rússia 
expandiram a escala e o escopo de suas atividades. Essas organizações 
formaram alianças frouxas entre si, com empreendedores criminosos 
menores e movimentos insurgentes para operações específicas. 
REPÚBLiCA TCHECA
PAÍSES
BAiXOS
ALBÂNiA
PRODUçãO, TRÁficO E DiSTRibUiçãO DE cAnnAbis 
hERbÁcEa Na EUROPa
|
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 25
O documento também previu que as organizações corromperam líderes 
de Estados instáveis, economicamente frágeis ou em decadência. 
Além disso, se insinuaram em bancos e empresas em dificuldades, 
cooperando com movimentos políticos insurgentes para controlar 
áreas geográficas substanciais.
As previsões do National Intelligence Council (EUA), mormente 
considerando a relação das organizações criminosas com o poder 
formal do Estado, ou mesmo a tomada das instituições legítimas 
do Estado por tais organizações, estão em linha com as predições 
de Juliet Berg, em dissertação apresentada em 1998 no Instituto de 
Criminologia da Universidade de Cape Town, África do Sul. O pro-
cesso descortinado por Berg, especialmente em forma de alerta para 
o Brasil, já foi tratado no Módulo 1. 
Ainda assim, dada a sua pertinência com o presente tópico, vale a 
pena terminar esta aula com mais uma citação do referido trabalho:
Num momento final, dar-se-ia o conluio, grau mais alto 
de envolvimento do Estado com o crime organizado. 
Em tal estágio, o Estado estaria completamente 
envolvido com grupos criminosos, numa verdadeira 
relação simbiótica. A estrutura estatal passaria a ter total 
parceria nas atividades do crime organizado, com seus 
representantes trabalhando diretamente com os sindicatos 
do crime. Segundo Berg, o conluio será tão mais aberto 
quanto maior seja o grau de subdesenvolvimento do país, 
já que Estados industrializados ou pós-industrializados 
costumam ser menos abertos em eventual conluio com o 
crime organizado, vis-à-vis países pobres que dependem 
mais intensamente da exportação de mercadorias ilegais.
(DANTAS, 2010)
E assim chegamos ao final de nossa primeira unidade. Seguindo, vamos 
continuar pelo grande caminho que já fizemos até aqui, passando de um 
“caminho largo” (macro) dos mercados de drogas para caminhos um 
pouco mais específicos (micro) que explicam esses mesmos mercados. 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 26
Nesta unidade, a proposta didático-pedagógica é identificar fatores 
relacionados ao engajamento dos indivíduos no mercado ilícito de 
drogas, sobretudo do ponto de vista daqueles (indivíduos) que parti-
cipam ativamente desse mercado econômico nosegmento da oferta. 
Para tanto, serão consideradas questões disposicionais e situacionais 
correlatas a processos psicossociais que dizem respeito aos indivíduos, 
a seus relacionamentos em/com grupos e a seus ambientes imediatos.
Assim, iniciamos nossa caminhada pelos percursos do conhecimento 
de lógica de mercado em nível micro. 
COnTexTUaLiZandO
2.1 aBORdaGenS PSiCOSSOCiaiS 
SOBRe OS aTOReS dO VaRejO de 
dROGaS iLÍCiTaS
Uma das questões centrais da Criminologia é: por que algumas pessoas 
cometem crimes e outras não?
Desde a alvorada da Criminologia e do Direito Penal no século XVIII, 
várias correntes criminológicas vêm tentando responder a essa per-
gunta fundamental. Por exemplo, a Criminologia Positivista, cujo 
maior ícone foi Cesare Lombroso, apostava na investigação do cri-
minoso nato (atavismo), assumindo o crime, portanto, como fruto 
de algum tipo de patologia.
Outra corrente de pensamento que podemos destacar é o Utilitarismo, 
que tinha como um nome importante o filósofo inglês e jurista teórico 
Jeremy Bentham (1748-1832).
UnIdade 2
LÓGICa de MeRCadO
 (nÍVeL MICRO)
glossáRio
A palavra latina “atavus”, que pode ser 
traduzida como “ancestral”, chegou à 
nossa língua como atavismo. O conceito é 
usado, no campo da biologia, para nomear 
o fenômeno que implica o regresso de 
um ser vivo com características de seus 
predecessores distantes.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 27
Jeremy Bentham.
Foto: © [Georgios Kollidas] / Adobe Stock.
Jeremy Bentham era chefe de um grupo de filósofos radicais, conhe-
cidos como “utilitaristas”, que pregavam reformas políticas e sociais, 
entre elas uma nova Constituição para o país.
Outra corrente de pensamento bem conhecida é a 
Criminologia Psicanalítica. Criada por Freud com o objetivo 
de tratar desequilíbrios psíquicos, esse corpo teórico foi 
responsável pela descoberta do inconsciente na tentativa 
de mapeá-lo e de compreender seus mecanismos em 
um plano psíquico. Essa disciplina visa também analisar o 
comportamento humano, decifrar a organização da mente 
e curar doenças carentes de causas orgânicas.
Ainda sobre a Criminologia Psicanalítica, Cerqueira e Lobão 
(2004) afirmam que “o crime representaria a erupção 
vitoriosa das pulsões libidinosas no campo da consciência. 
A função do crime seria, por conseguinte, satisfazer 
simbolicamente os instintos libidinosos.”
Já para a Escola de Chicago ou da Ecologia Urbana, o crime 
seria determinado pelas desordens físicas e sociais presentes 
na cena urbana. Por sua vez, uma ampla revisão da literatura 
realizada por Free Jr. encontrou evidências empíricas na 
Teoria Broken Home, que tem sua origem ainda na década de 
1940, no sentido de que os lares desestruturados são fortes 
preditores de delinquência juvenil. 
PodcAst TRaNScRiTO
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 28
Por fim, ressalte-se que há correntes da Criminologia que 
simplesmente rejeitam a simples hipótese da existência do 
crime em si. A Criminologia Crítica, por exemplo, acredita 
que o crime não passa de uma convenção discursiva que 
visa justificar a dominação das classes dominantes sobre as 
classes exploradas. De toda sorte, percebe-se, na maioria das 
correntes criminológicas, a busca pelos elementos endógenos 
(internos ao indivíduo) e exógenos (externos ao indivíduo) 
que predispõem uma pessoa a escolher, como diz a linguagem 
poética dos penalistas, a senda (caminho) do crime.
Ao contrário do Direito Penal, que se circunscreve às ciências jurídicas 
e a seus métodos, a Criminologia possui caráter multidisciplinar e, 
como observado nos exemplos acima, essa ciência utiliza em suas 
investigações abordagens e técnicas de pesquisa das mais variadas 
áreas do conhecimento. Estão entre essas áreas o próprio Direito, 
a Sociologia, a Economia e a Psicologia. 
Sociologia
Antropologia Psicologia
Economia
Ciências Políticas
Biologia
História
Conformidade
Obediência
Redes sociais
Liderança chave
Tendências globais
Neurociência
Biologia evolucionária
Religião Crença
ConfiançaMagia
DecepçãoCultura
Etnografia
Influência Personalidade
Portanto, com a pesquisa criminológica dos crimes relacionados ao 
narcotráfico e ao crime organizado não seria diferente. Não por outra 
razão, importantes centros de pesquisa possuem um comitê para 
a compreensão e o controle da demanda por drogas ilegais, como a 
Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados 
Unidos, em sua Divisão de Comportamento, Ciências Sociais e Educação.
Segundo o National Research Council (2010), esse comitê tem abor-
dado a problemática da demanda por drogas sob o enfoque das mais 
variadas áreas do conhecimento, como a Educação, a Medicina, 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 29
O estudo do crime e dos criminosos é a província da 
criminologia. Conforme foi escrito pelo saudoso Edwin 
Sutherland em seu trabalho clássico Principles of Criminology 
(1939, 1) ‘A criminologia é o corpo de conhecimento com 
respeito ao crime enquanto fenômeno social. Ela inclui em 
seu escopo o processo legislativo, de violação da lei e de 
reação contra a violação da lei.’ Ainda que a definição de 
Sutherland acerca da criminologia seja comumente aceita e 
vastamente citada, não é bastante acurada, porque declara 
que o estudo da criminologia está focado apenas em fatores 
sociais. Na realidade, o estudo do crime por criminologistas 
engloba vários campos do conhecimento que não são 
basicamente de natureza social.
A criminologia é geralmente entendida como um 
descendente da disciplina de sociologia. Embora seja 
indiscutivelmente o caso, tal declaração despreza tanto 
a história da criminologia quanto as várias disciplinas 
que compreendem a largura do campo. Em uma vez ou 
outra, as disciplinas de filosofia, história, antropologia, 
psicologia, psiquiatria, medicina, biologia, genética, 
endocrinologia, neuroquímica, ciência política, economia, 
serviço social, jurisprudência, geografia, planejamento 
urbano, arquitetura, e todas as estatísticas tiveram papéis de 
destaque no desenvolvimento [...].
as Ciências Sociais e as Ciências Comportamentais, por meio de 
relevantes pesquisas empíricas sobre o tema. 
O que todas essas áreas têm em comum, seja na perspectiva endó-
gena, seja na perspectiva exógena, é o foco especial no ser humano 
e em suas relações com seu entorno, mas cada uma, a seu turno, 
com sua dimensão particular (biológica, cognitiva, emocional e 
social, por exemplo). 
Para entendermos melhor o caráter multidisciplinar da Criminologia, 
veja o que a Encyclopedia of Police Science (2007) diz:
Além da questão de por que algumas pessoas cometem crimes e outras 
não, importantes criminólogos, como Edwin Sutherland, também 
traziam e ainda trazem consigo outra inquietação: por que algumas 
pessoas são punidas por seus crimes e outras não?
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 30
“POR QUE OS 
DELiNQUENTES 
DO COLARiNHO 
BRANCO NÃO 
SÃO PUNiDOS?”
EDWiN SUTHERLAND
Nesse sentido, subáreas da Psicologia como a Psicologia Social e a 
Psicologia Ambiental podem contribuir em muito para a compreensão 
do fenômeno criminal e principalmente sua mitigação. Isso vale espe-
cialmente para os fenômenos psicossociais correlatos ao envolvimento 
dos indivíduos com as organizações criminosas que atuam direta ou 
indiretamente no mercado das drogas.
A Psicologia Social, na definição clássica de Gordon Allport, 
estuda como os pensamentos, as emoções e os comportamentos 
das pessoas são influenciados pela presença real ou percebida 
de outrem. Na categoria “outrem”, são incluídos os grupos de 
pertença (conjunto de pares com que um indivíduo se identifica 
e no qual pretende permanecer) ou mesmo aqueles que 
circunstancialmente se formam em torno dos indivíduos. 
Por sua vez, a Psicologia Ambiental investiga as relaçõesrecíprocas entre a pessoa e o ambiente.
A Psicologia Ambiental tem contribuições importantes a fazer para 
a Criminologia Ambiental, uma vez que este ramo da Criminologia 
investiga a dinâmica do crime a partir de sua perspectiva temporal 
e espacial. Assim, da mesma forma que a Criminologia Tradicional 
pergunta o porquê de algumas pessoas se envolverem com o crime 
e outras não, a Criminologia Ambiental pergunta o porquê de alguns 
locais gerarem mais oportunidades para o crime (de tráfico, por 
exemplo) do que outros; ou nos termos de Weisburd, Green e Ross 
(1994, p. 65), que questionam: “por que alguns lugares se tornam 
mercados de drogas e por que certos tipos de crimes são mais prováveis 
de ocorrer lá do que em outros lugares”? Em suma, a Criminologia 
Ambiental e a Psicologia Ambiental, quando articuladas, conseguem 
trazer respostas bem consistentes para essa questão.
A Psicologia Social pode ajudar a desnudar os fenômenos de ordem 
psicológica e social no ingresso e na permanência do indivíduo no 
comércio ilegal de drogas. Por outro lado, a Psicologia Ambiental 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 31
pode ajudar a descortinar a prática do comércio de drogas no varejo 
a partir dos locais em que esses crimes são praticados. 
É importante que você conheça três experimentos clássicos que aju-
daram na identificação e compreensão de fenômenos que, até hoje, 
são objeto de estudos e intervenções na área. São eles: 
1. Estudo de conformidade de Solomon Asch. 
2. Experimento de obediência de Stanley Milgram.
3. Experimento da Prisão de Stanford conduzido por Philip 
Zimbardo.
Na década de 1950, o polonês Solomon Asch conduziu experimentos 
que marcaram para sempre a história da psicologia social. Seus ex-
perimentos mostraram o quanto as pessoas são capazes de adotar 
comportamentos, muitas vezes irracionais, somente para se amoldar 
ao comportamento dominante do grupo em que estão inseridas. 
O mais impressionante é que não importa se o grupo acabou 
de se formar e irá se dissolver em instantes, como é o caso 
do encontro corriqueiro de pessoas em um elevador, as 
pessoas sempre têm a tendência de seguir aquilo que está 
explicitado como sendo a norma (regra comportamental) 
que impera no grupo. A Psicologia Social convencionou 
chamar esse fenômeno de conformidade. Ou seja, as 
pessoas tendem a se comportar conforme (com a forma) do 
grupo. Ou seja, as pessoas tendem a se comportar conforme 
(com a forma) do grupo. Veja como Meyers (2014, p. 162) 
define e exemplifica o fenômeno da conformidade: “Assim 
conformidade é uma mudança de comportamento ou de 
crença para concordar com os outros. Quando, em meio 
a uma multidão, você se levanta para aplaudir um gol de 
vitória, você está se conformando? Quando, junto com 
milhões de outras pessoas, você bebe leite ou café, você está 
se conformando? Quando você e todo mundo concorda que 
as mulheres ficam melhor com um cabelo mais longo do que 
com cortes à escovinha, você está se conformando? Talvez 
sim, talvez não. A chave é se o seu comportamento e suas 
crenças seriam os mesmos fora do grupo. Será que você se 
levantaria para aplaudir o gol caso fosse o único torcedor na 
arquibancada?”
Parafraseando Gustave Le Bon, em “Psicologia das 
Multidões”, num grupo, sentimentos e atos são 
contagiosos, e contagiosos em tal grau, que o indivíduo 
PodcAst TRaNScRiTO
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 32
prontamente sacrifica seu interesse pessoal em prol do 
interesse coletivo. Para ilustrar, imagine o que acontece 
com a violência em estádios de futebol. Existe uma 
conformidade de comportamento agressivo entre pessoas 
que não se conhecem.
Na imagem abaixo, vemos um exemplo de conformidade de com-
portamento agressivo, entre pessoas que não se conhecem, em um 
estádio de futebol.
Para demonstrar o fenômeno da Conformidade, em 1951, Asch (1956 
apud MCLEOD, 2018) apresentou a um grupo de oito pessoas um quadro 
com vários cartazes. Em cada um dos cartazes, havia uma linha padrão 
ao lado de outras três linhas (A, B e C) com alturas diferentes. A tarefa 
do grupo era bem simples: um a um os participantes tinham de dizer 
qual das linhas (A, B ou C) possuía a mesma altura da linha padrão. 
Ocorre que, dos oito participantes, apenas o comportamento de um 
participante (“o ingênuo”) realmente estava sendo avaliado pelo ex-
perimento. Todos os outros indivíduos, por assim dizer, eram “cúm-
plices” de Asch. Na dinâmica do experimento, Asch sempre colocava o 
participante real para opinar por último. Na primeira rodada, as coisas 
sempre iam bem para o ingênuo. Todos os participantes cúmplices, 
com voz alta e sem vacilar, respondiam corretamente. Porém, ao final 
de dezoito rodadas, em doze delas, os cúmplices com a mesma voz 
alta e aparente convicção apresentavam respostas sistematicamente 
erradas. Mais ainda, essas respostas erradas eram dadas de forma 
unânime pelos cúmplices. 
O resultado esperado por Asch se confirmou em 75% dos casos; ou seja, 
a maioria absoluta dos participantes avaliados, ao menos uma vez, sim-
plesmente respondia deliberadamente de forma incorreta, sucumbindo 
à pressão implícita do grupo. Outra forma de dizer esse resultado é 
destacar que apenas 1/4 dos participantes manteve sua independência.
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar para 
assistir ao vídeo animado 
sobre conformidade de 
comportamento agressivo.
RA
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 33
Nos anos seguintes, Asch continuou a realizar pesquisas sobre confor-
midade, e seus experimentos revelaram alguns elementos que estão 
diretamente relacionados com esse fenômeno. Assim, conclui-se que:
 � Quanto maior o tamanho do grupo, maior a conformidade 
dos indivíduos.
 � Quanto maior a unanimidade no grupo, menor a possibilidade 
de um indivíduo isolado conseguir escapar à pressão. No sentido 
oposto, quanto mais aliados fizerem, maiores são as chances de 
os divergentes escaparem à pressão do grupo. 
 � Quanto maiores forem as ambiguidades entre o certo e o 
errado, e quanto mais difíceis forem os desafios, maiores 
serão as possibilidades de os sujeitos se submeterem à 
pressão implícita do grupo.
Os experimentos de Asch acabaram se popularizando e entrando para 
o mundo das pegadinhas. Um exemplo disso está no “experimento” 
do Elevador de 1962, em que câmeras escondidas mostram pessoas 
comuns, “ingênuas”, mudando estranhamente de posição seguindo 
os movimentos de pessoas as quais nunca antes haviam visto.
Se os experimentos de Asch retratavam o fenômeno da conformi-
dade a partir da aprovação daqueles que se sujeitavam à pressão 
implícita do grupo, os estudos de Stanley Milgram (2014) revelam 
o poder que figuras de autoridade exercem sobre o comportamento 
humano. Em seus estudos, Milgram conflitava entre a obediência à 
autoridade e a consciência individual.
O Experimento de Milgram. 
Foto: Visão.
Milgram tinha um especial interesse em saber como cidadãos co-
muns alemães se tornaram cúmplices das atrocidades nazistas, por 
exemplo, entregando os próprios vizinhos para a morte. 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 34
Em seu experimento, Milgram selecionou participantes 
ingênuos por meio de anúncios em jornais. O participante 
era informado que teria uma tarefa simples. Ele ficaria ao 
lado de um professor (caracterizado por jaleco branco), 
que faria perguntas para outro participante (cúmplice) que 
estava sendo submetido a um processo de aprendizagem. 
Todas as vezes que o sujeito submetido à aprendizagem 
(cúmplice) errasse uma resposta, supostamente ele 
seria punido com um choque dado pelo participante 
ingênuo. Claro que o choque era fictício. Porém a ambos, 
participante ingênuo e cúmplice, era informado que o 
choque teria três níveis de referência: de 15 volts (choqueleve), até 375 volts (choque severo e perigoso) e acima de 
450 volts (possível letalidade). 
Os resultados de Milgram foram impressionantes: dois 
terços (65%) dos participantes continuaram aplicando 
os choques até níveis superiores a 450 volts. Todos os 
participantes, sem exceção, aplicaram mais de 300 volts, 
mesmo tendo sido informados no início do experimento 
que poderiam abandonar o estudo no momento que 
desejassem. O pior, as pessoas continuavam aplicando 
o choque apenas porque o “professor” pedia para que 
continuassem. Isso, mesmo sob os gritos da vítima.
PodcAst TRaNScRiTO
O último dos experimentos clássicos da Psicologia Social que podemos 
destacar é o Experimento da Prisão de Stanford. Trata-se de algo 
marcante para a Ciência da Influência Social. 
A Ciência da Influência Social, dedicada a tratar do evento 
em detalhes, é disponibilizada em português. Você 
pode tomar conhecimento de tudo visitando a página 
do Experimento da Prisão de Stanford, disponível em: 
https://www.prisonexp.org/portuguese-1.
Saiba MaiS
https://www.prisonexp.org/portuguese-1
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 35
O estudo foi conduzido por uma equipe liderada por Philip Zimbardo, 
em 1971, no subsolo de um dos prédios da Universidade de Stanford. 
Assim como no caso de Milgram, os participantes foram recrutados 
por um anúncio de jornal que oferecia 15 dólares para os voluntários 
a participarem de um estudo sobre unidades prisionais. Vinte quatro 
jovens, brancos, de classe média e sem nenhum problema de saúde 
foram selecionados para tomar parte no experimento.
Experimento Prisional de Stanford. 
Foto: What is Psychology? (2020).
De forma aleatória, os voluntários foram divididos em dois grupos. 
Um grupo foi designado para atuar como guardas e o outro como 
prisioneiros. O experimento contou com a colaboração da polícia 
local, de um padre e de um advogado. Os pais também puderam visitar 
os filhos na “prisão”. O cenário e o figurino eram o mais próximo 
possível de uma prisão real.
Assim, em uma manhã de domingo, no mês de agosto, policiais 
reais foram às casas dos jovens escolhidos por cara ou coroa 
para serem os presos. Todos os protocolos da polícia americana 
foram seguidos e os detidos foram entregues na “prisão” de 
experimento Zimbardo para cumprir pena por roubo à mão 
armada e furto. Tudo estava programado para ocorrer em duas 
semanas. Porém, em seis dias o estudo precisou ser interrompido 
porque os abusos perpetrados pelos “guardas” e o sofrimento 
imposto aos presos havia saído completamente do controle.
Os impactos desse experimento foram tão significativos que extrapo-
laram o campo da ciência e chegaram às telas dos cinemas. Três filmes 
contaram sua história, um alemão e dois de Hollywood. Outros tantos 
filmes se inspiraram nele. Tal qual o estudo de Milgram, Zimbardo, 
com a prisão simulada em Stanford, mostrou como pessoas comuns, 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 36
ao serem submetidas a determinadas circunstâncias, são capazes de 
cometer as mais cruéis barbaridades contra seus semelhantes.
Para ampliar seu entendimento do conteúdo, disponibilizamos a 
seguir uma indicação para você.
O filme “A Onda” é baseado em um experimento de 
ensino infame de 1967, conduzido na Califórnia por Ron 
Jones (que atuou como consultor no filme). Trata-se 
de um drama didático que “transplanta a ação para a 
Alemanha moderna, onde Rainer (Jürgen Vogel), um 
professor de ensino médio descolado, está tentando 
transmitir os pontos mais delicados da autocracia.” 
(CATSOULIS, 2020, tradução nossa). Disponível em: 
https://youtu.be/zG3TfjAhs30
Dica DE MíDia
Os três experimentos que acabamos de conhecer trouxeram à tona 
os contornos da “conformidade”, que até hoje são estudados nas 
ciências comportamentais e lançam luz sobre o impacto da pressão 
do grupo nos comportamentos individuais. 
Os experimentos trazem elementos que ajudam a responder uma 
variante da pergunta fundamental que abriu esta aula: “por que 
algumas pessoas se envolvem com crimes como o narcotráfico e 
o crime organizado e outras não?” E, de fato, compreender a força 
da conformidade ajuda a desvendar um dos relevantes porquês do 
envolvimento de determinadas pessoas com o tráfico de drogas.
Na direção de nosso estudo, conheça a história de Hosmany e apri-
more seus conhecimentos.
https://youtu.be/zG3TfjAhs30
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 37
CiRURGiAS, 
CRiMES E FUGAS
A trajetória de Hosmany, 
de médico brilhante a 
assassino condenado
- e finalmente solto.
ANOS 1970
Atendia em dois 
consultórios e era 
assistente de Ivo 
Pitanguy, um dos maiores 
cirurgiões plásticos do 
mundo. Vivendo em um 
apartamento de luxo em 
Copacabana, no Rio, 
começa a traficar drogas 
internacionalmente.
1981
É condenado a 53 anos 
de detenção por vários 
crimes: roubo de aviões, 
contrabando de 
automóveis, tráfico de 
drogas e assassinato do 
piloto Joel Avon. Depois 
de fugir do presídio, é 
encontrado no Paraguai.
1996
Escapa do Instituto 
Penal Agrícola de Bauru 
(SP) e é recapturado um 
mês depois ao participar 
do sequestro do 
fazendeiro Ricardo 
Rennó. Pelo crime, é 
condenado a mais 30 
anos de reclusão.
2008
Convoca jornalistas para 
anunciar que não voltará 
à cadeia após o fim da 
saída temporária de Natal 
e Ano Novo. Afirma que 
denunciará a corrupção 
no sistema carcerário.
2009
É preso novamente ao 
tentar entrar na Islândia 
com o passaporte do 
irmão. Passa a cumprir 
pena no presídio de 
Junqueirópolis (SP).
2016
Em setembro, sua defesa 
solicita à Justiça o indulto 
para que ele possa deixar 
a penintenciária. 
O Ministério Público 
questiona a ausência de 
exames criminológicos, 
mas o Tribunal de Justiça
de São Paulo dá parecer 
favorável à soltura 
do médico.
Hosmany, de médico brilhante a assassino. 
Fonte: Adaptado de Isto é (2017). Pela história de Hosmany, você pode ver que nem sempre há uma 
explicação sobre por que as pessoas se envolvem com o tráfico.
Você pode acessar a matéria na íntegra disponível em: 
http://redeglobo.globo.com/Linhadireta/ 0,26665,GIJ0-
5257-215694,00.html
Saiba MaiS
http://redeglobo.globo.com/Linhadireta/0,26665,GIJ0-5257-215694,00.html
http://redeglobo.globo.com/Linhadireta/0,26665,GIJ0-5257-215694,00.html
http://redeglobo.globo.com/Linhadireta/0,26665,GIJ0-5257-215694,00.html 
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 38
Como visto no estudo de Asch, a pressão do grupo não necessariamente 
precisa ser explícita para que uma pessoa deliberadamente faça uma 
escolha errada. Portanto, intuitivamente já é fácil imaginar como 
as pessoas estão sujeitas à influência de grupos de pertença, como 
familiares, vizinhos, colegas nas escolas e universidades, e amigos 
de trabalho. Indo além da intuição, estudos vêm demonstrando a 
validade dos achados de Asch. 
As contribuições da literatura da área sobre a influência objetiva ou 
subjetiva do grupo no comportamento dos indivíduos é vasta (LI-
TTLE; STEINBERG, 2006; MILLER; PRENTICE, 2016). A pesquisa de 
Bearden, Rose e Teel (1994), por exemplo, revela como a influência 
de familiares e amigos pode ser determinante para que alguém venha 
a ingerir bebida alcóolica e consumir drogas ilícitas. 
Já Pessoa et al. (2017, p. 251), em estudo qualitativo com ado-
lescentes com envolvimento com o tráfico de drogas na América 
Latina, afirmam que:
A ausência de engajamento em atividades educacionais, 
igualmente à futilidade de programas sociais, quase sempre é 
abastecida pelo senso de pertencimento que pode ser atingido 
pela participação em atividades ilícitas com a formação de 
grupos que compartilham histórias de vida parecidas. 
(PESSOA et al., 2017, p. 251)
Ou seja, mais uma vez se verifica a influência dos grupos de pertença 
nos comportamentos dos indivíduos. Ainda assim, vale considerarmos 
que não setrata somente da pressão de grupos de pertença. 
Influência dos grupos de pertença. 
Foto: © [Andril Zastrozhnov] / Adobe Stock.
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 39
No experimento das linhas e em suas inúmeras repetições e varia-
ções, Asch e vários pesquisadores mostraram que grupos formados 
instantaneamente também produzem efeitos significativos no com-
portamento dos indivíduos. Ou seja, o que ocorre em uma festa ou em 
um passeio de férias, por exemplo, pode determinar todo o futuro 
de um indivíduo. Isso ainda é mais significante quando se imagina 
que a primeira experiência de uma pessoa com drogas ilícitas, ou 
mesmo com a prática de algum crime ligado ao mercado de drogas, 
pode acontecer justamente em uma dessas circunstâncias.
Se Asch demonstrou o efeito sutil, implícito, do grupo nos padrões 
comportamentais dos indivíduos, Milgram desvendou o poder da 
figura de autoridade. Mais recentemente, Cialdini e Salgarin (2005), 
em uma série de estudos, assentou a autoridade como um de seus 
seis princípios da persuasão. Esse princípio tem muitas implicações 
para o contexto deste curso. 
Basta imaginar a influência que um professor tem sobre os com-
portamentos de seus alunos ou mesmo o poder que a imagem de 
um traficante que ostenta poder tem nos membros de uma comuni-
dade, principalmente sobre os mais jovens. Isso também vale para 
a violência perpetrada por criminosos dentro das prisões quando 
criminosos faccionados, seguindo o exemplo dos demais ou mesmo 
diante das ordens dos líderes, praticam atos de barbárie como os 
mencionados no Módulo 1.
Finalizando esta aula, ressalte-se que o experimento de Zimbardo 
também reforçou a verdade inconveniente de que pessoas, sem 
nenhum histórico anterior de agressão e violência, são capazes de 
perpetrar os mais cruéis atos com cinismo e sadismo, a depender 
da situação em que estão envolvidas. Porém, uma boa notícia é que 
bastou a intervenção de uma pessoa para que o Experimento de 
Stanford fosse interrompido e todos os participantes, inclusive os 
pesquisadores, fossem trazidos de volta para a realidade.
Foto: © [Prot] / Adobe Stock.
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 40
Para aprimorar seus conhecimentos, seguem algumas 
dicas de vídeos para você:
Parece exagero dizer que qualquer pessoa adulta e 
psicologicamente sadia possa se submeter a um padrão 
comportamental induzido por pessoas que acabou de 
conhecer. Derren Brown, por meio da produção “The 
Push” (Netflix), mostra que não há exagero nenhum 
nisso. De forma chocante, Brown mostra como pessoas 
comuns podem ser levadas a cometer atrocidades 
inimagináveis ao estarem envolvidas em fenômenos 
psicossociais como os estudados nesta aula.
Você também pode saber mais sobre o Experimento da 
Prisão por meio do próprio Zimbardo em “Como pessoas 
comuns se tornam monstros... ou heróis”, disponível em: 
https://www.ted.com/talks/philip_zimbardo_the_
psychology_of_evil?language=pt-br.
Dica DE MíDia
Portanto, ainda diante de tudo, espera-se que o conhecimento dos 
fenômenos retratados possa contribuir para uma melhor compreensão 
da dinâmica psicossocial do crime organizado e do tráfico de drogas.
2.2. InFLUÊnCia SOCiaL: TeORia 
dO COMPORTaMenTO PLanejadO 
(aTiTUde, nORMa SUBjeTiVa e 
COnTROLe COMPORTaMenTaL 
PeRCeBidO)
Esta aula segue com a busca por respostas para a pergunta: “Por 
que algumas pessoas se engajam em comportamentos criminosos 
tais quais os relacionados ao crime organizado e ao tráfico de 
drogas?”. Visando avançar ainda mais nesta direção, vale a reflexão 
sobre o exemplo do envolvimento de determinados universitários 
com o mundo do crime.
Não é de hoje que o recinto universitário vem se tornando cenário 
para os mais variados crimes. Por exemplo, na Inglaterra os delitos 
no ambiente acadêmico possuem até mesmo um ranking oficial, 
sendo o roubo, o furto e as agressões sexuais as ofensas mais comuns 
(WOOD, 2018).
https://www.ted.com/talks/philip_zimbardo_the_psychology_of_evil?language=pt-br
https://www.ted.com/talks/philip_zimbardo_the_psychology_of_evil?language=pt-br
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 41
Livre comércio de drogas na UnB: conivência 
ou falta de policiamento? 
Foto: Metrópoles (2018).
No cenário brasileiro, somam-se a esses tipos penais o consumo e 
a venda de drogas tanto nos centros acadêmicos quanto nas áreas 
comuns das universidades (KERR-CORREA et al., 2001).
Uma pesquisa realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas do 
Ministério da Justiça, em 2010, revelou que os universitários 
compõem a parcela da população brasileira que mais consome 
drogas. Tal fato se reveste de especial gravidade, visto que vários 
outros crimes estão associados ao uso de drogas.
Universitárias que abusam de substâncias ilícitas estão mais expostas 
a agressões sexuais (GILMORE; LEWIS; GEORGE, 2015; HINES et 
al., 2015). No mesmo sentido, usuários de drogas que se engajam 
em crimes como furto, roubo e tráfico muitas vezes o fazem em 
busca de recursos para sustentar o vício (LEIDENFROST; LEONARD; 
ANTONIUS, 2017).
Como visto no Módulo 1, a maconha é a droga mais amplamente uti-
lizada pela população, e o público acadêmico não faz exceção a essa 
regra (JANSON, 2017). Trata-se de algo preocupante. O consumo de 
maconha está relacionado a diversos transtornos mentais, tais como 
depressão (DEMBO et al., 2017), síndrome de pânico (DEAS; GERDING; 
HAZY, 2000; ZVOLENSKY et al., 2006) e esquizofrenia (OLIVEIRA; 
MOREIRA, 2007). Ao seu turno, a percepção de disponibilidade da 
droga constitui fator preditor de seu uso, não importando a faixa 
etária (MARTINS et al., 2016; MAURO et al., 2017).
Aproximadamente 4% dos adultos do mundo (cerca de 162 milhões 
de pessoas) consomem Cannabis pelo menos uma vez no decorrer 
de um ano, tornando-a a droga ilícita mais usada no mundo.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 42
Assim, assume-se neste curso que o desenvolvimento de abordagens 
baseadas em evidências científicas para o enfrentamento do tráfico 
e do consumo de drogas ilícitas e suas consequentes mazelas, nas 
universidades e em todos os outros lugares, é uma necessidade 
atual e imediata. 
Somando-se ao fenômeno da conformidade e por se tratar de uma 
situação paradigmática, nas próximas linhas será discorrido sobre o 
poder de variáveis específicas na predição da intenção de estudantes 
em traficar drogas no ambiente universitário sob as lentes de uma 
das mais relevantes abordagens de influência social, a Teoria do 
Comportamento Planejado – TCP (AJZEN, 1991).
Em linhas gerais, a Teoria do Comportamento Planejado (TCP) parte 
da premissa de que todo comportamento realizado por ato de vontade 
é precedido por uma intenção. Por isso, ao se predizer a intenção, 
também é possível, em boa parte dos casos, predizer se a pessoa irá 
ou não realizar determinado comportamento. 
A pesquisa na área vem mostrando, desde a década 
de noventa, que essa regra vale para as mais variadas 
circunstâncias da vida social humana. Com os temas abuso 
de drogas, violência, agressão e crime não é diferente.
A TCP é um dos modelos de predição de comportamento 
mais parcimoniosos no campo da Psicologia Social 
e amplamente empregado em diversas áreas do 
conhecimento, tais como Economia, Nutrição e 
comportamento do consumidor. Com a prevenção de 
crimes e comportamentos antissociais ocorre o mesmo. 
Em 2015, Finigan-Carr e colegas usaram a TCP em busca da 
predição de comportamentos agressivos e porte de arma 
entre jovens negros de baixa renda. Já em 2017, Skrzypiec 
usou uma abordagem interdisciplinar, empregando a TCP 
e aportes da Criminologia, para examinar a intenção de 
adolescentes em se envolver em atividades criminais. Entre 
os estudos com suporte teórico na TCP, estão vários que 
buscam investigar fatores que possibilitem a predição da 
intenção deuso de maconha entre estudantes de graduação.
O modelo tradicional da TCP adota as variáveis atitude, 
norma subjetiva e controle comportamental, percebidas 
como preditores da intenção do indivíduo em praticar 
determinado comportamento.
PodcAst TRaNScRiTO
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 43
Na figura abaixo, você pode observar o modelo da TCP de forma gráfica:
ATiTUDES EM RELAÇÃO 
AO COMPORTAMENTO
NORMA SUBJETiVA
CONTROLE PERCEBiDO 
DO COMPORTAMENTO
iNTENÇÃO DE 
COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO
ATiTUDES EM RELAÇÃO
AO COMPORTAMENTO
NORMA SUBJETiVA
CONTROLE PERCEBiDO
DO COMPORTAMENTO
iNTENÇÃO DE 
COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO
Note-se que as três variáveis (atitudes, norma subjetiva e controle 
comportamental percebido), além de predizerem a intenção, se in-
fluenciam mutuamente. Nesse ponto, é relevante trazer definições 
sucintas do que vêm a ser os elementos do modelo. 
Do ponto de vista estritamente da Psicologia Social, as atitudes têm 
a ver com as avaliações que as pessoas fazem do que as cercam em 
suas vidas. Tecnicamente “a atitude consiste numa predisposição para 
responder de forma favorável ou desfavorável em relação a objetos, 
pessoas, instituições ou acontecimentos” (AJZEN; FISHBEIN, 1972). 
Nesse sentido, por exemplo, uma pessoa pode ter uma atitude po-
sitiva em relação a um determinado político e negativa em relação 
a outro. Já na Segurança Pública, uma pessoa pode ter uma atitude 
positiva ante o porte irrestrito de armas e uma atitude negativa ante 
a legalização da venda de drogas.
Em ambos os casos, a atitude pode predizer a intenção de 
voto de acordo com a avaliação pessoal dos políticos 
e de suas bandeiras. 
Por sua vez, as normas subjetivas (ou sociais) estão relacionadas 
às reações ou avaliações das pessoas ao redor (por exemplo, ante 
a objetos e situações) e se o indivíduo está ou não interessado em 
acatar as expectativas dessas pessoas. Em outras palavras, elas 
“referem-se às comparações que são feitas com pessoas próximas, 
TEORia DO cOMPORTaMENTO PlaNEjaDO (TcP)|
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 44
as quais podem influenciar a forma de pensar de quem está ao seu 
redor.” (AJZEN, 2008).
Um exemplo do poder da influência da norma subjetiva está em sua 
predição da conformidade, como pode ser observado nos experimentos 
de Solomon Asch. Seja no caso da comparação entre os tamanhos das 
linhas, seja no caso do posicionamento que as pessoas adotavam no 
elevador, o que a pessoa identificava como sendo a norma do grupo 
invariavelmente exercia uma influência quase que irresistível sob 
sua própria forma de agir. 
Isso também ocorre no mercado das drogas. Li e Feigelman (1994) 
examinaram a influência de algumas variáveis, como a prática de 
tráfico por familiares e amigos próximos, na intenção de jovens 
adolescentes se envolverem nessa atividade e encontraram fortes 
correlações entre essas variáveis.
Uma espécie de norma subjetiva é aquela que prescreve o silêncio 
diante de faltas cometidas por colegas de serviço. De caráter 
universal, em diversas culturas e profissões, essa regra sutil parece 
ser ainda mais significativa em meio aos agentes da lei. 
A obra de William Westley, “Violence and the Police” (1970), é con-
siderada um dos trabalhos mais importantes já desenvolvidos sobre 
a polícia, sendo constantemente referida na literatura respectiva 
e nos círculos que tratam do comportamento desviante e controle 
social. Westley busca explicar a razão pela qual a violência policial é 
tão generalizada e difícil de controlar. 
O autor baseia seu estudo na cultura ocupacional, valendo-se dela 
enquanto conceito explanatório básico. Observa que, em razão de 
o público poder ser não confiável, hostil, e até mesmo violento, 
a cultura ocupacional policial enfatiza a proteção individual, sigilo 
e violência, bem como a ideia-força da necessidade de manutenção 
do respeito pela polícia. 
Westley aponta aqueles temas como configurações variáveis, mais 
salientes nos grandes departamentos urbanos de polícia do que em 
outras organizações menores.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 45
O pesquisador, em sua obra de referência, observa que 
mais de três de cada quatro policiais (parte da amostra de 
uma enquete por ele desenvolvida), declararam que não 
denunciariam outro policial por receber dinheiro de um 
preso, e que tampouco testemunhariam contra ele, caso fosse 
acusado posteriormente por isso. Tal atitude seria parte do 
famoso “código de silêncio”, aspecto da cultura ocupacional 
antagônico ao controle da corrupção policial.
nA PRátIcA
Finalmente, o controle comportamental percebido diz respeito aos 
fatores que podem facilitar ou bloquear a efetivação do comportamento 
(AZJEN, 2008). Em outros termos, isso teria relação com a crença da 
pessoa quanto à sua capacidade de efetivamente performar determi-
nado comportamento e conseguir arcar com as consequências do feito.
Um exemplo do controle comportamental percebido está no fato de 
um universitário perceber que possui acesso a drogas no atacado, tem 
condições de vendê-las no varejo entre os colegas universitários e não 
será incomodado pela administração da universidade ou pela polícia. 
Foto: © [Syda Productions] / Adobe Stock.
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 46
ORBELL E COLEGAS (2001)
Testaram os efeitos do acesso a drogas e do envolvimento de 
amigos no crime sob a intenção de adolescentes seguirem o 
mesmo caminho.
Empregou a variável fortalecimento da reputação (reputation 
enhancement) como um fator entre a variável e a intenção de 
engajamento de jovens em atividades criminais.
LiTTLE E STEiNBERG (2006)
SKRZYPiEC (2017)
Testaram o controle comportamental percebido diante do uso 
efetivo de ecstasy como variável mediadora entre o hábito e a 
intenção de se usar a droga.
Veja a seguir alguns estudos empregados com a variável:
Como podemos observar, em todos os casos, de forma isolada ou 
interagindo com atitudes e normas subjetivas, o controle compor-
tamental percebido revelou-se um fator determinante na predição 
da intenção de se praticar os crimes de uso e tráfico de drogas.
Em suma, o modelo da Teoria do Comportamento Planejado (TCP) 
assume que a intenção é fator determinante para os comportamentos 
performados pelos indivíduos de forma livre. Ou seja, três são as 
variáveis que determinam a intenção: a atitude, as normas subjetivas 
e o controle comportamental percebido.
Ademais, a maior parte dos exemplos citados na apresentação da 
TCP relaciona-se à intenção de universitários se envolverem com 
o tráfico de drogas. Porém, ressalta-se que o poder preditor da 
TCP abrange vários outros tipos de comportamentos quotidianos, 
inclusive criminosos. 
Para finalizar o tópico, segue um exemplo de aplicação prática da 
TCP em exercício de análise do crime de roubo ao transporte coletivo. 
Vale lembrar que esse tipo de crime muitas vezes está diretamente 
relacionado ao narcotráfico, visto que serve para pagar dívidas 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 47
com o tráfico, sustentar o vício ou mesmo levantar recursos para 
as organizações criminosas das quais seus autores fazem parte. 
Em outras palavras, muitas vezes “o crime (comum) é um meio de 
garantir o bom funcionamento do mercado de drogas.” (WEISBURD; 
GREEN; ROSS, 1994).
O indivíduo avalia que, por meio do roubo em 
transporte coletivo, pode auferir lucro fácil e alto, com 
o qual poderá adquirir drogas e outros objetivos de seu 
interesse, ao mesmo tempo que avalia positivamente 
essa prática. O indivíduo, então, avalia que, se realizar 
um roubo a coletivo no horário de pico, pode obter 
grande quantia em dinheiro, além de celulares e demais 
pertences das vítimas. 
Atitude fAvorável
Existindo, na comunidadeem que o indivíduo 
está inserido, aceitabilidade quanto à prática de 
determinados delitos, para esta comunidade a prática 
criminosa é relativizada. Muitas vezes esse é o caminho 
que parece ser mais fácil encontrado pelas pessoas 
na comunidade para conseguir ter acesso a bens 
materiais e influência. Assim, o indivíduo entende que 
entre seus pares o crime é algo aceito. Sendo assim, 
a norma subjetiva seria a aceitabilidade do crime na 
comunidade em que o delinquente está inserido.
O indivíduo acredita fielmente que não será preso 
em razão da prática delituosa, tendo em vista confiar 
em sua habilidade. Isso permite um paralelo com 
o instituto da culpa consciente, tratada no direito 
penal, em que o indivíduo acredita fielmente que o 
resultado não ocorrerá por conta de sua habilidade na 
prática daquela conduta. 
NormA subjetivA
CoNtrole ComportAmeNtAl perCebido
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 48
Estando as três variáveis antecedentes convergentes, 
forma-se a intenção do indivíduo em praticar roubos 
em transporte coletivo.
INteNção
Havendo oportunidade e reunindo o indivíduo os 
meios para tal, ele possivelmente praticará roubos em 
transporte coletivo.
ComportAmeNto
Avance para o tópico a seguir e veja como alguns fatores podem estar 
diretamente relacionados com o envolvimento no tráfico de drogas.
2.3 VULneRaBiLidadeS 
SOCiOeCOnôMiCaS e OUTROS 
PRediTOReS dO enVOLViMenTO COM 
O TRáFiCO de dROGaS e O CRiMe 
ORGaniZadO
Compreender as variáveis preditoras do envolvimento das pessoas 
com atividades criminosas é essencial para o desenvolvimento de 
estratégias preventivas; ou seja, para que isso não aconteça. O mesmo 
princípio vale para as ações interventivas; ou seja, de resgate daqueles 
que já estão inseridos no mundo do crime. 
Isso se torna ainda mais significativo, uma vez que as pesquisas re-
velam que, embora os números da criminalidade saltem aos olhos, 
apenas uma pequena parcela da população realmente se envereda pelo 
caminho do crime. Portanto, os esforços do governo e da sociedade se 
tornam mais eficazes se direcionados a fatores de risco relacionados 
a públicos específicos. 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 49
Observe a imagem a seguir:
20% ESFORÇO 80% RESULTADOS
=
80%
80%
20%
20%
80%
20%
Princípio de Pareto: sustenta que a expressão 
majoritária dos resultados de muitos 
fenômenos (80%) resulta de esforços 
quantitativamente minoritários (20%) de 
um conjunto de variáveis independentes.
Em revisão sistemática da literatura, Komatsu e Bazon (2018), em-
pregando categorias predefinidas por Hawkins e colegas (2000), tendo 
o público jovem como referência, organizaram os principais fatores 
preditores de envolvimento com a criminalidade violenta em cinco 
categorias: indivíduo, família, escola, pares e bairro/comunidade.
Na pesquisa de Komatsu e Bazon, pode-se observar os seguintes 
resultados: 
glossáRio
Revisão sistemática da literatura é quando 
os autores tentam encontrar todas as 
pesquisas sobre um determinado assunto, 
estabelecendo um recorte temporal dentro 
de bases específicas. Uma base de pesquisa 
muito consultada é o Google Acadêmico.
CAtegoriA iNdivíduo
Os fatores que mais se sobressaíram 
foram baixa empatia e baixo 
autocontrole.
CAtegoriA fAmíliA
Destacaram-se violências físicas e 
rejeição parental.
PRiNcíPiO DE PaRETO|
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 50
domíNio esColAr
Os principais fatores encontrados 
foram reprovação e evasão escolar.
CAtegoriA pAres
Verificou-se que fatores de risco se 
mostraram bastante influentes no final da 
adolescência e no início da vida adulta.
domíNio bAirro/
ComuNidAde
Trabalhos pesquisados revelaram o 
poder da influência da desordem e da 
criminalidade.
Para a realização da pesquisa, Komatsu e Bazon (2018) se debruçaram 
sobre 37 artigos, que envolveram estudos empíricos e investigações 
que se utilizaram de dados secundários (por exemplo, estatísticas 
oficiais). No domínio indivíduo, os resultados apontaram o poder 
preditivo do envolvimento com o crime em fatores como o abuso 
de substâncias. Os autores definem o abuso de substâncias como a 
“condição psiquiátrica diagnosticada pelas consequências negativas 
à saúde e ao cumprimento dos deveres sociais que o uso de álcool 
e/ou outras drogas produz ao indivíduo”.
Foto: © [Photographee.eu] / Adobe Stock.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 51
Um dos estudos realizados no Brasil mostrou que os adolescentes 
abusadores de álcool possuem duas vezes mais chances de se envolver 
com a criminalidade violenta que os adolescentes que não têm a 
mesma experiência daqueles que passam por problemas com o álcool. 
Por exemplo, esse é um resultado que está em linha com o que foi 
encontrado em uma pesquisa no estado do Texas, nos Estados Unidos. 
Outro fator abordado pelos autores na categoria indivíduo é o histórico 
com o crime. Pessoas que se envolveram com o crime na adolescência 
revelaram ter muito mais chances de seguir a trajetória do crime na 
vida adulta. Isso é bastante significativo na realidade brasileira, onde 
adolescentes são utilizados pelo narcotráfico tanto para servirem 
como “aviõezinhos” quanto para executarem os atos de justiçamento 
dos “tribunais do crime”.
glossáRio
“Aviãozinho” é um dependente químico 
que “trabalha” para traficantes, fazendo 
a entrega de droga por dinheiro ou 
em troca de pequenas porções para o 
consumo próprio.
Para que você possa compreender melhor o que são os 
“tribunais do crime”, acesse esta matéria na íntegra, 
disponível em: https://www.midiamax.com.br/
policia/2020/adolescente-que-matou-jovemem-
tribunal-do-crime-e-flagrado-com-carro-furtado
Saiba MaiS
Na categoria família, na revisão de Komatsu e Bazon (2018), chama 
a atenção que “o fato de um dos responsáveis pelo adolescente ter 
sido preso constitui um importante indicador de risco em relação ao 
envolvimento do(s) filho(s) em delitos violentos.” Esses resultados 
foram encontrados nos cinco estudos que trataram do tema. 
Uma pesquisa na Suécia, por exemplo, revelou que tanto faz se os 
pais são biológicos ou adotivos, se esses tiverem envolvimento com 
o crime, a tendência é que seus filhos também o venham a ter no 
futuro. Ainda na perspectiva familiar, sofrer violência no ambiente 
doméstico ou testemunhá-la também se mostrou um forte preditor 
de futuras manifestações de atos de violência.
Foto: © [Prostock-studio] / Adobe Stock.
https://www.midiamax.com.br/policia/2020/adolescente-que-matou-jovemem-tribunal-do-crime-e-flagrado-com-carro-furtado
https://www.midiamax.com.br/policia/2020/adolescente-que-matou-jovemem-tribunal-do-crime-e-flagrado-com-carro-furtado
https://www.midiamax.com.br/policia/2020/adolescente-que-matou-jovemem-tribunal-do-crime-e-flagrado-com-carro-furtado
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 52
No domínio escola, reprovações e expulsões se mostraram como os 
fatores mais impactantes para um futuro envolvimento com a de-
linquência. Adolescentes que passaram por esse tipo de experiências 
foram identificados como tendo até cinco vezes mais chances de se 
envolver com crimes violentos. Outros fatores importantes que podem 
ser detectados no ambiente escolar são as agressões a professores e a 
desorganização. Alunos que possuem histórico de agressões a profes-
sores ou que estão em ambientes escolares marcados pela desordem 
mostraram-se mais propensos a cometerem crimes fora da escola.
Foto: © [Pololia] / Adobe Stock.
No domínio pares, o principal fator preditor de delinquência foi o 
envolvimento de colegas com o mundo do crime. O mesmo resultado 
foi encontrado para o envolvimento com gangues juvenis. 
Foto: © [olly] / Adobe Stock.
Por ora, destaca-se que esses resultados podem ser explicados pelo 
fenômeno da norma subjetiva.Em outras palavras, os resultados 
estatísticos e os fenômenos psicológicos estudados até o momento 
parecem corroborar um famoso dito popular, que precisa apenas de 
uma adaptação ao contexto das ciências comportamentais: “diga-me 
com quem tu andas, e te direi como tu te comportas”. 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 53
Finalmente, a pesquisa de Komatsu e Bazon (2018) informa que, na 
categoria bairro/vizinhança, os principais fatores de risco são a desor-
ganização e o ambiente criminal. Sobre o assunto, os autores registram:
Um bairro degradado, percebido como perigoso devido 
às taxas de criminalidade, e devido à existência de pouco 
aparato social, associa-se ao aumento do relato de 
envolvimento em delitos violentos. Nofziger e Kurtz (2005), 
por sua vez, já haviam encontrado que adolescentes que 
testemunham violência no cotidiano de suas comunidades, 
como brigas, roubos, venda de drogas e outros tipos 
de crime, possuem maior risco de se envolver em 
comportamentos violentos.
(KOMATSU; BAZON, 2018)
Siga para a próxima aula, nela você verá algumas reflexões sobre as 
subculturas criminais.
2.4 SUBCULTURaS CRiMinaiS
Nas aulas anteriores desta unidade, foi traçada uma visão panorâmica 
da criminologia e também dos fenômenos psicossociais e de suas 
relações com variáveis que possuem influência sobre o engajamento 
das pessoas com crimes como o tráfico de drogas. Nesta última aula 
da Unidade 2, iremos contemplar aspectos relacionados ao envolvi-
mento com a criminalidade no nível dos indivíduos, de seus grupos 
e ambientes imediatos. Contudo, serão incorporadas reflexões sobre 
elementos atinentes a variáveis e fenômenos de outras perspectivas 
como a econômica, a social e a cultural.
Duas das principais frentes de explicação para o crime e para 
a delinquência nos Estados Unidos nos anos 1920, e que 
ainda influenciam a Criminologia contemporânea, eram a 
Teoria da Associação Diferencial de Edwin Sutherland e a 
Teoria da Estrutura e da Anomia de Robert Merton. 
A proposta de Sutherland se baseava na visão da 
Universidade de Chicago sobre o aprendizado de 
comportamentos (transmissão de hábitos e costumes) 
pelas interações em grupo. Ou seja, da mesma forma 
que os demais comportamentos, o comportamento 
PodcAst TRaNScRiTO
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 54
criminal também seria aprendido pelo contato estreito 
entre os membros de um determinado grupo, conforme 
citado nos Princípios da Aprendizagem Diferencial 
de Sutherland. Já a visão de Merton se inspirava no 
princípio da anomia de Émile Durkheim. Para Merton, ao 
compartilhar do sonho americano, mas não possuir os 
recursos para realizá-lo, os indivíduos mais vulneráveis 
da sociedade passariam a produzir adaptações visando 
o equilíbrio entre objetivos e meios. O crime, portanto, 
seria apenas uma dessas adaptações.
Edwin Sutherland nasceu em 13 de agosto de 1883, em Gibbon em Ne-
braska e morreu em 11 de outubro de 1950, na cidade de Bloomington, 
em Indiana. Foi um criminologista americano que se tornou especial-
mente conhecido por seu desenvolvimento da teoria da associação 
diferencial do crime. O prêmio anual mais importante da American 
Society of Criminology é concedido em seu nome, em reconhecimento 
à sua influência na área. 
Em que pese haver sofrido forte influência de Sutherland e Merton, 
Albert K. Cohen acreditava que a delinquência juvenil era fruto 
de subculturas em que imperava o desvio de valores e padrões 
morais. Cohen nomeou esses subsistemas contrários às regras da 
maior parte da sociedade (ou seja, antissistemas) de subculturas 
delinquentes (criminais).
Para Cohen, a principal característica das subculturas criminais era o 
desvio dos valores e dos padrões morais da sociedade. Se por um lado 
esses desvios seriam identificados pela sociedade como crimes, por 
outro, seriam justamente os fatores que geram mais prestígio e reco-
nhecimento para os membros das subculturas. Por esses princípios, 
todo ato hostil, agressivo e violento contra não membros seria justi-
ficável e não geraria nenhum tipo de sentimento de remorso ou culpa.
Na base da concepção de Cohen, encontram-se elementos da 
anomia, tal qual em Merton. Assim, as subculturas criminais 
seriam fruto da impossibilidade de jovens dos extratos mais 
vulneráveis da sociedade conseguirem alcançar aquilo que a 
sociedade entende por sucesso. 
Tendo almejado os sonhos comuns, mas sem as condições materiais 
para alcançá-los, para Cohen, o jovem acabava por se unir a outros 
jovens igualmente frustrados e resignados. Assim, se formaria um 
subgrupo, uma subcultura, com linguagem, códigos morais e regras 
comportamentais peculiares. A quantidade de subculturas delinquentes 
seria tanto quanto fossem os arranjos criados nesse novo perfil.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 55
Você sabia que hoje em dia, no Brasil, é possível 
encontrar evidências de padrões de linguagem de 
subculturas criminais no exemplo do uso de tatuagens por 
criminosos? O capitão da Polícia Militar da Bahia, Alden 
José Lázaro da Silva, realizou uma extensa pesquisa que 
constatou que 60% dos presidiários possuíam tatuagens 
em seus corpos, disponível em: http://front.senad.ufsc.
br/frontM1SL1/
Saiba MaiS
Para encerrar esta aula, vale relatar a experiência de Boston, nos Estados 
Unidos, em mais um momento de encontro entre a subcultura criminal 
envolvendo a juventude e seu encontro com espécies de drogas recém-
-chegadas no mercado. O que podemos chamar de um case de sucesso.
“Como muitas cidades americanas durante o final década 
de 1980 e início de 1990, a cidade de Boston sofreu uma 
epidemia de violência juvenil que teve suas raízes na rápida 
disseminação dos mercados de rua de cocaína/crack 
(Kennedy, Piehl e Braga 1996). Gangues se envolveram no 
comércio de crack e cada vez mais recorrem a armas de fogo 
para proteger seu território e interesses financeiros, bem 
como manter o respeito de seus rivais. O desrespeito entre 
eles foi um gatilho para a violência de gangues. A violência 
de gangue envolvia conflitos em curso entre grupos 
específicos que eram muito pessoais e semelhantes a uma 
vingança. Os ciclos de violência entre gangues de Boston 
permaneceram após os conflitos territoriais do mercado 
de rua de crack ficarem estabilizados. Em 1990, a cidade de 
Boston teve um recorde de 152 homicídios. A cidade parecia 
fora de controle e os residentes de Boston exigiram o fim da 
grave crise de violência que atormentou seus bairros.”
Em meio a esse cenário, não é difícil imaginar o alto nível de 
insatisfação e os elevados escores de medo e insegurança 
registrados pela comunidade daquela que é a capital e a 
mais importante cidade do estado de norte-americano 
de Massachusetts. Foi justamente nesse cenário que se 
desenvolveu o policiamento comunitário, conhecido 
como policiamento de bairro, em Boston. As estratégias e 
táticas de policiamento desenvolvidas pelo Departamento 
de Polícia de Boston alcançaram tamanho sucesso que 
serviram de inspiração para as ações realizadas pelo 
programa Tolerância Zero em Nova York.
PodcAst TRaNScRiTO
http://front.senad.ufsc.br/frontM1SL1/
http://front.senad.ufsc.br/frontM1SL1/
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 56
Uma das experiências mais exitosas de Boston com o policiamento 
comunitário ocorreu em meados dos anos noventa com o cha-
mado Boston Gun Project’s Operation Ceasefire. O projeto envolveu 
duas frentes principais. Uma das frentes envolveu a distribuição de 
panfletos em comunidades que tinham problemas com gangues, 
informando que qualquer ato de delinquência geraria consequên-
cias imediatas a seus autores. Essa medida buscava a mudança das 
normas subjetivas entre os jovens. 
A segunda frente envolveu o envolvimento de líderes religiosos de 
comunidades negras em que a violênciaenvolvendo armas e drogas 
ocorria com mais frequência. Essa medida tinha por objetivo colocar 
o relacionamento entre polícia e comunidade debaixo de um guar-
da-chuva de legitimidade. Os líderes religiosos que participaram na 
mudança de percepção da polícia também participaram ativamente 
da abordagem tolerância zero, sem deixar de serem críticos da ação 
policial em favor de suas comunidades. 
Se você observar bem, vai perceber que a polícia de Boston, para 
reverter a subcultura que gerava crime e violência em seus bairros, 
articulou em seu programa de polícia comunitária vários elementos 
estudados ao longo desta unidade. Entre esses elementos estão:
O reconhecimento da norma 
subjetiva entre os jovens, 
com sua consequente 
mudança.
O reconhecimento do poder 
do grupo na modulação do 
comportamento.
O reconhecimento do 
poder da autoridade sobre 
o comportamento dos 
indivíduos.
Veja na próxima unidade como são realizadas as políticas de re-
dução de demanda.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 57
UnIdade 3
 RedUÇÃO da deManda 
e da OFeRTa de dROGaS
COnTexTUaLiZandO
Nesta unidade, você terá a oportunidade de aprofundar seus conhe-
cimentos acerca de como os fenômenos e as abordagens da Unidade 
2 podem ser articulados com aplicações práticas para a redução da 
demanda e da oferta de drogas.
3.1 RedUÇÃO da deManda
Esta aula versa sobre a redução da demanda por drogas. Então, é 
importante contar um pouco sobre quem é o demandante por drogas. 
Para isso, primeiramente, é preciso considerar que “narco” tem 
origem na expressão grega νάρκη, que significa "torpor". 
Pois bem, o demandante por drogas, também conhecido por termos 
mais técnicos como drogadito, ou por termos que evocam um esta-
tuto moral (viciado), é alguém a quem o imaginário popular associa 
historicamente ao LSD, cuja sigla advém de Lysergsäurediethylamid, 
palavra alemã para a dietilamida do ácido lisérgico, uma das mais 
potentes substâncias alucinógenas conhecidas. 
Porém, como você já deve ter testemunhado presencialmente ou pelas 
telas de TVs e celulares, hoje é comum no cotidiano das grandes ci-
dades que os usuários de crack estejam em um estado de alta excitação. 
Essa excitação se traduz por “demandar a droga” e seus respectivos 
efeitos. E demandar consiste em tentar obter, pedir, exigir, precisar. 
No ambiente de usuários de drogas, a demanda pela droga é referida 
como “fissura”. 
Tharcila Chaves e colaboradores (2011, p. 1.171), em artigo que pros-
pectou adictos de crack pela técnica de entrevista, apontam três ci-
tações acerca da demanda/fissura:
“Pistas internas: ‘Eu parei [de fumar crack], só que aí 
quando começava (sic) as brigas em casa, eu ia e fumava.’ 
(...) Pistas externas: ‘Às vezes eu pegava aquele dinheiro, 
eu falava: ‘Agora eu vou no restaurante. Vou comer’. Aí eu 
passava em frente à bocada, o pessoal me chamava e pronto. 
Aí eu comprava [crack]. Ali mesmo eu ficava.’ (...).”
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 58
“Após a retirada do crack, quando o indivíduo quer obter o 
prazer mais uma vez ou, pelo menos, não quer mais sentir o 
desconforto de ficar sem o crack: ‘A fissura, ela vem quando 
você perde aquela sensação de prazer que estava sentindo, 
tipo, você fumou, você está sentindo um puta (sic) prazer, 
está um puta (sic) negócio legal, gostoso. Do nada, ela pára. 
(...) você quer sempre aquele prazer de novo.’ (...).”
Diante disso, verifica-se que, enquanto os adictos/dependentes quí-
micos (de crack ou de outras drogas psicoativas) estiverem fora de si, 
em estado de torpor ou de excitação, são considerados incapazes de 
praticar de forma livre e consciente os atos da vida civil perante a lei.
Veja o que diz o Código Civil Brasileiro, no art. 4º, inciso II:
“Na vigência do uso de crack, a fissura como um de seus 
efeitos. Esse tipo de fissura parece ter forte relação com os 
binges de consumo de crack: ‘Não existe uma [pedra] só. 
(...) você nem terminou a primeira [pedra], você já está 
pensando como você vai fazer para pegar a segunda.’ (...)”.
Código Civil Brasileiro
Art. 4º
Inciso II. São incapazes a certos atos ou à maneira de os exercer os 
ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido.
A lei brasileira, inclusive, prevê que aqueles que, por causa transi-
tória ou permanente não puderem exprimir a sua vontade, fiquem 
sujeitos à assistência de curador nomeado judicialmente. Isso vale 
para o embriagado, o usuário de crack e também para alguém que 
esteja tendo alucinações provocadas por LSD.
A incapacidade permanente ou temporária do dependente 
químico também causa impactos significativos na economia 
formal e nas contas públicas. 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 59
Uma notícia publicada pelo jornal “O Globo” apresenta informações 
de que, nos últimos anos, o requerimento de benefícios ao INSS au-
mentou em 256%. Isso significa que o consumo de drogas cresce de 
forma alarmante, bem como afasta milhares de brasileiros de seus 
trabalhos e aumenta a pressão sobre os recursos humanos, materiais 
e orçamentários da Previdência pública.
Veremos adiante os fatores de proteção e de risco para as drogas – 
eles implicam a construção de políticas públicas de aplicação social 
e proteção coletiva – políticas genéricas, portanto, de redução da 
demanda. Nesse ponto, entretanto, parece oportuno enfatizar os 
aspectos referentes ao próprio indivíduo que está no processo de 
parar de demandar por drogas e as estratégias individuais para isso. 
Reduzir a demanda por drogas implica, individualmente, manter 
a cessação do uso. Uma palavra-chave desse processo é “coping” 
(palavra oriunda da língua inglesa).
Coping : sem tradução exata para a língua portuguesa, pode 
significar lidar, manejar, adaptar-se ou enfrentar. Trata-se 
de um processo de interação entre o indivíduo e o meio 
ambiente, com a função de reduzir ou suportar uma situação 
adversa que exceda os recursos do indivíduo. 
(ALMEIDA; STROPPA, 2009)
A esse respeito, vale citar novamente Tharcila Chaves e colaboradores 
(2011). Para os autores, coping tem a ver com as habilidades que a 
pessoa desenvolve com vistas ao domínio e à adaptação das situa-
ções de estresse. Dessa forma, as estratégias ou processos de coping 
permitem uma resposta, comportamental ou cognitiva, frente às 
adversidades quotidianas. A escolha da estratégia ou das estratégias 
empregadas pela pessoa em uma determinada situação depende de 
seu repertório individual e das experiências tipicamente reforçadas 
em sua trajetória pessoal. Por outro lado, as pesquisas revelam que 
pessoas dependentes de cocaína possuem dificuldade de entender 
e reconhecer as próprias emoções. Isso constitui um obstáculo ao 
desenvolvimento de habilidade de enfrentamento (coping), como 
o autocontrole. Tharcila Chaves e colaboradores concluem com um 
exemplo bastante pertinente ao presente tópico:
Nosso estudo demonstrou haver associação entre o uso de 
algumas estratégias de coping e a motivação para parar de 
usar crack, o tempo de internação e o tempo de abstinência 
desta substância. Os pacientes mais motivados parecem 
tentar fazer um esforço no sentido de controlar a fissura 
e evitar a recaída, utilizando as estratégias aprendidas 
durante o tratamento.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 60
Na medicina, nem mesmo as drogas escaparam à influência da mitologia 
grega. O mais conhecido narcótico do grupo dos opioides, a morfina, 
obteve seu nome de Morfeu, o deus grego dos sonhos. (VIANA, 2010).
Outro dado importante está no fato de os demandantes por drogas 
ilegais de hoje terem sido aqueles que fazem ou fizeram uso abusivo 
de drogas legais ontem. Nos Estados Unidos, por exemplo, 0,3% da 
população fez uso de heroína nos últimos doze meses, dessas pessoas, 
80% também fizeramuso abusivo de opioides vendidos legalmente 
com prescrição médica.
Outro aspecto importante, em relação ao dependente químico, é se 
ele, além do crime de consumo – que, diga-se de passagem, foi des-
penalizado no Brasil em 2006 –, também for praticante contumaz de 
outros crimes. Barbero e Pérez (2009) realizam uma análise de três 
hipóteses relacionadas a essa questão, quais sejam:
 � O consumo de drogas causa delinquência.
 � A delinquência causa consumo de drogas.
 � Não existe relação de causalidade entre o consumo de drogas 
e delinquência porque ambos os comportamentos são 
deflagrados por causas comuns.
As autoras argumentam que esta última hipótese é a que vem rece-
bendo mais atenção nas últimas décadas, dado que as pesquisas vêm 
mostrando que o consumo de drogas e a delinquência são causados 
pelos mesmos fatores. Para explicar as condutas de consumo e delin-
quência, o trabalho se debruça sobre questões familiares, de grupos 
de pertença e causas pessoais, muito ao estilo do que foi ministrado 
na Unidade 2 deste módulo. 
A conclusão da investigação das autoras é a de que, de fato, um 
consumidor de drogas não necessariamente se envolve com outras 
modalidades de crimes. O sentido oposto também se mostra verda-
deiro no trabalho citado, nem todo criminoso é usuário de drogas. 
Porém, em grande medida, os mesmos preditores do crime e da 
violência também predizem que alguém, em determinado momento 
de sua vida, irá se tornar um usuário de drogas ilícitas.
Nesse sentido, o Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das 
Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), em sua versão de 2020, 
pode ser instrumental para políticas de prevenção do crime, em geral, 
e de redução da demanda por drogas, em específico, na medida em que 
aponta os fatores de risco para o uso prejudicial dessas substâncias. 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 61
| fAtores de risCo pArA uso 
prejudiCiAl de drogAs
| fAtores protetivos vis-à-vis 
o uso de substâNCiAs
 � Pobreza.
 � Guerras e conflitos.
 � Falta de moradia e status de refugiado.
 � Exclusão social e desigualdade.
 � Desordem de bairros.
 � Uso de substâncias pelos pares e 
disponibilidade de drogas.
 � Problemas de saúde mental.
 � Traumas e adversidades na infância.
 � Bairros seguros.
 � Segurança física e inclusão social.
 � Ambiente escolar de qualidade.
 � Acesso a serviços de saúde.
 � Envolvimento de cuidadores e 
monitoramento sendo feito por eles.
 � Habilidades nas áreas de saúde e 
neurologia: habilidades na lida (manejo) 
de indivíduos e regulação emocional.
Tais fatores parecem ter relação direta com a redução da demanda, 
posto que constam de um documento essencialmente preditivo. 
Os fatores de risco precisam ser prevenidos ou neutralizados se 
já estiverem instalados, ou até mesmo reprimidos em situações 
extremas. De outra parte, os fatores de proteção precisam ser proa-
tivamente promovidos.
Curiosamente, os fatores de risco possuem um caráter essencialmente 
estrutural (de manejo complexo), enquanto os fatores de proteção 
parecem ser mais específicos (de manejo objetivo enquanto alvos de 
políticas públicas focadas especificamente na redução da demanda).
3.2 RedUÇÃO da OFeRTa
A Política Nacional sobre Drogas (PNAD) brasileira mudou signi-
ficantemente com o advento do Decreto nº 9.761, de 11 de abril de 
2019. Já em sua introdução, a nova PNAD destaca a ênfase das ações 
de redução da oferta, as quais incluem:
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 62
Decreto nº 9.761
de 11 de abril de 2019
As ações de segurança pública, defesa, inteligência, regulação de 
substâncias precursoras, de substâncias controladas e de drogas 
lícitas, repressão da produção não autorizada, de combate ao tráfico 
de drogas, à lavagem de dinheiro e crimes conexos, inclusive por meio 
da recuperação de ativos que financiem ou sejam resultados dessas 
atividades criminosas.
Com o referido decreto, o governo federal brasileiro passou a enfa-
tizar, no âmbito da redução de oferta de drogas, o que é denominado 
de “ciclo virtuoso”. A expressão ‘ciclo virtuoso’ é utilizada para 
designar um círculo de acontecimentos positivos que se retroali-
mentam. No polo diametralmente oposto está o ciclo vicioso. 
Gestão de 
ativos 
criminais
Fomento, 
modernização, 
capacitação e 
fortalecimento 
das polícias
Apreensão de 
bens pelas 
polícias
Em seguida, entenda como funciona o ciclo vicioso, na prevenção 
criminal.
O ciclO viRTUOSO Da POlíTica NaciONal 
SObRE DROgaS (PNaD)
|
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 63
Em prevenção criminal, um exemplo de ciclo vicioso está 
na relação desordem-medo do crime-crime-violência-
desordem. Ambientes caracterizados por desordens 
físicas e sociais geram medo do crime, afastando usuários 
legítimos. Em seguida, a ausência de atividades lícitas, ou 
dos “olhos da rua”, nas palavras de Jane Jacobs, acaba se 
tornando um fator atrativo para atividades ilegítimas ou 
antissociais que terminam gerando ambientes propícios a 
crimes menos graves e depois a crimes mais graves. Por 
fim, os ambientes são tomados pela violência, como, por 
exemplo, o assassinato de rivais, ou de consumidores que 
não efetuam o pagamento da droga, em “bocas de fumo” 
(mercados de drogas). Os ambientes marcados por medo, 
crime e violência acabam gerando mais desordens físicas 
e sociais. Tem-se, assim, um ciclo vicioso.
A lógica do ciclo virtuoso que, desde 2019, passou a 
orientar a política pública brasileira de redução da oferta 
de drogas está centrada na conversão dos bens e ativos 
das organizações criminosas (ORCRIMs) em recursos que 
venham a fortalecer as ações de repressão a essas mesmas 
organizações. Dessa forma, equipamentos, propriedades, 
veículos e os demais recursos apreendidos das ORCRIMs 
são repassados para a Secretaria Nacional Sobre Drogas 
(SENAD). Esses recursos, então, são leiloados e cerca de 
20% a 40% do valor obtido é repassado diretamente para 
as instituições policiais responsáveis pelas apreensões ou 
confisco de bens e ativos de origem criminosa. O restante do 
percentual apurado pela SENAD é utilizando para fomento, 
modernização, capacitação e fortalecimento das polícias, 
para que estas possam aumentar o número de apreensões 
e confiscos de bens e ativos. Completa-se, assim, o ciclo 
virtuoso de redução da oferta de drogas.
PodcAst TRaNScRiTO
O resultado da orientação da política de drogas, com ênfase no 
desmantelamento das organizações criminosas, inclusive com 
uso de seus próprios recursos, começa a ser expresso em números. 
Somente em ações da Polícia Federal, R$ 653,9 milhões de recursos 
de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas foram bloqueados 
em 2019. Isso representa um aumento de 44% em relação a 2018, 
quando foram bloqueados R$ 451,5 milhões em ações de mesma 
natureza. Em nota ao site R7, a Polícia Federal informou que esses 
“[...] números confirmam o empenho da instituição em promover 
a descapitalização financeira de organizações criminosas”.
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 64
Apreensão 2018 2019 Variação
Maconha 2.341 ton 9.164 ton 291%
Cocaína 24,5 kg 120,4 kg 390%
Cigarros 142.319 346.500 143%
BOs emitidos 745 893 20%
Pessoas presas 576 770 34%
É importante também enfatizar que os recursos obtidos a partir do 
leilão dos bens disponibilizados à Secretaria Nacional de Políticas sobre 
Drogas (SENAD) também podem ser revertidos em favor dos estados. 
A Lei nº 13.886, de 17 de outubro de 2019, garantiu ainda mais se-
gurança jurídica ao processo de aceleração da destinação de bens 
apreendidos ou sequestrados que tenham vinculação com o tráfico 
ilícito de drogas. Essa lei se juntou ao já referido Decreto nº 9761, 
de 11 de abril de 2019, e facilitou a venda de bens apreendidos ou 
confiscados do tráfico para que o dinheiro seja utilizado em polí-ticas públicas. Assim, joias, aeronaves, fazendas e veículos de luxo 
apreendidos em condutas criminosas associadas ao tráfico de drogas 
podem ser vendidos e investidos em ações federais e estaduais contra 
a oferta de drogas.
Os recursos obtidos com o tráfico não precisam necessariamente ser 
apenas leiloados. As armas apreendidas com criminosos podem ser 
destruídas ou doadas para as forças de segurança. Veja o que diz a 
Lei nº 13.886/2019:
Lei nº 13.886
Art. 3º. 
O art. 25 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, passa a vigorar 
com a seguinte redação:
As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e 
sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução 
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do 
Apreensões realizadas pela PRF. 
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar para 
assistir ao vídeo que trata 
da descapitalização 
do narcotráfico.
RA
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 65
Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição 
ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na 
forma do regulamento desta Lei.
§ 1º As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do 
tráfico de drogas de abuso, ou de qualquer forma utilizadas em 
atividades ilícitas de produção ou comercialização de drogas abusivas, 
ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos provenientes 
do tráfico de drogas de abuso, perdidas em favor da União e 
encaminhadas para o Comando do Exército, devem ser, após perícia 
ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com prioridade 
para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da 
unidade da federação responsável pela apreensão.
O exemplo do repasse das armas apreendidas com criminosos para 
as instituições policiais é ilustrativo do papel dessas instituições no 
ciclo virtuoso objetivado pela Nova Política Nacional sobre Drogas. 
Trata-se da superação de um paradigma outrora alicerçado quase 
que exclusivamente em políticas de cunho social. A respeito desse 
assunto, é importante revisitar um comentário de Brito e Dantas 
(2009): “a utilização exclusiva de iniciativas de prevenção criminal 
baseadas em políticas de cunho social pode limitar a eficiência da ação 
do Estado no provimento da segurança pública e na performance da 
polícia nas ações correspondentes”.
Ou seja, para prevenir o crime e o narcotráfico, não é exceção à regra, 
são necessárias ações que vão muito além do discurso hegemônico 
de que nenhuma outra ação seria efetiva fora da superação das de-
sigualdades sociais, econômicas, raciais, de gênero etc. Por essa e 
outras razões, a Nova Política sobre Drogas dirige um olhar especial 
para temas como a Inteligência de Segurança Pública (ISP). 
Um dos recursos essenciais à inteligência, sobretudo de segurança 
pública, é a vigilância. Segundo a Doutrina Nacional de Inteligência 
de Segurança Pública (DNISP), a vigilância é uma das modalidades 
de ações de busca em inteligência. 
Em termos práticos, tenha em mente que boa parte das apreensões 
de drogas e armas por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF) 
ocorre em razão da vigilância empreendida por homens e equipa-
mentos dessa instituição ao longo dos milhares de quilômetros da 
malha viária nacional. 
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar para 
assistir ao vídeo sobre 
alterações da gestão 
de ativos que geraram 
transformações na Política 
Nacional sobre Drogas.
RA
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 66
Esse é um exemplo de vigilância física que, em atividades típicas de 
polícia judiciária, se as autoridades suspeitarem que alguém está 
envolvido em atividades ilícitas podem recorrer ao ato de segui-lo.
PRF terá à disposição carro de luxo apreendido 
em operação contra a corrupção. 
Foto: Jovem Pan. 
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) 
reconhece ser a vigilância uma ferramenta de investigação ampla-
mente utilizada, embora a maioria dos países tenha posto limite a 
esse tipo de ação de busca. O direito à privacidade na própria casa, 
por exemplo, tem reconhecimento quase universal, então os países 
impõem restrições a tal intrusão. O limite de quando as autoridades 
governamentais podem entrar em espaços privados depende da juris-
dição e pode incluir causa provável, suspeita razoável, fundamentos 
razoáveis e prováveis e geralmente requer autorização judicial prévia.
Vigilância de áudio Vigilância visual Vigilância de 
rastreamento
Vigilância de dados
Escuta telefônica Câmeras de vigilância 
oculta
Aparelhos de localização 
georreferenciada (GPS)
Computudores e internet 
(spyware e cookies)
Roteamento de 
conversação humana 
usando a internet ou 
qualquer outra rede de 
computadores baseada 
no Protocolo de Internet 
(VOIP - Voice over 
Internet Protocol)
Dispositivos de escuta 
(ex.: escuta ambiental)
Câmeras embarcadas 
em veículos
Câmeras corporais
Circuito fechado de TV 
(CCTV)
Câmeras infravermelhas
Dispositivo de 
identificação de 
radiofrequência
Dispositivo para 
leitura de informação 
biométrica 
(ex.: leitura de retina)
Telefones portáteis
Telefones móveis
Dispositivos de 
monitoramento de 
teclados (keystroke 
monitoring)
Tipos e exemplos de 
vigilância eletrônica
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 67
Um tipo de vigilância essencial para a atividade de ISP contra o nar-
cotráfico e o crime organizado é a vigilância eletrônica, a qual tem 
natureza intrusiva, principalmente quando realizada por meio de 
escuta eletrônica. O UNODC orienta que, nos países em que for per-
mitida, a vigilância eletrônica só pode ser considerada quando os 
meios menos invasivos tiverem sido esgotados ou ineficazes, ou 
quando nenhuma alternativa razoável para obter provas possa ser 
oferecida, dadas as circunstâncias do caso. 
Um exemplo para representar essa vigilância é a possibilidade de a polícia 
invadir o WhatsApp para obter provas sobre algum suspeito de tráfico.
Foto: © [tashatuvango] / Adobe Stock.
Ainda de acordo com o UNODC, a vigilância eletrônica desempenha 
uma função semelhante às operações veladas, mas permite a coleta 
de uma gama mais ampla de evidências. É o método de investigação 
preferido quando um grupo criminoso organizado não pode ser 
penetrado por um estranho ou quando a infiltração física ou vigi-
lância representam um risco inaceitável para a investigação ou para 
a segurança dos investigadores. Dada a sua intromissão, a vigilância 
eletrônica está sujeita a um estrito controle judicial e salvaguardas 
legais para prevenir abusos e limitar a invasão de privacidade.
Como se vê, a vigilância é essencial à atividade de ISP contra as orga-
nizações criminosas envolvidas na oferta de drogas. Isso vale tanto 
para a vigilância física, realizada por uma agência de policiamento 
ostensivo, como a Polícia Rodoviária Federal, quanto para a vigilância 
eletrônica, realizada pelas polícias investigativas. Para os dois casos, 
a realização de vigilância depende do investimento na qualificação 
de agentes e na compra de equipamentos. 
Portanto, resta evidente o potencial de impacto do uso dos recursos 
e ativos das organizações criminosas para o fortalecimento das or-
ganizações policiais com o fechamento do ciclo virtuoso de redução 
da oferta de drogas.
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 68
O Decreto nº 9.662, de 1º de janeiro de 2019, Anexo I, ao descrever 
as competências da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas 
(SENAD), já antecipava a guinada da expressão legal da Política sobre 
Drogas no país. Note que esse decreto foi editado em janeiro de 2019, 
enquanto o Decreto nº 9.761/2019 seria editado em abril e a Lei nº 
13.886/2019 somente viria a ser promulgada em outubro daquele ano.Nas competências da SENAD, está implícita a ênfase da gestão dos 
recursos e ativos das organizações criminosas, de forma que as agên-
cias policiais pudessem ser fortalecidas para combatê-las: 
Decreto nº 9.662
de 1º de janeiro de 2019
Anexo I. 
À Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas compete:
VI. Indicar bens apreendidos e não alienados em caráter cautelar, a serem 
colocados sob custódia de autoridade ou de órgão competente para 
desenvolver ações de redução da demanda e da oferta de drogas, 
IX. Executar ações relativas à gestão de ativos no âmbito da Política 
Nacional sobre Drogas e aos programas federais de políticas sobre drogas.
Por fim, repare que essas atribuições da SENAD estão em linha com 
o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, da Organização das 
Nações Unidas, particularmente a meta 16.4, qual seja:
Até 2030, reduzir significativamente os fluxos financeiros 
ilícitos e de armas, fortalecer a recuperação e devolução 
de bens roubados e combater todas formas de crime 
organizado, está no cerne da resposta ao combate ao 
tráfico de drogas.
(ONU, 2021).
Siga para a próxima unidade, e continue seus estudos.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 69
UnIdade 4
LaVaGeM de dInHeIRO 
e FInanCIaMenTO de 
ORGanIZaÇÕeS CRIMInOSaS
COnTexTUaLiZandO
Você está lembrado da afirmação de Ferro Júnior e Dantas (2011) 
sobre o fato de ser o dinheiro “o sangue que corre nas veias do nar-
cotráfico”? Pois bem, nesta unidade, você terá a oportunidade de 
aprofundar um pouco mais seus conhecimentos sobre dois temas 
introduzidos no Módulo 1: a lavagem de dinheiro e o financiamento 
das organizações criminosas. 
4.1. FinanCiaMenTO de 
ORGaniZaÇÕeS CRiMinOSaS
Financiamento é o dinheiro que um determinado indivíduo ou em-
presa necessita para alguma finalidade econômica (empreendimento). 
Pode ser considerado simplesmente o processo de obtenção de fundos 
ou, ainda, o arranjo para que o dinheiro seja obtido por alguém e 
pago posteriormente ao agente financeiro. A expressão, portanto, 
é essencialmente abrangente quanto aos possíveis objetos da sua 
aplicação (o que está sendo financiado). 
Os agentes financeiros, igualmente, podem ser tão diversos quanto 
um governo central ao financiar um determinado programa, plano 
ou política de um ente federativo. Os mecanismos de financiamento 
não são diferentes no mundo da ilicitude. Drogas ilícitas são passí-
veis de financiamento em sua produção, processamento, transporte, 
distribuição e atividades retalhistas nos respectivos mercados em 
que são consumidas por seus usuários e/ou dependentes químicos.
O financiamento dessas atividades, de maneira óbvia, acontece 
pela rentabilidade e liquidez vantajosas das atividades do mercado 
de drogas ilícitas, em oposição ao que é lícito e seguro no mercado 
tradicional (usualmente com menor liquidez e rentabilidade do que 
em transações ilícitas).
O professor Pery Shikida, um estudioso da economia do crime, nos 
últimos vinte anos tem se notabilizado pelos trabalhos de pesquisa 
que vem realizando com detentos. Os resultados de suas pesquisas 
têm desafiado o senso comum ao revelar que os criminosos ligados ao 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 70
que ele define como crimes lucrativos ou econômicos (furto, tráfico de 
drogas, entre outros) não se reconhecem como vítimas da sociedade. 
Pelo contrário, as muitas centenas de pessoas entrevistadas por ele 
afirmam que entram para o mundo do crime pela rentabilidade de 
suas ações criminosas; ou seja, para ganhar muito dinheiro. 
Para saber mais sobre os estudos do professor Shikida, 
assista à entrevista que ele concedeu ao programa 
“Dentro da Lei” do canal da Gazeta do Povo no 
YouTube, disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=6XhzpU1-hcU&feature=youtu.be.
Saiba MaiS
Do retorno dos investimentos ilícitos, advêm ativos financeiros. 
Os ativos financeiros usualmente são dinheiro em espécie, que, 
por sua vez, é obtido através de operações ilícitas. Esse dinheiro 
“sujo” implica no fenômeno da “lavagem de dinheiro”, sendo 
transformado em “dinheiro limpo”, ao ser integrado ao mercado 
financeiro e lícito. Um exemplo de operações do tipo é a compra de 
bens de luxo ou imóveis pagos com dinheiro em espécie e que, ao 
fim, passam a estar devidamente documentados.
4.1.1 a PRODUçãO DE cAnnAbis E cOcaíNa
O fenômeno econômico das drogas e de seu financiamento lícito 
tem feições próprias nos lugares em que já aconteceu a liberação de 
subprodutos de drogas atualmente ilícitas no Brasil, como no caso 
da Cannabis. Assim ocorre nos Estados Unidos da América (EUA) e 
no seu estado do Colorado. 
Fruto de um “ambiente econômico liberacionista”, empresas que 
comercializam subprodutos farmacêuticos da Cannabis (a exemplo, 
o canabidiol) já estão posicionadas oficialmente em bolsas de valores 
dos EUA e Canadá. Ainda que, indiretamente, até mesmo brasileiros já 
possam investir em tais negócios (iguais aos cidadãos de outros países).
Tratar do financiamento das organizações criminosas, particular-
mente no caso em que o “empreendimento” é a produção de drogas 
atualmente de uso ilícito no país, sobretudo cocaína e Cannabis (drogas 
ilícitas majoritariamente usadas no Brasil), envolve primariamente 
o custo do cultivo destas duas espécies vegetais: Erythroxylum coca 
(insumo natural da cocaína) e Cannabis sativa (espécie vegetal que 
origina a “erva” conhecida como maconha).
glossáRio
O canabidiol é uma substância extraída 
da planta da maconha que atua no 
sistema nervoso central, sendo útil no 
tratamento de doenças psiquiátricas ou 
neurodegenerativas, como esclerose 
múltipla, esquizofrenia, mal de Parkinson, 
epilepsia ou ansiedade.
https://www.youtube.com/watch?v=6XhzpU1-hcU&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=6XhzpU1-hcU&feature=youtu.be
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 71
Foto: © [Elroi] / Adobe Stock.
O tema passa a ser ainda mais complexo ao considerar que o cultivo 
da Erythroxylum coca está relacionado com hábitos ancestrais dos 
povos nativos da chamada “América Andina” (como os povos aimará 
e quíchua), o que inclui a Colômbia, Peru e Bolívia. 
Sobre a questão dos hábitos ancestrais, veja um exemplo: Evo Morales, 
ex-presidente da Bolívia, ao falar da cocaína disse que “se trata de 
uma folha de coca. Esta não é a cocaína. Isso representa a cultura dos 
povos indígenas da região andina”.
Na Bolívia, a legislação do país reconhece o uso tradicional da folha 
de coca, tanto para mascar quanto para a manufatura de bebidas e 
alimentos, sem esquecer seu uso ritual pela população nativa (tão 
majoritária que a Bolívia se denomina constitucionalmente como 
“Estado Plurinacional”). A Organização das Nações Unidas (ONU) 
reconheceu a legalidade dessa utilização cultural da folha de coca na 
Bolívia, muito embora tenha vedado a sua exportação, por classificá-la 
como substância de uso narcótico. 
Tal situação já não acontece com a Cannabis no Brasil, já que não 
existe, via de regra, outra utilização dela que não seja como droga 
psicoativa de uso ilícito.
Diferentemente do que acontece na Bolívia com a Erythroxylum coca, 
no Brasil a Cannabis sativa é de cultivo vedado, na conformidade da 
legislação que trata do tema. Entretanto, para produzir Cannabis, 
geralmente vendida in natura, é necessário tão somente obter uma 
área agricultável, fazer o cultivo (envolvendo água, mão de obra 
intensiva, defensivos agrícolas e sementes modificadas genetica-
mente em prol de um maior grau de prevalência de tetrahidroca-
nabinol), colher, secar, transportar e comercializar. Bem diferente 
da maconha/Cannabis, comercializada pura, a folha de coca precisa 
passar por alguns estágios de produção, inclusive com a utilização 
de substâncias ditas precursoras.
glossáRio
O tetrahidrocanabinol, também chamado 
de THC, Δ⁹-THC, é a principal substância 
psicoativa encontrada nasplantas do 
gênero Cannabis.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 72
Assim, em que pese praticamente toda a produção da folha de coca 
ocorrer nos países andinos, vizinhos do Brasil, o processamento 
de seu princípio ativo para a obtenção da cocaína e derivados pode 
ocorrer em qualquer lugar do mundo. Nesses termos, nem mesmo 
a Europa, distante geograficamente dos centros produtores da 
folha de coca, escapa da produção de cocaína e derivados entre suas 
fronteiras. A situação se torna ainda mais grave dado o pacote de 
crimes conexos que acompanham o mercado das drogas ilegais.
Os desafios enfrentados pelos 27 Estados-membros da União Euro-
peia (UE) com o mercado das drogas é detalhado no site da Agência 
Policial da UE (Europol), o qual reporta que os mercados de drogas 
continuam sendo os maiores mercados criminosos no território sob 
os auspícios da UE. Mais de um terço dos grupos criminosos ativos 
na UE estão envolvidos na produção, tráfico ou na distribuição de 
vários tipos de drogas.
O comércio de drogas ilícitas gera lucros de bilhões de euros para 
os grupos envolvidos no mercado das drogas na União Europeia, 
cujo varejo tem um valor estimado em pelo menos 24 bilhões de 
euros por ano. 
Foto: © [Mipan] / Adobe Stock.
Os imensos lucros gerados a partir do comércio de drogas financiam 
várias outras atividades criminosas que permitem que as orga-
nizações criminosas (ORCRIMs) prosperem e desenvolvam seus 
empreendimentos criminosos em prejuízo da saúde, prosperidade 
e segurança dos cidadãos da UE.
Um fator bastante relevante reportado pela Europol é a 
dependência que as ORCRIMs ligadas ao tráfico de drogas possuem 
da corrupção para facilitar suas atividades. 
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 73
Ademais, para financiar e desenvolver seus “negócios”, o tráfico de 
drogas, além da corrupção, se utiliza de um emaranhado de outros 
crimes na UE. 
Entre esses crimes com relação ao tráfico de drogas, estão: 
 � O uso de documentos fraudulentos para importação falsa. 
 � O registro de empresas de fachada. 
 � A adulteração de certificados para esconder a importação de 
drogas ilícitas entre bens legais.
 � O registro legal de equipamentos que depois são usados como 
parte de processos de produção de drogas ilícitas. 
Se o financiamento do tráfico, sobretudo transnacional, como é o caso 
da UE, na escala macro de sua logística, está mais associado a delitos 
como o crime do colarinho branco e o tráfico de pessoas, no nível local, 
como é o caso do Brasil, esse financiamento apresenta uma face um 
tanto quanto mais violenta. Isso pode ser observado nas explosões 
de caixas eletrônicos e mesmo no roubo no transporte coletivo. 
4.2 LaVaGeM de dinHeiRO
No Brasil, como nas demais nações signatárias da Convenção de 
Viena de 1988, esconder recursos legais ou ilegais é uma conduta 
tipificada como crime.
O artigo 1º da Lei nº 9.613/1998 define este crime, que também abrange 
a ocultação de bens, direitos e valores, a saber:
glossáRio
A Convenção de Viena de 1988 foi contra 
o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e 
Substâncias Psicotrópicas.
Lei nº 9.613/1998
Art. 1º. 
Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, 
direta ou indiretamente, de infração penal.
Perceba que o crime de lavagem de dinheiro não precisa ser ne-
cessariamente antecedido por crimes relacionados ao tráfico de 
drogas. Em que pese o foco inicial da Convenção de Viena ter sido 
esse, inclusive também o foco da legislação brasileira, hoje a la-
vagem de dinheiro (e condutas criminais conexas) constitui um 
crime por si. Existem razões para que isso seja assim. Uma dessas 
razões está na multiplicidade de origens e destinos do dinheiro 
“sujo”, a exemplo do terrorismo.
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 74
Diante do que estamos estudando, leia o verso abaixo da 
música “Pecado Capital”, de Paulinho da Viola. 
diNheiro NA mão é veNdAvAl
É vendaval
Na vida de um sonhador
De um sonhador
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou
O terrorismo parece algo distante da realidade brasileira, principal-
mente quando imaginado nos padrões enviesados retratados pela 
mídia ou pelo cinema. Há alguns anos, um artigo publicado no jornal 
“The Washington Times” por Alexander e Dantas (2005) mostrou 
que a situação é um tanto quanto diferente.
Primeiramente, o artigo aponta que seria apenas questão de 
tempo para ocorrer, em outro lugar do planeta, um ataque 
semelhante ao ocorrido em 11 de setembro em Nova York 
e Washington. Os autores também trazem a lembrança de 
que brasileiros já foram vítimas de atentados terroristas 
ou de ações contra terroristas no exterior apenas porque 
estavam no lugar errado e na hora errada. Ademais, o artigo 
segue contextualizando os desafios impostos pelos Jogos 
Olímpicos Pan-americanos de 2007 no Rio de Janeiro. 
Particularmente, dois pontos destacados no artigo do 
Washington Times, e de interesse imediato deste curso, 
são: a expansão do nexo entre crime e grupos terroristas 
em atividades ilegais, como drogas, tráfico, contrabando 
e lavagem de dinheiro; e “o possível ‘transbordamento’ 
terrorista da área da tríplice fronteira entre Brasil, 
Argentina e Paraguai”. 
PodcAst TRaNScRiTO
Curso FRoNt
MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 75
Sobre a tríplice fronteira sul do Brasil, o artigo indica que 
essa é uma região conhecida pelos crimes de tráfico de 
armas, tráfico de drogas, contrabando, fraude monetária, 
lavagem de dinheiro e fabricação e transporte de 
mercadorias pirateadas. Mas não apenas isso, também 
é chamada a atenção para os vários relatórios de 
inteligência à época que mencionaram o fato de que a 
América Latina poderia ser palco de atividades de grupos 
como Hamas, Hezbollah e Al Qaeda. Ou seja, como os 
próprios autores concluem: “o potencial de colaboração 
entre criminosos brasileiros e terroristas estrangeiros 
é possível, senão provável.” Esse cenário parece ainda 
mais factível diante das ações do narcoterrorismo na 
fronteira norte e noroeste do Brasil, região bem próxima 
de onde facções criminosas do narcotráfico realizaram 
decapitações e extrações de corações de inimigos no 
epicentro da crise dos presídios em 2019. Isso sim está 
dentro do estereótipo dos grupos terroristas retratados 
com frequência pela mídia, como o Estado Islâmico.
Existem outros estudos que mostram a relação entre o crime orga-
nizado e o terrorismo na América Latina.
Para saber mais sobre as relações entre o crime 
organizado e o terrorismo na América Latina, você pode 
acessar uma palestra ministrada pelo professor espanhol 
David Odalric de Caixal i Mata, no I Congresso de Ciências 
Policiais organizado pela Polícia Militar do Distrito 
Federal, disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=D3KHs-PYIbM
Dica DE MíDia
Não obstante ao que já foi apresentado nesta aula, talvez você ainda 
esteja se perguntando: por que tratar de terrorismo dentro de um 
curso de narcotráfico e crime organizado, ainda mais quando o tópico 
é lavagem de dinheiro? 
https://www.youtube.com/watch?v=D3KHs-PYIbM
https://www.youtube.com/watch?v=D3KHs-PYIbM
Curso FRoNt
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Essa, sem dúvida, é uma questão legítima, e a ex-tradutora do FBI, 
Sibel Edmonds (2020), a responde de forma bem direta:
Você chega a um ponto em que tudo fica muito complexo, 
em que há atividades de lavagem de dinheiro, atividades 
relacionadas a drogas e atividades de apoio ao terrorismo 
convergindo em certos pontos e se tornando uma só. 
(EDMONDS, 2020).
As organizações terroristas também necessitam de dinheiro para 
financiar os ataques a seus alvos. Os recursosque alimentam as ati-
vidades de grupos terroristas podem advir de diversas fontes. 
Fato peculiar é que os terroristas, em regra, não procuram disfarçar a 
origem de seus recursos. Por outro lado, desenvolvem maneiras de con-
ciliar o destino de seus recursos ao propósito para o qual foram coletados. 
Ainda assim, as técnicas empregadas pelos terroristas e por suas or-
ganizações para esconder recursos são muito parecidas com aquelas 
utilizadas pelos demais criminosos envolvidos com a lavagem de dinheiro.
Por isso, a aplicação de técnicas de investigação e de inteligência no 
contexto da lavagem de dinheiro constitui um caminho eficaz para 
prever, detectar e desarticular tanto as ações terroristas quanto as 
atividades comuns.
Por incrível que pareça, talvez o criminoso que possua o modus operandis 
mais semelhante ao terrorista quando o assunto é lavagem de dinheiro 
seja o corrupto. O corrupto, diferentemente da maioria dos chefes do 
tráfico, não vive escondido. Pelo contrário, tal qual o terrorista, ele 
busca se inserir o mais intrinsecamente possível no tecido social. 
O Ministro Luiz Fux (2012), do Supremo Tribunal Federal, sintetiza 
bem esse quadro quando assevera que, a partir do momento em que 
a parte recebe o dinheiro por corrupção, ela não vai guardar esse 
dinheiro num armário nem numa estante, ela vai tentar integrá-lo 
à economia. Ou seja, enquanto os líderes do tráfico, em geral, cons-
troem verdadeiras fortalezas nas favelas, o corrupto compra, com 
dinheiro ilícito, obras de arte ou produtos de luxo para revendê-los 
em seguida, para dar a aparência de uma operação comercial legal.
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 77
Mansões dos chefões da Rocinha são 
ilhas de luxo na favela. 
Foto: Veja (2011). 
Antes de encerrar esta aula, é importante abordar adicionalmente al-
gumas questões técnicas acerca da lavagem de dinheiro. Como citado 
no início da aula, no Brasil, esse crime e suas nuances estão previstos 
na Lei nº 9.613/1998.
Em poucas palavras, o crime de “lavagem” ou ocultação de 
bens, mais conhecido como lavagem de dinheiro, diz respeito ao 
ato de ocultar ou dissimular a origem ilícita de bens ou valores 
que sejam fruto de crimes. A expressão lavagem de dinheiro 
está relacionada à origem ilícita dos recursos, que precisam ser 
lavados para se tornarem limpos. 
A legislação prevê pena de três até dez anos de reclusão e multa para 
esse tipo de prática. Também prevê penas maiores para os casos nos 
quais o crime ocorra de forma reiterada ou por intermédio de orga-
nização criminosa. A reprimenda pode ser ainda maior a depender 
de fatores como o cometimento de outros crimes e a associação de 
seus autores com outros criminosos. Contudo, se o autor do crime 
colaborar espontaneamente com a Justiça, sua pena pode ser reduzida 
em até ⅔, além de poder contar com outras alternativas de pena que 
não seja a reclusão em presídio.
Veja o que diz a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, sobre a tipificação 
e a punição dos crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, 
direitos e valores:
Lei nº 9.613
de 3 de março de 1998
Art. 1º. 
Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores 
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal (redação 
dada pela Lei nº 12.683, de 2012).
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 78
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa (redação dada pela 
Lei nº 12.683, de 2012).
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a 
utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: 
(redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I. os converte em ativos lícitos;
II. os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, 
guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
III. importa ou exporta bens com valores não correspondentes 
aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (redação dada pela Lei nº 
12.683, de 2012)
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou 
valores provenientes de infração penal (redação dada pela Lei nº 
12.683, de 2012);
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo 
conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é 
dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do 
Código Penal.
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes 
definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por 
intermédio de organização criminosa (redação dada pela Lei nº 
12.683, de 2012).
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida 
em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de 
aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de 
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente 
com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à 
apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores 
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do 
crime (redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012).
Assim, chegamos ao fim de mais um módulo. Até aqui você percorreu 
um caminho pelo conhecimento da economia envolvida no mercado 
drogas, o qual contemplou:
 � As noções e os conceitos essenciais à temática da 
economia das drogas.
 � Os fatores psicológicos, sociais, culturais e econômicos relevantes 
para a identificação de fatores que preveem o envolvimento dos 
indivíduos com a violência, o crime e as drogas.
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MÓDULO 2 - ECONOMIA DAS DROGAS, DINÂMICA DO NARCOTRÁFICO E CRIMES CONEXOS 79
 � As características gerais do perfil do demandante por drogas e do 
perfil do ofertante de drogas.
 � Os aspectos legais e operacionais relacionados à lavagem de 
dinheiro e ao financiamento das organizações criminosas.
80
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