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Antimicrobianos (Farmacologia)

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1 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
ANTIMICROBIANOS 
São substâncias que suprimem o crescimento de microrganismos 
responsáveis por infecções. Apesar deste aspecto comum diferem 
marcadamente em suas propriedades físicas, químicas, farmacológicas e 
espectro de ação. 
Qual é a diferença entre bacteriostático e bactericida? 
- Bacteriostáticos: grupo de drogas que inibe ou reduz a proliferação 
de microrganismos, necessitando do sistema imunológico do 
organismo para matar os patógenos. 
- Bactericidas: grupo de drogas que matam os microrganismos. 
Obs: em pacientes imunocomprometidos, os bacterioestáticos, se 
usados isolados, não possuem tanta eficiência no combate de eventuais 
infecções. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
1) Inibidores da síntese da parede bacteriana; 
2) Desagregadores de membrana celular; 
3) Interferentes na função ribossomal; 
4) Inibidores da função nuclear; 
5) Antimetabólicos. 
OBS: Drogas que agem no 1, 2 e 4 são bactericidas. Já as que agem no 3 e 5 
são bacteriostáticas. 
Suscetibilidade e Resistência: o agente infeccioso é considerado sensível 
quando é possível atingir concentrações suficientes para inibir seu 
crescimento. 
Três fatores devem ser avaliados na resistência: 
1) A droga não atingiu seu alvo; 
2) A droga foi inativada; 
3) O alvo foi alterado. 
Não Suscetibilidade x Resistência: A não suscetibilidade bacteriana não é 
algo adquirível como a resistência. 
A Formação de resistência pode ser favorecida por: 
1) Posologia subótima; 
2) Tempo inadequado de tratamento; 
3) Indicação inadequada. 
 
2 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Na escolha do antimicrobiano existem 3 tipos de terapias que podem ser 
definidas: 
1) Profilaxia ou prevenção: 
Ex1.: suponha um indivíduo que vai se submeter a uma cirurgia que 
contém risco de infecção. Antimicrobianos podem ser prescritos para 
esse paciente evitar possíveis infecções. 
Ex2: o indivíduo vai viajar para uma região endêmica de malária, 
nesse caso é recomendável que ele faça uso de antimaláricos como 
prevenção, sem sequer ser contaminado com o protozoário. 
2) Empírica de amplo espectro: 
3) Terapia objetiva de baixo espectro: 
 
Além disso, devemos considerar na escolha do antimicrobiano: 
1) A sensibilidade do agente in vitro. 
2) O local da infecção; 
3) Via de administração; 
4) O estado imunológico do paciente. 
5) Idade do paciente; 
6) Fatores genéticos; 
7) Gravidez; 
8) Alergia a medicamentos; 
9) Distúrbios do SNC; 
10) Efeitos colaterais relevantes em cada caso. 
 
 
CLASSES DE ANTIMICROBIANOS: 
SULFONAMIDAS: 
Foram os primeiros quimioterápicos sistêmicos a serem introduzidos na 
prática clínica (anos 30). São agentes bacteriostáticos com espectro 
semelhante, mas com marcadas diferenças farmacocinéticas. 
Seu mecanismo de ação baseia-se na inibição da síntese de folato pelas 
bactérias. Para tanto inibem competitivamente a enzima diidropteroato 
sintase. Esta enzima cincorpora o PABA ao ácido dihidropteróico (precursor 
do folato) 
São bem absorvidas no TGI. Distribuem-se bem por todos os tecidos 
corporais e passam rapidamente a barreira placentária. Competem por sítios 
de ligação na albumina sérica. A metabolização hepática é por acetilação e 
 
3 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
glicuronidação. A eliminação é renal e sua meia-vida sofre interferência da 
função desta via. 
PREPARAÇÕES DE SULFONAMIDAS: 
1) Ação rápida: 
- Sulfisoxazol (em desuso): solúvel na urina e excretado 
rapidamente. 
- Sulfadiazina: pouco solúvel na urina, menor ligação às 
proteínas. Usada em infecções por nocardia, toxoplasma e F. 
reumática. Administrada 4X ao dia. 
- Trissulfapirimidinas: (pouco uso) preparações com 3 sulfas 
visando manter a solubilidade na urina. Administradas 4X ao 
dia. 
 
2) Ação intermediária: 
- Sulfametoxazol: menos solúvel que o sulfisoxazol, excreção 
mais lenta, melhor nível sanguíneo. Devido ao risco de 
cristalúria, deve-se garantir alto débito urinário. Administrar 2X 
dia. 
- Sulfasalazina: pouco absorvida no TGI onde é metabolizada 
à sulfapiridina. Indicado como adjuvante na doença de Crohn e 
colite ulcerativa. 
 
3) Ação prolongada: muito tóxicas (em desuso). 
4) Uso tópico: 
- Sulfadiazina de prata: muito usada em queimaduras. 
Menos usada: uso ocular e vaginal. Sua forma oral é 1a escolha 
em toxoplasmose, associada a pirimetamina. 
- Sulfacetamina: preparações para uso ocular e vaginal. 
 
EFEITOS ADVERSOS: 
- A incidência geral é de cerca de 5 % 
- Os principais são: 
1. Distúrbios Renais; 
2. Anemia Hemolítica Aguda (inferior a 0,05%); 
3. Agranulocitose (inferior a 0,1%); 
4. Aplasia de Medula (incomum, mas ocasional em SIDA); 
5. Reações de Hipersensibilidade; 
 
4 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
6. Reações Gastrintestinais. 
 
 
TRIMETOPRIM: 
Inibe outra etapa da síntese de folato: a enzima dihidrofolato redutase. 
Atualmente, raramente o Sulfametoxazol é prescrito isoladamente, devido a 
alta porcentagem de microrganismos resistentes a esta droga. Dessa forma, 
é realizado com frequência a associação com Trimetoprim. Essa associação 
apresenta suas peculiaridades: 
1. Maior incidência de distúrbios renais. 
2. Indução de deficiência de folato. 
3. Maior incidência de distúrbios hematológicos. 
4. Síndrome de Stevens-Johnson. 
A resistência as sulfonamidas encontra-se francamente disseminada. Sua 
utilidade permanece em: 
- Infecções urinárias (aguda não complicada, recorrente, pielonefrite, 
síndrome uretral com piúria). 
- Infecções intestinais por S. typhy, sendo eficaz em eliminar estado 
de portador. 
- Shigeloses, especialmente nas induzidas por cepas resistentes a 
ampicilina. Diarréia infantil causada por E. coli e na profilaxia da 
diarréia dos viajantes. Cólera. 
- Bronquite aguda, sinusite e pneumonia, causadas por germes 
sensíveis. Exacerbação aguda da bronquite crônica. Pneumonia por P. 
carinii. 
- Quimioprofilaxia dessa condição, combinada com antiretrovirais, 
aumenta a sobrevida de pacientes com SIDA. 
- Otites médias agudas em crianças, causadas por S. pneumoniae, B. 
catarrhalis e H. influenzae. Paracoccidiodomicose (70 a 90% de 
efetividade). 
Cautela em pacientes com deficiência de glicose-6- fosfato desidrogenase, 
porfiria, insuficiências renal ou hepática, asmáticos e pacientes com 
deficiência de folato (idosos, alcoólicos, pacientes em tratamento com 
anticonvulsivantes). 
 
5 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Podem ocorrer reações alérgicas severas ou discrasias sanguíneas. Deve-se 
interromper o tratamento aos primeiros sinais de rash cutâneo e promover 
contagens sanguíneas nos tratamentos prolongados. 
Deve-se manter hidratação adequada a fim de prevenir cristalúria. Portadores 
de SIDA se mostram mais susceptíveis aos efeitos adversos, apresentando 
febre, leucopenia e hepatite. Pode causar hipoglicemia, particularmente em 
mal nutridos ou com insuficiências hepática ou renal. Cautela no final da 
gestação e na lactação, pois pode causar icterícia em neonatos (quadro de 
kernicterus). Categoria de risco para gestação C. 
 
MACROLÍDEOS 
Os representantes são: eritromicina, claritromicina e azitromicina. São 
formados por anel lactona ao qual se ligam um ou mais açucares. 
São bacteriostáticos. São efetivos principalmente contra cocos gram-
positivos. Apresentam resistência cruzada dentro do grupo. Esta, pode surgir 
intra tratamento. 
Claritromicina é o mais efetivo do grupo contra estrepto- e estafilococos. 
Já azitromicina é mais efetiva contra H. influenza e neisséria sp. 
Eritromicina é segunda escolha na profilaxia da febre reumática. 
Mecanismo de Ação: Inibem a síntese proteica bacteriana por ligar-se de 
modo reversível a subunidade 50 S do ribossomo bacteriano. Bactérias gram-
positivas acumulam 100 vezes mais eritromicina do que gram-negativas. 
Resistência bacteriana aos Macrolídeos:pode ocorrer por 3 mecanismos: 
1. Efluxo ativo: a bactéria cria um carreador em sua membrana que 
ejeta a droga para fora de seu interior. 
2. Metilação do sítio de ligação ribossomal da droga: diminuindo a 
afinidade do macrolídeo com o microrganismo. 
3. Hidrólise do macrolídeo por esterases. 
Farmacocinética dos Macrolídeos: A absorção no TGI é incompleta e 
prejudicada pelo pH ácido. Claritromicina é a menos afetada por essa 
inativação no pH mais baixo. 
Não possuem boa penetração no líquor, tem dificuldades de atravessar a 
barreira hematoencefálica. Dessa forma, os macrolídeos não são usados para 
tratar infecções no SNC. 
A eliminação varia para cada representante: 
1. Eritromicina: ativo na bile. Sofre recirculação enterohepática, ou 
seja, uma fração da droga é reabsorvida e volta à circulação sanguínea. 
 
6 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
2. Azitromicina: maior parte biliar e fração renal. 
3. Claritromicina: tanto renal quanto metabolização hepática. 
Indicações dos Macrolídeos: são utilizados como alternativa terapêutica em 
pacientes alérgicos à penicilina, nas seguintes condições: 
1. infecções do trato respiratório por estreptococos do grupo A, 
2. pneumonia por S. pneumoniae, 
3. prevenção de endocardite após procedimento odontológico, 
4. infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes), 
5. profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica), 
6. Raramente como alternativa para o tratamento da sífilis. 
Efeitos adversos dos Macrolídeos: Em geral, são bem tolerados. A 
eritromicina é o representante que mais causa distúrbios gastrointestinais 
(cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia.). Potencializam as ações de 
digoxina, carbamazepina, midazolam, anticoagulantes orais e 
metilprednisolona entre outras. 
Claritromicina e azitromicina podem ocasionalmente causar cefaléia, 
tonteira e surdez reversíveis e dose-dependente. Há relatos de hepatite 
colestática acompanhada por febre, dor abdominal, eosinofilia, 
hiperbilirrubinemia e elevação de transaminases com o uso de estolato de 
eritromicina (mais comum em adultos, principalmente gestante), entretanto 
com o uso de azitromicina e claritromicina as alterações são bem mais 
discretas e em menor freqüência. Raramente ocorrem reações alérgicas 
graves. 
 
TETRACICLINAS: 
Grupo de bacteriostáticos de amplo espectro. Todos derivam de um núcleo 
de 4 anéis. Os principais representantes são: tetraciclina, metaciclina, 
doxiciclina e minociclina. 
Mecanismo de ação das Tetraciclinas: Ligam-se, de maneira reversível, à 
porção 30S do ribossoma, bloqueando a ligação do RNA transportador, 
impedindo a síntese protéica. 
Resistência Bacteriana as Tetraciclinas: deriva de: 
1. Mudança do sítio de ligação; 
2. Eliminação ativa; 
 
7 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
3. Redução da absorção da droga (principal): através de um 
espessamento da membrana plasmática. 
Farmacocinética das Tetraciclinas: A absorção é prejudicada em pH 
alcalino. Evitar administração conjunta com antiácidos, leite e ferro. Em 
altas doses ultrapassam adequadamente a barreira hematoencefálica. 
Possuem mecanismo de re-circulação hepática e eliminação posterior renal. 
Frações maiores de doxiciclina são encontradas nas fezes, enquanto 
minociclina possui ampla metabolização hepática. 
Uso das Tetraciclinas: Bastante restrito por causa da ampla resistência. 
Podem ser utilizadas no tratamento de infecções causadas por clamídias, 
riquétsias, cólera, brucelose e actinomicose. 
São alternativas no tratamento de infecções causadas por Mycoplasma 
pneumoniae, H. ducreyi,Treponema pallidum e em pacientes com 
traqueobronquites e sinusites. Doxiciclina pode ser usada no tratamento da 
DST por neisséria. 
Efeitos adversos das Tetraciclinas: Os principais são gastrointestinais. 
Doses elevadas podem levar a hepatite, principalmente em grávidas. 
Potencializam os efeitos de anticoagulantes orais. Podem levar a má-
formações ósseas e hipoplasia do esmalte. 
Concentram-se na pele podendo levar a reações fototóxicas. Cefaléia, 
incapacidade de concentração e, em raros casos, hipertensão intracraniana. 
São os antibióticos mais associados ao desenvolvimento de superinfecção. 
 
AMINOGLICOSÍDEOS (AMG) 
Os principais representantes são streptomicina, neomicina, kanamicina, 
gentamicina, netilmicina, amicacina, tobramicina, paramomicina. 
Origem: a maioria é naturalmente produzida por Streptomyces spp., mas a 
amicacina e a netilmicina são semi-sintéticas. São inibidores bactericidas ou 
bacteriostáticos na dependência da concentração. 
São policátions, o que influencia em suas propriedades farmacocinéticas. A 
distribuição inicial se dará de forma homogênea por todo o corpo. Porém, 
em tecidos com predomínio de cargas aniônicas, como os rins e aparelho 
vestibular e auditivo, essas drogas se ligarão com uma afinidade muito maior 
se comparado com outras regiões do corpo, e, portanto, demorarão mais 
tempo para se dissociar desses tecidos. Dependendo da posologia usada pelo 
paciente, este grupo de drogas pode gerar efeitos tóxicos ao aparelho 
vestibular e aos rins. 
 
8 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
 São agentes de amplo espectro, particularmente eficientes contra bactérias 
gram negativas. Porém, a toxicidade limita seu uso. 
Mecanismo de ação dos Aminoglicosídeos: Atravessam a membrana 
externa bacteriana por difusão e a membrana interna por transporte ativo. 
Dentro da célula, os AMG ligam-se aos polissomos (unidade 30 S) e 
interferem na síntese proteica por induzir a erros. 
Sua ação bactericida é concentração-dependente. Possui um efeito “pós-
antibiótico” (atividade bactericida residual) quando a concentração sérica 
está abaixo do mínimo inibitório. 
Resistência bacteriana aos Aminoglicosídeos: pode advir de 3 
mecanismos: 
1. Redução de permeabilidade da membrana; 
2. Redução da afinidade da droga pelo ribossomo; 
3. Inativação do AMG por enzimas bacterianas. 
Este 3° mecanismo é o mais importante e pode ser transmitido via 
plasmídios. Amicacina é particularmente resistente a este mecanismo de 
resistência. 
Espectro de Ação dos AMG: Muito amplo. Infecções causadas por grande 
número de bactérias Gram negativas, incluindo Pseudomonas sp., E. Coli, 
Proteus sp., Klebsiella sp., Enterobacter sp., Serratia sp., Providencia sp., 
Acinetobacter sp. e Citrobacter freundii. 
Possui também atividade, in vitro, contra estafilococos resistentes a 
penicilina e meticilina. Quando associada a agentes cefalosporínicos e 
penicilínicos, aumenta sua eficácia contra Pseudomonas. 
Tratamento de septicemia, incluindo sepse neonatal, bem como em infecções 
graves de tratos respiratório e urinário, ossos e articulações, sistema nervoso 
central (incluindo meningite), pele e tecidos moles, queimaduras e intra- 
abdominais (incluindo peritonite) e pós-operatórias (incluindo cirurgias 
vasculares). 
Amicacina se mostra eficaz no tratamento de infecções causadas por 
microrganismos resistentes a gentamicina e/ou tobramicina, particularmente 
Proteus rettgeri, Providencia stuartii, Serratia marcescens e Pseudomonas 
aeruginosa. 
Farmacocinética dos AMG: Não possuem adequada absorção no TGI. 
Doenças inflamatórias no TGI melhoram a absorção de gentamicina. A 
absorção IM é rápida com pico de concentração entre 30 a 90 min. A 
distribuição tecidual é baixa, sendo que no líquor é cerca de 10 %. A 
 
9 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
eliminação é essencialmente renal. Acumulo de AMG no rim e ouvido 
interno com eliminação destes locais mais lenta que do plasma. 
Administração de AMG: Devemos preferir sempre esquemas posológicos 
de dose única diária. As exceções são: 
1. Baixas doses na terapia combinada; 
2. Insuficiência renal; 
3. Gravidez; 
4. Neonatos. 
Efeitos adversos: Parece ser tempo-dependente mais que dose-dependente: 
1. Ototoxicidade vestibular (estreptomicinae gentamicina) e auditiva 
(amicacina e neomicina); 
2. Nefrotoxicidade (com proteinúria e redução da filtração 
glomerular); 
3. Bloqueio neuromuscular e apneia (via IM); 
4. Disfunção do nervo óptico (estreptomicina); 
5. As reações de hipersensibilidade são raras. 
 
CLORANFENICOL: 
Primeiro antibiótico de amplo espectro descoberto. Seu grupamento central 
é um núcleo nitrobenzeno. É um bacteriostático que se liga a subunidade 50 
S do ribossomo bacteriano. 
Seu sítio de ligação é próximo ao da clindamicina e da eritromicina. O 
principal mecanismo de resistência bacteriana é por acetilação por uma 
acetiltransferase ou nitrotransferase específica. 
Farmacocinética do Cloranfenico: É bem absorvido por via oral 
(palmitato) após hidrólise. Está disponível também para uso IV (succinato) 
e tópico. Distribui-se bem por todos os compartimentos. Por ser lipofílico, 
alcança no parênquima cerebral concentração até 9 vezes maior que a do 
plasma. 
É amplamente inativado por conjugação hepática com ácido glicurônico. 10 
a 20% da droga ativa é secretada pelos rins. Apenas pequena quantidade da 
droga ativa é eliminada na bile. Em pacientes com lesão hepática importante 
há aumento da concentração sérica da droga, com maior probabilidade de 
ocorrer toxicidade medular, devendo ser ajustada a dose. 
 
10 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Uso do Cloranfenicol: Bastante restrito devido sua alta toxicidade. Tem 
sido usado no tratamento de infecção por enterococos resistentes à 
vancomicina. 
Pode ser utilizada nas salmoneloses, principalmente na febre tifóide; no 
tratamento de ricketsioses ou erlickiose. 
É alternativa no tratamento de meningite bacteriana e epiglotite, artrite 
séptica e osteomielite por Haemophilus influenzae em pacientes alérgicos 
aos ß-lactâmicos. 
Efeitos adversos do Cloranfenicol: 
Dose dependentes: reticulocitopenia, podendo evoluir com anemia, 
granulocitopenia e trombocitopenia. 
Não relacionados a dose: anemia aplástica irreversível, geralmente entre 3 e 
12 semanas após a terapia. Embora rara, frequentemente é fatal e pode 
ocorrer com qualquer apresentação, mesmo tópica. 
Náuseas, vômitos, alteração no paladar, diarréia e irritação anal podem 
ocorrer durante administração oral. 
Em lactentes pode causar a síndrome cinzenta: hemólise, superinfecções e 
colite pseudomembranosa. Sinais se iniciam após 3 a 4 dias de tratamento, 
caracterizando-se por vômitos, distensão abdominal, letargia, cianose, 
hipotensão, respiração irregular, hipotermia e morte. 
 
LINCOSAMINAS: 
A lincomicina foi isolada em 1962, a partir do Streptomyces lincolmensis. 
Posteriormente, modificações químicas produziram a clindamicina com 
potência bacteriana aumentada e melhor absorção oral. 
Mecanismo de ação: Inibem a síntese proteica nos ribossomos, ligando- se 
a subunidade 50S. 
Resistência: 
• Alterações no sítio receptor do ribossoma; 
• Mudanças mediadas por plamídeos, no RNA 23 da subunidade 50S do 
ribossoma. 
Farmacocinética da Clindamicina: Pode ser administrada por via oral, EV 
ou tópica. A absorção intestinal é de 90%, mas é menor em idosos. A 
alimentação não interfere na absorção. A via intramuscular é dolorosa, 
devendo ser evitada. 
 
11 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Por via endovenosa atinge o pico ao final da infusão, alcançando altas 
concentrações na maioria dos tecidos; entretanto, não atravessa a barreira 
hematoencefálica. A concentração óssea é 1/3 da plasmática. Atravessa a 
placenta atingindo o feto, mas não há relatos de teratogenicidade. 
A maior parte da droga é metabolizada no fígado e é eliminada com seus 
metabólitos por via biliar, onde atinge alta concentração. A meia-vida 
aumenta na presença de doença hepática e a dose deve ser ajustada 
dependendo da gravidade. Pequena parte é eliminada pelos rins, geralmente 
não requerendo ajuste de dose. Entretanto, se houver lesão hepática e renal 
concomitantes, a dose deve ser reduzida. Não é eliminada na diálise 
peritoneal ou hemodiálise. 
Indicações da Clindamicina: muito ampla, mas não são drogas de primeira 
escolha. 
- Infecções intra-abdominais, infecções pélvicas (incluindo 
abortamento séptico) e infecções pulmonares (abscesso pulmonar, 
pneumonia aspirativa, empiema) causadas por anaeróbios gram-
positivos e gram-negativos. 
- Infecções odontogênicas, sinusites, otite crônica, osteomielites e 
infecções de pele por estreptococos ou estafilococos. 
- Erisipela e infecções de partes moles em pacientes alérgicos a 
penicilina. 
- Alternativa terapêutica para corioretinite ou encefalite por 
Toxoplasma gondii(em doses elevadas) e malária causada por P. vivax 
e P. falciparum. 
Algumas características a mais da Clindamicina: Suprime a flora 
anaeróbica; Em torno de 8% dos pacientes têm diarréia. Destes, 10% têm 
colite associada ao uso de antimicrobianos (colite pseudomembranosa); 
Exantema ocorre em 10% dos pacientes; Febre, eosinofilia e reações 
anafilactóides são raras; pode ocorrer flebite após infusão endovenosa. 
 
PENICILINAS: 
Constitui-se da principal classe de antibióticos atualmente no mercado. 
Pertence ao grupo dos beta-lactâmicos. A notação UI (unidade internacional) 
refere-se à atividade de 0,6 g de penicilina cristalina. 
Mecanismo de ação: Seu mecanismo de ação baseia-se em interferir na 
síntese do peptidioglicano da parede celular bacteriana. Para tanto, os -
lactâmicos ligam-se a proteínas “penicilinas-ligantes” as quais inibem as 
enzimas transcriptases. Além disso, inativa os inibidores das enzimas 
autocatalíticas da parede celular bacteriana. 
 
12 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Resistência bacteriana: A resistência bacteriana às penicilinas pode advir: 
1. Produção de -lactamases: codificada no cromossomo ou por meio 
de plasmídeos. É mais comum em estafilococos. 
2. Produção de amidases; 
3. Redução da permeabilidade da membrana externa: mais comum em 
gram-negativos. 
4. Sítios modificados de ligação à penicilina. 
Classificação das penicilinas: 
1) Benzilpenicilinas (Penicilina G): Efetiva contra gram-positivos e 
Neisseria. São inativadas pela acidez gástrica. Eliminação 
majoritariamente renal. Possui 3 subtipos: 
- P. G Cristalina: Utilizada por via endovenosa. Cruza a 
barreira hematoencefálica mais facilmente quando há 
inflamação. Pode ser utilizada no tratamento de meningites e 
endocardites entre outras infecções por gram-positivos. É 
eliminada do soro em aproximadamente 4 horas. 
- P. G Procaína: Também chamada de despacilina. Utilizada 
por via IM. Possui meia-vida de 12 horas. Indicada nas 
pneumonias comunitárias, infecções cutâneas e gonorreia. 
- P. G Benzatina: Utilizada por via IM. Possui os níveis séricos 
mais baixos deste grupo, porém mantidos por 3 a 4 semanas. 
Isso permite o tratamento em dose único, possibilitando uma 
maior adesão do tratamento pelo paciente. Indicada no 
tratamento da sífilis e profilaxia de febre reumática. 
 
2) Aminopenicilinas: Possuem menor atividade contra gram-positivos 
que as penicilinas G, porém são efetivas contra alguns bacilos gram-
negativos (Haemophilus influenzae, E. Coli, Proteus mirabilis) e 
Salmonela e Shigella sp. 
Os principais representantes são ampicilina e amoxicilina. 
A absorção oral da ampícilina é de 40%, sendo utilizada por esta via 
apenas nas shigueloses intestinais. Sua via preferencial é IV. A 
amoxicilina tem boa absorção oral (85%). 
É indicada no tratamento de otite média aguda, sinusites e bronquites 
bacterianas. 
 
3) Penicilinas resistentes a penicilinases: Possuem menor ação sobre 
estreptococos que os grupos anteriores, mas são efetivas contra 
Staphylococus produtores de -lactamases. 
 
13 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Os representantes deste grupo são a meticilina, a nafcilina e as 
isoxazolilpenicilinas (oxacilina, cloxacilina e dicloxacilina). 
A dicloxacilina possui a melhorabsorção oral deste grupo, enquanto 
a oxacilina é muito mal absorvida VO e não deve ser assim 
administrada. 
A oxacilina é utilizada por via IV ou IM em infecções graves por S. 
aureus, isolado ou em associação com gentamicina 
(aminoglicosídeo). 
 
4) Penicilinas Antipseudomonas: destacam-se: 
- Carboxipenicilinas (carbenicilina e ticarcilina) com 
importante ação antipseudomonas; 
- Ureidopenicilinas (azlocilina, mezlocilina e piperacilina) as 
quais mostram amplo espectro de ação, principalmente contra 
pseudomonas. 
 
Efeitos adversos das penicilinas: 
- Reações de Hipersensibilidade: ocorrem de 0,7 a 10% dos pacientes. 
0,015 a 0,04% são anafilaxias. 
- Alterações gastrointestinais: mais comum com ampicilina. 
- Alterações hematológicas: quando ocorrem tendem a ser transitórias 
e reversíveis com a retirada da droga. 
- Carbanicilina e ticarcilina diminuem a agregação plaquetária e 
podem provocar sangramentos em pacientes predispostos. 
- Toxicidade Central: convulsões, alucinações e letargia podem surgir 
em doses elevadas de penicilina G, carbenicilina e ticarcilina. 
- Alterações renais: as doses de penicilinas G devem ser reduzidas 
quando o clearance de creatinina for inferior a 20ml/min. Ampicilina 
e amoxicilina devem ter seu intervalo posológico aumentado para 
Clearance < 30ml/min. 
 
CEFALOSPORINAS: 
São antibacterianos semi-sintéticos produzidos a partir de uma matriz obtida 
do fungo Cephalosporium acremonium. 
Os diversos compostos derivam de mudanças nas posições 3 (muda a 
farmacocinética) e 7 (altera o espectro de ação) de seu núcleo. São agentes 
hidrossolúveis, estáveis em meio ácido e com metabolização renal. 
Seu mecanismo de ação e de resistência é semelhante ao das penicilinas, 
porém são menos sensíveis a ação via plasmídios. São classificadas como de 
1ª, 2ª, 3ª e 4ª gerações. 
 
14 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Cefalosporinas de 1ª Geração: 
Cefalexina, cefadroxila, cefalotina e cefazolina são os principais 
representantes. 
São efetivas contra cocos gram-positivos, mesmo os produtores de -
lactamases, mas não contra aqueles meticilina-resistentes. Possuem 
baixa ação contra gram-negativos, e nenhuma sobre anaeróbios. 
Podem ser usados na gestação, porém, não atingem bom nível 
liquórico. 
Indicações das Cefalosporinas de 1ª Geração: 
- As cefalosporinas de primeira geração são apropriadas no 
tratamento de infecções causadas por S. aureus sensíveis à 
oxacilina e estreptococos. Mais comumente em infecções de 
pele, partes moles, faringite estreptocócica. 
- Também no tratamento de infecções do trato urinário não 
complicadas, principalmente durante a gravidez. 
- Pela sua baixa toxicidade, espectro de ação, baixo custo e meia 
vida prolongada, a cefazolina é o antimicrobiano recomendado 
na profilaxia de várias cirurgias. 
Cefalosporinas de 2ª Geração: 
Cefaclor, cefaxitina, cefuroxima e cefprozil são os destaques. 
Possuem atividade maior contra gram-negativos aeróbios do que as de 
1ª geração, porém são menos efetivas contra pseudomonas e gram-
positivos. Também não são indicadas em meningites. 
Cefaclor e cefuroxima são efetivas contra H. influenzae. Cefprozil tem 
boa absorção oral (90%) e não sofre interferência da ingestão 
concomitante de alimentos. 
Cefoxitina é eficiente contra bacterióides fragilis (agente causador de 
septicemias e abscessos póscirurgias abdominais). Atua de forma 
marcadamente eficiente contra cocos gram-positivos. 
Indicações das Cefalosporinas de 2ª Geração: 
- Entre as cefalosporinas de segunda geração, a cefuroxima, pela sua 
atividade contra S. pneumoniae, H. influenzae, e M. catarrhalis, 
incluindo as cepas produtoras de ß-lactamase tem sido utilizada no 
tratamento de infecções respiratórias adquiridas na comunidade, sem 
agente etiológico identificado. 
 
15 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
- A cefuroxima, assim como o cefaclor, pode ser utilizada para uma 
variedade de infecções como pneumonias, infecções urinárias, 
infecções de pele, sinusite e otites médias. 
- Já a cefoxitina (cefamicina), pela sua atividade contra anaeróbios e 
gram-negativos, é eficaz no tratamento de: 
– infecções intra-abdominais; 
– infecções pélvicas e ginecológicas; 
– infecções do pé-diabético; 
– infecções mistas (anaeróbio/aeróbio) de tecidos moles. 
- Também é utilizada na profilaxia de cirurgias colorretais. 
Cefalosporinas de 3ª Geração: 
Podem ser divididas em uso parenteral (ceftriaxona, cefotaxima e 
ceftazidima) e de uso oral (cefetamet, cefixima e cefpodoxima). 
OBS: as de uso oral não estão presentes no Brasil. 
Possuem maior efetividade contra gram-negativos e redução contra 
gram-positivos. 
Destacam-se por sua adequada penetração no SNC. 
Indicações das Cefalosporinas de 3ª Geração: 
- Podem ser utilizadas no tratamento de uma variedade de infecções 
por bacilos gram-negativos susceptíveis adquiridas no ambiente 
hospitalar, dentre elas: 
– infecções de feridas cirúrgicas, 
– pneumonias. 
– infecções do trato urinário complicadas. 
- Cefotaxima e ceftriaxona podem ser usadas no tratamento de 
meningites por H. influenzae, S. pneumoniae e N. meningitidis. 
Também são as drogas de escolha no tratamento de meningites por 
bacilos gram-negativos. 
- Pela sua boa penetração no sistema nervoso central e sua atividade 
contra P. aeruginosa, a ceftazidima é uma excelente opção para o 
tratamento de meningites por este agente. 
Cefalosporinas de 4ª Geração: 
Englobam cefepima e cefpiroma (não disponível). São consideradas 
de maior espectro e potência. 
 
16 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Penetram mais rapidamente na parede das bactérias gram-negativas e 
são mais resistentes as -lactamases. São assim efetivas contra 
enterobactérias, pseudomonas, gram-positivos e negativos. 
Indicações das Cefalosporinas de 4ª Geração: 
- Pela sua atividade antipseudomonas, tem sido utilizada em 
pneumonias hospitalares, infecções do trato urinário graves e 
meningites por bacilos gram-negativos. 
- Tem atividade contra estafilococos sensíveis à oxacilina. 
- Esta droga também faz parte do esquema empírico usado nos 
pacientes granulocitopênicos febris. 
 
Efeitos Adversos das Cefalosporinas: 
- Possuem baixa incidência de efeitos colaterais. 
- As C. de 3ª geração podem causar hipoprotrombinemia (reversível 
com o uso de Vit. K) e efeito antabuse. 
- Nefrotoxicidade, principalmente se associados a diuréticos ou 
aminoglicosídeos. 
- Tromboflebite (1 a 5%); 
- Hipersensibilidade (5 a 16% nos pacientes, com antecedente de 
alergia às penicilinas, e 1 a 2,5% nos pacientes sem este antecedente). 
- A anafilaxia é muito rara. 
- Nos pacientes com história de reação de hipersensibilidade grave às 
penicilinas, o uso das cefalosporinas deve ser evitado. 
 
CARBAPENENS: 
Mecanismo de ação semelhante aos beta-lactâmicos. Possuem amplo 
espectro de cobertura, tendo forte resistência à penicilinases. 
É representado por: imipenem, meropenem e ertapenem. 
Administração parenteral. Apresentam baixa ligação a proteínas plasmáticas 
e eliminação renal, sendo que o imipenem é metabolizado pela enzima renal 
dehidropeptidase I (DHI-1). É administrado com o inibidor da DHI-1: 
cilastatina, o qual aumenta a meia vida do imipenem e diminui sua 
toxicidade renal. Meropenem e ertapenem não necessitam desta enzima para 
atingir níveis séricos apropriados. 
 
17 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Pelo fato de não ser degradado pelas peptidases renais, o meropenem não 
apresenta nefrotoxicidade. Possuem penetração excelente em tecidos 
abdominais, respiratórios, bile, trato urinário, líquor (meropenem) e órgãos 
genitais. 
Uso dos Carbapenens: Os carbapenens não devem ser utilizados como 
primeira escolha no tratamento empírico de infecções comunitárias ou 
hospitalares. Por serem drogas de amplo espectro e com penetração namaioria dos sítios de infecção, podem ser utilizados no tratamento de 
infecções em que exista uma forte suspeita de microbiota aeróbia e anaeróbia 
ou infecções causadas por organismos multirresistentes. 
Apresentam eficácia no tratamento de paciente graves com: 
• infecção abdominal; 
• infecções do sistema nervoso central; 
• pneumonia; 
• infecção de pele e partes moles; 
• infecção do trato urinário; 
• infecção ginecológicas. 
Constituem alternativa no tratamento de pacientes granulocitopênicos febris. 
O ertapenem é uma alternativa para tratamento de infecções por Klebsiella 
pneumoniae produtoras de betalactamases de espectro estendido e para 
continuidade de tratamento no domicílio por sua apresentação intramuscular 
e dose única diária, porém é uma droga de alto custo. 
O ertapenem, em contraste com os outros carbapenens, não tem atividade 
confiável contra P. aeruginosa e Acinetobacter spp. 
Efeitos adversos com Carbapenens: Geralmente são bem tolerados. O 
imipenem-cilastatina pode reduzir o limiar convulsivo, levando ao 
aparecimento de convulsões, principalmente em pacientes idosos, com 
alteração da função renal ou cuja doença de base predisponha a convulsões. 
Esses efeitos são menos observados durante o uso de meropenem. 
Dentre as alterações laboratoriais, foi relatado aumento de transaminases em 
5% dos pacientes. 
Alterações hematológicas são raras, sendo as mais comuns trombocitose e 
eosinofilia. 
Reações gastrintestinais podem ocorrer em 3,8% dos casos, principalmente 
náuseas e vômitos. 
 
18 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Pode haver reação cruzada em pacientes alérgicos à penicilina (1,2% dos 
casos). 
 
MONOBACTANS: 
Mecanismo de ação semelhante aos beta-lactâmicos. 
Possuem espectro de cobertura mais restrito: São ativos contra a maioria dos 
Gram negativos, sendo menos tóxicos que os aminoglicosídeos. 
É composto por: aztreonam e carumonam (não disponível). 
AZTREONAM: 
É administrado por via IM ou IV. 
A excreção é renal. 
A meia vida é menor que 2 h. 
Tem boa distribuição tecidual e penetra na maior parte dos tecidos e líquidos 
orgânicos incluindo ossos, próstata, pulmão, secreção traqueal, sistema 
nervoso central e trato gastrintestinal. 
Indicações do Aztreonam: As enterobacteriaceas são normalmente 
sensíveis ao aztreonam. Usado com sucesso no tratamento de: 
– infecções do trato urinário; 
– bacteremias; 
– infecções pélvicas; 
– infecções intra-abdominais; 
– infecções respiratórias. 
É uma alternativa útil aos aminoglicosídeos por não ser nefro ou ototóxico, 
assim como às penicilinas e cefalosporinas, nos pacientes alérgicos. 
Não deve ser usado como droga única na terapia empírica de pacientes com 
suspeita de infecções por cocos gram-positivos e/ou anaeróbios, pois não tem 
atividade para esses microrganismos. 
Não deve ser usado como monoterapia em infecções graves por P. 
aeruginosa. 
Mantém-se ativo em meios ácidos, sendo uma opção no tratamento de 
abscessos. 
Efeitos adversos do Aztreonam: Não foram observadas nefrotoxicidade, 
ototoxicidade ou alterações hematológicas relacionadas ao uso do 
 
19 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
aztreonam. Pode ocorrer elevação das transaminases hepáticas que retornam 
ao normal com a suspensão da droga. 
GLICOPEPTÍDEOS: 
O protótipo: vancomicina. 
Outros integrantes são a teicoplanina, ramoplanina, dalbavancina e 
oritavancina. 
São muito ativos contra cocos gram-positivos. 
Hipersensibilidade é o efeito adverso mais comum (5%). Pode levar a oto- 
e/ou nefrotoxicidade em doses altas. 
 
VANCOMICINA: 
Age inibindo a formação de polímeros de peptidioglicano da parede celular 
bacteriana. Também interfere com a síntese de RNA bacteriano. 
Por via intravenosa, tem boa distribuição na maioria dos tecidos. A meia-
vida com função renal normal é de 6 a 8 horas. Em pacientes anúricos, pode 
variar de 7 a 12 dias. 
Spectrum de atividade: Staph. aureus e Staph. epidermidis, Streptococcus 
pneumoniae, Str. pyogenes, Clostridium difficile, Actinomyces spp., 
Bacillus anthracis, Corynebacterium spp. e Listeria. 
Todos os Gram-negativos, micobactérias e fungos são resistentes à 
vancomicina. 
É indicada em infecções graves nas quais os beta-lactâmicos não possam ser 
utilizados. 
No tratamento da colite pseudomembranosa, causada pelo C. difficile, a 
vancomicina só deve ser utilizada após falha de tratamento com o 
metronidazol. 
Efeitos adversos com Vancomicina: 
Os mais comuns são: febre, calafrios e flebites associados ao período de 
infusão. 
A Síndrome do pescoço vermelho é associada à velocidade de infusão, 
devendo-se diluir a droga e infundir em aproximadamente 1 hora. 
“Rash” e eritema máculo papular podem ocorrer em 5% dos casos. 
Pode ocorrer leucopenia, reversível após a retirada da droga e ototoxicidade, 
especialmente em pacientes com insuficiência renal. 
A nefrotoxicidade é um efeito potencialmente grave da vancomicina. 
 
20 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
 
TEICOPLANINA: 
Alternativa à vancomicina. 
Pode ser administrada IM ou IV. Sua maior meia-vida permite a 
administração em dose única diária. 
A dose deve ser ajustada em caso de insuficiência renal. 
Em geral é bem tolerada, tendo febre, rash, prurido e broncoespasmo como 
os mais citados. 
A “síndrome do homem vermelho” é rara. 
 
QUINOLONAS: 
O precursor (1a geração) do grupo é o ácido nalidixico. Os agentes mais 
usados são as fluoroquinolonas: 
 2a Geração: norfloxacina, ciprofloxacina, ofloxacina, 
lomefloxacina, perfloxacina. 
3a Geração: gatifloxacino, levofloxacino, esparfloxacino, 
moxifloxacino. 
4a Geração: Gemifloxacin, Trovafloxacin, Clinafloxacin, 
Sitafloxacin, Garenoxacin. 
As de 1a geração são pouco usadas. 
As de 2a geração não possuem perfil consistente contra cocos gram+ 
resistentes à penicilina. 
As de 3a e 4a gerações agregam maior espectro de ação, incluindo cocos 
gram+, anaeróbios e organismos causadores de pneumonias atípicas. 
Mecanismo de Ação das Quinolonas: 
Baseia-se na inibição das enzimas bacterianas DNA girase e topoisomerase 
IV. 
Para as gram-positivas: DNA girase 
Para as gram-negativas: topoisomerase IV 
OBS: A espécie humana possui uma enzima similar: a topoisomerase II a 
qual só é inibida por altas doses de quinolonas. 
Resistência bacteriana às quinolonas: pode ocorrer por: 
 
21 Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
1. Mutações nos genes que codificam as enzimas DNA girase e 
topoisomerase IV; 
2. Efluxo ativo da droga; 
3. Modificação nos canais de porina da membrana externa. 
Farmacocinética das Quinolonas: 
São bem absorvidas por via oral. Entretanto, antiácidos, ferro, zinco, cálcio 
e ddI podem reduzir sua absorção se administrados juntos. 
Há formulações injetáveis, mas só estão indicadas nos casos de dieta zero. 
A biodisponibilidade varia de 50 a 95%. 
Apesar de ter ampla distribuição, as concentrações no líquor, ossos e próstata 
são menores que as séricas. 
Têm eliminação essencialmente renal, exceto perfloxacina e moxifloxacina. 
Efeitos adversos das Quinolonas: via de regra são bem toleradas. 
Os mais comuns são: 
1. Efeitos gastrointestinais (3 a 17%); 
2. Cefaléias e Zumbidos (0,9 a 11%); 
3. Outros efeitos centrais quando administrados em associação com 
teofilina ou AINE; 
4. Artropatias (evitar até os 17 anos); 
5. Tendinites, ruptura de tendões – principalmente em idosos e uso de 
corticoide; 
6. Categoria C de risco na gravidez; 
7. Reações de Hipersensibilidade. 
Interações com Quinolonas: 
Varfarin; Teofilina. 
Quelantes (alumínio, magnésio, cálcio, ferro, zinco) – diminui absorção e 
biodisponibilidade da droga – presentes em suplementos nutricionais e 
polivitamínicos; 
A ação abolida com drogas que: 
– Inibem a síntese proteica (cloranfenicol) 
– Inibem o RNA-mensageiro (rifampicina). 
Indicações das Quinolonas: 
 
22Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina Ufes 
Está indicado para tratamento de infecções recorrentes do trato urinário, 
prostatite, doenças sexualmente transmitidas, infecções de trato 
gastrintestinal, trato respiratório, ósseas e articulares, pele e tecidos moles e 
infecções por micobactérias. 
É uma alternativa na terapêutica da endocardite estafilocócica, associado 
com a rifampicina. 
É utilizado profilaticamente para impedir infecções em pacientes com 
neutropenia, diminuindo a incidência de bacteremia por bacilos Gram-
negativos e para erradicar o meningococo da orofaringe.

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